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Relações Interpessoais | Curso de Formação de Soldados

Conteúdo

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 86
RELAÇÕES INTERPESSOAIS ................................................................................................................ 86
IDENTIDADE ......................................................................................................................................... 87
TEMAS DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL QUE AFETAM O COMPORTAMENTO: ................................. 89
LIDERANÇA .......................................................................................................................................... 89
MOTIVAÇÃO.......................................................................................................................................... 90
ASSERTIVIDADE .................................................................................................................................... 91
CRIATIVIDADE ...................................................................................................................................... 94

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Disicplina: Relações Interpessoais


Docente: CAP ONASSIS

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, podemos perceber como o mundo está carente de solidariedade, respeito, amor
e, principalmente, de justiça, o que tem nos trazido muitas vezes sentimos frustrados, ao descobrirmos que nada
temos feito para transformar esta realidade. Entretanto, ainda há tempo para ser um agente modificador,
contribuindo para que o mundo seja melhor, através de gestos e atitudes individuais e de grupos. Se
assumirmos nossa parcela de culpa em estarmos fechados em nós mesmos, deixando o outro muito distante de
nossos ideais e objetivos, entenderemos que é no outro que está o motivo do nosso crescimento pessoal, é no
outro que nos percebemos como seres humanos, capazes de sonhar, amar, perdoar e respeitar.
Precisamos nos encontrar, para podermos apresentar várias formas de ser e sentir, deixando
assim de procurar fora de nós a razão para nossa felicidade, pois esta felicidade está em nosso interior,
começando com o caminho a aceitação dos momentos que nos fazem sorrir e chorar e, a partir daí, damos
oportunidade para que o nosso próximo também faça parte da nossa história de vida e existência.
É no bojo desta reflexão que observamos a importância das Relações Interpessoais na vida das
pessoas, pois melhorando nossas relações com o outro, compreendemos que cada um precisa ser respeitado
de acordo com suas necessidades psicológicas, físicas, sociais, emocionais, de forma que precisamos nos
dispor interiormente a fim de aceitar o outro da maneira que ele se apresenta e não como gostaríamos que ele
se apresentasse.
Precisamos assim, adquirir um autoconhecimento, uma compreensão empática, para
aprendermos a conviver em grupo, seja no meio profissional, na família, nas instituições educacionais ou nas
diferentes atividades do ser humano. O mundo moderno cada vez mais exige essa capacidade de nos
relacionarmos consigo mesmo e com o próximo.

RELAÇÕES INTERPESSOAIS

O convívio pessoal sempre foi um desafio para a humanidade e, durante algum tempo, passou
sem ser notado devido a algumas condutas relacionadas à individualidade, à centralização do poder e à
valorização dos produtos em vez das pessoas. Porém, com o aumento da facilidade de acesso à informação e
com o sensível aumento da escolaridade da população, temos a formação de cidadãos exigentes e críticos.
Desta forma, passou-se a valorizar a qualidade de produtos e serviços e, posteriormente, as pessoas que os
produzem. As instituições perceberam que o sucesso de sua filosofia está no fator humano, ou seja, em seu
interior. Para que ocorra efetivo desenvolvimento organizacional, deve-se buscar, além do aprimoramento
estritamente técnico, desenvolver a competência pessoal e interpessoal, não é mais possível negar a
necessidade de investir no ser humano. Ao adotar tal postura, a organização estará visando ao melhor
relacionamento entre os membros que a compõem, com o intuito de melhorar a qualidade de vida no trabalho
com conseqüentes reflexos na vida do indivíduo.
Mas, estaremos realmente condenados a sofrer com os outros? Ou podemos ter esperanças de
alcançar uma convivência razoavelmente satisfatória e produtiva? Como trabalhar bem com outros? Como
entender os outros e fazer-se entender? Por que os outros não conseguem ver o que eu vejo, como eu vejo, por
que não percebem a clareza de minhas intenções e ações? Por que os outros interpretam erroneamente meus
atos e palavras e complicam tudo? Por que não podemos ser objetivos no trabalho e deixar problemas pessoais
fora? Vamos ser práticos, e deixar as emoções e sentimentos de lado.
Quem já não pensou assim, alguma, vez, em algum momento ou situação?Pessoas convivem e
trabalham com pessoas e portam-se como pessoas, isto, é, reagem às outras pessoas com as quais entram em
contato: comunicam-se, simpatizam e sentem atrações, antipatizam e sentem aversões, aproximam-se, afastam-
se, entram em conflito, competem, colaboram, desenvolvem afeto. Há, em torno de todos nós, um universo de
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coisas com as quais interagimos, mas principalmente pessoas das quais dependemos mais do que se possa
superficialmente avaliar. Essas interferências ou reações, voluntárias ou involuntárias, intencionais ou não,
constituem o processo de interação humana. Sendo algo complexo, que ocorre permanentemente entre
pessoas, sob forma de comportamentos manifestos e não manifestos, verbais e não-verbais, pensamentos,
reações mentais e/ou físico corporal. Assim, podemos considerar que um olhar, um sorriso, um gesto, uma
postura corporal, um deslocamento físico de aproximação ou afastamento constituem formas não-verbais de
interação entre as pessoas. Mesmo quando alguém vira as costas ou fica em silêncio, isto tem um significado,
pois comunica algo aos outros. O fato de ‘sentir’ a presença dos outros já é interação.
Repetidas vezes utilizado na realidade organizacional da atualidade, o termo “interpessoal” acaba
tendo o mesmo destino de todos os outros que são objeto de uso abusivo, isto é, passa a abranger um conjunto
incompreensível fenômenos. Refere-se a tudo, mas não explica nada. Para que possamos entender esse termo
é importante termos em mente que ninguém vive sem a perspectiva do outro. Sendo essa uma característica
comum a todos os seres humanos, só é possível pensar a existência de uma pessoa no convívio com outras
pessoas. Só é possível encontrar felicidade, ser saudável na presença do outro. É na presença do outro que me
reconheço: homem, mulher, feio, bonito, inteligente, etc. É esse processo de interação que chamamos
relacionamento interpessoal. Por isso, o ser humano nunca será absolutamente independente. Ele depende do
outro para se reconhecer, para ser saudável, para ser feliz. Para Bergamini (1982), o sucesso ou insucesso na
formação de vínculos interpessoais é inegavelmente fonte de alegria ou sofrimento e pode, conseqüentemente,
ser um poderoso determinante dos níveis dos sentimentos de auto-estima de cada um.
O termo interpessoal, portanto, refere-se a relações que ocorrem entre duas pessoas, sendo o
oposto daqueles relacionamentos nos quais pelo menos um dos participantes é inanimado (BERGAMINI, 1989).
A partir dessa afirmação, podemos entender que todas as relações interpessoais desenvolvem-se em
decorrência de um processo de interação. Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas,
há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados, tais
como: comunicação, cooperação, respeito, amizade. Na media em que as atividades e interações prosseguem,
os sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então – inevitavelmente – os
sentimentos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e
atração provocarão aumento de interação e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e
ensejando maior produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à
diminuição das interações, ao afastamento, à menor comunicação, repercutindo desfavoravelmente nas
atividades, com provável queda de produtividade (MOSCOVICI, 1998). O referido autor prossegue em seu texto
afirmando que esse ciclo ‘atividade interações-sentimentos’ não se relaciona diretamente com a competência
técnica de cada pessoa. Profissionais competentes individualmente podem render muito abaixo de sua
capacidade por influencia do grupo e da situação de trabalho.

