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 Módulo 1

Gestão do Tempo
Fundamentos
Olá,

Vivemos numa sociedade cada vez mais imediatista, na qual estresse e ansiedade tornaram-se comuns a todos.

O sistema capitalista cobra resultados cada vez maiores e nem sempre as organizações investem no bem-estar de
seu colaborador. Em casa nossos filhos são mais questionadores e cobram nossa atenção de forma muitas vezes
mais cruel que nossos “chefes”. 

Diante desse cenário, ter uma boa Gestão do Tempo torna-se uma obrigação.

Esse treinamento foi desenvolvido com o objetivo de tornar mais eficaz a sua relação com tarefas, compromissos,
anotações e contatos. 

Você gostaria de ter mais tempo em sua vida? Para quê?

Algumas reflexões sobre Gestão do Tempo...

“Tempo é dinheiro.”

Existem ditados que considero bastante infelizes, principalmente se não soubermos interpretá-los. O que mais me
incomoda na frase acima é o quanto ela nos passa uma ideia de trabalho constante. Se o dia tivesse 6 horas a
mais, trabalharia todas elas para gerar mais dinheiro. Em outro cenário, se conseguir reduzir a realização de
minhas tarefas em 2 horas, terei novamente mais tempo para gerar mais dinheiro. Discordo disso. Boa parte do
tempo que podemos gerar através de produtividade deve ser destinado a geração de equilíbrio trabalho-lazer, não
de dinheiro.

“Isso é coisa para quem é organizado demais.”

Não há dúvidas que quanto mais habilidade de organização você tiver mais fácil será gerenciar seu tempo.
Pessoas com alto nível de racionalidade terão uma maior aptidão a absorver os conceitos apresentados aqui.
Porém, definir-se como incapaz de desenvolver técnicas que melhorem sua relação com o tempo já é demais.
Não se vitimize, nem caia no erro do “eu sou assim e pronto”. 

“Torna a minha vida muito programada.”


Outro erro comum de quem olha de fora um processo de organização do tempo é acreditar que o mesmo torna a
sua agenda muito engessada. A questão é simples: se fosse capaz de fazer sobrar 1 hora no seu dia, teria mais
liberdade ou se sentiria mais preso? Se vivesse menos em regime de urgência, qual domínio teria sobre suas
ações?

Acredite! Quanto melhor for o planejamento de seus compromissos e tarefas mais liberdade de ação você terá no
seu dia-a-dia.

“Minha vida pessoal e profissional são muito bem separadas.”

Você é único. Não existe o lado profissional separado do pessoal. De fato é muito comum pessoas terem
comportamentos distintos no trabalho e em casa. Em geral, o ambiente corporativo demanda um nível de
organização maior e o risco de uma demissão torna as pessoas mais receptivas a métodos e padronizações. 

Agora reflita sobre quantas vezes você levou trabalho para casa e prejudicou o convívio com a sua família. Ou
ainda quantas vezes um problema pessoal atrapalhou seu desempenho no trabalho. Um sistema de
gerenciamento de tempo deve levar em conta todos os papéis do indivíduo, sem separação.

Proatividade

O conceito de proatividade é lugar comum no universo corporativo. A todo momento somos cobrados a tomar
iniciativa e assumir a responsabilidade por nossas ações. 

Proatividade vai muito além de iniciativa. É assumir a responsabilidade pelas suas escolhas, independente de ter
ou não culpa nos resultados. 

O meio externo influencia? Sim. É o responsável pelas suas escolhas? Não. Ter uma postura positiva em suas
ações e perder tempo apenas com o aquilo que você é capaz de influenciar, compõe o comportamento proativo.
QUESTÃO 1- A “Gestão do Tempo” tem por objetivo tornar mais eficaz a sua relação com tarefas,
compromissos, anotações e contatos, qual das alternativas abaixo apresenta a vantagem de quem utiliza essa
prática?

1. Prioriza e organiza melhor suas atividades


2. Desenvolve um trabalho de menor qualidade
3. Sua produtividade cai
4. Tem menos eficiência
5. Te leva a uma dedicação menor

QUESTÃO 2- Segundo a perspectiva da “Gestão do Tempo”, o que acontece quando não planejamos nossa
semana?

1. As demandas externas que definem o que temos que fazer


2. As demandas internas que definem o que temos que fazer
3. Há uma entrega de atividades realizadas maior, tanto na vida profissional quanto no pessoal
4. Ela se torna mais produtiva
5. Fico com a sensação de dever cumprido

QUESTÃO 3- Quando falamos em “Gestão do Tempo” ouvimos muitas frases, dentre as alternativas abaixo
qual está de acordo com os princípios da gestão do tempo?

1. “Torna a minha vida muito programada”


2. “Tempo é dinheiro”

3. “Minha vida pessoal e profissional são uma coisa só”


4. “Isso é coisa para quem é organizado demais”
5. “Demanda muito tempo”

QUESTÃO 4- As características de uma pessoa proativa, vai além de tomar a iniciativa, e podemos perceber
isso na sua fala também, dentre as afirmações abaixo, qual delas seria dita por uma pessoa proativa?
1. “Não há nada que eu possa fazer”
2. “Sou assim e pronto”
3. “Ela me deixa louco”
4. “Eles nunca vão aceitar isso”

5. “Vamos procurar as alternativas”

QUESTÃO 5- Ser proativo não é apenas tomar a iniciativa para realizar as ações, existem atitudes envolvidas
nesse processo, dentre as afirmações abaixo, qual destas atitudes tem relação com o perfil proativo?

1. Devo sempre procurar um culpado da situação


2. Meu comportamento depende das circunstâncias
3. A responsabilidade é sempre do outro

4. Meu comportamento é produto da minha própria escolha


5. Me culpo de tudo o que acontece

QUESTÃO 6- A “Gestão do Tempo” tem por objetivo tornar mais eficaz a sua relação com tarefas,
compromissos, anotações e contatos

“Gerir bem o tempo não significa se ocupar com inúmeras atividades o dia todo, mas sim administrar as
atividades que precisam ser feitas por ordem de prioridade e a quantidade de energia necessária para que elas
sejam efetivamente concluídas”

Fonte: https://meunegocio.uol.com.br/blog/gestao-do-tempo/#rmcl. Acesso em 03 set. 2021.

Podemos afirmar que a gestão do tempo te auxiliará em:

1. Organizar a sua semana e te dar uma maior liberdade


2. Tornar a sua vida muito programada
3. Te confundir sobre o que deveria ser feito
4. Nada, pois é voltado apenas para quem é organizado
5. Te limitar na flexibilidade da sua agenda

A Matriz do Tempo
Metas

É impossível gerenciar seu tempo sem saber onde pretende chegar. A definição de metas de curto, médio e longo
prazos é fundamental para um correto planejamento semanal, afinal suas ações precisam estar alinhadas aos seus
objetivos.
“Deixo a vida me levar, vida leva eu...” é bem popular e positivo na canção do Zeca Pagodinho. Mas será que essa é a
melhor atitude a tomar em sua vida? E se a vida lhe levar para onde não quer? Uma vida sem definição de metas é
uma vida sem norte.

Urgência x Importância

A grande mudança de paradigma na Gestão do Tempo é separar suas atividades recorrentes e imprevistas em
Urgência e Importância. Tudo que é urgente é necessariamente importante? A Importância está diretamente
relacionada às suas metas. E urgência está intimamente ligada ao tempo que você dispõe para realizar a atividade
sugerida. 

Várias atividades podem ser urgentes e importantes. Uma crise com um cliente, um familiar doente precisando de
apoio. Porém, muitas atividades são meramente urgentes, mas não estão alinhadas às suas metas e, por várias vezes,
apenas desperdiçam seu tempo.

Todas as atividades (compromissos ou tarefas) que vivemos diariamente podem ser divididas em quadrantes. A
formação desse modelo mental é baseada em dois conceitos fundamentais: importância e urgência. 

Importante: atividades que estão alinhadas com seus interesses, valores e prioridades.

Urgente: atividades que possuem um prazo imediato. 

Dessa forma divide-se o tempo em quatro quadrantes:

  
Trabalhando os quadrantes
Uma vez compreendida a distribuição de seu tempo nos 4 quadrantes da Matriz do Tempo, faz-se necessário
realizar um trabalho de redução nos quadrantes IV, III e I. O objetivo é ter cada vez mais tempo para dedicar ao
quadrante II.

Como ELIMINAR o quadrante IV?

- Reflexão constante;
- Cuidado com os ladrões do tempo: televisão e internet;
- Gestão do estresse;
- Propósito familiar / pessoal;

Como EVITAR o quadrante III?

- Alinhamento (profissional);
- Discutir a relação (pessoal);
- Esclarecer expectativas;
- Aprender a dizer não e a negociar novos prazos;
- Delegando poder (aumentando o nível de autonomia);
- Desde que seja possível, não atenda todas as suas ligações. Faça um filtro na origem das ligações e no momento
em atendê-las. Interromper uma atividade importante pode levar à perda de foco;
Aprendendo a dizer não

Está aí uma tarefa bem complicada. Dizer não torna-se especialmente difícil quando, por mais que a atividade
proposta seja de nenhuma importância em sua vida, a pessoa que está pedindo é. Leia abaixo os problemas
relacionados e algumas dicas que vão facilitar o seu próximo NÃO.
Problemas: 
- É algo contrário à nossa cultura;
- Muitas vezes passa antipatia, grosseria ou falta de atenção;
- Dicotomia entre a não importância da tarefa e a importância da pessoa;
Dicas: 
- Tenha um planejamento semanal como escudo;
- Pense na tarefa você não realizará para atender o pedido;
- Faça perguntas: isso é necessário agora? Precisa realmente de mim? Precisa realmente ser feito?
- Não use o TALVEZ;
- Ao superior: transfira a ele a decisão sobre as suas prioridades;
- Fuja à popularidade e tenha coragem!
Como REDUZIR o quadrante I?

- Realizando um Planejamento semanal;

- Cuidando dos relacionamentos;

- Delegando;

- Meta: 25% em urgências.

Atividade extra

Nome da atividade: Filme

Assista o filme Click, de agosto de 2006.

Sinopse: 

Um arquiteto, casado e com filhos, está cada vez mais frustrado por passar a maior parte de seu tempo
trabalhando. Um dia, ele encontra um inventor excêntrico que lhe dá um controle remoto universal, com
capacidade de acelerar o tempo. No início, ele usa o aparelho para acelerar qualquer momento tedioso, mas se dá
conta de que está acelerando o tempo demais, deixando de viver preciosos momentos em família. Desesperado,
ele procura o inventor para ajudá-lo a reverter o que fez.

Preparando a Casa
Todo sistema de Gestão de Tempo deve ter como base os seguintes pontos: contatos, compromissos, anotações e
tarefas. O primeiro passo na organização desses pontos é a escolha da ferramenta que irá auxiliar o processo. 

FERRAMENTAS

CONTATOS: celular, provedores de e-mail, computador, agenda etc.


COMPROMISSOS: ferramentas de calendário, google agenda, agenda tradicional etc.
ANOTAÇÕES: aplicativos de celular, outlook, bloco de notas, folha de anotações etc.
TAREFAS: aplicativos de celular, google tarefas, outlook, bloco de notas etc.

DEFINA SEU ESTILO

A escolha das ferramentas define o seu estilo de gestão. 


TOTALMENTE ONLINE: smartphone, laptop e ferramentas online.
TOTALMENTE OFFLINE: agenda tradicional, papéis para anotações.
MISTO: um pouco de cada.
Em qual estilo você se enquadra?

O PLANEJAMENTO

TIPOS DE PLANEJAMENTO

Longo Prazo: mais de um ano para realizar.


