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FUNDAMENTOS DA

ENFERMAGEM

TEC. EM ENFERMAGEM

2019.2
SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DE ENFERMAGEM

A Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem são disciplinas incorporadas ao


curriculum de Enfermagem de acordo com a Resolução nº 314/94 do Conselho Federal
de Enfermagem.
Semiologia investigação e estudo dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e que
seguem o ponto de vista da Enfermagem.
Semiotécnica estudo e metodização das ações que sucedem ao exame físico – a
semiologia, vale dizer. Envolve o conhecimento dos fundamentos da prática de
Enfermagem, com o domínio de conceitos e habilidades. É essencial à prática de
Enfermagem.
As habilidades são necessárias para o cuidado de uma grande variedade de
pacientes, em bom estado de saúde e daqueles com doenças brandas e crônicas;
buscando satisfazer as necessidades básicas do indivíduo. Por exemplo: o exame físico
detecta sujidade no couro cabeludo: a ação semiotécnica – higienização do couro cabeludo.

PROCESSO DO CUIDAR EM ENFERMAGEM


O cuidado faz parte da vida do ser humano desde os primórdios da humanidade,
como resposta ao atendimento às suas necessidades. Para realizar o cuidado,
enfermeiros e técnicos, como membros integrantes da equipe multidisciplinar, utilizam
um conjunto de conhecimentos que possibilita a busca de resolutividade às respostas
dos fenômenos de saúde, definidos pelo Internacional Council of Nurses como aspectos
de saúde relevantes à prática de Enfermagem.
O instrumento para a realização do cuidado é o processo de cuidar, mediante
uma ação interativa entre o enfermeiro e o paciente. Nele, as atividades do profissional
são desenvolvidas “para” e “com” o paciente, ancoradas no conhecimento científico,
habilidade, intuição, pensamento crítico e criatividade e acompanhadas de
comportamentos e atitudes de cuidar/cuidado no sentido de promover, manter e/ou
recuperar a totalidade e a dignidade humana.
A enfermagem é arte, pois se dedica a restaurar a saúde utilizando-se de
instrumental, de habilidade e atitudes de seus agentes para a compreensão do indivíduo,
para o atendimento de suas necessidades. Utiliza-se também de instrumental e
habilidades para a organização do processo de trabalho.
É considerada uma profissão, pois é uma atividade especializada, ou seja, possui
um conjunto de conhecimentos específico, é exercida por um profissional e é
reconhecida dentro da sociedade como uma atividade essencial e da necessidade de sua
atuação. A profissão é regulamentada por lei e, tem o seu exercício regulamentado pela
Lei Nº 7.498/86. No Art. 2, parágrafo único da referida Lei está descrito que, “A
Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem,
pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de
habilitação” (Art. 2, parágrafo único).

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS


Considerações Gerais
Necessidade: “qualidade ou caráter de necessário: exigência”.
Necessário: adjetivo que significa “que não se pode dispensar; que se impõe; essencial;
indispensável”.
Humanas: “relativas ao homem, à natureza do homem”.
Básicas: “que servem de base; fundamentais; principais; essenciais”.
As Necessidades Humanas Básicas (NHB) são necessidades comuns a qualquer ser
humano, portanto, são universais. O que varia de um indivíduo para outro é a sua
manifestação e a adequada maneira de satisfazê-las ou atendê-las.
Quando o organismo humano está em equilíbrio dinâmico (homeostasia), as NHBs não
se manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade,
dependendo do equilíbrio instalado no organismo. Desta forma, a necessidade pode ser
compreendida como a “falta de algo desejável”.
2-Teoria das Necessidades Humanas Básicas utilizadas na Enfermagem

TEORIA DA MOTIVAÇÃO HUMANA DE MASLOW:


Abraham Maslow elaborou, em 1954, uma teoria sobre a motivação humana
centralizada no conceito de auto-realização, apoiando-se nas NHBs.
Ele afirma que todo ser humano possui necessidades comuns que motivam o seu
comportamento, e que as mesmas estão organizadas em cinco níveis distintos e
hierarquizadas, conforme apresentação gráfica a seguir:

Maslow concebe que a necessidade de um nível tem que ser minimamente satisfeita
para que o indivíduo tenha disposição para buscar a satisfação do nível seguinte e,
nunca há satisfação completa ou permanente de uma necessidade, pois se houvesse, não
haveria mais motivação individual.
1º Nível – Necessidades Fisiológicas
São necessidades que devem ser atendidas, pelo menos em nível mínimo, para a
sobrevivência do corpo ou espécie. Dentre elas:
Oxigenação: obtida através do mecanismo da Respiração;
Nutrição: obtida através da Alimentação;
Hidratação: obtida através da ingestão de Água;
Manutenção da temperatura corporal: através do Sistema Nervoso Central (bulbo) e
ambiente;
Eliminação de resíduos ou substâncias tóxicas formadas no metabolismo: obtida através
da Excreção:
- pulmões: eliminam o CO2 (gás carbônico)
- aparelho urinário: elimina urina
- intestino: elimina as fezes
- glândulas sudoríparas: eliminam o suor
Organismo refazer-se das atividades desenvolvidas durante o estado de vigília:
conseguido através do Sono e Repouso;
Reprodução e prazer: através da Sexualidade;
Proteção das estruturas internas do organismo: obtida através da integridade cutâneo-
mucosa (primeira linha de defesa do organismo)
Desenvolvimento e fortalecimento dos músculos; facilitar a digestão, o peristaltismo e a
eliminação intestinal; ativar a circulação sanguínea; aumentar a capacidade pulmonar;
favorecer o padrão do sono; reduzir o estresse: prática de Exercícios e Atividades
Físicas;
Prevenção de deformidades; perda ou limitação de função do sistema músculo-
esquelético: obtida através da Mecânica Corporal (utilização eficiente do corpo, através
do uso correto de todos os segmentos);
Manter a pele limpa e íntegra, unhas aparadas, etc.: obtida através da realização e
manutenção da Higiene Corporal;
2º Nível – Necessidades de Proteção e Segurança
É a necessidade que o ser humano possui de sentir-se protegido, sem ameaças de ordem
física, psíquica ou social.
Inclui a necessidade de abrigo, que compreende habitação e vestuário adequados
conforme as condições climáticas. A habitação proporciona conforto físico porque
protege das intempéries, e psíquico porque proporciona sensação de segurança.
O meio-ambiente deve ser livre de agentes agressores físicos, químicos e biológicos;
deve possuir saneamento básico, iluminação, pavimentação, controle de insetos e
roedores, coleta de lixo, enfim, uma infra-estrutura básica que permita ao cidadão viver
dignamente.
Quando o ser humano está saudável e protegido, sente-se seguro.
3º Nível – Necessidade de Amor e Pertencer (gregarismo)
As pessoas necessitam de amor e afeição, de sentir que pertencem a um grupo
(gregarismo). Necessitam ter à sua volta pessoas (família, amigos, professores, etc.)
com quem possam compartilhar suas alegrias e tristezas, suas ansiedades e suas dúvidas.
Esta necessidade, em geral, surge após as necessidades de segurança e proteção estarem
satisfeitas, porque somente quando o indivíduo sente-se seguro e protegido, ele tem
tempo e energia para procurar amor e pertencer e, assim, compartilhar amor com os
outros.
4º Nível – Necessidade de Auto – Estima
Auto-estima significa “valorização de si mesmo; amor próprio”.
As pessoas devem se sentir bem em relação a si próprias, e orgulhosas quanto às suas
habilidades e realizações. A auto-estima elevada é um motivador poderoso do
comportamento.
5º Nível – Necessidade de Auto – Realização
A auto-realização é a ânsia de continuar a crescer e mudar, de trabalhar por novos
objetivos, de desenvolver talentos, de cultivar seus potenciais.
Normalmente, a auto-realização ocorre com a maturidade. O adulto auto-
realizadomostra-se satisfeito com as suas realizações e com a sua vida. Há uma
sensação de plenitude e contentamento.
Uma pessoa que se auto-realiza é autônoma, facilmente motivada, não é egocêntrica.
Geralmente é capaz de resolver seus problemas, aceita as outras pessoas e as ajuda.

TEORIA DAS NHBS SEGUNDO WANDA HORTA


No Brasil, as teorias de enfermagem tiveram seu início com os escritos de Wanda
Horta, sobre as Necessidades Humanas Básicas. Horta (1979) afirma que a enfermagem
é a responsável pelo atendimento das necessidades humanas básicas do indivíduo
(paciente, família e sociedade). A enfermagem deve ser orientada pelas necessidades
humanas básicas de Maslow: necessidades fisiológicas; necessidades de segurança;
necessidades de amor; necessidades de estima; necessidades de auto-realização, sendo
que ambas as necessidades estão interligadas, e deve haver equilíbrio entre elas. Se
algum fator ocasionar o desequilíbrio, o processo de resolução deve ser efetivado pelo
papel da enfermagem na assistência. Deste modo, a enfermagem tem um papel
fundamental na garantia deste estado de equilíbrio das necessidades humanas básicas.
Para Horta as necessidades são universais, mas a forma de manifestação e de satisfação
varia de um indivíduo para outro, conforme idade, sexo, cultura, escolaridade, fatores
sócio-econômicos, o ciclo saúde-enfermidade e o ambiente, entre outros. Apesar de
Horta citar a teoria da Motivação Humana de Maslow (1970), ela preferiu adotar a
denominação de João Mohana (1964), classificando as necessidades em psicobiológicas,
psicossociais e psicoespirituais.
O processo de enfermagem
O processo de enfermagem proposto por Horta (1979), é o conjunto de ações
sistematizadas e relacionadas entre si, visando principalmente a assistência ao cliente.
Pode ser denominado como SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem).
Fases do processo de enfermagem segundo Horta:
 Histórico
 Exame Físico e Sinais Vitais
 Diagnóstico e Prescrição
 Evolução

BIOSSEGURANÇA

 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS


É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a
propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo
“lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior
abrangência deste procedimento. O termo engloba a higienização simples, a
higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos, que
serão abordadas mais adiante.
As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a
assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos
microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de
contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies
contaminados.
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser
higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico.
 Álcool à 70% -Atua por desnaturação de proteínas. Tem excelente atividade
sobre bactérias gram-positivas e Gram negativas, fungos e vírus. O álcool tem
efeito após secar.
 Iodóforos - Atuam por oxidação e substituição por iodo livre, tem excelente
atividade sobre gram-positivas. Necessita de 2 minutos de contato para a
liberação do iodo livre. Tem pouca ação e é alterado pela presença da matéria
orgânica. Não são recomendados no recém-nato pois pode ocorrer absorção de
iodo com supressão da função tireoidiana.
 Clorexidina - Atua por ruptura da parede celular, tem excelente atividade sobre
bactérias gram-positivas, boa atividade sobre as gram-negativas, não é
esporicida, age contra vírus lipofílicos (HIV, CMV, herpes simples, influenza).
Tem ação com 15 segundos de fricção e o efeito residual é de 5-6 horas. Baixa
toxidade ao contato. Tóxico se aplicado diretamente em olhos e ouvidos.

 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)


EPI significa Equipamento de Proteção Individual e é definido pela Norma
Regulamentadora nº 06 (NR-06) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como
sendo: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”
Esses são responsáveis pela proteção e integridade do indivíduo com o intuito também
de minimizar os riscos ambientais do ambiente de trabalho e promover a saúde, bem
estar e evitar os acidentes e doenças ocupacionais.
As principais funções dos equipamentos são: redução da exposição humana aos
agentes infecciosos; redução de riscos e danos ao corpo provocados por agentes físicos
ou mecânicos; redução da exposição a produtos químicos tóxicos; redução da
contaminação de ambientes

Exemplos de EPI’s, são:

Capacete; Óculos; Protetor facial; Protetor auricular; Respirador; Proteção do


tronco; Luvas; Mangas; Calçados; Macacão; Cinturão.

 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)


A sigla EPC significa Equipamento de Proteção Coletiva. O Equipamento de
Proteção Coletiva – EPC trata-se de todo dispositivo ou sistema de âmbito coletivo,
destinado à preservação da integridade física e da saúde dos trabalhadores, assim como
a de terceiros.

Os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC tem como objetivo proporcionar a


preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, em geral. O EPI (Equipamento
de Proteção individual) também tem como objetivo a proteção do trabalhador, porem é
de menor eficiência, confira o por quê mais a frente.

São exemplos de EPC: Sinalização de segurança proteção de partes móveis de


máquinas e equipamentos Corrimão de escadas capelas químicas, etc.

 TÉCNICAS PARA CALÇAR AS LUVAS


As luvas são usadas como barreiras dérmicas, para reduzir a exposição a sangue,
fluido corpóreo, produtos químicos e outros riscos físicos, mecânicos, elétricos e de
radiação. Existem dois tipos de luvas: Látex de procedimentos cirúrgicos ou estéreis;
Látex de procedimentos.
Assepsia é o conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de agentes
patogênicos no organismo.
Antissepsia consiste na utilização de produtos (microbicidas ou microbiostáticos)
sobre a pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-organismos em sua
superfície. (ANVISA).

RELAÇÃO ENFERMAGEM PACIENTE


Antes de abordar a parte técnica da assistência de enfermagem, salientamos que
o ser humano é o objetivo do cuidado. Precisamos sempre lembrar que o paciente ou
cliente é uma pessoa com passado, presente e futuro. Tem personalidade própria,
medos, angústias e preocupações e pelo fato de estar doente fica mais emocionalmente
fragilizado. Todos os membros da equipe de saúde devem estimular a participação do
cliente ou paciente no seu tratamento e zelar para que a assistência seja o mais
individualizada possível. Ouvir e observar é essencial para uma comunicação efetiva
com as pessoas. Além do respeito aos direitos éticos e legais, devemos valorizar a
pessoa que está sob nosso cuidado, dando-lhe o máximo de atenção, respeito e carinho.
( koch,2007)
O relacionamento enfermagem paciente é uma relação entre duas ou mais
pessoas, o profissional e a pessoa que requer ajuda, que se dá através do processo
terapêutico (início, desenvolvimento e final) objetivando a resolução do problema
apresentado. O sujeito não é tratado como objeto nem do conhecimento nem da ação,
mas como alguém que enfrenta dificuldades. Considera que toda pessoa possui uma
tendência positiva no sentido de se reorganizar, de se dirigir, de se preservar, o que o
leva à busca do equilíbrio, do crescimento e do amadurecimento saudável.
(FUGERATO,1999)

O PROCESSO DE ENFERMAGEM

O processo de enfermagem proposto por Horta (1979), é o conjunto de ações


sistematizadas e relacionadas entre si, visando principalmente a assistência ao cliente.
Pode ser denominado como SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem).

Fases do processo de enfermagem segundo Horta:


Histórico
Exame Físico e Sinais Vitais
Diagnóstico e Prescrição
Evolução
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

O Histórico de Enfermagem é um roteiro sistematizado para o levantamento de dados


sobre a situação de saúde do ser humano, que torna possível a identificação de seus
problemas. É denominado por levantamento, avaliação e investigação que, constitui a
primeira fase do processo de enfermagem, pode ser descrito como um roteiro
sistematizado para coleta e análise de dados significativos do ser humano, tornando
possível a identificação de seus problemas. Ele deve ser conciso, sem repetições, e
conter o mínimo indispensável de informações que permitam prestar os cuidados
imediatos.

MODELO SISTEMATIZADO DO HISTÓRICO DE ENFERMAGEM


HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

Iniciais do Nome do Paciente: ______Registro: ____ Unidade: ___________


Idade: ___Sexo: ____Raça: ______Estado Civil: ____ Escolaridade: _____
Ocupação: ________________ Renda Mensal: _________N º de Dependentes: _____
Procedência: ______________Diagnóstico Médico:___________ Experiências
Anteriores com Doenças e Internamentos: _____________________
O que Sabe sobre sua Doença e Tratamento: ____________________
Hábitos: Sono: ______________Alimentação:________Hidratação:_____Eliminação
Urinária e Intestinal: ___________Fumo: ________Álcool: ___________
Antecedentes Familiares:_________________ Alergias:_____________________
Outras Informações: _______________________________________________

O EXAME FÍSICO
O exame físico envolve uma avaliação abrangente das condições físicas gerais de um
paciente e de cada sistema orgânico. Informações úteis no planejamento dos cuidados
de um paciente podem ser obtidas em qualquer fase do exame físico. Uma avaliação
física, seja parcial ou completa, é importante para integrar o ato do exame na rotina de
assistência de enfermagem.
O exame físico deverá ser executado em local privado, sendo preferível a utilização de
uma sala bem equipada para atender a todos os procedimentos envolvidos.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO FÍSICA:

Inspeção: Exame visual do paciente para detectar sinais físicos significativos.


Reconhecer as características físicas normais para então passar a distinguir aquilo que
foge da normalidade. Iluminação adequada e exposição total da parte do corpo para
exame são fatores essenciais para uma boa inspeção. Cada área deve ser inspecionada
quanto ao tamanho, aparência, coloração, simetria, posição, e anormalidade. Se possível
cada área inspecionada deve ser comparada com a mesma área do lado oposto do corpo.

Palpação: Avaliação adicional das partes do corpo realizada pelo sentido do tato. O
profissional utiliza diferentes partes da mão para detectar características como textura,
temperatura e percepção de movimentos. O examinador coloca sua mão sobre a área a
ser examinada e aprofunda cerca de 1 cm. Qualquer área sensível localizada deverá ser
examinada posteriormente mais detalhadamente. O profissional avalia posição,
consistência e turgor através de suave compressão com as pontas dos dedos na região do
exame. Após aplicação da palpação suave, intensifica-se a pressão para examinar as
condições dos órgãos do abdômen, sendo que deve ser pressionada a região
aproximadamente 2,5 cm. A palpação profunda pode ser executada com uma das mãos
ou com ambas.

Percussão: Técnica utilizada para detectar a localização, tamanho e densidade de uma


estrutura subjacente. O examinador deverá golpear a superfície do corpo com um dos
dedos, produzindo uma vibração e um som. Essa vibração é transmitida através dos
tecidos do corpo e a natureza do som vai depender da densidade do tecido subjacente.
Um som anormal sugere a presença de massa ou substância, tais como líquido dentro de
um órgão ou cavidade do corpo. A percussão pode ser feita de forma direta (envolve um
processo de golpeamento da superfície do corpo diretamente com os dedos) e indireta
(coloca-se o dedo médio da mão não dominante sobre a superfície do corpo examinado
sendo a base da articulação distal deste dedo golpeada pelo dedo médio da mão
dominante do examinador).

Ausculta: Processo de ouvir os sons gerados nos vários órgãos do corpo.


Tipos de Ausculta:
Cardíaca: É executada para detectar as bulhas cardíacas normais.
Pulmonar: É executada para verificar as funções vitais de ventilação e respiração
desempenhadas pelos pulmões. Avalia o movimento de ar através da árvore formada
pela traquéia e brônquios. Num adulto, o diafragma do estetoscópio é colocado sobre a
região posterior da parede torácica, entre as costelas. O paciente deverá respirar várias
vezes, lenta e profundamente, com a boca ligeiramente aberta. O examinador deverá
ouvir uma inspiração e uma expiração completas em cada posição do estetoscópio. Sons
respiratórios normais são chamados de murmúrios vesiculares e anormais de ruídos
adventícios. Os 4 tipos de sons adventícios são:
- Estertores crepitantes: Mais comuns nos lóbulos inferiores (base dos pulmões D e E).
Resultantes da reinsuflação súbita, aleatória de grupos de alvéolos. Percebido
geralmente durante a inspiração. Geralmente desaparece com a tosse. Som semelhante a
estalidos.
- Estertores subcrepitantes (roncos): Podem ser auscultados na maioria dos campos
pulmonares. Resultantes de líquido localizado nas vias aéreas maiores. Percebido
durante a expiração. Pode desaparecer com a tosse.
- Sibilos: Podem ser auscultados na maioria dos campos pulmonares. Resultante do
estreitamento de vias aéreas (broncoespasmo). Percebido durante a inspiração ou
expiração. Pode desaparecer com a tosse. Som semelhante a gemido ou chiado.
- Atrito pleural: Pode ser auscultado no campo ântero-lateral. Resultante da inflamação
da pleura. Percebido na isnpiração. Não desaparece com a tosse.

VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS:


São sinais indicadores das condições de saúde de uma pessoa

DIAGNÓSTICO E PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM


O Diagnóstico de Enfermagem está baseado na Teoria da Necessidades Humanas
Básicas, preconizadas por Wanda Horta (1979) e pela Classificação Diagnóstica da
NANDA (North American Nursing Diagnosis Association). A fase de diagnóstico está
presente em todas as propostas de processo de enfermagem. Porém, frequentemente,
termina por receber outras denominações tais como: problemas do cliente, lista de
necessidades afetadas. Este fato gera inúmeras interpretações acerca do que se constitui
um diagnóstico de enfermagem e contribui para aumentar as lacunas de conhecimento
sobre as ações de enfermagem, provoca interpretações dúbias no processo de
comunicação inter-profissional, caracterizando a falta de sistematização do
conhecimento na enfermagem e abalando a autonomia e a responsabilidade profissional.
Aparece em três contextos: raciocínio diagnóstico, sistemas de classificação e processo
de enfermagem. O raciocínio diagnóstico envolve três tipos de atividades: coleta de
informações, interpretação e denominação ou rotulação. A Prescrição de Enfermagem
deve ter as seguintes características: data, hora de sua elaboração e assinatura do
enfermeiro. Deve ser escrita com uso de verbos que indiquem uma ação e no infinitivo;
deve definir quem, o que, onde, quando e com que freqüência ocorrerão as atividades
propostas; deve ser individualizada e direcionada aos diagnósticos de enfermagem
específicos do cliente, tornando o cuidado eficiente e eficaz. A seqüência das
prescrições deve obedecer à seguinte ordem: a primeira é elaborada logo após o
histórico, e as demais sempre após cada evolução diária, tendo assim validade de 24
horas. Para a primeira prescrição, portanto, toma-se como base o histórico de
enfermagem, e as demais deverão seguir o plano da evolução diária, fundamentado em
novos diagnósticos e análise. Entretanto, será acrescentada nova prescrição sempre que
a situação do cliente requerer. Existem vários tipos de prescrição de enfermagem. As
mais comuns são as manuscritas, documentadas em formulários específicos dirigidos a
cada cliente e individualmente. Um outro tipo é a prescrição padronizada , elaborada em
princípios científicos, direcionada às características da clientela específica, reforçando a
qualidade do planejamento e implementação do cuidado. É deixado espaço em branco
destinado à elaboração de prescrições mais específicas ao cliente. A implementação das
ações de enfermagem deve ser guiada pelas prescrições que por sua vez são planejadas a
partir dos diagnósticos de enfermagem, sendo que a cada diagnóstico corresponde uma
prescrição de enfermagem.

PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
-Proteger tecido dérmico lesionado com coxins – manter
-Aplicar curativo hidrocolóide em tecido dérmico lesionado- Manhã
-Realizar troca do curativo hidrocolóide- Tarde
-Realizar curativo em tecido dérmico lesionado com SF e óleo de girassol- Manhã e
Noite

EVOLUÇÃO
O registro da etapa de avaliação ou evolução de enfermagem no processo de
enfermagem pode estar baseado no Prontuário Orientado para o problema (POP),
segundo Weed (Philip e Leslie, 1987). A avaliação proposta pelo POP está organizada
em quatro etapas designadas sob a sigla SOAP (Subjetivo, Objetivo, Análise e Plano).
Os dados subjetivos referem-se às informações fornecidas pelo cliente, familiares e ou
amigos. Os dados objetivos apresentam observações clínicas, resultados dos exames
complementares e tratamentos significativos (terapêutica medicamentosa e cirurgias). A
análise explica o significado dos dados subjetivos e objetivos e nesta etapa o
profissional de enfermagem definir o diagnóstico de enfermagem. O plano ou prescrição
de enfermagem representa a decisão para se ter uma conduta específica baseada em
novos dados e na análise
É constituída de todo o registro das atividades de enfermagem planejadas e
desenvolvidas, observações sobre o estado físico, emocional e mental da clientela, assim
como as respostas quanto às intervenções realizadas. É utilizado como instrumento de
comunicação para a equipe multiprofissional, além de constituir fonte de informações
para auditorias, pesquisas, dentre outros.
Os registros de enfermagem são de importância fundamental para se determinar
à qualidade da assistência prestada ao indivíduo (cliente) no atendimento de suas
necessidades básicas e das necessidades da própria enfermagem em marcar sua
personalidade no contexto global da instituição e da profissão.
Podem ser realizados no prontuário pela equipe de enfermagem (membro da equipe
multi-profissional) ou no espaço pertinente a observações nos impressos prescrição de
enfermagem ou prescrição médica. A importância dos registros se expressa em quatro
aspectos:
1) Evolução do cuidado e do tratamento do cliente.
2) Fonte de investigação.
3) Educação de profissionais da saúde.
4) Documento legal.
Algumas definições importantes:
Registro é o ato ou efeito de registrar. Registrar é consignar por escrito.
Anotação: É um ementário. O ato de anotar pormenores, tais como os principais
dados técnicos, ao final de um determinado plano.
Evolução: Desenvolvimento progressivo de uma ideia, ação, condição etc.
Registro de Enfermagem: É a anotação e/ou evolução realizada pela enfermagem.
Cliente: Pessoa submetida a tratamento e exames, que tem direito e acesso a todas as
informações sobre sua saúde, inclusive em prontuário.

Prontuário: É um instrumento legal que relata a vida do cliente no hospital, por meio
de registros de atendimentos feitos ao mesmo e que dá sequencia e continuidade
para a equipe de saúde em relação à sua recuperação. Possibilita análise apurada
dos fatos ocorridos e serve para acusação ou defesa em pendência jurídica, bem
como apuração de custos e estatísticas assistenciais e administrativas. É fonte para
pesquisas científicas e educação continuada.

PROGNÓSTICO DE ENFERMAGEM OU AVALIAÇÃO DO PROCESSO:


É estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas
alteradas após a implementação do plano assistencial e à luz dos dados fornecidos pela
evolução de enfermagem. Um bom prognóstico é aquele que leva ao autocuidado, a
independência da enfermagem. Um prognóstico sombrio é aquele que leva a
dependência total.

UNIDADE DO CLIENTE

 TIPOS DE CAMA
Cama fechada- Sem a ocupação do leito paciente. Permanece fechada até a admissão de
um novo paciente.
 Certificar-se de que já foi realizada a limpeza terminal da unidade;
 Lavar as mãos;
 Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
 Abrir as portas e janelas para arejar a unidade;

 Afastar a mesa de cabeceira, colocando uma cadeira de preferência ao pé direito


da mesma, com o espaldar voltado para a cabeceira, já limpa, próximo à cama;
 Observar o estado de conservação do colchão e travesseiro (tomar as providências
cabíveis em caso de mau estado);
 Manter a cama com cabeceira abaixada, pois facilita a arrumação;
 Colocar sobre o assento da cadeira o travesseiro já com fronha;
 Dispor a roupa no encosto ou espaldar da cadeira dobrada duas vezes no sentido
longitudinal e uma vez no sentido do comprimento de acordo com a ordem de
utilização (lençol de cima, forro móvel, impermeável, lençol de baixo) e com as
aberturas para o lado esquerdo da cadeira;
 Levar o lençol da cadeira para cama, tomando o cuidado de não encostar-se ao
chão e jaleco;
 Abrir a primeira dobra do lençol
 Colocar o impermeável (abrir a primeira dobra) e, sobre este, o forro móvel,
ambos na parte central da cama, fixando-os juntamente sobre o colchão;
 Fazer o canto da cabeceira, com aproximadamente 40 cm de lençol para fixá-lo
sob o colchão, após fazer o canto dos pés e lateral da cama;
 Fixar o lençol de baixo, fazendo o envelope no canto superior e inferior do
colchão;
 Estender o lençol de cima, fazendo à prega de conforto no sentido da largura,
próximo a altura dos pés do paciente, impedindo a compressão dos mesmos,
prender no canto dos pés da cama, deixando as laterais soltas;
 Dobrar o lençol de cima no sentido da largura da cama;
 Do outro lado da cama, puxar lençol de baixo, impermeável e forro, prendendo o
centro e após fixar o envelope nos cantos do colchão;
 Puxar o lençol de cima, idem do outro lado;
 Colocar o travesseiro em pé na cabeceira da cama com a abertura da fronha
voltada para o lado oposto ao da porta de entrada do quarto;
 Deixar a unidade em ordem, retornando os móveis aos seus lugares originais, e
colocar a companhia sobre a cama, em local de fácil acesso ao paciente;
 Lavar as mãos.

Cama aberta: com ocupação do leito paciente, que pode ou não se locomover.
Material:
 Certificar-se de que já foi realizada a limpeza concorrente da unidade
 Lavar as mãos;
 Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
 Abrir as portas e janelas para arejar a unidade;
 Afastar a mesa de cabeceira, colocando uma cadeira de preferência ao pé direito
da mesma, com o espaldar voltado para a cabeceira, já limpa, próximo à cama;
 Observar o estado de conservação do colchão e travesseiro (tomar as providências
cabíveis em caso de mau estado);
 Manter a cama com cabeceira abaixada, pois facilita a arrumação;
 Colocar sobre o assento da cadeira o travesseiro já com fronha;
 Dispor a roupa no encosto ou espaldar da cadeira dobrada duas vezes no sentido
longitudinal e uma vez no sentido do comprimento de acordo com a ordem de
utilização (lençol de cima, forro móvel, impermeável, lençol de baixo) e com as
aberturas para o lado esquerdo da cadeira;
 Dobrar a ponta do lençol superior, do lado da entrada da porta e colocar o
travesseiro deitado sobre a cabeceira da cama;
 Deixar a unidade em ordem, retornando os móveis aos seus lugares originais, e
colocar a companhia sobre a cama, em local de fácil acesso ao paciente;
 Lavar as mãos.

Cama Aberta com doente acamado:


 Lavar as mãos
 Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Dobrar todos os lençóis na sequência de uso sobre a cadeira limpa
 Calçar as luvas de procedimento;
 Soltar a roupa de cama;
 Retirar o travesseiro e as cobertas, deixando o paciente coberto apenas com o
lençol de cima;
 Colocar a roupa suja de cama no hamper;
 Solicitar a colaboração do paciente, se possível, lateralizando-o opostamente á
cadeira com as roupas limpas;
 Empurrar as roupas de cama usadas em forma de leque, em direção ao centro da
cama deixando livre o colchão;
 Realizar limpeza concorrente da metade do colchão: sentido lateral para o centro
da cama
 Dispor o lençol limpo, o impermeável e o forro móvel sobre a metade da cama,
esticá-los e prende-los;
 Lateralizar o paciente no lado oposto em que se encontrava, sobre a roupa de
cama limpa, inclusive o lençol de cima;
 Retirar a roupa de cama suja, colocando-a no hamper;
 Realizar limpeza concorrente da outra metade do colchão: do centro para fora
 Puxar, esticar e prender o lençol de baixo, impermeável e o forro móvel;
 Prender o lençol de cima nos pés da cama, deixando as laterais soltas;
 Colocar o travesseiro sob a cabeça do paciente;
 Voltar o paciente para posição dorsal
 Trocar o lençol de cima do paciente
 Deixar o paciente confortável e recompor a unidade;
 Recolher o material para o expurgo
 Lavar as mãos.
Cama de Operado
Deve ser preparada logo após o encaminhamento do paciente para cirurgia,
facilitando sua recepção ao retorno do centro cirúrgico.
 1. Iniciar a técnica como as anteriores, porém incluindo o cobertor ou colcha
como primeira dobra.
 2. Ao finalizar a colocação do lençol de cima e cobertor, fazer a dobra do lençol
sobre o cobertor, tanto na cabeceira quanto no pé.
 3. Verificar a posição da porta por onde o paciente vai entrar e dobrar as duas
bordas ao centro (como um avião) e fazer um rolo em direção oposta.
 4. Colocar um forro móvel ou a toalha de rosto sobre o lençol de baixo na
cabeceira da cama, com pregas em cada lado do colchão, deixando livre o centro
para a cabeça do paciente;
 5. Posicionar a escada do lado oposto a cama;
 6. Deixar na mesa de cabeceira gazes e uma cuba rim
 Recompor a unidade;
 8. Lavar as mãos.

MECÂNICA CORPORAL
Conceito: Esforço coordenado dos sistemas musculoesquelético e nervoso para
manter o equilíbrio adequado, postura e alinhamento corporal, durante a inclinação,
movimentação, levantamento de carga e execução das atividades diárias. Facilita o
movimento para que uma pessoa possa executar atividades físicas sem usar
desnecessariamente sua energia muscular.
Como assistir o paciente utilizando-se os princípios da Mecânica Corporal:
Alinhamento: Condições das articulações, tendões, ligamentos e músculos em
várias partes do corpo. O alinhamento correto reduz a distensão das articulações,
tendões, ligamentos e músculos.
Equilíbrio do corpo: Realçado pela postura. Quanto melhor a postura, melhor é
o equilíbrio. Aumentar a base de suporte, afastando-se os pés a uma certa distância.
Quando agachar dobrar os joelhos e flexionar os quadris, mantendo a coluna ereta.
Movimento Corporal Coordenado: O profissional usa uma variedade de
grupos musculares para cada atividade de enfermagem. As forças físicas de peso e atrito
podem refletir no movimento corporal, e quando corretamente usadas, aumentam a
eficiência do trabalho do profissional. Caso contrário, pode prejudicá-lo na tarefa de
erguer, transferir e posicionar o paciente. O atrito é uma força que ocorre no sentido
oposto ao movimento. Quanto maior for a área da superfície do objeto, maior é o atrito.
Quando o profissional transfere, posiciona ou vira o paciente no leito, o atrito deve ser
vencido. Um paciente passivo ou imobilizado produz maior atrito na movimentação.
Como utilizar adequadamente o movimento corporal coordenado:
- Se o paciente não for capaz de auxiliar na sua movimentação no leito, seus
braços devem ser colocados sobre o peito, diminuindo a área de superfície do
paciente;
- Quando possível o profissional deve usar a força e mobilidade do paciente ao
levantar, transferir ou movê-lo no leito. Isto pode ser feito explicando o
procedimento e dizendo ao paciente quando se mover;
- O atrito pode ser reduzido se levantar o paciente em vez de empurrá-lo.
Levantar facilita e diminui a pressão entre o paciente e o leito ou cadeira. O uso
de um lençol para puxar o paciente diminui o atrito porque ele é facilmente
movido ao longo da superfície do leito.
- Mover um objeto sobre uma superfície plana exige menos esforço do que
movê-lo sobre uma inclinada;
- Trabalhar com materiais que se encontram sobre uma superfície em um bom
nível para o trabalho exige menos esforço que levantá-los acima desta superfície;
- Variações das atividades e posições auxiliam a manter o tono muscular e a
fadiga;
- Períodos de atividade e relaxamento ajudam a evitar a fadiga;
- Planejar a atividade a ser realizada, pode ajudar a evitar a fadiga;
- O ideal é que todos os profissionais que estejam posicionando o paciente
tenham pesos similares. Se os centros de gravidade dos profissionais estiverem
no mesmo plano, estes podem levantar o paciente como uma unidade
equilibrada.

POSICIONAMENTO DO PACIENTE:
Conceito: É o alinhamento corporal de um paciente. Pacientes que apresentam
alterações dos sistemas nervoso, esquelético ou muscular, assim como, maior fraqueza e
fadiga, freqüentemente necessitam da assistência do profissional de enfermagem para
atingir o alinhamento corporal adequado enquanto deitados ou sentados.
Posição de Fowler: A cabeceira do leitoé elevada a um ângulo de 45º a 60º e os
joelhos do paciente devem estar ligeiramente elevados, sem apresentar pressão que
possa limitar a circulação das pernas.
Posição de Supinação (dorsal): A cabeceira do leito deve estar na posição
horizontal. Nesta posição, a relação entre as partes do corpo é essencialmente a mesma
que em uma correta posição de alinhamento em pé, exceto pelo corpo estar no plano
horizontal.
Posição de Pronação (decúbito ventral): O paciente estará posicionado de
bruços.
Posição Lateral (Direito ou Esquerdo): O paciente está deitado sobre o lado,
com maior parte do peso do corpo apoiada nos quadris e ombro. As curvaturas
estruturais da coluna devem ser mantidas. A cabeça deve ser apoiada em uma linha
mediana do tronco e a rotação da coluna deve ser evitada.
Posição de Sims: Nesta posição o peso do paciente é colocado no ílio anterior,
úmero e clavícula.
Posição de Trendelemburgue: posição adotada onde as pernas e a bacia ficam
em um nível mais elevado que o tórax e a cabeça.
Em todas as posições que o paciente se encontrar, o profissional deve avaliar e
corrigir quaisquer pontos potenciais de problemas que se apresentem como
hiperextensão do pescoço, hiperextensão da coluna lombar, flexão plantar, assim como,
pontos de pressão em proeminências ósseas como queixo, cotovelos, quadris, região
sacra, joelhos e calcâneos.
POSICOES PARA EXAME FISICO

Posição Ginecológica- Essa posição é usada para exames, tratamentos, cirurgias


vaginais, retais e partos.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar a paciente, avisando-a que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal;
05 - Pedir a paciente para flexionar os membros inferiores, colocando os calcanhares na
cama;
06 - Afastar bem os joelhos;
07 - Proteger a paciente com lençol em diagonal, de tal forma que uma ponta fique
sobre o peito e a outra na região pélvica. As outras duas pontas deverão ser presas sob
os calcanhares da paciente;
08 - Colocar a paciente em posição confortável após o exame ou tratamento;
09 - Recompor a Unidade;
10 - Lavar as mãos;
11 - Anotar no prontuário da paciente.

Posição de Decúbito Dorsal - É uma posição para relaxamento e conforto, usado para
exame físico.
Técnica
1. Higienizar as mãos;
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
3. Colocar a mesa de exame ou o leito na posição horizontal;
4. Deitar o paciente horizontalmente, de costas;
5. Manter os membros superiores ao longo do corpo, em posição anatômica, e os
inferiores alinhados;
6. Manter o paciente protegido com o lençol, expondo apenas a área a ser examinada;
7. Deixar o paciente em posição confortável, após exame;
8. Higieniza as mãos e anota no prontuário.

Posição de SIMS ou decúbito lateral- O paciente pode ficar deitado sobre o lado
direito ou esquerdo, conforme a indicação da posição.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Colocar o paciente deitado do lado esquerdo;
05 - Aparar a cabeça do paciente sobre o travesseiro;
06 - Colocar o braço esquerdo para trás do corpo;
07 - Flexionar o braço direito e deixa-lo apoiado sobre o travesseiro;
08 - Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente flexionado;
09 - Colocar o membro inferior direito fétido ate quase encostar o joelho no abdômen;
10 - Deixar o paciente sempre protegido com lençol, expondo apenas a região
necessária;
11 - Colocar o paciente em posição confortável após o exame ou tratamento;
12 - Recompor a Unidade;
13 - Lavar as mãos e anotar no prontuário do paciente.

Posição de Fowler - É usada para descanso, conforto, exames e tratamentos do


paciente. Em pacientes cardíacos e pulmonares, é usada para facilitar a respiração. Para
melhor comodidade do paciente, elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 45º ou
90º em relação ao nível normal do leito.
Semi-fowler: elevação da cabeça e do tórax até formar um ângulo de mais ou menos
45º em relação ao nível normal do peito;
Posição de fowler alta: elevação da cabeça e do tórax, formando um ângulo de 90º
Técnica
01 - Higienizar as mãos;
02 - Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
03 - Colocar o paciente em decúbito dorsal;
04 - Manter o paciente em posicao dorsal, semi-sentado , recostado, com os joelhos
fletidos, apoiados em travesseiros ou o estrado da cama modificado
05 - Elevar os pés da cama;
6 - Elevar a cabeça e o tórax do paciente conforme o ângulo desejado;
07 - Verificar se o paciente esta confortável;
08 - Proteger o paciente com lençol;
09 - Deixar o paciente em posição confortável após o exame ou tratamento
10 - Recolocar o material no lugar, lavar as mãos e anotar no prontuário do paciente.

