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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Relações Humanas e Ética Profissional


RELAÇÕES HUMANAS

Falar em relações humanas é considerar todo tipo de relação social ou interação entre os
indivíduos.
Relações humanas no trabalho, por exemplo, são necessárias pelo fato de que todos os
setores da vida exigem trabalho em grupo, o homem já não pode trabalhar sozinho. A divisão
cada vez maior do trabalho torna o dia a dia da empresa mais dependente do grupo, e dos
indivíduos que o compõe.
No trabalho, estas relações são necessárias pois toda empresa, seja ela de grande, médio ou
pequeno porte, tem como principio de funcionamento o trabalho em conjunto, a coletividade,
pois a maioria das tarefas são realizadas por grandes grupos de pessoas, onde cada um tem sua
função.
A falta de foco e a pouca importância dada as relações humanas dentro do ambiente laboral
tem afetado a produtividade de muitas empresas, onde o “empregado” fica em segundo plano.

A COMPREENSÃO PESSOAL E A DO OUTRO

Todas relações humanas envolvem emoções e sentimentos. Na realidade, todo


relacionamento do sujeito com o objeto envolve sentimentos e emoções, melhor ainda seria
dizer que todo contacto da pessoa com a realidade envolve sentimentos e emoções.
Como se vê, para entendermos bem essa questão do relacionamento da pessoa com o outro
deve começar procurando entender o relacionamento da pessoa com a realidade.

CONHECIMENTO DE SI E A CONVIVÊNCIA EM GRUPO

Antes de abordar o tema, precisamos responder a algumas perguntas, sendo que tais
perguntas não devem ser respondidas a ninguém, se não a nós mesmos, ao nosso mundo
interpessoal, ao nosso interior.
1. O que é preciso para desenvolver a sensitividade social e a flexibilidade de comportamento?
2. Devemos desenvolver quais aptidões para um relacionamento com mais eficiência com os
outros?
3. Quais as forças que Impulsionam as RELAÇÕES INTERPESSOAIS?
4. Quais as forças que Restringem as RELAÇÕES INTERPESSOAIS?

Grupo é um conjunto de pessoas com objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades.
Mas nem sempre se ter afinidade é suficiente para manter um grupo unido, porque mesmo
em meio a afinidade, encontramos pontos de vista diferentes.
Respeitar o ponto de vista de cada componente de um grupo, suas opiniões pessoais e se
aculturar a forma de ser de cada um é de fundamental importância para podermos conviver de
forma harmoniosa e equilibrada tanto em grupo como em sociedade.

A arte de perceber o outro


A forma como nos comunicamos, nossa capacidade de compreender os outros e fazer-nos
entender com clareza determina, em grande medida, o sucesso em nossas relações significativas
e no cumprimento de nossos objetivos.
Quebrar um paradigma tão antigo o quanto a própria humanidade, de ver nos outros os
reflexos dos nossos defeitos, de antecipar uma macabra visão do caráter e da moral do nosso
próximo é o que tem em muito contribuído para o insucesso das relações humanas entre as
pessoas, os povos e as nações.
Criar uma boa relação interpessoal, onde a confiança e a credibilidade sejam um
denominador comum no trato com os outros.

Diferenças individuais e características de personalidade

As diferenças individuais são as que se verificam entre as pessoas e podem ser ao nível das
características físicas, psicológicas e sociais.
São cinco as variáveis individuais consideradas fundamentais para a compreensão do
comportamento das pessoas:
Características biográficas, aptidões, personalidade, atitudes e valores em relação ao trabalho.
Vamos abordar como tema do nosso estudo, as características de personalidade.
A personalidade é a soma total das diferentes formas segundo as quais um indivíduo reage e
interage com os outros.
A personalidade resulta de influências do meio, da hereditariedade e da situação.

A atitude do outro

A questão da atitude é algo bem pessoal, julgar a atitude do outro sem saber definir o seu
embasamento e nem tão pouco a própria definição do que vem a ser atitude, pode nos levar a
agir de forma injusta com o nosso próximo.
O conceito de atitude é o conceito mais central de psicologia social e foi, ao longo do tempo,
aceitando definições sucessivas.
Porém, há que distinguir a noção comum e o conceito científico de atitude.
Como noção, a atitude significa um ato, uma postura do corpo ou o sentido de um
propósito.
Mas como conceito, a atitude representa um esquema mental que efetua a mediação entre
o pensamento e o comportamento, não podendo ser observável.

Problemas de Relações Humanas no Trabalho

A divisão do trabalho cada vez maior torna o dia a dia da empresa mais dependente do
grupo, e dos indivíduos que o compõe.
Atualmente, todos os setores da vida exigem trabalho em grupo, o homem já não pode
trabalhar sozinho. A divisão do trabalho cada vez maior torna o dia a dia da empresa mais
dependente do grupo, e dos indivíduos que o compõe.
Para se chegar a solução dos problemas de relações humanas foi preciso fazer experiências,
como a de Elton Mayo, que ligou a produtividade à satisfação dos trabalhadores mudando o
ambiente de trabalho e conhecendo cada individuo.
O que mostrou que o individuo não pode se tratado de forma isolada, mas sim como um
grupo.

Problemas psicológicos na Empresa

Atire a primeira pedra, aquele que nunca acordou sem vontade de ir trabalhar e até mesmo
sem interesse em continuar no seu emprego, isso advêm dos problemas psicológicos adquiridos
na empresa.
Vez por outra a “tristeza” pode atingir os funcionários. Atrás desta “tristeza”, vários fatores
podem ser a consequência desta maneira de ser e de estar dentro do ambiente laboral.
Quanto a sua empresa poderia ganhar em termos de produtividade, se os seus
colaboradores estivessem bem consigo mesmos?
Muitas vezes não nos damos conta de quantas faltas ao trabalho, acidentes de trabalho,
baixa produtividade, os colaboradores tem, por estarem com alguns conflitos mal resolvidos
como;
Frustração – resultante de um conteúdo inadequado às potencialidades e necessidades do
indivíduo;
Insatisfação – resultante do confronto com a esfera das aspirações, motivações ou desejos;
Angústia – resultante de um conflito psíquico, isto é, de uma contradição entre dois impulsos
inconciliáveis;
Agressividade/Hostilidade – Gerada pelas relações do trabalho, isto é: com a hierarquia, chefia
supervisão e colegas de trabalho;
Tais problemas só vão poder ser resolvidos com a implantação de uma política de Relações
Humanas mais voltadas para o conforto e o bem star do trabalhador.

Vivendo em sociedade, através da comunicação

O processo de comunicação como fator chave para se viver em sociedade é indispensável


para que as organizações possam alcançar seus objetivos organizacionais, e propiciar um
ambiente de trabalho harmônico, onde seus membros possam entender e compartilhar as
informações disseminadas no âmbito da organização.
As organizações são mantidas através das trocas de informações, e através dos
relacionamentos das pessoas, sejam no âmbito interno ou externo.
Não há organização que não tenham comunicação, no entanto, algumas trabalham esse
processo como parte fundamental para o seu sucesso.

O mito do comunicador

Para abordarmos o mito do comunicador, devemos tratar diretamente dos mitos que
formam a sua essência, que são:
• O mito da abertura - As prescrições relativas à “abertura” num processo de comunicação
não estão fundamentalmente erradas, mas esta atitude deve ser gerida de acordo com a
relação em si.
• O mito da objetividade - O processo de percepção humana é essencialmente subjetivo
por isso pretender ser objetivo é pretender algo que não pode ser atingido.
• O mito das técnicas de audição - A atitude da disponibilidade para ouvir os outros é mais
do que a prática de um conjunto de técnicas aprendidas, mas depende de
características que têm a ver com a qualidade da relação em si.
• O mito das fórmulas de resposta - Fórmulas do tipo “pensar antes de falar”, “descontrair”
etc.. São bons conselhos, mas não são suficientemente específicos para terem uma utilidade
real em circunstâncias comunicativas concretas.

Comunicação não é só falar

Muitas são as pessoas que falam bem, mas são pouco suportadas quando tomam a palavra
durante um evento ou até mesmo numa palestra numa roda de amigos.
O bom comunicador utiliza-se sempre de duas características essências para a fluidez da
comunicação:
Controle – ação através do qual se define quem domina a situação durante um contato, tomando
as devidas precauções para dominar o instinto de dominação;
Empatia – ação através da qual os interlocutores se comunicam mostrando que são capazes de
se colocarem na posição do outro no momento de pontuar sobre um assunto.

Você se comunicando como os outros


Muitas vezes, não conseguimos fazer-nos compreender e não somos capazes de entender os
outros. A incompreensão e a incomunicabilidade são algumas das causas mais importantes da
solidão e da angústia.
Não é por acaso que o poder de influenciar pessoas e a habilidade para se comunicar são
lugares-comuns quando se fala em liderança.
Saber controlar as fobias e os desvios intrapessoais, através do processo de empatia é de
fundamental importância para que exista uma comunicação fluente e sem barreiras entre você e
os outros.

Comportamento diante de você, do receptor e da mensagem

A comunicação é fundamental nas relações pessoais, empresarias e educacionais.


