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SUBMÓDULO VII -

RELAÇÕES INTERPESSOAIS,
ÉTICAS E SOCIAIS

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SUBMÓDULO VII - RELAÇÕES
INTERPESSOAIS, ÉTICAS E SOCIAIS

Estrutura do Submódulo VII

• Unidade 1: Relacionamento Interpessoal;

• Unidade 2: Aspectos motivacionais e sociais;

• Unidade 3: Ética nas relações profissionais e pessoais.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Objetivos

• Apresentar os conceitos associados às relações


interpessoais.

• Conhecer a importância da comunicação nas relações.

• Compreender a importância do comportamento de grupo.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Relações interpessoais no trabalho

A produtividade de um grupo e sua eficiência no trabalho


não resultam apenas da competência de seus participantes.

Um aspecto estreitamente vinculado e que impacta nos


resultados é a maneira como os membros do grupo
interagem, ou seja, como são os relacionamentos entre eles.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Toda pessoa que passa a integrar um grupo tem a


necessidade de se sentir aceita.

Quando se sente reconhecida como


membro, a pessoa passa a batalhar pelo
sucesso e pela manutenção do conjunto.

Este sentimento solidário contribui para que


o próprio grupo trabalhe em harmonia.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

O modo como os relacionamentos


se desdobram gera impacto na
produtividade, na qualidade de vida
no trabalho e no efeito sistêmico.

Dessa maneira, ressalta-se que a


produtividade e a eficiência de um
grupo estão estreitamente
relacionadas, sobretudo, com a
solidariedade e com a solidez das
relações interpessoais.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Tríade de necessidades

Ao discorrer acerca da humanização no ambiente de


trabalho, MAILHIOT (1976) defende que os membros
de um grupo possuem três necessidades essenciais:
necessidade de inclusão, necessidade de controle e
necessidade de afeição.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Os relacionamentos interpessoais acontecem em diversas


esferas nas organizações e são extremamente
imprevisíveis.

Diferentemente dos animais considerados irracionais, para


os quais em princípio as relações são essencialmente
regidas pelo instinto e por suas necessidades biológicas e
fisiológicas, os seres humanos possuem relações
fortemente influenciadas pela dimensão emocional de
cada participante.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Relacionar-se com outros não é uma


tarefa fácil.

Ter de conviver e eventualmente


depender de outro indivíduo pode ser
tão difícil para algumas pessoas que,
por não conseguirem enfrentar esta
situação, elas acabam se fechando e
preferindo o isolamento e a solidão.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Em outros casos, a pessoa até consegue interagir e se


relacionar, mas, entende que possui outras prioridades e
não percebe que o ganho com
as boas relações reflete
positivamente no rendimento
das ações de todos os envolvidos.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo.

Nas relações de amizade, afetivas ou profissionais, estão


envolvidas expectativas, responsabilidades, decepções,
vantagens, perdas, ganhos, enfim, muitos sentimentos e
emoções.

Apenas o fato de interligar duas ou mais pessoas já faz de


qualquer relacionamento algo excepcional.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Quando você se propõe a fazer parte de um


relacionamento, é importante estar aberto para o novo.

Você deverá aceitar e fazer-se aceito pelos demais


integrantes do grupo, buscando sempre, e na medida do
possível, entender o outro e buscar ser entendido.

Portanto, um dos fatores que colaboram para o sucesso


das relações interpessoais resulta do trabalho em equipe,
no qual o grupo busca uma interação entre si no trabalho e
na instituição.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

O bom desempenho das relações interpessoais dentro de


qualquer instituição é o fator responsável pela melhoria
nos processos de planejamento e organização funcional,
trazendo para o ambiente de trabalho mais motivação e
interesse das pessoas pelas atividades que realizam.

Comumente, algumas habilidades são fortalecidas, como:

inovação, criatividade e integração pessoal

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Não é possível exigir resultados de uma equipe se ela não


está trabalhando em harmonia e se cada participante não se
encontra refletido na maneira como este grupo trabalha e se
comunica. É preciso que as pessoas sintam um mínimo de
comodidade e de condições para atender às suas
necessidades básicas.

