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O sistema respiratório é o conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas entre o organismo dos
animais e o meio ambiente, ou seja, a hematose pulmonar, possibilitando a respiração celular.
A função principal do sistema respiratório é basicamente garantir as trocas gasosas com o meio
ambiente. O processo de troca gasosa no pulmão, dióxido de carbono por oxigênio, é conhecido como
hematose pulmonar. Mas também ajuda a regular a temperatura corporal, o pH do sangue e libertar
água.
O Sistema respiratório fornece oxigênio para sustentar o metabolismo tecidual e remove dióxido de carbono.
O consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono variam com a taxa metabólica, que depende
principalmente da atividade física. As espécies menores têm o consumo de oxigênio por quilo de peso
corpóreo mais alto que as espécies maiores. Quando os animais se exercitam, os músculos requerem mais
oxigênio, e portanto o consumo de oxigênio aumenta. O consumo máximo de oxigênio no cavalo é três vezes
maior que o consumo máximo de oxigênio em uma vaca de peso corpóreo similar, e os cães têm consumo
máximo de oxigênio mais alto que os caprinos de mesmo tamanho. As espécies mais aeróbias, como os cães
e eqüinos, têm um volume máximo de consumo de oxigênio mais alto pois a densidade mitocondrial do
músculo esquelético é maior que nas espécies menos aeróbias.
Embora as exigências de troca gasosa variem com o metabolismo e possam aumentar até trinta vezes durante
exercício vigoroso, normalmente elas são feitas com pequeno custo energético. Quando os animais têm
enfermidade respiratória, o custo energético da respiração aumenta, havendo portanto, menos energia
disponível para a realização de exercícios físicos e conseqüentemente menor desempenho do animal.
Os objectivos da respiração são prover oxigénio aos tecidos e remover o dióxido de carbono. A fim
de alcançar tais objectivos, a respiração pode ser dividida em quatro funções principais:
Oxigénio
O oxigénio é sem dúvida um dos elementos mais activos em todos os fenómenos da natureza.
Provado está que tanto mais complicado é o sistema de tomada e absorção do oxigénio quanto
mais desenvolvido e complexo for o organismo vivo.
Num esquema muito geral podemos considerar que o aparelho respiratório dos mamíferos e das
aves se divide em dois principais segmentos, em que um primeiro se destina unicamente a conduzir
o ar contendo o exigénio, a um centro de aproveitamento, submetendo-o no entanto durante esse
trajecto a um tratamento preparatório tendente a aquecê-lo e humidificá-lo, e um segundo,
representado por um centro de aproveitamento, onde os mais importantes e decisivos fenómenos
tem lugar.
No primeiro segmento incluem-se várias peças como as cavidades nasais iniciadas nas
narinas, só eventualmente a boca, e sempre a faringe, a laringe, a traqueia e os vários tipos
de brônquios. Na segunda apenas uma, mas no entanto a mais importante, que é o pulmão,
sede de profundas transformações de natureza físico-química, em que intervém o oxigénio
como matéria prima e a hemoglobina como agente de transformação.
Constituição do sistema respiratório
Constituição do aparelho respiratório: os órgãos do sistema respiratório dos vertebrados terrestres são:
Boca,
Faringe ( nasofaringe),
Laringe,
Glote ou epiglote,
Traqueia,
Pulmões,
Brônquios,
Bronquíolos, e
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas
são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há
dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. No tecto das fossas nasais existem
células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, humedecer e
aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestivo e respiratório e comunica-se com a boca e com as
fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de
atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do
pescoço, em continuação à faringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma
espécie de “lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Durante a
ingestão de alimentos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento
ingerido penetre nas vias respiratórias.
Traquéia: é um tubo cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região
inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-
ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são
posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial
pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
Pleura
A pleura consiste de uma simples camada de células fundidas à superfície de uma camada de tecido conjuntivo.
