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Técnico em Enfermagem
Língua Portuguesa
Compreensão textual. .........................................................................................................................................................1
Gêneros textuais. Modos discursivos. ..............................................................................................................................3
Tipos de linguagens. ........................................................................................................................................................ 14
Hipônimos e Hiperônimos. ............................................................................................................................................. 22
Elementos da Comunicação. ........................................................................................................................................... 24
Função da Comunicação. ................................................................................................................................................. 25
Sinônimos e Antônimos. .................................................................................................................................................. 26
Conceito de frase, de oração e de período. ................................................................................................................... 26
Morfologia: acentuação; elementos mórficos; processos de formação de palavras; classes gramaticais; palavras
denotativas. ....................................................................................................................................................................... 38
Sintaxe: funções sintáticas; relações sintáticas nos períodos; orações coordenadas; orações subordinadas; 63
Concordância verbal; concordância nominal; ............................................................................................................. 63
Regência; ............................................................................................................................................................................ 66
Crase; .................................................................................................................................................................................. 71
Colocação pronominal. .................................................................................................................................................... 73
Figuras de linguagem. ...................................................................................................................................................... 74
Semântica: valor semântico dos conectivos; valor semântico das preposições; significado das palavras. ...... 77
Políticas Públicas
Sistema Único de Saúde – SUS. Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde ................................................1
Legislação do SUS ................................................................................................................................................................3
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 .......................................................................................... 18
Lei Orgânica da Saúde ..................................................................................................................................................... 19
Pactos pela saúde ............................................................................................................................................................. 19
Política Nacional de Humanização (PNH) .................................................................................................................... 20
Ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde ............................................................................................. 29
Atenção Básica .................................................................................................................................................................. 30
Conhecimentos Específicos
FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: Semiologia e Semiotécnica: atuação do técnico de enfermagem nos
diversos procedimentos de assistência ao paciente/cliente .......................................................................................1
Processo de comunicação e relação profissional-paciente ....................................................................................... 13
Assistência de enfermagem ao paciente visando atender as necessidades de: conforto, segurança e bem-estar,
higiene e segurança ambiental ....................................................................................................................................... 17
Assistência do técnico de enfermagem ao paciente visando atender as necessidades terapêuticas ................ 24
Registro de enfermagem ................................................................................................................................................. 24
Prevenção e controle de infecções ................................................................................................................................ 26
Administração de Medicamentos .................................................................................................................................. 38
Normas de biossegurança em enfermagem ................................................................................................................ 45
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Processo do trabalho em enfermagem ......................................................................................................................... 58
ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM ENFERMAGEM: A Ética aplicada à Enfermagem; Código de Ética profissional em
Enfermagem; Lei do Exercício Profissional em Enfermagem .................................................................................. 59
O Direito e o cuidado à saúde nas diferentes fases de vida da mulher, da criança, do adolescente, adulto e idoso
.............................................................................................................................................................................................. 81
Direito à saúde no ambiente de trabalho ..................................................................................................................... 84
ENFERMAGEM NA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: ABORDAGEM AMBULATORIAL E HOSPITALAR:
Assistência à Saúde da Criança e Adolescente nas diferentes fases da vida. Prevenção de agravos fisiológicos e
sociais. Situações de violências. Acompanhamento do Processo de Crescimento e Desenvolvimento. Cuidados
de enfermagem à Saúde da Criança (recém nascido, lactente, pré-escolar e escolar) e Adolescente.
Intervenções de Enfermagem à clientela nas unidades de internação e ambulatorial ........................................ 85
ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER NAS DIFERENTES FASES DA VIDA: ABORDAGEM AMBULATORIAL E
HOSPITALAR: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Pré-
natal, parto e puerpério. Aleitamento Materno. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Atuação do
técnico de enfermagem na assistência à gestante/puérpera sadia e portadora de patologias diversas e na
assistência imediata ao recém-nato ............................................................................................................................133
ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO E NA RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA: ABORDAGEM AMBULATORIAL E
HOSPITALAR: Atuação do técnico de enfermagem no período perioperatório. Circulação de sala cirúrgica.
