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IMPACTOS DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS POLICIAIS MILITARES

COM LOMBALGIA NO MUNICÍPIO DE NANUQUE

Edivaldo Silva de Souza– Graduando(a) em Educação Física


Leonardo Ricardo Soares – Graduado em Educação Física UNEC
Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque

RESUMO

A dor nas costas é considerada um grave problema de saúde pública, pois atinge a maioria da
população economicamente ativa e prejudica temporária ou permanentemente as atividades
trabalhistas e diárias. A atuação dos policiais militares revela uma série de fatores que fazem
esse segmento profissional da população em risco de desenvolver dores nas costas. A
problematização deste tema busca uma reflexão sobre a atividade do policial militar tem uma
tendência natural para dores nas costas pois a jornada de trabalho, o tempo em pé, o uso de
equipamentos e a submissão ao estresse emocional inerente à profissão são constantes. O
presente estudo apresenta a seguinte questão problema: Quais os fatores que causam
problemas de lombalgia em policiais militares? Objetivo desse artigo é analisar a origem e a
conceituação de lombalgia, determinar situações que causam problemas de lombalgia em
policiais militares, realizar um protocolo de atendimento e tratamento da lombalgia, visando a
reduzir o número de afastamentos de policiais militares. A metodologia desenvolvida foi estudo
quantitativo de caráter descritivo, mediante um levantamento retrospectivo de dados.

Palavras-Chaves: Lombalgia. Policia. Militar. Tratamento.

1.INTRODUÇÃO
Problemas nas costas são responsáveis por 25 % de todos os acidentes
de trabalho e 1.400 assalariados falecem a cada ano nos Estados Unidos. No
Brasil, as doenças da coluna vertebral são a principal causa de auxílio-doença
e a terceira principal causa de aposentadoria por invalidez (FERNANDES;
CARVALHO, 2000). A dor
nas costas é considerada um grave problema de saúde pública, pois atinge a
maioria da população economicamente ativa e prejudica temporária ou
permanentemente as atividades trabalhistas. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde a lombalgia é classificada da seguinte forma: uma

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deficiência que revele uma perda ou anomalia na estrutura da coluna lombar de
etiologia psicológica, fisiológica ou anatômica, ou uma deficiência refletindo
uma deficiência que limita ou impede o pleno desempenho das atividades
físicas (PEREIRA, 2008).
Esse tema justifica-se em mostrar que nas atividades da polícia
Militar a pessoa é confrontada com uma série de fatores que afetam sua saúde.
Existem várias áreas onde os policiais trabalham. Alguns desempenham
funções internas, como atividades administrativas. Ficam horas sentados em
pé e fazem policiamento ostensivo geral com equipamentos que, aliados às
condições de trabalho, podem levar à sobrecarga da coluna.
A atuação dos policiais militares revela uma série de
fatores que fazem esse segmento profissional da população em risco de
desenvolver dores nas costas. Apesar de existir tarefas administrativas na
polícia Militar, a maioria exerce atividades operacionais e carregam coletes
balísticos, coturnos, cinto de guarnição com diversos acessórios, armas,
munições, equipamentos de primeiros socorros, cantil para hidratação etc. Com
jornada de trabalho extensa e turnos prolongados de até 12 horas (FRAGA,
2006). A problematização deste tema busca uma
reflexão sobre a atividade do policial militar tem uma tendência natural para
lombalgias pois a jornada de trabalho, o tempo em pé, o uso de equipamentos
e a submissão ao estresse emocional inerente à profissão confirmam um
cenário bastante favorável para a ocorrência da lombalgia. Os policiais estão
nas categorias laborais mais expostas aos riscos à integridade física, o
presente estudo apresenta a seguinte questão problema: Quais os fatores que
causam problemas de lombalgia em policiais militares?
Objetivo desse artigo é analisar a
origem e a conceituação de lombalgia, determinar situações que causam
problemas de lombalgia em policiais militares, realizar um protocolo de
atendimento e tratamento da lombalgia, visando reduzir o número de
afastamentos de policiais militares. A atividade policial, que exige diversos
usos da força deve ser submetida a um acompanhamento físico e médico
preventivo, pois pessoas mais fracas necessitam de mais esforço para realizar
determinadas tarefas (por estarem mais expostas as lesões e pessoas
inflexíveis, em geral apresentam problemas, mantendo diferentes posturas,

2
tensionando os discos da coluna vertebral. A metodologia desenvolvida foi
estudo quantitativo de caráter descritivo, mediante um levantamento
retrospectivo de dados.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DOR LOMBAR

A dor lombar (DL) é um dos problemas de saúde mais usuais em


adultos. Refere-se à dor e desconforto abaixo da margem da costela e acima
do ciático superior, com ou sem dor irradiando para as extremidades inferiores,
crônica se persistir por mais de três meses (AIRAKSINEN et al., 2006).
A DL é um problema que atinge 80 % dos adultos em
determinado período da vida está entre os 10 principais motivos de consulta
com médicos e, a cada ano, 5 a 10 % dos trabalhadores se ausentam de suas
atividades por mais de sete dias devido a doença.