Ex.: filhos, casamento, compra de apartamento, carro, etc.

Médio Prazo: menos de um ano para realizar.


Ex.: eventos, viagens, cursos, treinamentos etc.

Curto Prazo: uma semana.


Ex.: tarefas e compromissos.

Curtíssimo Prazo: follow up diário.


Ex.: verificação das atividades adiadas, do dia e que podem ser antecipadas.

OS PILARES DA GESTÃO DO TEMPO

CONTATOS

- Registro de telefone, e-mail, empresa, cargo etc no seu telefone e provedor de e-mail.
- Estabeleça o maior network possível.
- Cultive o vínculo fraco.
- Crie grupos no provedor de e-mail.
- Seja criterioso com os contatos do Facebook e use o Linkedin.
COMPROMISSOS

- Anote todos em uma plataforma com lembretes.


- Compartilhe com as pessoas envolvidas.
- Anote as informações fundamentais do compromisso (pauta, local, horário, convidados).
- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes (aniversários).
- Use os lembretes de forma criteriosa.
- Não registre uma Tarefa como Compromisso.

ANOTAÇÕES

- Fundamental na organização do conhecimento.


- Use para projetos futuros, pautas, dados etc.
- Mantenha uma Tarefa associada a Anotação quando necessário (evite que caia no esquecimento).
- Crie pastas em seu computador para organizar artigos, apresentações etc.

TAREFAS

- Registre todas as suas tarefas importantes.


- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes.
- Defina SEMPRE um prazo, mesmo que tenha que adiar constantemente.
- Transforme emails em tarefas (copiando os dados relevantes).
- Seja criterioso no uso de lembretes.

Atividade extra
Nome da atividade: Livro
Leia o livro Primeiro o mais importante, Stephen R. Covey, Editora Sextante.

Planejamento Semanal
O PLANEJAMENTO SEMANAL

- É o planejamento de rotina.
- Foco na execução.
- Melhor unidade de tempo para planejamento.
- Deve ser feito entre sexta a tarde (ideal) e segunda de manhã (menos indicado).
- Duração de 20 a 30 min.

PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO SEMANAL

1. Reveja o planejamento da semana anterior.

- Registrando novas tarefas que ainda não foram anotadas;


- Eliminando as tarefas executadas;
- Fazendo o acompanhamento de tarefas delegadas;
- Criando novos prazos para as tarefas não cumpridas;
- Reagendando compromissos não realizados.

2. Analise os Compromissos da semana

- Dimensione encontros e reuniões com as tarefas propostas para a semana;


- Reagende o que for necessário;
- Fique atento às demandas de cada compromisso (análise de dados, envio de relatórios);
- Confirme os compromissos.

3. Defina as Tarefas da semana

- Dimensione a quantidade de tarefas com o tempo disponível;


- Adie para a próxima semana o que for necessário;
- Não planeje 100% de seu tempo (ou conviva tranquilamente com adiamentos);
- Estabeleça quais tarefas são prioritárias;
- Distribua as tarefas nos dias da semana.

Verificações diárias:

- O que não foi feito de dias anteriores?


- O que deve ser feito hoje?
- O que será realmente adiado (tarefas e compromissos)?
QUESTÃO 1- Dentre as afirmações abaixo, analise quais são os passos recomendados para o planejamento
semanal:
I. Rever o planejamento da semana anterior
II. Analisar os compromissos da semana
III. Definir as tarefas da semana
1. Apenas a I é verdadeira
2. Apenas a II é verdadeira
3. Apenas a III é verdadeira
4. Todas são verdadeiras
5. Nenhuma é verdadeira

QUESTÃO 2- As atividades como: registrar novas tarefas que ainda não foram anotadas; eliminar as tarefas
executadas; fazer o acompanhamento de tarefas delegadas; criar novos prazos para as tarefas não cumpridas e
reagendar compromissos não realizados, são etapas de qual passo apresentado pelo professor?

1. Passo 1, analise a semana anterior


2. Passo 2, analise os compromissos da semana que se inicia
3. Passo 3, analise as tarefas da semana que se inicia
4. Passo 4, analise a semana seguinte
5. Verificação diária

QUESTÃO 3- No passo 2 do planejamento semanal: analisar os compromissos da semana. São definidas


algumas atividades que devem ser feitas para uma boa execução do planejamento semanal, dentre as alternativas
abaixo, qual delas é referente ao passo 2?

1. Eliminar as tarefas executadas


2. Estabelecer quais tarefas são prioritárias

3. Distribuir as tarefas nos dias da semana


4. Fazer o acompanhamento de tarefas delegadas

5. Dimensionar encontros e reuniões com as tarefas propostas para a semana

QUESTÃO 4- Qual a importância de seguir os 3 passos do planejamento semanal?

1. O seu nível de produtividade aumenta e com isso você terá mais tempo livre
2. O seu nível de produtividade se mantém
3. O seu nível de produtividade reduz
4. O seu nível de produtividade aumenta e com isso seu tempo livre diminui
5. O seu nível de produtividade reduz e com isso seu tempo livre também diminui
6.
QUESTÃO 5- Qual a importância de definir os papéis para o planejamento semanal?

1. Para facilitar quando for categorizar meus compromissos e tarefas


2. Para que eu tenha bem definido e separado o meu eu profissional do meu eu pessoal
3. Para que eu saiba quais pessoas devo consultar para realizar minhas tarefas
4. Pois isso é fundamental na organização do conhecimento
5. Para que eu possa responder com base na urgência e não na importância

QUESTÃO 6- Recomenda-se não planejar 100% do seu tempo, vejamos:


Ainda que se dedique à gestão do tempo e utilize técnicas de planejamento avançadas, com alto grau de
detalhamento, não é possível evitar que eventos aleatórios exijam mudanças.
São momentos que demandam decisões imediatas e que não permitem transigências.
Por conta disso, é necessário ter flexibilidade.
A dica é prever no planejamento do tempo intervalos que permitam a inclusão de novas atividades sem que seja
necessário sacrificar outras mais importantes. Ou seja, evitando comprometer o resultado final.

Fonte: https://fia.com.br/blog/gestao-do-tempo/ Acesso em: 03 set. 2021.

Qual das alternativas abaixo explica melhor o porquê não devemos planejar 100% do nosso tempo?

1. Para que eu consiga fazer mais tarefas do que planejei


2. Para que eu tenha mais tempo livre

3. Porque podem surgir imprevistos


4. Para que eu possa fazer mais pausas durante meu dia
5. Para marcar mais reuniões

Dicas Práticas
GESTÃO DE E-MAILS:

Algumas dicas valiosas para aumentar a sua produtividade:


- Caixa de entrada é de ENTRADA! 
Não deixe as mensagens na caixa de entrada eternamente. Uma vez resolvido o assunto encaminhe o e-mail para
outra pasta.
- Gerencie Spams. 
Utilize um e-mail auxiliar para cadastros e fichas. Marque os indesejados como SPAM e cancele o cadastro nos
mailings indesejados.
- Reduza as respostas desnecessárias (ok, ciente etc).
Faça a sua parte e cobre das pessoas que façam a delas. Reduzir em 20% o número de e-mails abertos por dia
tomando essa medida.
- Só copie quem for necessário.
- Use cópia oculta.
- Não apague e-mails.
- Crie apenas pastas necessárias.
- Crie uma pasta padrão para e-mails resolvidos.
- Crie grupos de destinatários.
- Defina horários para “zerar” a caixa de entrada.
- Não ligue nenhum notificador de e-mails.
- Não verifique a caixa o tempo todo!

ESCREVENDO EMAILS
- O assunto deve ser totalmente compreensível;
- Não escreva textos longos (3 ou 4 parágrafos no máximo);
- Dê espaço entre parágrafos;
- Use tópicos numerados e marcadores;
- Leia o texto antes de enviá-lo;
- Evite “broncas” por e-mail.

GESTÃO DE REUNIÕES

Algumas dicas para tornar suas reuniões mais objetivas e produtivas.


- Defina Pauta;
- Selecione os presentes;
- Defina horário de início e principalmente de término;
- Envie os arquivos necessários previamente;
- Comece SEMPRE no horário;
- Eleja um mediador;
- Seja o mais sinérgico possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

SINTA O RESULTADO
O início é árduo e precisa de grande dedicação. É um processo de mudança de hábito. Assume o compromisso
de fazer por 4 semanas seguidas. Ao final de cada uma delas, veja o quanto você progrediu!
ESTUDE
Nunca foi tão fácil ter acesso ao conhecimento. Pratique sistematicamente atividades de estudo como leituras,
treinamentos, cursos formais e outros.
REVEJA CONSTANTEMENTE O MÉTODO
O melhor método de Gestão do seu tempo é o que você desenvolverá. Utilize as dicas discutidas nesse curso para
criar seu próprio modelo. Algo que sugeri não surtiu efeito? Ignore! Você pensou em adaptar alguma dica para
outro formato? Faça! 
ENSINE
A melhor forma de fixar um método é compartilhá-lo com outras pessoas. Comece dividindo o modelo com
alguém próximo e depois expanda seus horizontes.

 
PROJETO DE VIDA
Vida - Sentido da Vida
Pensar para viver bem
É sabido que viver pressupõe experienciar diversos momentos e sensações diferentes ao longo da passagem por
este mundo. Não é à toa que caiu no uso popular a expressão “valer a pena”. Pode-se pensar, inclusive, que a
expressão poderia ser (se é que já não foi) “valer as penas”, visto que muitas são as dores, tristezas e dificuldades
pelas quais passamos ao longo dos anos.
No entanto, foi justamente esta reflexão que trouxe a alguns teóricos uma visão relativamente positiva sobre a
trajetória humana na terra. Sócrates, por exemplo, defendia a ideia de que a vida que vale a pena é a vida que
compensa todas essas misérias e tristezas humanas. Mas você deve estar se perguntando: como se daria isso? O
que fazer para que as coisas boas se sobressaiam às ruins?
Portanto, o ponto central da discussão nesta aula está em refletir sobre aquilo que, na vida, se pusermos na
balança equilibra as penas, as dificuldades, as dores, as tristezas.
Sócrates é considerado o pai da maneira ocidental de pensar, por isso influencia até hoje a estrutura de
pensamento de todos nós. Ele dizia que a existência humana seria uma experiência mais agradável tanto quanto
mais se pense as ações no dia a dia. Ou seja, quanto mais na hora de viver você pensar (sobre o que está
acontecendo, sobre o que está fazendo…) tanto mais a vida que está vivendo será melhor.
No cenário atual do início do século XXI, esta é uma reflexão ainda mais oportuna, uma vez que temos sido
marcados pela pressa, muito provavelmente em decorrência de sermos, talvez, a sociedade mais atarefada que já
existiu. A agilidade se torna necessária para a sobrevivência, embora cada vez mais não prestemos atenção àquilo
que estamos fazendo. Passamos pelas atividades rotineiras, por relacionamentos, estudos, hobbies e tantas
outras experiências sem qualidade, sem satisfação. Sócrates diria que nunca antes a humanidade passou tão
desatenta pela vida, sem aproveitá-la da forma como deveria.
 
