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6- SISTEMA RESPIRATÓRIO

Introdução
O aparelho respiratório é um conjunto de órgãos responsáveis pelo transportar do ar para dentro e fora
dos pulmões. Pode ser dividida em uma parte condutora e outra respiratória.

Os seres humanos podem viver por vários dias sem alimento ou água, mas eles morreriam em poucos
minutos na ausência de ar. O oxigênio, um gás encontrado no ar, é necessário para o metabolismo da célula,
o processo crucial para transformar alimento em energia.
A respiração baseia-se em absorção de oxigênio (O2) necessário para gerar energia e eliminar o gás
carbônico ( CO2) resultante das reações químicas. A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do
pH do sangue. Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado. Caso o pH do
plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é deprimido, diminuindo a freqüência e a
amplitude dos movimentos respiratórios. Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO 2. .
Na respiração humana existe um sistema intermediário que é o sangue. O sangue transporta o oxigênio
dos alvéolos aos tecidos e transporta o gás carbônico dos tecidos aos alvéolos pulmonares. A célula
sanguínea responsável por este transporte é a hemácia.
Ao processo de inspirar e expirar o ar dá-se o nome de respiração.
 Inspiração: é a entrada de ar para os nossos pulmões.
 Expiração: é a saída de ar dos nossos pulmões.
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Confira na tabela abaixo a porcentagem desses gases em cada processo da respiração.

Gases Inspirados Expirados


Nitrogênio 79 % 79 %
Oxigênio 20 % 17 %
Gás Carbônico 0,04 % 4%

A respiração realiza-se graças à expansão e contração dos pulmões; o processo e a freqüência com que
ela ocorre são controlados por um centro nervoso cerebral.

6.1 Divisão do sistema respiratório


- Porção condutora: conduz o ar desde a entrada (nariz) até a porção respiratória (pulmões), com a
função de filtrar, umedecer e purificar o ar.
Fazem parte desta porção: o nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios.
- Porção respiratória: é responsável pelas trocas gasosas e o pulmão está presente nesta porção.

6.2 - Nariz
O nariz é compreendido em nariz externo, cavidade nasal e seios paranasais.
O nariz externo é formado por esqueleto ósseo e cartilagem, possui uma abertura piriforme, raiz, base
(narinas, separadas por um septo), ápice, dorso e asas. A cavidade do nariz se dá por uma abertura externa
chamada de narinas, uma abertura interna que são as coanas, o vestíbulo onde estão localizados os pêlos, o
septo nasal (constituído pela cartilagem septal, osso vômer e etmóide), possui ainda as conchas nasais
superior, médias e inferiores, entre as conchas há um espaço chamado de meatos, os quais podem ser
superior, médio e inferior.
Os seios paranasais estão localizados em ossos pneumáticos, cuja função é aquecer e umedecer o ar
inspirado, além de ser responsável pela ressonância da voz.

6.3- Faringe
É um túbulo músculo membranoso comum tanto no sistema digestório quanto ao respiratório. No
respiratório têm como função direcionar o ar para os pulmões. A faringe é dividida em nasofaringe, orofaringe
e laringo-faringe (local onde se localiza a epiglote). A epiglote têm a função de impedir o alimento de chegar
ao pulmão.

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6.4- Laringe

É formada por um tubo de cartilagem (tireoide, cricóide , aritenóide e a epiglote) e o interior desse tubo
é revestido por uma mucosa. A laringe tem importante função ao impedir a entrada de alimento nas vias aéreas
inferiores e garantir a fonação. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de
“lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, esta por sua vez termina fechando o esqueleto da laringe e
está localizada posteriormente a raiz da língua. A epiglote funciona como válvula, quando nos alimentamos, a
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias
respiratórias. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas(dobras em número de duas), as cordas
vocais, que é responsável pela produção da voz, pois, faz o ar vibrar as cordas vocais quando ocorre a sua
passagem pela laringe.

6.5- Traquéia
É a continuação da laringe, colocada a frente do esôfago, bifurca-se em dois tubos menores chamados
de brônquios. Está ligada a laringe aos brônquios, para levar o ar aos pulmões durante a respiração.É um
conjunto de anéis cartilaginosos em forma de C e fechada por um músculo traqueal. É um tubo de
aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas
por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, onde essa bifurcação é chamada de carina,
originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere
partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para
fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.

6.6- Brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares

Os brônquios são canais que surgiram da bifurcação da traquéia. Cada brônquio penetra nos pulmões
e ramificam- se em tubos menores chamados bronquíolos, cujas paredes ficam cada vez mais finas.

Os bronquíolos, têm diâmetro de aproximadamente 1 mm e se abrem para os alvéolos pulmonares.

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Os alvéolos pulmonares são pequenos sacos aéreos com uma fina parede, constituída por pequenos
vasos sanguíneos e é através delas que ocorrem as trocas vitais de oxigênio e gás carbônico, ou seja as
trocas gasosas.

Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio(O2) do ar difunde-se para os capilares sangüíneos e penetra nas
hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar (processo
chamado hematose). Este intercâmbio de gases ocorre obedecendo às leis físicas da difusão.

Transporte de gases respiratórios

O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias.
Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-
hemoglobina.

6.7 - Pulmões

São em número de dois, sendo um esquerdo e outro direito, onde este por sua vez é maior que o
esquerdo. O pulmão esquerdo apresenta dois lobos(superior e inferior) e o direito três lobos(superior médio
e inferior). A divisão dos pulmões em lobos é feita por sulcos profundos denominadas de fissuras.
Os pulmões são divididos em: Vias aéreas, Pleura Parietal e Pleura visceral.
Cada pulmão é envolvido por uma fina membrana que se dobra sobre si formando uma dupla camada
ao redor de cada pulmão, chamada de pleura. Entre estas membranas há um espaço mínimo preenchido por
um fluido, denominado Líquido Pleural, que possibilita o deslizamento das duas pleuras durante a
respiração e asseguram a pressão interna do pulmão.

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A pleura interna está ligada ao pulmão e a externa, à caixa torácica. A principal função delas é permitir
a contração e a expansão dos pulmões de forma suave e uniforme.

Entre os pulmões existe um espaço chamado de mediastino. O pulmão ocupa quase toda a cavidade
torácica, junto com o coração.
Ao respirar, a caixa torácica se expande para cima e para fora fazendo com que os pulmões se
expandam e se encham de ar ao mesmo tempo, portanto quanto mais forte a ação muscular, maior
quantidade de ar penetra nos pulmões.
A capacidade total do volume máximo de ar que cabe nos pulmões é de 4,2 a 5,9 litros, enquanto a
capacidade vital é de 3,1 a 4,7 litros. Em atletas, a capacidade vital pode chegar a 6,5 litros.

6.8 – Músculos
O sistema respiratório só funciona devido a uma ação contínua dos músculos que realizam a inspiração
e podem auxiliar numa expiração forçada.
- Músculos da Inspiração : Diafragma, intercostais internos, esternocleidomastóideo, serrátil e
escalenos.
- Músculos da expiração : Intercostais e abdominais.

6.8.1 - Diafragma

Lâmina muscular localizada entre o tórax(peito) e o abdome, que se contrai e relaxa num movimento
ritmado, fazendo com que as costelas e os pulmões se expandam, auxilia no processo da respiração, devido
ao fato que os pulmões não podem se mover por conta própria.
É formado por duas hemicúpulas sendo que abaixo do lado direito encontra-se o fígado e abaixo do lado
esquerdo encontra-se o estômago. Superior a eles estão os dois pulmões.
Suas inserções são: Últimas costelas, processo xifóide, L3 e L4. Existindo também um centro tendíneo
frênico.
Sua inervação é mista sendo portanto voluntário e involuntário.
Ao se contrair exerce alterações em duas porções distintas:
a) Abdominal: aumentando a pressão abdominal, simulando o ato de evacuar.
b) Torácica: traciona os dois pulmões para baixo, diminuindo a pressão torácica permitindo que o
ar entre até os pulmões.

6,9- Fisiologia da respiração

A respiração resulta da entrada e saída de ar dos pulmões através do processo das trocas gasosas. A
respiração pode ser dividida em ventilação pulmonar, trocas gasosas e transportes de gases nos líquidos
corporais. A seguir iremos compreender como o homem respira.
O ar que respiramos é umedecido e aquecido por pequenos vasos sanguíneos próximos à cavidade
nasal antes de chegar aos pulmões. Os finos pêlos presentes no nariz filtram o ar e impedem que corpos
estranhos sejam levados aos pulmões. O ar ao chegar aos pulmões, através dos alvéolos permitem um
contato muito estreito entre o sangue e o ar. Devido à fina membrana dos alvéolos, permite que o oxigênio e
o nitrogênio passem do ar para o sangue e desta forma, o sangue leva oxigênio para todo o corpo. Quando o

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sangue retorna aos alvéolos, o dióxido de carbono e outros gases passam do sangue para os alvéolos e estes
gases são eliminados do seu corpo como o ar que você expira.
Durante a inspiração, o diafragma se achata e perde a forma abaulada que possui quando relaxado. Ao
mesmo tempo, os músculos intercostais se contraem e empurram a caixa torácica para cima e para fora.
Esses movimentos aumentam o volume do tórax e permitem que os pulmões se expandam e se encham de
ar. Na expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, diminuindo o volume da caixa torácica e
fazendo com que os pulmões se contraiam e expulsem o ar para fora.
As figuras abaixo mostram os movimentos da caixa torácica diante do processo de inspiração vista de
frente (à esquerda) e do processo de expiração vista de perfil (à direita).

6.7.1- Freqüência respiratória

A frequência respiratória é identificada pela sigla IRPM ( incursões respiratórias por minuto). Temos em
média 15 incursões por minuto.

Padrão de Normalidade:

Idade Valor médio (IRPM)


Idoso 14 - 18
Adulto 16 - 20
Criança 20 - 26
Lactante 40 - 60

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7- SISTEMA CARDIOVASCULAR OU CIRCULATÓRIO

Introdução

O sistema circulatório é um sistema de tubos fechados no qual circulam o sangue e a linfa, possuindo
um órgão central que funciona como uma bomba, o coração. Além de ser constituído por um conjunto
fechado de canais que são distribuídos em todo o organismo, os vasos sanguíneos e linfáticos.
O sistema circulatório compreende uns 97.000 quilômetros de canais que transportam o sangue para
todas as partes do corpo.
A Angiologia é a ciência que estuda o coração e os vasos responsáveis pela circulação do sangue.
O trajeto do sangue começa e termina no coração.

7.1- Generalidades
O aparelho circulatório é responsável pelo fornecimento de oxigênio, transportar substâncias nutritivas e
hormônios aos tecidos, manutenção da temperatura corpórea, defesa orgânica contra microrganismo. Além
disso, também exerce a função de transportar os produtos finais do metabolismo até os órgãos responsáveis
por sua eliminação.

7.2- Divisão
O sistema circulatório é dividido em sistema sanguíneo, que compreende o coração e os vasos
sanguíneos, que são as artérias, veias e capilares. O sistema linfático compreende os vasos linfáticos,
linfonodos, tonsilas, baço e timo.

7.3- Vasos sanguíneos

É um conjunto de tubos (vasos sanguíneos) pelo qual o sangue circula, sendo levado do coração para os
tecidos ou vice-versa. A parede dos vasos sanguíneos é formada por três camadas: Túnica Externa ou
Adventícia, Túnica Média e no interior encontramos a Túnica Interna.

Existem três tipos principais de vasos sanguíneos, os quais são:

 Artérias: são mais profundas que as veias, não possuem valvas, são mais rígidas e a pressão do sangue
é maior. Tem como função levar o sangue do coração para a periferia do corpo. Podem ainda apresentar
pequeno, médio, grande calibre e arteríolas. A maior e mais importante artéria do corpo humano é a
Aorta, que distribui o sangue por todo o corpo.

Principais artérias do organismo


Após sair do coração, a aorta se ramifica em diversas artérias. Entre elas, destacamos:
• Carótidas — Conduzem o sangue à cabeça.
• Subclávias — Conduzem o sangue aos membros superiores.
• Mesentéricas — Conduzem o sangue aos intestinos delgado e grosso.
• Hepáticas — Conduzem o sangue ao fígado.
• Renais — Conduzem o sangue aos rins.
• Ilíacas — Conduzem o sangue aos membros inferiores.