IDENTIDADE

Identidade e Alteridade, ou a idéia do Eu e a idéia do Outro, são aspectos essenciais a


toda e qualquer análise. Eu e o Outro, é sempre desta relação dialética q u e t o d a e
q u a l q u e r e v o l u ç ã o , t o d o e q u a l q u e r relacionamento social e humano toma o mais
completo sentido. O Outro constrói a idéia que eu tenho do meu Eu. Pelo outro lado, é sempre no
Outro que eu projetoas minhas aspirações e os meus receios. Embora Eu e o Outro sejamos
iguais, enquanto entidades equivalentes dentro do mesmo espaço e tempo, a nossa relação
está sempre condicionada e repleta de juízos de valor e de escalas de atitude. O peso social e simbólico,
que certas categorias dicotômicas como branco/negro, dominador/dominado ou
colonizador/colonizado ostentam, faz com que se assuma um peso deveras preponderante, porque se
torna inerente a uma ordem social determinada que se transforma numa realidade manifesta. É por isso que Eu
e o Outro nunca somos iguais. A identidade: estabelece-se através de um conjunto de vínculos que permitem, a
cada um de nós, reconhecer-se e ser reconhecido. Um nome próprio e um nome de família que nos
identificam enquanto indivíduos pertencentes a um primeiro grupo, naturais de uma
determinada freguesia, munícipes de um determinado concelho, cidadãos de um país e do mundo. Nesse

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mundo, nesse país, nesse concelho, nessa freguesia e até, nessa família, há, certamente, outros
indivíduos que constituem, face a um sujeito, os referentes daquilo a que se pode chamar a alteridade.

ALTERIDADE

A alteridade é tudo aquilo que é da ordem do exterior a nós, o que é próprio do


"Outro" (alter). A relação que se estabelece entre o mesmo e o outro, entre o idêntico e o diferente,
é a relação que permite aquiescer ao mundo. O autismo, por exemplo, significa a a u s ê n c i a
da ponte entre o mesmo e o outro e, assim, o mundo permanecerá sempre
desconhecido; ora, o que permanece desconhecido, permanece inexplorado, inacessível e significa
uma espécie de "condenação" a viver na incomunicabilidade. Só a saída da sua própria esfera permite o acesso
à realidade, na sua plenitude e diversidade. Falamos da realidade existencial mas também da
realidade social que é uma das d i m e n s õ e s d a e x i s t ê n c i a ; e n e s s a d u a l i d a d e , e n t r e o
s e r q u e s e s i t u a n u m c o n t e x t o circunstanciado por Tudo o que lhe é outro, é essencial o
estabelecimento de pontes entre o sujeito e os grupos de pertença em que este está inserido como elemento
autônomo. As palavras-chave dessa relação são a empatia, a relação compassiva e a solidariedade.

EMPATIA

A empatia significa a participação afetiva e emotiva numa realidade que lhe é, em


princípio, alheia; esta capacidade de estar em sintonia e de reconhecer identidade, ou seja, de reconhecer o
que nos é próprio, mesmo naquilo que está fora de nós, aproxima os seres humanos. Muitas vezes,
essa empatia é mesmo inconsciente: sente-se, antes de se querer. Mas a vontade pode também ser
um fator propiciatório ao estabelecimento da empatia. A palavra " empatia" é próxima da simpatia e
tem com esta um radical comum: pathos, ou "paixão" que, com o logos e o ethos, configura o
triângulo que nos torna humanos. Enquanto o pathos remete para a afeição, o logos remete para a razão e
o ethos para o dever. Empatia é a resposta afetiva apropriada à situação da outra pessoa e não à
própria situação. A empatia predispõe o indivíduo a ter um comportamento altruísta. A arte
da empatia mostra-se na luta pela defesa dos direitos dos indefesos e dos que sofrem injustiça. Ou seja, uma
resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa, e não àprópria situação. A empatia liga-se à reação
compassiva face ao outro e ao seu sofrimento; compassiva, significa que manifesta compaixão e
compaixão decompõe-se em "com + pathos" - que quer dizer, capacidade de sofrer com - de sentir e
partilhar o pathos do outro e, assim, ser capaz de assumir o descentramento de si próprio e a
abertura necessária ao ato solidário. Desta forma, temos ligados três pilares fundamentais da relação EU -
OUTRO: a empatia,a reação compassiva e a solidariedade que, para se efetivar, se traduz necessariamente,
emoções solidárias.

SOLIDARIEDADE

A palavra "solidariedade" também é usada para designar um sentimento ou a união de simpatias,


interesses ou propósitos entre os membros de um grupo. A solidariedade é, sem sombra de dúvidas, a
forma maior de alguém expressar o seu amor. Solidariedade é coisa fina e aprimorada. É sentimento
nobre. É comum nas grandes tragédias, quando se vê o espírito de solidariedade impregnado em
cada rosto anônimo, em cada gesto esboçado na vã tentativa de poder reverter tal acontecimento.
Ninguém neste mundo foi tão solidário às pessoas quanto Jesus. Ensinou-nos a repartir o pão. Mostrou-nos
como devemos ser solidários aos mais fracos e oprimidos. É qualidade de solidário, responsabilidade
recíproca entre elementos de um grupo social, profissional, etc. Sentimento de partilha do sofrimento
alheio; sentimento que leva a prestar auxílio a alguém; adesão ou apoio a uma causa, a um movimento ou a um
princípio.

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TEMAS DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL QUE AFETAM O COMPORTAMENTO:

LIDERANÇA

Entende-se por liderança a arte de educar, orientar e estimular as pessoas a persistirem na busca
de melhores resultados num ambiente de desafios (MOREIRA, 2005, p.58). Para knapik (2008, p.62), liderança é
uma influência interpessoal e um fenômeno social, uma capacidade de influenciar as pessoas por meio de
idéias, exemplos e ações e fazer com que atinjam metas propostas ou passem a acreditar em crenças ou
conceitos. Os fatores que caracterizam um processo (liderança) de influência interpessoal por intermédio da
comunicação são: o líder, os liderados (o grupo), a situação. Portanto, a liderança envolve influência por parte do
líder (influenciador) para afetar o comportamento do(s) liderado(s) (influenciados) em determinada situação. É
um processo em que os papeis de influenciado e influenciador, podem passar por uma das classificações de
liderança, a qual é estabelecida a partir das seguintes propostas: liderança autocrática, liderança democrática e
liderança situacional ou bidimensional. O estilo de liderança autocrático esta voltado para a tarefa. De acordo
com Maximiano (apud, Machado, p.101), “nesse estilo de liderança, o poder está centralizado no líder, ou seja,
ele possui autoridade para decidir sozinho”. Quando falamos de liderança orientada para tarefas (autocrática),
reportamos a um determinado tipo de gestão que possui características bem definidas.
Na gestão autocrática, o líder detém o poder e a autoridade. Ele é o responsável por tomar
decisões; em geral, não discute com o grupo quais as metas a serem seguidas e direciona a execução das
tarefas. Podemos observar, então, que nesse tipo de gestão o grupo não tem poder de decisão. O líder detém o
poder decisório para si e é chamado de centralizador. É interessante lembrar que para Schein (apud MACHADO
2007, p.102), um grupo novo, com um líder novo, enfrentando uma tarefa nova, pode exigir, por parte do líder,
muito maior dose de orientação e comportamento autocrático do que uma equipe em conjunto há longo tempo e
que tomar suas decisões até mesmo sem a presença do líder. Essa citação demonstra que o contexto, assim
como a condição dos liderados, justifica ou não a escolha de determinado estilo de liderança.
O estilo de liderança democrático, de acordo com Maximiano (apud, Machado, p.103), “esta
voltado para as pessoas”. Esse estilo de liderança possibilita a consolidação de um relacionamento interpessoal
entre líder e liderados muito mais aberto e participativo, por isso, sua utilização é bastante indicada,
considerando o contexto a ser aplicado e a natureza da tarefa a ser realizada. Uma das principais características
desse estilo de liderança é a democracia, ou seja, essa forma de gestão permite que os membros do grupo
tenham participação nas decisões e estratégias a serem definidas pela organização. Delega responsabilidades,
portanto, essa forma de gestão não é centralizada. Machado (2007, p.104) afirma que o “líder que delega
responsabilidades é chamado de descentralizador, pois não detêm o poder de decisão somente para si”. O
verbo delegar não tem o mesmo significado que mandar. Para Maximiano (apud Machado, Loc. Cit.), “delegar é
transferir um problema para outra pessoa, para que ela resolva”.
O estilo de liderança situacional de acordo com Muchinsky (apud Machado, 2007, p.104), “enfatiza
a importância de fatores contextuais, tais como a autoridade e o discernimento do líder, a natureza do trabalho
realizado pela unidade do líder, as atitudes dos subordinados e a natureza do ambiente externo”. Portanto, a
teoria da liderança situacional baseia-se na idéia de que, para ser eficaz, o estilo de liderança tem de ser
apropriado à situação, ou seja, de acordo com essa teoria, em momentos que o líder julgue necessário, poderá
ser utilizada a liderança orientada à tarefa ou para pessoas. Essa escolha dependerá, basicamente, do tipo de
conflito a ser resolvido, do desempenho da equipe ou do prazo para que determinada meta seja alcançada. De
acordo com Machado (2007, p.105), entende-se, então, que a teoria situacional nos diz que os funcionários, a
empresa e atarefa a ser cumprida são os elementos que indicariam o tipo de liderança escolhido. O líder,
quando lança mão dessa forma de liderança, deve conhecer o seu subordinado para poder utilizar o estilo
autocrático ou democrático, pois cada pessoa possui características diferentes, portanto, reage a estímulos
também de forma diferenciada.