Posição em Decúbito Ventral ( de Bruço ) - É usada para exames da coluna vertebral e


da região cervical, para exames e tratamentos, para injeções IM e para conforto.
Podendo ser:
Posição ventral de longa duração: os braços ficam fletidos, voltados para cima, ou
distendidos ao longo do corpo; a cabeça, voltada para o lado, sobre o travesseiro, e os
pés ficam fora da cama;
Posição ventral de curta duração: a cabeça fica voltada para um dos lados, sem
travesseiro, as mãos pendentes, e os pés sobre a cama;
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombos;
04 - Deitar o paciente com o abdômen sobre a cama ou sobre a mesa de exames;
05 - Colocar a cabeça virada para um dos lados;
06 - Colocar os braços elevados, com as palmas das mãos apoiadas no colchão, a altura
da cabeça ou ao longo do corpo;
07 - Colocar um travesseiro, se necessário, sob a parte inferior das pernas e pés, para
evitar pressão nos dedos;
08 - Proteger o paciente com lençol;
09 - Colocar o paciente em posição confortável;
10 - Recompor a Unidade;
11 - Lavar as mãos;
12 - Anotar no prontuário do paciente.
Obs: - Em alguns casos esta posição é contra indicada ( pacientes portadores de incisões
abdominais, ou com dificuldade respiratória, e idosos, obesos. ) .

Posição Genupeitoral - essa posição é usada para exames vaginais e retais e, também,
como exercício após o parto para fazer o útero retornar à posição normal
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito;
03 - Isolar a cama com biombo;
04 - Solicitar ao paciente para que fique em decúbito ventral;
05 - Apoiar o peito o peito do paciente de encontro com o colchão ou mesa de exame;
06 - Pedir ao paciente para fletir os joelhos;
07 - Colocar a cabeça virada para um dos lados, sobre um pequeno travesseiro;
08 - Pedir para o paciente estender os braços sobre a cama, na altura da cabeça;
9 - Solicitar ao paciente para que descanse o peso do corpo sobre a cabeça, ombros
peito, e os joelhos, formando assim, um angulo reto entre as coxas e as pernas;
10 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário;
11 - Colocar o paciente em posição confortável após o exame;
12 - Recompor a Unidade;
13 - Lavar as mãos e anotar no prontuário do paciente.

Posição de Trendelemburg- É usada para as operações da região pélvica e em caso de


choque, tromboflebites, casos em que deseja melhor irrigação cerebral, drenagem de
secreção pulmonar.
Técnica
01 - Lavar as mãos.
02 - Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será feito.
03 - Colocar o paciente na posição dorsal horizontal
04 - Inclinar a cabeceira da cama em angulo adequado.
05 - Elevar os pés da cama em angulo adequado, de forma que a cabeça fique mais
baixa em relação ao corpo.
06 - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o necessário.
07 - Recompor a Unidade.
08 - Lavar as mãos e anotar no prontuário do paciente.

Posição Ereta ou Ortóstatica- Essa posição é usada para exames de certas


anormalidades ortopédicas ou neurológicas.
Técnica
Higienizar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente a finalidade e o procedimento;
Proteger o paciente com o vestuário próprio ou com o lençol;
Colocar o paciente em pé, com o tronco e os braços ao longo do corpo, os pés
ligeiramente afastados e o topo da cabeça paralelo ao teto;
Deixar o paciente
confortável após o exame;
Higienizar as mãos e anotar
no prontuário.

MUDANÇA DE POSIÇÃO E TRANSPORTE DO


PACIENTE DEBILITADO
Conceito: A posição correta do paciente é crucial para a
manutenção do alinhamento corporal adequado. Qualquer paciente cuja
mobilidade esteja reduzida, corre o risco de desenvolvimento de
contraturas, anormalidades posturais e locais de pressão. O profissional
tem a responsabilidade de diminuir este risco, incentivando, auxiliando
ou mudando o posicionamento do paciente pelo menos à cada 3 horas.

Técnica de Movimentação do paciente dependente no leito


(realizada no mínimo por 2 profissionais):
- Avaliar o paciente quanto ao nível de força muscular,
mobilidade e tolerância às atividades;
- Realizar a lavagem simples das mãos;
- Explicar ao paciente o que será feito;
- Propiciar privacidade ao paciente;
- Utilizar os princípios de mecânica corporal;
- Retirar travesseiros e coxins utilizados previamente;
- Posicionar o leito em posição horizontal;
- Baixar grades do leito
-Alinhar o paciente na posição de escolha, utilizando-se os
princípios de mecânica corporal;
- Manter paciente centralizado no leito;
- Colocar travesseiro sob a cabeça na região dorsal costal
superior (na altura da escápula);
- Colocar coxins e travesseiros sob proeminências ósseas;
- Certificar-se de que o paciente está confortável;
- Manter a unidade em ordem;
- Realizar a lavagem simples das mãos

Técnica de Transferência do Paciente do Leito para a


Cadeira (Técnica realizada no mínimo por 2 profissionais):
- Avaliar o paciente quanto ao nível de força muscular,
mobilidade e tolerância às atividades;
- Realizar a lavagem simples das mãos;
- Explicar ao paciente o que será feito;
- Propiciar privacidade ao paciente;
- Utilizar princípios de mecânica corporal;
- Manter cadeira de rodas próxima do leito, com freios travados e
apoios para os pés removidos;
- Travar os freios da cama;
- Ajudar o paciente a sentar-se no leito;
- Aguardar recuperação de queda de pressão arterial;
- Auxiliar o paciente a ficar em pé, segurando o paciente
firmemente pelos braços e mantendo as mãos do paciente apoiada nos
ombros do profissional;
- Sentar o paciente na cadeira de rodas;
- Certificar-se de que o paciente está seguro e confortável;
- Manter a unidade em ordem;
- Realizar a lavagem simples das mãos

Técnica de Transferência do Paciente do Leito para a Maca


(Técnica realizada por 3 profissionais):
- Avaliar o paciente quanto ao nível de força muscular,
mobilidade e tolerância às atividades;
- Realizar a lavagem simples das mãos;
- Explicar ao paciente o que será feito;
- Propiciar privacidade ao paciente;
- Utilizar princípios de mecânica corporal;
- Posiciona-se ao lado do leito do paciente, cada um
responsabilizando-se por uma determinada parte do corpo, sendo o mais
alto pela cabeça e ombros, o mediano pelos quadris e coxas e o mais
baixo pelos tornozelos e pés;
- Girar o paciente em direção ao tórax dos levantadores;
- Contar até três em sincronia e elevar o paciente junto ao tórax
dos levantadores;
- Colocar o paciente suavemente sobre o centro da maca;
- Certificar-se de que o paciente está seguro e confortável
(levantar grades, colocar faixas de segurança) ;
- Manter a unidade em ordem;
- Realizar a lavagem simples das mãos

MEDIDAS DE CONFORTO E SEGURANCA DO PACIENTE


O conforto e a segurança tem uma concepção ampla e abrangem
aspectos físicos, psicossociais e espirituais, constituindo necessidade
básica do ser humano. É importante proporcionar conforto ao paciente
como: ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatura adequada e
leito confortável; boa postura, movimentação ativa ou passiva; mudança
de decúbito; respeito quanto a individualidade do paciente; inspiração de
sentimento de confiança, segurança e otimismo. O relaxamento
muscular e a posição incorreta dos vários segmentos do corpo podem
provocar deformidades. A mudança de decúbito, exercícios passivos e
massagem de conforto são medidas utilizadas para prevenir
deformidades e escaras de decúbito.
A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem,
explicar sempre ao paciente o que vai ser feito e ao lidar com o paciente,
de maneira direta, é imprescindível o uso de luvas para procedimentos.

HIGIENE ORAL
Consiste na limpeza dos dentes, gengivas, bochechas, língua e
lábios. Condições patológicas que predispõem a irritação e a lesão da
mucosa oral: (estado de coma e hipertemia).
Finalidades: Promover conforto ao paciente; Evitar halitose; Prevenir
carie dentaria; Conservar a boca livre de resíduos alimentares.
Material
 Solução antisséptica - solução bicarbonatada (para cada 1 colher
de chá, 500 ml de agua);
 Espátula envoltas em gazes;
 Lubrificante (vaselina liquida);
 Toalha;
 Copo para colocar solução antisséptica;
 Luvas;
 Cuba-rim.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Explicar ao paciente o que ser feito;

03 - Calcar luvas;
04 - Reunir o material na mesa de cabeceira;
05 - Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira
elevada. Em pacientes inconscientes, coloca-los em decúbito lateral;
06 - Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente,
com forro plástico, se necessário;
07 - Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usando as espátula
envoltas em gazes, embebidas em solução antisséptica diluído em água;
08 - Utilizar cuba-rim para o paciente "bochechar;
(pacientes conscientes) 09 - Limpar a língua, para evitar
que fique seborreica;
10 - Enxugar os lábios com a toalha;
11 - Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para
evitar rachaduras; 12 - Retirar luvas;
13 - Lavar as mãos;
14 - Recompor a unidade;
15 - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.

HIGIENE ORAL em
paciente entubado
Material
 Solução anti séptica - solução bicarbonatada,
 Espátula envoltas em gazes;
 Lubrificante (vaselina liquida);
 Copo para colocar solução antisséptica;
 Seringa de 20 ml;
 Aspirador montado;
 Cânula de guedel (estéril);
 Toalha;
 Luvas de procedimento.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Explicar ao paciente
o que ser feito; 03 -
Calcar luvas;
04 - Reunir o material na mesa de cabeceira;

05 - Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira


elevada ou em decúbito lateral se estiver inconsciente. Caso o paciente
esteja com sonda nasogástrica, abri-la, para evitar náuseas e refluxo do
conteúdo gástrico para a boca;
06 - Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente,
com forro plástico, se necessário;
07 - Verificar se o cuff da cânula endo-traqueal esta insuflado, para
evitar que a solução antisséptica ou salivação penetre na traqueia,
durante a higienização;
08 - Instilar água com auxilio da seringa, pelo orifício da cânula de
guedel, e fazer aspiração ao mesmo tempo;
09 - Retirar a cânula de guedel e lava-la em água corrente na pia do
quarto e recoloca-la, ou proceder a sua troca por outra estéril, caso, seja
necessário ou que conforme rotina, já tenha dado 24 horas após a sua
colocação;
10 - Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, usando as espátulas
envoltas em gazes embebidas em solução antisséptica. Limpar o palato
superior e toda a arcada dentaria e também a língua;
11 - Enxugar os lábios com a toalha e lubrifica-
los com vaselina; 12 - Retirar luvas;
13 - Lavar as mãos;
14 - Recompor a unidade;
15 - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.
Obs: - A troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve ser feita pelo
Técnico/Auxiliar a cada 12 horas, ou quando se fizer necessário,
acompanhada do reposicionamento da cânula endotraqueal, que dever
ser feito pela Enfermeira da unidade. A higiene oral do paciente
entubado deve ser feita 01 vez a cada plantão.

BANHO NO LEITO
O Banho no leito é uma das atribuições do Técnico de
Enfermagem, pois consiste na lavagem de toda/parte da superfície
corporal de forma a satisfazer as necessidades de higiene e conforto do
paciente. É uma intervenção autônoma de enfermagem que se constitui
de extrema importância para o bem-estar físico, psíquico e social do
doente. É um momento de relacionamento interpessoal único, que pode
e deve promover a comunicação e empatia com o doente.

BANHO DE
ASPERSAO
(chuveiro) Material
 Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital);
 Toalha de banho;
 Sabonete (individual);
 Pente,
 Luva de banho (opcional).
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Explicar ao paciente o que vai ser feito;
03 - Reunir o material e levar ao banheiro e encaminhar o paciente ao
banheiro (portas e janelas fechadas);
04 - Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e orientar o
paciente sobre o manuseio da torneira;
05- Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer sozinho;
06 - Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o paciente sozinho;
07 - Enxugar ou ajudar o paciente a fazer, observando as condições da
pele e a reação do banho;
08 - Vestir e pentear o paciente caso não consiga fazê-lo sozinho;
09 - Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em posição
confortável na cadeira; 10 - Arrumar o leito e deixar a unidade em
ordem;
11- Lavar as mãos e anotar no prontuário.
Obs: - Sentar na cadeira embaixo do chuveiro e muito mais seguro para
os pacientes idosos ou para os pacientes que ainda estão muito fracos,
facilitando para que lavem as pernas e pés, com menor probabilidade de
escorregarem, - Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao
paciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta e chamar se precisar de
assistência. Manter-se perto do local.

BANHO DE IMERSÃO
É o banho na banheira utilizado em recém- nascido e em crianças

BANHO DE ABLUÇÃO
É o banho na banheira ou bacia ,jogando pequenas porções de água sobre o
corpo;

** Cuidados com: Banho de aspersão, imersão e ablução:


 Verificar a temperatura da água.
 Colocar uma cadeira para o paciente se apoiar (s/n)
 Dispor toalha, sabonete, roupas, de modo acessível ao paciente.
 Pedir ao paciente para fechar a porta sem trancar.

BANHO NO LEITO (Paciente com Dependência Total)


01 - Trocar a água do banho sempre que necessário;
02 - Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras
antes do banho ou troca-la depois trocar as luvas e iniciar o banho;
03 - Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, levando-se em
consideração que o paciente ajuda, seguir a mesma técnica, porem, sem
esquecer de lavar as mãos enluvadas, antes de manipular a roupa limpa;
04 - O uso de mascara para banho e opcional como rotina. Levar em
consideração os pacientes altamente infectados.
Material
 Carro de banho ou mesa de cabeceira;
 Luva de banho;
 Toalha de banho (lençol protetor);
 Material para higiene oral;
 Material para higiene intima: pente, sabonete individualizado,
 Comadre e/ou papagaio do próprio paciente;
 Roupa para o paciente (pijama ou camisola);
 Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho,
01 para fralda S/N, 01 forro S/N.)
 Luvas de procedimento;
 Luvas de banho;
 Hamper;
 01 bacia;
 Biombos.
Técnica
01 - Lavar as mãos e calcar as luvas de
procedimentos; 02 - Explicar ao
paciente o que vai ser feito;
03 - Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
04 - Fechar as portas e janelas e proteger a unidade do paciente com biombos;
05 - Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem
clister prescrito. Se houver, fazê-lo em primeiro lugar;
06 - Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto
onde permanecer; 07 - Fazer higiene oral do paciente e lavar
a cabeça, se necessário;
08- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;

09 - Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;


10 - Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo o tórax
protegido com o lençol, descansando os braços sobre o mesmo;
11 - Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao que se esta
trabalhando, depois o mais próximo, com movimentos longos e firmes,
do punho a axila;
12- Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circulares,
ativando a circulação, observando as condições da pele e mamas;
13 - Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol em uso, ate a
região genital; 14 - Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do
tornozelo ate a raiz da coxa, do lado oposto ao que se esta trabalhando,
depois o mais próximo;
15- Colocar bacia sob os pés e lava-la, principalmente nos interdigitos,
observando as condições dos mesmos e enxugar bem;
16 - Encaixar a comadre no paciente;
17 - Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a técnica;
18 - Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva de banho,
retirando a comadre, deixando-a ao lado do leito;
19 - Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob as
costas e nádegas, mantendo esta posição com o auxilio de outra pessoa;
20 - Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo nádegas e
cóccix do paciente;
21 - Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida
para o meio do leito, enxugando o colchão;
22 - Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não
contaminar a roupa limpa; 23 - Proceder a arrumação do leito, com o
paciente em decúbito lateral;
24 - Virar o paciente sobre o lado
pronto do leito; 25- Retirar a
roupa suja e despreza-la no
hamper; 26 - Fazer os cantos da
cama: cabeceira e pés;
27 - Vestir o paciente e pentear os cabelos do paciente;
28 - Trocar a fronha e utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no
decúbito mais adequado;
29 - Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão e recompor a
unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
30 - Retirar as luvas, lavar as mãos e anotar no prontuário o que foi
feito e as anormalidades detectadas, se houver.

HIGIENE INTIMA FEMININA E MASCULINA


Material
 01 balde;
 01 jarra;
 Pacote de gazes;
 Comadre ou papagaio;
 Toalha de banho;
 Sabão liquido o P.V.P.I. degermante;
 Luvas para procedimento;
 Hamper;
 Biombo;
 Forro e saco plástico;
Técnica feminina
01 - Lavar as mãos;
02 - Explicar o procedimento ao paciente;
03 - Reunir o material e coloca-los sobre a mesa de cabeceira;
04 - Calcar as luvas, trazer o hamper próximo ao leito e proteger a
unidade com biombos;
05 - Colocar o paciente em posição ginecológica, procurando expor o
mínimo possível; 06 - Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-
os sobre a região glútea;
07 - Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma;
08 - Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejando-a suavemente
com o auxilio da jarra, despejar pequena porção de sabão liquido ou
P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano;
09 - Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em gaze, de cima
para baixo sem atingir o anus, desprezando a gaze, após cada
movimento vulva - anus;
10 - Afastar os grandes lábios e lava-la no sentido antero posterior,
primeiro de um lado, desprezando a gaze e depois do outro lado;
11 - Lavar por ultimo a região anal;
12 - Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas, retirar a
comadre, enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro
que esta sob a região glútea do paciente

13 - Colocar a paciente em posição de conforto; 14- Desprezar


as roupas (toalha, forro) no hamper;

14 - Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e


guarda-los;

15 - Retirar a luva, lavar as mãos e anotar no prontuário.


Técnica masculina
01 - Lavar as mãos;
02 - Explicar o procedimento ao paciente;
03 - Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira;
04 - Calcar as luvas, trazer o hamper próximo ao leito e proteger a
unidade com biombos;
05 - Posicionar o paciente expondo somente a área genital;
06 - Colocar o forro com plástico sob a região glútea do paciente,
colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do
paciente e irrigar com a jarra com água, a região genital;
07 - Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
08 - Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante,
sobre os genitais e ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze,
desprezando a gaze, a cada etapa;
09- Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida, com
movimentos únicos e circulares;
10 - Iniciar a higiene íntima pelo meato urinário, prepúcio, glande,
corpo do pênis, depois região escrotal e por ultimo a região anal;
11 - Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas
inguinais, pênis e bolsa escrotal;
12 - Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no sentido escroto perineal;
13 - Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, retirar a
comadre e enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o
forro que esta sob a região glútea do paciente;
14 - Posicionar o prepúcio;
15 - Colocar a paciente em posição de conforto;
16 - Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro), lavar a comadre no
banheiro, juntamente com o balde e jarra e guarda-los;
17 - Retirar a luva, lavar as mãos e anotar no prontuário.

COLOCAÇÃO E REMOÇAO DE COMADRE E PAPAGAIO

Esses utensílios são indicados para pacientes que se encontram


restritos ao leito, não deambulam ou estão enfraquecidos.
O urinol também conhecido como papagaio, é um recipiente
cilíndrico, cujo objetivo primordial é a coleta de urina. É mais
facilmente utilizado em pacientes do sexo masculino. para eliminações
vesicais.
ORIENTAÇÕES PARA O USO
• Oferecer ao paciente sempre que for solicitado.
• Deve está limpo.
• Após o seu uso, deve imediatamente esvazia-lo e registrar o
volume da urina. TÉCNICA
• Lavar as mãos.
• Solicitar ajuda ao paciente, caso ele esteja impossibilitado, realize o procedimento.
• Use luvas de procedimento.
• Solicite que o paciente abra um pouco as pernas.
•Segure o urinol pela alça e coloque o entre as pernas do paciente.
•Eleve o pênis e coloque-o dentro do urinol.
O comadre é um recipiente semelhante a um assento, utilizado
para coleta de urina ou fezes. É utilizada sob as nádegas do paciente.
Sempre que possível solicitar que o próprio paciente eleve o quadril para
introdução da comadre. Existe 02 tipos de comadres: a convencional e a
específica para pacientes com fraturas de MMII. TÉCNICA
• Eleve a cabeceira em 30º, para evitar hiperestender a coluna do paciente.
• Lavar as mãos.
• Solicitar ajuda ao paciente, caso ele esteja impossibilitado, realize o procedimento.
• Use luvas de procedimento.
• Solicite que o paciente abra um pouco as pernas.
• A parte aberta fica direcionada para os pés do paciente.
• Mantenha a privacidade do paciente.
• Caso o paciente não consiga elevar as nádegas, aplique a técnica de rolamento.

