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Vamos falar de Gestão do Tempo

(Silva, 2021)Quem de nós nunca ouviu expressões como: “Tempo é dinheiro”; “É tudo uma
questão de tempo”; “O Tempo passa a voar”; “Queria que o meu dia tivesse 25 horas”.
O tempo é um conceito abstrato que não tem uma definição única. Existem muitos tempos.
A realidade é a de que todos dispomos da mesma quantidade de tempo, diferindo apenas o modo
como cada um o utiliza.
Num mundo cada vez mais tecnológico, em que tão facilmente temos acesso a informação, mas
que também tão rapidamente temos que produzir e “ser visíveis”, a forma como se gere o tempo
tem impacto em muitas das questões.
Nós vivemos a nossa vida toda com horas marcadas; acordar, chegar ao trabalho, almoço, volta
para casa, jantar, lazer ou dever, tudo é regido por horários. Todos somos controlados pelo
relógio, objeto de submissão para alguns e de culto para muitos, está por todo o lado.
A vida profissional é cada vez mais exigente e quem aposta na evolução profissional sente
dificuldades em dedicar tempo livre para o seu bem-estar físico e mental, por isso saber otimizar
o tempo é imprescindível para se ser bem-sucedido e ter uma vida organizada.
Tempo é um recurso escasso e precioso e ninguém o consegue gerir. Por mais que se queira, o
tempo não se multiplica, mas perde-se quando não há organização, motivação e/ou método. Não
conseguimos colocar as 17 horas antes das 15. 2024 só chega depois de 2023.
A gestão do tempo é um dos principais desafios da atualidade. Gestão de tempo é a arte de
organizar a vida, com o intuito de controlar os acontecimentos, evitando os períodos de tempo
desperdiçados. Consegue-se, definindo objetivos, identificando o que é importante e
estabelecendo prioridades. Uma boa gestão do tempo implica uma correta organização pessoal e
uma constante monitorização das tarefas e do tempo despendido com as mesmas.
A gestão do tempo passa por se ter a noção dos aspetos, atividades e/ou comportamentos, que o
consomem e que afetam negativamente a produtividade. Mas, mais importante que ter essa
noção, é adotar-se uma conduta que evite esse tipo de atividades e/ou comportamentos.
Feita uma abordagem generalizada acerca da definição da gestão do tempo, importa, portanto,
salientar alguns dos sintomas da má gestão do tempo, tais como: Horários sobrecarregados;
Prazos não respeitados; Referência constante ao passado; Não admitir a iniciativa dos outros;
Nunca recusar seja o que for; Tratar os assuntos superficialmente; Anular compromissos à
última hora; Discutir assuntos profissionais durante as refeições; Decisões demasiado rápidas ou
arrastadas; Fadiga/cansaço; Falta de confiança; Medos; Lamentações/queixas e aborrecimento.
É fazendo as coisas certas (eficácia) e fazendo-as bem (eficiência) que se consegue a
performance. É essencial compreender exatamente como se deve utilizar o tempo e, nesse
âmbito, a existência dum planeamento de tempo diário, poderá ser uma ajuda preciosa.
São vários os fatores que tornam difícil a gestão eficiente do tempo e que muitas vezes nos
passam despercebidos levando, contudo, ao desperdício/consumo de tempo, daí a designação de
desperdiçadores de tempo ou cronógrafos. São eles: Chamadas telefónicas desnecessariamente
longas, repetitivas ou imprevistas; Interrupções constantes; Falta de pessoal; Má perceção das
instruções recebidas; Perfeccionismo em acesso; Dificuldade na gestão de assuntos pessoais;
Lacunas de formação e incapacidades; Dificuldades de comunicação; Indefinição de objetivos;
Objetivos demasiado ambiciosos; Local de trabalho confuso/desorganizado; Equipamento
insuficiente ou defeituoso; Resistência humana à mudança; Dificuldade em dizer não; Protelar e
Insegurança e fadiga/doença.
O objetivo da gestão do tempo não é o de encontrar mais tempo nas horas do dia disponíveis,
mas antes aproveitar o tempo disponível de forma eficiente. Desta forma, indico-vos
importantes dicas para aproveitarmos melhor o tempo, tais como: Monitorizar o nosso tempo;
Elaboração de planos detalhados, diários e semanais; Utilização de checklists; Definição e
gestão de prioridades; Determinar um tempo limite para as tarefas; Planear a semana no
Domingo; Adicionar uma lista de tarefas realizadas à sua lista de tarefas para realizar; Realizar
as tarefas mais importantes e que exigem mais responsabilidade quando se sentir mais
produtivo; Bloquear as distrações; Não fazer mais do que uma tarefa ao mesmo tempo; Não
deixar escapar a sua inspiração – realizar as tarefas agora; Não perseguir a perfeição; Não ficar
preso em pequenos detalhes; Agendar pausas entre as tarefas; Antes das reuniões, determinar os
resultados que quer atingir; Utilizar bem os tempos de espera; Organizar o email; Usar a sua
agenda/calendário eletrónico; Agendar tempo para relaxar; Aprender a dizer “Não”; Entregar as
tarefas com antecedência; Não atender o telemóvel só porque este está a tocar; Definir o que é
realmente importante; Estabelecer a sequência certa das tarefas; Identificar as tarefas que
consomem mais tempo e planeá-las; Transformar estas dicas em hábitos e libertar-se de maus
hábitos e cuide de si e divirta-se, será sempre o mais importante