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PRINCIPAIS ARTÉRIAS DO ORGANISMO

 Veias: são superficiais, possuem valvas, a pressão do sangue é menor, tem como função reconduzir o
sangue ao coração. Podem ainda apresentar pequeno, médio, grande calibre e vênulas. Quanto a situação
podem ser classificadas em superficiais e profundas. As profundas podem ser de dois tipos: solitárias(não
têm uma artéria correspondente) e as satélites(são veias que acompanham as artérias profundas).
Principais veias do organismo
Diversas veias se reúnem para formar as veias cavas. Vejamos algumas delas:
 Jugulares — Trazem o sangue da cabeça.
 Subclávias — Trazem o sangue dos membros superiores.
 Renais — Trazem o sangue dos rins.
 Ilíacas — Trazem o sangue dos membros inferiores.
 Supra hepáticas – trazem o sangue do fígado.
 Intestinais ou mesentéricas - trazem o sangue dos intestinos. Além de recolherem o sangue, elas o conduzem
ao fígado pela veia porta.

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PRINCIPAIS VEIAS DO ORGANISMO

PRINCIPAIS VEIAS DO BRAÇO E DOBRA DO BRAÇO

VEIAS DO DORSO DA MÃO

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Capilares: são vasos sanguíneos microscópicos interpostos entre as arteríolas e as vênulas , responsáveis
pelas trocas entre o sangue e o tecido. Estão ausentes na epiderme, na cartilagem hialina, na córnea e na
lente. Os capilares se unem para formar veias pequenas e por sua vez, as veias se unem para formar veias
maiores. Sabe-se que num círculo completo, o sangue passa pelo coração duas vezes: primeiro rumo ao
corpo; depois rumo aos pulmões.

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CABEÇA

PESCOÇO

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MEMBROS SUPERIORES

BRAÇO , DOBRA DO BRAÇO ANTEBRAÇO E MÃO

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MEMBROS INFERIORES

ARTÉRIAS E VEIAS DA COXA

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VEIAS DA PERNA

ARTÉRIAS DA PERNA

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Cavidade abdominal e pélvica

7.4 - Coração

O coração é um órgão musculoso oco, do tamanho aproximado de um punho fechado e com peso em
média de 400g, tem cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura.
O coração funciona como uma bomba, recebendo o sangue das veias e impulsionando-o para as
artérias. Quanto a sua forma apresenta uma base, ápice e faces(esternocostal, pulmonar e diafragmática).

Vista Anterior Vista Posterior Vista Superior

A parede do coração propriamente dito consiste de três camadas distintas: pericárdio, miocárdio e
endocárdio.

Pericárdio - Conjunto de membranas que envolve externamente o coração, evitando que os seus batimentos
provoquem atrito nos outros órgãos. O pericárdio apresenta duas camadas:
 pericárdio fibroso (mais externo).
 pericárdio seroso (parietal e visceral= epicárdio)

Miocárdio - É o poderoso músculo do coração. Encontra-se mais desenvolvido na zona dos ventrículos,
especialmente no ventrículo esquerdo.

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Endocárdio - É a membrana que forra internamente as cavidades cardíacas.

Pericárdio Miocárdio Endocárdio

Vasos ligados ao coração

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Como o coração é uma bomba que impele o sangue através do corpo, diversos vasos sanguíneos chegam até
ele e dele saem. Veja:

 Artéria pulmonar — Sai do ventrículo direito, conduzindo o sangue venoso para os pulmões. Na saída da
artéria pulmonar há uma valva chamada de pulmonar ou semilunar.

 Artéria aorta — Sai do ventrículo esquerdo, conduzindo o sangue arterial às diversas partes do corpo,
através de várias ramificações. Na saída da artéria aorta há uma valva chamada de aórtica.

 Veias cavas — Penetram no átrio direito, trazendo o sangue venoso que foi recolhido do organismo por meio
de diversas ramificações. Há duas veias cavas: superior, que traz para o átrio o sangue da cabeça e dos
membros superiores; e inferior, que traz para o átrio o sangue que serviu ao tronco e aos membros
inferiores.

 Veias pulmonares — São quatro vasos que penetram no átrio esquerdo, trazendo sangue arterial dos
pulmões.

Os vasos sanguíneos que irrigam e nutri o músculo cardíaco chamam-se coronárias. Como você pode
perceber, o sangue venoso atravessa o lado direito e o sangue arterial, o lado esquerdo do coração.

7.4.1- Localização

O coração localiza-se na cavidade torácica, posterior ao osso esterno e superior ao diafragma,


ligeiramente deslocado para a esquerda. Ocupa no tórax, a região entre os pulmões, conhecida como
mediastino médio. Situa-se quase todo do lado esquerdo, disposto obliquamente, ou seja, o ápice está mais
situado no plano lateral e mais anteriormente em relação à base, que é mais voltada para a região mediana.

7.4.2- Morfologia Interna

A cavidade cardíaca é formada por septos que divide essa cavidade em compartimentos, ou seja, septo
átrio-ventricular (divide o compartimento em superior e inferior) e interatrial(divide o compartimento em
direito e esquerdo).
O coração é dividido por um septo vertical em duas metades, sendo formado por quatro cavidades,
dois átrios que são também conhecidas como aurículas direita e esquerda, onde dentro delas encontramos os
músculos pectíneos ou papilares e dois ventrículos direito e esquerdo.
Entre cada câmara há uma valva, a tricúspide do lado direito e a bicúspide (ou mitral) do lado
esquerdo. Estas valvas abrem-se em direção dos ventrículos, durante a contração das aurículas. As valvas
servem para regular o fluxo, ou seja, impede que ocorra um retorno do sangue do ventrículo para o átrio.
Há valvas localizadas junto aos orifícios de abertura da Artéria Aorta(valva aórtica) e da Artéria
Pulmonar (valva pulmonar) ou valvas semilunares.
No átrio direito chegam as veias cava superior e inferior e no esquerdo, as quatro veias pulmonares, do
ventrículo direito sai a artéria pulmonar e do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta.
A artéria que nutri e irriga o coração é a coronária.

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Morfologia Interna do Coração

No coração temos o nó-atrial também conhecido como marcapasso que controla as batidas do
coração.

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7.4.3- Funcionamento do coração

A circulação pode ser classificada em pequena circulação, que é feita do coração para os pulmões e a
grande circulação é feita do coração para o resto do organismo.

O sangue desoxigenado, rico em CO2, chega ao coração através da veia cava superior e inferior , entra
no átrio direito, ocorre a contração ventricular é mais lenta e mais energética.

As cavidades ventriculares se esvaziam quase que por completo, onde esse segue será impulsionado
para a artéria pulmonar que o recolhe e leva até os pulmões para que ocorra as trocas gasosas.

Nos pulmões este sangue será oxigenado. O lado esquerdo do coração recebe o sangue oxigenado dos
pulmões, que chegam em átrio esquerdo através das veias pulmonares.

Quando o sangue chegar no ventrículo esquerdo será impulsionado em direção à artéria aorta que o
conduzirá para o resto do corpo, para todos os tecidos do organismos.

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Ciclo Cardíaco

1- Indique as estruturas do coração:

2-Preencher o ciclo cardíaco:

O sangue desoxigenado chega ao lado ________________do coração através das veias_________________

__________________ e _________________________, desembocando em _________________________.

O ________________________________ contrai, valva __________________________ abre-se e o sangue

é impulsionado para o __________________________________. O ________________________________

se contrai, valva ________________________________________ abre-se e o sangue é impulsionado para a

_____________________________________ que levará o sangue até aos ___________________________

para que ocorra as _______________________________________________________________________.

O sangue agora oxigenado chega ao lado ____________________________________do coração através das

veias______________________________, desembocando em _____________________________________

O ___________________________ contrai, valva _____________________ou ______________ abre-se e

o sangue é impulsionado para o __________________________________. O_________________________

se contrai, valva ______________________ abre-se e o sangue é impulsionado para a__________________

que levará o sangue até aos __________________ para que ocorra a oxigenação. Novamente o sangue será

recolhido e reiniciaremos o _________________________________________________________________.

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Contração e Relaxamento do Coração
A atividade do coração consiste na alternância da contração (sístole) e do relaxamento (diástole) das
paredes musculares das aurículas e ventrículos. Durante o período de relaxamento, o sangue flui das veias
para as duas aurículas, dilatando-as de forma gradual ao final deste período, suas paredes se contraem e
impulsionam todo o seu conteúdo para os ventrículos, lembrando que logo após a sístole ventricular segue-se
imediatamente a sístole auricular depois, o coração fica em um completo repouso durante um breve espaço
de tempo. Através dessa atividade podemos verificar a pressão arterial, que é a pressão que o sangue exerce
nas paredes dos vasos.

Pressão Arterial

Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. Em um adulto com
boa saúde, a pressão nas artérias durante a sístole ventricular – pressão sistólica ou máxima – é da
ordem de 120 mmHg (milímetros de mercúrio). Durante a diástole, a pressão diminui, ficando em torno de
80 mmHg; essa é a pressão diastólica ou mínima.

O ciclo de expansão e relaxamento arterial, conhecido como pulsação, pode ser percebido facilmente na
artéria radial do pulso ou na artéria carótida do pescoço.

A pulsação corresponde às variações de pressão sangüínea na artéria durante os batimentos cardíacos.


As pressões arteriais máxima e mínima podem ser detectadas nas artérias do braço e medidas com um
aparelho chamado esfigmomanômetro.

Frequência Cardíaca

A freqüência das batidas do coração é controlada pelo sistema nervoso vegetativo, de modo que o
simpático acelera e o sistema parassimpático a retarda. Em adultos a freqüência cardíaca normal é de 72
batimentos por minuto, em situação de repouso.

Pequena e Grande Circulação

A pequena circulação inicia-se em ventrículo direito pela artéria pulmonar e vai para os pulmões,
voltando ao coração em átrio esquerdo através das quatro veias pulmonares.
A grande circulação inicia-se em ventrículo esquerdo pela artéria aorta e vai para o resto do
organismo, voltando ao coração em átrio direito através da veia cava superior e inferior.

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7.5- Eletrocardiograma - exame do coração

O eletrocardiograma (ECG) registra a atividade elétrica do coração. um impulso elétrico, gerado no


nódulo sino-auricular, precede cada contração do músculo cardíaco; as ondas desenhadas em um ECG traçam
o trajeto desses impulsos tal como eles se propagam no coração.
As irregularidades do ECG refletem afecções no músculo, no fornecimento de sangue ou no controle
neural do coração.

7.6 - O sangue

É um tecido ou massa líquida vermelha, contida no sistema circulatório.


O sangue venoso é vermelho rubro, escuro, por ser rico em gás carbônico(CO2) e pobre em
oxigênio(O2), enquanto o sangue arterial é vermelho claro, escarlate, por ser rico em oxigênio(O2) e pobre
em gás carbônico(CO2).
São funções básicas do sangue: transportar substâncias (oxigênio, nutrientes, sobras das atividades
celulares, hormônios).
A parte líquida do sangue é o plasma, que tem coloração ligeiramente amarelada. Correspondem aos 45% do volume
restante do sangue, além de conter substâncias orgânicas e inorgânicas, água, soro e fibrinogênio.
O fibrinogênio é a proteína do plasma e ajuda no processo de coagulação sanguínea.

A parte sólida do sangue é chamamada de elementos figurados e compõem-se de:


 Glóbulos vermelhos,
 Glóbulos brancos
 Plaquetas.
Vasos sanguíneos e as céluas sanguíneas:

- Glóbulos vermelhos — Também conhecidos como hemácias, são responsáveis pelo transporte de
oxigênio. São células em forma de disco, com uma concavidade de ambos os lados. São produzidos pela
medula óssea e só possuem núcleo quando muito jovens. Estando já no plasma, os glóbulos vermelhos
não possuem núcleo e são sempre substituídos por novas células. Duram cerca de 120 dias. As hemácias
contêm um pigmento vermelho chamado hemoglobina, que dá a cor característica ao sangue. A
hemoglobina se combina facilmente com o oxigênio, desempenhando papel fundamental na respiração.

- Plaquetas- São originárias dos megacariócitos e tem como função atuar no processo da coagulação
do sangue.

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7.6.1 - Processo de Coagulação do Sangue

- Glóbulos brancos — Também conhecidos como leucócitos, tem como função defesa do nosso corpo.
Células de forma variável, sempre com núcleo, são produzidas na medula óssea e nos nódulos linfáticos.
São maiores que as hemácias. Alguns leucócitos atacam os organismos invasores, "comendo-os", ou seja,
fagocitando-os. São denominados macrófagos. Outros leucócitos produzem substâncias especiais,
denominadas anticorpos, que auxiliam na destruição dos organismos invasores ou das substâncias estra-
nhas ao corpo. São denominados linfócitos. Existem dois tipos principais de linfócitos:
- linfócitos T: derivam de células indiferenciadas da medula óssea que migram pelo sangue até
o timo, onde se dividem e se diferenciam em linfócitos, que por isso são chamados T. O timo é um
órgão localizado no tórax, próximo ao coração.
- linfócitos B: nos mamíferos esse tipo de linfócito parece se diferenciar no fígado do feto e,
após o nascimento, na medula óssea vermelha. Emprega-se a letra B por esse tipo de linfócito ter
sido inicialmente descoberto nas aves, sendo maturado numa estrutura chamada Bursa de
Fabricius.