Pesquisa realizada pelo grupo de doenças crônicas não transmissíveis


do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia
encontrou prevalência de 14,7 % na população geral de Salvador e
encontrou diferenças estatisticamente significativos entre os maiores de
60 anos (18,3 %) (BASSOLS et al., 2003, p.97).

A dor lombar é consistente com a dor na coluna lombar. É uma doença


comum do sistema musculoesquelético dos trabalhadores acometendo 70 % a
80,5 % daqueles com idade entre 22 e 42 anos. A dor lombar é causada por
condições inatas de equilíbrio, degeneração, inflamação, infecção, tumores e
mecanismos de estabilização. Também pode ocorrer por causas externas, com
desequilíbrio funcional que ocorre durante o esforço no trabalho e nas
atividades diárias, além da sobrecarga postural e outras lesões que acabam
prejudicando as estruturas lombares da coluna. (MEUCCI et al., 2018, p.34).
Para Magalhães (2016) a dor lombar é caracterizada por
dor ou mal-estar constante ou intermitente que se situa entre a borda das
costelas e o sulco ciático abaixo e pode ou não irradiar para as extremidades
inferiores. Esta condição pode ser considerada aguda se ocorrer com duração
de ação inferior a 6 semanas. Sub-aguda 6-12 semanas, crônica, com duração
de 12 semanas ou mais.

3
A dor lombar está associada a atividades
profissionais, especialmente aqueles que requererem exercício excessivo ou
repetitivo. Outros riscos também inclui a exposição às vibrações do carro. É
considerada a principal causa única de doenças e afastamentos relacionados
com o trabalho, sendo a causa mais comum de incapacidade entre os
trabalhadores com menos de 45 anos, com predominância de adultos jovens e
responsável por cerca de um quarto dos casos de incapacidade e deficiência
prematura (HELFENSTEIN JUNIOR, 2010). A lombalgia é uma causa
significativa de dor e incapacidade e deve ser analisada sob uma perspectiva
biopsicossocial, onde a biologia está preocupada com a saúde física, a
psicologia está preocupada em avaliar fatores pessoais.(MACEDO, 2011).
Várias
condições desencadeiam lombalgia crônica, tais como:

Psicossociais, insatisfação no trabalho, obesidade, tabagismo, nível


educacional, trabalho pesado, modalidades de vida sedentária,
depressão, disputas trabalhistas, fatores genéticos e antropológicos,
hábitos posturais, mudanças climáticas, mudanças na pressão
atmosférica e temperatura. Condições emocionais que podem levar ao
agravamento da dor lombar ou outras causas orgânicas pré-existentes
(BRASIL, 2001, p.36).

A lombalgia geralmente está relacionada à ocupação, especialmente


naqueles que exigem esforço físico excessivo ou repetitivo, e outros riscos
incluem a exposição às vibrações do veículo. É considerada a maior causa
isolada de distúrbios de saúde relacionados ao trabalho e absenteísmo, sendo
a causa mais comum de incapacidade entre trabalhadores com menos de 45
anos, principalmente entre os jovens, sendo responsável por cerca de 1/4 dos
casos de incapacidade (JUNIOR MILTON, 2010).
A atividade do policial militar apresenta uma propensão
natural a acometimentos de dores lombares, pois a jornada de trabalho, o
tempo na posição ereta, o uso de equipamento e a submissão ao stress
emocional inerente à própria profissão, corroboram para um quadro bastante
favorável ao aparecimento da lombalgia (NETO et al., 2013).

2.2 LOMBALGIA INCAPACITANTE EM POLICIAIS MILITARARES

4
A polícia é um prestador de serviço público que tem por finalidade fazer
valer o direito à segurança. Assim, pode-se dizer que a atuação dos policiais é
pressionada tanto pela organização de seu trabalho quanto por fenômenos
sociais como a violência e a miséria. (SILVA; VIEIRA, 2008).
O policial
militar (PM) é uma das profissões que representa um grande risco à integridade
física. No entanto, os aspectos relacionados à saúde desses especialistas e
suas necessidades têm pouca compreensão social.

