Módulo Único
• Acontece de você não dar conta do seu serviço, tendo até que levar
tarefas para fazer em casa? Aspectos essenciais como lazer e família
ocupam cada vez menos espaço em sua vida? Você se sente irritado
sem motivo, tenso, cansado, tem dificuldade para se descontrair?
Sofre de mau humor, e reclama que trabalha demais?
Compreenda que nem sempre trabalhar muito significa produzir muito. Muitas
vezes damos aquele duro no serviço, mas as coisas não evoluem. Fica a
impressão de que deixamos a desejar e que nossa pouca produtividade
atrapalha o desempenho da equipe. Enquanto isso, o volume de serviço sobre
nossa mesa só aumenta.
Neste ponto, cabe ressaltar que muitas vezes o ambiente de trabalho não
propicia a concentração na atividade. Há locais em que as pessoas são
muito interrompidas, há conversas paralelas em tom que atrapalha a
concentração, ruídos que incomodam. Para resolver esse tipo de
situação, cabe que o problema seja colocado em reuniões de equipe, em
que se estabeleçam regras de convívio simples, como falar baixo, ou
evitar quebrar a concentração do ambiente desnecessariamente, criando-
se uma "zona de silêncio" no ambiente comum.
Pág. 3
Uma boa administração do tempo envolve alguns cuidados fáceis de ter e que
realmente contribuem com o expediente, vamos a alguns deles:
Quanto à arrumação dos papéis, nada que esteja sobre sua mesa há mais de
15 dias sem uso deve ser aí mantido. Papéis pouco, ou raramente, utilizados
devem ser guardados fora da área de trabalho imediato.
Veja os dois ambientes abaixo. Qual deles mais se assemelha ao seu local de
trabalho? Qual deles é mais produtivo?
Pág. 4
Organize não apenas sua mesa, mas principalmente sua rotina. Tenha
anotado em uma agenda de computador, ou papel, os assuntos mais
imediatos, que não possam ser esquecidos. Escalone as prioridades, de forma
que nada seja deixado de lado.
Atenção
• Aprenda a diferenciar o que é urgente e o que é
importante.
Você deve compreender que a boa gestão do tempo passa pela definição de
prioridades. É importante definir o que é imediato e o que pode ser feito
depois, estabelecendo tempos para cada tarefa, buscando cumpri-los sem
tortura.
“Delegar Tarefas: Como fazer dar certo? Ao delegar uma tarefa, estamos
transmitindo para outra pessoa atividades e compromissos que estão sob
nossa responsabilidade. Normalmente o chefe transfere para um ou mais
subordinados, uma ou mais atividades. Para que possamos delegar tarefas
com sucesso devemos levar alguns fatores em consideração. De nada adianta
delegar tarefas para ter mais tempo para outros trabalhos se o tempo gasto
para acompanhar as atividades for maior do que o tempo economizado com a
transferência das tarefas para outras pessoas. É a boa e velha relação custo x
benefício. Pode parecer óbvio, mas é bastante comum a figura do chefe que
transfere uma tarefa e quer acompanhar seu andamento bem de perto, nos
mínimos detalhes. Esta postura acaba sobrecarregando o chefe e faz com que
Destaca o consultor Júlio Battisti, ainda, alguns pontos que devem ser
considerados para a delegação de tarefas:
Conforme o princípio 80/20, cerca de 80% dos resultados obtidos se relacionam com
apenas 20% dos esforços realizados, ou seja, 80% dos esforços que realizamos são
inúteis, ou de pouco significado.
Caso invistamos nosso tempo e energia profissional nos 20%, que é o que
realmente traz efeitos, seremos capazes de alcançar ainda melhores
resultados.
Pág. 7
É difícil ter que admitir que a maior parte daquilo que fazemos no dia a dia do
gabinete significa esforço inútil, ou de baixa relevância, mas daí reforça-se a
necessidade de planejamento que realmente foque naquilo que promova bons
resultados.
Para refletir
Pág. 8
• Note que, com o passar dos dias, essa forma de organização estará cada
vez mais presente na sua memória. Observe o relógio ao final do mês e
perceba que o tempo passou a contar a seu favor. Boa sorte!