- Tipos de Leucócitos

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7.6.2- Grupo Sanguíneo

Sistema ABO
Os resultados do experimento realizado por Landsteiner o levaram a sugerir o sistema ABO.
Ele considerou que havia três tipos de sangue: sangue do tipo A; sangue do tipo B; e sangue do tipo O. Um
ano depois, outros cientistas identificaram um quarto tipo, que foi nomeado AB.
A diferença entre os quatro tipos de grupos de sangue deve-se à presença, nas hemácias, de uma substância
chamada aglutinogênio (aglutinogênio A; aglutinogênio B; aglutinogênio AB). Dependendo do aglutinogênio na
hemácia, existe, no plasma, uma substância chamada aglutinina, que pode ser anti-A ou anti-B.

Vejamos:

• Sangue do grupo A — Contém aglutinogênio A e aglutinina anti-B.


• Sangue do grupo B — Contém aglutinogênio B e aglutinina anti-A.
• Sangue do grupo O — Não contém nenhum dos dois aglutinogênios, mas contém as duas aglutininas.
• Sangue do grupo AB — Contém os dois aglutinogênios, mas não contém nenhuma das aglutininas.

Grupos sanguíneos e seus aglutinogêneos

Como é feito o exame de tipagem sanguìnea ABO e Rh

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A descoberta dessas diferenças abriu novas possibilidades no campo da transfusão sanguínea. Tornou-se
claro que seria necessário avaliar a compatibilidade entre o sangue do doador e o do receptor.
Assim, por exemplo, a pessoa de tipo sanguíneo A não pode receber sangue do tipo B, pois as suas
aglutininas anti-B reagem, fazendo com que as hemácias se juntem, entupindo os vasos sanguíneos.

Fator Rh.
Refere-se a um complexo de substâncias que pode ser encontrado em algumas pessoas. O sangue que possui esse
complexo denominadas fator Rh _ é classificado em positivo (Rh+), enquanto o que não é classificado como Rh negativo
(Rh-). Nas transfusões sanguíneas, o fator Rh também é considerado.

Esquema de transfusão sanguínea

Veja, no esquema, as diferentes possibilidades de doação entre os diversos grupos.

Sistema MN:
Landsteiner e Levine descobriram, em 1927, dois outros antígenos no sangue humano, designando-os como
antígeno M e antígeno N. Eles verificaram que algumas pessoas apresentavam um desses antígenos, enquanto
outras apresentavam os dois juntos. Estabeleceram, então, outros tipos de grupos sangüíneos, além daqueles do
sistema ABO - o sistema MN, composto por três fenótipos; grupo M, grupo N e grupo MN. Nesse caso, os
grupos sangüíneos são determinados por um par de alelos sem relação de dominância entre si.

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7.7 - Sistema Linfático

O sistema linfático é constituído por vasos linfáticos, por onde circula a linfa e pelos órgãos linfóides.
A linfa é um líquido transparente semelhante ao plasma sanguíneo, a qual é constituída por plasma e
leucócitos, sendo as células em suspensão os linfócitos. A diferença entre a linfa e o plasma é a quantidade
de proteínas, pois, a linfa possui menor quantidade de proteínas. A linfa localiza-se entre as células, chamado
de líquido intersticiais do tecido e têm a função de auxiliar na drenagem tecidual e uma outra função é a
defesa orgânica.

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7.7.1- Vasos linfáticos

a) Capilares linfáticos: são mais calibrosos e irregulares que os capilares sanguíneos. Os capilares
linfáticos se unem e formam uma rede de capilares linfáticos chamados vasos coletores.
b) Vasos coletores: possuem grande quantidade de valvas. Os vasos coletores se unem e formam
troncos maiores chamados Troncos Linfáticos.
c) Troncos linfáticos: os principais troncos linfáticos são:
- Tronco jugular: traz a linfa da cabeça e do pescoço
- Tronco subclávio: traz a linfa dos membros superiores
- Tronco broncomediastinal
- Tronco intestinais: traz a linfa do abdômen
- Tronco lombar: traz a linfa dos membros inferiores.
d) Ductos linfáticos: é a união dos troncos. Os principais são ducto linfático direito e torácico.

7.7.2 - Gânglios linfáticos:

São pequenas dilatações de consistência mole, que apresentam forma e volumes variados e estão
posicionados no trajeto do vaso linfático. Estão distribuídos em todo o corpo na periferia dos troncos
vasculares.
Alguns gânglios por terem tensão superficial podem ser palpáveis caso estejam inflamados, como por
exemplo os gânglios das axilas, virilha e pescoço, quando há infecção na região.
A função principal do gânglio é a produção de linfócitos, além de representar um lugar de depuração,
onde os leucócitos ao deixam partículas estranhas, micróbios e gorduras que trouxeram consigo.

7.7.3- Órgãos linfóides


a) Linfonodos: são órgãos ovais e têm a função de fazer a filtragem da linfa. Os linfonodos estão
sempre acompanhando os trajetos das veias.

b) Tonsilas: são massas, acúmulos de tecidos linfáticos encontrado logo abaixo da membrana da
mucosa da faringe. Funciona como uma primeira barreira de proteção da faringe. Existem as
tonsilas linguais, a palatina, que está localizada na parede lateral perto do palato e a faríngea, que
se localiza na região da nasofaringe (teto)

c) Baço: é um órgão pequeno que se localiza em região superior, posterior esquerda na cavidade
abdominal. Têm como função principal a filtragem do sangue, onde esta filtragem significa a
eliminação de bactérias. Exerce ainda a função de armazenador de sangue e destruidor de glóbulos
vermelhos velhos, reaproveitando o ferro da hemoglobina.

d) Timo: é um órgão bilobado unido por uma ponte chamado de istmo, que localiza-se na região baixa
do pescoço ficando em contato com a traquéia e ligado ao coração. Podemos portanto, dizer que
ele apresenta uma localização cervical(antero -lateral a traquéia) e torácica(posterior ao osso
esterno). É bem desenvolvido em crianças e em adultos é apenas um acúmulo de gordura. O timo é
responsável pelo desenvolvimento e maturação do sistema imunológico do indivíduo.

7.7.4- Circulação linfática

A circulação linfática se faz por intermédio dos vasos especiais, os vasos linfáticos que confluem dos
inúmeros vasos para dois troncos, o canal torácico que está no lado esquerdo e a grande veia linfática que
está no lado direito por elas a linfa se lança na veia subclávia e deste modo retorna ao sangue.

7.7.5 - Sistema imunológico

O organismo defende-se contra proteínas estranhas e microrganismos infecciosos com um sistema


complexo duplo, que depende do reconhecimento de uma área na estrutura da superfície ou do padrão de
superfície do invasor. As duas partes do sistema são a imunidade celular, em que os mediadores são os
linfócitos e a imunidade humoral, baseada na ação de moléculas de anticorpos.

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8- SISTEMA NERVOSO

Introdução
O sistema nervoso controla e coordena todas as funções orgânicas , é responsável pela adaptação do
indivíduo ao meio ambiente. Para que ocorra essa adaptação há três propriedades básicas como
irritabilidade, condutilidade e contratilidade. Têm como função principal perceber e identificar as condições
externas e internas, fazendo com que o corpo responda a estas condições para entender seu
funcionamento. As funções básicas do sistema nervoso são:
 função integradora - coordenação das funções do vários órgãos ( contração e secreção)
 função sensorial - sensações em geral e especiais.
 função motora - contrações musculares voluntárias ou reflexas.
 função adaptativa -adaptação do animal ao meio ambiente (sudorese , respiração)

8.1- Generalidades
Através do estudo da Embriologia foi possível descobrir que o sistema nervoso originou-se no dorso
do embrião , na segunda semana de gestação através de um folheto germinativo, chamado ectoderma.
Anatomicamente o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central que compreende o
encéfalo e a medula espinhal e periférico , compreendido pelos nervos, gânglios e terminações nervosas.
Funcionalmente ele divide-se em somático e visceral.
O somático exerce o controle sobre os músculos esqueléticos e autônomo, que é involuntário e
controla os músculos liso, cardíaco e as glândulas. O sistema nervoso autônomo divide-se em dois: simpático
e parassimpático que agem de forma contrária e ainda existe o entérico. O sistema nervoso é constituído de
neurônios (células nervosas) e de uma variedade de células de manutenção, sustentação e nutrição
denominadas neuróglias.

8.2-Neurônio
São células alongadas, dotadas de um corpo celular (ou pericário) e numerosos prolongamentos. Ela é
capaz de perceber qualquer variação que ocorra a sua volta reagindo com uma alteração elétrica que percorre
sua membrana, chamada impulso nervoso. Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:
 dendritos – prolongamentos bastante ramificados que têm a função de captar estímulos;
 axônio – prolongamento terminado em ramificações que delimitam pequenas dilatações, onde se
abrigam os neurormônios (responsável pela transmissão do impulso nervoso) em toda sua extensão,
o axônio é envolvido pela bainha de Schwann. e em muito axônios, as células de Schwann
determinam a formação da bainha de mielina (invólucro lipídico que atua como isolante térmico e
facilita a transmissão do impulso nervoso entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de
descontinuidade da bainha de mielina, que acarreta a existência de uma constrição
(estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier.

De acordo com sua função os neurônios podem ser classificados em:


- Neurônio sensoriais: recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo.
- Neurônio motores: controlam as células glandulares e musculares.
- Neurônios associativos:fazem conexões entre outros neurônios, formando um circuito mais complexo.

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8.2.1- Estrutura do neurónio

As estruturas dos neurônios são:


 Neuróglias ou células glias: que tem por função dar sustentação dos neurônios e auxiliar seu
funcionamento, constituindo metade do volume do encéfalo.
 Fibras nervosas: são formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus
envoltórios As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva
denominada perineuro.

8.3- Divisão do sistema nervoso


Anatomicamente o sistema nervoso é dividido em :

1- Sistema Nervoso Central: que subdivide-se em :

Encéfalo
O encéfalo é o órgão que centraliza o controla o funcionamento do corpo, sendo que todas as
informações vindas das diferentes partes do corpo chegam até diferentes áreas do encéfalo, chamadas
centros nervosos, onde sua integração gera impulsos nervosos, que representam ordens de ação, sendo elas
emitidas às diversas partes. O encéfalo é composto pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico.

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Meninges
Existem três membranas conjuntivas que envolvem o sistema nervoso central, em maior parte o
encéfalo, as quais são: duramater(a mais superficial e resistente), aracnóide( é intermediária, reveste a
duramater) e piamáter(mais profunda e em contato com o encéfalo) . Entre a membrana aracnóide e
intermediária há um fluído transparente, incolor chamado de líquido cefalorraquidiano ou líquor,
produzido numa estrutura chamada de plexo torióide , localizado nos ventrículos laterais. O líquor tem a
função de proteção, tanto mecânica( proteção contra choque) , quanto biológica(proteção contra defesa
orgânica de microrganismos).

a) Cérebro: é o órgão mais volumoso e mais importante do sistema nervoso, subdivide-se em duas
partes hemisfério direito e esquerdo, que estão ligados entre si pelo corpo caloso e feixes nervosos. É
a parte mais desenvolvida nas aves e nos mamíferos, sendo o centro de inteligência e aprendizagem,
imaginação, emoções , movimentos, etc. O cérebro apresenta sulcos chamados de cissuras e estas
dividem a superfície do cérebro em regiões chamadas de circunvoluções cerebrais. A maior cissura a
inter-hemisférica é que acaba dividindo o cérebro em hemisfério direito e esquerdo. Está dividido em
vários lobos, circunvolução, onde cada região é responsáveis por uma função, como por exemplo, as
circunvolução da parte posterior junto ao osso occipital , estão relacionadas com as sensações
visuais, enquanto, as circunvolução anterior ligadas ao osso frontal estão relacionadas à elaboração
do pensamento e junto ao osso parietal estão as circunvolução relacionadas aos movimentos do
corpo. A área da fala e da audição estão na região lateral do cérebro. A substância cinzenta está
localizada na parte externa do cérebro, enquanto a branca está na parte interna.

