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MUNICÍPIO DE NANUQUE-MG
Artigo Original
RESUMO
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1. INTRODUÇÃO
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública e os
profissionais de saúde têm a responsabilidade de preveni-la. O principal fator
de prevenção é a educação, que envolve a saúde sexual e reprodutiva. Além
disso, devem ser fornecidas informações sobre infecções sexualmente
transmissíveis em adolescentes, contracepção, programas e serviços de saúde
(SANTOS; BOUZAS, 2019).
À medida que aumenta o número de adolescentes
grávidas, dada a imaturidade do corpo feminino, as preocupações com a saúde
da mulher e da criança enfrentam enormes desafios, que podem sofrer algum
tipo de comprometimento. Entre as mulheres entre 15 e 19 anos, o risco de
morrer era duas vezes maior do que entre as mulheres com mais de 20 anos e
até cinco vezes maior entre as mulheres com menos de 15 anos. Além disso,
complicações maternas como hipertensão gestacional, infecções do trato
urinário e anemia foram registradas em alto índice nesta fase (GODINHO et al.,
2000).
Diante do exposto, justifica-se a escolha do tema a repetição da
gravidez na adolescência é vista como um agravante, pois não se respeita o
período ideal de gestação do corpo feminino, situação que pode acarretar
complicações, condições maternas e perinatais adversas. Cada vez mais
menores de idade engravidam, pois, a falta de informação leva a uma gravidez
indesejada, desestabilizando toda a família, nesse contexto, o papel do
enfermeiro é fundamental, pois através da companhia, as adolescentes podem
pensar profundamente sobre o risco da gravidez precoce.
Uma das principais causas de morte entre adolescentes são as
complicações da gravidez e do parto. Além dos riscos de uma gravidez
precoce, são inúmeros os impactos na vida das adolescentes. Estes incluem a
impossibilidade de completar a função da adolescência, adiamento ou
comprometimento de projetos de estudos e menor chance de qualificação
profissional (UNFPA, 2013).
Dada a relevância do tema e o elevado número de gravidezes
recorrentes na adolescência no nosso país, e dado o problema da gravidez não
planeada com repercussões na formação académica e profissional dos jovens
considera-se importante conhecer os motivos que levam à reincidência da
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gravidez na adolescência para que novas estratégias e ações futuras possam
ser desenvolvidas na atenção primária à saúde e na promoção da saúde das
pessoas nesse período. O presente estudo apresenta a seguinte questão
problema: Quais os motivos da reincidência da gravidez em adolescentes?
Acredita-se que a repetição da gravidez na adolescência seja um
agravante desse problema, pois não se respeita o período ideal de gestação do
corpo feminino, o que pode levar a condições maternas e perinatais adversas
(OLIVEIRA, 1998).
Segundo Dias et al., (2010) a gravidez na adolescência está associada a
dois riscos psicológicos: ser mãe e ser adolescente. Quando a adolescente
engravida, ela passa a desenvolver dois papéis. Ela terá que redefinir sua
identidade, levando em conta que, a partir de agora, sua vida estará ligada à do
filho.
Este artigo tem como objetivo principal objetivo identificar os riscos de
gravidez na adolescência. Descrever os prejuízos afetivos causados pela
gravidez na adolescência. Analisar a importância da atuação na assistência e
prevenção da gravidez na adolescência. Identificar os problemas que os
adolescentes enfrentam ao descobrir a Gravidez. Descrever os motivos da
reincidência da gravidez em adolescentes?
Metodologia usado nesse estudo descritivo exploratório com abordagem
quantitativa realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município
de Nanuque em Minas Gerais.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A palavra adolescência vem do latim adolescere, que significa "crescer".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa de Saúde do
Adolescente (PROSAD) definem adolescentes como a faixa etária entre 10 e
19 anos, enquanto o Regulamento da Criança e do Adolescente (ECA) - 12 e
18 de julho de 1990, do Ministério da Saúde da qual é classificação
(HENRIQUE; ROCHA; MADEIRA, 2010). Do ponto de vista sociológico, a
adolescência é o momento de transição da dependência infantil para a
autossuficiência adulta.
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Psicologicamente falando, é uma "situação marginal" em que novos
ajustes devem ser feitos, que diferenciam o comportamento da criança
do adulto em determinada sociedade; e, fisiologicamente, ocorre à
medida que as funções reprodutivas amadurecem (MUUSS, 1976,
p.32).
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da formação acadêmica, em ambientes de produção do cuidado que buscam
transmutações voltadas para aspectos de humanização e formação do sujeito e
sua cidadania (QUEIROZ et al., 2014).