O nosso comportamento diante das barreiras e ruídos apresentados durante o processo de
comunicação, deve ser pautado por uma flexibilidade e concordância com o receptor de forma a
que a mensagem transmitida flua de forma que a comunicação seja um processo completo e
coerente.
Mas para se transmitir uma boa mensagem, nem sempre dependemos apenas da
comunicação verbal, O nosso corpo fala todo tempo, nas expressões do rosto, olhares, gestos,
posturas, tom e ritmo da voz.
Por isso, devemos educar o nosso comportamento diante para sermos um comunicador
compreendido.

Comunicação interpessoal no trabalho

A comunicação entre os seres humanos faz história através dos tempos, sendo bastante
antigo entre os povos, o ato de se comunicar.
O primeiro e mais contundente relato com relação a situação de problemas de comunicação no
processo laboral, foi a história da torre de Babel.
E por tal fato ter uma conotação espiritual, de credo entre o pessoal e o soberano é que a
uso como exemplo para falar sobre a problemática das relações interpessoais frente ao que se
crer como certo, na relação intrapessoal.
Pois sempre tentamos colocar a nossa pseudo-soberania individual interior, frente as
relações humanas no ambiente laboral, daí o porque de tantos fracassos no campo profissional
e nas relações interpessoais.

Barreiras especificas na comunicação organizacional

As barreiras são interferências na comunicação que dificultam e prejudicam a eficácia


comunicativa.
No âmbito organizacional, além de encontrarmos as barreiras gerais ou comuns no processo
comunicativo, que podem ser de natureza mecânica, fisiológica, semântica ou psicológica, são
encontradas ainda outras especificas, aplicadas mais à comunicação no campo organizacional.
Abordaremos a seguir as principais barreiras neste campo:
Barreiras pessoais: se trata da personalidade de cada um, seus valores e a forma como cada
pessoa se comporta na organização.
Barreiras administrativas/burocráticas: provem da forma como a organização atua e
processam suas informações.
O excesso e sobrecarga de informações: o exagero de informações seja através de papeis
administrativos e institucionais ou reuniões desnecessárias, impresso ou eletrônico, acabam por
saturar o receptor.
Comunicações incompletas e parciais: são encontradas nas informações de pouca
confiabilidade sendo assim sujeitas a duvidas, nas informações não transmitidas ou sonegadas,
naquelas que foram distorcidas ou fragmentadas.

Condições para uma comunicação eficaz

A comunicação completa e eficaz é entendida como sendo o fornecimento de troca de


informações, idéias, sentimentos, através de palavras escritas ou orais ou de sinais, sendo vital
para o ajustamento das pessoas”.
Comunicação é a ferramenta que vai permitir que a administração torne comum as
mensagens destinadas a motivar, estimular, diferenciar, premiar e agrupar os integrantes de
uma organização.
Mas para a comunicação atingir o seu objetivo, se faz necessário existir um perfeito equilíbrio
entre o nosso campo intra e interpessoal, entre o transmissor e o receptor.
A sistemática, as ferramentas utilizadas bem como o conforto do ambiente, também são
condições fundamentais para o sucesso da comunicação dentro da empresa e entre os povos.

ÉTICA PROFISSIONAL
CONCEITO GERAL DE ÉTICA

A palavra ética é empregada nos meios acadêmicos com três acepções:


Numa faz-se referência a teorias que tem como objeto de estudo o comportamento moral, ou
seja, como entende Adolfo Sanchez Vazquez – “... a teoria que pretende explicar a natureza,
fundamentos e condições da moral, relacionando-a com necessidades sociais dos homens.” Teríamos
assim nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estudado racional e
cientificamente por uma disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou mesmo, com o
auxilio de outras ciências, ser capaz de explicar valorações comportamentais.
Um segundo emprego dessa palavra é considera-la uma categoria filosófica e mesmo parte da
Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especulativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia
da moral na convivência humana. A Ética como parte da Filosofia, teria como objeto refletir sobre os
fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos
Henrique Cláudio de Lima Vaz, em sua obra Ética e direito, discorrendo longamente sobre essa
concepção puramente especulativa dos domínios da Ética, nas várias escolas filosóficas, entende
que, embora muitas teorias contemporâneas ponham em dúvida a possibilidade de uma Ética
filosófica, “... parece difícil admitir que uma teoria do ethos no sentido filosófico da sua justificação
ou fundamentação racional possa desaparecer do horizonte cultural da nossa civilização, a menos
que desapareça a própria filosofia e a civilização venha a mudar de alma e de destino.”
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível de uma ciência,
nem tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicação de
regras morais no comportamento social, o que se pode resumir como qualificação do
comportamento do homem enquanto ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a
coloca em íntima conexão com o direito.
Nesta visão, pelo reconhecimento do outro como ser de os valores morais dariam o
balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização,direito, especialmente de dignidade.
Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria metodologicamente dos resultados
de uma descrição ou de uma reflexão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento
conseqüencial, capaz de tornar possível e correta a convivência, dando-lhe inclusive o aporte estético
– a correlação do bom com o belo – conceito que nos vem da Filosofia Clássica.
Esta terceira possibilidade do uso da palavra Ética guarda conexão com enunciado proposto
por Max Weber como ética social ou de responsabilidade, é o agir consciente daquele que sabe das
conseqüências de suas escolhas atitudinais, especialmente quando as normas éticas estão formando
o núcleo axiológico da atributividade jurídica.
No dizer de Cláudio Souto e Solange Souto,
Todo indivíduo moral tem uma idéia, certa ou errada, daquilo que deve ser feito. Em toda
sociedade encontramos uma área de conduta que se situa na categoria do que deve ser. E para o
cumprimento das várias condutas pertencentes a esta categoria, existe um conhecimento, ou seja,
uma idéia de como se deve fazer.
Significa então dizer que, sob este aspecto, se a ética de convicção pode servir de critério para
a pessoa emitir juízos e julgar os conflitos de seus próprios valores, será a ética social o critério para
julgar o procedimento de cada um nas relações interpessoais. Como salientamos em outro texto, não
é demais insistir que a Ética, a Política e o Direito embora sejam categorias diferentes, são todas
interagentes da conduta humana: “Cabe à Ética decidir qual seja a resposta sobre o que é
moralmente correto; ao Direito sobre que seja racionalmente justo; e à política, sobre o que seja
socialmente útil.” Seriam estes três caminhos, aqueles que apontariam uma forma racional de buscar
o bem, o bom e o belo na vida social.

ÉTICA E CIDADANIA

Nos últimos tempos, usamos com freqüência o termo cidadania em qualquer discurso ou
diálogo trivial, pois consiste, este vocábulo, devido ao seu significado abrangente, a designação que
tende a ser oportuna e adequada em inúmeras situações.
Todos experimentamos o exercício da cidadania ou o seu desrespeito na vida e, assim
acabamos perfeitamente aptos para apontar a existência ou a falta da mesma sem dificuldades. Esta
realidade permite alcançar o conteúdo que aquele termo designa a partir de um sem número de
direitos que o integram. Tais direitos, seguindo a moral de vida de uma sociedade e de seus
interesses, vão sendo estendidos e ampliados, favorecendo por conseguinte, a identificação do
significado e conteúdo da cidadania em uma quase infinita variedade de situações.
Cidadania, palavra derivada de cidade, estudada por Aristóteles, é melhor compreendida se
pensarmos a cidade como o Estado. Desse modo entendida cidadania, é possível dizer que, todo
cidadão que integra a sociedade pluralista do Estado democrático, é senhor do exercício da
cidadania, a qual, em síntese, é vocábulo que expressa um extenso conjunto de direitos e deveres.
Esta idéia, de exercício de um vasto conjunto de direitos e deveres, consiste o conceito amplo
de cidadania, cujo conteúdo, superior ao conceito estrito de cidadania, o qual é percebido
unicamente como o exercício do direito e dever políticos de votar e de ser votado, só adquire pleno
significado, no mundo contemporâneo, num Estado democrático de direito. E, normalmente, na
atualidade, quando fazemos referência à cidadania, estamos falando de seu sentido ampliado.
Como se disse a pouco, perceber o pleno alcance do conceito amplo de cidadania, hoje, exige,
necessariamente, o ambiente de vida e de convívio entre os homens típico e próprio de um Estado
democrático de direito. Em sua acepção ampla, cidadania constitui o fundamento da primordial
finalidade daquele Estado, que é possibilitar aos indivíduos habilidades de um país o seu pleno
desenvolvimento através do alcance de uma igual dignidade social e econômica.
O ambiente de vida social de um estado democrático, cujos pilares de sustentação encontram-
se na admissão, na garantia e na efetividade dos direitos fundamentais da pessoa humana, em uma
sociedade solidária, é tornado real através da observação de vários postulados que lhe são
essenciais. São pressupostos do Estado democrático: 1) a valorização e atualidade da dignidade do
homem e o reconhecimento da importância de dispensar a todos tratamento fraternal, igualitário e
não discriminatório; 2) a confiança nos talentos e possibilidades latentes dos homens; 3) a segurança
e o crédito no valores institucionalizados pelas massas, como fundamento para o progresso do bem
comum e o alcance da justiça; 4) a aceitação da legitimidade das decisões tomadas por meio de
processos racionais e participativos de deliberação, com o consenso da maioria, que constitui o
reflexo, o resultado de debates livres entre todos; 5) respeito aos grupos minoritários; 6) e, a
compreensão de que todo o interesse geral é a síntese dos diversos interesses e idéias dos indivíduos
e dos grupos, diferentes centros de poder, que integram a sociedade pluralista.
Diante disso, percebe-se que, o conceito amplo de cidadania, está conectado e conjugado,
porque encontra aí seus princípios básicos estruturantes, aos conceitos de democracia e igualdade.
O princípio de igualdade disciplina todas as atividades públicas e tem aplicação direta nas
relações privadas, que ocorrem entre os particulares, impondo, para torná-lo real, a proibição de
discriminações e a eliminação de desigualdades fáticas nos planos social e econômico,
proporcionando a todos os cidadãos igual condição de vida e mesma posição perante o Estado
democrático.
E, também para a realização da cidadania, o princípio democrático torna indispensável a
participação popular nas tomadas de decisão.
A cidadania, no Estado democrático de direito, efetivada, oferece aos cidadãos, como iguais
condições de existência, o gozo atual de direitos e a obrigação do cumprimento de deveres, que,
resumidamente, podem ser assim apresentados: exercício de direitos fundamentais e participação; e,
os deveres de colaboração e solidariedade.
Sabendo-se que todo cidadão tem sua existência acompanhada do exercício de direitos
fundamentais e do direito de participação.
Sobre a participação, cumpri asseverar que este direito significa a capacidade de ser
consultado para as tomadas de decisão que dizem respeito à direção da sociedade em que vive o
cidadão e que, dentre os direitos de participação política, tais como a igualdade de sufrágio, o direito
de voto e de elegibilidade, e o direito de petição, ainda importa recordar outro que também a
integra, é o direito de iniciativa popular.
A iniciativa popular de leis, que cabe aos cidadãos (2º parágrafo do artigo 61 da Constituição
da República brasileira), o referendo e o plebiscito, correspondem a alternativas de participação
política (o referendo e o plebiscito devem ser determinados, para que se verifiquem, pelo Congresso
Nacional).
O exercício de todos os direitos inerentes ao Estado democrático e do direito de participação,
é acompanhado do respeito aos deveres de contribuir para o progresso social e de acatar e respeitar
o resultado final obtido em cada consulta coletiva.
A respeito dos direitos fundamentais, os quais representam, na verdade, situações
reconhecidas juridicamente sem as quais o homem é incapaz de alcançar sua própria realização e
desenvolvimento plenamente, consistindo o resultado da luta dos homens por um direito ideal, justo
e humano, que foram e vão sendo aperfeiçoados e estendidos ao longo do tempo, resta dizer que os
mesmos estabelecem faculdades da pessoa humana que permitem sua breve classificação do
seguinte modo: 1) os direitos de liberdade, como por exemplo, a liberdade de consciência, de
propriedade, de manifestação do pensamento, de associação, etc.; 2) os direitos de participação
política, tais como a igualdade de sufrágio, o direito de voto e de elegibilidade, o direito de petição;
3) os direitos sociais, que abrangem s direitos de natureza econômica, como por exemplo, o direito
ao trabalho, de assistência à saúde, à educação, etc.; 4) os direitos chamados de quarta geração, por
exemplo, o direito à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida.