“O ritmo frenético em que estamos vivendo tem nos impedido de fazer algo essencial: pensar na
vida. Pensar na vida é muito mais do que pensar nos problemas e nas dificuldades que a vida nos
traz, é mais do que pensar no sustento da casa, no cuidado dos filhos, é mais do que se preocupar
com o trabalho ou o status social. O “pensar na vida” que proponho, ou melhor, que Sócrates
propõe, tem relação com o que dá sentido a todas essas coisas; o “pensar na vida” a que me refiro é
pensarmos no propósito que nos leva a fazer todas essas coisas, refletirmos sobre os “porquês” de
fazermos o que fazemos.
O filósofo grego Sócrates, ao chegar ao final de sua defesa contra as acusações de corromper a
juventude ateniense, disse que não se arrependia de ter vivido a vida examinando as coisas e as
pessoas ao seu redor e, principalmente, examinando a si mesmo, afirmando que o maior bem do
homem é se aplicar em conhecer essas coisas e buscar conhecer e discorrer sobre a virtude.
Sócrates acrescenta que: “Uma vida sem esse exame não é digna de um ser humano” ou: “A vida
sem investigação não é digna de ser vivida”. Sócrates tinha total consciência da importância de
pensarmos e examinarmos a nós mesmos e enfatiza que a vida sem essa reflexão não vale a pena.”¹
  
Plenitude da alma
As ideias socráticas se associam diretamente com a teorização feita por um outro grande filósofo, o aclamado
Aristóteles. Ele falava em plenitude da alma, conceito muito similar ao que hoje conhecemos
como mindfulness (plenitude da mente). Este termo ganhou o gosto popular, principalmente no ambiente
empresarial, trazendo através do estrangeirismo, um nome moderno, que, no final, possui significado muito
próximo ao conceito aristotélico.
Em resumo, estamos falando que, independentemente das circunstâncias da vida, que ora podem ser melhores
ora piores, nós podemos e devemos vivê-la inteiramente. Se fazendo presente de corpo e mente (alma), porque,
de fato, a vida é o que acontece agora. Toda divisão significa fragilidade, portanto, se existe uma certa força em
você, se existe alguma chance de você performar com muita qualidade, certamente será onde você está, com
todos os seus recursos disponíveis neste momento.
Assim, entendemos que mindfulness é estar com a mente completamente preenchida pela atividade realizada
pelo corpo, ter a mente focada naquilo que se está fazendo no presente, consciente do que acontece em si e ao
redor no agora.
“Mindfulness ou atenção plena é um estado de consciência que ocorre quando intencionalmente
colocamos nossa atenção no momento presente, sem julgamentos. Essa é uma das definições da
palavra Mindfulness, que muitas vezes é traduzida para o português como atenção plena, mas cuja
tradução é complexa, já que o termo em inglês é bastante abrangente e é usado tanto para o
conceito geral quanto para a técnica de meditação mindfulness.”²
  
Depende de nós
Em Epicteto ganhamos reforço na discussão sobre a vida plena. Ele foi um filósofo grego, estoico e escravizado,
que refletiu sobre como viver uma vida plena, uma vida feliz, e também sobre como ser uma pessoa com boas
qualidades morais. Ele se dedicou a tentar responder a estas duas perguntas fundamentais, exercendo enorme
influência sobre as ideias dos principais pensadores da arte de viver.
Para Epiteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinônimos. Felicidade e realização pessoal são
consequências naturais de atitudes corretas. Pensamento que é a base do estoicismo, doutrina que prega a
resistência persistente às dificuldades como forma de se adquirir virtudes. Ou seja, as ações humanas devem ser
focadas incansavelmente em administrar aquilo que se pode controlar. É o que modernamente chamamos de
resiliência.
Em resumo, dedique sua atenção e seus esforços àquilo que depende de você até alcançar resultados, sucesso.
Segundo os estoicos, cabe a nós “ignorar” a parte da vida sob a qual não temos ingerência (catástrofes, incidentes,
etc.) e nos dedicarmos ao que nos é permitido alterar, e assim, fazer acontecer o que se deseja.

Fases da vida
Pra que passar de ano?
Iniciamos esta etapa dos estudos com uma frase que nos guiará nesta aula: a vida tem fases.
Nessa época da vida ouvimos a seguinte frase: “Crianças, vocês tem que se comportar, para poder passar para o
segundo ano”. Essa sentença tem o poder de criar a expectativa de que no próximo ano tudo irá mudar, com
novos livros, outra professora, outra sala de aula. Como todos os colegas que estudaram com você, isso era
entendido como algo normal.
Hoje, após esses anos, eu gostaria de perguntar para a professora: “A razão de fazer direito é para passar para o
próximo e apenas no próximo será legal?”. Nesse momento podemos refletir: será que não podemos pensar
diferente? Esse é o único ano, o outro é diferente. Este deve ter valor, deve ser maravilhoso e prazeroso. Ele não é
melhor do que os outros, ele é o meu presente, esse ano é maravilhoso, com os livros e pessoas que me cercam
agora.
Conforme dito por Costa (2010), “estar presente” é muito mais do que “estar perto”, isto é, é necessário ser
presença. É preciso projetar a vida, mas é preciso entender que a vida é agora! Quando este acabar, será triste,
pois deixará saudades. E o próximo será maravilhoso também, pois estarei vivendo aquele presente. Não
devemos viver este ano apenas para passar para o próximo. Podemos repetir nesse momento: a vida tem fases.
Cada uma delas serão construídas por você e serão importantes para que você possa esgotar na vida vivida tudo o
que ela pode te trazer de bom.
Pense agora na faculdade. Você não pode viver os quatro anos para que possa viver o final com o diploma na
mão. Viva plenamente os quatro anos, de forma inteligente. É vivendo plenamente o momento vivido que o
futuro pode ser promissor.
É necessário ter propósito na vida, retomando um conceito de Karl Marx, do século XIX, de recusa da alienação.
Segundo Cortella (2016, p. 16) “alienado é aquele que não pertence a si mesmo”.
Quer mais um exemplo? Viver o ensino médio apenas para poder passar no vestibular. Isso não é uma verdade!
Existem coisas maravilhosas e devemos viver aqueles instantes, pois eles nos ensinam pontos maravilhosos.
Aprenda a apreciar e encantar o momento que você está vivendo, o seu presente. Quanto mais intensamente o
presente for vivido, mais provavelmente o futuro será rico. Não jogue no lixo o presente, esperando o futuro. A
vida vale as suas dificuldades e devemos vivê-la no momento exato em que ela ocorre.
 
Alegria de ser CEO
Quanta coisa muda com o tempo, não é mesmo? Se pudéssemos voltar no tempo e aproveitar melhor
determinados momentos, pois foram tão bons, que poderiam ser eternos.
Novamente podemos refletir que vivemos fases e ciclos se encerram para que outros tenham início. Vamos
cumprindo etapas. Mas, quando a vida é boa, nós não queremos mudar de fase. Podemos chamar de desejo de
eternidade daquele momento.
Tudo o que pensamos que poderia durar um pouco mais, significa que aquilo nos cativou e desejamos nos
manter por ali. Mas sabemos que a realidade é que os ciclos vão se encerrar e outros irão ter início.
Ao refletirmos sobre as fases da vida em um determinado momento chegamos na vida adulta. Você vai, por
exemplo, sair da faculdade para ir para uma pós-graduação. Ao chegar na vida adulta, você vai começar a busca
de um emprego, afinal de contas desde que você entrou no primário você está sendo preparado para isso. Aqui
nos vem a ideia de que a vida só começa nesse ponto, o que não é uma verdade, afinal, ela começou lá em sua
infância.
Segundo Cortella (2016, p. 84) “claro, todo mundo gosta de fazer o que gosta. Mas é preciso ter consciência de
que no desenrolar da vida profissional, para fazer o que se gosta, é necessário passar por etapas não
necessariamente agradáveis no dia a dia. O caminho não é marcado apenas por coisas prazerosas”.
Nesse momento, chega a entrevista de emprego e você vai ser apresentado ao organograma da empresa. E claro,
a área de Recursos Humanos é a responsável por te apresentar esses tópicos e tambem por te instigar a responder
o que você deseja neste local de trabalho.
Ao refletir sobre a pergunta, você chega a conclusão de que você quer crescer dentro daquela empresa. Mas
como fazer isso? Você precisa ter a consciência de que para crescer na empresa é necessário trazer dinheiro para
aquela organização (de preferência, muito lucro). E, em seguida, você será promovido.
Observe nesse ponto que você volta ao mesmo discurso de quando você era criança e estava no primário. Você
passa a viver a posição que está agora apenas para chegar no próximo nível. E você começa a viver sempre
pensando no futuro, mais uma vez, sem pensar no agora.
É importante destacar que esse processo se afunila, ou seja, nem todo mundo chega no nível mais alto, no cargo
de CEO. Nesse momento, uma reflexão passa na sua cabeça, pois era importante o trajeto e não o topo.
 
Viver só até amanhã
Desde o momento em que nascemos somos orientados que a vida é subdividida da seguinte forma: Primeiro
você é criança (a infância). Posteriormente, vem a fase de transição, chamada de adolescência. Em seguida, vem
a vida adulta, a maior delas. E em seguida, a melhor idade (terceira idade, caso queira).
Podemos nos perguntar: o que caracteriza cada uma dessas fases? É o tempo de vida e experiência acumulada?
Até que ano vai a infância? Pronto! Nesse momento já ficamos desorientados e a resposta não é tão simples. No
passado, no século XII a criança era de um jeito e hoje é outro jeito. Ou seja, com o passar dos anos, esse
entendimento se modificou completamente.
Na literatura, o autor Costa (2000) defende que cada fase da vida tem o seu propósito e o seu protagonismo, a
chamada escada de participação, conforme visto a seguir.
 

Escada de participação do jovem


Na fase 1 temos a participação manipulada, onde os adultos determinam e controlam o que os jovens deverão
fazer. Na fase 2 existe a participação decorativa, onde os jovens apenas marcam presença em uma ação, sem
influir no seu curso. Já na fase 3 existe a participação simbólica, onde a presença dos jovens em uma atividade
serve apenas para mostrar e lembrar os adultos que eles existem e são importantes. Na fase 4 há a participação
operacional e os jovens participam apenas da execução de uma ação.
Chegamos à fase 5 onde há uma participação planejada e operacional e aqui, os jovens participam do
planejamento e da execução de uma atividade. Na fase 6 há a participação decisória, planejadora e operacional e
os jovens participam da decisão de se fazer algo ou não. Já na fase 7 ocorre a participação decisória, planejadora,
operacional e avaliadora, onde além das anteriores, os jovens também avaliam uma ação. Durante a fase 8 os
jovens têm participação colaborativa plena, participando da decisão do planejamento, da execução, da avaliação e
da apropriação dos resultados. Chegamos à fase 9, onde existe a participação plenamente autônoma e os jovens
realizam todas as etapas. Por fim, há a fase 10 e sua participação condutora, onde os jovens realizam todas as
etapas e ainda orientam a participação dos adultos (COSTA, 2000, p. 89).
Podemos pensar que podem ser características do corpo, que são imprecisas, assim com o tempo acumulado.
Precisamos entender que cada pessoa é de um jeito, cada evolução e cada corpo tem o seu tempo. E a velhice? É
caraterizada pelo fato de surgirem algum tipo de queda na mobilidade? Não podemos afirmar, afinal, existem
inúmeros exemplos de pessoas que nos mostram o contrário.
Os critérios são imprecisos e variados, criando uma brecha para que você possa tomar as rédeas da sua vida, da
forma que você bem entender. Buscando características de cada uma das fases da vida, conforme você precisa e
deseja. As fases da vida devem ser vividas com autenticidade e de acordo com o que é relevante para si, visto que
elas são imprecisas.
É necessário lembrar de um ponto: divida a vida conforme o seu entendimento e o seu desejo, pois a vida pode
acabar a qualquer momento. E como dizia o jornalista gaúcho Aparício Torelli, o Barão de Itararé, “a única coisa
que se leva da vida é a vida que se leva” (CORTELLA, 2016, p. 16).
No ano de 2020 iniciamos uma vida diferente com uma pandemia. O que nos mostrou que a vida pode acabar a
qualquer instante. A estatística nem sempre vai se aplicar à sua vida e por isso é importante que você entenda o
valor do agora. O agora é o momento que você tem para colocar todas as suas forças e alegria.