MOTIVAÇÃO

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Conceito de Motivação: Conjunto de forças internas que mobilizarão o indivíduo para atingir um
dado objetivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.
A palavra motivação vem do latim movere, que significa "mover". A motivação é, então, aquilo que
é susceptível de mover o indivíduo, de o levar a agir para atingir algo (o objetivo), e de lhe produzir um
comportamento orientado.

Ciclo motivacional:
1. Necessidade. É o motivo, a razão de ser da ação. É provocada por um estado de desequilíbrio
devido a uma carência ou privação (ex. falta de alimento no organismo).
2. Impulso ou pulsão. É a atividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, isto é, a energia
interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. (Ex. força que move o indivíduo para obter comida).
3. Resposta. É a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para atingir algo. (ex.
procurar comida).
4. Incentivo. É o objetivo para o qual se orienta a ação. (Ex. ingerir o alimento).
5. Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objetivo pretendido (depois de se ter
ingerido o alimento, a fome desaparece).
Este comportamento seqüencial volta a repetir-se sempre que se repete a necessidade que o
provoca.

Tipos de Motivação: Não existe uma classificação para as motivações, mas várias. As motivações
podem classificar-se em dois grandes grupos:
1. Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as que estão ligadas à
sobrevivência do organismo e não resultam de uma aprendizagem. Elas provocam no organismo certos
impulsos para o restabelecimento do seu equilíbrio. Estas motivações encontram-se estreitamente ligadas com
determinado estado interno do organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor, sono,
etc. A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio interno do organismo.
2. Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem essencialmente de
aprendizagens, isto é, foram adquiridas no processo de socialização. Exemplos: Necessidade de convivência
(afiliação), de reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser subdividido, por exemplo,
entre motivações sociais centradas no indivíduo e ou centradas na sociedade.
a) Centradas no indivíduo (auto-afirmação): desejo de segurança, de ser aceito, de pertencer a um
grupo, de alcançar um estatuto social elevado, de enriquecer, etc.
b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses particulares): respeito pelo
próximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc.
Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas têm um fundo comum: a
busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas as ações humanas.

Frustração: Quando o indivíduo está motivado para atingir um dado objetivo, e por um obstáculo
qualquer não o consegue atingir, vive um estado de frustração. Este sentimento depende de muitos fatores:
personalidade do sujeito, idade, natureza da motivação, tipo de obstáculo, etc.
Não existe uma reação tipo para determinada frustração, as respostas às frustrações dependem de
muitos fatores como acima aludimos.

Comportamentos resultantes da frustração:


1. Agressão (direta ou deslocada). Esta agressão denomina-se direta quando é dirigida contra a
fonte que provocou a frustração, e deslocada se dirige para outras pessoas ou objetos. Ex. A criança agride o
pai que a impede de brincar (agressão direta); A criança proibida de brincar, destrói os brinquedos com que o pai
a impede de brincar (agressão deslocada). Ao longo do processo de socialização, o indivíduo aprende a lidar
com as frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as suas manifestações de
agressividade. Em situações extremas, o individuo pode dirigir as suas manifestações de agressividade
deslocada para ele próprio (auto-agressão).

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2. Apatia (indiferença ou inatividade). Face a contínuas frustrações o individuo pode cair na reação
apática (indiferença perante a fonte da frustração). A pulsão motivadora do comportamento é reduzida ou
eliminada.

Conflito: Estado de tensão que resulta de uma tensão interior vivida pelo sujeito quando se debate
com motivações inconciliáveis. Kurt Lewin classificou os conflitos em três grupos:
1. Conflito aproximação/ aproximação. Decisão sobre duas coisas desejáveis, mas incompatíveis.
Ex.: Escolher entre uma festa e uma viagem;
2. Conflito afastamento/ aproximação. Decisão sobre algo que comporta aspectos positivos, mas
também negativos. Ex. Fazer uma viagem, mas ficar sem dinheiro.
3. Conflito afastamento/ afastamento. Decisão sobre duas coisas igualmente desagradáveis, mas
inevitáveis. Ex.: Para uma criança - comer a sopa ou ir para a cama;

Hierarquia das motivações (por ordem crescente):


1. Necessidades fisiológicas (água, luz solar, alimento, oxigênio, sexo, alojamento);
2. Necessidades de segurança (estar livre do medo e das ameaças, de não depender de ninguém,
de autonomia, de não estar abandonado, de proteção, de confidencialidade, de intimidade, de viver num
ambiente equilibrado);
3. Necessidades de afeto ou de pertença (afiliação, afeto, companheirismo, relações interpessoais,
conforto, comunicação, dar e receber amor);
4. Necessidades de prestígio e estima social (respeito pela própria dignidade pessoal, elogio
merecido, auto-estima, individualidade, identidade sexual, identidade sexual, reconhecimento);
5. Necessidades de auto-realização e criatividade (auto-expressão, utilidade, criatividade,
produção, diversão e ócio);
6. Cognitivas e de curiosidade, de conhecer o mundo (saber, inteligência, estudo, compreensão,
estimulação, valia pessoal);
7. Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal, ordem, beleza, intimidade, verdade,
objetivos espirituais).

ASSERTIVIDADE

Como policiais militares, deveremos observar bastante as pessoas e seu comportamento, inclusive
prestar atenção no porquê de certas reações e atitudes. Desta forma, será comum observamos, e isto pode nos
fascinar, pessoas que estão sempre de bem com a vida, que resolvem seus problemas com tranqüilidade com
aquele “jogo de cintura” maravilhoso. Algo que, com certeza, faz muita diferença é a assertividade, pois é uma
das principais competências emocionais.

O que não é assertividade: Vamos começar entendo o que são comportamentos não assertivos.
1. O chefe que vai engolindo tudo o que não gosta até que consegue abrir a boca e acaba gritando
com seus funcionários.
2. O assistente que não consegue dizer a palavra mágica "não", e faz até o serviço que não é
dele.
3. A pessoa que sente o estômago embrulhar quando precisa pedir algum favor a alguém.
Algumas pessoas são daquelas que até tentam reagir, mas aquela resposta legal só vem à cabeça
depois, quando não precisa mais – sofre da síndrome do “ahhh éeee é!!!” Então está faltando um pequeno ajuste
no seu comportamento. Falta assertividade! Muitas pessoas entram numa situação difícil mas não conseguem
tomar uma posição clara e, depois, se sentem decepcionadas consigo mesmo. Elas não foram assertivas.
Eis outro exemplo do que não é assertividade: Imagine a cena de chegarmos cansados em casa e
tocar o telefone. É um amigo nos convidando para ir num bar. Sua vontade é dizer não, estamos mortos,
trabalhamos o dia todo mas não queremos magoar o amigo, então concordamos e saimos sem vontade.
Acabamos de dizer “sim” ao amigo, mas dissemos “não” para nós mesmos. Acabamos de perder a chance de
sermos assertivos. Assertividade é afirmar o seu eu, é afirmar sua auto-estima.