Fundamentos da instrumentação cirúrgica. Cuidados de enfermagem ao paciente na fase de recuperação
anestésica. Prevenção da infecção do sítio cirúrgico. Cirurgia Segura....... ...........................................................181
ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: Processamento de produtos
para a saúde. Atuação do técnico de enfermagem na unidade de Centro de Material e Esterilização ...........200
ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA: ABORDAGEM AMBULATORIAL E HOSPITALAR: Atuação do técnico de
enfermagem na assistência aos pacientes com alterações dos sistemas digestivo, cardiovascular, respiratório,
renal, geniturinário, endócrino, ortopédico, hematológico e doenças transmissíveis ......................................209
Atuação do técnico de enfermagem à pessoa em situação cirúrgica nos períodos pré e pós-operatórios, bem
como nas complicações cirúrgica. Atuação do técnico de enfermagem na assistência ao paciente em situação
de alta complexidade: terapias intensiva e semi-intensiva ....................................................................................236
Reanimação cardio-pulmonar. Manejo de drogas vasoativas ................................................................................251
Assistência do técnico de enfermagem em oncologia ..............................................................................................257
ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA: Vigilância Epidemiológica: determinantes no processo saúde-doença;
perfil epidemiológico brasileiro; indicadores de saúde ...........................................................................................261
Doenças imunopreveníveis. Programa Nacional de Imunização ...........................................................................272
Participação do técnico de enfermagem nos programas especiais de saúde pública; controle de doenças
transmissíveis, doenças não transmissíveis e doenças sexualmente transmissíveis ........................................298
ENFERMAGEM SAÚDE MENTAL. Atuação do técnico de enfermagem diante de pacientes que demandam
cuidado em saúde mental .............................................................................................................................................316
ENFERMAGEM NAS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Atuação do técnico de enfermagem em
situações de: choques, parada cardio-respiratória, edema agudo de pulmão, crise convulsiva, hemorragias e
crise hipertensiva ...........................................................................................................................................................325
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LÍNGUA PORTUGUESA
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Língua Portuguesa 1
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Língua Portuguesa 2
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Língua Portuguesa 3
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APOSTILAS OPÇÃO
Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o b) Ao compor seu texto, leve em consideração o
seu próprio estilo de escrita e de estrutura. Desta forma fica interlocutor: quem irá ler a sua produção. A linguagem deve
mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor.
poder classifica-los de acordo com suas características.
c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem
Exemplos de gêneros textuais2 fundamentar a ideia principal do texto de modo mais
consciente, e desenvolva-os.
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta a
data e não há um destinatário específico, geralmente, é para a d) Pense num enunciado capaz de expressar a ideia
própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos principal que pretende defender.
acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar
as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto:
exemplo: retome o que foi exposto, ou confirme a ideia principal, ou faça
“Domingo, 14 de junho de 1942 uma citação de algum escritor ou alguém importante na área
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, relativa ao tema debatido.
quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade
isso eu não contava.) do leitor.
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não g) Após o término do texto, releia e observe se nele você se
é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam posiciona claramente sobre o tema; se a ideia está
levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha fundamentada em argumentos fortes e se estão bem
curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o
para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me texto apresenta título e se é convidativo e, por fim, observe se
deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” o texto como um todo é persuasivo.
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.
Argumentações de Artigos de Opinião
Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser
informal, quando é destinada a algum amigo ou pessoa com Argumento de Causa: Propor uma relação com uma causa
quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém e consequência em sua argumentação.
mais culto ou que não se tenha intimidade. Dependendo do
objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, Argumento de Autoridade: Sempre usar uma fonte, ou um
podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se estudo confiável para ter uma credibilidade ao que você
iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo da defende.
carta e para finalizar a despedida.