CIDADANIA

Ninguém nasce cidadão, mas torna-se cidadão pela educação. Porque a educação atualiza a
inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social.
Cidadania é, nesse sentido, um processo. Processo que começou nos primórdios da
humanidade e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos humanos, não como
algo pronto, acabado; mas, como aquilo que se constrói.
Assim como a ética, a cidadania é hoje questão fundamental, quer na educação, quer na
família e entidades, para o aperfeiçoamento de um modo de vida.
Não basta o desenvolvimento tecnológico científico para que a vida fique melhor. É preciso
uma boa e razoável convivência na comunidade política, para que os gestos e ações de cidadania
possam estabelecer um viver harmônico, mais justo e menos sofredor.
O exemplo de Betinho.
Foi através do impeachment que ocorreu a luta pela redemocratização do Brasil. Foi através
deste fato que os brasileiros passaram a entender que a democracia pode funcionar.
Dali surgiu o movimento pela Ética na política, tendo como princípio o fato da democracia não
sobreviver sem Ética. Este movimento começou sem muito poder, mas foi conseguindo mobilizar o
apoio de entidades, de representantes da sociedade, de lideranças políticas, etc., ganhando a
envergadura necessária para um salto democrático e cidadão.
Nasceu a Ação da Cidadania.
Nessa Ação da Cidadania, surgida da força social, apareceu uma nova idéia para a sociedade:
combater a fome. Nela estava expressa a indignação frente à miséria, que é o maior crime moral que
a sociedade pode cometer.
A Ação da cidadania é uma ação da sociedade contra a fome. Porque a fome é a expressão
mais imediata, mais urgente da miséria. É uma ação contra a miséria, porque ela é mais ampla e se
manifesta de diferentes maneiras: na saúde, na educação, na falta de moradia, na falta de esgoto,
etc. Dessa ação de cidadania surgiu, por exemplo, o Consea – Conselho Nacional de Segurança
Alimentar, que é a parte governamental da campanha, que foi presidida por dom Mauro Morelli.
Não é demais lembrar que nos anos 70, época da ditadura, existiam vários movimentos contra
a mesma.
Naquela época, qualquer um da oposição que fosse capturado era torturado e até mesmo
morto. Mas tudo isso não impediu que os oposicionistas conseguissem seus direitos políticos e
sociais de volta, pois alcançaram o fim da censura à imprensa, anistia e as eleições diretas.
Para Betinho, o grande impulsionador daquela Ação da Cidadania, o caminho para se mudar
um país depende principalmente da sua cultura e de seus valores éticos. Ele julgava que a TV, de um
modo geral, era antiética.
Porque não proclamava os cidadãos para o protagonismo político, nem os educava nos valores
fundamentais para a vida em comum.
Então, ele nomeia e privilegia os princípios, os quais julgava mais essenciais para a participação
política dos cidadãos: igualdade, solidariedade, diversidade para se formar uma sociedade
democrática.
De forma que, uma comunidade política sem ética e cidadania está fadada não só ao
autoritarismo, mas, também, à prática da corrupção e artimanhas de favoritismo de toda espécie.
Por isto, tanto o apelo pela ética pensada na emergência do sujeito ético, e não simplesmente
em códigos de ética; quanto, a necessidade de ações de cidadania que busquem concretizar direitos,
são os modos mais eficazes e eficientes, nos dias de hoje, para que a comunidade política possa ser o
lugar privilegiado da autonomia e autorealização dos indivíduos e da própria comunidade.
Depreende-se então, que se faz necessário ter uma consciência individual para que se possa
ser responsável socialmente. Em outras palavras, a responsabilidade individual é que vai garantir um
ética, fundada em princípios e valores que norteiem o viver em comunidade.
Entretanto, não podemos pensar que é o sujeito moral imiscuído na sua individualidade, que
irá fundar uma ética. Pois, neste caso, o que pode ser moral para um, pode se imoral para outro.
Faz-se necessário um salto do individual para o coletivo, do privado para o público, do
particular para o universal. Mas, isto não quer dizer que se exija que sejamos Sócrates, Cristo,
Ghandi, Buda; ou Tiradentes, Antônio Conselheiro, Zumbi, etc.
Podemos, simplesmente fazer como alguns negros fizeram nos Estados unidos. A lei os proibia
de entrar em bares, eles entravam assim mesmo. Até que um dia aquela lei virou lixo.
Então, é preciso fundar a responsabilidade individual numa época constituída e instituída
tendo em mira o bem comum, ou seja, visando a formação do sujeito ético, porque aí é possível a
síntese entre ética e cidadania, no qual possa prevalecer muito mais uma ética de princípios, do que
uma ética do dever.
Ou seja, a responsabilidade individual deverá ser portadora de princípios e não de interesses
particulares.
Somente assim, o sujeito ético norteará um novo modo de viver e um novo sentido ético, para
que os humanos alcancem a felicidade terrena.

O PROFISSIONAL

Possuir vocação e preparação adequada para o exercício de atividade profissional e trabalhar


por seu enaltecimento.
Desenvolver ao máximo o seu sentido de responsabilidade, isto é, evitar que por descuido,
omissões, negligências etc., seus atos causem prejuízo à empresa onde trabalha, ao público em geral,
ou aos companheiros de trabalho ou profissão.
Guardar absoluta lealdade, correção e seriedade nas relações com seus chefes, colegas e
demais colaboradores. Assim abster-se-á em buscar posições e cargos a base do conhecimento que
tem das particularidades da firma, por meios distintos a sua idoneidade, retidão e atitude
profissional.
Procurar o culto de suas atitudes e conhecimentos, a fim de que seu trabalho seja executado
no mais alto nível de rendimento. Demonstrar permanente ânsia de superação no aspecto moral,
social e intelectual, com projeção ante a empresa e companheiros, tendo em conta que a
capacitação é a base do progresso.
Atender com esmero, pontualidade, discrição e zelosa diligência as funções de seu cargo.
Demonstrar uma conduta inatacável e todos os seus atos públicos e privados, para gozar da
confiança da sociedade e dar o necessário prestígio a sua profissão.
Nunca preterir seu julgamento pessoal aparente à boa marcha da empresa em conseqüência,
sem egoísmo, deve estimular e ajudar, com palavras e atos, seus companheiros.
Impedir que, por parte de seus chefes, se criem favoritismos que, eventualmente, a ela
beneficiem temporariamente, o que constitui dano irreparável para a boa organização do pessoal e a
correta condução da empresa.
Ter consciência que a sua responsabilidade é de caráter rigorosamente individual.
Não descuidar nem abandonar o cargo.
Por obrigação moral, informar-se quanto lhe seja possível de todos os assuntos relativos a sua
profissão.
Praticar a amizade com um fim e não com o meio. Para tanto em todo momento, respeitará e
se fará respeitar como pessoa humana, não desempenhará funções que não estejam de acordo com
a moral e costumes que regem a sociedade livre.
Ter sempre suas obrigações de cidadão para com a Nação, a comunidade e as pessoas as quais
preste serviços, praticando a lealdade constante de palavras e trabalho, dedicando generosamente
seu tempo ao desempenho de suas funções.
Em suma, o profissional deve cimentar sua reputação na honradez, trabalho e capacidade
profissional, observando as regras de ética contidas neste código e outras de caráter moral, cujo
espírito amplie o das presentes, assim como o devido decoro em sua vida privada.