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Muita gente se auto declara assertiva, mas na realidade é mesmo muito agressiva. Os que
confundem assertividade com agressividade são aquelas pessoas que dizem assim: “Eu sou muito franco, sou
sincero, digo mesmo tudo o que penso na cara!!!”. Essas pessoas nem estão percebendo o quanto são
agressivas, pensam que estão corretas. Outras pessoas nem assumem suas posições, não são autênticas,
acham que estão mantendo um bom clima, mas na realidade estão sendo engolidas pelos outros, por puro medo
de se afirmar. De tanto medo de serem agressivas, acabam virando paçoca na mão do outro. Ou seja, são
passivas e não assertivas.

O que é assertividade: Nossa conversa deve começar pelo entendimento da palavra assertividade.
Segundo o dicionário, assertivo é “aquele que declara algo, positivo ou negativo, afirmação que é feita com muita
segurança, em cujo teor acredita profundamente”. Assertividade vem de "asserto" que significa afirmação
categórica. Mas, veja bem, afirmar não é acertar! A pessoa assertiva não é aquela que acerta o tempo todo, é
aquela que sabe se firmar. É saber dizer “sim” quando quer dizer “sim” e, principalmente dizer “não”, quando
quer dizer “não”. Podemos perceber o quanto a assertividade está fazendo falta hoje em dia.
Na verdade existem 4 tipos de comportamentos: o passivo, o agressivo, o passivo/agressivo e o
assertivo.
Passivo: é aquele que engole desaforo. Ele não quer desagradar o outro então foge de conflitos.
Se alguém entrar à frente dele na fila, fica torcendo para que a pessoa saia por si só, sem precisar pedir. Deixa
que se aproveitem dele. Tem um colega no trabalho que tem o mesmo nível hierárquico, mas o tal colega teima
em dar ordens e o cara que é passivo obedece. Ele costuma usar as frases: “Não quero incomodar. Não vou
tomar seu tempo“. Tem a postura encolhida. Culpa a si próprio por tudo, precisa de aprovação, cede facilmente.
Até é simpático mas, cá pra nós, é uma simpatia que causa muita angustia interna.
Agressivo: o segundo tipo de comportamento é o agressivo. Esse todo mundo conhece. Ele não
pensa duas vezes pra levantar o dedo na cara do outro, pois tem necessidade de dominar. Ele menospreza e
deprecia o outro. Furou a fila na frente dele, ele dá um grito que parece que mataram alguém. Se o colega pede
pra ele fazer alguma coisa, ele já manda o colega para aquele lugar. É autoritário, intolerante, dono da verdade.
Passivo / Agressivo: Agora, o tipo mais curioso. Esse é aquele que consegue ser agressivo na
“maciota”. Ele usa a ironia. Ele te agride contado uma piadinha. Ele te irrita, mas diz “só estou brincando”. Esse é
aquele que vira para você e fala assim: “Nossa, tô vendo que suas férias foram mesmo muito boas, só que a
geladeira não tirou férias”. Esse é o jeitinho “simpático” e passivo/agressivo de te chamar de gordo na sua cara.
É o tipo de pessoa que não olha muito pra você, vira os olhos, é lacônico, dá indiretas, é sarcástico. E nem
percebe que é manipulador. Faz chantagem emocional, distorce as palavras do outro.
Assertivo: Por fim, o comportamento mais adequado é o assertivo. Esse é aquele que quando lhe
furam a fila consegue se posicionar e falar com a pessoa com toda tranqüilidade e elegância. É aquele que sabe
negociar. É transparente pra falar e sabe ouvir. Sabe ouvir criticas sem partir para o ataque pessoal. Tem a
postura segura e comedida. Trata as pessoas com respeito. Aceita acordos. Vai direto ao ponto sem ser áspero.
Não devemos dizer que as pessoas tenham só um tipo de comportamento. Muitas vezes alguém
foi agressivo com o colega de trabalho, mas acabou sendo passivo em casa. Mas essa flexibilidade só indica
que é possível mudar um comportamento que não está valendo a pena. Ou seja, podemos desenvolver
assertividade. Não desenvolver assertividade acaba provocando o pior: você não consegue se sair bem em
situações importantes, isso joga sua auto-estima lá para baixo. A baixa auto-estima gera outro comportamento
inadequado, que gera reação negativa nas outras pessoas, que gera uma auto depreciação e novamente o
comportamento inadequado. Ou seja, não acaba nunca! O comportamento não assertivo é uma bola de neve
que se retroalimenta.

Por que ser assertivo?


Quanto mais assertivo você for, melhor vai lidar com os confrontos, terá menos estresse, mais
confiança em você mesmo, saberá agir com mais tato, melhorará sua credibilidade, saberá lidar com as
tentativas de manipulação, chantagem emocional, bajulação etc. Enfim, vai se sentir melhor e contribuir para que
os outros também se sintam melhor.

Como aprender assertividade?

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Uma dica importante é mudar o DIÁLOGO INTERIOR, de negativo para positivo. Aprender a
monitorar sua conversa interna. A outra dica é desenvolver a AUTOESTIMA. Descobrir que você merece
respeito, descobrir seu valor como ser humano. Estas novas atitudes podem ser desenvolvidas por meio de
técnicas que vêm sendo elaboradas por psicólogos pesquisadores e a gente aplica em consultório, na terapia.
Na clínica, o psicólogo trabalho muito com isso. É comum muitas queixas de pessoas que vão para a terapia
porque estão se sentindo pra baixo, não conseguem se colocar para o marido, ele sai com os amigos toda santa
semana e ela lá em casa se sentindo uma boba. Um tipo de caso é a pessoa que ficou responsável em cuidar
dos pais idosos, mesmo tendo vários outros irmãos, toda família achou muito confortável jogar tudo nas costas
de um coitado só. Permitir que isso aconteça é falta de assertividade.
Você percebe a falta de assertividade em frases como: “Não posso reagir mal quando alguém faz
uma brincadeira comigo, porque vou perder o amigo”. Outros consideram que não tem o direito de tomar o
tempo valioso do outro. O tempo do outro sempre mais valioso que o seu, então fala até mais rápido para que o
outro não perca tempo. Cede sua vez, mesmo quando tem direito. Tudo isso é falta de assertividade. Como
também a pessoa que acha que não deve incomodar os outros pedindo alguma coisa. A pessoa que acha que
não se deve nunca entrar em conflito com os outros, mesmo quando têm razão. Tudo isso é falta de
assertividade, porque muitas vezes, se você não se coloca, o outro ocupa um espaço maior do que lhe é devido,
ou seja, as pessoas montam mesmo.

Você é assertivo?
Pense em você, em quantas vezes não engoliu sapos porque não disse o que deveria ter dito.
Quantas vezes você fez coisas que te prejudicaram porque não conseguiu dizer “não”. O mais importante é
pensar agora sobre esse assunto e finalmente aprender a ser assertivo para ter mais da famosa inteligência
emocional, mas principalmente para conseguir ter relacionamentos mais autênticos, tanto na vida pessoal como
na profissional. E a única forma de ser feliz é você conseguindo ser você mesmo.
Um ponto extremamente importante, dentro do processo de aprender a ser mais assertivo é a
empatia, ou seja, aceitar o outro. Você só vai conseguir ser assertivo se aceitar a assertividade do outro. Se
você ficar melindrado e achar que o outro é grosso toda vez que ele for assertivo você vai limitar seu
crescimento. Você só vai expressar a sua própria incompetência.