Argumento de Exemplificação: Mostrar inúmeras
Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma comparações e exemplos para ilustrar o seu argumento.
oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais
características são a linguagem argumentativa e expositiva, Veja um exemplo de Artigo de Opinião:
pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário
se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter Vendedor brasileiro está menos simpático
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. Por Bruno Caetano
Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de O brasileiro é sorridente, certo? Nem sempre... Pesquisa
identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo realizada pela empresa sueca Better Business World Wide,
desse texto é informar algo que aconteceu. divulgada no final de agosto, mostra o Brasil no penúltimo
lugar na classificação sobre atendimento a clientes iniciados
Artigo de Opinião com um sorriso. Ou seja, o consumidor entra na loja e muitas
vezes encontra o vendedor de cara fechada. Será que a
É comum3 encontrar circulando no rádio, na TV, nas simpatia deixou de ser uma das nossas marcas registradas? O
revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição levantamento em questão, chamado Smiling Report, foi feito
por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o em 2014 em 69 países e resultou em um ranking com 16
autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema posições. A liderança é dos irlandeses, com 97% de
em questão através do artigo de opinião. atendimentos começados com sorriso. O Brasil aparece em
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a 15º, com 79%, na frente apenas do Japão.
intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa Como se não bastasse o mau posicionamento, pioramos
apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e nesse quesito, já que na edição de 2013 da pesquisa estávamos
opiniões. na nona colocação. Pela conclusão da Shopper Experience,
O artigo de opinião é fundamentado em impressões empresa parceira da pesquisa no Brasil, é grave o fato de dois
pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. em cada dez consumidores entrarem nas lojas do nosso País e
serem recebidos sem um sorriso, dada a quantidade de
Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável estabelecimentos. E realmente é, pois estamos falando de
seguir algumas orientações. Observe: milhares de pontos de venda de produtos e serviços, onde o
a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num contato direto com o público tem papel determinante para a
papel os argumentos que mais lhe agradam, eles podem ser imagem da empresa. O levantamento aponta que também
úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá estamos mal no índice de vendas adicionais conquistadas
desenvolver. pelos atendentes. A média dos países nesse item foi de 52%; o
2 http://www.portuguesxconcursos.com.br/p/tipologia-textual-tipos- 3http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-
generos.html ESTA-MENOS-SIMPATICO
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/
Língua Portuguesa 4
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APOSTILAS OPÇÃO
Brasil ficou em 37%, de novo apenas antes do Japão. Honduras que deve conter somente um cumprimento formal ou não
foi o líder nesse indicador, com 97%. Não tem segredo para (grato, beijos, abraços, adeus etc.).
melhorar a situação: é preciso investir em atendimento de Depois de todos esses itens terem sido colocados na carta,
qualidade. a mesma deverá ser colocada em um envelope para ser
Quando preços e produtos são iguais ou similares, é o enviado ao destinatário. Na parte de trás e superior do
relacionamento com o cliente que faz a diferença, pois é capaz envelope deve-se conter alguns dados muito importantes tais
de despertar no consumidor a vontade de adquirir algo e ainda como: nome do destinatário, endereço (rua, bairro e cidade) e
fidelizá-lo. O dono de um negócio deve, portanto, escolher por fim o CEP. Já o remetente (quem vai enviar a carta),
muito bem os integrantes da sua equipe, treiná-los e motivá- também deve inserir na carta os mesmos dados que o do
los para que o sorriso apareça, seja sincero e o público se sinta destinatário, que devem ser escritos na parte da frente do
bem no estabelecimento. Com tanta concorrência, é fácil o envelope. E por fim deve ser colocado no envelope um selo que
cliente virar as costas porque não se sentiu bem recebido e serve para que a carta seja levada à pessoa mencionada.
preferir gastar seu dinheiro em outra loja. Além disso, na atual Exemplo:
conjuntura econômica, em que as pessoas estão mais seletivas - Cabeçalho: cidade, data, mês e ano.
e com poder de compra reduzido, perder negócio porque o - Conteúdo: o texto da carta com começo, meio e fim.
vendedor está de mau humor ou é impensável. - Saudações: finalização da carta.
Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP
No envelope deve conter: Atrás do envelope, lado com aba.
Carta Remetente.
- Nome completo.
A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações - Rua – número – bairro (não obrigatório)
diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. Em - Cidade – Estado.
uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do - CEP.
tratamento, por exemplo, se começamos a carta no tratamento
em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira pessoa: se, Alguns concursos e exames vestibulares trazem como
si, consigo, o, a, lhe, sua, diga, não digas, etc., seguindo também prova de redação o pedido de elaboração de uma carta
os pronomes e formas verbais na terceira pessoa. argumentativa. Significa que o estudante deverá elaborar uma
Atenção aos pronomes de tratamento como Vossa carta que tenha "tese" (o assunto propriamente dito)
Senhoria, Vossa Excelência, eles devem concordar sempre na argumentação (o conjunto de ideias ou fatos que constituem
terceira pessoa. os argumentos que levam ao convencimento ou à conclusão de
Há vários tipos de cartas, a forma da carta depende do seu algo) e conclusão.
conteúdo: A carta argumentativa que apresento como exemplo tem
como tese o "casamento", ou melhor, "a manutenção do
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, casamento". A argumentação, em dois parágrafos, tenta
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que convencer o interlocutor de que o casamento não deve ser
assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são desfeito, sendo esta a conclusão.
escritas de uma maneira particular.
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e seguro de Caro Nicolo
comunicação dentro de uma organização. A linguagem deve
ser clara, simples, correta e objetiva. Existem alguns tipos de Chegou-me a notícia de que você e Maria Lúcia estão em
carta comercial: vias de separação. Isso me entristeceu deveras, já que vocês
sempre foram considerados o casal exemplar. Lembra-se
Particular, familiar ou social: são tipos de daquela época quando brincávamos, dizendo que vocês eram
correspondência que são trocadas entre particulares, cujo "mais" perfeitos que Tarcísio Meira e Glória Meneses, o casal
assunto, se enquadra em particular, íntimo e pessoal. modelo da televisão brasileira? Pois é. E agora me vem essa
Bancária: este é focalizado nos assuntos relacionados à informação estapafúrdia de que a perfeição é imperfeita.
vida bancária. Fiquei chocado, mas ainda tenho a esperança de que não passa
Comercial: associado às transações industriais ou de uma crise superável. Por isso peguei a caneta para escrever-
comerciais. lhes minhas considerações sobre o assunto e tentar ajudá-los
Oficial: Destinada ao serviço militar, público ou civil. a superar isso. Como amigo de infância e mais velho que você,
portanto mais experiente, acho que tenho esse direito, não é
A documentação comercial compreende os papéis mesmo? E também porque, conforme você sabe muito bem,
empregados em todas as transações da empresa como: Carta, minha tese sempre foi a de que casamento é dedicação e
Telegrama, Cheque, Pedido de Duplicatas, Faturas, sacrifício. Isso que quero evidenciar a vocês nestas linhas.
Memorandos, Relatórios, Avisos, Recibos, Fax. Na Quando vocês se uniram, não apenas formaram um casal,
correspondência a linguagem mais correta é aquela que é mas sim se tornaram um casal, o que significa que a
adequada ao contexto, ao momento, e à relação entre o individualidade de cada um não foi extinta. Cada um de vocês
emissor e o destinatário. traz uma bagagem de história pessoal e familiar muito forte, e
Por exemplo: a linguagem que você usa para falar com um isso não pode ser jamais desprezado. Em alguma crise
amigo, não é a mesma que você usa para falar com sua avó, ou conjugal, cada um deve ter isso em mente, para entender os
com um parente distante. pontos de vista do outro e, assim, relevar pequenos deslizes e
Existem vários tipos de cartas, e pessoas diferentes para perdoá-los. Perdoar não significa esquecer completamente o
qual deve mandá-las, cartas de amor, de familiares que moram problema, mas sim renunciar à punição e deixar de considerar
muito longe, ou se alguém é parabenizado por seu aniversário. essenciais os erros. O mais importante está na harmonia do
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem analisada casal e do próprio ser. Quem consegue agir dessa maneira
em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se observar a desenvolve, certamente, suas inteligências interpessoais e
concordância, a pontuação e a maneira de escrever com início, intrapessoais.