CONSTITUEM FALTAS CONTRA A DIGNIDADE DO TRABALHO

Utilizar informações e influências ganhas na posição, pra obter vantagens pessoais. Os


profissionais em exercício de sua profissão estão estritamente submetidos a regras ordinárias do
segredo profissional e devem, portanto, recusar toda declaração que constitua perigo de divulgação
ou possa comprometer as pessoas ou entidades com as quais trabalhe. Estão, pois, obrigados a
guardar o segredo profissional, haja vista ouvido ou compreendido, salvo em casos transcendentais
como:
1. Ao chefe naquilo que estritamente o concerne;
2. Às pessoas responsáveis de uma missão ou cargo, quando a revelação é útil;
3. Às autoridades jurídicas ou de higiene nos casos ´revistos pela lei.

Realizar diretamente ou por outra pessoa e em qualquer forma, questões encaminhadas a


desfazer ou substituir a um colega, ou oferecer seus serviços ou presta-los a preço menor, para
impedir que se encarregue dele outra pessoa.
Negar-se a prestar colaboração nas distintas dependências da entidade para quem trabalhe.
Prestar o serviço de forma deficiente, demorar injustamente sua execução ou abandonar sem
causa alguma o trabalho que foi solicitado.
Delegar a outras pessoas a execução de trabalhos que em forma estritamente confidencial lhe
tenha sido solicitado.
Fomentar a discórdia.
Usar tráfico de influências, as familiaridades, as atenções injustificadas ou insólitas de todo ato
equívoco, que possam ser interpretados como meio para lograr ou favorecer a benevolência do
chefe.
Rechaçar ajuda aos companheiros, com o fim de facilitar a solução de inconvenientes
momentâneos por problemas domésticos, ausência transitória, ou por qualquer outra causa similar,
que não esteja de acordo com os regulamentos da empresa.
Observar com os companheiros conduta egoísta na transmissão de experiências, informações
oportunas sobre coisas importantes que eles desconheçam.
Fazer publicações indecorosas e inexatas, insinuações maléficas, com tendências a infundir
dúvidas sobre a preparação e honestidade, aqueles que estão dedicados à mesma profissão e a
realização de questões para desfazer ou substituir a um colega.

CARÁTER HISTÓRICO DA MORAL

Se por moral entendemos um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações


dos indivíduos numa comunidade social dada, o seu significado, função e validade, não podem deixar
de variar historicamente nas diferentes sociedades. Assim como umas sociedades sucedem as
outras, também as morais concretas, efetivas, se sucedem e substituem umas às outras. Por isso
pode-se falar da moral da Antiguidade, da moral Feudal, própria da Idade Média, da moral Burguesa,
na sociedade moderna, etc. ... Portanto, a moral não pode concebe-la como um aspecto da realidade
humana mutável com o tempo. Mas a moral é histórica precisamente porque é um modo de
comportar-se de um ser – o homem – que por natureza é histórico, isto é, um ser cuja característica
é de estar-se fazendo ou se autoproduzindo constantemente tanto no plano de sua existência
material prática, como no de sua vida espiritual incluída nesta moral.

ORIGEM DA MORAL

A moral só pode surgir, e efetivamente surge - quando o homem supera a sua natureza
puramente natural, instintiva, e possui já uma natureza social, isto é, quando já é membro de uma
coletividade. Como regulamentação do comportamento dos indivíduos entre si e destes com a
comunidade, a moral exige necessariamente não só que o homem esteja em relação com os demais,
mas também certa consciência – por limitada e imprecisa que seja – desta relação, para que se possa
comportar de acordo com as normas ou prescrições que o governam.
Mas esta relação de homem para homem, ou entre indivíduo e a comunidade, é inseparável
da outra vinculação originária: a que os homens – para subsistir, defender-se – mantêm com a
natureza ambiente, procurando submete-la. Esta vinculação se manifesta, antes de mais nada, no
uso e fabrico de instrumentos, ou seja, no trabalho humano.
Através do trabalho, o homem primitivo já estabelece uma ponto entre si e a natureza e
produz uma série de objetos que satisfazem as suas necessidades. O trabalho de “Corretor de
Imóveis” adquire necessariamente um caráter coletivo e o fortalecimento das coletividades o
transforma numa necessidade vital.
A necessidade de ajustar o comportamento de cada membro aos interesses da coletividade
leva a que se considere como bom ou proveitoso tudo aquilo que contribui para reforçar a união ou a
atividade comum e ao contrário, que seja como mau o perigoso o oposto, ou seja, o que contribui
para debilitar ou minar a união, o isolamento, a dispersão dos esforços, etc. Estabelece-se, assim,
uma linha divisória entre o que é bom e o que é mau, uma espécie de tábua de deveres ou
obrigações baseada naquilo que se considera bom ou útil para a comunidade.
Na atividade de “Corretor de Imóveis”, segundo a ética, um negócio só será considerado como
“bom negócio”, se ambas as partes forem satisfeitas, pois só será bom para você se for bom para
outrem.
O Conceito de Justiça corresponde também ao mesmo princípio coletivista. Como justiça
distributiva implica na igualdade na distribuição. Como justiça redistribuidora a reparação de um mal
causado a um membro da comunidade coletiva.
A moral coletivista é uma característica das sociedades primitivas que não conhecem a
propriedade privada nem a divisão de classes é uma moral única e válida para todos os membros da
comunidade. Mas ao mesmo tempo, trata-se de uma moral limitada pelo próprio âmbito da
coletividade; além dos limites do grupo, seus princípios e suas normas perdiam a sua validade. De
outra parte, a moral primitiva implicava numa regulamentação do comportamento de cada um, de
acordo com os interesses da coletividade, mas nesta relação o indivíduo via a si mesmo como parte
da comunidade ou como sua encarnação ou seu suporte.
Uma ética profissional é baseada na responsabilidade pessoal, que só será evidenciada se
criadas condições sociais para um novo tipo de relação entre o indivíduo e a comunidade. Desta
maneira, por conseguinte, somente quando um sujeito conhece uma norma, a interioriza e dispõe da
possibilidade de cumpri-la, optando livremente entre várias alternativas, pode-se afirmar que está
moralmente obrigado. Portanto o fator pessoal aqui não pode ser ignorado. Sem ele – a diferença
daquilo que sucede na esfera do direito e do trato social – não é possível falar com propriedade
moral. O fator pessoal é essencial, na obrigação moral, mas este fator não pode ser separado das
relações sociais que se agrupam em cada indivíduo e, portanto, esta obrigação não se pode explicar
como algo estritamente individual, pois também possui caráter social.

A CONSCIÊNCIA MORAL (CONSCIÊNCIA ÉTICA)

O problema da obrigatoriedade moral se relaciona estreitamente com o da natureza, da


função e do faturamento da consciência moral e por sua vez com o da autonomia e o da
heteronomia da própria moral.
O termo “Consciência” pode ser usado em dois sentidos. Um geral, o de consciência
propriamente dita, e outro específico, o de consciência moral. O primeiro é o que encontramos em
expressões como estas: “Pedro perdeu a consciência”, “João tinha consciência dos graves perigos
que o ameaçavam.” O mesmo sentido tem também a expressão: “tomar consciência de nossos atos”
que equivale a dizer: “ser conscientes daquilo que estamos fazendo.” Em todos estes casos, o
conhecimento ou o reconhecimento de algo e o ter consciência e o ser consciente significam algo
que está acontecendo, ou também registrar sua existência a situa-se a certa distância do real. Mas
consciência não somente registra ou compreende o que está diante dela de uma maneira efetiva,
mas também pode antecipar idealmente na forma de projetos, fins ou planos a acontecer. E, neste
sentido, dizemos que “João não tinha consciência dos graves perigos que o ameaçavam” isto é, não
antecipava ou não previa idealmente o que podia acontecer-lhe real ou efetivamente.
O segundo sentido do termo “consciência” é o específico de consciência moral, que se
encontra também em expressões como estas: “a minha consciência me diz”, “a voz da consciência”,
“o apelo da consciência”, etc.”. Os valores morais existem unicamente em atos ou produtos humanos
conscientes. Neste sentido, podemos qualificar normalmente o comportamento dos indivíduos ou
dos grupos sociais, as intenções de seus atos e seus resultados e conseqüências, as atividades das
instituições sociais, etc.