Quanto melhor e mais bem atendidas essas necessidades,


tanto melhor será o desempenho do grupo.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Portanto, para trabalhar as relações humanas em grupo é


preciso aprender a conviver com diferenças nas opiniões,
conceitos, atitudes, crenças e valores.

É preciso eliminar o preconceito e se abrir para um


processo de conhecimento e aceitação que deve começar
dentro de você.

Ao entender melhor sua própria forma de pensar, você


estará mais preparado para melhorar as relações que tem
com seus colegas.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

A importância da comunicação

Para melhorar suas relações interpessoais é necessário


investir no aperfeiçoamento de sua comunicação com os
demais integrantes do grupo.

A comunicação interpessoal é um método de comunicação


que promove a troca de informações entre duas ou mais
pessoas de maneira a facilitar a compreensão entre elas.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Cada pessoa traz consigo informações e impressões


baseadas em suas experiências de vida, sua formação,
vivências, emoções e sentimentos.

Quando se comunica, cada pessoa passa a ser


considerada um “interlocutor” e transmite, por meio da
comunicação, estímulos e respostas provocadas pelas
outras pessoas.

Assim, a comunicação é todo o processo de transmissão e


de troca de mensagens entre seres humanos.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

A comunicação humana é muito importante


nas relações interpessoais e a eficiência na
comunicação que ocorre entre os membros
do grupo é extremamente necessária para o
sucesso nas relações de trabalho.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Processo de comunicação

Existem diferentes maneiras de se comunicar em grupo.

Uma mensagem pode ser transmitida de maneira verbal e


não verbal.

A comunicação verbal é o modo


de comunicação mais familiar e
mais frequentemente usado.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Divide-se em:
• VERBAL-ORAL – comunicação na qual se usa a fala para a
comunicação. São exemplos: dar instruções a um colega, entrevistar
um candidato para um emprego, informar algo a alguém;
• VERBAL-ESCRITA – comunicação na qual a mensagem é passada,
por exemplo, na forma de memorandos, relatórios por escrito, normas
e procedimentos;
• SIMBÓLICA – muitas pessoas utilizam símbolos para se comunicar
com outras pessoas. É possível passar informações e recados através
de nossas roupas, do carro que escolhemos, dos nossos objetos e
demais símbolos que refletem nossa maneira de ser.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

A comunicação não verbal se refere à transmissão de uma


mensagem por algum meio diferente da fala e da escrita.

Esta forma de comunicação é bastante rica.

Dentre os instrumentos de comunicação não verbal, os


mais importantes são o modo com que usamos nosso
corpo, nossos gestos e nossa voz.

21
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Assim, os elementos da comunicação são:


• Emissor – o que emite a mensagem;
• Receptor – o que recebe a mensagem (a mensagem dada e recebida
deve estar no mesmo contexto);
• Contexto – O emissor e o receptor devem estar no mesmo grau de
conhecimento da situação;
• Mensagem – o conjunto de informações transmitidas;
• Canal – por onde a mensagem é transmitida. Exemplos: TV, rádio,
jornal, revista, cordas vocais;
• Código – combinação de sinais utilizados na transmissão da
mensagem. A comunicação só se concretizará se o receptor souber
decodificar a mensagem. Exemplos: a língua portuguesa, a linguagem de
sinais.
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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Para que o processo de comunicação seja efetivado é


necessário que algumas etapas sejam cumpridas.

São elas:
• Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da
comunicação ou elaborar um sistema de símbolo;
• Decodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório
(conjunto estruturado de informação) de cada pessoa;
• Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e
pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Como melhorar a comunicação interpessoal

Para que a mensagem a transmitir seja interpretada da


forma correta, é preciso considerar quem é a pessoa que
transmite a mensagem e como ela é transmitida ao receptor.