meio e então o fim, contendo também um cabeçalho e se for O segundo aspecto que quero frisar é o da honra, esse
uma carta formal, deve conter pronomes de tratamento princípio ético que leva alguém a ter uma conduta proba,
(Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e por fim a finalização da carta virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito
Língua Portuguesa 5
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APOSTILAS OPÇÃO
junto à sociedade. Muito bem. Não quero entrar em detalhes destinatário (a linguagem que você utiliza com um amigo
de caráter religioso, mas quero lembrar-lhes que prometeram íntimo é bastante diferente da que se utiliza com um parente
perante a comunidade e perante seu líder religioso ficar juntos distante ou mesmo com um estranho).
"até que a morte os separe". Foi uma promessa solene. Uma Na correspondência deve ocorrer exatamente a mesma
pessoa honrada cumpre suas promessas e não se deixa abater coisa: a linguagem e o tratamento utilizados vão variar em
por seus problemas, e sim os resolve conforme surgirem, por função da intimidade dos correspondentes, bem como do
mais graves que sejam. assunto tratado. Uma carta a um parente distante
Vocês são extremamente inteligentes e têm aquelas duas comunicando um fato grave ocorrido com alguém da família
inteligências, intrapessoal e interpessoal, bem desenvolvidas, apresentará uma linguagem mais formal. Já uma carta ao
eu o sei. Devem, portanto, renunciar à punição que estão melhor amigo comunicando a aprovação no vestibular terá
infligindo a si mesmos e enfrentar a situação com dignidade, já uma linguagem mais simples e descontraída, sem formalismos
que são pessoas honradas. Devem, portanto, tentar, até a de qualquer espécie.
última esperança, manter o casamento. E não podem deixar
que essa última esperança se esgote. "Aparem as arestas", Partes da Carta
como dizem alguns, e não esgotem os recursos para
permanecerem juntos, afinal casamento é dedicação e - local e data;
sacrifício. Espero que essas poucas palavras produzam o efeito - destinatário;
desejado: a conscientização de que vocês são unos, de que o - saudação;
casal que se tornaram não deve e não pode ser desfeito e de - interlocução com o destinatário;
que são capazes de solucionar as desavenças e transformá-las - despedida;
em aprendizagem. - assinatura.
Abraços fraternos de seu amigo. Esses itens estão na ordem em que devem aparecer.
Noslid Takannory Caso se esqueça de dizer algo importante e já tenha
finalizado a carta é só acrescentar a abreviação latina P.S
Carta Argumentativa (post scriptum) ou Obs. (observação). Essa sigla é
originada do verbo latino “post scribere” que significa
Relembrando, é preciso destacar dois tipos básicos de “escrever depois”.
carta. O primeiro é a correspondência oficial e comercial, que
nos é enviada pelos poderes políticos ou por empresas As Expressões Surradas
privadas (comunicações de multas de trânsito, mudanças de
endereço e telefone, propostas para renovar assinaturas de Na produção de textos, devemos evitar frases feitas e
revistas, etc.). expressões surradas (os chamados clichês), como “nos
Este tipo de carta caracteriza-se por seguir modelos píncaros da glória”, “silêncio sepulcral”, “nos primórdios da
prontos, em que o remetente só altera alguns dados. humanidade”, etc. Na carta, não é diferente. Fuja de expressões
Apresentam uma linguagem padronizada (repare que elas são surradas que já apareceram em milhares de cartas, como
extremamente parecidas, começando geralmente por “Vimos “Escrevo-lhes estas mal traçadas linhas” ou “Espero que esta vá
por meio desta…”) e normalmente são redigidas na linguagem encontrá-lo gozando de saúde”.