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b) Cerebelo: está localizado embaixo e na parte posterior do cérebro . Divide-se em duas massas
denominadas de lobos cerebelares, os quais são ligados no centro verme cerebelar. É responsável
pela manutenção do equilíbrio corporal, regula o tônus muscular, possibilitando a realização de ações
complexas. Recebe informações de várias partes do encéfalo sobre a posição das articulações e grau
de estiramento dos músculos, e com base nelas, coordena. A substância cinzenta está localizada na
parte externa do cerebelo, enquanto a branca está na parte interna.

c) Tronco encefálico: localiza-se abaixo do cérebro e na frente do cerebelo, parece um cone invertido.
Apresenta substância cinzenta na parte interna e branca na parte externa. A função é conduzir os
impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa, coordenar e integrar as
informações que chegam ao encéfalo e controla a atividade de algumas partes do corpo, é no tronco
encefálico que encontra a região que controla os movimentos cardíacos e respiratórios. É formado
por mesencéfalo, que controla a contração dos músculos, postura do corpo e alguns reflexos, a ponte,
constituída por fibras nervosas que ligam o córtex ao cerebelo, e o bulbo raquidiano, responsável
pelos movimentos do coração, peristálticos, e pelos reflexos de engolir, tossir e vomitar, além de
coordenar movimentos de corrida e caminhada. O que um grupo de neurônios do bulbo, o sistema
reticular, mantém sempre o cérebro em alerta.

Tálamo e hipotálamo
O tálamo: é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro onde
todas as mensagens sensoriais, menos as do olfato, passam antes de chegar ao cérebro, atuando como
estação retransmissora de impulsos nervosos e sendo responsável pela condução destes às áreas apropriadas
do cérebro onde serão processadas.
O hipotálamo: também é constituído por substância cinzenta, sendo responsável pela homeostase e
pela ativação de glândulas endócrinas. é o principal centro integrador das atividades viscerais e controlador
da temperatura corporal e balanço de água no corpo. As substâncias cinzentas são acúmulos de corpos de
neurônios, enquanto a branca são axônios.

Medula espinhal: percorre a região mediana dorsal dos vertebrados e funciona como estação retransmissora
para o encéfalo. É nela que as informações vindas de todas as partes do corpo, são passadas ao encéfalo
para serem analisadas voltando à medula que distribui as ordens elaboradas. Sua outra função é a
construção de respostas para alguns estímulos como o de calor, essas respostas medulares são chamadas de
atos reflexos. Os atos reflexos são extremamente importantes, pois permitem ao animal reagir em situações
de emergência antes que tome consciência do que aconteceu, ou seja, o estímulo não precisa chegar ao
encéfalo para que seja processado.

2) Sistema Nervoso Periférico: é composto por:

a) Nervos : é um acúmulo d feixes de fibras nervosas reforçada por tecido conjuntivo. O nervo une o
sistema nervoso central à periferia do corpo. Podem ser cranianos(faz conexão com o encéfalo) e espinais
(faz conexão com a medula espinhal ) ou seja, quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de
cranianos(12 pares) e quando partem da medula espinhal denominam-se espinais ou raquidianos(31
pares).

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Os nervos cranianos são: óptico(sensitivo), oculomotor(motor), abducente(motor), vestíbulo
coclear(sensitivo), olfativo(sensitivo), trigêmeo(mistos), glossofaríngeo(misto), hipoglosso(motor),
troclear(motor), facial(misto), pneumogástrico ou vago(misto) e acessório(motor).

Os nervos espinais ou raquidianos são oito pares cervicais, doze pares torácicos, cinco pares lombares,
cinco sacrais e um par coccígeno.

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De acordo com a direção da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser:
 Sensitivos ou aferentes – quando transmitem os impulsos nervosos dos órgãos receptores, da
periferia até o sistema nervoso central;
 motores ou eferentes – quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para
os órgãos efetores.
 de associação: responsável pela associação dos neurônios entre si.

b) Gânglios : são acúmulos de corpos de neurônios fora do sistema nervoso central, sempre envolvidos por
uma capa de tecido conjuntivo. É bom ressaltar que quando os corpos dos neurônios estão dentro do
sistema nervoso central são chamados de núcleo e não de gânglios.

c) Terminações nervosas: As terminações nervosas estão localizadas na extremidade periférica das fibras
nervosas. São formações ora mais, ora menos complexas. Possuem a finalidade de captar a sensibilidade,
localizada na extremidade de uma fibra nervosa sensitiva ou aferente denominadas de terminações
nervosas sensitivas ou aferente (receptoras) e existem ainda as terminações nervosas motoras ou
eferente (efetuadoras). Exs: um músculo ou uma glândula.

Ato reflexo e arco reflexo : atos reflexos são atos que praticamos sem pensar. Por exemplo, quando
alguma coisa toca em nossos olhos, automaticamente as nossas pálpebras se fecham no sentido de protegê-
los. Já o arco reflexo é o trajeto percorrido pelo impulso sensitivo até a medula e pelo impulso motor até o
músculo.

3) Divisão embriológica do sistema nervoso


É dividido em Encéfalo primitivo e medula primitiva. O Encéfalo primitivo divide em: Prosencéfalo
(divide-se em: telencéfalo e diencéfalo), Mesencéfalo(mesencéfalo) e Rombencéfalo(metencéfalo e
mielencéfallo).

4) Divisão Funcional do sistema nervoso


É dividido em sistema nervoso somático ou da vida de relação(aferente e eferente) e sistema nervoso
visceral ou da vida vegetativa(aferente e eferente) . O sistema nervoso visceral eferente corresponde ao
sistema nervoso autônomo, que é responsável por inervações motora de vísceras. O que difere o sistema
nervoso somático eferente do visceral eferente é que o somático têm a presença de 1 neurônio e o visceral
têm 2 neurônios.
O sistema nervoso autônomo divide-se em simpático e parassimpático, nesses dois sistemas ocorre
uma ação antagônica.
As fibras nervosas inervam o mesmo órgão, mas esses por sua vez trabalham de forma opostas,
enquanto um dos ramos inibe um determinado órgão o outro ramo estimula.
Podemos observar que de um modo geral o SNAS estimula ações que mobiliza energia, enquanto o
SNAP estimula principalmente as ações relaxantes.

Veja a seguir no quadro abaixo o resumo das ações do SNAS e SNAP em cada órgão do corpo humano.

ÓRGÃO PARASSIMPÁTICO SIMPÁTICO


Olhos Contrai a pupila Dilata a pupila
Glândulas salivares Estimula a salivação Inibe a salivação
Coração Desacelera o batimento cardíaco Acelera o batimento cardíaco
Pulmão Contrai os brônquios Relaxa os brônquios
Estômago Estimula o estômago Inibe o estômago
Pâncreas Estimula o pâncreas Inibe o pâncreas
Fígado Estimula a vesícula biliar Estimula a liberação de glicose
pelo fígado.
Rins ------ Estimula a secreção de
adrenalina e noradrenalina
Bexiga Contrai a bexiga urinária. Relaxa a bexiga urinária
Órgãos genitais Promove a ereção dos Órgãos Promove a ejaculação ou a
genitais. contração vaginal.

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Outro sistema autônomo é o entérico, que é um plexo de neurônios, localizados na parede do tubo
digestivo desde o esôfago até intestinos , com a finalidade de realizar movimentos peristálticos e processos
sensitivos.

8.4- Impulso nervoso


O impulso pode ser definido como uma propagação de onda de despolarizações e repolarizações ao
longo da membrana dos neurônios. É uma alteração elétrica que percorre a membrana do neurônio. As
células nervosas estabelecem conexões entre si passando os estímulos através das sinapses, que são zonas
de contato entre os neurônios, gerando uma reação em cadeia.

8.4.1- Sinapse
É a região de contato entre a extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células,
que podem ser sensoriais, musculares, glandulares ou os próprios neurônios. As terminações do dos axônios
podem estabelecer sinapses simultâneas. As fendas simpáticas são preenchidas por substâncias chamadas de
mediadores químicos, como a adrenalina e a serotonina (sinapses do tipo químicas).

- Neurotransmissores: Substâncias químicas que transmitem os impulsos nervosos de um neurônio a


outro. Exemplo: Adrenalina, Serotonina,... Quando o elétron vem, ele bate na vesícula que liberará os
neurotransmissores, os quais por sua vez, estimularão outro neurônio a continuar o impulso nervoso.

8.4.2 - Funcionamento da bomba de sódio e potássio


Quando, em repouso, o neurônio apresenta carga elétrica externa positiva e interna negativa, diz-se,
então, que o neurônio em repouso está polarizado.
A membrana celular contém estruturas protéicas que funcionam como "portas" de passagem de íons de
na e k. Quando o neurônio é estimulado, estas "portas" abrem, quando o estímulo chega, as passagens de
sódio, em maior quantidade, se abrem rapidamente, causando uma despolarização, chamada potencial de
ação. E este estado demora 1,5 milésimos de segundo, pois logo as portas de potássio se abrem, permitindo
sua saída e repolarizando a membrana, que volta ao repouso.

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Algumas estruturas do encéfalo e suas funções

Córtex Cerebral A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a
Funções: camada mais externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral
 Pensamento varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito do córtex cerebral são
ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo
 Movimento voluntário
caloso. Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral.
 Linguagem
O lobo frontal é responsável pelo planejamento consciente e pelo
 Julgamento controle motor. O lobo temporal tem centros importantes de
 Percepção memória e audição. O lobo parietal lida com os sentidos corporal e
espacial. o lobo occipital direciona a visão.

Cerebelo
Funções: A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”. O cerebelo
 Movimento fica localizado ao lado do tronco encefálico. É parecido com o córtex
 Equilíbrio cerebral em alguns aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e
 Postura tem um córtex que recobre estes hemisférios.
 Tônus muscular
Tronco Encefálico
Funções: O Tronco Encefálico é uma área do encéfalo que fica entre o tálamo
 Respiração e a medula espinhal. Possui várias estruturas como o bulbo, o
 Ritmo dos batimentos mesencéfalo e a ponte. Algumas destas áreas são responsáveis
cardíacos pelas funções básicas para a manutenção da vida como a respiração,
o batimento cardíaco e a pressão arterial.
 Pressão Arterial
Bulbo: recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando
as funções autônomas (a chamada vida vegetativa): batimento
Mesencéfalo
cardíaco, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação,
Funções:
tosse, espirro e o ato de engolir.
 Visão Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no
 Audição controle da respiração, além de ser um centro de transmissão de
 Movimento dos Olhos impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras
 Movimento do corpo nervosas que ligam o cérebro à medula.

O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o


Tálamo córtex cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para o
Funções: tálamo que posteriormente são distribuídas pelo corpo. Participa,
juntamente com o tronco encefálico, do sistema reticular, que é
 Integração Sensorial
encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem às partes
 Integração Motora conscientes do cérebro.

Sistema Límbico
Funções:
 Comportamento Emocional O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui
hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e
 Memória
o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes para a
 Aprendizado
emoção e reações emocionais. O hipocampo também é importante
 Emoções para a memória e o aprendizado.
 Vidavegetativa(digestão,
circulação, excreção etc.)

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9- SISTEMA ENDÓCRINO

Introdução

O sistema endócrino e o nervoso estão associados na produção hormonal. As principais glândulas


endócrinas do ser humano são: a hipófise (ou pituitária), a tireóide, as paratireóides, as Ilhotas de
Langerhans do pâncreas, as supra-renais e as gônadas (testículos e ovários).

O sistema endócrino, através dos hormônios, representa a forma de controle químico do organismo, que
comanda órgãos e funções orgânicas. É um sistema muito mais funcional do que anatômico.

9.1 -Glândulas endócrinas e seus respectivos hormônios

As glândulas endócrinas são responsáveis pela produção de hormônios que são lançados na corrente
sanguínea.
Os hormônios são substâncias químicas produzidas por glândulas endócrinas (mensageiros bioquímicos)
que atuam em pequenas quantidades, à distância do seu ponto de produção. Essas substâncias orgânicas são
conduzidas pela corrente sangüínea até atingir o seu órgão alvo, podendo ser estimuladoras ou inibidoras de
processos orgânicos. Os hormônios têm as mais variadas atividades no organismo: regulação da taxa
metabólica, dos níveis de substâncias no sangue, das funções reprodutoras, do crescimento e do
desenvolvimento em geral. Qualquer variação de dosagem hormonal no sangue pode levar a alterações
funcionais de vários tipos, chamadas disfunções endócrinas. Taxas abaixo do normal causam hipofunções e
acima, hiperfunções.