Além disso, o simples ato de receber a mensagem não


garante que o receptor vá interpretá-la corretamente.

Portanto, também é preciso considerar quem é o receptor e


como ele recebe a mensagem.

24
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Adicionalmente, deve-se considerar: a linguagem ou os


símbolos usados para a comunicação; o canal e sua
respectiva capacidade de levar a informação; o entendimento
da mensagem por ambas as partes.

As características do transmissor e as relações interpessoais


entre transmissor e receptor também influenciam na maneira
como a mensagem é transmitida, bem como o contexto no
qual a comunicação ocorre relativamente à estrutura
organizacional da instituição.

25
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Dicas para melhorar a transmissão da mensagem


• Usar linguagem apropriada e direta
(evitar o uso de gírias e termos difíceis).

• Fornecer informações claras e completas.

• Usar canais múltiplos para estimular


os vários sentidos do receptor
(audição, visão etc.).

• Usar comunicação face a face


sempre que possível.

26
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Comportamento e cooperação

Nas últimas décadas, as mudanças nos costumes e nas


relações institucionais tornaram os grupos sociais mais
complexos. Eles começaram a requerer níveis mais
elevados de cooperação entre seus membros.

Consequentemente, a maioria das pessoas passou a


valorizar o comportamento cooperativo, sendo este um
objetivo importante para as novas organizações.

27
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

O funcionamento de um grupo e a manutenção de sua união


depende diretamente do grau de coesão entre seus
participantes.

A coesão surge quando os elementos do grupo conseguem


estabelecer entre si relações bem estruturadas, respeitando
os papéis alheios e as regras predeterminadas entre eles.
Além disso, quando as normas internas são bem aceitas,
cada elemento age de acordo com as mesmas.

28
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

A coesão do grupo permite que seus membros permaneçam


juntos, sintam confiança e sejam leais uns com os outros.

Os membros se sentem seguros e deixam-se influenciar pelo


grupo, o que aumenta significativamente a satisfação de seus
integrantes à medida que o trabalho se desenvolve.

Dessa maneira, com o passar do tempo, a interação entre os


membros do grupo e a comunicação interpessoal se
intensificam.

29
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

A cooperação em grupo não é produto de uma escolha


racional. Ela tem uma base genética natural, tanto entre os
animais (não humanos) quanto entre os homens, e está
presente desde a fundação dos grupos, sendo que a
cooperação parece ser um fator-chave para seu sucesso.

Um dos aspectos importantes da cooperação é que ela


ajuda a desenvolver as relações interpessoais.

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Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

A cultura da cooperação nas organizações pode resultar em


aumento da produtividade, redução de conflitos, melhoria da
comunicação e ganhos de qualidade nos produtos ou
serviços por elas oferecidos.

Por outro lado, a não valorização do profissional, a falta de


autonomia e a dificuldade em expor suas ideias fazem com
que o profissional se sinta desmotivado para o trabalho,
prejudicando sua autoestima e a coesão do grupo.

31
Unidade 1
Relacionamento Interpessoal

Para manter um clima agradável e livre de conflitos, é


necessário que os profissionais deixem de agir de forma
individualizada e passem a interagir como uma equipe,
promovendo relações amigáveis e fazendo com que cada
um procure colaborar com o outro.

Mas, para isso, é preciso que cada um faça sua parte.

Se todos não estiverem dispostos a contribuir, não será


possível caminhar juntos em busca de melhores resultados.

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Conclusões da Unidade 1

• O processo de interação humana e as relações


interpessoais resultam, necessariamente, de sucesso
nos processos de comunicação.

• O simples fato de atuarmos em grupo e estarmos


sempre na presença de outros membros modifica
nossa percepção, promovendo a interação como
resultado das mensagens emitidas e recebidas por
cada participante do grupo.

33
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Objetivos

• Apresentar os conceitos e teorias de motivação;

• Conhecer os impactos da motivação na autoestima.

34
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

O que é a motivação?