Comunicação assertiva
A comunicação assertiva é transparente, honesta, objetiva e de mão dupla. Ou seja, o assertivo
também aceita quando o outro é assertivo com ele, quando dizem as coisas de forma clara e objetiva. Não
gostaram do seu trabalho, não se sinta melindrado se falam sobre isso contigo, aceite. Mesmo porque não é
saudável ter a pretensão de ser perfeito, você sabe que a vida é um eterno aprendizado, então agradeça a
critica e corra para não errar mais. Ou, se a critica não proceder, saiba como não ouvir. Isso mesmo! Porque a
gente precisa ouvir todo mundo? Os outros também erram.
Um exemplo do que é ser assertivo: Você chega ao seu prédio e encontra um carro estacionado
na frente de sua vaga. O que você faz? Fica lá esperando até alguém aparecer? Se fizer isso você foi passivo.
Ou você tira o zelador da cama e arma o maior barraco? Se fizer isso você foi agressivo. Então como é ser
assertivo? E chamar o proprietário do carro e dizer: “Imagino que você deva ter alguma razão para colocar seu
carro justamente na frente do meu. Mas não considero justo você impedir minha saída. Por gentileza, gostaria
que você manobrasse seu carro para que eu possa sair”. Assertividade é um direito
É claro que assertividade é um direito, não uma obrigação. É um direito que te dá uma série de
vantagens. Mas você tem também o direito de não ser assertivo. Vamos dizer que você sabe que o vizinho
deixou o carro dele na frente do seu porque ele foi demitido e chegou em casa arrasado e nem sabia mais o que
estava fazendo. Por mais que ele esteja errado, talvez seja mais interessante você não criar mais problemas na
vida dessa pessoa e aí você pode decidir, conscientemente, deixar essa pra lá. Assim, tudo bem, porque foi uma
opção sua. Você pensou e decidiu não entrar na briga, fez com consciência. Está ótimo. Prejudicial é quando
você não é assertivo por medo. Assertividade está diretamente relacionada ao medo. Medo de não ser aceito,
medo do outro. Medo de ser atacado. Medo de se expor. Medo de passar ridículo.

Passos para aprender assertividade

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Saber o que quer e aonde quer chegar: Se você não sabe aonde quer chegar, vai acabar
chegando onde não quer. Seja claro com você mesmo, seja firme, direto e seguro. Mas como saber o que quer?
Uma boa dica é se conhecendo, conhecer seus sentimentos, pensamentos, seus desejos, identificando quais
são os seus valores.
Partir de um pensamento positivo: Se você tiver expectativas altas, os resultados também vão ser
altos. Mas com expectativas pequenininhas você vai conseguir isso mesmo e vai se frustrar por receber tão
pouco da vida.
Ser proativo: Ser proativo é observar com antecedência quais os possíveis problemas que possam
aparecer. Você pode planejar e não permitir que esses problemas apareçam. Uma pessoa que sabe o que quer,
acredita na sua capacidade e age proativamente, assume a responsabilidade por sua própria vida e está pronta
pra se tornar uma pessoa assertiva.

CRIATIVIDADE

Criatividade é a qualificação que denomina uma pessoa que é capaz de imaginar, inventar e
realizar algo novo e original. A criatividade não é um dom e sim uma consequência de quem busca informação,
de quem é curioso acerca de novidades e sensíveis a elas.
Mas como então ser criativo? Evitar barulhos, excessos em geral, estresse, negativismo;
desenvolver soluções para eventuais problemas; dormir, no mínimo, oito horas para descansar o cérebro; ser
bem-humorado; anotar tudo que achar interessante; observar o que acontece à sua volta; ser ousado, não ter
medo de arriscar; anotar pelo menos uma idéia por dia, mesmo que a ache tola; ouvir o que as pessoas dizem e
tirar proveito das palavras; escolher um local e um horário para caminhar ao ar livre e pensar.
A criatividade caminha lado a lado com o erro, por isso o fato de errar não deve ser desesperador
ou desanimador, pois com o erro se aprende e errando conquistamos sabedoria que é capaz de tornar um
homem simples em um criativo brilhante. O que faz de alguém um profissional de sucesso? Esta é a primeira
pergunta que nos vem à cabeça quando falamos de profissionalismo. O sucesso, em qualquer área de atuação,
está atrelado a muitos fatores. Contudo, o mais importante deles é o conjunto de habilidades e competências
das quais dispomos para executar determinada tarefa. No entanto, precisamos estar prontos para aprender com
os erros, procurando formas criativas de evitá-los. Várias características definem o empreendedorismo. As
principais qualidades são características como a criatividade, a capacidade de continuar em face de dificuldades
e as habilidades sociais necessárias para construir grandes equipes.
Vamos estudar o exemplo de pessoas que desejam ser empresários de sucesso.
Independentemente de como você define um “empreendedor”, uma coisa é certa: tornar-se um empreendedor
de sucesso não é fácil. Os empresários de sucesso parecem ter certas características em comum.
1 – Características pessoais: Em primeiro lugar, examina as características pessoais, valores e
crenças. Observa se tem a mentalidade de que é um típico empresário bem-sucedido.
 Otimismo: Você é um pensador otimista? Otimismo é realmente uma virtude essencial e vai ajudá-lo,
principalmente, nos tempos difíceis. Muitos empresários passam por isso e, com otimismo, encontram
uma saída em situações de adversidade.
 Visão: Você pode facilmente ver onde as coisas podem ser melhoradas? Você pode captar rapidamente
uma informação e explicar isso para os outros? E você pode criar uma visão convincente do futuro, e, em
seguida, inspirar outras pessoas a se envolver com essa visão?
 Iniciativa: Você tem iniciativa e, instintivamente, inicia projetos de melhoria de resolução de problemas
ou oportunidades?
 Desejo de controle: Você gosta de estar no comando ou envolvido diretamente na tomada de decisões?
Você está motivado para liderar os outros?
 Persistência: Tem automotivação e é cheio de energia? E você está preparado para trabalhar duro, pelo
tempo necessário, para realizar seus objetivos?
 Tolerância ao risco: Você é capaz de assumir riscos e tomar decisões quando os fatos são incertos?
 Resiliência: Como você lida com a situação quando as coisas não saem como planejado? E você é
capaz de aprender e crescer com seus erros e fracassos?

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2 – Habilidades Interpessoais: Semelhantemente a um empresário bem-sucedido, você vai ter que


trabalhar em estreita colaboração com as pessoas – isto é, onde é fundamental ser capaz de construir grandes
relacionamentos com sua equipe, clientes, fornecedores, acionistas, investidores e muito mais (no caso de um
empresário). Semelhantes relacionamentos existem na vida de todos os profissionais.
Algumas pessoas são mais talentosas nesta área do que outras, mas, felizmente, você pode
aprender e melhorar essas habilidades. Os tipos de habilidades interpessoais que você vai precisar são:
 Liderança e Motivação: Você pode liderar e motivar os outros a segui-lo e entregarem-se à sua visão? E
você é capaz de delegar trabalho aos outros? Como um recém profissional, você vai ter que depender
dos outros para superar um estágio muito inicial em sua caminhada nesta profissão, neste campo de
atuação há pouquíssimas coisas a se fazer sem o diálogo com o outro.
 Habilidades de comunicação: Você tem o domínio da linguagem em todos os tipos de comunicação?
Você precisa ser capaz de se comunicar bem para vender a sua visão de futuro para membros da equipe,
companheiros que lhe cercam, seus clientes interno e externo, etc.
 Ouvir: Você ouve a opinião dos outros envolvidos em sua atividade de trabalho? Sua capacidade de
ouvir pode fazer com que tenha sucesso ou fracasse, principalmente se for um empreendedor. Certifique-
se de que você é hábil em escuta ativa e escuta empática.
 Relações pessoais: Você está emocionalmente equilibrado? Quanto maior seu equilíbrio
psicoemocional, mais fácil será trabalhar com os outros. A boa notícia é que você pode melhorar sua
inteligência emocional através de treino!
 Negociação: Você é um bom negociador? Não só é preciso negociar preços aguçados, mas também
precisa ser capaz de resolver as diferenças entre as pessoas de uma forma positiva e mutuamente
benéfica.
 Ética: Você deve lidar com as pessoas, baseando-se no respeito, integridade, imparcialidade e
veracidade. Desta forma você constrói uma equipe comprometida. Muito embora trabalhemos sob
comando, a ética deve ser iniciada dentro de nós mesmos, através de diálogo sincero consigo próprio e
com os demais também.