MASSAGEM DE CONFORTO
É a massagem corporal realizada durante o banho de leito, e
aconselhável ainda, após o uso de comadre e durante a mudança de
decúbito.

Tem como finalidade estimular a circulação local, prevenir


escaras de decúbito, proporcionar conforto e bem estar e possibilitar
relaxamento muscular.
Material
Álcool 70%, ou creme ou ainda talco.
Técnica
01 - Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se encontra a pessoa
que ira fazer a massagem;
02 - Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral;
03 - Após lavar as costas, despejar na palma da mão pequena
quantidade de álcool, creme ou talco;
04 - Aplicar nas costas do paciente massageando com movimentos
suaves e firmes, seguindo a seguinte orientação: a) Deslizar as mãos
suavemente, começando pela base da espinha e massageando em direção
ao centro, em volta dos ombros e dos lados das costas por quatro vezes;
b) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e para cima da
espinha, voltando para baixo com movimentos circulares por quatro
vezes; c) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da espinha e
para cima, retornando para baixo massageando com a palma da mão,
executando círculos pequenos d) Repetir os movimentos longos e suaves
que deram inicio a massagem por três a cinco minutos e continuar com
o banho ou mudança de decúbito.

GLICEMIA CAPILAR

É a coleta de sangue de capilares sanguíneo geralmente do dedo,


através da perfuração cutânea por uma lanceta e a dosagem de glicose é
verificada em aparelhos próprios para esse fim.

O teste de glicemia capilar possibilita conhecer os níveis de


glicemia durante o dia, em momentos que interessam para acompanhar e
avaliar a eficiência do plano alimentar, da medicação oral e
principalmente da administração de insulina, assim como orientar as
mudanças no tratamento. Cada tipo de controle tem suas vantagens e
desvantagens. Contudo, é preciso considerar que a glicemia capilar
oferece uma vantagem significativa que é a avaliação direta da glicemia.
Através do teste de ponta de dedo, é possível saber no momento o valor
da taxa de açúcar no sangue, o que possibilita a detecção de uma
hipoglicemia ou de uma hiperglicemia. Em alguns casos é possível fazer
uma leitura visual do valor da glicemia.

Apesar do pequeno desconforto da picada e do custo mais


elevado para se fazer a glicemia capilar com freqüência, este é o tipo de
teste mais indicado. É necessário que o exame seja efetuado com a
técnica adequada, caso contrário os valores resultantes estarão
incorretos. Há que se considerar ainda que as pessoas com problemas de
visão poderão ter dificuldades de ler o exame. Portanto, quem tem
algum problema visual deve estar acompanhado na realização do teste.

Glicemia capitlar em diabéticos:

Por que monitorar a glicemia?

Os níveis de glicemia elevados são responsáveis pelas


complicações do diabetes. Portanto, o acompanhamento da glicemia, ou
automonitorização, é recomendado a todas as pessoas com diabetes, seja
do tipo1, tipo 2 e no diabetes gestacional (aquele que ocorre em algumas
mulheres durante a gravidez).

O teste de glicemia capilar possibilita conhecer os níveis de


glicemia durante o dia, em momentos que interessam para acompanhar e
avaliar a eficiência do plano alimentar, da medicação oral e
principalmente da administração de insulina, assim como orientar as
mudanças no tratamento.
Para quem tem diabetes, existem alguns fatores que ajudam na
manutenção das taxas de glicemia próximas aos valores normais, tais
como:

• controle no consumo de alimentos (qualidade, quantidade e


regularidade de horários nas refeições);

• ajustes nas dosagens dos medicamentos;

• exercícios físicos regulares;

• uso correto da medicação (insulina ou antidiabéticos orais);

• realização de testes de glicemia capilar (também conhecidos


por teste da “gotinha” ou “ponta-de-dedo”) em horários adequados para
ajuste no tratamento.

O uso deste aparelho aumenta a confiabilidade dos resultados,


podendo melhorar a adesão e a satisfação do diabético e do médico com
o tratamento. Possibilita também ao diabético, a participação ativa no
controle da doença e o tratamento pode ser melhor orientado de acordo
com os resultados.

Lembramos que o controle adequado da glicose no sangue é


fundamental para reduzir as complicaçoes do diabetes.

Valores de glicemia:

O Valor de glicemia normal de 70 a 110 mg/dl em jejum oral de


8 horas. Os Valores intermediários entre 110-126 mg/dl devem ser mais
bem investigados com outros testes para afastar o diagnóstico de
diabetes.

É aceitável a glicemia pós-prandial (após refeição) de 140mg/dl

Procedimento

Material:

Luvas de procedimento.

Algodão.

Álcool a 70%.
Fita teste.

Lanceta ou agulha 13 x 4,5 (s/n).

Aparelho próprio para o teste.

Descrição da Técnica:

Lavar as mãos.

Reunir o material.

Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.

Colocar a fita teste no aparelho próprio para aferição de glicemia


capilar.

Calçar as luvas de procedimento.

Abrir o invólucro da lanceta ou da agulha.

Escolher um dos quirodáctilos que esteja com uma boa perfusão


periférica.

Segurar o quirodáctilo com a mão não dominante, fazendo uma


leve pressão para “acúmulo sanguíneo” no local.

Fazer a anti-sepssia com o algodão embebida no álcool a 70%.

Com a mão dominante, dar uma picada superficial com a lanceta


ou agulha 13 x 4,5 na ponta do quirodáctilo do cliente.

Ao sair sangue do quirodáctilo, colocar uma gota do mesmo na


fita teste.

No local perfurado pressionar com o algodão seco.

Aguardar a leitura realizada pelo aparelho.

Recolher o material.

Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.

Lavas as mãos.

Comunicar o resultado ao enfermeiro da unidade ou ao médico se


necessário (hipoglicemia ou hiperglicemia).
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
A estatura e o peso do paciente são registrados por ocasião da
elaboração do histórico de Enfermagem e da realização do exame físico.
O peso precisa ser verificado e anotado, com a finalidade de controlar
qualquer alteração ocorrida durante a permanência no hospital.
Obs* O paciente portador de edema, pode ocorrer uma rápida mudança no peso
Materiais
 Balança;
 Fita métrica;
 Trena
 Papel-toalha;
Técnica
1. Orientar o paciente sobre o procedimento;
2. Conduzir o paciente até a balança já regulada;
3. Forrar a plataforma da balança com o papel-toalha, no caso de crianças;
4. Medir a estatura do paciente.

ANOTACOES DE ENFERMAGEM
As anotações de enfermagem são todos os registros das
informações do paciente, das observações feitas sobre o seu estado de
saúde, das prescrições de enfermagem e sua implantação, da evolução
de enfermagem e de outros cuidados, entre eles a execução das
prescrições médicas. Tem como finalidades: relatar por escrito as
observações do paciente; contribuir com informações para o diagnóstico
medico e de enfermagem; Contribuir com informações para fazer o
planejamento do plano de cuidados de enfermagem; Servir de elementos
para pesquisa; Fornecer elementos para auditoria de enfermagem; Servir
para avaliação dos cuidados de enfermagem prestados (quanto a
qualidade e continuidade); Servir como fonte para a aprendizagem.

Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do


cliente.
Tomando como base as observações os elementos principais a
serem anotados são o seguinte:
 A aparência;

 Estado físico: queixas, observações em geral, alimentação,


exames, testes, encaminhamento, eliminações, tratamentos
dados, resultados dos cuidados prestados, medicamentos,
contenções e demais observações colhidas pelo exame físico;
 A conservação ou a comunicação;
 O comportamento: Equilíbrio do pensamento (senso critico,
confusão, expressão de ideias, delírios, localização no tempo e
espaço, etc.); Equilíbrio do estado perceptivo (alucinações,
delírios); Equilíbrio de estado afetivo (emoções, sentimentos,
capacidade para resolver situações, etc.); Equilíbrio no
ajustamento social (dependência, isolamento, reação ao ambiente
e pessoa); Capacidade de aprendizagem - inteligência;
 Atividades e recomendações.

PRONTUÁRIO
É o conjunto de documentos padronizados, destinados ao registro da
assistência prestada ao paciente desde a sua matricula a sua alta.
As anotações no prontuário são baseadas em observação de
enfermagem. Com a finalidade de contribuir com informações para o
diagnóstico e tratamento medico e de enfermagem; conhecer o paciente,
família e comunidade; construir fator decisivo entre a vida e a morte
através dos dados colhidos; auxiliar a equipe multiprofissional na
tomada de decisões especificas; verificar os problemas aparentes e
inaparentes; planejar cuidados de enfermagem; analisar os serviços
hospitalares prestados; analisar os cuidados de enfermagem prestados.
Admissão
É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado
período. Tem por objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente
hospitalar, proporcionar conforto e segurança. Este é um momento
ímpar entre a equipe de enfermagem e o paciente ou usuário. Esse
primeiro contato, independentemente do cenário em que se realiza, é um
dos mais importantes, pois é neste contexto que a confiança do
paciente/usuário com a enfermagem são estabelecidas.
(MATSUDA,2006).
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional
da unidade e encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido
com gentileza e cordialidade para aliviar suas apreensões e ansiedades.
Geralmente, o paciente está preocupado com a sua saúde.
A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus
familiares, inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o
atenderá. Se recebido atenciosamente, proporcionará sensação de
segurança e bem estar, e deste primeiro contato depende em grande parte
a colaboração do paciente ao tratamento.
 Procedimentos:
 1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;
 2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-
lhe todo o conforto possível;
 3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
 4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações
sanitárias; horários das refeições; modo de usar a campainha;
nome do médico e da enfermeira chefe;
 5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de
repouso; horário de visita;
 6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato
da admissão, se não for possível, colocá-los em um saco e
grampear, identificando com um impresso próprio e encaminhar
para a sala de pertences;
 7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será
submetido, a fim de obter sua cooperação;
 8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não
permitir o uso da própria roupa;
 9. Fazer o prontuário do paciente;
 10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração,
proceder ao exame físico;
 11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
 12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.
Alta
A alta hospitalar é o encerramento da assistência prestada ao
paciente no hospital. O paciente recebe alta quando seu estado de saúde
permitir ou quando está em condições de recuperar-se e continuar o
tratamento em casa. A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.

 Procedimentos:
 1. Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar
assinada pelo médico;
 2. Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a
serem feitos antes da saída do paciente;
 3. Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;
 4. Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;
 5. Auxiliar o paciente a vestir-se;
 6. Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;
 7. Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram
guardados no hospital;
 8. Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o
paciente até o veículo;
 9. Transportar o paciente;
 10. Preparar a unidade para receber outro paciente.
Transferência
Existem dois tipos de transferências a externa e interna.
A transferência externa é o deslocamento do paciente para
outra instituição de tratamento, ocorre mediante a autorização
médica.
E a transferência interna do paciente ocorre de um setor para o outro,
dentro do próprio hospital. Poderá ser transferido quando necessitar de
cuidados intensivos, mudança de setor e troca do tipo de acomodação.
 Procedimentos:
 1. Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;
 2. Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e
cuidados prestados;
 3. Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paciente;
 4. Proceder as anotações de enfermagem no plano assistencial;
 5. Fazer rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à
família ou encaminhando junto ao paciente;
 6. Proceder o transporte do paciente, com auxílio;
 7. Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences;
 8. Auxiliar na acomodação do paciente;

 9. Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de rodas;


 10. Preparar a unidade para receber outro paciente.

Óbito hospitalar
É o óbito que se verifica no hospital após o registro do paciente na unidade.

Passagem de plantão
A passagem de plantão é um mecanismo utilizado pela
Enfermagem para assegurar a continuidade da assistência prestada. Na
passagem de plantão acontece a transmissão de informações entre os
profissionais que, terminam e os que iniciam o período de trabalho.
Abordam sobre o estado dos pacientes, tratamentos, assistência prestada,
intercorrências, pendências e situações referentes a fatos específicos da
unidade de internação que merecem atenção. (NOGUEIRA,1998).
Neste processo pode-se adotar várias formas de comunicação,
entretanto, as formas verbal e escrita são as mais comuns, destacando-se
a verbal.
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais, como o próprio nome sugere algo que é essencial à
vida.
As medidas de temperatura, pulso, pressão arterial (PA), frequência
respiratória e saturação de oxigênio são as mais utilizadas pelos
profissionais de saúde, elas indicam a eficiência das funções:
circulatória, respiratória, neural e endócrina do corpo, por isso são
chamadas de SINAIS VITAIS. Neste contexto, ainda podemos incluir a
dor, sintoma subjetivo referido como quinto sinal vital (POTTER;
PERRY, 2013).
AFERIÇÃO SINAIS VITAIS (SSVV)
Os sinais vitais devem ser mensurados, segundo Potter e Perry (2013):
Na Admissão do paciente;
Na prestação dos cuidados rotineiros;
Durante uma consulta;
Antes e depois de procedimentos invasivos (cirúrgicos ou
diagnósticos);
Antes e depois da administração de medicamentos cardiovasculares
e/ou respiratórios e de produtos hemoterápicos;
Condições físicas gerais alteradas;
Antes e depois de intervenções que influenciem um sinal vital;
Sintomas inespecíficos de estresse físico.
Então, vamos descrever cada um deles?

Temperatura corporal (T)

É controlada pelo equilíbrio de calor produzido pelo corpo e calor


perdido para o ambiente, sendo regulada fisiologicamente pelo
hipotálamo, este funciona como um termostato corpóreo capaz de
perceber alterações mínimas (PIANUCCI, 2002)
Calor produzido – Calor perdido = Temperatura corpórea Existem
variações na literatura com relação aos valores aceitáveis para a
temperatura. Mas utilizaremos como referência de normalidade para
seres humanos os valores entre 36°C e 38°C (POTTER; PERRY,
2013).
E quais são os locais de aferição da temperatura? Vejamos:
Locais de aferição da Temperatura:
Oral – Em nível periférico
Retal – Em nível periférico
Axilar - (em nossa cultura é a mais usual)

Variação da Temperatura:
Normotermia: 36°C a 38°C
Média oral: 37° C
Média retal: 37,5° C
Média axilar: 36,5° C
OBS: Pessoal, existem outros locais de aferição da T, mas nos
deteremos em falar somente destes três.
FONTE: POTTER; PERRY, 2013.
E quais outros locais são estes que se podem verificar a temperatura?
Vejamos, de acordo com as mesmas autoras, os locais são: artéria
pulmonar, esôfago e bexiga (temperaturas centrais); membrana
timpânica, artéria temporal e pele.
Caros alunos, vários fatores interferem na temperatura corporal, são
eles: idade, exercício, fumo, níveis hormonais, ritmo circadiano,
estresse, afecções diversas, ambiente, entre outros.
E como podemos classificar estas alterações da temperatura desta
interferência?
Da seguinte forma:
Febre ou pirexia: ocorre quando há incapacidade dos mecanismos
de perda de calor de acompanhar o ritmo de uma produção excessiva,
resultando em um aumento anormal de temperatura. Podemos considerá-
la um importante meio de defesa, pois elevações moderadas até 39°C
intensificam o sistema imune (POTTER; PERRY, 2013).

Padrões de febre:
Sustentada: temperatura constante, continuamente acima de 38°C e
com pouca flutuação;
Intermitente: picos de febre intercalados com temperaturas em níveis
usuais (a temperatura retorna a um valor aceitável pelo menos uma vez
em 24 horas);
Remitente: picos e quedas de febre sem retorno à temperatura normal;
Recidivante: períodos de episódios febris e períodos com valores de
temperaturas aceitáveis (períodos de episódios febris e períodos de
normotermia muitas vezes duram mais de 24 horas).
Hipertermia: é a temperatura elevada relacionada com a
incapacidade do organismo de promover a perda de calor ou de
reduzir a sua produção. Resulta de uma sobrecarga dos mecanismos
que fazem a termorregulação no organismo.
(POTTER; PERRY, 2013).
O termo hipertermia não é necessariamente sinônimo de febre. Por
exemplo, a exposição a altas temperaturas ambientais pode resultar em
esgotamento por calor, causando hipertermia (PIANUCCI, 2002).
Outra condição é a hipotermia que é caracterizada pela perda de
calor durante a exposição prolongada ao frio que se sobressai a
capacidade do organismo de produzir calor.
Classificação da hipotermia:
Leve: 34°C a 36°C
Moderada: 30°C a 34°C
Acentuada: <30°C
Profunda: <20°C
FONTE: POTTER; PERRY, 2013
Vejamos alguns cuidados ao verificar a temperatura corporal
(POTTER; PERRY, 2013):
Avaliar os sinais e sintomas das alterações de temperatura e de
fatores que a influenciam;
Determinar o dispositivo e o local adequados para verificar a
temperatura do paciente;
Explicar ao paciente a via pela qual a temperatura será medida e a
importância de manter a posição correta até o término da leitura;
Identificar qualquer atividade prévia que interfira na correta
determinação da leitura;
Quando verificar a temperatura por via oral, espere de 20 a 30
minutos antes de fazer a medição, caso o paciente tenha fumado ou
ingerido líquidos ou comidas quentes ou frias;
Caso a aferição seja axilar: proteger a privacidade do paciente
isolando o local com biombos, cortinas e/ou fechando a porta, auxiliar o
paciente a ficar em decúbito dorsal ou sentado; liberar o ombro e o braço
do cobertor ou da camisola; inspecionar a existência de lesões de pele
(caso existam não utilizar esta via) e transpiração excessiva;
Na verificação retal: proteger a privacidade do paciente isolando o
local com biombos, cortinas e/ou fechando a porta; usar luvas limpas;
ajudar o paciente a ficar deitado na posição Sims; afastar as roupas de
cama para expor somente a região anal, mantendo as extremidades e as
partes de cima do paciente cobertas; lubrificar o termômetro de
verificação.