Podemos entender a motivação como um conjunto de forças


internas que mobilizam e orientam a ação de uma pessoa
em direção a determinados objetivos, como resposta a um
estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.

Parece complicado?

Vamos entender melhor.

35
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

A motivação é uma característica individual relacionada


a fatores da personalidade, condição social e
conhecimentos, que são acionados quando uma pessoa
realiza uma tarefa pela qual é avaliada, quando compete
com outros ou quando é testada em suas habilidades.

Ou seja, a motivação se manifesta (ou não se manifesta)


nos momentos em que a pessoa mais precisa dela.

36
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Maslow afirma que o comportamento é motivado por


necessidades denominadas “necessidades fundamentais”.

Assim, a motivação resulta do conjunto das necessidades


dos seres humanos, divididas em:
•necessidades básicas (atendimento de deficiências) e
•necessidades de crescimento (busca pela diferenciação).

37
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

A diferença entre as necessidades básicas (deficiência) e


as necessidades de crescimento é de ordem qualitativa.

Veja a seguir:
• As necessidades básicas correspondem a motivações de
deficiências (déficits no organismo). Logo que o indivíduo satisfaz uma
necessidade básica, surge outra, e assim sucessivamente.
• A motivação de crescimento ocorre quando a necessidade seguinte
é menos vital; isto é, quando já conseguimos satisfazer
suficientemente nossas necessidades básicas, somos motivados
pelas tendências para a individualização.

38
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

A Pirâmide de Maslow

A Teoria de Motivação, desenvolvida pelo psicólogo


Abraham Maslow, propõe uma hierarquia das necessidades
que os homens buscam satisfazer.

Essas necessidades se organizam de maneira crescente em


forma de pirâmide, denominada “A Pirâmide de Maslow”.

39
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

De acordo com Maslow, o ser humano tende a satisfazer suas


necessidades primárias (base da pirâmide) antes de buscar as
necessidades de nível mais alto.

Uma pessoa só buscará


satisfazer suas necessidades
de segurança se ela já tiver
satisfeitas suas necessidades
fisiológicas (comida, bebida,
oxigênio etc.).

40
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

I. Necessidades fisiológicas

São prioritárias, ou seja, as primeiras que um indivíduo


busca satisfazer. Estão relacionadas às necessidades
básicas como comida, bebidas, refúgio, ar fresco,
temperatura apropriada etc.

Quando um ser humano é confrontado entre satisfazer uma


necessidade fisiológica (exemplo: a fome) e outra
necessidade (exemplo: se sentir amado), é mais provável
que ele escolha satisfazer sua necessidade fisiológica.

41
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

II. Necessidades de segurança

Quando as necessidades fisiológicas já estão satisfeitas o


ser humano se volta às necessidades de segurança.

A menos que a pessoa corra risco de morte, a segurança se


transforma no objetivo principal.

Em caso de perigo agudo, a segurança passa à frente das


necessidades fisiológicas.

42
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

III. Necessidades de amor (sociais)

Esta necessidade está relacionada ao sentimento de


aceitação. Após satisfazer as necessidades fisiológicas e de
segurança, a pessoa tende a buscar o amor alheio, ou seja,
sentir-se amada pelos demais.

É importante ressaltar que esta necessidade não está


relacionada ao sexo e sim ao afeto.

43
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

IV. Necessidades de estima

As necessidades relacionadas à estima decorrem do


fato de que as pessoas precisam sentir-se valorizadas
pelos demais.

Mais do que se sentir amada, ela precisa se sentir


importante, o que se reflete na autoestima.

44
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

V. Necessidade de realização pessoal

A realização pessoal é a necessidade instintiva do ser


humano de sentir que conseguiu chegar onde queria,
fazendo aquilo que gosta.

Enquanto as necessidades anteriores podem ser


satisfeitas, esta necessidade tende a caracterizar-se como
busca contínua, pois sempre queremos ser melhores,
mais eficientes e mais efetivos, quaisquer que sejam
nossas atividades.