O trabalho da maioria dos policiais mostra situações perigosas,


especialmente no presente aumento do crime que requer tratamento
mais eficaz em vias públicas resultando em excesso de trabalho. Os
policiais também trabalham em condições insalubres. agravada pela
instabilidade e desordem social do trabalho (ANCHIETA; GALINKIN;
MENDES; NEIVA, 2011, p.27).

O Policial Militar (PM) é o profissional da área de segurança pública que tem


uma rotina ligada ao esforço físico intenso, exigindo boa aptidão física e mental
para suportar as cargas impostas em ambiente militar. A exposição na vida
diária está ligada a diversos fatores de risco como psicossociais, anatômicos,
fisiológicos e ambientais. (MINAYO; ASSIS; OLIVEIRA, 2011).
Dentre esses fatores, as atividades de um policial militar podem afetar
diretamente sua saúde, que em muitos casos está relacionada à privação do
sono, fadiga de ficar em pé por muito tempo, longa caminhada e o uso contínuo
da força muscular devido ao uso excessivo causado pelo uso pessoal de
equipamento de Proteção Individual (EPI) (SILVA; LIMA; GÓES, 2012).
A profissão de policial militar exige que os indivíduos
permaneçam em pé ou caminhem por horas, corram com objetos pesados ou
utilizem ao máximo a força muscular durante o exercício de suas funções. Além
de exigir tirocínio, habilidade, velocidade, percepção, memória, prudência,
observação, concentração e precisão física e mental, exige-se também que o
indivíduo corrija uma posição de desvantagem com relação ao infrator.
(RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003). Conhecer a vida do policial militar, a
função que desempenha, os hábitos tanto em termos de atividade física quanto
em termos de alimentação, seu cotidiano, incluindo momentos de laser, pode
ajudar a caracterizar o perfil desses indivíduos, a fim de identificar possíveis
riscos, visando a torná-los mais capazes de desenvolver sua atividade

5
profissional, bem como melhorar sua qualidade de vida (LIMA; BLANK;
MENEGON, 2015). Apesar da necessidade de haver equilíbrio
entre corpo e mente, os policiais militares têm uma rotina ligada ao intenso
esforço físico, em alguns casos altos níveis de estresse físico e emocional,
uma rotina de trabalho desgastante e a redução das horas livres, o que torna
essas pessoas mais propensos a ter lesões musculoesqueléticas entre outras
alterações (JUNIOR; SOUZA, 2006)

2.3 TRATAMENTOS PARA LESÕES LOMBARES

O tratamento eficaz da lombalgia torna-se necessário, tanto com o uso


de medicamentos como:

A eficácia dos analgésicos relaxante muscular entre outras drogas e


tem como suporte a fisioterapia como principal tratamento para essas
doentes. Isso foi determinado usando um protocolo em combinação
com o exercício fortalecimento muscular alongamento e mobilidade
articular foi cientificamente comprovada uma melhora nós sintomas.
(FEITOSA et al., 2016; MAGALHÃES, 2016, p.21).

A fisioterapia que pode ajudar com a dor lombar é o Pilates. O método


Pilates é uma técnica que consiste em exercícios envolvendo exercícios
isotônicos. (conscêntrico e excêntrico) e principalmente contração isométrica.
Esses exercícios são realizados em conexão com a respiração e princípios
como controle, centralização, fluidez de movimento, concentração etc.
(SEGARRA et al., 2014).
Para Cruz (2016) são feitos exercícios de solo conscientes do corpo são
realizados para estabilizar a coluna e os quadris. Isso pode fortalecer os
músculos envolvidos no core, como transverso do abdômen reto abdominal,
quadrado lombar, inclinação interna e externa e assoalho pélvico. Além disso,
também melhora a mobilidade da coluna por meio de alongamentos passivos
ou ativos, que podem aliviar dores musculoesqueléticas. Segundo Cordeiro
et al., (2008) o descanso como tratamento também é eficaz para dores nas
costas. O que não pode ser interpretado como sedentarismo, visto que o
repouso prolongado leva à atrofia dos músculos ao redor da coluna o que
incentiva a ocorrência de novas lesões e dores musculoesqueléticas. Assim