Pulso (P)

É verificado utilizando a polpa dos dedos indicador e médio por meio


da palpação de uma artéria, geralmente a radial, contando-se durante
um minuto o número de batimentos e verificando suas características:
intensidade, ritmo e simetria. A frequência cardíaca pode
diferenciar-se do pulso devido arritmias cardíacas.
Ela é verificada por meio da ausculta do pulso apical que se encontra
no 5° espaço
intercostal esquerdo (BARROS & COLS, 2010).
Locais de verificação de pulso:
Temporal
Carótida
Apical
Braquial
Radial
Ulnar
Femoral
Poplítea
Tibial posterior
Artéria dorsal do pé
FONTE: POTTER; PERRY, 2013
Pessoal, e o que devemos avaliar ao verificar o pulso?
Devemos avaliar a frequência, que nos dirá a quantidade de
pulsações por minuto podendo ser classificada da seguinte forma:
Normocardia: frequência cardíaca normal;
Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal;
Bradicardia: frequência cárdica abaixo do normal.
OBS: Outra denominação para classificação do pulso, porém pouco
utilizada, é a seguinte: normosfigmia, taquisfigmia e bradisfigmia.
Além da frequência, podemos classificar o pulso quanto ao seu ritmo,
que pode ser regular (rítmico) ou irregular (arrítmico) e quanto a sua
força ou amplitude, que corresponde a quantidade de volume de
sangue ejetado contra a parede da artéria a cada contração cardíaca
e a condição do sistema vascular arterial levando ao local de pulsação
(POTTER; PERRY, 2013).
A amplitude pode ser descrita, segundo Potter e Perry (2013), como:
delimitadora (4+), completa ou forte (3+), normal e esperada (2+),
diminuída ou pouco palpável (1+) e ausente (0); ou simplesmente
identificada como cheia (forte) ou fina (fraca) (PIANUCCI, 2002).
Valores aceitáveis da frequência cardíaca (adulto)
Normocardia: 60-100 bpm
Taquicardia: >100 bpm
Bradicardia: < 60bpm
FONTE: POTTER; PERRY, 2013

Fatores que podem influenciar a frequência do pulso são: dor,


exercício, temperatura, emoções, fármacos, hemorragia, mudanças
posturais, condições pulmonares, entre outros.
Avaliando o pulso radial:
Considerar os fatores específicos relacionados com a história do
paciente, os valores habituais ou o risco de pulso irregular;
Obter medidas adequadas de pulso e de posição para o paciente;
Relatar anormalidades;
Avaliar qualquer fator de risco para alterações;
Avaliar sinais e sintomas de alteração de volume sistólico e do
débito cardíaco;
Avaliar fatores que influenciam na frequência do pulso e no ritmo:
idade, exercícios, mudanças de posição, equilíbrio hídrico,
medicações, temperatura e estimulação simpática;
Explicar o procedimento e encorajar o paciente a relaxar e não
falar. Se o paciente estiver ativo, aguardar 5 a 10 minutos antes de
avaliar o pulso;
Ajudar no decúbito dorsal ou sentado;
Caso decúbito dorsal, coloque o antebraço do paciente ao lado do
corpo ou na parte inferior do tórax ou do abdome superior com o pulso
estendido;
Caso esteja sentado, dobrar o cotovelo em ângulo de 90° e
sustentar o antebraço na cadeira ou com o seu braço;
Colocar as pontas dos primeiros dois ou três dedos médios de sua
mão no sulco ao longo do lado radial ou do lado do polegar no pulso
do paciente. Estenda suavemente o pulso dele com a palma da mão
virada para baixo até que você perceba a pulsação mais forte;
Pressionar levemente contra o rádio, inicialmente obliterando o
pulso para depois diminuir a pressão, de modo que a pulsação se torne
facilmente palpável;
Determinar a força do pulso;
Após sentir um pulso regular, olhe para o ponteiro dos segundos
de um relógio e comece a contar a frequência;
Pulso regular: contar a frequência por 30 segundos e multiplicar
por dois; pulso irregular: contar a frequência durante 1 minuto, avaliar
a frequência e o padrão de irregularidade e comparar os pulsos radiais
bilateralmente.
FONTE: POTTER; PERRY, 2013.

Respiração (R)

É um processo pelo qual os tecidos permutam os gases O2 e CO2 controlado pelo


centro respiratório localizado no bulbo, anatomicamente inserido no sistema nervoso
central e sensível a alterações de pH sanguíneo (PIANUCCI, 2002).
Os fatores que influenciam a frequência respiratória são: idade, posição, exercício,
dor aguda, ansiedade, tabagismo, medicações, lesão neurológica, função da hemoglobina,
entre outros.
E o que devemos avaliar quando verificamos a respiração?
Devemos avaliar a quantidade de respirações por minuto
(frequência), a profundidade (profunda ou superficial) e o ritmo (regular ou irregular).
Com estes dados classificaremos os padrões respiratórios, segundo Potter e Perry (2013), da
seguinte forma:
Eupneia: frequência respiratória com valor aceitável (12-20 respirações por minuto
(rpm));
Bradpneia: frequência da respiração é regular, porém anormalmente lenta (<12 rpm);
Taquipneia: frequência da respiração é regular, porém anormalmente rápida (>20 rpm);
Hiperpneia: respiração difícil, com profundidade e frequência aumentadas (> 20 rpm,
normalmente durante exercício);
Apneia: respiração cessa por vários segundos, paradas persistentes resultam em retardo
respiratório;
Hiperventilação: frequência e profundidade aumentam;
Hipoventilação: frequência é anormalmente lenta e a profundidade está deprimida;
Respiração de Cheyne-Stokes: frequência e profundidade são irregulares,
caracterizada pela alternância entre períodos de apneia e hipoventilação. O clico começa
com respiração lenta e superficial que aumenta gradualmente a frequência e a profundidade
anormais. O padrão se reverte, a respiração se torna lenta e superficial, chegando a uma
apneia antes do recomeço da respiração;
Respiração de Kussmaul: anormalmente profunda, regular e de alta frequência;
Respiração de Biot: anormalmente superficial para duas ou três respirações seguidas de
um período irregular de apneia.

OBS: apesar da saturação de O2 (SaO2) ser uma medida importante e muito utilizada junto
com os sinais vitais, nós a consideraremos como parte da função respiratória e não um sinal
vital separado, já que ela depende da relação ventilação/perfusão. Então vejamos:
Conceito: Percentual de hemoglobina que se liga ao O2 equivale ao percentual de saturação
de hemoglobina (SaO2).
Valores de normalidade: 95% a 100%.
Fatores de interferência: aqueles que interferem na ventilação, perfusão ou difusão.
Mensuração: por meio do oxímetro de pulso.
FONTE: POTTER; PERRY, 2013.

E para finalizar o tópico de respiração, vejamos os cuidados que devemos ter no


momento da sua aferição:
Avaliando a respiração:
Considerar os fatores específicos relacionados com a história do paciente que desenvolve
risco de aumento, diminuição ou irregularidade da respiração;
Obter mensurações da respiração em momentos apropriados;
Relatar anormalidades;
Identificar os fatores de risco para alterações;
Avaliar os sinais e sintomas de alterações respiratórias;
Avaliar valores laboratoriais pertinentes: gasometria e hemograma;
Avaliar fatores que influenciam na respiração;
Certificar que o paciente fique em posição confortável, preferencialmente sentado ou
deitado com cabeceira da cama elevada em 45° a 60°.
Deixar o tórax visível, se necessário remover lençol;
Posicionar o braço do paciente de forma relaxada sobre o abdome ou na parte inferior do
tórax, ou coloque a mão diretamente sobre o abdome superior do paciente; Observar o ciclo
respiratório;
Depois que observar o ciclo, contar a frequência com o auxílio de um relógio: quando o
impulso da mão atingir um número no mostrador, o tempo começa a ser registrado, contando
como número um o primeiro ciclo respiratório completo;
Se ritmo regular: contar o número de respirações em 30 segundos e multiplicar por 2. Se
ritmo irregular: contar durante um minuto inteiro;
Observar a profundidade e a descreva como rasa, normal ou profunda;
Observar o ritmo do ciclo. A respiração normal é regular e ininterrupta.
Obs: não confundir suspiro com ritmo anormal.
FONTE: POTTER; PERRY, 2013

OBS: a contagem dos movimentos respiratórios deve ser realizada sem que o paciente
tenha consciência do procedimento, uma vez que pode assumir um padrão alterado quando
ele que alguém o está observando (BARROS & COLS, 2010).

PRESSÃO ARTERIAL (PA)

Finalmente, chegamos ao sinal vital mais cobrado em provas ultimamente.


A pressão arterial é a resultante da força exercida pelo sangue nas paredes das
artérias, do volume de sangue circulante, da força de contração do coração e da resistência
das paredes dos vasos (PIANUCCI, 2002).
Alguns fatores influenciam na PA, vejamos alguns deles: idade, etnia, sexo, variação
diária, medicamentos, exercício, peso, tabagismo, postura, estresse, fatores climáticos, dor,
dentre outros.
E com relação à aferição da PA?
Pessoal, segundo MS (2013), a primeira verificação deve ser realizada em ambos os
braços, caso haja diferença entre os valores, deve ser considerada a medida de maior
valor. O braço com o maior valor aferido deve ser utilizado como referência nas próximas
medidas.

IMPORTANTE:
Devem ser utilizados manguitos com câmara inflável (cuff) adequada para a circunferência do
braço de cada pessoa, ou seja, a largura deve ser de pelo menos 40% do comprimento do
braço (distância entre o olécrano e o acrômio) e o comprimento, de pelo menos 80% de
sua circunferência (BRASIL, 2006 apud BRASIL, 2013).
FONTE: MS, CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA, N° 37, 2013

Além das recomendações descritas, podemos relatar mais alguns cuidados que são
necessários para o preparo do paciente no momento da aferição (BARROS & COLS, 2010):
Explicar o procedimento;
Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo;
Evitar a bexiga cheia;
Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes;
Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes;
Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado;
Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito;
Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e
o cotovelo ligeiramente fletido;
Solicitar para que não fale durante a medida.

Pessoal, vejamos como é descrito o procedimento de aferição da pressão arterial, de acordo


com Barros & Cols (2010):
Aferição da Pressão arterial:
Medir a circunferência do braço do paciente;
Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a 3 cm;
Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
Estimular o nível da pressão sistólica (palpar o pulso radial e inflar o manguito até o seu
desaparecimento, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes da medida);
Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio sem
compressão excessiva;
Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica;
Proceder a deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo);
Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que é um
som fraco seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de
deflação;
Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff);
Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do nível do som, para confirmar seu
desaparecimento e, depois, proceder à deflação rápida e completa;
Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no
abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero;
Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medidas;
Informar os valores obtidos ao paciente;
Registrar em local apropriado.
FONTE: BARROS & COLS, 2010
Os valores que podemos considerar como aceitáveis para pressão arterial para adultos
maiores de 18 anos, segundo o caderno de atenção básica n° 37, do Ministério da Saúde
(2013), é:

CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃODIASTÓLICA


(mmHg) (mmHg)

ÓTIMA <120 <80

NORMAL <130 <85

OBS: Segundo este mesmo caderno, são normotensas as pessoas que apresentarem PA entre
120/80mmHg.
E para finalizarmos as considerações sobre pressão arterial, vejamos alguns erros
comuns na sua avaliação:
Erros na avaliação da PA:
Câmara ou manguito muito largo
Câmara ou manguito muito estreito ou curto
Manguito colocado de forma muito frouxa
Desinflação do manguito muito lenta
Desinflação do manguito muito rápida
Braço posicionado abaixo do nível do coração
Braço posicionado acima do nível do coração
Braço sem apoio
Estetoscópio que se ajusta mal ou impedimento para o examinador ouvir, fazendo com que
os sons sejam abafados
O estetoscópio foi posicionado de modo firme demais contra a fossa antecubital
Inflação muito lenta
Avaliações repetidas muito rapidamente
Nível de inflação inadequado
FONTE: POTTER; PERRY, 2013
DOR

Pessoal, é bem verdade que todo mundo já sentiu algum tipo de dor, porém pelo fato
deste sintoma ser subjetivo os profissionais de saúde muitas vezes acabam subestimando a
queixa do paciente, por eles a acharem exagerada. Mas esta realidade vem se modificando
atualmente com estudos avançados com relação ao tema.
Podemos citar alguns tipos de dor, são elas: aguda (protetora e rápida), crônica (dura
mais de 6 meses, constante ou recorrente), episódica crônica (esporádica durante um período
prolongado de tempo), oncológica, idiopática, dor por inferência de processo patológico.
Podendo ainda ser classificada segundo sua localização em: superficial (cutânea), profunda
(visceral), referida ou irradiada (POTTER; PERRY, 2013).
Daí vocês me perguntam: e como avaliamos a dor?
A dor é avaliada por meio de escalas, vejamos algumas delas:

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
A via de administração é a maneira como o medicamento entra em contato com o
organismo; é sua porta de entrada. Podemos administrar via oral (boca), retal (ânus),
sublingual (embaixo da língua), injetável (intravenoso), dermatológica (pele), nasal (nariz) e
oftálmica (olhos), dentre outras.
Cada via é indicada para uma situação específica; cada uma apresenta vantagens e
desvantagens. Podemos dividi-las em dois grandes grupos: a via enteral: são as vias oral,
sublingual e retal e a parenteral: são as vias intravenosa, intramuscular, subcutânea,
respiratória e tópica, entre outras.
Conceito: É a administração de um fármaco no organismo através de uma via, com
finalidade terapêutica. Para que um medicamento tenha ação terapêutica ele deve entrar no
organismo do paciente, ser absorvido, metabolizado, atingir seu local de ação e ser distribuído
para as células, tecidos ou um órgão específico, alterar as funções fisiológicas e sair do
organismo.
CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO
A administração de medicamentos é uma das maiores responsabilidades dos
profissionais de enfermagem, devendo ser exercida de modo adequado e seguro, por meio da
prevenção de erros e falhas (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012).
O efeito terapêutico é a resposta fisiológica esperada ou previsível causada por uma
medicação. Já os efeitos colaterais são efeitos secundários e não evitáveis produzidos durante
a administração de doses terapêuticas usuais. Ademais, os efeitos adversos são respostas
graves não pretendidas, indesejadas, e frequentemente imprevisíveis à medicação (POTTER;
PERRY, 2010).
1 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
A via prescrita para administração de um medicamento depende de suas propriedades
e do efeito desejado, assim como das condições físicas e mentais do paciente. As vias de
administração podem ser classificadas em três categorias: percutânea, enteral e parenteral
(CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
ADMINISTRAÇÕES CUTÂNEA E PERCUTÂNEA
Refere-se à aplicação de medicamentos na pele ou nas membranas mucosas para
absorção. De uma forma geral agem localmente (aplicação tópica), mas podem ocorrer efeitos
sistêmicos. Pode acontecer nas seguintes modalidades (CLAYTON; STOCK; COOPER,
2012; POTTER; PERRY, 2010):
Cremes: são emulsões semissólidas contendo agentes medicinais para aplicação externa;
Loções: são normalmente preparações aquosas que contêm matéria em suspensão;
Unguentos: são preparações semissólidas de substâncias medicinais numa base oleosa;
Emplastro transdérmico: proporciona a liberação controlada de um medicamento
prescrito através de uma membrana semipermeável de várias horas até 3 semanas, quando
aplicado à pele intacta;
Instilação nasal: as soluções nasais são usadas para tratar os distúrbios temporários que
afetam as membranas mucosas nasais. As formas mais comuns são o spray e as gotas
descongestionantes;
Instilação ocular: os medicamentos oftálmicos mais comuns são os colírios e as pomadas
oftálmicas;
Instilação auricular: as medicações usadas na orelha são chamadas de óticas e geralmente
estão sob a forma de gotas, formadas por uma solução contendo a substância desejada;
Instilação vaginal: as medicações vaginais estão disponíveis na forma de supositórios,
geleias, espumas, irrigações (duchas), comprimidos ou cremes;
Administração intraocular: essas medicações assemelham-se a lentes de contato.
Geralmente são posicionadas no saco conjuntival, onde permanecem por 1 semana;
Administração bucal: está relacionada àqueles comprimidos projetados para serem
mantidos na cavidade bucal (entre a bochecha e os dentes molares);
Administração sublingual: os comprimidos sublinguais são projetados para serem colados
sob a língua para dissolução e a absorção se dá por meio da vasta rede de vasos sanguíneos
dessa área (o efeito é sistêmico!).

ADMINISTRAÇÃO ENTERAL
Os fármacos são administrados diretamente no trato gastrintestinal (TGI) através dos
métodos oral, retal, gastrostomia endoscópica percutânea ou nasogástrico/nasoenteral
(CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
A via oral (VO) é a mais fácil e desejada, na qual os pacientes normalmente são
capazes de ingerir ou de autoadministrar os medicamentos. A principal contraindicação da
VO inclui a presença de alterações no TGI, incapacidade do indivíduo em engolir alimentos
ou fluidos e o uso de sucção gástrica (POTTER; PERRY, 2010).
Os medicamentos são administrados por sonda nasogástrica em pacientes que estão
impossibilitados de engolir, estão comatosos, ou com alguma desordem no esôfago. Toda vez
que for possível, uma forma líquida de um medicamento deve ser utilizada para esse tipo de
administração. A sonda deve ser lavada com ao menos 30 ml de água antes e após a
administração de medicamentos. Quando um ou mais medicamentos são administrados no
mesmo momento, uma lavagem entre cada medicação de 5 a 10 ml de água deve ser
realizada (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012).
Vejamos a seguir as diversas apresentações disponíveis para a via enteral (CLAYTON;
STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010):
Cápsulas: são pequenos recipientes cilíndricos gelatinosos que armazenam pó seco ou
líquido do agente medicinal;
Pastilhas ou tabletes: são discos achatados contendo um agente medicinal em uma base
com um sabor agradável;
Pílulas: são uma forma obsoleta de apresentação que não são mais fabricadas em razão do
desenvolvimento das cápsulas e comprimidos. Contudo, o termo é ainda utilizado para se
referir a comprimidos e cápsulas;
Comprimidos: são medicamentos secos e em pó que foram comprimidos até formarem
pequenos discos;
Elixires: são líquidos claros constituídos pelo medicamento dissolvido em álcool e água;
Emulsões: são disseminações de pequenas gotas de água em óleo ou de óleo em água;
Suspensões: são apresentações líquidas que contêm partículas sólidas e insolúveis de
drogas disseminadas em uma base líquida;
Xaropes: possuem agentes medicinais dissolvidos em uma solução concentrada de açúcar,
usualmente e sacarose;
Supositórios: são uma forma sólida de medicamentos para serem introduzidos em um
orifício do corpo. Na temperatura do corpo, a substância se dissolve e é então absorvida pelas
membranas da mucosa;

1.3 ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL


O termo parenteral significa administração por qualquer via que não a enteral. Nesse
tipo de administração o início da ação é geralmente mais rápido e de menor duração, a dose
quase sempre é menor e o custo do tratamento, em geral, é maior (CLAYTON; STOCK;
COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
Normalmente a rota parenteral se refere às injeções intradérmica (ID), subcutânea
(SC), intramuscular (IM) ou intravenosa (IV). Cada via de injeção difere em relação ao tipo
de tecido em que o medicamento será aplicado, cujas características influenciam velocidade
de absorção do medicamento e no início da sua ação (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012;
POTTER; PERRY, 2010).
Via intradérmica (ID): são aplicadas na derme, logo baixo da epiderme. São
injetados pequenos volumes, geralmente 0,1 ml. Sua absorção é lenta, sendo a via preferida
para realização de testes de alergia, injeções dessensibilização, aplicação de anestésicos locais
e vacinas. Os locais mais comumente usados são a parte superior do tórax, a região escapular
e a face interna dos antebraços. O ângulo de inserção da agulha deve ser de 15º com o bisel
voltado para cima (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
Via subcutânea (SC): consiste na colocação de medicamentos no tecido conjuntivo
frouxo sob a derme (hipoderme). O tecido subcutâneo não é tão ricamente suprido com
sangue quanto os músculos, por isso a absorção dos medicamentos é mais lenta do que a via
IM. O volume máximo suportado por essa via é de 1,5 ml. Os medicamentos comumente
utilizados por essa via incluem a heparina, enoxaparina e insulina. O comprimento da agulha
é o que define seu ângulo de inserção. A agulha 13x4,5 é preferível e o ângulo de inserção é
de 90º. Por outro lado, as agulhas 25x7 e 25x6mm devem ser introduzidas a um ângulo de
45º. Os locais mais usados incluem braços, face anterior das coxas e abdome. As áreas usadas
com menor frequência são as nádegas e a porção superior do dorso ou a região escapular
(CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
Via intramuscular (IM): fornece uma absorção mais rápida que a SC por ser mais
ricamente vascularizada. Deve-se utilizar uma agulha mais longa e calibrosa para atravessar o
tecido subcutâneo e penetrar no tecido muscular profundo. O músculo é menos sensível a
medicamentos irritantes e viscosos. O ângulo de inserção deve ser de 90º. O volume máximo
a ser administrado depende do sítio de aplicação da injeção, conforme veremos a seguir:
Deltoide: embora não seja bem desenvolvido em muitos adultos, é utilizado
frequentemente devido ao seu fácil acesso com o paciente sentado, ereto e em decúbito dorsal,
ventral ou lateral. O volume administrado varia de 2 a 3 ml em adultos. É utilizado
usualmente para aplicação de vacinas (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER;
PERRY, 2010).
Vasto lateral: localizado na região anterolateral da coxa, longe de vasos sanguíneos
e nervos. O local de aplicação da injeção situa-se em seu terço médio (a um palmo do
trocanter maior e um palmo acima do joelho). É o local de escolha para lactentes, visto que
representa a sua maior massa muscular. O volumem a ser administrado varia de 3 a 4 ml
(CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
Reto femoral: está localizado medialmente ao músculo vasto lateral e a delimitação
do local de aplicação é feita da mesma maneira que o vasto lateral (terço médio). Suporta até
5mL de volume administrado (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY,
2010).
Ventroglúteo: corresponde ao glúteo médio e situa-se em local profundo e afastado
dos nervos e vasos importantes. Possui fácil acesso com o paciente em decúbito ventral,
dorsal ou lateral. É localizado colocando a palma da mão na porção lateral do trocanter maior,
o dedo indicador na espinha ilíaca anterossuperior e estendendo o dedo médio até a crista
ilíaca. A injeção é aplicada no centro do V formado pelos dedos médio e indicador. Pesquisas
tem demonstrado que é o local preferido para a maior parte das infusões em qualquer idade
com menor número de complicações. Suporta um volume de até 4mL (CLAYTON; STOCK;
COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
Dorsoglúteo: para usar este local o paciente deve estar em decúbito ventral. O local
é identificado desenhando-se uma linha imaginária que vai da espinha ilíaca posterossuperior
até o trocanter maior do fêmur. A injeção deve ser aplicada em qualquer ponto entre essa
linha e a curva da crista ilíaca. Não deve ser utilizada em crianças com menos de 3 anos de
idade, pois como elas deambulam há pouco tempo, o músculo ainda não está desenvolvido e
há maior risco de que se atinja o nervo ciático. O volume máximo a ser administrado é de
5mL (CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).
Via intravenosa (IV): se refere à introdução de fluidos diretamente na corrente
sanguínea. Possui como vantagens o grande volume que pode ser administrado rapidamente
na veia e geralmente com menos irritação. Isto posto, é a via de ação mais rápida. Os
fármacos são administrados diretamente na veia por uma agulha de modo intermitente ou
através de um acesso venoso periférico ou central já estabelecido para infusões contínuas
(CLAYTON; STOCK; COOPER, 2012; POTTER; PERRY, 2010).