Autoconhecimento
Essa é a minha praia
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo" é um aforismo grego que revela a importância do
autoconhecimento. E apesar de não se ter certeza sobre quem foi o autor desta máxima, vários autores atribuem a
autoria da frase ao sábio grego Tales de Mileto, já outros, defendem teorias que afirmam que a frase foi dita por
Sócrates, Heráclito ou Pitágoras.
Mas, independentemente da autoria, a frase ficou famosa mesmo na sua versão encurtada: "Conhece-te a ti
mesmo”. E traz como reflexão central, a ideia de que para alcançarmos o verdadeiro conhecimento sobre a vida e
o mundo, precisamos antes conhecer a nós mesmos. Se queremos conhecer o mundo à nossa volta, devemos em
primeiro lugar conhecer quem nós somos.
O processo de autoconhecimento é contínuo e nos permite interagir melhor com o mundo e com as outras
pessoas, amplia o horizonte para um mundo de novas possibilidades. Além disso, ao olhar para si mesmo, o
indivíduo desenvolve sua identidade, e ganhando consciência de quem se é, consegue se mover de maneira mais
produtiva na sociedade.
Entre os grandes pensadores nesta seara do autoconhecimento estão Sócrates e Sêneca. O primeiro, dedicou
muito tempo tentando entender a sua própria natureza, afirmando, inclusive, que nenhum indivíduo era capaz de
praticar o mal consciente e propositadamente, mas que o mal era um resultado da ignorância e falta de
autoconhecimento. Já o segundo, desenvolveu a teoria do “daimon interior”.
 
“A palavra “daímôn” é de difícil entendimento devido às sobreposições de significados que ela
recebeu ao longo do tempo na tradição da antiga Grécia. Na mitologia, pela narrativa do poeta
Hesíodo (750 e 650 a.C.) os daímones foram homens nobres pertencentes a uma “geração de ouro”
que, por determinação de Zeus, foram transformados em seres imortais e prudentes guardiões, com
a incumbência de vigiar as decisões e ações dos homens mortais.”¹
 
Mas apesar dos diversos significados aplicados à palavra “daímôn”, ela traz sempre o sentido de algo externo
que influencia a conduta humana, porém não necessariamente a determina. Pode-se dizer que seria uma
disposição interior, uma espécie de intuição a respeito da própria natureza do ser. Uma espécie de bússola para
escolhas e sucesso pessoais. Como dito em aula, conhecer a si mesmo não basta, há de se ter coragem de apostar
na própria natureza.
 
Somos o que escolhemos para nós
Na Grécia, na cidade de Delfos, em um templo originalmente dedicado a Apolo (deus da luz, da razão e do
conhecimento verdadeiro) é que foi inscrita, na porta de entrada do Templo de Delfos, a célebre frase sobre
conhecer a si mesmo. E para além das disputas sobre sua autoria, a tradição nos conta uma história interessante
sobre a inspiração ser atribuída a Sócrates.
Conta-se que ele, assim como muitos na Grécia Antiga, tinha o costume de consultar o oráculo para se ter acesso
à verdade. Sócrates então, conhecido por sua vasta sabedoria e considerado o pai da Filosofia, dirigiu-se ao
Templo a fim de saber o que era um sábio e se ele próprio poderia ser considerado um.
O oráculo, por sua vez, ao receber as suas dúvidas, teria questionado: "O que você sabe?". Sócrates teria
respondido "Só sei que nada sei". O oráculo, ao ouvir a resposta do filósofo, rebateu: "Sócrates é o mais sábio de
todos os homens, pois é o único que sabe que não sabe." Este diálogo tornou-se bastante significativo no estudo
da Filosofia, pois demonstrou a humildade do sábio diante da vida.
E a experiência de Sócrates nos permite entender que a postura assumida por uma pessoa diante da vida diz
muito sobre ela mesma. A maneira como encaramos a existência dita nossas escolhas, e estas por si só dizem
muito a respeito de nós. Quando nos apresentamos, falamos das nossas escolhas, ou seja, daquilo que é
importante para nós.
 
O mundo é um espelho
Uma discussão filosófica que reflete e resume o tema aqui estudado, já foi objeto de análise de vários autores,
como Espinosa, Mitchell e Freud, que seria o conceito chamado de espelho da vida. Trata-se da teoria que aponta
para o entendimento de que ao observarmos o mundo, vemos a nós mesmos no mundo.
A forma como o mundo se apresenta nos permite descobrir coisas sobre nós mesmos, como afinidades (vejo
alguém cantando e percebo que gosto de música), apetites (experimento uma maçã e percebo gostar desta fruta),
e desejos (vejo pintura e desejo ser pintor), por exemplo.
É o que podemos chamar de imediatidade da vida percebida, ou seja, sem o mundo como é não perceberíamos
vários aspectos do nosso próprio eu.
“A vida é a soma das suas escolhas.”
Albert Camus
 
¹“A vida é apenas um espelho” – o conceito crítico de vida de Schopenhauer. Link para
leitura: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/download/1677-
2954.2012v11nesp1p17/22991/86673
  
Atividade extra
Assistir ao vídeo: “Sócrates e o Método Socrático”. Link para acesso: https://www.youtube.com/watch?
v=9vbZ9_eBQGQ

Traços Pessoais
O jogo da vida e as suas cestas
Como é bonito poder refletir sobre a vida, não é mesmo? É uma pena que, muitas vezes, não nos dedicamos
muito a essa atividade, como se fosse um piloto automático. A vida é como se fosse um grande jogo e existem
particularidades que cada um de nós precisa se preocupar e entender.
Imagine a situação de uma pessoa que jogue basquete, que são pessoas normalmente mais altas. Pense que um
outro jogador, por circunstância do jogo, esbarra em você e você cai. Nesse ponto, você resolve sair do jogo, pois
não concorda com o que ocorreu. Nesse momento, você precisa saber que isso é algo natural desse esporte e que
se você se dispõe a jogá-lo, precisa saber que esse risco é inerente.
Esse exemplo é uma bela metáfora para a vida. Estamos vivendo e de repente, podem acontecer intercorrências,
tal como um problema de saúde ou até mesmo problemas de relacionamento com outras pessoas. Em muitos
casos, muitas pessoas passam a pensar que esssas situações não são justas de acontecerem com elas.
Imagine se você “sai do jogo” em situações da vida? Não é possível fazer isso! Se você se dispôs a jogar o jogo
da vida, que é muito complexo, você deve saber que essas intercorrências fazem parte. Sim, você deve lutar para
melhorar e tentar vencer os obstáculos, mas não podemos nos queixar de justiça ou injustiça. Você, a rigor, até
pode sair do jogo da vida, já que você tem livre arbítrio e liberdade para tomar decisões.
Segundo Cortella (2016, p. 16) “Somos seres que têm de construir da própria realidade. E a noção de trabalho é
tão forte entre nós que perpassa outras esferas da nossa vida. Até a noção que temos de saúde está ligada à ideia
do trabalho. Você só se considera saudável quando pode voltar a trabalhar e não quando é capaz de passear,
transar, cantar, dançar”.
Devemos diariamente nos decidir por jogar essse jogo, que é complicado. Todos tem as suas forças e fraquezas,
possuindo traços que são incomparáveis e são só nossos, sendo as nossas armas contra a agressividade no campo
do mundo. Devemos aprender a lutar com o que temos nas mãos, sem se comparar com o outro e com o que ele
tem.
A realidade é que você possui os seus atributos e é com eles que você deve insistir em continuar jogando.  O
estudo auxilia e muito nesse ponto, pois você estará desenvolvendo as suas armas para poder enfrentar os
desafios futuros.
 
Arroz sem ovo
A vida possui muitos valores e um dos traços que mais encantam as pessoas no jogo da vida são os prazeres. Os
prazeres muitas vezes são vistos como algo ruim de ser compartilhado. Apesar de ser muito bom, as pessoas não
querem saber sobre detalhes e dos prazeres que você gosta.
Epicuro, sábio grego, nos dizia que o grande valor da vida é o prazer. Naquela época, a doutrina de Epicuro
surgiu em um momento de grande insatisfação com as condições das Cidades-Estados da Grécia. Durante esses
anos, o poder se concentrava nas mãos de poucos, a chamada arisocracia, público que entendia que os prazeres
advinham apenas da riqueza (CABRAL, 2021).
Epicuro criou então a sua teoria de que devemos ter uma reflexão interior para buscar a verdadeira felicidade e
não associá-la a supertições e bens materiais (CABRAL, 2021). Em português, a palavra para esse valor da vida é
o hedonismo. Dessa forma temos uma dicotomia: Teve prazer, valeu viver; Não teve prazer, não valeu viver.
Destaca-se aqui que a ideia de Epicuro não é incentivar você a fazer o que bem entender. Mas sim, obter o prazer
de forma constante, para que você se sinta bem e com tranquilidade. “A felicidade é alcançada por meio do
controle dos medos e dos desejos, de maneira que seja possível chegar à ataraxia, a qual representa um estado de
prazer estável e equilíbrio e, consequentemente, a um estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois,
conforme Epicuro há prazeres maus e violentos, decorrentes do vício e que são passageiros, provocando somente
insatisfação e dor” (CABRAL, 2021, s.p.).
Não podemos nos deixar nos atormentar pelas mazelas do mundo e conforme Epicuro, devemos ter tranquilidade
da alma. Dessa forma, você não se abala por tudo que é muito, seja muito ruim, seja muito bom. Conforme os
ensinamentos de Epicuro, para alcançar a felicidade existem 4 remédios (CABRAL, 2021):
1. Não se deve temer os deuses;
2. Não se deve temer a morte;
3. O bem não é difícil de se alcançar;
4. Os males não são difíceis de suportar.
 
O prazer não pode destruir a capacidade de ter prazer amanhã, pois eu preciso cuidar para que ela tenha
frequência. Devemos ter prazer com o que é simples, com o que é fácil de encontrar, fazendo parte da vida.
O sábio é aquele que tem prazer com o que é simples e que está ao seu alcance. Todos temos traços pessoais e
cada um de nós temos prazeres com coisas e situações distintas, sendo próprio, ou seja, de cada ser humano.
Nesse ponto é importante destacar que o seu prazer não pode (ou deveria poder) ser imposto ao outro.
A virtude subordinada ao prazer pode ser alcançada por meio dos seguintes itens (CABRAL, 2021, s.p):
Inteligência: a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e evita a dor;
Raciocínio: reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual prazer é mais vantajoso, qual deve ser
suportado, qual pode atribuir um prazer maior, entre outros.
Autodomínio: evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura sofisticada e participação política;
Justiça: deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada para que não haja prejuízo entre os homens.
 

A oitava pamonha
Cada um de nós temos a própria vida, de forma que não irá acontecer da mesma forma novamente. Você é o que
é agora, assim como o mundo que o cerca e isso não se repetirá. Mesmo quando estamos frente a frente com
outra pessoa, cada uma tem a sua perspectiva e cada uma vê o mundo da sua forma. A vida é inédita!
Por mais que pareça que todos nós passamos pelas mesmas coisas e temos acesso as mesmas situações, cada um
de nós tem as suas peculiaridades. Nós somos resultado das nossas experiências.
Nós vamos nos transformando a cada experiência que passamos e não somos mais os mesmos ao fim de cada
uma delas. Estamos sempre em transformação!
Ninguém vive no mundo como nós, somos únicos e estamos sempre em fluxo. Conforme Costa (2010),
devemos ter protagonismo em nossa vida, pois é essa atitude que nos gera automomia, autoconfiança e
autodeterminação, auxiliando na construção do nosso projeto de vida.
A sabedoria de ontem, nem sempre se encaixa para a vida de hoje. E é isso que torna a vida sagrada e
maravilhosa. Não existem fórmulas para a felicidade e cada resultado é inédito, sendo assim, sempre haverá uma
nova sabedoria para uma vida renovada.