6
que a atividade e a deambulação forem possíveis, o paciente deve ser
encorajado a retomar as atividades diárias o mais rápido possível. Este
conselho leva a um retorno mais veloz ao trabalho, menos limitações funcionais
a longo prazo e uma menor taxa de recorrência.
O tratamento farmacológico da
lombalgia, uma vez descartadas causas específicas como neoplasias, fraturas,
doenças infecciosas e inflamatórias, pode ser utilizado e deve focar no controle
sintomático da dor para permitir a recuperação funcional o mais rápido possível
(PIRES; DUMAS, et al., 2008). Segundo Trevisani et al., (2002) o tratamento
não medicamentoso visa proteger a coluna de posturas e movimentos
incorretos. Este é um recurso de tratamento muito importante que reduz o
tempo e a gravidade dos sintomas. Além da nova defesa. Existem também
outras fontes de informação. Disspositivos não farmacológicos, como
dispositivos para apoiar a coluna ou limitar provisoriamente o movimento de
várias técnicas de treinamento, dispositivos que usam métodos físicos (calor,
eletricidade), tração, massagem, manipulação da coluna.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo quantitativo de caráter descritivo, mediante um


levantamento retrospectivo de dados. A abordagem quantitativa é adequada
por possuir uma característica principal: a objetividade. Ela é aplicável nas
situações de estudo exploratório para um conhecimento mais aprofundado do
problema ou do objeto de pesquisa. Esse tipo de abordagem facilita ao
pesquisador desenvolver informações precisas e interpretáveis.
Na base de dados “Scielo”, foram utilizados os seguintes
termos “coluna/policiais”, “dor lombar/policiais”, “dor lombar/colete balístico”,
“discos intervertebrais/estatura” e “treinamento de força/dor lombar”. A busca
totalizou 15 artigos, sendo excluídos 7, com a leitura dos artigos, foram
incluídos 8 artigos na presente revisão. O presente estudo avaliou o impacto as
condições de saúde dos policias militares com lombalgia no município de
Nanuque Minas Gerais.

7
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste estudo, serão avaliados 24 policias militares do serviço


operacional externo que realizam policiamento em viatura e moto do efetivo
total dos militares do Município de Nanuque. O instrumento que foi utilizado na
pesquisa de campo foi através de um questionário elaborado por meio do
google sala de aula, onde foi mandado o link via Whatsapp para os policiais
com perguntas específicas relacionadas as suas funções. Os policiais que
participaram assinaram um termo de consentimento para identificação das
condições do policial relacionadas ao trabalho e seu histórico clinico.

Gráfico 1- Idade dos policiais.

17%

33%

50%

27 a 35 36 a 40 43 a 50

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nos resultados do gráfico 1 a maioria dos participantes do estudo: tinha


entre 36 a 40 anos de idade (50,0%); com 27 a 35 anos temos (33,0%), com 43
a 50 anos (17,0%) a maioria era do sexo masculino (96%). A maioria dos
policiais da pesquisa com 95,0% são casados, 5,0% tem uma união estável,
8,3%, nenhum viúvo e solteiro nessa pesquisa. No nível de escolaridade
54,2% tem Ensino Superior, 45,8% tem Ensino médio. Em relação a renda a
maioria considera 87,5% adequada a sua remuneração, 8,3% considera muito
bom a sua remuneração e 4,2% não está feliz com sua remuneração.

Gráfico 2-
Quantos anos
4% 17%
21% você tem de
profissão?
17%
42%

6 a 8 anos 10 a 13 anos10 14 a 17 anos 4


23 a 25 anos 29 anos
Fonte: Elaborado pelo autor.

Observamos no gráfico 2 através dos resultados que a maioria com


41,0% tem de 10 a 13 anos de profissão, com 14 a 17 anos 17,0%, 23 a 25
anos com 21,0%, com 6 a 8 anos tem 17,0% e com 29 anos de profissão com
4,0%. Quanto a carga horária de trabalho dos policiais todos trabalham até 12
horas por dia com 100%, nenhum policial trabalha até 24 horas por dia. Na
função dos policiais 70,8% fazem rádio patrulha, 20,8% trabalham no setor
administrativo, 8,3% trabalha em outras funções, não havendo ninguém
guariteiro e ostensivo a pé. A carga de
trabalho pode ser pensada como resultado de inter-relações entre os reflexos
do corpo do trabalhador durante a atividade laboral e elementos do processo
de trabalho, que podem causar dor, lesão e adoecimento como causalidades
biopsíquicas. A carga de trabalho inclui todas as condições de trabalho,
incluindo a quantidade de tempo que o trabalhador usa para completar a tarefa
e a postura necessária (longa posição em pé, curvada ou sentada). (ROCHA et
al, 2014).

Gráfico 3- Já sentiu alguma dor na lombar?