45
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

O ser humano persegue a satisfação de seus desejos e


necessidades e isso motiva sua busca pelo atendimento
dos anseios.

Quando as necessidades não são satisfeitas, é gerada


uma tensão que o estimula a batalhar ainda mais pelo
que almeja. Na tentativa de diminuir essa tensão, o
indivíduo gera a força motivadora para buscar a
realização das necessidades.

46
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Ciclo Motivacional

O motivo é a razão que leva um organismo a agir.

A motivação é o estado do organismo pelo qual a energia


é mobilizada e dirigida a determinados elementos, na
busca por atingir algum objetivo.

No ciclo motivacional existem geralmente três etapas:

(i) necessidade, (ii) impulso e (iii) resposta (alcance da meta)

47
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

A necessidade (estado de falta fisiológica ou psicológica)


origina o impulso ou pulsão.

Esta é a força que impele a pessoa à ação, ao conjunto de


comportamentos que permitem atingir o objetivo.

O impulso termina quando a meta (objetivo) é alcançada.

Se a meta é atingida, a necessidade é satisfeita e o


impulso é reduzido.

48
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

O ciclo se inicia a partir das


necessidades individuais não
satisfeitas, o que estabelece
uma procura por alternativas
que satisfarão essas
necessidades.

Escolhida uma das alternativas


disponíveis, toma-se uma
atitude e parte-se para a ação
propriamente dita.

49
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Após esse processo, há uma reavaliação da


situação e então, finalmente o indivíduo
decide se está motivado ou não para
satisfazer sua necessidade através da
alternativa escolhida.

50
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Se o objetivo foi alcançado, sabemos que foram atendidas


as necessidades e atingidas as expectativas.

No entanto, caso a meta não seja atingida, o indivíduo


poderá tomar duas direções ao final do ciclo:
(i)ter uma reação positiva, reavaliar suas metas e tentar ultrapassar as
barreiras impostas; ou
(ii)ter uma reação de frustração, uma resposta negativa à não
realização da meta inicial, podendo apresentar reações de
agressividade, regressão, fixação, e até retraimento.

51
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Autoestima

Autoestima é a capacidade de nos sentirmos felizes e de


bem com a vida. É a confiança em nosso modo de pensar
e de enfrentar os problemas e o direito de ser feliz.

Para garantir uma elevada autoestima, precisamos ter a


sensação de que somos merecedores de nossas
necessidades e desejos e desfrutar os resultados de
nossos esforços.

52
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

O sentimento de autoestima é aquele que faz com que a


pessoa goste de si mesma, aprecie o que faz e aprove
suas próprias atitudes.

Este modo de agir tem como


finalidade manter o indivíduo em
equilíbrio, serenidade, felicidade, e
manter boa interação do seu mundo
interno com o mundo externo
(meio ambiente).

53
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Se um indivíduo se sente inseguro para enfrentar os


problemas da vida, se não tem autoconfiança e não se
sente forte para defender suas próprias ideias,
percebemos nele uma autoestima baixa.

Isto se torna ainda mais evidente nos casos em que falta


ao indivíduo até respeito por si mesmo, e então ele se
desvaloriza, e não se sente merecedor de amor e respeito
por parte dos outros.

54
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Nesta situação, normalmente a pessoa acredita que não


tem direito à felicidade e, por isso, não consegue
motivação para mudar a situação.

O indivíduo tem medo de expor suas vontades e


necessidades, não importando o quanto ela tenha de
atributos positivos a oferecer.

Ela nem mesmo os reconhece.

55
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Infelizmente, muitas vezes uma elevada autoestima pode


ser confundida com arrogância, pois a pessoa é tão
segura e tão feliz, que os demais podem se sentir
incomodados com sua postura.

Outras vezes, a autoestima é confundida com egoísmo,


como se a pessoa estivesse querendo o melhor somente
para si, não importando os outros.