Valores
 
Geraldo e o tre-le-lê
Em Sócrates e Aristóteles vemos a ideia de que a vida que vale a pena é a vida que compensa todas essas
misérias e tristezas humanas, através do pensamento e de escolhas chamadas virtuosas. É aquela em que, o
positivo compensa o negativo, por meio da conduta sábia do indivíduo, encontrando assim valor nas coisas, nas
pessoas e na própria existência.
Mas o que seria este valor?
 
Segundo o dicionário da Língua portuguesa, em termos filosóficos, podemos significar a palavra
como “propriedade ou carácter do que é, não só desejado, mas também desejável”, ou ainda,
como “as próprias coisas desejáveis, sendo os principais valores o verdadeiro, o belo, o bem”. O
vernáculo traz também uma definição que é estimativa “valor que se calcula pelo apreço ou estima que se
tem um objeto”. ¹
 
A Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura define:
 
“Um valor é sempre uma relação entre um objeto e um padrão utilizado pela consciência que avalia
uma ação realizada ou a realizar. No aspecto filosófico, e pela análise de nossas atitudes práticas
(não-teoréticas) e pela reflexão sobre as mesmas que conseguimos atingir a consciência do valor na
sua essência. A questão sobre a natureza da moralidade, da arte e da religião conduz, por esta
perspectiva, à essência dos valores éticos, estéticos e religiosos.” ²
 
Logo, percebemos que para esta aula, dentre todas as definições possíveis para a palavra valor, nos interessa
refletir sobre aquela que expressa um juízo subjetivo feito pelo ser humano. Cabe pensarmos aqui sobre a relação
que estabelecemos com o mundo. Sobre como o valor das coisas tem a ver conosco, sobre como atribuímos valor
a tudo, independentemente de haver um valor intrínseco em cada coisa ou acontecimento.
A árvore vale para um viajante porque faz sombra; o anel barato vale para a neta, porque lembra a avó que o
deu;  e assim vamos atribuindo valor a cheiros, memórias, objetos e relações, de acordo com o que nos importa.
  
Machado "goela baixo”
Outro ponto de reflexão que se estabelece, está no fato de que, apesar de atribuirmos valor de acordo com o que é
importante para nós, não é sempre que conseguimos sustentar essa escolha perante o mundo. Temos a
necessidade de nos enquadrarmos na sociedade em que vivemos, nos grupos a que pertencemos e, por vezes, o
desejo individual é colocado de lado por isso. E então, já não se declara preferência, renuncia-se ao desejo,
submete-se ao valor dos outros, do grupo.
A História mostra que através do valor estabelecido socialmente é que se estrutura a dominação. O filósofo
francês, Michel Foucault, ensina que o poder é uma prática social constituída historicamente.
 
“As relações de poder, seja pelas instituições, escolas, prisões, foram marcadas pela disciplina e por
ela que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis, pois é por meio da disciplina
que estabelecem as relações: opressor-oprimido, mandante-mandatário, subordinador-subordinado
etc. Trata-se de uma relação assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um
objeto preexistente em um subordinador. Trata-se de uma concepção do poder que se irradia da
periferia para o centro, de baixo para cima, que se exerce permanentemente, dando sustentação à
autoridade.” ³
 
 Descomplicando o complexo
A subjetividade da atribuição de valor muitas vezes conflita com a realidade e o funcionamento da vida. Como
dito em aula, em diversas situações, a nossa perspectiva de valoração não condiz com as regras e determinações
sociais, como diz o professor Clóvis de Barros: o gabarito não bate! E como exemplo, podemos citar as pessoas
consideradas excelentes em seus afazeres que, a despeito de seus esforços e perícia, não alcançam seus intentos,
ou seja, o incrível técnico de futebol que perde o campeonato, a bailarina espetacular que perde o concurso de
dança ou exímio aluno que não recebe boa nota na prova.
Da mesma forma que é correto dizer que valoramos as coisas do mundo a partir da nossa própria perspectiva,
também se pode afirmar que o valor extrínseco (convencionado socialmente) delas oscila de acordo com quem as
valora. E nada mais coerente com uma sociedade competitiva do que o poder da determinação final a respeito
daquilo que tem ou não valor.
São muitas as perspectivas e variáveis sobre o assunto e, por isso, cabe destacar sua complexidade com a ajuda
do pensador  Edgar Morin:
 
“Segundo Edgar Morin (Introdução ao Pensamento Complexo, 1991:17/19): "...a complexidade é
efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações, acasos, que
constituem o nosso mundo fenomenal. Mas então a complexidade apresenta-se com os traços
inquietantes da confusão, do inextricável, da desordem no caos,da ambigüidade, da incerteza... Daí
a necessidade, para o conhecimento, de pôr ordem nos fenômenos ao rejeitar a desordem, de afastar
o incerto, isto é, de selecionar os elementos de ordem e de certeza, de retirar a ambigüidade, de
clarificar, de distinguir, de hierarquizar... Mas tais operações, necessárias à inteligibilidade, correm
o risco de a tornar cega se eliminarem os outros caracteres do complexus; e efetivamente, como o
indiquei, elas tornam-nos cegos."
 
¹ https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/valor.
² Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura.
³ https://cafecomsociologia.com/o-poder-em-michael-foucault/

QUESTÃO 1- A reflexão proposta em aula considerou o significado da palavra valor como:


1. A expressão de um juízo objetivo do mundo
2. A medição extrínseca das coisas do mundo

3. A expressão de um juízo subjetivo feito pelo ser humano sobre as coisas do mundo
4. O valor econômico das coisas do mundo
5. A expressão de um juízo objetivo feito pelo ser humano sobre o preço das coisas

QUESTÃO 2- A partir da perspectiva proposta em aula, de que forma atribuímos valor às coisas:

1. De acordo com o que é importante para nós


2. De acordo com o que é importante para os outros
3. De acordo com o que é importante para a coletividade
4. De forma aleatória, independentemente de parâmetros subjetivos
5. De forma objetiva, conforme regras sociais

QUESTÃO 3- Segundo o pensamento do filósofo francês, Michel Foucault, a História mostra que através do
valor estabelecido socialmente é que se estrutura:

1. a cooperação
2. a extorsão
3. a sofisticação

4. a dominação
5. a confusão

QUESTÃO 4- A atribuição de valor às coisas também nos remete a uma:


1. definição do mundo

2. relação de poder
3. opinião
4. relação de empatia
5. expressão

QUESTÃO 5- Como dito em aula, a atribuição de valor é um tema complexo em nossa sociedade e, nem
sempre, “o gabarito bate”. Sobre o tema, assinale a alternativa correta:
1. o valor extrínseco (convencionado socialmente) das coisas oscila de acordo com quem as valora
2. o valor das coisas não oscila
3. o valor extrínseco (convencionado socialmente) das coisas não oscila
4. quem valora as coisas não define sua importância
5. o valor das coisas não oscila, independentemente de quem as valore

QUESTÃO 6- Existem situações em que, ainda que haja uma atribuição de valor aceita socialmente, a
complexidade da vida se encarrega de alterar os resultados associados a esta valoração. Não é um exemplo desta
afirmação:

1. o excelente profissional que, a despeito de seus esforços e perícia, não alcança sucesso na carreira
2. o admirável técnico de futebol, que perde o campeonato
3. a bailarina espetacular, que perde o concurso de dança
4. o exímio aluno que não recebe boa nota na prova

5. a bailarina espetacular, que se machuca e se retira do concurso de dança

Aspirações
Rebanho Sanfran
Continuamos as nossas reflexões sobre a vida e nesse momento, falaremos sobre aspirações, sobre propósito. A
palavra propósito vem do latim e tem o significado de “aquilo que eu coloco ali”, isto é, aquilo que eu procuro.
“Uma vida com propósito é aquela em que eu entendo as razões pelas quais faço e pelas quais claramente deixo
de fazer o que não faço” (CORTELLA, 2016, p.16).
Para iniciar nossa discussão, deixo aqui uma pergunta: Onde você gostaria de chegar? Para responder a essa
pergunta é necessário que você pense no amanhã, repense os seus desejos e também as coisas que podem te
impedir de alcançar esse objetivo.
Após dedicar um tempo para responder à pergunta, é necessário destacar que se você não sabe qual o destino a
ser seguido, fica muito mais difícil encontrar o caminho. Inclusive, nesse ponto dos nossos estudos podemos
trazer à tona um diálogo célebre de Lewis Caroll (2002), autor de “Alice no País das Maravilhas”, que acontece
quando Alice está perdida e encontra o Gato em cima de uma árvore:
 
– O senhor pode me ajudar? Diz Alice.
– Claro. Responde o Gato.
– Para onde vai essa estrada?
– Para aonde você quer ir?
– Eu não sei. Estou perdida.
– Para quem não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve.
 
Assim como acontece no diálogo, você deve saber o caminho a ser seguido e deve conseguir determinar o
destino antes de se mover. Parece óbvio, não é mesmo? No entanto, muitas vezes não percebemos que essa
atitude de estabelecer o caminho é de suma importância.
Cada um de nós tem várias possibilidades durante o dia, durante o mês e durante uma vida. Nós é que decidimos
onde queremos ou precisamos estar a cada momento. Assim como eu escolhi estar aqui escrevendo neste
momento, por exemplo. Nós precisamos traçar estratégias para os caminhos da nossa vida. Você sabe o
significado de estratégia? Segundo os autores Certo e Peter (2005, p.11) “a estratégia é definida como um curso
de ação para garantir o alcance dos objetivos”.
Saber onde se quer chegar não é fácil e muitas vezes enxergar essa trilha e traçar as estratégias corretas é ainda
mais difícil. Podemos comparar a vida a uma escada: cada degrau alcançado é comemorado pela vida. Mas,
podemos refletir: até quando essa escada vai? Você foi colocado nessa escada, sem saber o seu fim.
Durante a nossa vida surgem diversos desfios e caminhos que vão sendo mostrados aos poucos e em alguns
momentos, as nossas aspirações são construídas muito além daquilo que planejamos ou queremos, como se fosse
a vida te mostrando o caminho. E você apenas sabe que está indo para aquele caminho. Você não precisa se
limitar ao que a maior parte das pessoas faz, sendo necessário trilhar aquilo que você deseja.
 
Em algum lugar do futuro
Ao longo da nossa vida, somos guiados pelos desejos. Mas o que é desejo? De acordo com Sócrates, “desejo é
sempre desejo de alguma coisa que não se tem, ou que se tem, mas se teme perder no futuro. O desejo nasce
necessariamente da falta” (ROCHA, 2000, p.95).
Corroborado por Platão, que entende que o desejo está relacionado à falta, ou seja, o desejo é pelo que falta,
sendo assim, o objeto de desejo é aquilo que falta. Mas, nem tudo que falta, faz falta.
O desejo então pode ser definido como aquilo falta e que faz falta a quem deseja. Podemos dizer que o desejo
consiste em uma energia mobilizada em direção àquilo que faz falta.
Nesse momento, você pode se perguntar: De onde vem isso que faz falta? Essa falta vem da sua mente, aquilo
que ela acusa como faltante. O desejo pode ser por alguém, por um objeto ou por uma situação.
É necessário refletir que os desejos vão surgindo com o passar do tempo e você não vai sentir falta de algo que
não existe. Como por exemplo, podemos citar o celular, que hoje em dia você irá sentir falta. Mas há anos atrás,
quando ele não existia, ninguém sentia falta dele.
Podemos constatar então que nós vivemos a nossa vida, nos cercando de valores e experiências, que serão
utilizados para pensar nos seus objetivos. A partir daí, surgirão os seus desejos. Em toda aspiração, teremos uma
falta para que algo seja desejado por nós e isso foi presença para alguém próximo a você. A partir desse
momento, você passa a ter desejos e aspirações em determinados pontos da vida que você gostaria que fossem
presença no futuro, apesar de atualmente, serem falta.
 