9
4%

96%

SIM NÃO

Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com os resultados a maioria dos policiais com 96,0% já


sentiram dor na lombar, 4,0% dos policiais não sentem dor na lombar. As
deficiências relacionadas à dor afetam muitos aspectos da vida cotidiana e
causam sofrimento psicológico. As pessoas que são interrompidas em sua vida
diária e incapazes de manter o trabalho tendem a se afugentar da vida social e
evitar atividades de lazer. O isolamento social e a evitação de atividades
relacionadas à dor podem reduzir a autoeficácia e aumentar a probabilidade de
desenvolver sintomas depressivos e incapacidade (SALVETTI; PIMENTA;
BRAGA; CORRÊA, 2012).

Gráfico 4- Qual sua posição predominante de trabalho?

42%
54%

4%

Sentado Em pé Ambos igualmente

Fonte: Elaborado pelo autor.

10
De acordo com o gráfico 4 a maioria dos policiais com 54,0% fica tanto em pé
quanto sentado, 42,0% fica sentado e 4% fica em pé. Além
das atividades evidentes o PM está frequentemente envolvido em atividades
administrativas. Caracteriza-se pelo uso diário do computador e sentado por
longos períodos de tempo. Quando assumimos uma postura sobrecarregada, o
comprimento da fibra muscular diminui, o que favorece a largura articular,
lesão, dor e diminuição da força de contração muscular. (VANÍCOLA et al.,
2010).

Gráfico 5- Você usa colete balístico?

13%

88%

USO NÃO USO

Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com os resultados 87,0% dos policiais militares usam colete


balístico e 13,0% não usam colete balístico. Os tipos de armamento usado
pelos policiais militares com 54,2% armamento leve e 45,8% armamento leve e
pesado, nenhum com armamento pesado.
As atividades da Polícia Militar são muitas vezes desafiadoras,
quando o PM, uniformizado carrega todos os itens de segurança necessários.
Tais atividades são realizadas com gestos repetitivos. Isso foi seguido por
horas de empenhos diligentes para implementar medidas de segurança
pública, seja em pé ou na viatura. (VASCONCELOS, 2010).
Os fatores de risco a utilização de equipamentos de alto
peso as atividades, a farda, colete antibalístico, armamento, carregadores,
algemas, rádio transmissor e outros acessórios. Outros fatores que contribuem
para a sobrecarga na região lombar são os fatores psicossociais e as

11
condições trabalho enfrentadas no exercício de suas funções (MINAYO et al.,
2011).

Gráfico 6- Tem problemas de saúde? Quais?

8%

12%

4%
8%
62%
4%
4%

Ansiedade Pressã o Alta Gastrite Escoliose


Discopatia Doença renal Nã o

Fonte: Elaborado pelo autor.

Segundo os resultados da pesquisa no gráfico 6, 61,0% dos policiais não


tem problemas de saúde, mas 11,0% dos policiais tem pressão alta merece um
cuidado maior, 8,0% dos policiais escoliose e discopatia, 4,0% tem ansiedade,
gastrite, doença renal. Alguns usam medicamentos para amenizar ou controlar
a doença, 11,0% usam remédios para pressão como omelsatana, para doença
renal losartana e furosemida, alguns dos policiais não citaram as medicações
usadas.
Segundo Cordeiro et al., (2008) o descanso como tratamento é eficaz
para dores nas costas. Isso deve ser de curta duração, pois a exposição
prolongada leva à atrofia dos músculos ao redor da coluna o que incentiva a
ocorrência de novas lesões e cefaleias musculoesqueléticas. Assim que a
atividade e a deambulação forem possíveis, o paciente deve ser encorajado a
retomar as atividades diárias o mais rápido possível. Este conselho leva a um
retorno mais veloz ao trabalho, menos limitações funcionais a longo prazo e
uma menor taxa de recorrência.
O tratamento farmacológico da lombalgia, uma vez
descartadas causas específicas como neoplasias, fraturas, doenças
infecciosas e inflamatórias, pode ser utilizado e deve focar no controle
sintomático da dor para permitir a recuperação funcional o mais rápido possível
(PIRES; DUMAS, et al., 2008).
12
5. CONCLUSÕES

Os policiais enfrentam uma série de fatores de risco relacionados à dor


lombar. Tanto para os policiais que exercem atividades administrativas quanto
para aqueles que realizam atividades operacionais. Quando um policial está
em policiamento ostensivo, ele deve ficar na mesma posição por períodos
longos, e isso causa sobrecarga na região da cintura.
Esse fator de risco também está associado ao uso de equipamentos
pesados como como o próprio fardamento, coletes, armas, carregadores,
munições, algemas, rádio transmissores, itens de primeiros socorros, cantil
para hidratação e outros acessórios.

Diante do exposto, nota se uma imensa vulnerabilidade da classe dos


profissionais de segurança pública, em especial os policiais militares de
desenvolver problemas afetos a coluna.

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6. REFERÊNCIAS

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