COMUNICAÇÃO

Comunicação consiste na transferência de significado de uma pessoa para outra. Assim, se não
houve nenhuma transmissão de informação ou idéias, a comunicação não aconteceu. Se ninguém ouviu o que
você disse, entendeu a mensagem ou leu o que escreveu, você não se comunicou. Nesse sentido, identifica-se
com o processo social básico: a interação. É uma troca de experiências socialmente significativas, que exige um
certo grau de ação conjugada, de cooperação. Portanto, a comunicação possui pelo menos elementos
imprescindíveis, o EMISSOR e o RECEPTOR. Ambos podem facilitar e dificultar a nossa comunicação em todas
as instancias da vida e com todos os grupos com que convivemos, tanto pessoalmente como profissionalmente.
Minicucci (1992, p. 285) pontua que “... os problemas de comunicação são importantes a um desempenho eficaz
do grupo. Eles refletem nossa própria falibilidade e o grau de nossas carências sempre que atuamos com outras
pessoas”. Sendo assim, comunicação significa “estar em relação com”, representa a ação de pôr em comum, de
compartilhar as nossas idéias, os nossos sentimentos, as nossas atitudes. O processo de comunicação é, pois,
o sistema básico da experiência social.
Comunicação é a mais freqüente atividade em nossas relações, sejam elas familiares, sociais ou
profissionais. Em nosso dia a dia, consumimos grande parte de nossa energia em processo de comunicação. Ele
é portanto o grande dinamizador em nossas relações, como também desencadeador de mal entendidos, fofocas,
conflitos, intrigas, distorções e quebras, gerando desconforto e prejuízo no nosso desempenho. O objetivo neste
texto é a comunicação interpessoal, definida por Chiavenato como a comunicação entre duas pessoas, seja em
situações face a face ou em grupo, no qual as partes são tratadas como indivíduos e não como objetos. O
referido autor chama atenção para o fato desse tipo de comunicação ser diferente da comunicação
organizacional, que abrange a comunicação entre vários indivíduos ou grupos.

O Processo de Comunicação
O processo de comunicação são etapas entre o emissor e um receptor que resultam na
transmissão e compreensão de um significado. O processo pode ser dividido didaticamente em sete partes: (1) a
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fonte de comunicação ou emissor, (2) a codificação, (3) a mensagem, (4) o canal, (5) a decodificação, (6)
receptor e (7) o feedback. (Chiavenato, p.424). Em qualquer situação de comunicação, por mais simples que
seja, o processo envolve sempre todos os elementos acima. A fonte ou emissor é o responsável por iniciar o
processo de comunicação, convertendo um pensamento ou mensagem em uma forma simbólica. O emissor
pode em sua conduta provocar deficiências na maneira de se comunicar desde o início do contato, quando não
explicita os objetivos do que quer comunicar nem estimula a atenção para o fim, gerando com isso a falha na
comunicação, pois o receptor não saberá onde aquele quer chegar, tampouco se sentirá curioso para tal.
Também o meio de comunicação pode não se adequar ao momento em que está se estabelecendo uma
comunicação, fazendo com que essa comunicação não consiga alcançar o seu receptor. Então, se torna
importante refletir, que a partir do momento que se é emissor, vários cuidados devem ser tomados para que
essa comunicação seja satisfatória. O tipo de linguagem utilizado na comunicação é por demais importante, pois
nem sempre as pessoas conseguem entender o que é comunicado quando a comunicação vem carregada de
palavras técnicas, conceitos e vocabulário desconhecido pelo receptor. Além do conteúdo a ser comunicado,
neste caso a mensagem, a escolha do codificador adequado é fundamental, algo que seja comum ao recebedor,
a mesma linguagem, os mesmos símbolos. Então, partindo do princípio de que você deseja comunicar alguma
coisa e que há ambiente favorável para isto, seu objetivo é expressar seus pensamentos através dos diversos
canais de comunicação, ou seja, o meio de levar a mensagem até o recebedor. Como exemplo, podemos citar: a
voz, a fala, a expressão
facial, os gestos, as posturas, a aparência, entre outros.
Tratamos dos problemas que podem ser gerados pelo emissor numa comunicação, mas não
podemos esquecer de quem recebe. Ele também pode contribuir ou gerar também as falhas de comunicação.
Uma vez que a mensagem foi enviada pelo canal escolhido (por exemplo: o ar para a fala), a mensagem deve
ser decodificada, é interpretada pelo recebedor. O receptor pode fazer uma “triagem” das mensagens que
recebe, ou seja, selecionar involuntariamente os conteúdos da mensagem, só recebendo o que lhe convém, o
que tem a ver com seu contexto pessoal, não solicitando também esclarecimento sobre o assunto em pauta, o
que denominamos de percepção seletiva. Dessa forma, o receptor pode esquecer, rejeitar ou até mesmo
reprimir dados que lhe estão sendo passados, pois os mesmos podem conter elementos que não lhe interessam
ou que lhe são ameaçadores e contradizem aquilo que preferem. Também ao receber uma mensagem podem
ocorrer distorções e alterações deliberadas ou não, o que certamente influenciará no rumo dessa comunicação,
assim como a formação de julgamentos e preconceitos sobre o emissor.
De certa forma, nunca podemos ter certeza de que estamos nos comunicando, pois levando em
consideração todos os aspectos expostos, certamente não se tem como comprovar com segurança que a
comunicação está sendo eficiente e alcançando o seu objetivo. Quando algum dos elementos da comunicação
não se integra aos demais, constatamos a presença de ruídos, que são as interferências que distorcem a
fidelidade da comunicação. Esses ruídos podem interferir em qualquer dos elementos do processo. Entre
emissor e recebedor atuam todas as características individuais, história de vida, experiências, valores,
preconceitos, antipatias, simpatias, competências, habilidades, papéis, funções etc. Ao codificar a mensagem, o
código pode não ser comum entre emissor e receptor impedindo a decodificação da mensagem. A seleção do
conteúdo da mensagem pode ser outra fonte de ruído. A inadequação do canal, do meio para transportar a
mensagem pode fazer com que ela não chegue ao destinatário. Os recursos do recebedor, órgãos de sentido,
nível intelectual etc, também são determinantes para clareza e compreensão da mensagem enviada. Fluindo a
mensagem sem obstáculos até o recebedor, é vital que este responda ao emissor sob pena de algumas vezes,
quebrar de forma irreversível o processo, inviabilizando a comunicação que só será efetivada com o feedback.
Dito de outra forma, o processo pelo qual o falante analisa os sinais emitidos pelo ouvinte enquanto formula sua
própria mensagem, é chamado de feedback externo. Ao assimilar o significado da mensagem o recebedor
responde ao emissor, realimentando por feedback a dinâmica do processo. Nesse momento invertem-se os
papéis, o recebedor passa a emissor e o emissor a receptor, mantendo assim a continuidade do sistema,
preservando a fidelidade da comunicação como processo contínuo e reativador.
Se todos os elementos da comunicação estiverem em sintonia, teremos atingido a grande meta
das relações interpessoais: interação e transparência.