Ela envolve ambos os pulmões (pleura visceral) e se reflete dorsalmente, retornando pela parede interna do tórax e
contribuindo para sua cobertura (pleura parietal). O espaço entre as respectivas camadas de pleura visceral, quando
elas ascendem para a parede dorsal é conhecido como espaço mediastino. No interior do espaço mediastino estão a
veia cava, o ducto linfático torácico, o esôfago, aorta e traquéia. O espaço mediastino está intimamente associado ao
espaço intrapleural (espaço entre a pleura visceral e parietal); assim as alterações de pressão no espaço intrapleural
são acompanhadas por alterações similares no espaço mediastino. Da mesma forma, as alterações de pressão no
espaço mediastino são acompanhadas no interior das estruturas mediastínicas, contanto que suas paredes sejam
responsivas a distensibilidade em relação a baixa pressão
RESPIRAÇÃO
RESPIRAÇÃO
CAVIDADE TORÁCICA
A cavidade toráxica é conformada por uma caixa óssea, limitada aos lados pelas costelas, inferiormente
pelo esterno, e em cima pelo corpo das vértebras dorsais, cavidade esta que se transforma em âmbito
fechado, dada a existência dos músculos intercostais, e do diafragma que atrás a limita.
Nesta cavidade se contém, além do pulmão e porção terminal da traqueia, também parte do esófago em
trânsito para a cavidade abdominal, além do coração, seus grossos vasos emergentes e imergentes,
variada rede ganglionar e nervosa, bem como um órgão especialmente desenvolvido nos animais
jovens, que é o timo.
RESPIRAÇÃO
As paredes internas desta vasta cavidade, são inteiramente forradas por uma fina mas resistente
membrana, perfeitamente lisa, brilhante, e sempre ligeiramente humedecida, que intimamente se
encosta à face interna dos músculos intercostais, face interna das costelas, e todas as demais superfícies
ósseas e musculares que limitam a cavidade, incluindo o diafragma, membrana esta a que se chama
folheto parietal da pleura.
Também o pulmão, contido nesta cavidade, se encontra totalmente envolvido por uma membrana
idêntica.
Este folheto visceral, encosta-se muito intimamente ao citado folheto parietal, mas não se lhe
aderindo. Antes desliza com suavidade, escorregando, graças à humidade viscosa que entre eles
normalmente se verifica.
RESPIRAÇÃO
Ao folheto médio situado entre os dois pulmões, e portanto constituído, para além das
duas membranas que envolvem cada um deles, também pelos derivados do folheto
parietal, se dá o nome de mediastino.
RESPIRAÇÃO
OPULMÃO
O todo do pulmão é constituido pelo órgão que se situa a partir do ponto em que os troncos
provenientes da traqueia deixam de ser livres. De consistência mole e esponjosa, o pulmão toma a
forma da ampla cavidade em que está contido. No entanto ele não se constitui como uma peça única,
mas antes se divide, através de sulcos de profundidade variável, conforme a espécie animal
considerada, sulcos estes que determinam a constituição de porções bem individualizadas, se bem que
cada uma delas intimamente encostada às suas vizinhas.
RESPIRAÇÃO
As ramificações finais da artéria pulmonar vão mais além, pois atingem as zonas alveolares, passando
até a fazer parte da sua constituição.
É neste ambiente terminal que o sangue venoso, após a longa caminhada que o trouxe das mais
longínquas regiões do corpo que beneficiou, entra em contacto com o oxigénio do ar inspirado,
passando rapidamente do estado de sangue venoso à condição de sangue arterial, fenómeno que no seu
conjunto toma o nome de hematose.
RESPIRAÇÃO
MECANISMO DA RESPIRAÇÃO
O ar inspirado, depois de passar pelas vias nasais e a faringe, donde aquece-se e toma vapor de água,
passa pela traqueia e através dos bronquíolos respiratórios e conductos alveolares, chega aos alvéolos.
Os alvéolos encontram-se rodeados de capilares pulmonares e as estruturas entre o ar e o sangue
capilar, normalmente, são muito delgadas.
RESPIRAÇÃO
A inspiração é um processo activo que se deve à contracção dos músculos inspiratórios. O músculo
inspiratório mais importante é o diafragma, que está unido às margens caudais da caixa torácica.
Quando relaxa-se este músculo, fica curvado no tórax; quando contrai-se, adopta uma posição mais
erecta, com que se incrementa o volume torácico; as costelas por outro lado, estão suspensas da
coluna vertebral e unidas directa ou indirectamente ao esterno. Se as costelas se elevam, o diâmetro
do tórax aumenta. Este movimento depende principalmente dos músculos intercostais internos e
externos.
RESPIRAÇÃO
O volume de ar que entra ou sai do nariz durante a inspiração ou espiração conhece-se com o nome de
volume de ventilação pulmonar ou volume tidal.