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2.3 REINCIDÊNCIA DE GRAVIDEZ EM ADOLESCENTES
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através da fertilidade, encontrar um propósito na vida, zelando de um filho,
aliviar a solidão com a companhia de um filho, para preencher um vazio
interior. Uma em cada cinco adolescentes que engravidou
na adolescência volta a engravidar inesperadamente, mostrando que mesmo a
experiência da gravidez e suas consequências não são eficazes no
desenvolvimento de um comportamento sexual responsável (CHALEM et al.,
2007).
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O enfermeiro como profissional experiente para
auxiliar o indivíduo em todas as fases da vida deve ser introduzido nos
programas de educação sexual da escola promovendo ações e programas
voltados à saúde do adolescente e família, que devem ser atendidos.
3. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem
quantitativa realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município
de Nanuque em Minas Gerais. Os serviços funcionam durante a semana,
proporcionando assistência pré-natal multiprofissional às gestantes. A
população entrevistada foi constituída por gestantes, com idade entre 14 e 25
anos, com histórico de uma gestação anterior, com consulta de pré-natal
agendada em uma UBS do município e que concordaram, juntamente com o
responsável, em participar da pesquisa. A coleta de dados foi realizada pelos
pesquisadores, no período do mês de junho de 2022, por meio da aplicação de
uma entrevista com questões semiestruturadas, realizada na Unidade Básica
de Saúde.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A faixa etária das mulheres da pesquisa variou de 15 a 37 anos. A idade
predominante foi 23 anos (15,0%), sendo a idade de 15 anos a menos
prevalente (8,0%). Em relação à escolaridade (40,0%) tem ensino médio
completo, já (40,0%) não terminaram o ensino médio, (20,0%) dessas mulheres
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tem o ensino fundamental completo. Quanto à condição marital, a maioria das
mulheres (70,0%) era solteira, sendo que destas, apenas 30,0% são casadas
com seus parceiros e pais dos bebês.
Muitas dessas mulheres interrompem seus estudos por
consequência da gestação, uns dos fatores a ser considerado por serem
primigestas e jovens adolescentes desconhecem a responsabilidade de uma
gravidez, mas já sentem o desconforto da mudança que seu corpo vem
sofrendo o que as obriga a abandonar os estudos contribuindo dessa forma
para o aumento na evasão escolar.
No gráfico 1 observamos que de todas as
participantes da pesquisa, houve uma divisão entre a primeira ou mais
gestações, (40,0%) relata primeira gestação, mas os outros (40,0%) está no
terceiro filho ou mais. No entanto, é expressivo o número de mulheres que
mencionam segunda ou terceira gravidez (60,0%). Na população do estudo,
(20,0%) há antecedentes de abortamento e 80,0% não há antecedentes de
aborto. Mas em algum momento (50,0%) dessas mulheres ao descobriram a
gravidez chegou a pensou em interromper a gravidez.
A renda familiar de (80,0%)
gestantes analisadas é razoável, em comparação de (20,0%) não tem rende e
depende dos pais e parceiros, algumas famílias vivem com um salário mínimo,
vivem em situação de extrema pobreza. Mas em outras situações vivem até
com mais de dois salários mínimos. Em muitas situações as gestantes que são
casadas, vivem apenas para o marido cuidando da casa e dos filhos
dependendo da renda do Programa Bolsa Família do Ministério do
Desenvolvimento Social do Governo Federal.
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porque, para os adolescentes, o sexo é uma expressão de desejo, escolha,
amor, e o sexo abre as portas para a dimensão do próprio sexo. Muitas vezes,
um primeiro relacionamento é cheio de expectativa, e o jovem casal tem medo
de quebrar o romantismo do momento se tiver que tirar uma camisinha do
bolso ou da bolsa.
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SIM NÃO
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Veremos no gráfico 4 uma mistura de sensações e sentimentos gerados ao
descobrir que estava gerando um bebê e a frustação, tristeza e o medo ficaram
em (50,0%), dessas mulheres (30,0%) ficaram surpresas, (20,0%) delas
sentiram tranquilidade e felicidade com a descoberta da gestação.
A gravidez é imbuída de sentimentos profundos e complexos e pode ser
vivenciada de forma plena ou angustiante, dependendo da história pessoal de
cada adolescente (JENERAL; HOGA, 2004). As entrevistadas expressaram,
nas falas, desespero sentimento de impotência e apatia, tristeza, depressão,
desânimo, solidão, angústia, ansiedade, nervosismo, estresse, culpa, medo e
vergonha, gerados, na ótica delas, pela inesperada constatação da gravidez,
por conflitos pessoais diante do novo e reações sociais, em especial da família
e do companheiro.