Comunicação verbal e não verbal

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A eficácia da comunicação começa com a consciência de que a maneira como dizemos alguma
coisa tem mais impacto do que aquilo que dizemos. De fato, a reação das pessoas àquilo que falamos é
provocada muito mais pelo sentimento que despertamos nelas a partir da forma como falamos do que
propriamente pelo conteúdo em si. A ênfase que colocamos nas palavras influência a maneira como as pessoas
interpretam o que falamos. A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de postura que
fazem com que a comunicação seja mais efetiva. Com o aparecimento da palavra falada os gestos foram
tornando-se secundários, contudo eles constituem o complemento da expressão, devendo ser coerentes com o
conteúdo da mensagem. A nossa atitude, postura, expressões faciais e o nosso tem de voz efetivamente
determinam o impacto que causamos no outro quando dizemos alguma coisa. Segundo Pease (2005) a
linguagem do corpo é um reflexo externo do estado emocional da pessoa, estando fortemente ligada ao
psicológico, traços os comportamentais secundários e auxiliares. Empregada para auxiliar na comunicação
verbal, demonstra, na maioria das vezes, o que as palavras não conseguem expressar. Mas, quando a boca diz
uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente? Tenha em mente que o corpo não mente. Como
qualquer outra espécie, ainda somos dominados por regras biológicas que influenciam nossas ações, reações e
gestos. Apesar ninguém ser inteiramente consistente, uma vez que a maioria de nós se constitui de uma
confusão de pensamentos, valores e comportamentos que, com freqüência, entram em conflito. Não devemos
perder de vista que, por mais complexa que uma pessoa seja, padrões de comportamentos acabam emergindo
dessas inconsistências aparentes. Uma vez que se aprende a identificar esses padrões, é possível entender
melhor os outros (Dimitrius, 2000).
A maioria dos pesquisadores concorda que a mensagem transmitida pelos gestos e especialmente
pelos movimentos do rosto causa um impacto que responde por mais da metade da eficácia do discurso,
enquanto o conteúdo não chega a 10%. Ou seja, linguagem corporal é tudo. Então, preste atenção no jeito como
você está sentado aí, enquanto lê este texto, pode revelar muita coisa a seu respeito. Por isso devemos procurar
o maior número possível de informações quando estivermos avaliando alguém. Sendo de extrema importância
buscar coletar as mais variadas informações a respeito de alguém, observando sua aparência, a linguagem
corporal, o ambiente, a voz e a conduta. Porém, isso não lhe serve de nada, a menos que se saiba quais traços
podem ser importantes indícios da personalidade e quais são relativamente menos importantes. A determinação
de quais são os critérios mais importantes dependerá das circunstancias e daquilo que você precisa no
relacionamento. Depois de ter identificado as características importantes de alguém, então você terá de
examiná-las e descobrir como as peças se encaixam.
Concluindo, precisamos de uma linguagem verbal adequada ao interlocutor, mas o segredo da
comunicação eficaz é o alinhamento do nosso não-verbal à mensagem que transmitimos. Somente assim
ampliaremos a possibilidade da nossa mensagem ser efetivamente compreendida e provocar no outro a reação
desejada.

FEEDBACK

Feedback é um termo muito utilizado na eletrônica que significa realimentação, ou seja uma
parcela do sinal da saída de algum circuito eletrônico, sendo aplicado novamente na entrada para que seja
novamente aproveitado. Isso pode gerar uma situação desejável ou não, pois em certos casos essa
realimentação não é desejada. É o caso do som da microfonia.
O Feedback também é utilizado onde é necessário um controle de alguma situação ou objeto,
quando poderá ser positivo ou negativo e em função disso, um circuito de controle estabilizará a saída.
Nas relações interpessoais que dependem do comportamento humano, o termo Feedback
apresenta grande importância por verificar que todo comportamento dirigido requer Feedback negativo, pois
sinais do objetivo são necessários para a orientação do comportamento.
Na visão de Rosenblueth, Wiener e Bigelow (1943), o comportamento pode ser dividido em dois
tipos, os "de Feedback" e "não-Feedback".
O comportamento de Feedback poderá ser dividido em duas partes: previsível e não-previsível e o
comportamento de não-feedback ocorre quando não há retorno do objeto no decorrer de determinadas atitudes.
O processo de Feedback poderá ser útil na modificação de comportamentos. É a comunicação de
uma pessoa ou um grupo no sentido de fornecer informações de como essa pessoa está sendo afetada,

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contribuindo assim para direcionar seus objetivos. Para ser eficaz e contribuir para essas mudanças é
necessário que seja:
Descritivo ao invés de avaliativo: Quando não há envolvimento emocional, o sujeito se torna menos
defensivo, se sentindo à vontade para utilizar as informações de retorno e aplicá-las da melhor forma possível.
Específico ao invés de Geral: Em determinado momento que você diz a alguém que ele é "dominador",
isso poderá ter menos importância do que demonstrar isso quando ele se comportar assim, em determinada
ocasião.
Compatível com as necessidades: O Feedback pode ter caráter destrutivo quando apenas as
necessidades do comunicador forem levadas em consideração e as do receptor esquecidas.
Dirigido: Poderá gerar frustração caso o receptor só reconheça suas falhas, naquilo em que não tem o
controle para mudar.
Solicitado ao invés de Imposto: Será mais proveitoso quando o receptor indagar algo que os que
observam possam responder.
Oportuno: O Feedback será mais proveitoso logo após um determinado comportamento, onde o sujeito
estará mais flexível, mas dependerá de alguns fatores como emocionais e receptividade.
Esclarecimento para assegurar comunicação precisa: Um modo de comprovar uma idéia é o receptor
repetir o Feedback, para que o transmissor possa se assegurar de que foi bem entendido. Quando em um Grupo
de Treinamento, o Feedback poderá ser comparado e compartilhado entre os participantes do grupo.
Na prática, é observada a dificuldade de se dar e receber Feedback, que poderá ser comprovado
através da observação dos insucessos freqüentes na comunicação interpessoal.
O Homem sofre grande dificuldade em aceitar as suas limitações, principalmente ter que admiti-las
diante de pessoas que ele não confia ou em caso de ambiente de trabalho podem até afetar a sua imagem
(status). O receio do que as pessoas podem pensar, o sentimento de invasão de privacidade e/ou medo de não
obter o apoio que esperam para suas limitações e necessidades, faz com que elas se fechem, dificultando assim
a abertura para a interação e troca de Feedback, tão necessário em uma relação.
Quando nos percebemos que estamos contribuindo para o problema e que precisaremos mudar
algo em nós mesmos para melhorarmos a validação do Feedback, poderemos agravar o problema, nos
fechando (negação) e passando ao outro toda culpa, apontando seus erros e até mesmo agredindo-o.
A resolução de alguns problemas pode dar-se através do reconhecimento de alguns traços da
nossa personalidade que até então tentamos disfarçar. Procurando pensar no assunto, poderemos melhorar
nossa conduta, contribuindo assim para uma melhor relação e troca de Feedback. Muitas vezes as pessoas não
estão preparadas, psicologicamente para receber feedback, sendo assim elas os interpretam mal e se sentem
magoadas com a intervenção, pois feedback em nossa cultura ainda é percebido como uma crítica e implicará
em reações emocionais imprevisíveis. Mesmo com toda a dificuldade é muito importante para nós darmos e
recebermos feedback, seja ele positivo ou negativo, para que possamos avaliar e corrigir os nossos erros e com
isso melhorarmos como pessoas.
Para superar as dificuldades de dar e receber Feedback, é necessário uma relação de confiança
recíproca e o reconhecimento de que Feedback é um processo conjunto, diminuindo assim as barreiras entre o
comunicador e o receptor. Devemos aprender a ouvir e expressar nossas opiniões sem reações emocionais
defensivas e/ou ofensivas intensas. Todos nós gostamos de dar conselhos, pois de certa forma, isso nos faz
sentirmos importantes, porém poderá vir daí o perigo de pensar no Feedback como uma forma de mostrar nossa
inteligência e habilidade, não contribuindo assim para a verdadeira utilidade do Feedback para o receptor.