9.1.1 - Principais glândulas endócrinas


As principais glândulas endócrinas do ser humano são: a hipófise (ou pituitária), a tireóide, as
paratireóides, as ilhotas de Langerhans do pâncreas, as supra-renais e as gônadas (testículos e ovários).

a) Hipófise:
A hipófise ou glândula pituitária, localiza-se na sela turca do osso esfenóide, é a única glândula que está
localizada no cérebro. É um órgão endócrino complexo, que divide em duas partes distintas: a hipófise
anterior (adeno-hipófise) e a hipófise posterior (neurohipófise), que é uma extensão do hipotálamo e este é
responsável pela a produção dos hormônios. A neuro-hipófise não produz hormônios, apenas o armazena e
lança na corrente sanguínea.. A secreção hormonal das duas partes da hipófise está sob o controle do
Sistema Nervoso Central (cérebro). É a glândula principal do sistema endócrino, pois influi diretamente ou
indiretamente na produção e liberação dos outros hormônios. A neurohipófise é uma extensão do

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hipotálamo. Os neurônios com seus corpos célulares no hipotálamo e suas porções terminais na neurohipófise
liberam dois hormônios. Produz o hormônio antidiurético (ADH) e a oxitocina, onde apresentam como
estrutura química o peptídio. A oxitocina estimula a contração das musculaturas do útero e das glândulas
mamárias. A vasopressina promove a reabsorção de água pelos rins.

A Adenohipófise produz seis hormônios os quais são:


- Hormônio do Crescimento(GH) ou Somatotrófico, sua estrutura química é proteína, estimula o
crescimento geral do corpo e afeta o metabolismo das células. É muito importante para a criança em
desenvolvimento, mas é também essencial a muitas funções do organismo ao longo da vida.
- Hormônio adrenocórticotrófico (ACTH), sua estrutura química é proteína, e possui a função de
estimular a secreção de glicocorticóides pelas supra-renais.
- Hormônio estimulante da tiróide (TSH), sua estrutura química é proteína, estimula a tireóide a
secretar os seus hormônios.
- Hormônio folículo-estimulante (FSH), sua estrutura química é proteína, estimula os folículos
ovarianos nas mulheres e a espermatogênese nos homens.
- Hormônio luteinizante (LH), sua estrutura química é proteína, estimula o corpo amarelo e a ovulação
nas mulheres e as células intersticiais nos homens.
- Prolactina, sua estrutura química é proteína, promove a secreção de progesterona; estimula a
produção e secreção de leite.

Todos com exceção do hormônio do crescimento e da prolactina regulam as atividades de outras


glândulas.
O lóbulo intermediário da hipófise, no ser humano adulto é reduzido quando as conexões vasculares e
neurais são pobres, de forma que não facilitam a secreção. Estas células podem segregar MSH (hormônio
estimulante de melanócitos) que estimula a atividade dos melanócitos da pele.

b) Tireóide
A glândula tireóide situa-se abaixo da laringe, na frente da traquéia e encravada na cartilagem
conhecida como pomo-de-adão. Produz os hormônios tiroxina (ou tetraiodotironina) e triiodotironina,
apresentam como estrutura química os aminoácidos. Esses hormônios estimulam e mantêm os processos
metabólicos, aumentando em geral o metabolismo do corpo, conferindo maior velocidade à respiração celular
(e conseqüentemente a liberação de energia, consumo de oxigênio e produção de calor) e à síntese de
proteínas, entre outros processos. Outro hormônio produzido pela tireóide é a calcitonina que apresenta
estrutura química o peptídio e têm como função estimular a deposição de cálcio nos ossos, reduzindo a sua
concentração no sangue.

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O hipotireoidismo pode ser consequência de distúrbios da própria glândula ou então da falta de um
nutriente mineral na dieta, o iodo. Neste último caso, a glândula trabalha demais para tentar produzir a
tiroxina, mas não consegue porque falta a “matéria-prima”, o iodo. Essa intensa atividade resulta num
aumento da tireóide, conhecido como bócio. Obs. O hipertireoidismo também pode conduzir ao bócio. Os
indivíduos com hopotireoidismo apresentam cabelos secos e quebradiços, rouquidão, lentidão na fala,
lentidão mental, edema facial e na pálpebra, língua espessada, sensação de frio, pele seca, áspera e
descamativa, lentificação do pulso, fraqueza muscular entre outros.
Os indivíduos com hipertireoidismo são, em geral, nervosos, tensos, apresentam pele quente,
sudorese, pulso rápido, mãos úmidas, perda de peso, fraqueza muscular, taquicardia, tremor, edema pré-
tibial, cabelo fino e friável, a glândula aumenta de tamanho e o doente apresenta, ás vezes, olhos
esbugalhados(Exoftalmia).

c) Paratireóide

Localizada na parte de trás da tireóide há quatro pequenas glândulas: as paratireóides. Elas produzem
o paratormônio, que possui como estrutura química o peptídio. A função deste hormônio é elevar a taxa de
cálcio no sangue e estimula sua liberação dos ossos, ele mantém constante a relação entre cálcio e fósforo no
plasma e ainda favorecem a absorção de cálcio pelo intestino, porém, sendo indispensável a presença da
vitamina D.

d) Pâncreas :

O pâncreas é uma glândula mista, com duas partes: uma exócrinas – que produz o suco pancreático e
outra endócrina – formada por ilhas de células, as ilhotas de Langerhans, onde encontram-se dois tipos de
células: as células beta – que produzem o hormônio insulina e as células alfa – que produzem o hormônio
glucagon. A estrutura química desses dois hormônios é proteína e eles controlam a taxa de glicose no
sangue.
A insulina estimula o armazenamento da glicose pelo fígado,na forma de glicogênio, diminuindo a
concentração de glicose no sangue , além de estimular a síntese protéica.
O glucagon por sua vez , estimula a quebra do glicogênio que foi armazenado no fígado,
transformando-o em glicose.

e) Supra-renais:

Também chamadas adrenais, localizam-se sobre os rins. Essas glândulas possuem duas regiões
distintas: o córtex e a medula.
 Córtex: é a região externa onde são produzidos os corticosteróides, derivados do colesterol. Eles
dividem-se em dois grupos: os mineralocorticóides e os glicocorticóides. O mineralo- corticóides
promove a reabsorção de sódio e a excreção do potássio. O glicocorticóides afeta o metabolismo de

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carboidratos e aumenta a concentração de glicose no sangue. A estrutura química desses hormônios
são esteróides. O córtex secreta ainda um pouco de hormônios sexuais androgênicos, que exercem
efeito semelhantemente ao do hormônio sexual masculino (testosterona).
 Medula: é a região das supra-renais que produz adrenalina ou epinefrina e noradrenalina ou
norepinefrina, sua estrutura química são as catecolaminas. Em condições normais, a adrenalina e
noradrenalina são produzidas em pequena quantidade, contribuindo para regular a pressão arterial
seja pela contração dos vasos sanguíneos, seja aumentando o débito cardíaco. A adrenalina causa
vasoconstrição na pele, mucosa e rins, enquanto a noradrenalina causa vasoconstrição generalizada
do corpo.

f) Gônodas

São órgãos que produzem as células envolvidas na reprodução, sendo os testículos no homem, e os
ovários, na mulher. A atividade das gônodas é muito baixa até o início da puberdade. Nessa fase, porém, o
hipotálamo estimula a glândula hipófise e esta, por sua vez, libera hormônios que desencadeiam o
desenvolvimento e o amadurecimento das gônadas.
Os testículos produzem um conjunto de hormônios, os andrógenos, dos quais a testosterona é o mais
importante. Esse hormônio estimula a espermatogênese além de ser responsável pelas características sexuais
secundárias.

Os ovários produzem a progesterona e um conjunto de hormônios chamados estrógenos. O folículo


ovariano produz o estrógeno que estimula o crescimento da mucosa uterina além de desenvolver e manter as
características sexuais secundárias femininas. O corpo amarelo produz a progesterona e estrógenos que
promovem a continuação do crescimento da mucosa uterina.

Resumão – Principais Glândulas Endócrinas e Hormônios

1- Hipotálamo
 produz Hormônio liberador de tireotrofina (TRH)
 Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH)
 Hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH)
 Hormônio liberador de corticotrofina (CRH)
 Somatostatina
 Dopamina (DA)

2- Glândula pineal produz:


 Dimetiltriptamina
 Melatonina

3- Hipófise (glândula pituitária)

A - Adenoipófise (pituitária anterior) produz:


 Hormônio do crescimento (GH)
 Prolactina (PRL)
 Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, corticotrofina)
 Hormônio estimulante da tiroide (TSH, tirotrofina)
 Hormônio folículo-estimulante (FSH, uma gonadotrofina)
 Hormônio luteinizante (LH, uma gonadotrofina)
B- Neuroipófise (pituitária posterior) armazena:
 Ocitocina
 Arginina vasopressina (AVP)
 ADH, (hormônio antidiurético)
 Lipotropina

4- Tiroide produz:
 Triiodotironina (T3), uma forma potente de hormônio da tireoide
 Tiroxina (T4), uma forma menos ativa de hormônio da tireoide
 Calcitonina
5- Glândula paratiroide produz
 Paratormônio (PTH)

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6- Timo produz
 Peptídeo natriurético atrial (ANP)

7- Estômago e intestinos produzem


 Colecistoquinina (CCK)
 Gastrina
 Grelina
 Neuropeptídeo Y (NPY)
 Secretina
 Somatostatina

8- Fígado produz
 Fator de crescimento semelhante à insulina (IGF)
 Angiotensinogênio
 Trombopoietina

9- Pâncreas :Ilhotas de Langerhans produzem:


 Insulina
 Glucagon
 Somatostatina

10-Glândulas adrenais produzem


A- Córtex adrenal
 Glicocorticóides (principalmente cortisol)
 Mineralocorticóides (principalmente aldosterona)
 Andrógenos (incluindo DHEA e testosterona)
B- Medula adrenal
 Adrenalina (epinefrina)
 Noradrenalina (norepinefrina)
 Testosterona

11- Rim produz


 Renina
 Eritropoietina (EPO)
 Calcitriol (a forma ativa da vitamina D3)

12- Pele produz


 Vitamina D3 (calciferol)
 13- Tecido adiposo produz
 Leptina
 Estrógenos (principalmente estrona)

13- Tecido adiposo produz


 Leptina
 Estrógenos (principalmente estrona)

14- Testículos produzem


 Andrógenos (principalmente testosterona)

15- Ovários
A- Folículo ovariano: Estrógenos (principalmente estradiol)
B- Corpo lúteo: Progesterona

16- Placenta (quando esta com 1 mês de gestação ) produz


 Progesterona
 Estrógenos (principalmente estriol)
 Gonadotrofina coriônica humana (HCG)
 Lactogênio placentário humano (HPL)

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10 – SISTEMA URINÁRIO

Introdução

O Sistema Urinário é formado por uma série de órgão responsável pela produção e eliminação da urina.
A generalidade desse sistema é o aparelho urogenital, pois, devido a origem embrionária comum
engloba o sistema genital masculino e feminino e o sistema urinário.
Os componentes do sistema urinário são: rim(2), ureteres(2), bexiga(1) e uretra (1).
Os rins são principais órgãos responsáveis pela eliminação e produção de resíduos produzidos durante o
metabolismo celular, filtram todas as substâncias da corrente sanguínea, estes resíduos formam parte da
urina que passa, de forma contínua. A urina será conduzida até a bexiga pelos ureteres e eliminada através
da uretra

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10.1- Aspectos gerais do sistema urinário

O Sistema Urinário é formado pelos rins, dois ureteres, que penetram na parede posterior da bexiga,
sendo esta, uma bolsa distensível, constituída de musculatura lisa, e que ao se expandir pode chegar a conter
até 2L de líquido. A porção inferior da bexiga, conecta-se à uretra, um estreito canal que conduz a urina ao
exterior do organismo, através do meato. Apresenta ainda 2 esfíncteres: o uretral interno, de caráter
involuntário, e o uretral externo, de caráter voluntário.