OBRIGAÇÃO MORAL E LIBERDADE

A obrigação moral supõe necessariamente uma livre escolha. Quando esta não pode verificar-
se como acontece nos casos de rígida determinação causal externa ou interna – não é admissível
exigir do agente uma obrigação moral, já que não pode cumpri-la. Mas basta a possibilidade de
escolha livremente para se dar tal obrigação. Nem toda liberdade de escolha possui uma significação
moral e traz consigo, por si só, uma obrigatoriedade moral. Num dia de descanso, minha escolha
entre ir ao cinema ou ficar em casa lendo um romance, evidencia minha liberdade de escolha e não
se relaciona com uma obrigação moral. Certamente nada me pode ser imputado moralmente pelo
fato de ter decidido por uma outra alternativa. Mas escolho entre ir ao cinema e visitar um amigo
que prometi ver na mesma hora, esta escolha é condição indispensável para o cumprimento da
obrigação moral assumida. Eu era obrigado a cumprir a promessa porque podia cumpri-la, dado que
tinha a possibilidade de escolher entre uma e outra alternativa.
A obrigação moral apresente-se assim como a determinação de meu comportamento; isto é,
orientando-a numa certa direção. Mas sou obrigado moralmente só na medida em que posso recusar
o outro caminho. Neste sentido, a obrigação moral pressupõe necessariamente minha liberdade de
escolha, mas supõe, ao mesmo tempo, uma limitação de minha liberdade. Comporto-me
moralmente, eu era obrigado por minha promessa, pelo dever de cumpri-la e, neste sentido, devia
decidir ou de uma maneira ou de outra.
A obrigação moral de um “Corretor de Imóveis” deve ser assumida livre e internamente pelo
sujeito e não importa de fora. Se acontece o ultimo caso, estaremos diante de uma obrigação jurídica
ou diante de outra pertencente ao trato social se não de uma ética profissional.
A consciência moral somente pode existir sobre a base de consciência no primeiro sentido e
como uma forma específica desta. Por isso, também acarreta uma compreensão de nossos atos, mas
sob um ângulo específico, moral, mas, ao mesmo tempo, implica numa avaliação e num julgamento
de nosso comportamento de acordo com as normas que ela conhece como obrigatórias.
Por esta razão, o conceito de consciência está estritamente relacionado com o de
obrigatoriedade e consequentemente com o de ética profissional. Mas as normas obrigatórias se
mantêm sempre num plano geral, e, por conseguinte, não fazem referência ao modo de agir em cada
situação concreta. É a consciência moral que, neste caso, informando-se da situação e com a ajuda
das normas estabelecidas, que interioriza como suas, toma as decisões que considera adequadas e
internamente julga os seus próprios atos ao passo que, por essência, compete à moral interiorizar,
aderir ou ajeitar intimamente as normas.

ESSÊNCIA DA MORAL

Partindo da definição “a moral é um conjunto de normas, aceitas livres e conscientemente,


que regulam o comportamento individual e social dos homens”, encontramos na moral dois
planos:
a) Normativo – constituído pelas normas e regras de ação e pelos imperativos que anunciam
o que deve ser.
b) Factual – ou plano dos fatos morais, constituídos por certos atos humanos que se realizam
e efetivam, isto é que são independentemente de como pensamos que deveriam ser.
No plano normativo, estão as regras que postulam determinado tipo de comportamento “ama
ao teu próximo como a ti mesmo”, “respeita teus pais”, “ não mintas”, etc. Ao plano factual,
pertencem sempre ações concretas; o fato pelo qual “X” se mostra solidário com “Y”, atos de
respeito para com os pais, etc. Todos estes atos se conformam com determinadas normas morais,
Mas o mundo efetivo da moral não se esgota neles. Consideramos outros tipos de atos: o não
cumprimento de uma promessa feita baseada na obrigação do Corretor de ir até o ajuste das partes
interessadas, a falta da solidariedade comum companheiro, a cumplicidade numa transação injusta
etc. Não podemos ser considerados moralmente positivos por que implicam na violação de normas
morais ou uma forma de comportamento errada. São atos moralmente negativos por referir-se a
uma norma.
O normativo e o factual não coincidem, todavia, como já assinalamos, encontra-se numa
relação mútua: o normativo exige ser realizado e, por isso, orienta-se no sentido do factual; o
realizado (o factual) só ganha significado na medida em que pode ser referido (positiva ou
negativamente) a uma norma. Não há normas que sejam indiferentes à sua realização; nem há,
tampouco, fatos na esfera moral (ou da realização moral que não se vinculem como normas). Assim,
portanto, o normativo e o factual, no terreno moral (a norma e o fato), são dois planos que podem
ser distinguidos, mas não completamente separados.

A REALIZAÇÃO DA MORAL COMO EMPREENDIMENTO COLETIVO

Dado que a realização da moral não é assunto exclusivo dos indivíduos, é necessário examinar
as instâncias sociais que influem no seu comportamento moral e contribuem para a realização da
moral como empreendimento coletivo. Esta análise, por sua vez, se torna necessária por duas razões:
a primeira é que o indivíduo, inserido numa rede de relações sociais (econômicas, políticas e
ideológicas), integrado em determinadas estruturas, organizações e instituições sociais, ou
determinado por condições objetivas diversas (econômicas, sociais, políticas e espirituais), não pode
deixar de comportar-se moralmente sem sentir o peso, o limite, ou somente a influência desses
fatores sociais. A segunda é que não somente o indivíduo enquanto real, que age de uma maneira
livre, consciente e responsável, se comporta moralmente, mas também os organismos e instituições
sociais (família, grupos profissionais, partidos políticos, etc.), mostram no seu comportamento um
conteúdo moral.
A VIDA ECONÔMICA

A vida econômica da sociedade compreende em primeiro lugar, a produção material de bens


destinados a satisfazer as necessidades humanas vitais: alimentar-se, vestir-se, morar, etc. O
desenvolvimento da produção delimita em cada sociedade, em cada época, o nível alcançado pelo
homem no domínio sobre a natureza. Mas os indivíduos não produzem isoladamente, e sim
associados ou organizados de certo modo para poder dominar, com o seu trabalho, as forças naturais
e faze-las servir a si. Para vender um imóvel o proprietário pode adotar diversos meios, contraindo
certas relações que se referem tanto ao modo de praticar (anunciar o que quer vender e esperar que
o interessado o procure), quando a maneira de distribuir a riqueza social (encarregar de fazer esta
venda a um intermediário corretor). Este conjunto de relações dos homens constituem a base
econômica da sociedade.
A vida econômica da sociedade é tão humana como qualquer outra forma de vida, pois o
homem aparece necessariamente nos dois aspectos: a) na produção material (por exemplo, na
medida que o corretor exerce sua capacidade de venda; b) nas relações de produção, enquanto estas
são em definitivo, relações sociais humanas.

SIGNIFICADO MORAL DO TRABALHO DO CORRETOR

O trabalho implica o espírito da cooperação e nunca da competição ou concorrência. No


trabalho, o indivíduo vive do calor e seriedade de sua palavra, onde desenvolve a sua capacidade
criadora fazendo surgir um mundo de objetos nos quais, concretizando seus fins e seus projetos,
imprime seu vestígio ou marca como ser humano. Por ser uma atividade de ação e de espírito de
iniciativa, é algo valioso, mas o seu valor assenta, antes de tudo, no seu poder de humanização.
Quem não trabalha vivendo antes às custas do trabalho dos outros, possui uma humanidade que não
lhe pertence, isto é, que ele pessoalmente não contribui para conquistar e enriquecer.
Uma sociedade vale moralmente o que nela vale como atividade propriamente humana.
ARGUMENTAÇÃO E PROMESSA

“A” faz uma promessa a “B”, que está disposto a não cumprir se assim convém, de acordo
com a máxima que poderia ser a seguinte: “Se me convém, farei esta promessa, com a intenção de
não cumpri-la quando julgar oportuno”. Mas “A” não pode logicamente querer que esta máxima se
torne universal, porque, se aceitasse universalmente que se pode fazer promessas que todos podem
e tal forma não cumprir e tal forma observassem universalmente, não haveria mais ninguém que
fizesse promessas e, logo, não haveria absolutamente mais promessas. Conclui-se que um Corretor
de Imóveis nunca pode deixar de cumprir uma promessa.

CONDIÇÕES DA RESPONSABILIDADE

Um dos índices fundamentais do progresso moral é a elevação da responsabilidade dos


indivíduos ou grupos sociais no seu comportamento moral. Assim se o enriquecimento da vida moral
acarreta o aumento desta responsabilidade pessoal, o problema de determinar as condições desta
responsabilidade adquire uma importância primordial. De fato, atos propriamente morais são
somente aqueles nos quais podemos atribuir ao agente uma responsabilidade não só pelo que se
propôs realizar, mas também, pelos resultados e conseqüências de sua ação. Mas o problema da
responsabilidade moral está estritamente relacionado, por sua vez, com o da necessidade e
liberdade humana, pois somente admitindo que o profissional tenha certa liberdade de opção e de
decisão é que se pode responsabilizá-lo pelos seus atos.
Assim, portanto, tão somente o conhecimento, de um lado, e a liberdade, de outro, permitem
falar legitimamente de responsabilidade. Pelo contrário, a ignorância, de uma parte, e a falta de
liberdade de outra (entendida aqui como coação), permite eximir o sujeito da responsabilidade
moral.
Se pudermos responsabilizar somente o sujeito que escolhe, decida e age conscientemente, é
evidente que devemos eximir da responsabilidade moral a quem não tem consciência, a natureza ou
as conseqüências de sua ação. A ignorância neste amplos sentido se apresenta, portanto, como uma
condição que exime da responsabilidade moral.
A ignorância das circunstâncias, da natureza ou da conseqüência dos atos humanos autoriza a
eximir um indivíduo da sua responsabilidade pessoal, mas essa isenção estará justificada somente
quando por sua vez, o indivíduo em questão não for responsável pela sua ignorância, ou seja, quando
se encontra impossibilitado por razões pessoais ou sociais.