Em resumo, temos até aqui que para a boa gestão do tempo deve-se:
Pág. 9
- Demonstrar que comunicar-se bem é uma das principais necessidades das pessoas no ambiente de
trabalho;
- abordar a importância dos elementos da comunicação, mensagem, canal, emissor, receptor, bem
como os efeitos danosos dos ruídos que resultam da cultura organizacional, do clima e do canal
escolhido na qualidade da comunicação.
Pág. 1
Dando prosseguimento à abordagem de desenvolvimento de equipe,
passaremos agora a um aspecto do trabalho que impacta diretamente em sua
qualidade, que é a comunicação interpessoal. Considerando que os
componentes de uma equipe interagem dinamicamente uns com os outros,
tanto institucionalmente, quanto interpessoalmente, uma comunicação eficiente
é condição indispensável para a qualidade do trabalho no gabinete
parlamentar.
Pág. 2
A comunicação, portanto, compreende a transferência de uma mensagem em
que diversos fatores estão envolvidos, conforme o esquema que segue.
Atenção
Pág. 3
Para comunicar-se, o emissor emprega os termos apropriados, que devem ser
compreendidos pelo interlocutor. De nada adianta empregar expressões
desconhecidas pelo outro, o que denota vaidade e arrogância e não surte o
efeito desejado.
Pág. 4
O processo de comunicação, ainda na fonte do emissor, sofre acentuada
influência de seu estado emocional. Saiba que gestos de impaciência e
passividade, como expressões corporais, desinteresse e tom de voz dizem
muito em si somente, podendo prejudicar, ou potencializar, a transmissão da
mensagem.
Pág. 5
Para refletir
Pág. 6
Numa conversa pessoal, face a face, perceba que os interlocutores dialogam
melhor, complementam ideias e pontos de vista da maneira mais plena.
Percebe-se o gestual, o tom de voz. Esse é o canal de melhor qualidade para
uma comunicação assertiva. Ao telefone perde-se a observação do interlocutor,
o que torna a comunicação mais pobre. O correio eletrônico, por fim, é, dos
três, o canal que menos propicia qualidade à comunicação.
O correio eletrônico é muito bom para registrar a conversa. É boa prática que,
após uma conversa face a face, ocorra uma breve troca de mensagens de
correio eletrônico, para reafirmar, confirmar e registrar o que foi conversado.
Pág. 8
Nesse diálogo, preste atenção às seguintes recomendações:
Quem ouve bem consegue transpor a barreira do individualismo, do "eu sei", "eu
penso assim", "eu falo", tornando-se um elemento agregador e referência para a
equipe. É certo que essa é uma habilidade essencial no chefe-líder.
O saber ouvir vai desde a leitura do gestual do interlocutor, das expressões que
emprega, à observação cuidadosa de seu ser como um todo. Por essa razão a
conversa face a face é muito mais eficiente do que o e-mail para a
comunicação. Dessa forma consegue-se ouvir além das palavras.
Outra habilidade importante nesse processo de comunicação interpessoal é a
melhor percepção possível do ambiente, especialmente em se tratando de um
ambiente político.
Além disso, nem sempre as pessoas são sinceras e abertas para expor suas
reais intenções e pensamentos. Isso pode provocar percepções equivocadas
da realidade.
Pág. 10
Síntese
• Vimos nesta lição a importância que tem uma boa comunicação interpessoal na
atividade de gabinete. Saber ouvir, compreender e ser capaz de se fazer
compreendido, com boa percepção, são elementos que devem ser desenvolvidos
diariamente pelo exercício e pela observação;
• Ser ético, agir com integridade, de forma assertiva contribui sobremaneira com
esse processo. Agindo assim, a pessoa conquista o respeito da equipe e torna-
se, naturalmente, uma referência positiva no ambiente de trabalho;
Vamos lá, comece por você. Pratique uma boa comunicação interpessoal...
Unidade 3 - Realizando reuniões de trabalho produtivas
Aprender a tornar as reuniões de trabalho mais produtivas, com pauta prévia, ata, organizador,
secretário, e tempo bem definido e respeitado;
demonstrar que a reunião é um espaço apropriado para a solução de conflitos funcionais, bem como
para a construção coletiva de boas soluções.
Pág. 1
Um recurso bastante importante para o trabalho colaborativo que se
desenvolve no gabinete parlamentar é a reunião de trabalho. Nessas
condições, sob coordenação, a equipe discute as pautas e agendas da
atividade, aprimora procedimentos, esclarece dúvidas e resolve
desentendimentos. Trata-se de um recurso que deve ser empregado com
técnica e regularidade, desenvolvendo na equipe o bom hábito de se reunir e
afinar a rotina.