10.2- Rins

Órgão produtor da urina, localiza-se na cavidade abdominal, próxima da parede posterior da cavidade
abdominal, lateralmente da coluna vertebral, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral,
onde nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura.
O rim direito em relação ao esquerdo possui uma deslocação e está mais inferiormente em relação
ao rim esquerdo.
Os rins estão atrás do peritônio, numa posição reto-peritonial.
A função dos rins é filtrar o sangue, removendo os resíduos nitrogenados produzidos pelas células, sais
e outras substâncias em excesso. Além da função excretora, os rins também são responsáveis pela
osmorregulação em nosso organismo. controlando a eliminação de água e sais da urina, esses órgãos
mantêm a tonicidade do sangue adequada às necessidades de nossas células.
Os rins são os principais responsáveis pela manutenção da osmeostasia(equilíbrio) interna do
organismo, pois através desses órgãos ocorre:
a) Regulação do metabolismo da H2O, eletrólitos (íons) e minerais ósseos,
b) Eliminação produtos, como compostos nitrogenados, formados no metabolismo protéico; drogas
toxinas;
c) Regulação e controle da pressão arterial.

Morfologia externa

O rim possui forma de um “ grão de feijão “ com comprimento de 10 a 12 cm, 5 a 7,5 cm de largura e
um pouco mais de 2,5 cm de espessura. A massa do rim no homem adulto varia entre 125 e 170 g; na
mulher adulta, entre 115 e 155 g

As porções do rim são faces, pólos e margens.


 Faces:
Anterior – ( convexa )
Posterior – ( plana )
 Pólos ou Extremidades: Superior = é mais larga (glândulas adrenal ) Inferior = é mais afinado,
pontiagudo
 Margens:
Lateral = convexa
Medial = côncava

Na parte convexa existe uma abertura chamada de hilo Renal, passando pelo hilo encontra-se
estruturas que denomina-se pedículo Renal. O ureter quando sai pelo hilo renal, sai posteriormente aos vasos
que entram pelas veias artéria renal.

Morfologia Interna

Para observar deve-se realizar um corte frontal no rim.

O rim possui região cortical e uma medular.


 A região cortical possui projeções que orientam-se em direção ao seio renal, a cada projeção
denomina-se coluna renal.

 Entre as colunas renais localizam-se as pirâmides. O conjunto de pirâmides renais forma a


região medular. Existem cerca de 1 milhão de unidades juncional.

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Função: A filtragem do sangue e a produção da urina ocorre na região cortical e medular do rim.

Nas extremidades das pirâmides renais existem estruturas com perfurações que envolve a pirâmide
renal, a qual chamamos de papila renal, possui um tubinho (cálice renal menor) que unem-se e formam os
cálices renais maiores que são cerca de ( 2 a 3 ) cálices renais maiores e (9 a 12) menores.

Os cálices maiores se unem formando uma dilatação denominada de pelve renal, ou seja, uma dilatação
saindo do seio do ureter. Pelve renal é a união dos cálices maiores.

10.2.1- Néfron

A unidade morfofuncional renal é o néfron – compostos por um glomérulo (enovelado de capilares


envolto por um saco epitelial, a cápsula de Bawmann), que continua com o revestimento especializado do
túbulo renal, subdividido em segmentos: túbulo contorcido proximal, Alça de Henle (ramos ascendentes e
descendentes), Túbulo contorcido distal e túbulo coletor.

FUNÇÕES RENAIS

Filtração glomerular:

O processo de filtração ocorre no interior do glomérulos, passando por aí um fluxo de 125ml/min, o que
nos dá um volume total de 180L/dia. É um processo passivo de gasto de energia, e que depende dos
seguintes itens:

a) Pressão hidráulica intra capilar (Pressão que resulta da arterial, e que corresponde ao principal
fator que força a fração líquida do sangue contra a barreira de filtração);

b) Pressão coloidosmótica ou oncótica intra capilar (pressão desencadeada pelas proteínas sendo a
principal, a albumina);

c) Pressão hidrostática capsular(pressão intracapsular de Bawmann)


A pressão efetiva do filtrado = P.H. capilar – (P.C. Plasmática + P.H. Capsular)

O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando
grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da Cápsula de Bowman do
néfrom, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi.

Os capilares apresentam uma permeabilidade seletiva, assim H2O, solutos não protéicos ( eletrólitos
íons), atravessam a barreira glomerular livremente; proteínas com peso molecular elevado não são filtradas;
já as de pequeno peso molecular são filtradas, degradadas e reabsorvidas no próprio túbulo contorcido
proximal. Forma-se assim o ultra filtrado, de composição semelhante à do plasma, exceto à ausência de
proteínas de alto peso molecular.

Funções tubulares

 Reabsorção: trata-se da volta do composto para o sangue (99%), e que ocorre nos diversos
segmentos tubulares. Os produtos eliminados e reabsorvidos ao longo de 24h são: água, sódio,
potássio, Bicarbonato, Cloro, Cálcio, Fosfato, Glicose, Aminoácidos e Uréia.

 Secreção tubular: constitui-se na passagem de substâncias do plasma, diretamente para os


túbulos renais, estando aqui incluídas o potássio, os hidrogênios, amônia, toxinas, medicamentos,
etc. O ultra filtrado vai pois se modificando ao longo dos túbulos renais, formando um novo elemento,
que corresponde à urina.

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COMO OCORRE AS FUNÇÕES RENAIS

10.3-Ureteres

São em número de dois , um esquerdo e outro direito. É um canal muscular que conduz a urina dos rins
até a bexiga urinária, tendo um início e um término.
O início é na pelve renal e o término no óstio ureteral onde chega o ureter direito e o outro o esquerdo.
O ureter chega por trás e por baixo da bexiga e têm duas porções uma abdominal e outra pélvica.

10.4- Bexiga Urinária

É formada por uma musculatura lisa, localiza-se posteriormente à Sínfese Púbica e anteriormente
localiza-se ao reto, à vagina e ao útero. A sua função é o armazenamento da urina.
A bexiga possui quatro camadas, as quais são:
 Mucosa = mais interna
 Submucosa = mais externa – tecido conjuntivo frouxo
 Muscular = músculo detrusor
 Serosa
A parede muscular age como músculo esfincter( abrindo e fechando a entrada do ureter no sistema urinário ).

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Quando a bexiga encontra-se vazia as camadas ficam todas murchas (rugosas). A bexiga possui várias
pregas, mas encontra-se uma região lisa, esta região localiza-se entre os dois óstios ureterais e o óstio
interno da uretra por este motivo o nome de trígono da bexiga ou seja, localiza-se numa região triangular no
interior da bexiga

10.5 - Uretra

É um tudo fribromuscular, formado por tecido fribroso e músculo. A sua função é conduzir a urina da
bexiga até o meio externo.

A uretra possui o seu início no óstio interno da uretra e término no óstio externo da uretra.

O término no sexo masculino abre-se na glande do pênis(20 cm) e no sexo feminino abre-se entre o
clitores e óstio da vagina no vestíbulo da vagina. Sai da bexiga e quase se abre no meio externo ( 5 cm )

10.6- Transporte e armazenamento da urina

A urina flui através dos ureteres para a bexiga, propelida por contrações das paredes uretrais, que
podem diminuir por ação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, e aumentar por ação do Sistema Nervoso
Autônomo Parassimpático, onde fica armazenada.

À medida em que a urina se acumula, atingindo volume de 200ml a 500ml (adultos), receptores de
estiramentos são excitados, e enviam impulsos à medula espinal, com ativação do reflexo de micção, onde
contrações produzidas por ação parassintomática modificam o formato da bexiga, relaxando o esfíncter
uretral interno, e permitindo que a urina penetre na uretra; se as condições permitirem, há o relaxamento do
esfíncter uretral externo, ocorrendo a micção (eliminação).

Esse reflexo pode ser suprimido pelo indivíduo que aprendeu a controlá-la, assim, ao mesmo tempo que
estímulos vão à medula, outros seguem a centros superiores, onde o indivíduo reconhece a urgência de urina,
mas pode voluntariamente contrair o esfíncter uretral externo, retardando a micção.

10.7- Fisiopatologia – alteração vesical– etiologia neurológica

A micção é um processo que requer total integração entre a área central (trato cortiço espinal) e o
Sistema Nervoso Autônomo. Esta se inicia pela contração isométrica , ou seja, contração sem movimento da
bexiga, seguida de relaxamento esfíncter e da musculatura perianal, e posteriormente da contração isotônica
do músculo detrusor, abdominais e do diafragma.

A bexiga é inervada por fibras sensitivas que conduzem estímulos mecânicos pelo nervo pélvico ao
centro regulador da micção, localizado a nível de 52, 53 e 54, de onde partem fibras motoras parassimpáticas
que levam estímulos através do próprio nervo pélvico; há ainda fibras sensitivas que vão às áreas superiores
pelo trato espino-talâmico-lateral, ocorrendo fibras motoras que formam o trato cortiço-espinal-eferente.

Qualquer alteração dos mecanismos envolvidos, contribuem para a disfunção vesical.

Os tipos básicos de lesões medulares e as alterações são:


a) Lesão do neurônio motor superior com a formação de uma bexiga espástica, paredes espessas;
b) Lesão do neurônio motor inferior, com bexiga flácida, com retenção urinária.

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11- SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO E FEMININO

11.1- Sistema Reprodutor Masculino

O sistema reprodutor masculino é formado por:


 Testículos ou gônadas
 Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
 Pênis
 Escroto
 Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais.

Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os
ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sertoli (ou de sustento) e pelo epitélio
germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células
intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo
a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres
sexuais secundários:
 Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano.
 Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.

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 Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do
tamanho das fibras musculares.
 Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
 Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteoporose.

Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides são
armazenados.

Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e
unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto
ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição do
sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é
constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não protéico, cloretos, colina
(álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas
(hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da
musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo
vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias – dores de cabeça – da
enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida
por analgésicos e antiinflamatórios).

Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que
neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides.

Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada dentro da


uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem função na lubrificação do
pênis durante o ato sexual.

Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois
tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra).
Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura
da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico,
ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável
aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o
esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente
em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue
ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.

A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga
se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na
bexiga. Todos os espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.

Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para
ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C).
Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função
de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura
geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

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11.2 - Sistema Reprodutor Feminino

O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas , um útero,
uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco
ósseo forte que realiza uma função protetora.
A vulva é a parte externa do órgão genital feminino. Nas mulheres adultas, é revestida pelos
pêlos púbicos. Nas partes laterais, é constituída pelos grandes lábios (labia majora), que contêm tecido
adiposo. Os grandes lábios envolvem um par de pregas mais finas, os pequenos lábios , que podem ou
não estar totalmente cobertos pelos grandes lábios. Na parte superior da vulva, os pequenos lábios se
encontram e formam o frênulo de clitóris. Os pequenos lábios envolvem o orifício urinário (abertura da
uretra) e o orifício genital (abertura da vagina).

A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero


aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas
denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente
o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente,
essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.

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Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais
femininos que serão vistos mais adiante.

No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão
transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se
dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob
ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em
desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente
completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta
feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante
transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno.
Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena
cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na superfície de um dos
ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem o ovário ao
útero. Seu epitélio de revestimento é formados por células ciliadas. Os batimentos dos cílios
microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero.

Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto,
de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É revestido internamente por
um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio. O útero é o local que alojará o feto até o
nascimento.

Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios folículo-
estimulante e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior (adenohipófise), e dos estrogênios e
progesterona, pelos ovários. O ciclo de fenômenos que induzem essa alternância tem a seguinte
explicação:

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1. No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a pituitária anterior
secreta maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante juntamente com pequenas quantidades de
hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o crescimento de diversos folículos nos
ovários e acarretam uma secreção considerável de estrogênio (estrógeno).
2. Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a secreção da
pituitária anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículo-estimulante e luteinizante, fazendo
com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta do décimo dia do ciclo. Depois, subitamente a
pituitária anterior começaria a secretar quantidades muito elevadas de ambos os hormônios mas
principalmente do hormônio luteinizante. É essa fase de aumento súbito da secreção que provoca o
rápido desenvolvimento final de um dos folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois dias.
3. O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo normal de 28
dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que secreta quantidades elevadas de
progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a pituitária
anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículo-estimulante e luteinizante. Sem esses
hormônios para estimulá-lo, o corpo lúteo involui, de modo que a secreção de estrogênio e progesterona
cai para níveis muito baixos. É nesse momento que a menstruação se inicia, provocada por esse súbito
declínio na secreção de ambos os hormônios.
5. Nessa ocasião, a pituitária anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela progesterona,
começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículo-estimulante, iniciando um novo
ciclo. Esse processo continua durante toda a vida reprodutiva da mulher.

O ciclo menstrual pode ser dividido em 4 fases:

1- Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de 3 a 7 dias, geralmente.
2- Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno pelo folículo ovariano, que se
encontra em maturação.
3- Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início da fase secretora é marcado pela
ovulação. Essa fase é caracterizada pela intensa ação do corpo lúteo.
4- Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos hormônios ovarianos,
quando a camada superficial do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal e a mulher
está prestes a menstruar. Dura cerca de dois dias, podendo ser acompanhada por dor de cabeça,
dor nas mamas, alterações psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré-Menstrual).