MORAL E TRATO SOCIAL

Detenhamo-nos agora, brevemente, nas relações entre a moral e o trato social, especificando
aquilo que une e aquilo que distingue as duas formas de comportamento humano.
1. Com o direito e a moral, o trato social cumpre a função de regulamentar as relações dos
indivíduos, regulamentação que contribui com as demais formas do comportamento normativo, para
garantir a convivência social no quadro da uma ordem determinada.
2. As regras do trato social, como as normas morais se apresentam como obrigatórias e o seu
cumprimento é consideravelmente influenciado pela união dos demais. Contudo, por mais forte que
seja esta coação externa, nunca assume um caráter coercitivo.
3. Como acontece na moral, o trato social não conta com dispositivos coercitivos que possam
obrigar a cumprir as suas regras ou normas, inclusive contra a vontade do sujeito. Estas, por
exemplo, exigem que se responda à saudação de um cumprimento ou que se ceda o lugar a um
ancião, mas nada e ninguém pode obrigar-se a cumprir esta obrigação por força.
4. As regras do trato social, como as do direito, não exigem o reconhecimento, a adesão íntima
ou seu sincero cumprimento por parte do sujeito. Ainda que se possa dar à regra uma íntima adesão,
o trato social constitui essencialmente um tipo de comportamento humano formal e exterior.
Em resumo: o trato social constitui um comportamento normativo que procura regular, formal
e exteriormente, a convivência dos indivíduos na sociedade, mas sem o apoio da convicção e adesão
íntima do sujeito (característica moral), e sem imposição coercitiva do cumprimento das regras
(interesses ao direito).
AVALIAÇÃO MORAL DA VIDA ECONÔMICA

Falemos de obrigações imobiliárias. Enquanto cada indivíduo estiver inserido, de uma maneira
ou de outra na vida econômica, a realização moral não pode deixar de ser afetada
consideravelmente pelas relações econômicas dominantes. Contudo, a vida econômica não influi
somente desta maneira na realização moral, mas também influi reclamando uma moral à altura.
Assim, por exemplo, num negócio afetado numa sociedade na qual o trabalho é antes de tudo meio
para subsistir e não uma necessidade humana vital, na qual domina oculto do dinheiro e na qual o
sujeito é pelo que possui privativamente, cria-se as condições favoráveis para que qualquer um
aspire a satisfazer os seus interesses mais pessoais, às custas dos demais. Fortalecem-se os impulsos
individualistas ou egoístas, porque assim um sistema econômico no qual a segurança pessoal
encontra-se tão somente na propriedade privada. A transação de uma venda visando só o interesse
de lucro, tem a sua moral apropriada (a do egoísmo), e esta impregna a sociedade por todos os
povos.
Uma nova vida econômica, sem alienação do vendedor, do comprador e do corretor,
obedecidas certas normas de ética profissional, torna-se assim uma condição necessária para uma
moral superior, na qual o bem de cada um se combine com o bem de todos (o da comunidade).

DESAFIO ÉTICO ATUAL E O CÓDIGO DE ÉTICA DO CORRETOR DE IMÓVEIS

A modernidade aparece, primeiro, com o grande movimento da globalização que foram as


navegações ibéricas. Falamos hoje em globalização como se fosse novidade. Mas, na época de
Sagres, já se falava em globalização, com outras palavras. E tanto globalizaram que conseguiram
abarcar outras regiões do planeta, embora Colombo tenha morrido sem saber que havia chegado à
América. Morreu convencido de que tinha alcançado Cipango, nome que se dava ao Japão. As
descobertas marítimas, a criação das universidades, principalmente da Sorbonne que é do século XII,
e da Universidade de Bolonha, e as corporações marítimas, que são as matrizes dos sindicatos, foram
três fatores que, de certa forma, prepararam o advento da modernidade. Todos nós somos filhos da
modernidade. Nossa estrutura de pensamento é moderna, mas nem sempre foi assim, e nem em
toda parte do mundo é assim.
Qual é a característica da modernidade? São duas linhas: a filosofia de René Descartes e a
física de Isaac Newton. Descartes com o “Penso, logo existo”, mostrou que a razão é capaz de
decifrar os enigmas do conhecimento. Já contemporaneamente a ele, ou um pouco antes, um
acontecimento marcou decisivamente a introdução da visão moderna: a astronomia de Nicolau
Copérnico, depois complementada por Galileu Galilei. Copérnico fez algo de revolucionário, a ponto
de hoje se falar de revolução copernicana, porque até então as pessoas olhavam o mundo com os
pés na terra. Copérnico fez o inverso: como será a Terra se eu me imaginar com os pés no Sol? A
partir dessa mudança, ele teve uma compreensão completamente diferente do universo, mas só
ousou partilha-la em seu leito de morte, com medo da Inquisição. Depois veio Galileu e acabou com
a idéia de que a ciência é baseada no senso comum. Detalhe: o que Galileu constatou
cientificamente no século XVII, Erastóstenes já havia comprovado na Grécia, três séculos antes de
Cristo. Erastóstenes, astrônomo grego, afirmava que a Terra é redonda e gira. Ele teve o cuidado de
colocar estacas entre duas cidades e medir a incidência do sol sobre essas estacas, constatando que a
sombra que o Sol projetava comprovava que a Terra é redonda e gira. Mas Erastóstenes não tinha
lobby suficiente para fazer prevalecer sua opinião. O mais fantástico é que ousou medir a cintura da
Terra, e chegou à conclusão de que ela tinha 39.000 quilômetros. No século XX, a ciência constatou
que são 40.008 quilômetros.
A idéia de que vivemos num planeta, que não é o centro do universo, foi extremamente
desconfortável para a Igreja, primeiro porque, na Bíblia, consta que Josué parou o Sol. Se a palavra
de Deus afirma que Josué parou o Sol, como um cientista ousa afirmar que não é o Sol que gira, mas
é a Terra que gira em torno do sue próprio eixo e em torno do Sol? E depois, diziam a Galileu, o Sol
nasce no Leste, passa sobre nossas cabeças, desce no Oeste, durante a noite caminha por baixo da
Terra e, de repente, renasce novamente no Leste. É ele que gira. A grande revolução que introduziu a
modernidade foi provar que a ciência não é o que parece, mas o que se comprova pela experiência e
pela pesquisa.
Descartes levou isso ao plano filosófico. Ele tanto influenciou a modernidade que ainda hoje
nossa ciência e nossa chave de conhecimento são profundamente cartesianas. O exemplo mais óbvio
é a Medicina. Você vai ao médico, tem um problema cardíaco e ele receita um remédio muito bom
para o coração. O resultado é o aparecimento de um pequeno problema colateral no intestino, mas
para o coração o medicamento é ótimo. Se o problema é intestino, você toma um outro remédio,
que vai provocar uma pequena insônia, mas não se preocupe. Ou vai ao médico do espírito, o
terapeuta, o psicanalista, e alguns nem sequer lhe estendem a mão porque não pode haver contato
físico. Mas o médico do corpo, que manda fazer uma série de exames, nem sempre tem o cuidado de
perguntar sobre sua história familiar, seus hábitos, como é o seu cotidiano, o que você come. Ou
seja, a cultura moderna é tão cartesiana, tão fragmentada, sem percepção de tudo, que não temos,
como na China e no Tibete de antigamente, o médico da pessoa, nós temos o médico do detalhe. Na
China antiga você pagava o médico enquanto tinha saúde. Ficando doente, ele tinha que trata-lo de
graça, porque a responsabilidade do médico é assegurar sua saúde. Nós pagamos o médico quando
ficamos doentes. Então ele não se sente propriamente responsável pela preservação de minha
saúde.
A segunda linha da modernidade é a física de Newton, que imaginou o universo como um
grande relógio, sendo Deus o relojoeiro. Como os nossos relógios, o universo possui uma mecânica
interna. No meu relógio os ponteiros coincidem com o movimento do tempo pela razão dessa
mecânica interna. Não preciso dar corda a cada minuto no meu relógio, nem preciso mover com o
dedo os ponteiros para que haja esta coincidência. Então Newton concluiu que o universo também
possui leis endógenas: quanto mais conseguimos decompor as coisas em seus mecanismos internos,
melhor vamos conhecer estas coisas. Resultado: toda a ciência da modernidade é uma ciência
decantação, da decomposição, da fragmentação. Ninguém escapa disso. A Física se tornou a rainha
das ciências porque conseguiu provar que os fenômenos não acontecem por acaso, mas possuem
leis. Podemos não entender essas leis. Os índios Pueblos, no México, acreditavam, antes da chegada
de Colombo, que o Sol nascia graças aos ritos que eles promoviam todas as madrugadas. Acredito
que os índios Pueblos nunca tenham se arriscado a dormir até mais tarde, com medo do universo
ficar escuro. Newton acharia graça nessa história, porque ele dizia: “independentemente da minha
vontade, o Sol vai nascer todos os dias, pelo fenômeno da rotação da Terra”. No fim do Século XVII,
um astrônomo inglês chamado Edmund Halley, viu um cometa cruzar os céus de Londres e passou a
noite debruçado sobre sua escrivaninha fazendo cálculos. No dia seguinte, reuniu a comunidade
científica e previu: “dentro de 77 anos, aquele cometa, que ontem a noite atravessou os céus de
Londres, voltará a passar”. Muitos acharam que Halley tinha ficado louco: como alguém sem nenhum
instrumento capaz de captar o movimento dos astros, fechado em sua casa, pode afirmar, com
tamanha segurança, que aquele astro brilhante vai voltar exatamente dentro de 77 anos? Mas a
comunidade científica o levou a sério e, efetivamente, em 1759, 77 anos depois (Halley já tinha
morrido), o cometa que leva hoje seu nome atravessou de novo os céus de Londres. Foi a glória da
razão. Ou seja, se a razão é capaz de prever com tamanha exatidão o movimento dos astros, é capaz
de reequacionar todos os problemas humanos. Aí vem o Iluminismo para dizer: o que não é racional
não é real. A religião, então, passou a escanteio total, como pura superstição.