56
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

No entanto, há muita diferença entre a pessoa com


elevada autoestima e a pessoa arrogante ou egoísta.
Quem possui uma autoestima elevada sente amor e
estima pelos outros.

Ela quer o melhor para si, mas ela batalha por condições
melhores também para os outros.

A pessoa com autoestima saudável não se envergonha de


dizer: "Eu estava errado".

57
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

A autoestima é um sentimento que fortalece, dá


energia e motivação.

Quanto maior a nossa autoestima, mais queremos


crescer, não necessariamente no sentido profissional ou
financeiro, mas dentro daquilo que esperamos aproveitar e
alcançar durante nossa vida.

Quanto mais baixa nossa autoestima, menos desejamos


fazer, e é provável que menos consigamos realizar.

58
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Fatores que podem desencadear uma baixa autoestima:


• Autoimagem negativa: quando a pessoa não vislumbra aspectos
positivos em si. Ela não percebe suas próprias qualidades.
• Não conseguir deixar o passado para trás ou perdoar erros: quando
a pessoa não consegue se livrar de pendências e dúvidas emocionais
como abandono, ter sido vítima de uma injustiça ou agressões etc.
• Indecisão: quando a pessoa não sabe o que fazer, que rumo tomar,
e perde completamente o controle sobre suas próprias ações e
julgamentos. O indivíduo se sente invadido por dúvidas, angústia etc.
• Mágoa, ira, energias destrutivas: uma pessoa que se diz magoada,
na verdade, está dizendo que não consegue aceitar suas
imperfeições, pois a mágoa está ligada à perda.

59
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

A baixa autoestima poderá levar o indivíduo a neutralizar


seu potencial, tornando-o incapaz de produzir e crescer.

Quem está se sentindo rebaixado não consegue sonhar


ou se projetar no futuro de forma construtiva.

Todas as relações interpessoais ficam prejudicadas e


muitas vezes o indivíduo prefere nem se relacionar, pois
acredita que ninguém vai querer se relacionar com ele e,
caso o fizerem, será apenas por consideração e pena.

60
Unidade 2
Aspectos motivacionais e sociais

Não deixe que esta situação se instale em seu ambiente


de trabalho ou em sua vida pessoal.

Para garantir a sua autoestima elevada e também


daqueles que convivem com você, não deixe de
demonstrar a eles toda a sua estima.

Ofereça um sorriso e um elogio verdadeiros, procure


conviver em harmonia, valorize seus colegas, saiba
perdoar a si e aos outros e não se esqueça de sempre dar
às pessoas uma segunda chance.

61
Conclusões da Unidade 2

• Para conseguir alto desempenho, é preciso trabalhar a


motivação. É necessário oferecer às pessoas
oportunidades e desafios.

• Tudo faz parte de um ciclo que deve aliar nossa


capacidade individual e as características do grupo.

• Estaremos motivados a partir do momento em que


tivermos o reconhecimento e a valorização de nosso
trabalho, ou seja, quanto mais equilibrado for o grupo,
melhor será o desempenho.

62
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Objetivos

• Apresentar conceitos relativos à ética profissional;

• Conhecer os efeitos da competição em grupo;

• Aprender a identificar as situações de assédio moral


no trabalho.

63
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Ética profissional

A palavra ética vem do grego “ethos”, tendo seu


correlato no latim “morale”, que significa modo de ser,
conduta ou costumes, do ponto de vista do bem e do mal.

Etimologicamente, ética e moral são palavras sinônimas.

Desse modo, podemos dizer que a ética e a moral se


formam numa mesma realidade.

64
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Atualmente, a moral diz respeito ao conjunto de normas


que regulam o comportamento profissional e em
sociedade, e que são adquiridas pela educação, pela
tradição e pelo cotidiano.

Sendo assim, possuir uma moral elevada abre caminho


para sentimentos de interesse, identificação, fácil
aceitação, entusiasmo e colaboração em relação ao
trabalho, o que, por sua vez, possibilita a diminuição de
problemas relativos à supervisão e de disciplina.

