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REVISÃO SISTEMA

RESPIRATÓRIO &
AFECÇÕES
RESPIRATÓRIAS

VALÉRIA SANTOS
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA: CLÍNICA MÉDICA

1. INTRODUÇÃO

O sistema circulatório e o sistema respiratório estão intimamente ligados, uma vez


que é o sangue que transporta o oxigênio a todas as partes do corpo humano onde ele é
necessário.

Figura 1: sistema circulatório e respiratório.


Fonte: https://pt.scribd.com/document/463013866/Mapa-mental-Sistema-cardiovascular

2. FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

• Trocas gasosas (O2 é transportado do meio externo para as membranas


pulmonares - sangue; CO2 é transportado do sangue para meio externo, através
das membranas pulmonares).
• Filtra e aquece o ar (muco e pelos nasais);
• Atua no olfato - receptores olfato;
• Emite sons (passagem de ar, vibração das cordas vocais).

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A respiração é uma característica fundamental para os seres vivos, consiste na


absorção de oxigênio (O2) e eliminação de dióxido de carbono (CO2) resultante das
oxidações celulares. É um processo contínuo, já que todos os processos químicos do corpo
dependem do oxigênio.
A respiração é o termo que se dá a troca de gases entre a atmosfera, o sangue e as
células. Ela ocorre em três processos: ventilação pulmonar, respiração pulmonar e
respiração tecidual.

3. COMPONENTES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

• Cavidade nasal;
• Faringe;
• Laringe;
• Traqueia;
• Brônquios principais; brônquios lobares, brônquios segmentares;
• Pulmões;
• Alvéolos.

Figura 2: componentes do sistema respiratório


Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/

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3.1 Cavidade nasal

O nariz é uma saliência localizada na região central da face. Possui duas aberturas
(narinas direita e esquerda) que comunicam a cavidade nasal com o meio externo. Esta
cavidade possui as conchas e meatos nasais, a mucosa, os pelos (vibrissas) e os capilares
sanguíneos, todos com a função de filtrar, aquecer e umedecer o ar inspirado. As fossas
nasais são separadas internamente por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal.

Figura 3: cavidade nasal


Disponível em: https://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Respiratorio

Os cílios das células olfatórias possuem moléculas receptoras especificas para


determinadas moléculas odoríferas e quando ambos se encaixam, a célula sensorial gera
impulsos elétricos (ou impulso nervoso). O sinal nervoso é enviado para o cérebro, onde,
finalmente, a interpretação ocorre.

Figura 4: bulbo olfatório


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bulbo_olfact%C3%B3rio

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3.2 Faringe

É um tubo muscular localizado entre a cavidade nasal e laringe. A faringe é


comum ao sistema digestório e respiratório. Sua parede é composta de músculos e
revestida de túnica mucosa. Apresenta três porções anatômicas: nasofaringe, orofaringe
e laringofaringe.

Figura 5: faringe
Fonte: https://sites.google.com/site/sistdigestorio/home/faringe

3.3 Laringe

Tubo localizado anteriormente no pescoço e formado por cartilagens (tireóide,


cricóide, epiglótica e outra menores), entre faringe e traquéia.

Figura 6: anatomia da laringe


Fonte: https://www.todamateria.com.br/laringe/

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A entrada da laringe chama-se glote, orifício cujas bordas apresentam duas pregas
vocais (cordas vocais), que vibram com a passagem do ar e produzem o som (voz). Acima
da glote existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada epiglote, que
funciona como válvula.

Figura 7: laringe
Fonte: http://drjosevartanian.com.br/patologia-laringe/

A epiglote se fixa no osso hióide e na cartilagem tireóide e funciona como uma


"porta" para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entrem ou saiam dele.
Quando engolimos sólido ou liquido, a epiglote se fecha e “tampa” a laringe, para que o
alimento siga pelo esôfago, evitando que cheguem aos pulmões. Por isso, sua abertura é
necessária para a passagem do ar.

Figura 8:epiglote
Fonte: http://ciencias-mix.blogspot.com/2012/05/por-que-engasgamos-reacao-e-sinal-

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Figura 9: respiração e fonação


Fonte: https://www.todamateria.com.br/laringe/

3.4 Traquéia

É um tubo que faz continuação à laringe. Tem estrutura cilíndrica, formada por
uma série de anéis cartilaginosos em forma de C. Mede cerca de 12 cm e faz o transporte
do ar da laringe para os brônquios e vice-versa. Ela bifurca-se na região inferior (Carina
da Traquéia), dando origem aos brônquios principais direito e esquerdo.