No talo da perfeição
Quando falamos em aspirações, pensamos em “correr atrás”, pretender e até mesmo ambição. É comum
pensarmos que a maior parte das pessoas possui essas ambições para ganhar mais dinheiro, conforto e até mesmo
glória, reconhecimento.
Nesse momento, vamos pensar em aspiração com outra conotação, que é buscar o máximo de perfeição que a
natureza permite alcançar. Sendo assim, estaríamos tirando mais de nós na hora de viver. “Esta questão sobre os
propósitos tem vindo à superfície gradualmente. Até há algum tempo, a vida era muito menos complexa e a
intenção principal era sobreviver. Isto é, obter recursos para criar uma família e ter um patrimônio que se pudesse
deixar em herança” (CORTELLA, 2016, p.17).
Sabemos que atualmente esse sentido foi ampliado, ultrapassando as barreias do trabalho. Mas o que preciso
fazer para conseguir conquistar aquilo que aspiro? Explore os seus talentos, suas habilidades e atue no local que
você se identifica. É importante ir atrás daquilo que você busca, treinando, repetindo, começando de novo,
quantas vezes forem necessárias. Quando uma pessoa tem talento somado ao treinamento, as possibilidades de
conseguir uma performance muito boa, são maiores. Isso é o que Aristóteles chama de excelência: “Viver em
aretê”.
“Em sentido amplo, por aretê, os gregos designavam qualquer boa qualidade conformada tanto com dotes e
valores inerentes e/ou agregados aos seres e aos objetos ou coisas, quanto com o bem ou a excelência almejada e
presente, por anuência ou concessão, em qualquer prática, ação ou conduta” (SPINELLI, 2014, p.166).
Isso significa que você estará habitualmente (e não excepcionalmente), muito próximo do máximo de excelência
que a natureza permite conseguir. Viver em aretê é jogar quase sempre em altíssimo nível e não somente às
vezes. Dessa forma, você estará habituado a fazer o melhor.
Nesse ponto dos seus estudos é necessário destacar que a excelência é distinta para cada um de nós. A excelência
é o máximo nos limites e nas condições vividas naquele instante e proporcionadas pela natureza daquela pessoa
que está vivendo. Os limites da natureza são muito variáveis e cada pessoa precisa levar isso em consideração.
Cada de um de nós sabe exatamente do que é capaz e se conhece como ninguém, sendo assim, somos
responsáveis pelo estabelecimento de até onde podemos ir. Toda vez que você, mesmo sem ninguém ver,
conseguir conquistar algo que ainda não tinha conseguido, estará aspirando a excelência, conseguindo dar o
melhor de si para aquela situação.

Objetivos/Metas
Cósmica como toda natureza
A antiguidade clássica é o período da história entre o século VIII a.C. e o século V d.C. centrado no mar
Mediterrâneo, abrangendo as civilizações da Grécia e da Roma antigas, sendo conhecido como mundo greco-
romano. Nesse período as sociedades grega e romana floresceram e exerceram grande influência em toda a
Europa, norte de África e Ásia ocidental.
De um modo geral, surgiram duas formas de conceber o cosmos: a cosmologia antiga (gregos) e a cosmologia
cristã (até certo ponto, latina). Novas teorias foram desenvolvidas a respeito do homem, do conhecimento e da
natureza, baseadas nessas duas cosmologias ou visões de mundo.
A cosmologia grega, mais especificamente, muito sustentada em Aristóteles e Platão, compreendia o mundo (o
cosmos) como um todo finito e ordenado. Todos os seres, inclusive o homem, fazem parte do todo e estão
sujeitos a uma lei natural imutável. Também são transitórios, tendo começo, meio e fim. Já o cosmos (o todo), era
considerado imortal e eterno. A natureza com suas leis e limites impõe-se às coisas e aos seres humanos, sendo
estas leis um conjunto de princípios ou ideias superiores, imutáveis, estáveis, permanentes. A autoridade, então,
provém da natureza e não da vontade do homem.
Para os gregos, tudo tinha uma razão de ser e todas as coisas e seres cumprem o seu papel, inclusive o homem.
Por isso, seria tão importante se conhecer, porque este seria o caminho para descobrir seu papel no mundo e a
forma como poderia contribuir com o todo, considerado mais importante do que suas partes.
 
Feios, tortos e encantadores
A Eudaimonia é o termo que retrata o grande objetivo/meta dos gregos de cumprir o seu papel no cosmos,
entrando em harmonia com o todo. Este era considerado o ideal da vida, pois, uma vez em harmonia com o todo,
as pessoas seriam felizes e cada um seria o que nasceu para ser.
 
“Do grego eudaimonia, felicidade. Doutrina moral segundo a qual o fim das ações humanas
(individuais e coletivas) consiste na busca da felicidade através do exercício da virtude, a única a
nos conduzir ao soberano bem, por conseguinte, à felicidade. É essa identificação do soberano bem
com a felicidade que faz da moral de Aristóteles um eudemonismo; também a moral provisória de
Descartes pode ser entendida como um eudemonismo (que não se deve confundir com
hedonismo).”¹ 
 
“Qualquer doutrina que assuma a felicidade como  princípio e fundamento da vida moral. São
eudemonistas, nesse sentido, a ética de Aristóteles, a ética dos estoicos e dos neoplatônicos, a ética
do empirismo inglês e do iluminismo. Kant acredita que o eudemonismo seja o ponto de vista do
egoísmo moral, ou seja, da doutrina "de quem restringe todos os fins a si mesmo e nada vê de útil
fora do que lhe interessa" (Antr., I, § 2). Mas esse conceito de eudemonismo é demasiado restrito,
pois o mundo moderno, a partir de Hume, a noção de felicidade tem significado social, não
coincidindo portanto com egoísmo ou egocentrismo.” ²
 
“Literalmente, 'eudemonismo' significa "posse de um bom demônio", ou seja, gozo ou fruição de um
modo de ser mediante o qual se alcançará a prosperidade e a felicidade. Filosoficamente, entende-se
por 'eudemonismo' toda tendência ética segundo a qual a felicidade é o sumo bem.
 
Característica do eudemonismo é considerar que não pode haver incompatibilidade entre a
felicidade e o bem. Os que se opõem ao eudemonismo, em contrapartida, admitem que a felicidade e
o bem podem coincidir, mas não coincidem necessariamente. Para o eudemonismo, a felicidade é o
prêmio da virtude e, em geral, da ação moral. Para o antieudemonismo, por outro lado, a virtude
vale por si mesma, independentemente da felicidade que pode produzir.” ³
 
Em seguida, os seguidores de Jesus, mais especificamente representados por Agostinho e Tomás de Aquino,
deram continuidade à reflexão a respeito do propósito da vida humana e de como alcançar a felicidade. Aspectos
importantes foram trazidos, diametralmente opostos aos pensamentos gregos aristotélicos. Para os cristãos, Deus
planejou nossas metas e objetivos para alcançarmos a santidade, todavia, não nos obriga a cumprir seus
desígnios.
Nesta nova produção filosófica, Deus nos autoriza a sermos livres, senhores das próprias vidas, conforme textos
bíblicos, nos teria sido dado o livre arbítrio. Nosso valor e felicidade não seriam determinados pelo o que
recebemos de antemão, mas sim pela maneira como investimos nossa natureza no auto-aperfeiçoamento e na
dedicação às causas nobres.
 
Agora é nóis, mano!
Por fim, estudamos o Humanismo, teoria renascentista e europeia (a partir do século XIV na Itália, final do século
XV e século XVI na França) que redescobriu as obras e os textos da Antiguidade. O movimento defende que é o
próprio ser humano quem deve definir como sua vida deve ser vivida. O humano está acima de tudo, ele é gestor
da sua própria trajetória.
Cabe a cada um pensar a respeito do que quer para si e para o mundo. A definição do que a humanidade deve ser
pertence ao próprio homem, portanto, seus objetivos e metas devem estar ligados a melhor humanidade possível,
não só ao eu, egoísta, mas a tudo o que torna melhor os seres e a sociedade.
 
“Do latim humanistas. Atitude filosófica que faz do homem o valor supremo e que vê nele a medida
de todas as coisas.
 
Movimento intelectual que surgiu no renascimento. Lutando contra a esclerose da filosofia
escolástica e aproveitando-se de um melhor conhecimento da civilização grego-romana, os
humanistas (Erasmo, Tomás Morus etc.) se esforçaram por mostrar a dignidade do espírito humano
e inauguraram um movimento de confiança na razão e no espírito crítico. Por uma espécie de
deslocamento, o termo "humanismo" tomou dois sentidos particulares: a) na filosofia, designa toda a
doutrina que situa o homem no centro de sua reflexão e se propõe por objetivo procurar os meios de
sua realização; b) na linguagem universitária, designa a ideia segundo a qual toda formação sólida
repousa na cultura clássica (chamada de humanidades).”  4
 “Abordagem filosófica baseada na suposição de que a humanidade é a coisa mais importante que
existe e que não pode haver conhecimento de um mundo sobrenatural - caso ele exista.” 5
 “Conceder importância superior ao que é humano e não a questões divinas ou sobrenaturais.” 6
 Vale destacar que na filosofia as teses se complementam, logo, não se invalida uma teoria após surgirem outras.
Todas possuem importância histórica e filosófica.
  
 
Atividade extra
Nome da atividade: Filosofia, política e cosmologia: ensaios sobre o renascimento. Capítulo 2: As leis do cosmos
e a liberdade do homem: Giovanni Pico Della Mirandola e Leon Batista Alberti, pág. 35. Jonathan Molinari.
Link para ler a atividade: http://books.scielo.org/id/75pz8/pdf/pinto-9788568576939.pdf

Planejamento
A areia e o caminhãozinho
O mundo vem passando por diversas modificações nos últimos anos e muitas vezes, não temos consciência de
como tudo está acontecendo de forma rápida. Diante dessa velocidade, é importante relembrar que os valores são
o fazem valer a vida que levamos. Nós conversamos até aqui sobre metas e objetivos, mas você precisa pensar
em como alcançá-los. A partir do momento que esse objetivo é alcançado, ele é destruído. Restando portanto, a
definição de novas metas e novos objetivos. Sendo assim, podemos entender que ao conseguir conquistar a meta
traçada, ela passa a deixar de existir, estando cumprida.
O planejamento da vida é muito importante para todos nós, traçando sempre objetivos e metas. Os objetivos
devem ser alvos específicos e capazes de serem mensuráveis. São de longo prazo e possuem uma finalidade. Um
objetivo é composto por metas para onde você deve direcionar os seus esforços. Sendo assim, a meta
corresponde aos pontos estipulados que se relacionam com o caminho, sendo de curto prazo (CERTO; PETER,
2005).
As metas e objetivos devem ser alcançáveis, ou seja, estarem dentro do seu alcance, porque se não, você ficará
sempre frustrado. Não podem ainda estar muito próximos ou fáceis, pois devem estimular o seu crescimento,
busca pelo mérito e desenvolvimento de competências. A ideia é que as metas e objetivos não sejam nem tão
fáceis e nem tão difíceis, sendo razoáveis.
As metas e objetivos devem ser estabelecidos levando-se em conta o meio termo: você pode ser vitorioso, se e
somente se houver crescimento e aperfeiçoamento de si.
Raramente as metas e objetivos dependem apenas de você. As grandes metas e objetivos normalmente são
construídas em equipe, de forma coletiva, como por exemplo, dentro das organizações. Os objetivos coletivos são
entendidos como maiores do que aqueles estritamente individuais.
Para planejar de forma eficaz, você deve conseguir estabelecer metas e objetivos de forma coletiva, levando-se
em conta as tarefas e as expertises individuais. Afinal, uma meta e um objetivo serão mais legítimos se
conquistarem o sucesso de todos.
 