Na nossa cabeça alimentamos permanentemente a ideia de que precisamos de nos organizar, que
precisamos de parar para definir os nossos objetivos, de forma a conseguirmos gerir melhor o
tempo. Uma minoria de nós consegue estabelecer e atingir metas, sem nunca se desviar dos
objetivos traçados, sem deixar que o meio envolvente perturbe o desenrolar das ações que nos
levam a concluir com êxito aquilo a que nos propusemos.
Para que consigamos fazer tudo aquilo a que nos propomos, temos que ser realistas e assumir as
nossas limitações, aceitar ou recusar tarefas, que sabemos à partida não termos tempo para as
executar. Aceitar fazer tudo, dizer que sim a tudo é mais que meio caminho para nada se fazer,
deixando-nos o amargo sabor da nossa incapacidade.
Após fortalecermos a capacidade de aceitar, ou recusar tarefas, podemos dar o segundo passo:
definir as prioridades, pela ordem que entendermos e consideramos mais produtiva. Podemos
estratificar as tarefas por dificuldade, para estarmos mais despertos nas mais difíceis, por tempo
previsto para execução, para podermos estar mais focados nas mais demoradas.
Deixarmo-nos de procurar desculpas para o que não fazemos é um grande progresso para
passarmos a ser mais eficazes, tanto ao nível profissional como ao nível pessoal. Deixar de adiar
tarefas é outra condição fundamental para o sucesso.
Devemos ser nós a gerir o tempo em vez de deixar que seja o tempo a impor-se a nós e isso
consegue-se com planeamento, disciplina, determinação e objetivos.
Aquilo a que chamamos gestão de tempo não é mais do que saber colocar mais energia onde é
mais importante e colocar menos energia onde é menos importante.
Mais do que controlar as horas, os minutos e os segundos do dia, uma boa gestão do tempo
exige, prioritariamente, a definição clara do rumo que deseja dar à sua vida e a sua carreira.
Disso resultará tudo o resto: dias menos desgastantes, compromissos respeitados, tarefas
realizadas no prazo programado, metas alcançadas com serenidade e convívio saudável com a
família.
Agendas, relógios e computadores, tidos por muitos como a solução do problema, são apenas
ferramentas eficientes que o ajudarão a atingir esse objetivo!

Proposta de filmes: Click (2006); In Time (2011) e Quanto tempo o tempo tem? (2015)
Proposta de livros: Gestão de tempo e Organização do Trabalho - Guia Prático de Fernando
Boavida (2021) e Como Ter Tempo para Tudo Equilibre a sua vida pessoal, familiar e
profissional de Sofia Pereira (2023)

Bibliografia
Equipa PsiCarreiras OPP. (30 de dezembro de 2021). Obtido em 01 de maio de 2023, de
https://psicarreiras.ordemdospsicologos.pt/o-que-fazemos-com-o-tempo/
Gabinete de Apoio Psicológico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. (s.d.). Obtido em 01 de maio de 2023, de
https://ciencias.ulisboa.pt/sites/default/files/fcul/institucional/gapsi/Gerir_Energia.pdf
Silva, C. (2021). Gestão do Tempo. Ferramentas de produtividade e colaboração. Centro de Emprego e Formação Profissional de
Coimbra.

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