A PROPOSTA DE UMA ÉTICA DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE KARL OTTO APEL

Uma linha filosófica se orienta, atualmente, para os conflitos da nossa época e a exigência de
uma orientação ética política fundamental. É esse o título de uma das conferências mais atuais de
Karl Otto Apel e é ele o autor de uma das filosofias transcendentais contemporâneas
Trata-se de uma discussão, que o filósofo levanta, sobre a possibilidade mesma de “algo como
uma ética da responsabilidade solidária.”
Diz Apel: “a paradoxalidade dessa situação se caracteriza através do seguinte dilema: de um
lado, a necessidade de uma ética intersubjetivamente vinculatória, de responsabilidade solidária da
humanidade, diante das conseqüências de atividades e conflitos humanos, nunca foi tão urgente
como nos dias atuais, e isso em função do pavoroso aumento do risco decorrente de todas as
atividades e conflitos humanos, devido ao espantoso potencial técnico da ciência. De outro lado,
parece que a fundamentação racional de uma época intersubjetivamente válida jamais foi tão difícil
quanto hoje em dia, uma vez que a ciência moderna (science), pré-ocupou o conceito de
fundamentação racional, intersubjetivamente válida, no sentido da neutralidade valorativa; por
causa disso, todas as formações teóricas não isentas de valoração parecem, a partir deste parâmetro,
só meras ideologias. Assim – conclui – precisamente, uma ética racional de superação dos conflitos
parece ser impossível, já que a ética aparece, desde logo, apenas como possível ideologia de um dos
partidos conflitantes.”
E este é o dilema que apel passa a analisar, nos seus dois aspectos: a exigência de uma ética de
responsabilidade solidária em face da crise ecológica da civilização técnico-científica e a aparente
impossibilidade racional de uma ética de responsabilidade solidária, intersubjetivamente válida, ou
seja, de efetividade entre todos os indivíduos.
Essa preocupação e a sua obra em prol dessas idéias básicas representa um momento
maior da filosofia contemporânea.

CÓDIGO DE ÉTICA

ÉTICA profissional
Estuda e regula o relacionamento do profissional com sua clientela, visando a dignidade
humana e a construção do bem estar sócio-cultural, onde o mesmo atua.
A Ética exige do profissional uma interação entre o fazer e o agir, onde o fazer diz respeito a
competência e o agir a conduta ética assumida no desempenho da sua profissão.
Cabe aos conselhos de classe regulamentar e fiscalizar a ética dos profissionais dentro da
sociedade. Ex. CRECI e CRM
Estudaremos a seguir o Código de Ética Profissional dos Corretores de Imóveis
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

RESOLUÇÃO-COFECI Nº 326/92
Publicado em: 08/07/92
DOU. Nº 129 Fls.: 8821
(SEÇÃO I)

Aprova o Código de Ética Profissional dos Corretores de Imóveis. "Ad-Referendum"

O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS - COFECI, no uso das


atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 10, item VII do Decreto nº 81.871, de 29 de junho de
1978,

RESOLVE:
Art. 1º - Aprovar o anexo CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL.

Art. 2º - A presente Resolução entrará m vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições contrárias, especialmente as Resoluções - COFECI ns. 14/78 e 145/82.

Brasília - DF, 25 de junho de 1992


WALDYR FRANCISCO LUCIANO Presidente
RUBEM RIBAS Diretor 1º Secretário

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Art. 1º - Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual deve se
conduzir o Corretor de Imóveis, quando no exercício profissional.

Art. 2º - Os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa do interesse que


lhe é confiado. o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da técnica das transações
imobiliárias.

Art. 3º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao exercício da profissão, à classe e aos


colegas:

I - considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a prática de
atos que comprometam a sua dignidade;

II - prestigiar as entidades de classe, contribuindo sempre que solicitado, para o sucesso de


suas iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e da coletividade;

III - manter constante contato com o Conselho Regional respectivo, procurando aprimorar o
trabalho desse órgão;

IV - zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais, aceitando
mandatos e encargos que lhes forem confiados e cooperar com os que forem investidos em tais
mandatos e encargos;

V - observar os postulados impostos por este Código, exercendo seu mister com dignidade;

VI - exercer a profissão com zelo, discreção, lealdade e probidade, observando as prescrições


legais e regulamentares;

VII - defender os direitos e prerrogativas profissionais e a reputação da classe;


VIII - zelar pela própria reputação mesmo fora do exercício profissional;

IX - auxiliar a fiscalização do exercício profissional , cuidando do cumprimento deste Código,


comunicando, com discreção e fundamentadamente, aos órgãos competentes, as infrações de que
tiver ciência;

X - não se referir desairosamente sobre seus colegas;

XI - relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios de consideração, respeito e


solidariedade, em consonância com os preceitos de harmonia da classe;

XII - colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundí-la a fim de que seja prestigiado e
definido o legítimo exercício da profissão;

Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes:

I - inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo;

II - apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca omitindo detalhes


que o depreciem, informando o cliente dos riscos e demais circunstâncias que possam comprometer
o negócio;

III - recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral;

IV - comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou documentos a ele


destinados;

V - prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o negócio, contas
pormenorizadas;

VI - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do negócio, reservando ao


cliente a decisão do que lhe interessar pessoalmente;

VII - restituir ao cliente os papéis que não mais necessite;

VIII - dar recibo das quantias que o cliente lhe pague ou entregue a qualquer título;

IX - contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços profissionais;

X - receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações pelo mesmo serviço
prestado, salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido consentimento de todos os
interessados, ou for praze usual na jurisdição;

Art. 5º - O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao
cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas;

Art. 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis:

I - aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às disposições
vigentes, ou ainda, que possam prestar-se a fraude;

II - manter sociedade profissional fora das normas e pereceitos estabelecidos em lei e em


Resoluções;
III - promover a intermediação com cobrança de "over-price";

IV - locupletar-se, por qualquer forma, a custa do cliente;

V - receber comissões em desacordo com a Tabela aprovada ou vantagens que não


correspondam a serviços efetiva e licitamente prestados;

VI - angarias, diretamente ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo


moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe;

VII - desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis;

VIII - deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou intimações para


instrução de processos;

IX - acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegalmente atividades de


transações imobiliárias;

X - praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas;

XI - promover transações imobiliárias contra disposição literal da lei;

XII - abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e prévia ciência do
cliente;

XIII - solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de concessões ilícitas;

XIV - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou


autoridade dos Conselhos, em matéria de competência destes;

XV - aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor de Imóveis, sem
dar-lhe o prévio conhecimento, por escrito;

XVI - aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor de Imóveis, com quem
tenha de colaborar ou substituir;

XVII - anunciar capciosamente;

XVIII - reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-lo;

XIX - utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no exercício do cargo
ou função em órgão ou entidades de classe;

XX - receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja expressamente
autorizado para tanto;

Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se encontrar inscrito Corretor de Imóveis, a


apuração das faltas que cometer contra este Código, e a aplicação das penalidades previstas na
legislação em vigor;

Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de Imóveis que desatender os preceitos
do artigo 3º, I, V, VI e IX; 4º, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e X; 6º, I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X. XI, XII, XIII, XIX
e XX, e trangressão de natureza leve o que desatender os demais preceitos deste Código.
Art. 9º - As regras deste Código obrigam aos profissionais inscritos nos Conselhos Regionais.

Art. 10º - As Diretorias dos Conselhos Federal e Regionais promoverão a ampla divulgação
deste Código de Ética.

Brasília-DF, 25 de junho de 1992

WALDYR FRANCISCO LUCIANO Presidente

RUBEM RIBAS Diretor 1º Secretário

APLICABILIDADE NA PROFISSÃO DO CORRETOR DE


IMÓVEIS

Noção de direito e lei e a legislação concernente ao Corretor de Imóveis.