Amarrar para conhecer
“Para onde vou agora? O que faço da minha vida? O que é essencial? Sabendo que a morte é tão próxima a
todos, como alcançar o essencial? Você está realizando todo o seu potencial, a cada instante? Tempo rapidamente
se esvai e oportunidade se perde” (GUIMARÃES, 2020, p. 20).
Com essas perguntas e reflexões iniciamos esse estudo, sabendo que precisamos ter objetivos inteligentes e que
possam ser alcançados. Os caminhos a serem escolhidos são inúmeros e o planejamento implica em escolhas.
Essas escolhas requerem atribuição de valores e nem sempre o que é mais rápido, é mais econômico.
Para que seja possível escolher o melhor caminho, você precisa definir as variáveis que podem interferir no
percurso. A essas variáveis chamaremos de estudos. A eficiência a ser conquistada no caminho dependerá da
qualidade do seu estudo e do conhecimento das variáveis que incidem sob o seu projeto de vida. O mapeamento
das variáveis e o estudo adequado são condição do sucesso de um bom planejamento.
 
A raposa e o caminhar
Um homem vinha caminhando pela floresta quando viu uma raposa que perdera as pernas, e perguntou-se a si
mesmo como ela faria para sobreviver.
Viu então um tigre se aproximando com um animal abatido na boca. O tigre saciou a sua fome e deixou o resto
da presa para a raposa.
No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o mesmo tigre.
O homem maravilhou-se da grandiosidade de Deus e disse a sí mesmo:
- Também eu irei me recolher num canto, com plena confiança em Deus, e ele há de prover tudo o que eu
precisar!
Assim fez. Mas durante muitos dias nada aconteceu. Estava já quase às portas da morte quando ouviu uma voz:
- Ó, tú que estás no caminho do erro, abre os olhos para a verdade! Siga o exemplo do tigre valoroso e pare de
imitar a raposa aleijada!”
Fonte: Revide, 2013.
 
O instinto é uma resposta rápida e mecânica a um estímulo. Os animais são instintivos, já o homem não, pois não
temos resposta rápida ao estímulo. Então, como é possível observar no texto anterior, não é possível que você
fique esperando tudo “cair do céu”.
Você é um ser humano e é convidado todos os dias a pensar para viver. Essa atitude é um planejamento, pois o
nosso pensamento é para melhor agir em nossa vida.
Os meios e os fins estão no planejamento e o ato de planejar nada mais é do que a articulação inteligente para
interligar meios e fins. As estratégias são os meios e os propósitos são os fins. O planejamento é capaz de alinhar
os meios e os fins.
Podemos destacar nesse ponto dos seus estudos que não há uma única maneira de atingir objetivos ou de
entender o mundo e resolver problemas. Há uma quantidade infinita delas. Como seres humanos que somos,
saberemos mapear as possibilidades.
O instinto oferece um caminho, mas a humanidade não tem um caminho pronto e estabelecido. Para o homem, o
caminho se faz caminhando. O planejamento é feito planejando. A execução é feita executando. E a vitória se
conquista ganhando. Cada passo que escolhemos dar, nos cria infinitas possibilidades, não havendo apenas um
caminho a ser seguido. Diante da infinidade de possibilidades, como visto até aqui, o homem deve definir a sua,
tomando decisões. O caminho é então feito no ato de caminhar.
 

Tempos de grandes mudanças


Ao longo da história ocorrem transformações agudas que rearranjam toda a sociedade.  Em pouco tempo tudo
muda, e as pessoas não conseguem nem mesmo imaginar como viviam seus antepassados. Gente que antes mal
conhecia o rádio assiste hoje, ao vivo, os eventos mundiais, e fala com o mundo todo pelo celular, comunica-se
por e-mail, invade e é invadido em sua privacidade pelas redes sociais, pesquisa via internet, recebe milhões de
notícias e informações.
Vivemos em um tempo de grandes mudanças, só que desta vez não é apenas na sociedade, mas principalmente
nas organizações. A tecnologia, a informática, a eletrônica e as comunicações são os gatilhos dessa
transformação, criam descontinuidades e provocam avanços sem volta, definindo novos paradigmas. A
tecnologia da informação e da comunicação integra a maior parte da sociedade economicamente relevante,
revolucionando a forma de fazer negócios e liderar pessoas. Tal como previsto por Marshall McLuham, em
1971, o mundo se transformou em uma aldeia global.
Todas estas situações estão ligadas pela grande necessidade de mudanças, reorganizações e de ganhos de
produtividade, o que acaba gerando novas formas de trabalho, novos negócios, novas competências, um novo
modelo de trabalhador e, finalmente, uma nova forma de fazer carreira. Em resumo, mudanças contínuas. Em um
ambiente assim, o gargalo da transformação está nos indivíduos – e não nas organizações – e na capacidade de
investir ou contratar. Pessoas flexíveis, adaptáveis e otimistas vão superar outras, mais rígidas, pessimistas,
difíceis de mudar. A transformação mais significativa está na gestão de pessoas, provocada pelo surgimento deste
novo capitalismo sem capital. Aos fatores clássicos de produção foi acrescentado um novo e fundamental: o
conhecimento. Foi ele que criou as novas empresas e a nova sociedade que Peter Drucker chamou de “sociedade
do conhecimento”, onde a inovação, a informação e o conhecimento passam a ser tão ou mais importantes que o
capital financeiro. Novas e gigantes corporações, as famosas ex-empresas de “porta de garagem” do Vale do
Silício, como Microsoft, HP, Cisco, Google, Facebook, Youtube, foram constituídas com muito pouco ou quase
nada de dinheiro. Nesta nova sociedade o “trabalhador do conhecimento” é, finalmente, dono dos meios de
produção e do produto do seu trabalho. Ele faz seus horários e controla sua produção, cuida do
autodesenvolvimento, estabelece prioridades e não precisa estar subordinado a alguém que fiscalize sua jornada,
seu dia de trabalho. 
Os avanços tecnológicos permitem a criação de “novas alternativas”, que viram novos produtos de mercado, e
mudam o mundo, tanto econômica quanto socialmente. Sempre há uma evolução social em consequência de um
desenvolvimento econômico, resultado de aplicações práticas do progresso científico. Por exemplo, a pílula
anticoncepcional, nos anos 1960, permitiu que as mulheres pudessem planejar e controlar suas vidas e criou
condições para que entrassem fortemente no mercado de trabalho. Rapidamente passaram dos menos de 30% de
participação na PEA (população economicamente ativa) para os atuais 50%. Essa rápida entrada das mulheres no
mercado de trabalho determinou importantes consequências como, por exemplo, a necessidade de novos
produtos e serviços que atendessem à recém-criada nova estrutura familiar, na qual marido e mulher
permaneciam fora do lar, o dia inteiro, trabalhando. A partir dessa mudança, com a não existência da
infraestrutura doméstica, novos problemas surgiram, exigindo novas soluções e novos produtos, entre os quais as
lanchonetes fast food, os restaurantes “por quilo”, as comidas congeladas e o forno de micro-ondas. Um produto
é, na realidade, a solução de um problema, o atendimento de uma necessidade.
Isso tudo é radicalmente novo e muda completamente a maneira de organizar, liderar pessoas e fazer carreira.
Esses novos tempos pedem uma nova organização empresarial, e, portanto, novos profissionais e líderes. O
desafio dos novos profissionais é ajudar a criar o novo e mobilizar as pessoas para que implantem as mudanças.
Para ter sucesso, um profissional precisa, primeiro, conhecer-se muito bem, ou seja, saber como age e reage, o
que sabe, do que gosta, o que quer, por que quer, etc. Em seguida, ele precisa aprender a conhecer muito bem os
outros –como agem e reagem, o que sabem, do que gostam, o que querem, por que querem, etc. Algumas
pessoas podem ter isso como uma característica pessoal inata, mas outras, sem esse dom natural, serão obrigadas
a desenvolver essas habilidades e competências.       
Para esse processo de autoconhecimento existem várias ferramentas que serão aplicadas ao longo do curso.
Vamos iniciar com duas; a ferramenta-exercício 1- áreas da vida e a ferramenta-exercício 2 – prioridades no
trabalho.

Ferramenta-exercício 1: Áreas de sua vida:


Monte um gráfico tipo pizza com o tempo que você gasta com cada uma dessas atividades hoje e quantas
gostaria de gastar num futuro próximo.
Hoje

No futuro
Ferramenta-exercício 2: Prioridades no trabalho
Classifique segundo suas prioridades (de 1 à 8) os temas abaixo (de A à H).
Diga o porquê desta escolha e por que estes interesses são mais ou menos fortes
 
A- Conteúdo do trabalho
B- Qualidade das relações          
C- Salário
D- Nível de responsabilidade      
E- Promoção, Formação  
F- Grau de autonomia
G- Ambiente                              
H- Mobilidade profissional          
I- Outros
 
CLASSIFICAÇÃO I    COMENTÁRIOS
 
 

O Significado e Benefícios do
 

Trabalho
1. A Carreira Ontem e Hoje
Antes, com Mercados Crescentes, ter sucesso era não errar. Fazia carreira quem não errava, e não errava quem
não arriscava. Hoje, com mercados estáveis, ter sucesso é realizar. Faz carreira quem inova, quem resolve. Esse
novo conceito de fazer carreira exige e pressupõe:
Autoconhecimento,
Conhecer os estilos de aprendizagem,
Desenvolvimento contínuo
Balanço constante de suas competências
Projeto de vida e de carreira alinhados e coerentes
 
Nesse novo cenário alterou-se o papel das empresas e dos gestores. Antes as empresas procuravam estabelecer
um plano de carreira para seus funcionários. Havia uma sequência ascendente de cargos e salários pré-
estabelecidos pela empresa. Isto já não é mais tão usual. Hoje as empresas procuram estimular o
desenvolvimento individual de cada um de seus colaboradores, e oferecer suporte e condições para que eles
busquem seu próprio desenvolvimento. Além disso, buscam oferecer diferentes estruturas de carreira como as
carreiras em “y”, tanto para gestão como para uma atuação mais técnica. Em paralelo disponibilizam
instrumentos de gestão que oferecem suporte a:
Decisões individuais sobre a carreira (ferramentas de avaliação)
Gerenciamento de carreira pela empresa (Avaliação de Competências)
Comunicação entre pessoas e a empresa
Meios e ferramentas de Desenvolvimento
 
As escolas também estão modificando sua forma de atuação e passaram a oferecer novos cursos e novas formas
de aula, como a educação a distância para preparar o profissional para esses novos tempos.
A nova “escola” tem que formar os novos profissionais e portanto tem que ensinar a:
Pensar e Analisar
Inovar e Modificar
Liderar e Influenciar
 
Nestes novos tempos o papel dos profissionais também mudou. Os profissionais agora precisam cuidar da gestão
de seu desenvolvimento, de sua competitividade profissional e de sua evolução na carreira. O ponto de partida é o
autoconhecimento, a consciência de si e das oportunidades para desenvolver. É fundamental ter um projeto
pessoal e profissional. Para ter sucesso o profissional precisa planejar sua vida, definir onde quer estar no futuro,
fazendo o que?, com quem? etc.
 