Pág. 2
Reuniões bem-sucedidas propiciam ganhos consideráveis, dentre os quais se
destacam:
A primeira pergunta que deve ser respondida, antes que se decida pela
reunião, é se realmente ela é necessária. A reunião é uma intervenção no
ambiente, pode gerar expectativas e ansiedades notadamente marcadas pela
cultura e pelo clima organizacional.
Muitas vezes uma boa conversa a três é preferível e resolve muito bem
as questões. Antes isso do que fazer uma reunião.
Pág. 3
A reunião pode acontecer periodicamente, quando então passa a compor a
rotina do grupo. O risco que se corre é tornar esse um momento rotineiro
enfadonho, inútil e desinteressante para a equipe. É a chamada reunião
burocrática e improdutiva.
Toda reunião deve ter um líder, ou coordenador, que assume um papel mais
administrativo. Esse pode ser o chefe de gabinete. É interessante que haja
rodízio entre coordenadores da reunião. Isso favorece a cultura da delegação e
da disciplina.
Pág. 4
Como a reunião é um espaço rico para a convivência participativa, pode ser
que surjam temas outros que não compunham originalmente a pauta da
reunião. Nesse caso, esses temas devem ser registrados para comporem a
pauta de outra reunião, se necessário.
Quanto aos participantes da reunião, estes devem ser tão somente os que
estejam envolvidos no tema, ou que possam de alguma forma contribuir com
seu andamento. Quanto mais adequado seja o grupo reunido, tanto maior será
o resultado em termos de assertividade e encaminhamento.
Pág. 5
Pág. 6
Toda reunião deve ter uma pauta com:
Assunto e motivo da reunião.
Quanto ao tema da pauta, cuide para que a gama de assuntos seja correlata e
fechada a outras discussões.
Toda reunião deve ter uma ata, que é o registro da ocasião. É o secretário da
reunião quem redige a ata, posteriormente revisada e divulgada dentre os
participantes.
A ata complementa a pauta e deve ser compreensível inclusive por quem não
tenha participado da reunião. Além dos elementos da pauta, devem constar em
ata:
Pág. 7
Surge aqui a seguinte questão: Caso não seja o coordenador da reunião, qual
a melhor atitude de um participante?
Por outro lado, pode-se entendê-las como ocasião propícia ao diálogo maduro,
ao acúmulo de experiências e para a construção de soluções coletivas. Vamos
adotar essa segunda postura em nosso enfoque.
São atitudes positivas em reuniões:
Atentar-se para a pauta. Nela pode haver algum tópico que lhe diga
respeito diretamente. Informe-se sobre isso previamente com o
coordenador. Leia a pauta com antecedência.
Pág. 8
São atitudes negativas em reuniões:
Encare a reunião de trabalho como algo sério, que muito pode contribuir com a
eficiência do gabinete. Prepare-se para ela, atenda às orientações do
coordenador, ouça e coloque seus pontos de vista com clareza e respeito às
ideias adversas.
Preste atenção em si mesmo. Aja com eficiência na resolução dos conflitos em que
se veja envolvido, sem esperar que isso se propague, ou se torne conhecido,
afetando o grupo.
É certo, contudo, que existem conflitos que são prejudiciais, predatórios –
os conflitos disfuncionais, ou destrutivos, que causam desarmonia, desunião,
revolta e perda de foco.
Pág. 3
Assim diz a Wikipedia:
Pág. 4
O conflito pode ser interno, intrapessoal, psicológico. Nesse caso, a pessoa se
encontra em conflito consigo mesma, acerca de seus sentimentos, crenças,
motivações.
Converse com o líder da equipe sempre que surgirem conflitos internos associados à
atividade desenvolvida. Ele deve ser uma pessoa preparada para ajudá-lo.
Seja conciliador. Jamais fomente conflitos alheios. Não tome partido por
alguém. Seja, antes, um mediador para a boa solução.
Pág. 5
São boas práticas para o gestor diante de conflitos:
Seja assertivo.
Pág. 6
Gerenciar é sinônimo de interferir. Assim, o líder da equipe deve
constantemente observar o grupo e atuar sempre que de sua interferência
resulte mais espírito de grupo, foco no resultado, alinhamento com a estratégia,
produtividade, harmonia e crescimento.