Vias e Técnica de Administração de Medicamento:


Os fármacos podem ser administrados por diversas vias, sendo que cada via tem uma
velocidade de absorção diferente. A via de administração prescrita para um medicamento depende de
suas propriedades, dos efeitos desejados e das condições físicas e mentais do paciente.
Via oral: Os medicamentos são administrados pela boca e deglutidos com a ajuda de líquidos.
Tem início de ação lenta e um efeito mais prolongado do que os medicamentos parenterais.
Sublingual: O medicamento é colocado embaixo da língua, onde é dissolvido.
Técnica:

-Realizar a lavagem simples das mãos;

- Preparar a bandeja com os medicamentos à serem


administrados:

O medicamento deve ser adicionado no copo de medicamentos e


identificado

conforme rótulo padrão. Deve-se sempre verificar a data de validade do


medicamento. Para preparar comprimidos ou cápsulas a partir de um
frasco de estoque, colocar o número desejado na tampa do frasco e
transferir o medicamento para o copo de medicamentos. Não tocar os
medicamentos com os dedos. Todos os medicamentos à serem
administrados no mesmo horário podem ser colocados no mesmo copo
de medicamentos. Caso o paciente apresente dificuldades para deglutir,
deve-se triturar os comprimidos e misturá-lo na água. Medicamentos
líquidos do tipo suspensão devem ser agitados antes de serem
administrados;

- Levar o medicamento para o paciente no horário correto;

- Identificar o paciente que receberá o medicamento, confirmando o seu


nome;

- Explicar a indicação e ação do medicamento à ser administrado;

- Auxiliar o paciente a permanecer na posição sentada ou deitada de


lado;

Via Oral:

Auxiliar ou administrar o medicamento na boca do paciente;

- Via Sublingual:

. Auxiliar ou administrar o medicamento sob a língua do paciente;

- Permanecer no quarto até que o paciente tenha deglutido cada


medicamento;

- Manter o paciente confortável;

- Manter a unidade em ordem;

- Realizar a lavagem simples das mãos;

- Realizar checagem e anotações no prontuário;

Via Tópica: Medicamento aplicado na pele e na mucosa

- Instilação Ocular: o medicamento é aplicado na conjuntiva

- Instilação Nasal: o medicamento é aplicado nas narinas

- Instilação Auricular: o medicamento é aplicado nos ouvidos


Técnica

- Realizar a lavagem simples das mãos;

-Preparar a bandeja com os medicamentos à serem administrados:


Identificar o medicamento conforme rótulo padrão. Verificar data de
validade do medicamento;

- Levar o medicamento para o paciente no horário correto;

- Identificar o paciente que receberá o medicamento, confirmando o seu


nome;

- Explicar a indicação e ação do medicamento à ser administrado;

- Auxiliar o paciente a permanecer na posição dorsal com o pescoço


hiperestendido para instilação ocular e nasal e posição lateral para a
instilação auricular;

- Instilação Ocular:

. Com a mão dominante, segurar o conta-gotas preenchido com o


medicamento ou solução oftálmica aproximadamente 1 a 2 cm acima do
saco conjuntival;

. Com a mão não dominante abrir o saco conjuntival;

. Pingar o número de gotas prescritas do medicamento dentro do saco


conjuntival;

. Depois de instilar as gotas, pedir ao paciente para fechar o olho


delicadamente;

. Na administração de pomadas oftálmicas, segurar o aplicador de


pomada acima das margens inferiores da pálpebra e aplicar uma pequena
quantidade de pomada ao longo da extremidade interna da pálpebra
inferior na conjuntiva, a partir do canto do olho interno para o externo.
Pedir ao paciente para fechar o olho e massagear a pálpebra
delicadamente em movimentos circulares com uma bola de algodão.

- Instilação Nasal:

. Sustentar a cabeça do paciente com a mão não dominante;


. Instruir o paciente a respirar pela boca;

. Segurar o conta-gotas 1 cm acima das narinas e instilar o número de


gotas prescritas em direção à linha média do osso etmóide;

. Manter o paciente deitado de costas por 5 minutos;

. Oferecer um lenço de papel para o paciente limpar a coriza.

- Instilação Auricular:

. Sustentar a cabeça do paciente com a mão não dominante, colocando


de maneira reta o canal auditivo;

. Posicionar o canal do ouvido puxando-se o pavilhão da orelha para


cima e para fora;

. Segurar o conta-gotas 1 cm acima do conduto auditivo e instilar o


número de gotas prescritas;

. Manter o paciente lateralizado por 5 minutos;

- Auxiliar o paciente a retornar a posição confortável após a absorção do


medicamento;

- Organizar a unidade;

- Lavar as mãos;

- Realizar checagem e anotação no prontuário.

- Vaginal: O medicamento é aplicado na vagina.

- Retal: O medicamento é aplicado no reto

Técnica

-Realizar a lavagem simples das mãos;

- Preparar a bandeja com os medicamentos à serem administrados:


Identificar o medicamento conforme rótulo padrão. Verificar data de
validade do medicamento;

- Levar o medicamento para o paciente no horário correto;

- Identificar o paciente que receberá o medicamento, confirmando o seu


nome;

- Explicar a indicação e ação do medicamento à ser administrado;

- Permitir a privacidade do paciente, com o uso de biombos;

- Auxiliar o paciente a permanecer na posição de ginecológica para


administração do medicamento via vaginal e posição de sims para
administração do medicamento via retal;

- Expor somente a região necessária para a administração do


medicamento;

- Calçar luvas de procedimento;

- Higienizar a região vaginal ou retal;

Via Vaginal:

. Com a mão dominante abrir pequenos e grandes lábios;

. Inserir o aplicador vaginal com medicamento ou o óvulo no canal


vaginal;

- Via retal

. Pedir ao paciente para respirar profundamente, relaxando o esfíncter


anal;

. Afastar os glúteos com a mão não dominante;

. Inserir o aplicador retal com medicamento (10 cm em adultos e 5 cm


em crianças e lactentes) ou supositório no reto;

- Orientar o paciente a permanecer em decúbito dorsal por 15 minutos;

- Oferecer um absorvente higiênico para o paciente colocar, assim que


ele volte a deambular;

- Auxiliar o paciente a retornar a posição confortável após a absorção do


medicamento;

- Organizar a unidade;

- Lavar as mãos;
- Realizar checagem e anotação no prontuário;

Via Inalatória: O medicamento será administrado por via nasal e oral.

Técnica para realização de Inalação ou Nebulização:

- Realizar a lavagem simples das mãos;

- Preparar a bandeja com o medicamentos à ser administrado: caximbo


contendo medicamento CPM (SF 5 ml + gotas de broncodilador);
circuito intermediário e máscara facial;

- Identificar o medicamento conforme rótulo padrão;

- Verificar data de validade do medicamento;.

- Levar o medicamento para o paciente no horário correto;

- Identificar o paciente que receberá o medicamento, confirmando o seu


nome;

- Explicar a indicação e ação do medicamento à ser administrado;

- Auxiliar o paciente a permanecer na posição sentada ou fowler;

- Adaptar intermediário à máscara e a rede de ar comprimido ou


oxigênio (CPM);

- Ligar a rede de ar ou oxigênio em média 3 à 5 litros, permitindo a


formação de névoa;

- Orientar o paciente a manter a máscara devidamente ajustada à face


cobrindo boca e nariz;

- Permitir a ação do medicamento por 15 minutos;

- Auxiliar o paciente a retornar a posição confortável após a absorção do


medicamento;

- Desligar a rede de ar comprimido ou oxigênio;

- Organizar a unidade;

- Lavar as mãos;

- Realizar checagem e anotação no prontuário.


Via Parenteral: Envolve a administração de um medicamento nos
tecidos do organismo. Técnica:

-Realizar a lavagem simples das mãos;

- Verificar data de validade do medicamento;

- Preparar a bandeja com o medicamento à ser administrado,


devidamente preparado identificado, conforme rótulo padrão;

- Levar o medicamento para o paciente no horário correto;

- Identificar o paciente que receberá o medicamento, confirmando o seu


nome;

- Explicar a indicação e ação do medicamento à ser administrado;

- Auxiliar o paciente a permanecer na posição orientada;

- Realizar a escolha do local;

- Fazer a antissepsia do local;

- Certificar-se de que não há ar na seringa;

Via Intradérmica (ID): Injeção na derme, pouco abaixo da epiderme.


Calibre das agulhas: 13 X 4,5. Volume máximo administrado: 0,5 ml.
Local de aplicação: Face interna do antebraço. Posição da agulha: 15º

.Com a mão não-dominante, esticar a pele acima do local com o dedo


indicador ou o polegar;

. Com a agulha quase na pele do paciente, inserir lentamente com o bisel


para cima a um ângulo de 5 a 15 graus até que seja sentida resistência;

. Avançar a agulha através da epiderme a aproximadamente 3 mm


abaixo da superfície da pele

. Injetar o medicamento lentamente. Deve-se sentir uma resistência, caso


não seja sentida, deve- se remover agulha e recomeçar;

. Enquanto estiver injetando o medicamento, observar o aparecimento de


uma pequena bolha de aproximadamente 6mm de diâmetro na superfície
da pele;
.Retirar a agulha pressionando a pele com algodão embebido em álcool a
70%;

Subcutâneo (SC): Injeção no tecido pouco abaixo da derme, ou seja, no


tecido adiposo.

Calibre das agulhas: 13 X 4,5. Volume máximo administrado: 2 ml.


Local de aplicação: Parte superior externa do braço, face lateral externa
e frontal da coxa, região glútea, região abdominal, hipocôndrio D e E .
Posição da agulha: 90º .

Intramuscular (IM): Injeção no músculo. Calibre das agulhas: 25 X 7;


30 X 8. Volume máximo administrado: 3 a 4 ml. Posição da agulha: 90º

Locais de aplicação:

Deltóide: Localizar a borda inferior do acrômio com uma das mãos e


identificar a área na face súpero-lateral do braço de modo que esteja
alinhada com a axila.

Vasto Lateral da Coxa: Posicionar o paciente em decúbito dorsal, com o


quadril em rotação interna (os dedos dos pés devem apontar para a linha
mediana do corpo). Expor a face lateral da coxa. O local pode ser divido
em 3 partes, iniciando do trocanter maior do fêmur até o côndilo lateral
femural dos joelhos. O local ideal para a aplicação é o terço médio da
coxa.

Dorso-glúteo: Posicionar o paciente em decúbito lateral, expondo a


região glútea. Dividir a região glútea em 4 quadrantes. Administrar o
medicamento no quadrante superior externo

Ventroglúteo (Hochestetter): Posicionar o paciente em decúbito lateral


com a perna superior flexionada e posicionada anteriormente à perna
inferior. Para injetar a medicação no quadril esquerdo do paciente,
colocar a palma da mão direita sobre o trocanter maior do fêmur
esquerdo. Posicionar o dedo indicador sobre a espinha ilíaca antero-
superior e formar um V, colocando o dedo médio ao longo da crista
ilíaca. Injetar a medicação seguramente no centro do V.
Técnica de Administração:

- Com a mão não-dominante, distender o tecido

- Segurar a seringa com a mão dominante como um lápis

- Injetar a agulha com o bisel para o lado com um único impulso

- Aspirar o êmbolo da seringa com a mão não dominante, se não refluir


sangue administrar o medicamento lentamente, se refluir sangue retirar a
agulha, trocá-la e introduzi-la novamente em outro local .

- Retirar a agulha pressionando a pele com algodão embebido em álcool


a 70%

Intravenoso (IV): Injeção na veia. Não há volume máximo permitido.


O calibre das agulhas deverá ser avaliado conforme as condições do
acesso venoso. Locais: dobra do cotovelo, antebraço, dorso das mãos,
jugular externa.

Abocaths(jelco) para escolha: numerações: 14, 16, 18, 20, 22 e 24.

Scalps para escolha: 19, 21, 23, 25, e 27.

Técnica de Punção Venosa para Administração de Fluidoterapia e


Medicamentos:

- Realizar a lavagem simples das mãos;

- Verificar data de validade dos medicamentos;

- Preparar a bandeja contendo solução para fluidoterapia devidamente


preparada CPM, contendo rótulo, equipo e polifix (multivia); conforme
rotina padrão; abocath ou scalp de variados tamanhos; recipiente com
bolas de algodão; almotolia contendo álcool à 70%; esparadrapo ou
microporen; medicamentos injetáveis devidamente preparados e
rotulados (S/N); recipientes para lixo infectante e lixo pérfuro-cortante;

- Fechar a roldana do equipo

- Conectar o frasco de soro ao equipo e o equipo ao polifix ou sistema de


torneiras;

- Levar o medicamento para o paciente no horário correto;


- Identificar o paciente que receberá o medicamento, confirmando o seu
nome;

- Explicar a indicação e ação do medicamento à ser administrado;

- Auxiliar o paciente a permanecer na posição orientada;

- Realizar a escolha do local para a punção;

- Colocar o garrote;

- Fazer a antissepsia do local;

- Distender o tecido com a mão não dominante e com a mão dominante


introduzir a agulha scalp ou abocath no acesso venoso;

- Retirar o garrote ao perceber o retorno venoso na agulha inserida;

- Conectar a ponta do equipo ao scalp ou abocath;

- Abrir a roldana do equipo;

- Fixar a agulha com microporen ou esparadrapo;

- Controlar o gotejamento CPM;

- Se for administrar medicamento nesta via, manter a roldana do equipo


clampeada e a ponta do equipo protegida com agulha no momento da
infusão, e administrar os medicamentos prescritos, lentamente, em torno
de 2 a 3 minutos;

- Conectar a ponta do equipo ao scalp ou abocath;

- Abrir o gotejamento de soro;

- Controlar o gotejamento de soro CPM;

- Identificar a fixação da punção venosa com nome de quem fez a


técnica, data e horário;

- Manter o paciente confortável

- Organizar a unidade

- Lavar as mãos

- Realizar checagem e anotação no prontuário


Tricotomia

Cuidados
A tricotomia
01 - A tricotomia é aser
deve retirada dos no
realizada pelos de uma
máximo determinada
duas região.
horas antes da cirurgia;
02 - Ao realizar a tricotomia deve-se iniciar em direção ao crescimento dos pelos;
03 - Só se realiza tricotomia quando esta estiver prescrita pelo medico responsável pelo
paciente;
04 - Após a tricotomia encaminhar o paciente para o banho de aspersão com P.V.P.I.
degermante ou Clorohexidina, se indicada;

Oxigenioterapia
É a administração de oxigênio medicinal através de via
inalatória, com finalidade terapêutica de prevenir ou melhorar a hipóxia
tecidual, mantendo no ar inspirado uma concentração de gás capaz de
oxigenar adequadamente o sangue que sai dos pulmões.
Embora haja vários tipos de gás medicinal – como hélio, dióxido
de carbono, óxido nitroso, nitrogênio – o mais comumente usado é o
oxigênio (O2): o oxigênio é um gás inodoro, incolor, altamente
combustível e indispensável à vida humana. É um medicamento e deve
ser utilizado com cutela e sob prescrição médica. A situação clínica do
cliente é o melhor indicativo.
A Oxigenioterapia é indicada quando o
cliente apresenta:
* respiração ruidosa
* dificuldade ou impossibilidade de respirar estando deitado
* saturação menor que 90% com FiO2 maior que 0,4
* taquipnéia e ou taquicardia
* batimentos de asa de nariz (é mais raro no cliente adulto)
* tiragem supraclavicular e intercostal (manifestação visual
da insuficiência respiratória), ou seja, usa a musculatura
acessória para respirar.
* cansaço e/ou agitação
* sinais de desorientação, que antes não apresentava
* cianose (sinal tardio de hipóxia).
Medidas de segurança
Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante:
* Não permitir que se fume no local
* Cuidado com os aparelhos elétricos que podem emitir faíscas
* Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio
* Transportar o cilindro com cuidado: a queda pode provocar explosão
* É ideal que o oxigênio seja canalizado. Os cilindros portáteis devem
ser reservados apenas para os casos de transportes de clientes.

Meios de administração
O oxigênio pode ser administrado por intermédio de:

* cânula nasal (óculos para oxigênio)


* cateter nasal
* máscara facial
* máscara facial com reservatório
* máscara Venturi
* cânula endotraqueal
* incubadora (crianças)
* capacetes (crianças)
* tenda
* colar de traqueostomia
Cuidados de Enfermagem
*Fazer higienização das mãos;
*Verificar sinais vitais antes e depois a Oxigenioterapia; observar
sinais de complicações (distensão gástrica, obstrução nasal e lesão
de septo);
*Verificar o perfeito funcionamento do sistema;
*Manter nível de umidificação e aquecimento dos gases em temperatura ideal;
*Verificar o correto percentual do oxigênio;
*Colocar a porcentagem prescrita pelo médico;
*Usar água destilada sempre;
*Rotular o frasco com data e horário;
*Acomodar o paciente em posição de Fowler;
*Fazer higienização após Oxigenioterapia;
*Registrar o procedimento.

Aspiração das Vias Aéreas


Tem como finalidade retirar fluídos das vias aéreas
superiores do cliente, melhorando sua respiração evitando a
broncoaspiração.
Material
- 01 Par de luvas de procedimento esterilizada; 01 sonda de aspiração
com válvula; 01 máscara descartável padrão; 01 aspirador; 01 frasco
coletor descartável; 01 óculos protetor; 01 aspirador; 01 bandeja; 03
ampolas de (10ml) água destilada
Pré - Execução:
- Preparar o material;
- Avaliar o tamanho da sonda de aspiração;

- Lavar as mãos;
Execução:
-Identificar-se;
- Checar o leito e o nome do cliente;
- Orientar o cliente e/ou acompanhante quanto ao procedimento;
- Posicionar o cliente (decúbito elevado);
- Abrir o material a ser utilizado;
- Conectar a sonda de aspiração à extensão do frasco descartável;
- Ligar o aspirador;
- Colocar óculos protetor e máscara;
- Calçar as luvas, máscara e óculos;
- Com a mão não dominante, segurar a face do cliente;
- Com a mão dominante, introduzir a sonda de aspiração na cavidade
nasal e posteriormente oral, mantendo a válvula aberta (impedindo
aspiração pelo vácuo);
- Ocluir a válvula e retirar a sonda lentamente;
- Dar um intervalo entre uma aspiração e outra;
- Repetir o processo até a limpeza total da cavidade oral, avaliando
condição respiratória do cliente;
- Aspirar água destilada para limpeza da extensão;
- Retirar a sonda, as luvas, máscara e óculos;
- Desligar o aspirador;
- Deixar o cliente confortável e com a campainha ao seu alcance;
- Manter o ambiente limpo e em ordem.
Pós Execução:
- Desprezar o material utilizado no expurgo;
- Lavar as mãos;
- Realizar as anotações necessárias;
- Checar a prescrição de enfermagem;
- Supervisionar e avaliar continuamente, o procedimento realizado.
Avaliação:
- Avaliar padrão respiratório;
- Avaliar lesão de orofaringe.
Riscos / Tomada de Decisão:
- Lesão de vias aéreas superiores: observar lesão, acionar fisioterapia e médico
responsável, manter decúbito elevado;
- Estimulação vagal: observar padrão respiratório e cardíaco, acionar médico
responsável;
- Diminuição da saturação : observar padrão respiratório, acionar fisioterapia.