formal culta. Nesse tipo de correspondência, mesmo que
venha assinada por uma pessoa física, o emissor é uma pessoa A Coerência no Tratamento
jurídica (órgão público ou empresa privada), no caso,
devidamente representada por um funcionário. Na carta formal, é necessário a coerência no tratamento. Se
Outro tipo de correspondência é a carta pessoal, que a iniciamos tratando o destinatário por tu, devemos manter
utilizamos para estabelecer contato com amigos, parentes, esse tratamento até o fim, tomando todo o cuidado com
namorado(a). Tais cartas, por serem mais informais que a pronome e formas verbais. Nesse tipo de carta, são comuns os
correspondência oficial e comercial, não seguem modelos erros de uniformidade de tratamento como o que
prontos, caracterizando-se pela linguagem coloquial. Nesse apresentamos abaixo:
caso o remetente é a própria pessoa que assina a “Você deverá comparecer à reunião. Espero-te
correspondência. ansiosamente. Não se esqueça de trazer tua agenda.”
Embora você possa encontrar por aí livros que trazem
“modelos” de cartas pessoais (principalmente “modelos de Observe que não há nenhuma uniformidade de
carta de amor”), fuja deles, pois tais “modelos” se caracterizam tratamento: começa-se por você (terceira pessoa), depois se
por uma linguagem artificial, surrada, repleta de expressões passa para a segunda pessoa (te), volta-se à terceira (se),
desgastadas, além de serem completamente ultrapassados. terminando com a segunda (tua).
Não há regras fixas (nem modelos) para se escrever uma Ainda com relação à uniformidade, fique atento ao
carta pessoal, afora a data, o nome (ou apelido) da pessoa a emprego de pronomes de tratamento como Vossa Senhoria,
quem se destina e o nome (ou apelido) de quem a escreve, a Vossa Excelência, etc. Embora se refiram às pessoas com quem
forma de redação de uma carta pessoal é extremamente falamos, esses pronomes devem concordar na terceira pessoa.
particular. Veja:
No processo de comunicação (e a correspondência é uma “Aguardo que Vossa Senhoria possa enviar-me ainda hoje os
forma de comunicação entre pessoas), não se pode falar em relatórios de sua autoria. Vossa Excelência não precisa
linguagem correta, mas em linguagem adequada. Não falamos preocupar-se com seus auxiliares.”
com uma criança do mesmo modo que falamos com um adulto.
A linguagem que utilizamos quando discutimos um filme Carta aberta
com os amigos é bastante diferente daquela a que recorremos
quando vamos requerer vaga para um estágio ao diretor de A Carta Aberta4 é um modelo de carta (texto epistolar)
uma empresa. Em síntese: a linguagem correta é a adequada que tem como principal característica informar, instruir,
ao assunto tratado (mais formal ou mais informal), à situação alertar, protestar, reivindicar ou argumentar sobre
em que está sendo produzida, à relação entre emissor e determinado assunto.
4 https://www.todamateria.com.br/carta-aberta/
Língua Portuguesa 6
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APOSTILAS OPÇÃO
É um veículo de comunicação coletiva, ou seja, é destinada Além disso, depois de nosso contato, a rádio e canal local
a várias pessoas (algum público, sindicatos, representações, de televisão, ficaram encarregadas de divulgar durante um
comunidade, etc.). mês, informações sobre a nova legislação, bem como a
Portanto, o destinatário e o remetente da carta aberta não importância do cadastramento e detalhes sobre o pagamento
são seres individuais e por isso, ela é diferente das cartas dos espaços locais.