Figura 10: traquéia


Fonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/traqueia/

3.5 Brônquios e bronquíolos

Os brônquios surgem a partir da ramificação inferior da traquéia e por isso


possuem a mesma constituição. O brônquio principal direito é mais curto e mais largo
que o esquerdo. Os brônquios de maneira geral bifurcam-se e dão origem a uma sequência
de tubos, com diâmetros decrescentes (ou seja, devido às bifurcações os diâmetros dos

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brônquios diminuem sucessivamente), originando os bronquíolos, já dentro dos pulmões.


Os bronquíolos são os últimos tubos da via respiratória. Assim temos: brônquios
principais, brônquios lobares, brônquios segmentares e bronquíolos.

Figura 11: brônquios e bronquíolos


Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/

3.6 Alvéolos pulmonares

Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias


respiratórias.

Figura 12: alvéolos pulmonares


Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/bronquios.htm

Possuem a forma de bolsa e são representados por milhares em cada pulmão,


sendo unidades respiratórias dos pulmões responsáveis pela hematose (processo químico
de difusão do oxigênio e do dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue nos pulmões).

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Figura 13: hematose


Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/hematose.htm

As paredes dos alvéolos são tão finas que o oxigênio pode passar para o sangue,
enquanto o gás carbônico passa do sangue para o interior dos alvéolos, através da
membrana capilar alvéolo-pulmonar.

3.7 Pulmões

Os pulmões direito e esquerdo estão localizados no interior da caixa torácica,


protegidos pelas costelas. São os órgãos nos quais ocorrem efetivamente as trocas
gasosas, ou seja, a respiração. Os pulmões são subdivididos em lobos. O pulmão direito
possui três lobos: lobo superior, lobo médio e lobo inferior, e duas fissuras, uma
horizontal e uma oblíqua que delimitam esses lobos. O pulmão esquerdo possui dois
lobos: lobo superior e lobo inferior separados pela fissura oblíqua.
O pulmão é elástico, mas não se move por si só. Os movimentos de expansão e
compressão do pulmão para a entrada e saída do ar são devidos aos músculos intercostais
e ao diafragma.

Figura 14: pulmões


Fonte: http://ole.uff.br/wp-content/uploads/sites/358/2019/10/Fisiologia-do-

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Os pulmões são revestidos por um saco seroso chamado de pleura, que envolve e
protege cada pulmão. A pleura apresenta dois folhetos: um chamado de pleura visceral
que faz contato direto com os pulmões e um folheto chamado de pleura parietal que
reveste a parede interna do tórax. Entre elas existe um liquido pleural que proporciona o
deslizamento dos folhetos na constante mudança de volume e movimento pulmonar.

Figura 15: pleuras pulmonares.


Fonte: https://www.anatomiaonline.com/pleura/

Figura 16: espaço pleural.


Fonte: https://www.anatomiaonline.com/pleura/

A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que


separa o tórax do abdome. Localizado logo acima do estômago, promove, juntamente
com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios.

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Figura 17: diafragma.


Fonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/diafragma/

Figura 18: inspiração e expiração.


Fonte: https://www.ufjf.br/laura_leite/files/2019/05/Sistema-respirat%c3%b3rio-1.pdf

4. MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da


musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas
elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da
pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões.
A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento da
musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas
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abaixam; o que diminui o volume da caixa torácica, com conseqüente aumento da pressão
interna, forçando o ar a sair dos pulmões.

Figura 19: mecânica ventilatória.


Fonte: https://sites.google.com/site/kefalikinisi/home/fisiologia-humana-1/respiratorio/ventilacao

5. AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

5.1 Rinite

Conceito:

Inflamação das membranas mucosas do nariz.

Figura 20: rinite alérgica


Fonte: https://www.vidaeacao.com.br/rinite-alergica-como-evitar-que-piore-no-outono/

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Causas

• Infecção bacteriana ou viral;


• Uso contínuo de substâncias vasoconstritoras;
• Alergia

Sintomas

• Congestão nasal;
• Coriza (purulenta na rinite bacteriana);
• Prurido e espirros

Tratamento:

• Administração de anti-histamínicos, descongestionantes e corticoides;


• Evitar alérgenos e substâncias irritantes como poeiras, cigarro, odores fortes etc;
• Higiene da cavidade nasal (soro fisiológico).

5.2 Sinusite

Conceito

Inflamação dos seios paranasais.

Figura 21: sinusite


Fonte: https://www.dradaniellyandrade.com/post/sinusite-sintomas

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Causas

• Obstrução da drenagem devido: desvio de septo e produção excessiva de muco


consequência de resfriado comum.