Sondagem Vesical de Alívio e Demora


A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode
ser realizada através da uretra ou por via supra-púbica, e tem por finalidade a remoção
da urina.
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o
esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência da
mesma.

Principais indicações da sondagem vesical:


- Retenção urinária aguda ou crônica;
- Controle clínico da diurese em unidades de tratamento intensivo, prontos socorros,
centros cirúrgicos e salas de recuperação;
- Insuficiência renal ;
- Hematúria maciça (irrigação vesical);
- Coleta para exames;
- Medir volume residual;
- Controle de incontinência urinária;
- Dilatação ureteral;
- Avaliação urodinâmica;
- Pré e pós-operatório.
Material para Sondagem
• Mesa auxiliar.
• Campo estéril para mesa auxiliar.
• Campo fenestrado.
• Catéter, previamente escolhido.
• Seringa de 20 ml, para injeção do anestésico.
• Seringa de 10 ou 20 ml, para enchimento do balão.
• Água destilada, em ampolas, para enchimento do balão.
• 2 Tubos fechados de anestésico gel (lidocaína a 2% gel) .
• Pacote com gazes estéreis.
• Cuba rim.
• Cuba para o antisséptico.
• Povidine (PVPI).
• Pinça para antissepsia.
• Coletor de urina, sistema fechado, com válvula.
• Material para tricotomia prévia (S/N).
• Esparadrapo.
• Bolsa coletora (se sonda de demora)
Procedimento para Sondagem
• 1º Explicar ao paciente o que será realizado
• 2º Preparar o material na mesa auxiliar
• 3º Lavar as mãos
• 4º Calçar as luvas
• 5º Posicionar o paciente
• 6º Realizar antissepsia
• 7º Lubrificar a sonda
Obs: Quando a sonda de escolha for a de demora, antes de introduzir deve-se testa o
balão, insuflando e esvaziando.
 No Homem:
• Fazer antissepsia na região pubiana.
• Fazer antissepsia na glande com a pinça montada com gaze umedecida no
antisséptico, afastando com o polegar e o indicador da mão esquerda o prepúcio
que cobre a glande, por último passar uma gaze com antisséptico no meato
urinário.
• Segurar o pênis com gaze estéril
• Realizar anestesia intra-uretral, introduzindo 20 ml de gel anestésico na uretra.
• Pegar a sonda com a mão direita e introduzir no meato urinário, deixar a outra
extremidade dentro da cuba rim, verificando a saída da urina.
OBS: A mão que for usada p fazer a antissepsia, não deverá tocar na sonda.
 Na Mulher:
• Realizar antissepsia da região pubiana, grandes lábios e colocar campo
fenestrado;
• Entreabrir os pequenos lábios e fazer antissepsia do meato uretral, sempre no
sentido uretra-ânus, levando em consideração de que a mão em contato com esta
região é contaminada e não deve voltar para o campo ou sonda.
• Sonda de Alívio:
- Com a sonda dentro da cuba rim, aguarde que toda urina seja retirada e remova a
sonda.
• Sonda de Demora:
- Após verificar a saída de urina, insuflar o balão de segurança com água destilada,
obedecendo o volume identificado na sonda, conectar a bolsa coletora e fixar a sonda na
região abdominal em ambos os sexos.
Regras para diminuição do risco de infecção do trato urinário:
• nunca elevar a bolsa coletora acima do nível vesical;
• limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato uretral;
• nunca desconectar o sistema de drenagem fechado;
• sistema deve ser realizado a cada sete dias na mulher e a cada 15 dias no
homem, ou na vigência de sinais inflamatórios.
Cuidados de enfermagem para pacientes com problemas urinários
• Manter o equilíbrio hidroelectrolítico;
• Manter o estado nutricional adequado;
• Manter a integridade cutânea;
• Manter a pele limpa e hidratada;
• Aplicar pomadas ou cremes para o conforto e para aliviar o prurido e administrar
medicamentos para o alívio do prurido, quando indicado;
• Evitar a constipação;
• Estimular dieta rica em fibras lembrando-se do teor de potássio de algumas
frutas e vegetais;
• Administrar analgésicos ou qualquer medicação conforme prescrito;
• Proporcionar massagem para as câimbras musculares intensas.
• Evitar a imobilização porque ela aumenta a desmineralização óssea.
• Preparar o paciente para diálise ou transplante renal.
• Oferecer esperança de acordo com a realidade.
• Avaliar o conhecimento do paciente a respeito do esquema terapêutico, bem
como as complicações e temores; Explorar alternativas que possam reduzir ou
eliminar os efeitos colaterais do tratamento;Ajustar o esquema de tal modo que
se possa conseguir o repouso após a diálise.
• Oferecer pequenas refeições a cada 3 horas com a finalidade de reduzir as
náuseas e facilitar a administração de medicamentos.
• Estimular o reforço para o sistema de apoio social e mecanismos de adaptação
para diminuir o impacto do stress da doença renal crônica.
• Fornecer indicações de assistência social e apoio da psicologia; discutir as
opções da psicoterapia de apoio para a depressão.Encorajar e possibilitar que o
paciente tome certas decisões.

Sondagem Nasogástrica
É o processo de introdução de sonda através do orifício nasal até a cavidade
gástrica. Este procedimento é utilizado para remoção do conteúdo gástrico, coleta de
material para exames,alivio das distensões abdominais e introdução de alimentos e
drogas no estomago.
A sonda nasogástrica pode permanecer aberta ou fechada conforme sua
indicação
Material
- sonda gástrica LEVINE ( mulher 14 a 16, homem 16 a 18);
- seringa de 20ml; copo com água; gaze, benzina; toalha de rosto; xylocaína gel; fita
adesiva; estetoscópio; biombo s/n; luvas de procedimento; sacos para lixo.
- Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para
frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
-Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
- Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pele;
- Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice;
Marcar com adesivo;
- Calçar luvas;
- Lubrificar a sonda com xilocaína;
- Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta, introduzir até
a marca do adesivo;
- Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;
- Para verificar se a sonda está no local: realize os testes
• Teste 1:Conectar a seringa à sonda e aspirar verificando se reflui conteúdo. Se
não for obtido o conteúdo gástrico, coloque o paciente em decúbito lateral
esquerdo (DLE) e aspire normalmente;
• Teste 2 :Conectar a seringa à extremidade da SNG. Colocar o diafragma do
estetoscópio sobre o hipocôndrio e, imediatamente abaixo do rebordo costal.
Injetar 15 a 20 cm³ de ar, enquanto auscultar o abdome do paciente.
Remoção da sonda
Material necessário: luva procedimento, gazes, gazes embebidas em água potável,
copo com água potável, seringa 10ml, campo protetor, biombo, material de higiene oral
e nasal, saco de lixo.
1- Explicar o procedimento ao paciente;
2- Avaliar as funções intestinais pela ausculta da peristalte e presença de flatos.
3- Lavar as mãos, calçar luvas de procedimento e auxiliar o paciente a ficar em Fowler
alto, proteger o tórax com um campo
4. Retire os adesivos que fixam a sonda, com auxílio das gazes umedecidas em água;
5.Peça ao paciente para segurar a respiração;
6. Fechar a sonda com auxílio de gazes, retirar a sonda de forma firme, mas delicada
(quando passar a orofaringe, puxá-la mais rapidamente);
7. Quando possível, cubra e remova imediatamente a sonda;
8. Desprezar a sonda e material de drenagem. Medir e avaliar volume de líquido
drenado;
9. Auxilie o paciente com cuidados orais meticulosos (higiene oral e nasal
supervisionada) e limpe os resíduos de adesivos do nariz;
10 Fazer relatório de enfermagem;
11. Informe a mudança de dieta ao paciente;

Sondagem Nasoentérica
Indicada para administração de nutrição enteral, administração de medicações e
descompressão do intestino delgado. As sondas de alimentação são de poliuretano ou
borracha de silicone, possuem diâmetros pequenos, ponta de tungstênio e algumas tem
lubrificantes ativados pela água. Deve ser feito controle de raio x após a passagem da
sonda.
A sonda nasoentérica, ou sonda longa, é introduzida através do nariz e passada
pelo esôfago e estômago até o trato intestinal. As sondas nasoentéricas podem ser
usadas tanto para alimentação quanto para aspiração e descompressão.
A sucção é necessária pelas seguintes razões:
- Evacuar líquidos e flatos, de forma a evitar vômito e reduzir a tensão ao longo da
linha de incisão;
- Reduzir edema, que pode causar obstrução;
- Aumentar o fluxo sanguíneo para a linha de sutura, dessa forma, fornecendo nutrição
ao local cirúrgico.
Materiais:
- Sonda enteral Doobbhoff, com fio guia (mandril);
- Seringa de 20 ml;
- Copo com água;
- Gaze;
- Toalha de rosto;
- Xilocaína gel;
- Fita adesiva;
- Estetoscópio;
- Biombo, se necessário;
- Luvas de procedimento;
- Sacos para lixo.
Procedimento
- Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para
frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
- Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
- Limpar o nariz e a testa para retirar a oleosidade da pele;
- Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice
(acrescentar mais 10 cm);
- Marcar com adesivo;
- Calçar luvas;
- Injetar água dentro da sonda (com mandril);
- Mergulhar a ponta da sonda em copo com água para lubrificar; - Introduzir a sonda
em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta, introduzir até
a marca do adesivo;
- Retirar o fio guia após a passagem correta;
- Aguardar a migração da sonda para duodeno antes de administrar alimentação (até 24
horas) confirmada pelo raio x;
- Observar sinais de cianose, dispneia e tosse.
Para verificar se a sonda está no local:
- Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com estetoscópio na base do apêndice xifoide,
para ouvir ruídos hidroaéreos;
- Colocar a ponta da sonda no copo com água e verificar se há borbulhamento, caso
sim, a sonda está na traqueia e deve ser retirada;
- Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para evitar a
entrada de ar;
- Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
- Fixar a sonda não tracionando a narina;
- Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da sonda até o
duodeno seja facilitada pela peristalse gástrica.
• As sondas podem permanecer por um tempo até que a peristalte retorne.
• Somente estará aberta se estiver infundido.
• Somente usada para alimentação.
Sondagem Retal
É a introdução de uma sonda através do reto. Indicada para pacientes com
flatulências, diarreias graves, cirurgias anais.

Normas
01 - A sondagem retal devera ser feita na posição de SIMS, a esquerda;
02 - Manter a privacidade do paciente durante o procedimento;
Material
 Sonda retal n 22 ou 24,
 Xilocaína gel,
 Luvas,
 Gazes,
 Forro,
 Esparadrapo.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Reunir o material;
03 - Explicar o procedimento ao paciente;
04 - Proteger o paciente com biombo;
05 - Colocar o paciente em posição
de SIMS, a esquerda; 06 - Calcar
luvas;
07 - Lubrificar a sonda retal;
08 - Separar a prega interglutea expondo a região anal com gazes;
09 - Introduzir a sonda retal de 8 a 10 cm, pedindo para o
paciente respirar fundo; 10 - Fixar a sonda, caso necessário;
11 - Retirar luvas;
12 - Deixar o paciente
em posição confortável;
13 - Lavar as mãos;
14 - Anotar no prontuário do paciente o horário do procedimento e se houve
retorno;

LAVAGEM INTESTINAL (ENTEROCLISMA)

1. Objetivos:

Aliviar distensão, flatulência e constipação

Preparar o cliente para exames radiológicos, endoscópicos e


cirurgias

2. Profissionais habilitados para execução do procedimento:

Enfermeiros,Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de


Enfermagem

3. Materiais:

Bandeja contendo:

Sonda retal de tamanho apropriado ao cliente (geralmente de 22 a


30 Fr.) Lubrificante hidrossolúvel1 par de luvas de procedimento
não estéril

1 pacote de gazes

Papel higiênico

rasco com a solução prescrita aquecida a 40 a 43º C


Extensão de látex

Pinça Pean

Forro impermeável

Lençol móvel

Comadre

Bacia com água morna

Toalha ou compressa de banho

Suporte para soro

Biombo

Descrição do Procedimento

Higienizar as mãos;

Explicar o procedimento e a finalidade ao cliente;

Reunir todo o material e colocar próximo à cama do cliente;

Proteger a unidade do cliente com biombos;

Colocar o forro impermeável e lençol móvel;

Posicionar o cliente em decúbito lateral esquerdo modificado


(posição de Sims);

Cobrir o cliente com lençol, expondo apenas a região do ânus;

Deixar a comadre em local de fácil acesso;

Colocar a solução no suporte de soro, 45 cm acima do nível do


ânus;

Conectar a sonda retal à extensão de látex do frasco irrigador e


preenche-las com o líquido; clampar em seguida com a pinça Pean,
mantendo a sonda protegida;

Calçar as luvas de procedimento não estéreis;

Lubrificar de 5 a 7 cm da extremidade da sonda retal, utilizando


gaze;
Separar as nádegas do cliente e localizar o ânus;

Utilizar gaze para pegar a sonda retal e inseri-la de 7 a 10 cm,


direcionando-a em um ângulo que aponte ao umbigo e fazer
movimentos rotatórios, pedindo ao cliente que respire
profundamente para manter-se relaxado;

Firmar a sonda retal, abrir a pinça e deixar a solução fluir


lentamente;

Segurar a sonda enquanto a solução estiver sendo instilada;

Caso o cliente não suporte toda a solução de uma única vez,


introduzir de forma intermitente;

Ao término da solução, pinçar a extensão;

Retirar a sonda, envolvendo-a em papel higiênico, e instruir o


cliente a reter o líquido por 5 a 10 min;

Oferecer a comadre ou levá-lo até o sanitário;

Ajudar o cliente, conforme necessário, a lavar a região anal com


água morna e sabão, secando após com a toalha ou compressa de
banho;

Reunir e retirar todo o material da unidade do cliente;

Retirar as luvas;

Higienizar as mãos;

Proceder à anotação do procedimento realizado, incluindo o


resultado final do procedimento (quantidade e característica das
fezes).

FERIDAS E CURATIVOS
A pele é o maior órgão do corpo humano.

Principais funções: proteção contra infecções, lesões ou traumas, raios solares e


possui importante função no controle da temperatura corpórea.
A pele é subdividida:

1. Derme
Na derme, localizam os vasos sanguíneos, linfáticos, folículos pilosos, glândulas
sudoríparas e sebáceas, pelos e terminações nervosas, além de células como:
fibroblastos, mastócitos, monócitos, macrófagos, plasmócitos entre outros.

2. epiderme
A epiderme, histologicamente constituída das camadas basal, espinhosa, granulosa,
lúcida e córnea é um importante órgão sensorial.

1.FERIDAS

As feridas são ocasionadas em decorrência de uma agressão por um agente ao tecido


vivo. A terapêutica das feridas vem evoluindo desde 3000 anos A.C., nesta época as
feridas hemorrágicas eram tratadas com cauterização; o uso de torniquete é descrito
em 400 A .C.; a sutura é documentada no terceiro século A.C. Na Idade Média, com
o advento da pólvora, os ferimentos ficaram mais graves para a realização de
tratamento teriam que ter novas Terapêuticas.O cirurgião francês Ambroise Paré, em
1585 norteou a terapêutica das feridas devido à necessidade de desbridamento,
justaposição das bordas e curativos. Lister, em 1884, inseriu o tratamento anti-
séptico. No século XX, observamos o desenvolvimento da clínica com a revelação
da sulfa e da penicilina.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS


As feridas podem ser classificadas de várias maneiras: pelo tipo do agente causal, de
acordo com o grau de contaminação, pelo tempo de traumatismo, pela profundidade
das lesões, sendo que as duas primeiras são as mais utilizadas.

QUANTO AO AGENTE CAUSAL


1. Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi,
lâminas, etc.; Características são o preponderância do comprimento sobre a
profundidade, bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas.Quando falamos na
ferida incisa o corte geralmente possui profundidade igual de um extremo à outro da
lesão, sendo que na ferida cortante, a parte mediana é mais profunda.

2. Corto-contusa - o agente não tem corte tão grande, sendo que a força do
traumatismo é que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o
machado.

3. Perfurante- são originárias de agentes longos e pontiagudos como prego,


alfinete. Podendo serem transfixante quando cortam um órgão, ficando sua
gravidade na importância deste órgão.

4. Pérfuro-contusas - são as causadas por arma de fogo, podendo ter dois orifícios,
o de entrada e o de saída.

5. Lácero-contusas - As estruturas mais freqüentes são a compressão: a pele é


esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo o
arranchamento tecidual. As bordas são irregulares, com mais de um ângulo;
constituem exemplo clássico as mordidas de cão.

6. Perfuro-incisas - provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes que possuem


gume e ponta, por exemplo um punhal. Devemos sempre lembrar, que
externamente, visualizaremos uma pequena marca na pele, porém profundamente
podemos ter comprometimento de órgãos importantes como na figura abaixo na
qual pode ser vista lesão no músculo cardíaco.

7-Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com


arranchamento da pele.

8-Equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, porém sem


perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma
uma cavidade.

2.QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO


Esta classificação tem importância pois norteia o tratamento antibiótico e nos
fornece o risco de aumento de infecção.

1. limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos
sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da
infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%.

2. limpas-contaminadas – tabém são conhecidas como potencialmente


contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo nas geradas por
faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas
contaminados descritos anteriormente. O risco de infecção é de 3 a 11%.

3. contaminadas - há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material


como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se
passou seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já
atinge 10 a 17%.

4. infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção.

3.FERIDAS PROCEDER OS 1° SOCORROS - FERIDAS SIMPLES


1.PARA ARRANHÕES:
1. Lave as mãos com sabonete antes de prestar os primeiros socorros.
2. Lave completamente o ferimento com água e sabonete suave.
3. Aplique um ungüento antibiótico, se houver.
4. Aplique curativo limpo.
2.PARA ESTILHAÇOS:
1. Lave as mãos com sabonete antes de prestar os primeiros socorros.
2. Utilize pinças esterilizadas para pegar o estilhaço, puxando-o no mesmo ângulo
em que entrou.
3. Se o estilhaço estiver logo abaixo da pele, use a ponta de uma agulha esterilizada
para levantar a pele e retirar o estilhaço.
4. Lave a região logo depois de retirar o estilhaço. Coloque um curativo, se for
necessário.
- FERIDAS GRAVES
PARA LACERAÇÕES:
1. Lave as mãos com sabonete antes de prestar os primeiros socorros.
2. Lave abundantemente o ferimento com água e sabonete suave.
3. Utilize pressão direta para controlar o .sangramento
4. Aplique curativo borboleta no ferimento.
5. Procure assistência médica.
PARA PUNÇÕES:
1. Lave as mãos com sabonete antes de prestar os primeiros socorros.
2. Use um jato d'água e sabonete para limpar o ferimento por punção.
3. Sem fechar o(s) furo(s) da(s) ferida(s), aplique um curativo limpo.
4. Procure assistência médica.
PARA FERIMENTOS POR OBJETOS ENCRAVADOS:
1. Evite retirar o objeto encravado.
2. Corte cuidadosamente as roupas em volta do ferimento.
3. Caso seja necessário mover a vítima, imobilize-a primeiro para depois retirar o
objeto
a alguns centímetros abaixo da superfície da pele.
4. Lave as mãos com sabonete antes de prestar os primeiros socorros.
5. Controle o sangramento por meio de pressão indireta sobre a área ao redor do
ferimento.
6. Imobilize o objeto enquanto se aguarda ajuda médica.
Não se deve:
· presumir que um ferimento pequeno está limpo só porque não se pode ver dentro
dele. Lave-o.
· respirar sobre um ferimento aberto.
· limpar um ferimento grande, pois pode causar mais sangramento.
· examinar nem retirar debris da ferida.
· forçar partes do corpo para dentro de um ferimento e proteger com curativo
limpo.
· tentar limpar um ferimento grave depois que o sangramento estiver sob controle.