1º dia do ciclo  endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a descamar  menstruação

hipófise aumenta a produção de FSH, que atinge a concentração máxima por volta do 7º dia do ciclo.

amadurecimento dos folículos ovarianos

secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento

concentração alta de estrógeno inibe secreção de FSH e estimula a secreção de LH pela hipófise / concentração
alta de estrógeno estimula crescimento do endométrio.

concentração alta de LH estimula a ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo de 28 dias)

alta taxa de LH estimula a formação do corpo lúteo ou amarelo no folículo ovariano

corpo lúteo inicia a produção de progesterona

estimula as glândulas do endométrio a secretarem seus produtos

aumento da progesterona inibe produção de LH e FSH

corpo lúteo regride e reduz concentração de progesterona

menstruação

97
11.3 - Desenvolvimento embrionário

Embriologia:é a ciência que estuda o desenvolvimento embrionário.


O zigoto é portador do material genético fornecido pelo espermatozóide e pelo óvulo.. Uma vez
formado, o zigoto irá se dividir muitas vezes por mitose até originar um novo indivíduo. Assim tosdas as células
que formam o corpo de um indivíduo possuem o mesmo patrimônio genétixco que existia no zigoto. Apesar
disso ao longo do desenvolvimento embrionário as células passam por um processo de diferenciação celular
em que alguns genes são ativados e outros são "desativados", e que somente os "ativados" coordenam as
funções dessas células. Surgem dessa maneira tipos celulares com formas e funções distintas, que se
organizam em tecidos.

Fases do Desenvolvimento Embrionário


Durante o desenvolvimento embrionário da dos animais ocorrem três fases consecutivas: segmentação,
gastrulação e organogênese.
Na segmentação, mesmo com o aumento do número de células, não há aumento do volume total do
embrião, pois as divisões celulares são muito rápidas e as células não têm tempo para crescer.
Na fase seguinte, que é a gastrulação, o aumento do número de células é acompanhado do aumento
do volume total. Inicia-se nessa fase a diferenciação celular, ocorrendo a formação dos folhetos
germinatívos ou folhetos embrionários, que darão origem aos tecidos do indivíduo.
No estágio seguinte que é a organogênese, ocorre a diferenciação dos órgãos.

Anexos embrionários
Anexos embrionários são estruturas que se formam durante o desenvolvimento dos embriões de
vertebrados e que derivam dos seus folhetos germinativos, embora não façam parte do corpo desses
embriões. Os anexos embrionários são representados por: vesícula vitelina (saco vitelino ou vesícula
vitelínica), âmnio, cório e alantóide.
Na maioria dos mamíferos ela é reduzida, pois nesses animais geralmente os ovos são pobres em vitelo.
Assim, a vesícula vitelina não tem significado no processo de nutrição do embrião.
O âmnio é uma membrana que envolve completamente o embrião, delimitando uma cavidade denomi-
nada amniótica. Essa cavidade contém o líquido amniótico, cuja função é proteger o embrião contra choques
mecânicos e contra a dessecação (perda de água para o meio).
Os animais que possuem âmnio possuem também cório, uma membrana que envolve o embrião e
todos os demais anexos embrionários. A alantóide é uma estrutura em forma de saco, cuja função
principal e armazenar excretas nitrogenio e juntamente com o cório, participar das trocas
gasosas.

PLACENTA
O termo placenta é usado para qualquer tipo de órgão formado pelo contato íntimo entre tecido
materno e anexo embrionário e cuja função é a troca de substâncias entre mãe e filho. Através da
placenta o filho recebe da mãe nutrientes e oxigênio, e passa para a mãe excretas nitrogenadas e gás
carbónico. Essas trocas são efetuadas por difusão, graças à proximidade entre os vasos sanguíneos da
mãe e do embrião. E importante frisar que não existe continuidade física entre circulação materna e
fetal: os vasos sanguíneos da mãe não penetram no corpo do feto e vice-versa. A placenta ocorre nos
mamíferos vivíparos, que são a maioria. Na maioria dos mamíferos vivíparos, dentre os quais está a es-
pécie humana, a placenta é formada pela interação da mucosa uterina da mãe com os anexos
embrionários cório e alantóide

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Desenvolvimento Embrionário Humano

Vamos agora analisar de maneira geral o desenvolvimento embrionário humano. A fecundação


ocorre em uma parte do sistema genital feminino denominada tuba uterina. Aproximadamente 30 horas
após a fecundação o ovo inicia a primeira divisão, dando origem a dois blastômeros. Entre o terceiro e o
quarto dia após a fecundação o embrião encontra-se no estágio de mórula. A seguir forma-se a blástula,
também chamada blastocisto, que chega até o útero. O blastocisto apresenta-se como uma esfera
formada por uma camada de células que delimita uma cavidade interna na qual se observa um
pequeno acúmulo de células, denominado botão embrionário ou embrioblasto. As células da camada
externa do blastocisto participam da formação do cório e de parte placenta; o botão embrionário
origina o embrião propriamente dito, a vesícula vitelina, a itóide e o âmnio. Chegando ao útero, o
blastocisto implanta-se na parede uterina por volta do sexto dia após a fecundação. Por volta do nono ou
décimo dia, o embrião encontra-se totalmente envolto pela parede uterina. Nesse estágio inicial, forma-se
uma placenta primária.
A alantóide surge por volta do 16a dia de gestação. É um pequeno divertículo que não tem a função de
armazenar excretas nitrogenadas, como acontece em répteis e aves. Ela dá origem aos vasos sanguíneos do
cordão umbilical. Apesar de presente, o saco vitelino não contém vitelo e não realiza sua função original. Essa
função é substituída pela placenta por onde o feto recebe da mãe não só o alimento como também oxigénio.
A placenta realiza as funções de sintetizar glicogênio, colesterol e ácidos graxos, transferir hormônios e
anticorpos da mãe para o filho e secretar hormônios, como o HCG (gonadotropina coriônica humana),
especialmente importante para a manutenção da gravidez.

A gastrulacão inicia-se na terceira semana após a fecundação.


Na quarta semana de gestação ocorre a neurulação, e até a oitava semana termina a organogênese.
Dizemos, então, que o período embrionário vai da fecundação até a oitava semana de gestação, período
em que se utiliza o termo embrião. A partir daí o indivíduo em formação passa a ser chamado feto. O
período fetal vai da nona semana até o nascimento.

Gêmeos

Cerca de 75% dos casos de gêmeos na espécie humana são resultado da liberação de mais de
um ovócito do ovário da mãe, e cada um deles é fecundado por um espermatozóide. Esses são os
chamados gêmeos fraternos ou dizigóticos (di = dois), pois formam-se a partir de dois zigotos distintos.

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Os restantes 25% dos casos são de gêmeos idênticos, univitelinos ou monozigóticos (mono = um),
pois são provenientes de um único zigoto. Logo no início do desenvolvimento embrionário o embrião
divide-se em dois, fixando-se de forma independente no útero.

Parto
O nascimento pode ocorrer por parto natural ou por cesariana.
• Parto natural: rompe-se a bolsa que contém o líquido amniótico e, por sucessivas contrações, o útero empurra
o feto em direção à vagina, canal que se comunica com o exterior do corpo. Após o nascimento, o cordão
umbilical é cortado e a placenta é eliminada.

• Cesariana: intervenção cirúrgica que consiste em abrir o abdome e a parede do útero materno para
retirar o bebé. A indicação de cesariana é de responsabilidade médica e geralmente é feita quando o
parto não evolui naturalmente.

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12- SISTEMA SENSORIAL

O corpo humano é composto de cinco sentidos, a saber: a visão, o olfato, o paladar, a audição e
o tato que fazem parte do sistema sensorial, responsável por enviar as informações obtidas para o sistema
nervoso central, que por sua vez, analisa e processa a informação recebida.
Órgãos dos sentidos é um conjunto de órgãos receptores externos de estímulos sensoriais dos
sentidos. Suas funções são transformar os estímulos (luz, som, calor, pressão, etc.) em impulsos nervosos,
onde esses percorrem as células nervosas até o centro nervoso, o cérebro (receptor interno). O cérebro
traduz, interpreta e transforma os impulsos nervosos em sensações de quente, frio, de sabores, de cheiros,
de sons, de percepção de luminosidade (claro ou escuro) ou de distinção de cores. Ou seja, os órgãos dos
sentidos permite-nos perceber o mundo à nossa volta.

12.1- A visão

A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo informações do que existe ao nosso redor.
Nossos olhos conseguem transformar o estímulo luminoso em uma outra forma de energia (potencial de
ação) capaz de ser transmitida até o nosso cérebro.

Esse último é responsável pela criação de uma imagem a partir das informações retiradas do meio. O
olho é revestido por três membranas:
 Esclera
 Coróide
 Retina.

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Anatomia do olho humano

 Esclera ou esclerótica:
A esclera á a camada mais externa, o que chamamos de “branco do olho”. A parte anterior da esclera
é constituída pela córnea, que é uma membrana curva e transparente por onde passa a luz.

 Coróide:
Além da córnea, há a coróide – essa membrana intermediária apresenta muitos vasos sanguíneos que
nutrem as células oculares.

 Retina:
É uma parte do olho dos vertebrados responsável pela formação de imagens, ou seja,
pelo sentido da visão. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as
traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Em cada retina há
cerca de 120 trilhões (Gazzaniga, 2007:153)de foto-receptores (cones e bastonetes) que
libertam moléculas neurotransmissoras a uma taxa que é máxima na escuridão e diminui, de um
modo proporcional , com o aumento da intensidade luminosa. Esse sinal é transmitido depois à
cadeia de células bipolares e células ganglionares.

Conceito de cones e bastonetes:

- Cones : são as células do olho dos animais que têm a capacidade de


reconhecer as cores, segundo a teoria tricromática, outro tipo de célula
dos olhos, têm a capacidade de reconhecer a luminosidade. Existem
aproximadamente 6 milhões de cones em cada olho humano
concentrados na região fóvea. Sendo estes os responsáveis pela
percepção das cores, quando existe uma anomalia ou ausência de algum
dos fotopigmentos nas terminações dos cones estamos na presença
do daltonismo.
- Bastonetes: são células da retina dos olhos dos vertebrados, que
detectam os níveis de luminosidade. São basicamente responsáveis
pela visão noturna, têm este nome devido à sua forma alongada e
- .
cilíndrica e são também usados navisão periférica.
-

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Imagem detalhada sobre a retina e os fotoreceptores

Na parte da frente e central do olho, existe uma estrutura transparente chamada CÓRNEA
(porção transparente da túnica externa (esclerótica). È circular no seu contorno e de espessura
uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas glândulas lacrimais e drenada para
a cavidade nasal através de um orifício existente no canto interno do olho.
Atrás da córnea, existe a ÍRIS, estrutura circular que possui cores diferentes para cada ser
humano.
No centro da íris, tem-se a PUPILA, estrutura circular, que se altera de tamanho, de acordo
com a quantidade de luminosidade. Quando a quantidade de luz é pequena, é preciso aumentar esse
orifício para captar a maior quantidade possível de energia luminosa. Já quando a luminosidade é
grande, a íris diminui a pupila, tornando menor a entrada de luz, para seus olhos não receberem tanta
"informação" ficando incapazes de transmiti-las ao cérebro.

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Partes internas do olho
As estruturas transparentes, existentes no interior do olho, permitem que a luz atravesse o globo ocular
e chegue até a retina, que é sensível ao estímulo da luz. Essas estruturas são: o cristalino, a córnea, o
humor aquoso e o humor vítreo.

- cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana transparente. Situa-se atrás da pupila e e orienta a
passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em dois compartimentos contendo fluidos
ligeiramente diferentes: (1) a câmara anterior, preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior,
preenchida pelo humor vítreo. Pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar,
que pode torná-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os raios
luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais espesso para a visão de objetos próximos
e, mais delgado para a visão de objetos mais distantes, permitindo que nossos olhos ajustem o foco para
diferentes distâncias visuais. A essa propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual. Com o
envelhecimento, o cristalino pode perder a transparência normal, tornando-se opaco, ao que chamamos
catarata.

- córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular no seu contorno e de espessura
uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas glândulas lacrimais e drenada para a
cavidade nasal através de um orifício existente no canto interno do olho.

- humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo a câmara anterior do
olho.

- humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a retina, preenchendo a
câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico.