Feedback de Grupo
O grupo também tem necessidade de receber informações sobre o seu desempenho. Ele pode
precisar saber se há muita rigidez nos procedimentos, se está havendo utilização de pessoas e de recursos, qual
o grau de confiança no líder e outras informações sobre o seu nível de maturidade como grupo. Os mesmos
problemas envolvidos no feedback individual estão presentes no grupo em maior ou menor grau. Assim, o grupo
pode receber feedback de:
Membros atuando como participantes-observadores.
Membros selecionados para desempenhar uma função específica de observador para o grupo.
Consultores externos ou especialistas que vêm para fazer observações, valendo-se de perspectivas mais
objetivas.

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Formulários, questionários, folhas de reação, entrevistas.


À medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas habilidades em dar e receber
feedback individual, tornam-se, também, hábeis em dar feedback ao grupo como um todo, sempre que
necessário e oportuno. Os resultados individuais também servem de feedback individual: cada membro do grupo
recebe um quadro com autopercepção e heteropercepção de seu superior imediato e de três subordinados seus.
A sessão de feedback é uma das mais ricas do laboratório de treinamento, tanto a nível individual
quanto a nível grupal, permitindo aos membros processarem as informações individuais e grupais, sem
defensividade, num clima aberto, de apoio mútuo e com abordagem de resolução de problemas.
Alguns aspectos são importantes e devem ser considerados dentro de uma organização para
facilitar na interação interpessoal, satisfazendo o próprio funcionário, o chefe e a empresa.
Fatores que contribuem para que a organização tenha equipes consolidadas ou em formação e
que seus participantes tenham tais capacidades:
 Propor mudanças nas quais acreditam;
 Discutir as mudanças propostas, procurando compreender suas causas e avaliando as conseqüências;
 Encorajar uns aos outros a expressarem suas idéias e seu potencial;
 Buscar e repassar os conhecimentos;
 Assumir a responsabilidade pelos resultados que a equipe produz;
 Identificar e administrar conflitos na equipe, entre equipes, com fornecedores e clientes;
 Negociar e otimizar recursos;
 Dar e solicitar feedback;
 Dar e solicitar apoio;
 Desenvolver nas pessoas essa difícil habilidade de dar e buscar feedback;
 Otimizar os resultados da empresa;
 Ajudar a evitar erros e potencializar acertos;
 Apoiar a linha de frente a deixar no cliente um gostinho de "quero mais";

Implantar acompanhamento e feedback do desempenho:


 Definição de resultados a serem atingidos;
 Sistemática de mensuração de resultados;
 Definição de planos de autodesenvolvimento;
 Sistemática de feedback;

Acompanhar evolução das pessoas:


 Definir resultados a serem atingidos;
 Pesquisar periodicamente a satisfação do cliente;
 Acompanhar planos de autodesenvolvimento;
 Dar periodicamente feedback aos fornecedores;
 Rever continuamente os procedimentos para garantir resultados;

GRUPOS

O grupo
(Paulo Cavalcanti de Moura)

O grupo é assim:
Gente que é gente
E que não sabe que os outros são gente
Como a gente,
Com um lado bom e outro ruim
No grupo tem de tudo:
Botucudo e tupiniquim.
Tem falador e tem mudo,
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Mas ninguém é igual a mim.


Tem doutores e tem tímidos,
Agressivos e dominados
Tem mãe e tem filhos,
Tem até mascarados.
E o grupo vai girando,
Mudando a vida da gente
O calado sai falando,
O pessimista contente
O gruo e como a vida,
Mas se entra, já vamos indo
Quem ri acaba chorando,
Quem chora, acaba rindo
Uma coisa a gente aprende:
Que o outro é como eu
Chora, ri, ama e sente
Mas quase tudo depende da gente:
Que grupo danado! Que vivência atroz!
O eu e o tu se atacam
Mas depois eles se amam,
Em benefício de nós.

Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interações recorrentes entre


pessoas. Também pode ser definido como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas
características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e
compartilhem uma identidade comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam
de alguma forma afiliados ao grupo. Segundo COSTA(2002), o grupo surgiu pela necessidade do homem viver
em contato com os outros homens. Nesta relação homem-homem, vários fenômenos estão presentes:
comunicação, percepção, afeição liderança, integração, normas e outros. À medida que nós nos observamos na
relação eu-outro surge uma amplitude de caminhos para nosso conhecimento e orientação. Cada um passa a
ser um espelho que reflete atitudes e dá retorno ao outro, através do feedback.
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em aprender se faz necessária. Só
aprendemos aquilo que queremos e quando queremos. Nas relações humanas, nada é mais importante do que
nossa motivação em estar com outro, participar na coordenação de caminhos ou metas a alcançar.
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessita viver com outros homens, pela sua
própria natureza social, mas ainda não se harmonizou nessa relação. Lewin (1965) considerou o grupo como o
terreno sobre o qual o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satisfação das necessidades
físicas, econômicas, políticas, sociais, etc.

Fases do Grupo
 INICIAL – é o momento e que o grupo está na expectativa, faz perguntas quanto às normas e as regras do
jogo. As atitudes são torpes e mal coordenadas, também denominada de Infância Grupal.
INTERMEDIÁRIA - momento de confrontação e conflitos de dependência e
contradependência pode ser uma fase dificultadora. Aborda o movimento e o momento do
grupo, denominada de Adolescência Grupal.
 FINAL – apóia a idéia do outro, pode ser também uma fase dificultadora, se os membros do grupos
formarem relações duais, desfacelando o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal.
Uma das principais características procuradas hoje no mercado é saber trabalhar em equipe.
Buscar essas melhorias faz com que os colaboradores criem habilidades e comecem a fazer a diferença, como,
por exemplo, o aumento da produtividade. A interação da equipe favorece também a capacidade de agregar
valor e de gerar confiança, proporcionando um ambiente saudável e positivo. Com essa motivação os
colaboradores se sentem mais motivados e preparados para as oportunidades da empresa ou da profissão.
Trabalhar em equipe não é apenas trabalhar em conjunto é preciso de compartilhamento. Os resultados nunca

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são alcançados apenas por uma pessoa, é preciso compartilhar com o outro para chegar ao objetivo final.
Procurar desenvolver suas habilidades em equipe é se destacar e dar espaço para a liderança. Empresas
valorizam profissionais capazes de gerir e motivar os colaboradores, buscando sempre o desenvolvimento da
equipe e os melhores resultados. Vejamos algumas habilidades fundamentais para se trabalhar em equipe:
 - Administrar conflitos: É importante saber lidar com os conflitos do dia a dia na empresa, na profissão e
na vida pessoal. Neste sentido, desenvolver a habilidade de conversar para esclarecer os fatos e conciliar
as necessidades é sempre a melhor opção nesse momento. Assim você gera confiança e afeição da
equipe.
 - Comunicação: Saber valorizar a comunicação entre você e os outros colaboradores é fundamental para
o trabalho em equipe. Escutar e falar na hora certa também é uma habilidade importante para que o
ambiente se torne agradável e produtivo.
 - Proatividade: Tomar atitude é um ponto positivo. Estar sempre disposto a ajudar e a resolver os
problemas ajuda no seu desenvolvimento de sua equipe.
 - Inovar: Procurar inovar é sempre importante para o crescimento da empresa e dos profissionais. Buscar
soluções e alternativas é fazer com que todos cheguem ao melhor resultado com mais assertividade e o
que é melhor, em pouco tempo.
 - Confiança: É fundamental desenvolver a confiança entre as pessoas que estão a sua volta. Gerar esse
sentimento é ganhar um espaço maior na equipe, pois você sempre será o apoio de cada um e saberá
quando e como contar com cada colaborador.
Essas habilidades citadas são formas de aprender a importância de cada gesto que você
desenvolve em sua empresa. Buscar líderes engajados e que consigam colocar em prática o seu trabalho em
equipe é essencial para o crescimento das organizações e das instituições.

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Polícia Militar da Paraíba | Centro de Educação

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