Atento observador da equipe, o chefe deve empregar com eficiência uma das
principais ferramentas para a gestão estratégica de pessoas, que é o feedback,
ou retorno.
Diz a Wikipedia:
“Em administração, feedback (retorno de informação, ou simplesmente
retorno) é o procedimento que consiste no provimento de informação à uma
pessoa sobre o desempenho, conduta, eventualidade ou ação executada por
esta, objetivando orientar, reorientar e/ou estimular uma ou mais ações de
melhoria, sobre as ações futuras ou executadas anteriormente.
Para dar o feedback, escolha o local e o momento mais apropriado, e que seja em
particular, uma vez que a presença de mais pessoas pode constranger quem o
recebe, caso seja negativo.
Pág. 7
Para concluir, vejamos o que diz o consultor de empresas e professor de
administração Rogério Martins, nas leituras complementares, sobre como dar e
receber feedback.
Para dar feedback:
Pág. 8
Para receber feedback:
Pág. 9
Conflitos acontecem muitas vezes para tirar as pessoas e as organizações de
situações de inatividade e conforto. Na atividade de gabinete se lida com isso
diariamente, devido principalmente à interdependência dos processos de
trabalho, e das fortes demandas sociais. No gabinete uns precisam dos outros,
e o mandato precisa de todos, em estado de harmonia, motivação e
cooperação plena.
Devemos estar atentos a tudo isso, preservando nosso estado interior, não
permitindo que os conflitos nos desequilibrem como pessoa e como grupo.
Pág. 3
Veja um exemplo típico de negociação cooperativa muito frequente na
atividade de gabinete:
Pág. 4
Trata-se de uma situação em que as partes terão que entrar em acordo e
ceder, para que o mandato ganhe e o projeto de lei seja aprovado com louvor
na data festiva.
Pág. 5
São pressupostos do processo de negociação:
pág. 6
São premissas de uma negociação de ganhos mútuos:
Pág. 7
São qualidades do bom negociador:
Pág. 8
Tenha sempre em mente que, ao empregar métodos negativos, como os
listados abaixo, o acordo construído terá curta existência, sendo quebrado
antes que surta resultados, o que incorrerá em perda de tempo, confiança e
credibilidade. Portanto, são aspectos que não podem acontecer numa
negociação ganha-ganha:
Por fim, resta ao final da negociação, deixar claro para as partes o pacto
firmado, por escrito, se necessário, ficando todos engajados em seu
cumprimento.
Perceba que, a este ponto de nosso exemplo, esgotou-se apenas uma etapa
da negociação. Agora, a assessoria legislativa, e a de comunicação, devem se
atentar para o novo cronograma, de 35 dias para a elaboração, e de 15 para a
divulgação, e neles realizarem seus trabalhos.
Sempre que for necessária repactuação, esta deve ser feita com os mesmos
preceitos da pactuação inicial. Observe, contudo, que o combinado deve ser
atendido. Eventuais alterações devem acontecer apenas em situações
absolutamente excepcionais, sob risco de perder a credibilidade e a confiança.
É fácil perceber que uma boa negociação passa, necessariamente, por uma
boa gestão de conflitos funcionais. Isso acontece diariamente no gabinete
parlamentar, não apenas em situações que envolvam a atividade de legislar,
que é um objetivo imediato do mandato parlamentar, mas também em
situações corriqueiras da rotina da atividade.
Pág. 9
No exemplo dado, note que deve haver toda uma estratégia de suporte ao
atendimento do prazo pactuado. A área administrativa deve fazer contatos,
marcar reuniões, providenciar a logística. A área política deve formar o
convencimento dos atores políticos envolvidos, a área de comunicação deve
empregar os recursos de que disponha para dar ampla divulgação do
processo. É trabalho de equipe.
Na rotina interna do gabinete, talvez, o mais hábil negociador deve ser o chefe
de gabinete. Deve ele empregar dos recursos aqui mencionados, para negociar
nas mais diversas situações, e com os variados atores da atividade, que vão
desde o próprio parlamentar até a copeira do gabinete.
Para refletir
Síntese
Vimos nesta Unidade o quanto é importante ser capaz de negociar visando o ganho
mútuo. Sempre que alguém sai prejudicado, ou desatendido, do processo de
negociação resta a impressão de fracasso e frustração.