Estruturas de proteção dos olhos

 O globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as


glândulas lacrimais e os músculos oculares.

 As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana chamada
conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que conhecemos como
lágrima.

 Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso de luz nos olhos, e as


sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles.

 As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos


movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso de líquido desce
pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.

104
Mecanismo da visão

Os raios de luz refletidos do objeto entram nos nossos olhos, atravessam as estruturas oculares - a
córnea, a pupila, os humores, o cristalino – e chegam ao fundo do olho, até a retina, onde existem células
sensíveis a luz. A imagem transformada em impulsos nervosos, é enviada a través do nervo óptico ao
cérebro. No cérebro as informações (cor, forma, tamanho e posição) são “interpretadas” fazendo com que a
imagem do objeto em foco seja vista na posição correta.

Saúde visual

Todo mundo tem alguém na família ou pelo menos conhece alguém que usa óculos. Geralmente
pensamos logo nos nossos avós, pois a maioria dos idosos tem dificuldade para enxergar. Mas ao contrário
do que se pensa, os problemas de visão ocorrem na infância e adolescência. Pesquisas revelam que 1 em
cada 5 crianças em idade escolar sofre de problemas de visão. Uma criança não tem como comparar se
está enxergando bem ou não e dificilmente vai se queixar, o que pode trazer sérios problemas para o
aprendizado e a saúde.

Os sintomas podem ser:

 Dificuldade de leitura: Quando você lê um livro, preste atenção se precisa aproximá-lo dos olhos ou
se é necessário afastá-lo. Observe se as letras ficam meio embaçadas, como se tivesse uma nuvem
de fumaça sobre seus olhos.
 Piscamento: Observe se você pisca muitas vezes ao focalizar algum objeto ou durante a leitura.
 Sensibilidade exagerada à luz: Em ambientes claros a pessoa não consegue abrir os olhos totalmente,
que em seguida começam a lacrimejar.
 Terçol Frequênte: É uma inflamação geralmente localizada nas pálpebras, como se fosse uma espinha
grande, deixando a região avermelhada e inchada.
 Dores de Cabeça: Geralmente durante ou após a leitura ou ao assistir televisão.
 Tonteiras: Também são frequêntes durante a leitura.

Problemas que podem ocorrer com a visão:


• Miopia - Dificuldade de enxergar de longe
• Hipermetropia - Dificuldade de enxergar de perto
•Astigmatismo - A imagem fica desfocada, meio embaçada devido a uma alteração na Córnea (camada
transparente sobre a parte colorida).

Cuidados com os olhos

• Não usar óculos sem receita médica.


• Não usar colírio sem recomendação médica.
• Em caso de cisco, lavar o olho com cuidado, sem esfregá-lo.
• Procurar ler e escrever em lugar adequadamente iluminado.
• Ao assistir televisão e ao ler ou escrever, manter a distância adequada. Da televisão, manter no mínimo 1,5
metros da tela. O livro ou o caderno devem estar a uma distância de 30 cm dos olhos.
• Para usar o computador, posicionar-se entre 45 cm a 70 cm do monitor. A tela deve ter a sua altura
regulada um pouco abaixo da altura dos olhos.
• Nunca olhar diretamente para o Sol, pois isso pode causar sérios danos aos olhos. Evitar olhar diretamente
para fonte intensa de luminosidade, farol de carro, por exemplo.

12.2- Audição

Nossos ouvidos também nos ajudam a perceber o que está ocorrendo a nossa volta. Além de
perceberem os sons, eles também nos dão informações sobre a posição de nossos corpos, sendo
parcialmente responsáveis por nosso equilíbrio. O pavilhão auditivo (orelha externa) concentra e capta o
som para podermos ouvir os sons da natureza, diferenciar os sons vindos do mar do som vindo de um
automóvel, os sons fortes e fracos, graves e agudos. Por possuirmos duas orelhas, uma de cada lado da
cabeça, conseguimos localizar a que distância se encontra o emissor do som. Percebemos a diferença da
chegada do som nas duas diferentes orelhas. Desse modo, podemos calcular a que distância encontra-se o
emissor. Nossas orelhas captam e concentram as vibrações do ar, ou melhor, as ondas sonoras, que

105
passam para a parte interna do nosso aparelho auditivo, as orelhas médias, onde a vibração do ar faz
vibrar nossos tímpanos - as membranas que separam as orelhas externas das médias.

Essa vibração, por sua vez, será transmitida para três ossículos, o martelo, a bigorna e o estribo.
Através desses ossos, o som passa a se propagar em um meio sólido, sendo assim transmitido mais
rapidamente. Assim, a vibração chega à janela oval - cerca de vinte vezes menor que o tímpano -
concentrando-se nessa região e amplificando o som.
Da orelha interna, partem os impulsos nervosos. Nosso aparelho auditivo consegue ampliar o som
cerca de cento e oitenta vezes até o estímulo chegar ao nervo acústico, o qual levará a informação ao
cérebro. Quando movemos a cabeça, movimentamos também os líquidos existentes nos canais
semicirculares e no vestíbulo da orelha interna. É esse movimento que gera os estímulos que dão
informações sobre os movimentos que nosso corpo está efetuando no espaço e sobre a posição da cabeça,
transmitindo-nos com isso a noção de equilíbrio.

A orelha e o equilíbrio
A orelha é mais conhecida como o órgão do sentido da audição, mas ela também ajuda a manter o
equilíbrio – a orientação postural – e o senso de direção. Dentro da orelha interna, há um “equipamento”
de percepção de equilíbrio: os canais semicirculares, também chamados de labirinto que são preenchidos
por líquido. Essas estruturas não participam do processo de audição. Quando movimentamos a cabeça, o
líquido se desloca dentro dos canais. O deslocamento desse líquido estimula nervos específicos, que enviam
ao cérebro informação sobre a posição do nosso corpo em relação ao ambiente. O nosso cérebro interpreta
a mensagem e comanda os músculos que atuam na manutenção do equilíbrio do corpo.

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Cuidados com os órgãos auditivos

Para este equipamento funcionar direitinho, cuide bem dele!

• O ouvido está sujo? Limpeza nele! Mas ATENÇÃO: nada de cotonete! Se não você pode fazer o maior
estrago no seu ouvido! Peça uma ajudinha a um adulto, para ele mostrar como você deve fazer: é só usar
a própria toalha e limpar apenas a parte de fora, na frente e atrás. Pode deixar que o médico cuida da
parte de dentro!
• Praia e piscina são uma delícia, e mergulhar é melhor ainda. Mas cuidado: tente não deixar entrar água no
ouvido e seque-o depois que sair, virando a cabeça de lado e fazendo uma leve pressão. Mas se você é um
grande mergulhador e não consegue ficar parado, peça a um adulto para levá-lo ao médico; ele pode
receitar um tampão feito sob medida para você.
• Ouvido também "gasta", sabia? Se você não cuidar bem do seu, pode ficar sem escutar direito... por isso,
cuidado ao ouvir música no walkman: o som muito alto faz mal aos delicados órgãos auditivos, e pode até
provocar dor de cabeça e zumbido no ouvido. O melhor mesmo é evitar os fones, ou ouvir baixinho.
• Se você já viajou para regiões de serra ou andou de avião, deve ter tido a sensação de ficar "surdo", não é?
Isto acontece por causa da mudança de pressão do ar: Para não incomodar muito, quando isto acontecer,
você pode engolir saliva várias vezes, ou abrir bem a boca. Em uma viagem longa, é legal chupar uma bala
ou mascar chiclete. Não estranhe se seu ouvido ficar "estalando"!

Poluição sonora
Dizemos que há poluição sonora quando os ruídos incomodam por serem altos demais para o nosso
sistema auditivo. A audição humana, em níveis normais, capta sons a partir de 10 ou 15 decibéis. Até cerca
de 80 a 90 decibéis, os sons são inofensivos à audição humana. Acima dessa medida, podem provocar
dores de cabeça, irritabilidade e insônia e, sobretudo, diminuição da capacidade auditiva.Segundo a OMS, o
“volume sonoro” nas cidades não deve ultrapassar 70 decibéis, para evitar a poluição sonora.

12.3- Olfato

Podemos adivinhar o que está no forno apenas pelo cheiro que sentimos no ar da cozinha. Esse é o
sentido do olfato. Partículas saídas dos alimentos, de líquidos, de flores, etc. chegam ao nosso nariz e se
dissolvem no tecido que reveste a região interna do teto da cavidade nasal, a mucosa olfatória. Ali a
informação é transformada, para ser conduzida, através do nervo olfatório, até o cérebro, onde será
decodificada.

A capacidade do nosso olfato é significativa. Podemos distinguir milhares de odores diferentes e


identificar substâncias que têm cheiro forte, mesmo quando muito diluídas. Em relação ao sentido do olfato
de outros animais, o nosso não pode ser considerado um dos mais desenvolvidos. O cachorro, por exemplo,
tem o olfato muito mais apurado.

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12.4- Paladar

Mesmo com os olhos vendados e o nariz tapado, somos capazes de identificar um alimento que é
colocado dentro de nossa boca. Esse sentido é o paladar. Partículas se desprendem do alimento e se
dissolvem na nossa boca, onde a informação é transformada para ser conduzida até o cérebro, que vai
decodificá-la. Os seres humanos distinguem as sensações de doce, salgado, azedo e amargo através das
papilas gustativas, situadas nas diferentes regiões da língua. Para sentirmos os diferentes sabores, os
grupamentos atômicos dos alimentos são dissolvidos pela água existente em nossa boca e estimulam
nossos receptores gustativos existentes nas papilas.

Atuação do olfato em conjunto com o paladar

Quando mastigamos uma goiaba, também sentimos o cheiro que ela exala. Isso ocorre porque as
partículas da substância que compõe a fruta – a essência – são captadas pelo sentido olfativo. O fato que
podemos detectar pelo olfato a essência da fruta nos possibilita identificar o sabor da goiaba. É pelo olfato
que identificamos os sabores específicos, por exemplo, da pêra e da goiaba, mesmo ambas sendo doces.
Quando ficamos gripados, podemos constatar a atuação conjunta do olfato e do paladar. Um dos sintomas
da gripe ou do resfriado é a produção de muito muco pelo nariz. Isso dificulta a circulação de ar (que
carrega as partículas das substâncias) pela cavidade nasal. O ar não chega as células olfativas,
prejudicando a percepção dos cheiros. Nessas ocasiões temos a percepção de que os alimentos, até os mais
saborosos, perderam o gosto.

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12.5- Tato

Já a nossa pele nos permite perceber a textura dos diferentes materiais, assim como a temperatura
dos objetos, pelas diferenças de pressão, captando as variações da energia térmica e ainda as sensações
de dor. Podemos sentir a suavidade do revestimento externo de um pêssego, o calor do corpo de uma
criança que seguramos no colo e a maciez da pele de um corpo que acariciamos. Sem essas informações,
nossas sensações de prazer seriam diminuídas, poderíamos nos queimar ou nos machucaríamos com
frequência. Essa forma de percepção do mundo é conhecida como tato. Os receptores do tato percebem as
diferenças de pressão (receptores de pressão), traduzem informações recebidas pelo contato com
diferentes substâncias químicas, percebem também a transferência de energia térmica que ocorre de um
corpo para outro (receptores de calor). Os deficientes visuais podem ler textos, algarismos, notas musicais
etc. e também redigir os seus próprios textos pelo sistema braile. O sistema braile é utilizado
internacionalmente e em todos os idiomas. Ele permite a representação de letras e de diversos outros
sinais. Nossos sentidos nos informam, de várias maneiras, sobre o que está acontecendo a nossa volta.
Podemos ver e ouvir, cheirar e sentir sabores. Podemos sentir a textura e a temperatura das coisas que
tocamos. Nossos sentidos são impressionados pela matéria e a energia e, assim, nosso organismo entra em
contato com o meio ambiente.

TATO -SENSAÇÕES

13- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- CRUZ, D. Ciências e Educação Ambiental – O Corpo Humano 7ª série, Ática 2001.


- GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 10. Ed. Rj . Guanabara Koogan, 2002
- DÂNGELO, J.G. E FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2 ed. São Paulo:
Editora Atheneu. 2004
- LOPES, S. Bio volume único 1ª Ed. São Paulo, Saraiva 2002.
- ATLAS DO CORPO HUMANO. São Paulo, Editora Abril, 2008 Vol. 1,2.3 e 4(Guia Veja de
Medicina e Saúde).
SITES
http://laboratoriodeanatomia.blogspot.com
www.soscorpo.com.br/anatomia/anato.htm

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