4.CICATRIZAÇÃO
Quando ocorre a lesão a um tecido, imediatamente iniciam-se fenômenos dinâmicos
conhecidos como cicatrização, que é uma seqüência de respostas dos mais variados
tipos de células (epiteliais, inflamatórias, plaquetas e fibroblastos), que interagem
para o restabelecimento da integridade dos tecidos. O tipo de lesão também possui
importância no tipo de reparação; assim, em uma ferida cirúrgica limpa, há
necessidade de mínima quantidade de tecido novo, enquanto que, por exemplo, em
uma grande queimadura, há necessidade de todos os recursos orgânicos para
cicatrização e defesa contra uma infecção. Na seqüência da cicatrização de uma
ferida fechada, temos a ocorrência de quatro fases distintas: inflamatória,
epitelização, celular e fase de fibroplasia.

1. Fase inflamatória - O processo inflamatório é de vital importância para o


processo de cicatrização; de início, ocorre vaso-constricção fugaz, seguida de
vaso-dilatação, que é mediada principalmente pela histamina, liberada por
mastócitos, granulócitos e plaquetas com aumento da permeabilidade e
extravasamento de plasma; possui duração efêmera de mais ou menos 30
minutos, sendo que a continuidade da vaso-dilatação é de responsabilidade de
prostaglandinas.
Nos vasos próximos, ocorrem fenômenos de coagulação, formação de trombos, que
passam a levar maior proliferação de fibroblastos. Alguns fatores plaquetários são
importantes como o PF4 (fator plaquetário 4) que estimula a migração de células
inflamatórias, e o PDGF (fator de crescimento derivado plaquetário), que é
responsável pela atração de monócitos, neutrófilos, fibroblastos e células musculares
lisas, e produção de colagenase pelos fibroblastos. Os monócitos originam os
macrófagos, bactericidas, que fagocitam detritos. Inibidores de prostaglandinas, por
diminuírem a resposta inflamatória desaceleram a cicatrização.

2. Fase de epitelização - Enquanto que a fase inflamatória ocorre na profundidade


da lesão, nas bordas da ferida suturada, em cerca de 24 a 48 horas, toda a superfície
da lesão estará recoberta por células superficiais que com o passar dos dias, sofrerão
fenômenos de queratinização.

3. Fase celular - No terceiro e quarto dia, após a lesão, fibroblastos originários de


células mesenquimais, proliferam e tornam-se predominantes ao redor do décimo
dia. Agem na secreção de colágeno, matriz da cicatrização, e formam feixes
espessos de actina. O colágeno é responsável pela força e integridade dos
tecidos. A rede de fibrina que se forma no interior da ferida orienta a migração e o
crescimento dos fibroblastos. Os fibroblastos não tem a capacidade de lisar restos
celulares, portanto tecidos macerados, coágulos e corpos estranhos constituem uma
barreira física à proliferação com retardo na cicatrização.
Após o avanço do fibroblasto, surge uma rede vascular intensa, que possui papel
crítico para a cicatrização das feridas. Esta fase celular dura algumas semanas, com
diminuição progressiva do número dos fibroblastos.

4. Fase de fibroplasia - Caracteriza-se pela presença de colágeno, proteína


insolúvel, sendo composto principalmente de glicina, prolina e hidroxiprolina.
Para sua formação requer enzimas específicas que exigem co-fatores como
oxigênio, ferro, ácido ascórbico, daí suas deficiências levarem ao retardo da
cicatrização.
São os feixes de colágeno que originam uma estrutura densa e consistente que é a
cicatriz. As feridas vão ganhando resistência de forma constante por até quatro
meses, porém sem nunca adquirir a mesma do tecido original.
Esta fase de fibroplasia não tem um final definido, sendo que as cicatrizes
continuam modelando-se por meses e anos, sendo responsabilidade da enzima
colagenase. Esta ação é importante para impedir a cicatrização excessiva que se
traduz pelo quelóide.
A cicatrização pode se fazer por primeira, segunda e terceira intenção. Na
cicatrização por primeira intenção, ocorre a volta ao tecido normal, sem presença
de infecção e as extremidades da ferida estão bem próximas, na grande maioria das
vezes, através da sutura cirúrgica. Na cicatrização por segunda intenção, não
acontece a aproximação das superfícies, devido ou à grande perda de tecidos, ou
devido a presença de infecção; neste caso, há necessidade de grande quantidade de
tecido de granulação. Diz-se cicatrização por terceira intenção, quando se procede
ao fechamento secundário de uma ferida, com utilização de sutura.
Nas feridas abertas (não suturadas), ocorre a formação de um tecido granular
fino, vermelho, macio e sensível, chamado de granulação, cerca de 12 a 24 horas
após o trauma. Neste tipo de tecido um novo fato torna-se importante, que é a
contração, sendo que o responsável é o miofibroblasto; neste caso, não há a
produção de uma pele nova para recobrir o defeito.
A contração é máxima nas feridas abertas, podendo ser patológica, ocasionando
deformidades e prejuízos funcionais, o que poderia ser evitado, através de um
enxerto de pele. Excisões repetidas das bordas diminuem bastante o fenômeno da
contração.
Deve-se enfatizar a diferença entre contração vista anteriormente, e retração que é
um fenômeno tardio que ocorre principalmente nas queimaduras e em regiões de
dobra de pele.

Existem alguns fatores que interferem diretamente com a cicatrização normal:


idade, nutrição, estado imunológico, oxigenação local, uso de determinadas drogas,
quimioterapia, irradiação, tabagismo, hemorragia, tensão na ferida entre outros.
Idade - quanto mais idoso, menos flexíveis são os tecidos; existe diminuição
progressiva do colágeno.
Nutrição - está bem estabelecida a relação entre a cicatrização ideal e um balanço
nutricional adequado.
Estado imunológico - a ausência de leucócitos, pelo retardo da fagocitose e da lise
de restos celulares, prolonga a fase inflamatória e predispõe à infecção; pela
ausência de monócitos a formação de fibroblastos é deficitária.
Oxigenação - a anóxia leva à síntese de colágeno pouco estável, com formação de
fibras de menor força mecânica.
Diabetes - A síntese do colágeno está diminuída na deficiência de insulina; devido à
microangiopatia cutânea, há uma piora na oxigenação; a infecção das feridas é
preocupante nessas pacientes.
Drogas - As que influenciam sobremaneira são os esteróides, pois pelo efeito anti-
inflamatório retardam e alteram a cicatrização.
Quimioterapia - Levam à neutropenia, predispondo à infecção; inibem a fase
inflamatória inicial da cicatrização e interferem nas mitoses celulares e n síntese
protêica.
Irradiação - Leva à arterite obliterante local, com conseqüente hipóxia tecidual; há
diminuição dos fibroblastos com menor produção de colágeno.
Tabagismo - A nicotina é um vaso-constrictor, levando à isquemia tissular, sendo
também responsável por uma diminuição de fibroblastos e macrocófagos. O
monóxido de carbono diminui o transporte e o metabolismo do oxigênio.
Clinicamente observa-se cicatrização mais lenta em fumantes.
Hemorragia - O acúmulo de sangue cria espaços mortos que interferem com a
cicatrização.
Tensão na ferida - Vômitos, tosse, atividade física em demasia, produzem tensão e
interferem com a boa cicatrização das feridas.
A grande complicação das feridas é a sua INFECÇÃO, sendo que os fatores
predisponentes podem ser locais ou gerais. Os locais são: contaminação, presença
de corpo estranho, técnica de sutura inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e
espaço morto. São fatores gerais que contribuem para aumentar este tipo de
complicação: debilidade, idade avançada, obesidade, anemia, choque, grande
período de internação hospitalar, tempo cirúrgico elevado e doenças associadas,
principalmente o diabetes edoenças imunodepressoras. Outras complicações são a
HEMORRAGIA e a DESTRUIÇÃO TECIDUAL.

5.CURATIVOS

Definição: curativo é todo material colocado diretamente por sobre uma ferida,
cujos objetivos são: evitar a contaminação de feridas limpas; facilitar a cicatrização;
reduzir a infecção nas lesões contaminadas; absorver secreções, facilitar a drenagem
de secreções, promover a hemostasia com os curativos compressivos, manter o
contato de medicamentos junto à ferida e promover conforto ao paciente.
Os curativos podem ser abertos ou fechados, sendo que os fechados ou oclusivos
são subdivididos em úmidos e secos. Os curativos úmidos tem por finalidade:
reduzir o processo inflamatório por vaso-constricção; limpar a pele dos exudatos,
crostas e escamas; manter a drenagem das áreas infectadas e promover a
cicatrização pela facilitação do movimento das células.
As medicações tópicas podem ser veiculadas através de pós, loções, cremes, géis,
pastas, pomadas, sprays, aerosóis, etc.
O tratamento da ferida envolve, após verificação dos sinais vitais e de um anamnese
sucinta sobre as condições em que ocorreram as lesões os seguinte tópicos:
1. classificação das feridas: se existe perda de substância, se há penetração da
cavidade, se há perda funcional ou se existe corpo estranho e a necessidade de
exames auxiliares.
2. anti-sepsia: básicamente a irrigação vigorosa e intensa com soro fisiológico é
bastante eficaz para a diminuição da infecção.
3. anestesia
4. hemostasia, exploração e desbridamento: a hemostasia deve ser muitas vezes
realizada antes de qualquer outro procedimento, até em via pública.
5. sutura da lesão.
As soluções mais utilizadas nos curativos são: soro fisiológico para limpeza e como
emoliente; soluções anti-sépticas como polvidine tópico ou tintura a 10% (PVPI –
Polivinil Pirrolidona) ou cloro-hexidine a 4%; álcool iodado com ação secante e
cicatrizante e o éter que remove a camada gordurosa da pele, sendo útil na retirada
de esparadrapos e outros adesivos.
Os princípios científicos relacionados à uma curativo são: microbiológico – técnica
asséptica no manuseio do material estéril; físico - movimentos de execução,
mobilização e imobilização; químico e farmacológico - sobre as substâncias
utilizadas, e sociológicos - orientação para a paciente e família quanto aos cuidados
necessários.
Existem alguns tipos de ferida que devem ser particularizadas: nas lesões por
mordeduras, em princípio, as mesmas não devem ser suturadas, pois são
potencialmente infectadas; apenas naquelas que são profundas, com
comprometimento do plano muscular, este deve se aproximado. Nas feridas por
arma de fogo, a decisão da retirada do projétil deve ser avaliado caso à caso; caso
haja apenas um orifício, este não deve ser suturado, devendo-se lavar bem o interior
do ferimento, sendo que quando houver dois orifícios, um deles poderá ser suturado.
As lesões por prego devem ser limpas e não suturadas, tomando-se o cuidado com a
profilaxia do tétano.
A seguir, citaremos algumas das substâncias mais utilizadas em curativos de feridas
abertas e infectadas, principalmente no tocante de indicação, mecanismo de ação e
maneira de utilização. Considerações mais profundas sobre o assunto, serão tratadas
em futuras Disciplinas.

PAPAÍNA - é uma enzima proteolítica extraída do látex da caricapapaya.


Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta
Mecanismo de ação: ação anti-inflamatória, bactericida e cicatricial; atua como
desbridante
Modo de usar: preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze
embebida na solução
Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida: 10% em tecid necrosado,
6% nas com exudato purulento e 2% naquelas com pouco exudato.

HIDROCOLÓIDE - partículas hidroativas em polímero inerte impermeável


Indicação - lesões não infectadas com ou sem exudato, áreas doadoras e incisões
cirúrgicas.
Mecanismo de ação - promove barreira protetora, isolamento térmico, meio úmido,
prevenindo o ressecamento, desbridamento autolítico, granulação e epitelização
Modo de usar - irrigar a lesão com soro fisiológico, secar as bordas e aplicar
hidrocolóide e fixar o curativo à pele
Observações - não deve ser utilizado para feridas infectadas
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIA (TCM) - ácidos graxos essenciais,
lipídios insaturados ricos em ácido linolêico
Indicação - todos os tipos de lesões, infectadas ou não, desde que desbridadas
previamente
Mecanismo de ação - promove quimiotaxia para leucócitos, facilita a entrada de
fatores de crescimento nas células, promove proliferação e mitose celular,
acelerando as fases da cicatrização.
Modo de usar - irrigar a lesão com soro fisiológico, aplicar AGE por toda a área da
ferida e cobrir.
Observações - não é agente desbridante, porém estimula o desbridamento
autolítico.

OUTRAS SUBSTÂNCIAS
Carvão ativado - nas feridas infectadas exudativas
Alginato de cálcio - nas lesões exudativas com sangramento
Filme com membrana de poliuretano - para proteção de lesões profundas não
infectadas.

6.PRINCÍPIOS PARA O CURATIVO IDEAL


1. Manter elevada umidade entre a ferida e o curativo
2. Remover excesso de exudação
3. Permitir troca gasosa
4. Fornecer isolamento térmico
5. Ser impermeável à bactérias
6. Ser asséptico
7. Permitir a remoção sem traumas

7.PROCEDIMENTOS PRÁTICOS

7.1- CURATIVO DE FERIDAS SIMPLES E LIMPAS


1. Lavar as mãos para evitar infecção
2. Explicar o procedimento ao paciente e familiares, para assegurar sua
tranqüilidade
3. Reunir todo o material em uma bandeja auxiliar
4. Fechar a porta para diminuir corrente de ar
5. Colocar o paciente em posição adequada
6. Manipulação do pacote de curativo com técnica asséptica, incluindo a utilização
de luvas
7. Remover o curativo antigo com pinça dente de rato
8. Fazer a limpeza da incisão com pinça de Kelly com gaze umedecida em soro
fisiológico, com movimentos semi-circulares, de dentro para fora, de cima para
baixo, utilizando-se as duas faces da gaze, sem voltar ao início da incisão
9. Secar a incisão de cima para baixo
10. Secar as laterais da incisão de cima para baixo
11. Colocar medicamentos de cima para baixo, nunca voltando a gaze onde já
passou
12. Retirar o excesso de medicação
13. Passar éter ao redor da incisão
14. Curativo quando necessário
15. Lavar as mãos
16. Recolher o material

7.2 -CURATIVO DE FERIDAS ABERTAS OU INFECTADAS


Os curativos de ferida aberta, independente do seu aspecto, serão continuamente
realizados conforme a técnica de curativo contaminado, ou seja, de fora para dentro.
1. Para curativos contaminados com secreção, principalmente em membros,
colocar uma bacia na área a ser tratada, lavando-a com soro fisiológico a 0,9%.
2. As soluções anti-sépticas mais utilizadas são a solução aquosa de PVPI a 10%
(1% de iodo livre) e cloro-hexidine a 4%.
3. Quando houver necessidade de troca de vários curativos em um mesmo
paciente, deverá iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida
aberta não infectada, depois os de ferida infectada, e por último as colostomias e
fístulas em geral
4. Utilizar máscaras, aventais e luvas esterilizadas.

8.ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIADAS


IMPERÍCIA : É execução de uma função sem a plena capacidade para tal.É
cometer um erro por falta de conhecimento ou habilidade, como, por exemplo, um
acadêmico ou profissional não habilitado que realiza o procedimento do curativo de
forma inadequada.
IMPRUDÊNCIA: É o erro acometido com conhecimento das regras, porém não
executado com as cautelas exigidas no tratamento da ferida. Por exemplo, o
profissional preparado insistisse em realizar um curativo sem o diagnóstico ou
material adequado, ou caso o acadêmico, desacompanhado de seu instrutor,
executasse o curativo sem a plena convicção do diagnóstico e, ainda, sem solicitar
auxílio.
NEGLIGÊNCIA : Não obstante todas essas condutas tenham de ser evitadas, a
negligência é considerada, no âmbito ético-profissional, a mais grave dos três. É o
erro acometido com consciência de como deve ser feito o tratamento da ferida e sem
a existência de algum fator de impedimento, porém, por mero desleixo, menosprezo
ou indolência, não é realizado adequadamente.

CUIDADOS COM O CORPO APÓS A MORTE

Finalidades:
- Manter o corpo limpo e identificado, evitar a saída de odores e secreções, dispor o
corpo em posição adequada antes da rigidez cadavérica.

Material Necessário:
- 02 pares de luvas de procedimentos, 03 etiquetas de identificação de óbito, algodão
500g, 01 pinça Cheron, 01 jarro com água, sabão líquido (50ml), 01 toalha, fita crepe
(50 cm), 03 unidades de atadura de crepe, 10 unidades de gaze não esterilizada, 02
máscara, 01 tesoura, 02 lençóis, 01 bandeja grande, 01 maca sem colchão e 02 aventais
não esterilizados

Pré - Execução:
- Observar constatação de óbito;
- Preencher a etiqueta de óbito com os dados;
- Preparar o material;
- Lavar as mãos.

Execução:
- Checar o nome e o leito do cliente;
- Calçar as luvas de procedimento, avental e máscara;
- Desligar os equipamentos;
- Posicionar o corpo em decúbito dorsal e horizontal;
- Retirar sondas, catéteres e drenos;
- Proceder a higiene do corpo e realizar curativo nos locais necessários;
- Proceder o tamponamento das cavidades corporais com algodão e pinça de Cheron, se
necessário utilizar material impermeável;
- Garrotear o pênis com 01 gaze;
- Recolocar prótese dentária;
- Manter decúbito horizontal dorsal com braços fletidos sobre o tórax;
- Fixar mandíbula, pulsos e tornozelos com atadura de crepe;
- Proceder a identificação, atando a etiqueta na extremidade do corpo (mãos e pés);
- Forrar a maca com lençol e transferir o corpo;
- Cobrir o corpo, completamente com lençol e colocar outra etiqueta de identificação;
- Solicitar abertura do necrotério;
- Acionar elevador para transportar o corpo;
- Deixar o ambiente em ordem.

Pós - Execução:
- Desprezar material utilizado, no expurgo;
- Realizar limpeza da maca e recolocar o colchão;
- Lavar as mãos;
- Realizar as anotações de enfermagem;
- Vestir o corpo após a entrega da roupa pela família.

Avaliação:
- Aspecto geral do corpo;
- Transporte do corpo.

Riscos / Tomada de Decisão:


- Queda do corpo no transporte: recolocar o corpo na maca;
- Extravazamento de fluídos corporais: refazer o tamponamento;
- Identificação errada do corpo: refazer imediatamente etiqueta de identificação,
comunicar ao superior imediato.

REFERÊNCIAS

FUREGATO ARF. Relações interpessoais terapêuticas na


enfermagem. Ribeirão Preto (SP): Scala; 1999.
KOCH R.M.,Técnicas básicas de Enfermagem/ Rosi
Maria Koch, 24ª ed, 2007. MATSUDA, L. M. et. al.
Anotações/registros de enfermagem: instrumento de
comunicação para a qualidade do cuidado.Revista
Eletrônica de Enfermagem, Maringá, v. 8, n. 3, p. 415-421,
2006.
Nogueira MS. Incidentes críticos na passagem de plantão
[dissertação]. Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 1998.
POTTER, P.A; PERRY,A. Fundamentos de Enfermagem.
RJ:Elsevier, 2009.
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Brunner/Sudarth. Tratado
de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
v. 1, 2, 3, e 4, 1992.

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