 

 
Ferramenta – Exercício 5 – Parte 1: Qual o seu Objetivo de vida?
Responda às seguintes perguntas para lhe ajudar a definir seu objetivo:
Daqui a 10 anos, o que você gostaria de ser?
Daqui a 10 anos, o que você não gostaria de ser?
Que formação você desejaria?
Do que você se arrepende de não ter feito?
O que você não tem mais vontade de fazer?
O que você quer continuar a fazer?
Quais são as atividades extraprofissionais que você gostaria de praticar?
Qual o cargo ideal que você gostaria de encontrar?
 
Ferramenta – Exercício 5 – Parte 2: Onde quer estar no futuro?
Escreva uma Carta para “o você” de daqui a 10 anos.
Tente definir como você será daqui a 10 anos; trabalhando aonde? fazendo o que? Morando aonde? Casado(a) ou
não? Filhos?...etc.
 As etapas do processo de coaching de carreira
O processo de coaching de carreira possui uma sequência lógica de acompanhamento que visa apoiar o
profissional em seu desenvolvimento. Todo o processo deve ser constituído por um método sustentado por
ferramentas objetivando a busca por resultados.
Para estruturar as etapas, deve-se considerar três pontos importantes.
O primeiro é o entendimento de que o coaching de carreira não é um processo isolado e deve ser estruturado
dentro de uma visão mais ampla, que leve em conta o plano de vida do profissional. Carreira, do ponto de vista
conceitual, é tudo aquilo que envolve o percurso de uma vida profissional, e que congrega experiências
relacionadas ao trabalho e a aprendizagem pessoal. Carreiras são dinâmicas, complexas e afetadas por inúmeras
variáveis. Portanto, deve fazer parte do processo de coaching de carreira considerar o momento de carreira que o
profissional está e como o processo vai interferir nos próximos passos.
O segundo ponto é que todo o processo deve ser estruturado em cima de um método. Esta metodologia
pressupõe a utilização de ferramentas. A escolha e a utilização dessas ferramentas configura o terceiro ponto
importante.
O terceiro é que o método pressupõe a utilização de ferramentas e exercícios. As ferramentas devem permitir que
o profissional possa fazer reflexões sobre seu potencial, forças, gaps, objetivos, possibilidade, etc. Dentre as
ferramentas, pode-se destacar testes, exercícios, formulários,  balanços, etc, que sustentarão o processo.
 
O processo de coaching de carreira divide-se em três etapas; uma etapa inicial de investigação e descoberta
pessoal, que possibilita a reflexão sobre o desenvolvimento pessoal e profissional; uma etapa intermediária que,
estrutura as estratégias para definição dos objetivos, considerando os ambientes e cenários da organização, e a
etapa de criação de um sistema de acompanhamento onde se estruturam indicadores e mensuram resultados.
 
A investigação: balanços e análises
Esta etapa envolve a análise e reflexão sobre a história pessoal e profissional. É um exercício árduo e exigente.
Há uma prática metodológica para condução do processo de investigação muito utilizada no mundo que é o
chamado Balanço de Competências.
O balanço de competências é um dispositivo que consiste em analisar as competências, aptidões e motivações,
tanto profissionais como pessoais, de modo a definir um projeto profissional e, um plano de desenvolvimento. O
Balanço de Competências permite:
Definir um projeto profissional
Encontrar uma orientação
Determinar a viabilidade de um projeto
Posicionar-se no ambiente profissional e no mercado de trabalho
O balanço não é uma simples avaliação. De acordo com Clavier (2002), o balanço ajuda o profissional a:
apropriar-se de sua história profissional, reconhecer seus valores e realizações; antecipar possíveis riscos e
problemas; avaliar suas ações para que alcance os objetivos e permita-se o desenvolvimento.
Para a investigação e balanços, propõe-se a seguinte sequência:
O enquadre inicial
Balanço Pessoal: pontos fortes e a desenvolver
Balanço dos interesses e motivações
Balanço Profissional: Realizações e Competências
 
O enquadre inicial
O objetivo desta fase é propor reflexões e um quadro objetivo e estruturado que permitirá ao profissional
descobrir suas potencialidades, suas competências seus interesses e motivações.
 
O Balanço Pessoal: pontos fortes e a desenvolver
O balanço pessoal tem como objetivo gerar um processo reflexivo que permitirá ao profissional identificar,
através de exercícios e ferramentas seus pontos fortes e os pontos a desenvolver, suas formas de ser e agir,
aumentando a percepção que tem de si e a percepção dos outros em relação a ele.
 
O Balanço dos interesses e motivações.
É importante que em um processo que visa o desenvolvimento haja a preocupação em ajudar o profissional a
refletir sobre o que ele gosta de fazer? Como prefere agir? O que o motiva? Quais são os seus interesses?
Ajudar o profissional a descobrir seus interesses e motivações pode interferir em seu dinamismo e engajamento.
 
O Balanço Profissional: Realizações e Competências
O balanço profissional permite que o profissional analise suas principais realizações e descubra suas
potencialidades e competências. Todas estas informações são necessárias para validação das metas e construção
de um plano de ação condizente com suas características e realidade.
Os balanços aumentam a consciência de si, a capacidade de se responsabilizar pelo próprio desenvolvimento, e
estruturar o foco com objetivos claros para a realização das metas e projetos.
 
Estratégia: definições dos objetivos e planejamento
A estruturação de objetivos específicos, análise do ambiente, e um passo a passo, condizente com um plano de
ação para o atingimento das metas. É importante que haja um equilíbrio entre os objetivos do profissional e as
necessidades da empresa. A avaliação do cenário organizacional é importante para a montagem e validação da
estratégia. Após esta análise, estabelece-se prazos e cronogramas. Monta-se juntamente com o profissional uma
sequência de tarefas e atividades, que ele deverá empreender.
 
Sistema de acompanhamento
Faz parte do processo de coaching orientar o profissional a ter uma visão do futuro e apropriar-se dele para que
consiga ter e tomar o seu próprio caminho. O mais importante no processo de coaching de carreira é que ele
pressupõe um grau elevado de amadurecimento do coach porque o método não é apenas a aplicação da técnica e
métodos. O coach precisa ir além da utilização das técnicas, da motivação e indução psicológica.
 
2. Mudanças no Mundo Corporativo
As mudanças econômicas e sociais provocaram mudanças significativas no mundo corporativo.
Fazer carreira nos dias de hoje, na era do conhecimento, é diferente do que foi fazer carreira na era industrial.
Esses novos tempos pedem novas organizações, novos profissionais e novos líderes mais inovadores e criativos.
Em resumo, as grandes mudanças no mundo corporativo podem ser vistas na tabela abaixo.
 
 

Mudanças no Mundo Corporativo


3. Ferramenta – Exercício 3: Curva de satisfação 
Para avaliar o grau de satisfação na vida profissional e pessoal preencher o gráfico abaixo dando nota de zero a
dez avaliando cada ano tanto sob a ótica de vida profissional como na vida pessoal.
Após dar as notas escreva de forma sucinta a razão da nota alta ou baixa para cada ano de vida analisado.
 
Curva de Satisfação (dar uma nota avaliativa para vida profissional e outra para vida pessoal)
 

Carreira, Organização e
Elaboração de um Plano de
Carreira
Uma carreira profissional de sucesso é construída a partir de um projeto estruturado sobre três diretrizes básicas:
atendimento das necessidades do mercado (o que as empresas precisam), utilização das competências e
habilidades (o que se sabe fazer) e satisfação das preferências pessoais de comportamento profissional (o que se
gosta de fazer).
O processo é basicamente uma avaliação das características e competências pessoais, e da definição de um
projeto de vida e de carreira que aproveite e amplifique estas características. As vantagens para o profissional é
poder redefinir sua trajetória em busca de performance e satisfação, características fundamentais para o sucesso.  
A aplicação do conjunto de ferramentas e meios (balanços, preferências, treinamentos, etc.) não deve se
transformar em um fim em si mesmo, mas servir como forma de permitir recolocar o profissional em situação de
trabalho e renda, o mais rapidamente e nas melhores condições.
O processo de definição e  busca de oportunidades profissionais é “complexo”, mas, simplificando, podemos
ressaltar alguns passos para o sucesso em uma nova carreira profissional. Antes de tudo, é importante ter um
apoio, um conselheiro especialista, para ajudar a fazer um acompanhamento na montagem do projeto profissional
e para estruturar o processo de exposição e de prospecção ativa do mercado, mapeando oportunidades de trabalho
com dinamismo, organização, e planejamento. É preciso estabelecer um objetivo de maneira clara e detalhada,
como se fosse um projeto de vida. Quem não define para onde quer ir, tanto faz que caminho pegue, não vai
chegar a lugar nenhum. 
É importante fazer um balanço das Competências, detalhar realizações, descobrir o que se gosta de fazer, as
motivações, a capacidade de resolver problemas. 
É fundamental aprender a desenvolver a capacidade de superar as dificuldades comportamentais, a pouca
“disponibilidade”, a baixa estimulação, os medos e sentimentos de perda e fracasso. E nunca esquecer que a
carreira é apenas um veículo e não o "destino". E que este veículo tem que ser adaptado a duas coisas: ao objetivo
pessoal, ou seja, o que se quer ter, ser e fazer, e aqueles dois conceitos básicos - o que de que se gosta de fazer e o
que se sabe fazer, ou seja, as preferências e as competências.
A maioria das pessoas não tem um projeto de vida e carreira bem definido. Tem algumas idéias, mas
normalmente não dedicaram tempo suficiente para estruturar uma estratégia, e um plano de ação.
Ter um projeto não significa ter uma carreira totalmente formatada, sem surpresas. Muito pelo contrário; na
verdade, é ter, permanentemente, duas ou três idéias em mente, e estar alerta e atento para riscos e oportunidades,
para não ser jamais pego de surpresa. Se suas aspirações mudam, melhor, seu projeto muda. 
Não ter um projeto pode gerar problemas na sequência da carreira. Nossas pesquisas confirmam que, dentre
aqueles que estavam tendo sucesso profissional, 87% tinham um projeto, sabiam com certeza o que queriam e
aonde queriam chegar. Por outro lado, 85% dos que se encontravam em situação difícil não tinham planos ou
projetos futuros, mas estavam disponíveis para o que a empresa precisasse. Estar disponível só não basta. Para ter
sucesso o profissional precisa: 
Se conhecer muito bem; como age, o que sabe, do que gosta, com quem gosta, o que quer... 
Conhecer muito bem os outros; como agem, o que sabem, do que gostam, com quem gostam, o que querem.
E para isto a auto avaliação e a avaliação de desempenho são ferramentas fundamentais.
O importante é conhecer  a “ si mesmo ”, naquilo em que se é bom, que problemas  sabe  resolver, 
o que gosta de fazer. A partir disso o importante é desenvolver suas Forças, suas Competências, não desperdiçar
tempo e dinheiro tentando reduzir as fragilidades.
 
Ferramenta –  Exercício 6: Realizar o teste Holland
Entre no site http://www.mapapreferencias.com.br/pages/index.asp  para realizar o teste Holland
Descubra seu resultado no teste Holland para definir os tipos de trabalho mais adequados para você.

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