RESPIRAÇÃO
Ao falar da respiração utilizam-se também outros volumes de ar. Começando ao fim de uma
inspiração normal, a quantidade extra de ar que pode inspirar-se é o volume inspiratório de
reserva. Começando ao fim de uma espiração normal, a quantidade de ar que se pode espirar
mediante um esforço é o volume espiratório de reserva.
O ar inspirado tem a mesma composição, enquanto que o espirado contêm menos oxigénio e mais
dióxido de carbono. A quantidade de nitrogénio não se altera.
O intercâmbio de gases que atravessa a membrana alveolar é regulado por duas leis físicas:
(1) a quantidade de gás fixada fisicamente à um líquido é proporcional à pressão parcial do gás
( lei de Henry);
(2) os gases unem-se ao líquido de forma individual e independentemente dos outros gases (lei de
Dalton).
RESPIRAÇÃO
Os gases são absorvidos directamente no plasma sanguíneo, entretanto uma pequena fracção dos
mesmos transporta-se como solução física no líquido. A maior parte do oxigénio é transportado em
combinação com a hemoglobina nos eritrócitos formando a oxihemoglobina; o dióxido de carbono
transporta-se em forma de bicarbonato e como ácido carbónico e combinado com a hemoglobina,
formando a carbaminohemoglobina.
RESPIRAÇÃO
Cada grama de hemoglobina pode se combinar com 1,36 mL de oxigénio. Como o sangue contêm
pouco menos de 15 gramas de hemoglobina por 100 mL, os 100 mL de sangue totalmente oxigenado
contêm uns 20 mL de oxigénio. Ao redor de 98% do sangue que abandona os capilares pulmonares
está saturado com oxigénio.
A quantidade de oxigénio que pode transportar a hemoglobina vê-se diminuida pela presença de
dióxido de carbono, pelo aumento de acidez, pelas temperaturas altas e por diminuição da pO2.
RESPIRAÇÃO
O dióxido de carbono procedente dos tecidos entra nos capilares porque a pCO 2 do líquido tissular é
mais alta que a pCO2 do sangue. Ao mesmo tempo o oxigénio difunde-se atravessando o endotélio
capilar em sentido oposto. Ao redor da quinta parte do dióxido de carbono parece combinar-se com o
grupo amino (-NH2) da seguinte forma:
A hemoglobina reduzida é capaz de transportar três vezes mais carbamino unido ao dióxido de carbono
do que sangue oxigenado.
RESPIRAÇÃO
O factor decisivo para que os pulmões admitam o oxigénio e possa ser transportado pelo sangue aos
órgãos que o consomem, é o pigmento hemático chamado hemoglobina, que se encontra nos glóbulos
vermelhos. O oxigénio é absorvido e se combina com o pigmento, originando assim um composto que
o liberta facilmente a oxihemoglobina. Quando os eritrocitos carregados de oxihemoglobina chegam
aos órgãos pobres em oxigénio, donde tem lugar processos metabólicos que o consomem (por exemplo,
movimentos musculares), o libertam e a oxihemoglobina (HbO2) converte-se novamente em
hemoglobina (Hb). Ao mesmo tempo, o ácido carbónico, anidrido carbónico (CO 2) , incorpora-se em
parte aos eritrócitos que o transportam ao pulmão e ali elimina-se com o ar espirado.
RESPIRAÇÃO
Por conseguinte, ambos gases, oxigénio (O2) e anidrido carbónico (CO2), formam combinações muito
lábeis com a hemoglobina.
O comportamento do monóxido de carbono ( CO), gás tóxico que se origina nas combustões
incompletas, é totalmente diferente. Este gás combina-se intimamente com a hemoglobina, de maneira
que os glóbulos vermelhos não podem aceitar oxigénio e produz-se a intoxicação conseguinte
(culminação da asfixia).
RESPIRAÇÃO
A afinidade de CO pela hemoglobina é 300 vezes maior que a do O 2. Quando o ar inspirado contêm
somente ½ % de monóxido de carbono, são bloqueados 9/10 de todos os glóbulos vermelhos para o
transporte de oxigénio. Dele deduz-se o perigo extraordinário que representa este gás inodoro e
incolor, que pode originar-se qualquer que seja onde tenham lugar processos de combustão sem
provisão suficiente de ar.