65
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

A ética profissional é o conjunto de normas de conduta


que deverão ser postas em prática no exercício de
qualquer profissão; refere-se à ação reguladora da ética
agindo no desempenho das profissões.

Também está atrelada ao relacionamento do profissional


com seus clientes, visando à manutenção da dignidade
humana e à construção do bem-estar no contexto
sociocultural onde exerce sua profissão.

66
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

No campo profissional, são atitudes éticas:

- Comunicar-se de forma aberta, honesta e transparente.


- Ser autêntico e honesto.
- Inspirar confiança no ambiente de trabalho.
- Saber cooperar e trabalhar em grupo.
- Cumprir tarefas e promessas feitas.
- Saber falar e ouvir com respeito e educação.
- Não criar ou espalhar boatos e nem participar de intrigas.

67
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

- Não falar negativamente dos concorrentes.


- Não criticar uma pessoa na frente de outra.
- Não fazer comentários depreciativos sobre pessoas ausentes.
- Defender os outros contra ataques injustos.
- Admitir erros (não tentar escondê-los nem culpar outras pessoas).
- Assumir sua parte de responsabilidade por erros cometidos pela
equipe.
- Não se apropriar das ideias dos outros, nem aceitar créditos por tarefas
realizadas por terceiros.

68
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Competição nos grupos

A busca por resultados cada vez maiores e mais imediatos


fez com que os sentimentos de competição ganhassem
muita força nas organizações. Esta situação abalou
fortemente a dinâmica nas instituições e transformou a
maneira como as pessoas interagem.

Muitas pessoas já perderam a noção do que é um convívio


saudável e simplesmente se concentram em ganhar ou
ser o melhor a qualquer custo.

69
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

O dia a dia nos apresenta inúmeros sinais de como está o


clima no ambiente de trabalho.

Quando temos um ambiente com muitos conflitos, pouca


cooperação, baixa motivação e pouco comprometimento,
a tendência é a produtividade ser afetada.

Certamente este ambiente é resultado de alguma


dificuldade na comunicação e na gestão do dia a dia.

70
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Quando o ambiente de trabalho e o relacionamento


entre as pessoas estão ruins, é possível reverter essa
situação?

Para revertermos uma fragilidade no relacionamento,


precisamos, primeiro, que todos queiram cooperar. Para
isso, todos devem mudar suas atitudes.

Sem mudança de atitude, não há mudança nos


relacionamentos. É mais fácil querermos mudar o outro,
quando na verdade, temos que começar por nós mesmos.

71
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Quando mudamos nossa maneira de ver um conflito,


estamos prontos para reverter a situação e transformá-la
em cooperação. Uma dica é ficar mais atento às suas
próprias atitudes e gestos.

Antes de criticar uma ideia ou uma opinião, pare e pense:


O que eu faria se estivesse na situação dessa pessoa?

Com uma análise sincera e ponderada, conseguiremos


enxergar um pouco mais o ponto de vista do outro e assim
diminuir cada vez mais nossas críticas.

72
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Todo conflito pode ser encarado como uma oportunidade de


enxergar o ponto de vista do outro e perceber se faríamos o
mesmo se estivéssemos no lugar dele.

Devemos aprender com esta situação. Se agirmos assim, os


conflitos começam a ter um lado extremamente positivo, pois
podem ser ótimas oportunidades para mudanças de
percepção, inovação na empresa, cooperação entre as
pessoas e, principalmente, estímulo para maior sinceridade
nas relações interpessoais.

73
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Assédio moral no trabalho

Apesar de não ser uma invenção moderna no mundo do


trabalho, os estudos envolvendo o assédio moral
ganharam força apenas a partir da década de 1980.

No Brasil, pesquisas neste campo são ainda mais


recentes. Cada vez mais este assunto passa a ser
abordado de maneira aberta, o que revela um maior
interesse pelo fenômeno no ambiente profissional.