Conceito: O direito, ciência social que é, só pode ser imaginado em função do homem, vivendo
em sociedade. Por outro lado, não se pode conceber a vida social sem se pressupor a existência de
certo número de normas reguladoras das relações entre os homens, por estes mesmos julgadas
obrigatórias. Tais normas determinam, de modo mais ou menos intenso o comportamento do
homem no grupo social.
Tais normas são acompanhadas de uma sanção; à medida que as sociedades evoluem e se
organizam politicamente, a sanção, em vez de se manifestar pela própria reação do ofendido, parte
da autoridade constituída. Esta atribui à norma força coercitiva, impondo, por conseguinte, sua
obediência. E a infração a um preceito cogente provoca a reação do Poder Público. De sorte que,
entre as várias normas vigentes numa sociedade determinada, algumas vem acompanhadas de uma
sanção oriunda do Poder Público, e estas são as normas de direito, ou, mais precisamente, de direito
positivo; às outras, isto é, àquelas normas que orientam o comportamento dos indivíduos, mas
despidas de sanção provinda do Poder Público, podemos chamar de normas de ordem moral, ou de
ordem costumeira. Ambas têm, provavelmente a mesma origem, mas a força coercitiva que
acompanha as primeiras, difere da que acompanha as segundas, de modo que, enquanto aquelas são
obrigatórias, estas não são.
Definição de lei: Lei é uma regra geral que, emanando de autoridade competente, é imposta
coativamente, à obediência de todos. Trata-se, portanto, de um preceito, vindo da autoridade
competente e dirigido indistintamente a todos, a quem obriga, por razão de sua força coercitiva. A lei
emana da autoridade competente. Entre nós a fonte da lei é o Poder Legislativo, nos termos dos Arts.
59 e seguintes da Constituição Federal. Verdade que, na confecção da lei também colabora o Poder
Executivo; não podemos olvidar a questão das MPS, onde o executivo legisla, tornando esta função
atípica deste poder, pois a mesma é função típica do Poder Legislativo.
Definição de Código: É o conjunto de regras e normas para um determinado fim. Ética se
concretiza efetivamente quando praticada e vivida por uma pessoa ou um profissional. Código
disciplinar pelo fato que a ética depende da ação do homem.
O Corretor de Imóveis é um executor da atividade na intermediação de negócios imobiliários,
cujos interesses das partes envolvidas são divergentes. Por isso, ele precisa ter um continuado
esforço para agir com ética profissional vencendo a cegueira e a surdez moral que mais parecem uma
febre na sociedade. Convém, portanto, que todos os corretores atentem para a reflexão e para a
adoção de normas no sentido ético e moral, em proveito próprio e no ato da classe. A moral e a
dignidade encontraram eco no código de ética, que fixa a forma correta pela qual se deve conduzir o
Corretor de Imóveis quando do exercício de suas funções; além de imputar-lhe obrigações com
relação aos serviços de mediação que lhe são confiados. No mesmo sentido, o Código de Ética alerta
o Corretor sobre a necessidade do constante aperfeiçoamento da técnica nas transações imobiliárias
e o zelo que deve ter ao prestígio de sua classe.
DA OBRIGAÇÃO DO CORRETOR DE IMÓVEIS
O fato de o Corretor de Imóveis pertencer a uma profissão reconhecida e aprovada no âmbito
federal, o torna socialmente útil e, em conseqüência, impõe-lhe deveres. No universo que abre ao
profissional da intermediação imobiliária, recaem em seus ombros responsabilidades múltiplas e
abrangentes. Por estes motivos e tantos outros, o Corretor precisa observar os postulados exigidos
pelo Código de Ética.

DEVERES DO CORRETOR DE IMÓVEIS


Em primeiro lugar, deve o Corretor considerar sua profissão como alto título de honra e não
praticar nem permitir a prática de atos que comprometam sua dignidade ou de sua classe.
Da mesma forma, é obrigação do Corretor do Imóveis prestigiar as entidades de classe,
mantendo constante contato com o CRECI, procurando aprimorar o trabalho desse órgão.
Cumpre também ao corretor de Imóveis zelar pela existência dos conselhos federal e
regionais, aceitando mandatos e encargos que lhe forem confiados. É obrigação do Corretor
defender os direitos e as prerrogativas profissionais, bem como a reputação da classe. Para tanto, é
preciso zelar pela própria reputação, mesmo fora do exercício profissional.
Todo Corretor tem o dever de auxiliar a fiscalização do CRECI, ao tomar conhecimento de
qualquer infração cometida por profissional da área imobiliária. É dever do corretor não se referir
desarmonicamente dentro dos preceitos da classe. É imprescindível que o profissional da
intermediação imobiliária se coloque a par da legislação vigente, procurando difundi-la a fim de que
seja prestigiado e definido o legítimo exercício da profissão.
Ainda com relação aos serviços de intermediação imobiliária, o código de Ética profissional
estabelece que antes de oferecer um imóvel, é preciso que o corretor tenha conhecimento de todas
as circunstâncias do negócio. É dever do Corretor recusar a transação que saiba ser ilegal, injusta ou
imoral, que atente contra os costumes e a ordem pública. Ao receber a proposta de uma
intermediação imobiliária, o Corretor é obrigado a comunicar imediatamente ao cliente o
recebimento de títulos de crédito como cheques ou quaisquer valores a ele destinados, bem como
prestar contas pormenorizadas quando concretizar o negócio. Outro ponto importante dentro das
obrigações no exercício profissional de intermediação imobiliária é reservar ao cliente a decisão do
que lhe interessar, ressalvando apenas a orientação técnica, que é competência exclusiva do
Corretor.
Todos os papeis que fizerem parte da documentação imobiliária e não sejam mais necessários,
devem ser restituídos ao cliente, assim como o dever do Corretor de dar recibos das quantias que o
cliente lhe pague ou entregue a qualquer título.
Contratar por escrito a prestação dos serviços profissionais é mais que uma obrigação do
Corretor, pois ali estão agregados os direitos do profissional.
Concluída a mediação imobiliária, o corretor deve receber somente de uma única parte
honorários ou compensação pelos serviços prestados. Importante ressalvar que o comprador não é
cliente do Corretor de Imóveis e nada tem a lhe pagar de honorários, salvo se tiver contrato para a
procura de imóveis. É preciso observar com clareza a questão dos honorários entre cliente e
Corretor. Cliente é aquele que contrata o Corretor para prestar-lhe serviços de intermediação
imobiliária. Via de regra é o cliente o proprietário do imóvel, seja para a venda seja para a sua
locação.
Quanto aos honorários, quem deve paga-los é o cliente, o contratante, salvo se, para proceder
de modo diverso, tiver havido consentimento dos interessados, ou ainda se o comprador contratar o
Corretor para procurar imóvel que não seja aquele já anunciado ou já captado em oferta.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL

O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a
que tenha causa por imperícia, negligência ou infração ética. Daí a importância do CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, pois ele define a relação de consumo junto ao cliente, ou seja, somente
junto ao proprietário do imóvel. Quanto ao comprador, não acarreta ao Corretor qualquer relação de
consumo ou responsabilidade pelos riscos de evicção. O alienante sim é obrigado a resguardar ao
adquirente os riscos da evicção, salvo se excluída expressamente essa responsabilidade.
O intermediário de negócios imobiliários não está obrigado a verificar a situação jurídica do
bem (Súmula nº 07 do STF). Todavia é de responsabilidade do Corretor exigir do vendedor do imóvel
e ao seu intermédio a apresentação de todas as certidões necessárias estabelecidas na Lei nº
7.433/85 e no Decreto 93.240/86, antes do fechamento do negócio, inclusive devem apresentar a
certidão negativa do ministério do trabalho.

É VEDADO AO CORRETOR DE IMÓVEIS

Dentro do rol de alguns atos no exercício da profissão, é vedado ao Corretor de Imóveis aceitar
tarefas para as quais não esteja preparado ou manter sociedade profissional fora das normas
estabelecidas em lei ou resolução do COFECI.
Outra proibição que o Código de Ética menciona é a pratica de cobrança de “OVER-PRICE”,
ou seja, novo preço colocado pelo Corretor acima daquele autorizado pelo proprietário.
Também é vedado ao Corretor locupletar-se, por qualquer forma a custa do cliente.
Da mesma forma, é terminantemente proibido ao Corretor efetuar a cobrança de
honorários em desacordo com a tabela oficial. Comete transgressão ética grave tanto aquele que
cobra valores acima quanto aquele que cobra abaixo da tabela oficial. O Código de Ética proíbe
também a prática de desvio de cliente de outro Corretor ou qualquer ato de concorrência desleal aos
colegas. É vedado ainda ao Corretor de Imóveis, abandonar os negócios confiados a seus cuidados,
sem motivos justos e previa ciência do cliente.
É terminantemente proibido ao Corretor acumpliciar-se, ou seja, tornar-se cúmplice com os
que exercem ilegalmente atividades de transações imobiliárias.
Por força do Código de Ética, é vedado ao Corretor deixar de atender as notificações para
esclarecimentos à fiscalização ou intimações para instrução de processos, ou ainda, deixar de
cumprir, no prazo estabelecido, o que for emanado do órgão fiscalizador CRECI e de suas autoridades
devidamente investidas nas suas respectivas funções.
O Corretor não pode aceitar a incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor
de Imóveis, sem dar-lhe prévio conhecimento por escrito, ou ainda, colaborar ou substituir outro
profissional, aceitando incumbência sem contrato escrito entre os envolvidos.
É proibido ao Corretor de Imóveis anunciar em jornais, rádios, televisões, ou qualquer outro
meio de informação capciosamente. Não é permitido também ao Corretor sinal de negocio que lhe
for confiado, caso não esteja expressamente autorizado, ou ainda, ou ainda reter em suas mão
negócios quando não tiver possibilidades de realizá-los. Por ultimo, dentro das proibições, é vedado
aos corretores que exercem funções dentro do CRECI, a obter qualquer espécie de vantagens
pessoais ou cometer abuso de poder.

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