As mudanças biológicas somadas ao aspecto psicológico geram
conflitos que resultam em uma gravidez repleta de medos e incertezas que
podem afetar todo o processo gestacional. O efeito da confirmação da gravidez
cria o primeiro sentimento de desespero em algumas gestantes. Na tentativa
de solucionar o problema neste caso a gravidez o aborto acaba aparecendo
como uma opção, principalmente quando a adolescente não possui uma rede
de apoio para apoiá-la (PANTOJA; BUCHER; QUEIROZ, 2007).
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mais precisamente com os problemas relacionados à sua sexualidade, a
família assume um papel decisivo de apoio, proteção e orientação. No entanto,
há situações em que tal papel de apoio, proteção e orientação está ausente, há
situações em que o papel da família é dado para proteger e orientar as jovens
grávidas e há situações em que esses fatores de proteção estão ausentes.
As angústias relacionadas à idade se somam às angústias
criadas pela gravidez e o papel social e a identidade ainda indefinidos já estão
invertidos. A gravidez na adolescência não deve ser vista como uma doença
que pode ser tratada através do parto ou do aborto. É importante considerar a
maturidade do seu filho adolescente e ver se você realmente quer engravidar.
Poucos alcançam bons resultados, e estes dependem do apoio que a gestante
encontra em seu ambiente de vida, sua ideia de maternidade e também dos
motivos que a levaram a engravidar (sejam positivos e saudáveis ou
autoconfiantes). destrutivo, oportunidade de atacar o meio ambiente ou
simplesmente falta de oportunidade (JAKOBI, 2005).
Os resultados apontaram que através dessa
pesquisa o quanto é necessário que os grupos educativos tratem de problemas
e necessidades no cotidiano da gestante. A família principalmente a mãe como
suporte fundamental para a gestante, deve ser incluída nos programas de
gestão da gravidez na adolescência. Os profissionais devem estar atentos aos
chamados da adolescente grávida e sua família, conhecer sua comunidade,
valorizar suas crenças, estabelecer uma relação dialógica, uma escuta
qualificada e estar realmente presente para compreendê-los e assim contribuir
para o fortalecimento de suas potencialidades.
Assim, poderão fazer escolhas conscientes para que possam alcançar o
bem-estar durante a gravidez e viver uma vida melhor. Empoderadas e
apoiadas, as meninas poderão buscar formas de superar os enfrentamentos
normais da vida participar de atividades produtivos que as empoderem e erigir
relações com os outros, ocupando seu espaço na comunidade onde vivem
como um ser único e social.
5. CONCLUSÃO
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Concluímos que a gravidez de uma adolescente implica em um cuidado
integral, pois, além das mudanças típicas da gravidez coexistem as
transformações próprias da adolescência, que podem aumentar os riscos para
ela ou para o nenê. A percepção e a prática do cuidado ao adolescente são
modeladas a partir das necessidades identificadas pelos agentes produtores de
saúde. A atenção aos adolescentes configura-se como um espaço essencial no
âmbito do cuidado e da formação acadêmica, em ambientes de produção do
cuidado que buscam transmutações voltadas para aspectos de humanização e
formação do sujeito e sua cidadania.
Por isso o enfermeiro como profissional experiente para auxiliar o
indivíduo em todas as fases da vida deve ser introduzido nos programas de
educação sexual da escola promovendo ações e programas voltados à saúde
do adolescente e família, que devem ser atendidos. É importante que governo,
saúde e educação, família, escola e sociedade estejam ativamente envolvidos
na educação sexual de adolescentes. Não apenas sexualmente consciente.
Mas a maioria deve exercer seus direitos com responsabilidade recebendo
respeito e dignidade dos outros
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G.; SILVA, L. B. Juventudes e Sexualidade,
2004. Brasília: UNESCO Brasil.
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sociodemográfico e comportamental de uma população da periferia de
São Paulo, Brasil, 2007. Cadernos de Saúde Pública, 23, 177-186.
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MAUCH, S.D.N; CABRAL, C.M.C; PINHEIRO, Z.E.D; PARCA J.M. Gravidez
na adolescência: um estudo sobre o problema em Santa Maria-DF. Brasília
Méd. 2005;42(1/2):16-23
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ROMERO, K.T.; MEDEIROS, E.H.G.R.; VITALLE, M.S.S.; WEHBA, J. O
conhecimento das adolescentes sobre questões relacionadas ao sexo.
Rev Assoc Méd Bras. 2007; 53(1):76-80.
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