74
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

A situação clássica, consiste na perseguição continuada à


vítima com o objetivo de destruí-la. Esta prática faz com
que a vítima se sinta ofendida, inferiorizada, constrangida
e com a sua autoestima rebaixada.

Em situações extremas, a relação


da vítima com o ambiente de trabalho
e com a organização torna-se tão
penosa que os únicos desfechos
são o pedido de demissão ou
o despedimento.

75
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Nem todas as situações podem ser entendidas como


assédio moral. NÃO constituem assédio moral, quando
ocorrem isoladamente:
• Situações de estresse;
• Conflitos interpessoais e organizacionais;
• As injúrias dos superiores para seus subordinados;
• As agressões (físicas e verbais) ocasionais não premeditadas;
• Outras formas de violência como o assédio sexual, racismo etc.;
• As condições de trabalho insalubres ou perigosas;
• Os constrangimentos profissionais, ou seja, o legítimo exercício do
poder hierárquico e disciplinar na empresa (exemplo: avaliação de
desempenho, processos disciplinares etc.).

76
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Apesar de se situarem no campo de conflitos passíveis de


investigação e de punição, as situações acima descritas,
mesmo quando constituírem crime (caso de racismo), não
são enquadradas como assédio moral, devendo ser
abordadas com foco em outros crimes.

No ambiente de trabalho, o assédio moral pode


acontecer com qualquer trabalhador e a qualquer
momento no decurso da sua trajetória profissional.

77
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

O assediado é caracterizado como sendo uma pessoa


fraca, com pouca confiança em si própria e que
desempenha as suas funções de modo incorreto, ou seja,
de personalidade fraca e pouco competente.

Em outras palavras, muitas vezes as


pessoas assediadas são justamente
aquelas com a autoestima muito
baixa, o que as torna vítimas fáceis e
sem reação.

78
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

O assediador, por sua vez, pode ser um indivíduo ou um


grupo de pessoas. Em alguns casos, o assediador sente
inveja ou ameaça em relação a alguma das características
do assediado, e passa a tentar derrubá-lo.

As características do assediador têm a ver com:


personalidade, sentimento de ameaça de perda de
poder e controle, e liderança negativa.

Assim, o assediador, num processo de assédio moral, age


de maneira a controlar e a dominar o assediado.

79
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

Estes procedimentos hostis do assediador em relação ao


assediado podem ser agrupados em quatro categorias:
1) Atentado às condições de trabalho: designar tarefas para fazer a
vítima parecer incompetente. O agressor passa a recriminá-la até
conseguir afastá-la;
2) Isolamento e recusa de comunicação: procedimentos dolorosos para a
vítima, mas banalizados ou negados pelo agressor;
3) Atentados à dignidade: gestos de desprezo, atitudes que
desqualificam a vítima e que são notados por todos;
4) Violência verbal e física: este tipo de violência surge quando o assédio
já está instalado. Apesar de ser evidente, a vítima está extremamente
fragilizada e não tem o apoio de quem testemunha os fatos.

80
Unidade 3
Ética nas relações profissionais e pessoais

O assédio moral causa efeitos diversos no indivíduo, na


organização e em toda a sociedade.

Nas organizações, há dois tipos de prejuízo como


resultado do assédio moral:
(i)os efeitos nos trabalhadores assediados, absentismo, baixas por
doença prolongadas, baixa produtividade; e
(ii)os custos decorrentes de quedas na motivação e produtividade,
e dos gastos nas tentativas de melhorar o ambiente de trabalho
para todos.

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Conclusões da Unidade 3

• Dificuldades de comunicação com colegas, chefes e


subordinados também podem ocorrer, pois cada
pessoa tem suas ideias, sua cultura e sua maneira de
ver a vida e o trabalho.

• No entanto, é importante respeitar estas diferenças e


reforçar os sentimentos de unidade e autoestima
individual e do grupo. Só assim poderemos escapar de
armadilhas que afetam a produtividade global.

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