Sinais e sintomas

• Pressão e dor sobre a área do seio afetado;


• Secreção purulenta.

Tratamento

• Antibióticos e descongestionante nasal.


• Vaporização e calor local.
• Hidratação via oral.

5.3 Embolia pulmonar

Definição

A embolia pulmonar, também chamada tromboembolismo pulmonar, é um


distúrbio grave que ocorre em decorrência da oclusão da artéria pulmonar ou de seus
ramos. Normalmente, essa oclusão ocorre por causa de trombos (coágulos de sangue,
bolhas de ar, lipídeos etc) originados no sistema venoso profundo (veias localizadas mais
profundamente) dos membros inferiores.

Figura 22: embolia pulmonar


Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/saude/embolia-pulmonar.htm

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Fatores de risco para a embolia pulmonar

• Procedimentos cirúrgicos.
• Traumas não cirúrgicos
• Gravidez
• Imobilização.
• Fraturas ou veias varicosas nos membros inferiores.
• Histórico familiar.
• Tabagismo.
• Obesidade.

Sintomas

• Dispneia.
• Taquipneia.
• Dor torácica.
• Tosse.
• Edema ou dor em MMII.
• Palpitação.
• Síncope (desmaio).

Tratamento

Figura 23: filtro de veia cava


Fonte: https://www.dranayarabatagini.com.br/tratamentos/trombose-venosa-
profunda/filtro-de-veia-cava/

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Nas embolias mais extensas pode ser indicado o uso de trombolíticos,


substâncias que diluem o êmbolo, na tentativa de restaurar a circulação sanguínea na
área afetada. Os trombolíticos apresentam muitos efeitos colaterais e risco de causar
sangramentos graves, inclusive sangramentos cerebrais. Por isso, seu uso só está
indicado em casos graves, quando o benefício supera os riscos.
Nos casos graves outra opção é a remoção cirúrgica da obstrução. Também é
um procedimento com alto grau de complicações.

5.4 Novo Coronavírus

Descrição

Os coronavírus causam infecções respiratórias e intestinais em humanos e animais;


levando ao desenvolvimento de sintomas do resfriado comum, no entanto, podem
eventualmente levar a infecções graves em grupos de risco. Previamente a 2019, duas
espécies de coronavírus altamente patogênicos e provenientes de animais (SARS e
MERS) foram responsáveis por surtos de síndromes respiratórias agudas graves.

Modo de transmissão

• Gotículas de saliva.
• Espirro.
• Tosse.
• Catarro.
• Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão.
• Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca,
nariz ou olhos.

Período de incubação

O período médio de incubação por coronavírus é de 05 dias, com intervalos que


chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a
infecção.

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Período de transmissibilidade

Estudos identificaram que o período de transmissão do vírus começa por volta de


dois dias antes do surgimento do primeiro sintoma, durando até 10 dias após a aparição
dos sintomas. O pico de transmissão ocorre por volta do quinto dia dentro deste intervalo.

Manifestações clínicas

• Sintomas mais comuns: febre, tosse, cansaço, perda de paladar ou olfato.


• Sintomas menos comuns: dores de garganta, dor de cabeça, dores e desconfortos,
diarreia, irritações na pele ou descoloração dos dedos dos pés ou das mãos, olhos
vermelhos ou irritados.
• Sintomas graves: dispneia, disfagia, perda da fala, confusão mental e dor torácica.

Diagnóstico clínico

• Quadro clínico.
• Exames laboratoriais (sorologia, antígeno, teste rápido, RT PCR).
• Exames de imagem (RX, tomografia, ressonância etc).

Tratamento

• Sintomáticos.
• Antibióticos.
• Oxigênio.
• Terapia intensiva.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na


Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem.
Profissionalização de auxiliares de enfermagem. 2. ed., 1.a reimpr. - Brasília:
Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
2. COLÉGIO SÃO BENTO. Enfermagem em intercorrências clínicas. Disponível
em: https://pt.scribd.com/document/386507055/Http-www-
colegiotecnicosaobento-com-Enfermagem-Em-Intercorrencias-Cirurgicas-pdf.
Acesso em: 21/05/2022
3. DELFINO, Aretusa. Enfermagem em clínica médica. Disponível em:
https://tlconcursos.webnode.com.br/_files/200000050be730bf6d3/Apostila%20-
%20Cl%C3%ADnica%20Medica.pdf. Acesso em: 21/05/2022.
4. Enfermagem em clínica médica. Disponível em: https://irp-
cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Enfermagem%20em%20Cl%
C3%ADnica%20M%C3%A9dica.pdf. Acesso em: 21/05/2022.

5. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico
Cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

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