pessoais. Esperamos que todos estejam atentos uma vez que o
A carta aberta não está reduzida a somente um gênero trabalho de produção e comercialização de produtos
textual, ou seja, ela pode ser um texto instrucional, expositivo, artesanais representa uma parte considerável de nosso
argumentativo ou descritivo. patrimônio, e, portanto, possui um valor inestimável para a
Diante disso, vale lembrar que ela pode englobar mais de comunidade.
um gênero, ou seja, ela pode ser ao mesmo tempo descritiva e
argumentativa. Atenciosamente,
Dessa maneira, a carta aberta representa uma importante
ferramenta de participação política dos cidadãos, uma vez que Associação de Artesãos de Manaus
apresenta determinado assunto de interesse coletivo.
Lembre-se que a carta aberta não é um texto muito extenso Carta de reclamação
e sua linguagem é clara, coesa e está de acordo com as normas
gramaticais. A carta de reclamação5 é utilizada quando o remetente
Geralmente são veiculadas nos meios de comunicação descreve um problema ocorrido a um destinatário que pode
(televisão, rádio, internet, etc.) sendo que os assuntos mais resolvê-lo. É considerado um texto persuasivo, pois o
abordados apontam algum problema, demanda da interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a
comunidade, apoio a uma causa, dentre outros. encontrar uma solução para o problema apontado na carta.
Por este motivo, quem reclama deve se utilizar de um
Estrutura: Como fazer uma Carta Aberta? discurso argumentativo: descrevendo de maneira clara o(s)
problema(s), motivo(s) pelo qual pode ter ocorrido, as
Para produzir uma carta aberta, devemos estar atentos a consequências se não for resolvido. A exposição dos fatos deve
seguinte estrutura: comprovar que o remetente é quem tem razão, o qual pode
Título: geralmente é acrescentado um título que indica a ainda, apontar as possíveis soluções para que haja
quem será destinada a carta (comunidade, associação, entendimento entre as partes.
instituição, organização, entidade, autoridade municipais, É essencial que a carta de reclamação tenha: identificação
estaduais e nacionais, etc.) do remetente e do destinatário, data e local, assinatura,
Introdução: tal qual um texto dissertativo, ela apresenta documentos em anexo (caso necessário).
introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, as Lembre-se de expor claramente os antecedentes, pois
principais ideias são abordadas pelos destinatários. neles estão os motivos pelos quais a reclamação está sendo
Desenvolvimento: segundo a proposta da carta, nesse feita.
momento serão apontados os principais argumentos e pontos de A carta deve ser preferencialmente digitada, pois facilita a
vista referentes ao assunto abordado. leitura e evita equívocos.
Conclusão: momento de arrematar a ideia e sugerir alguma
ação dos interlocutores ou possível resolução do problema Importante: Sempre tenha uma cópia e caso entregue em
posto em causa. Na conclusão, ocorre o fechamento da ideia e mão, solicite a assinatura de quem recebeu com a data, se
busca de soluções. possível carimbada (no caso de empresa).
Despedida: com saudações cordiais e assinatura dos
remetentes, a despedida finaliza a carta aberta. Carta de solicitação
Para compreender melhor o conceito, segue abaixo um A carta de solicitação6 faz parte das cartas comerciais e
exemplo de Carta Aberta: deverá possuir: timbre da empresa, iniciais do departamento,
número da carta, local e data, destinatário, referência, assunto,
Carta Aberta a Comunidade de Manaus saudação, corpo do texto, despedida e assinatura.
De acordo com os problemas que temos passado durante O objetivo desse tipo de carta, como o próprio nome já diz,
os últimos dias no centro de Manaus, resolvemos apontar é fazer um pedido (solicitar algo) ao destinatário.
alguns temas para a reflexão, os quais consideramos de suma
importância para a comunidade manauara. Veja um exemplo:
Primeiramente, devemos salientar que o pagamento dos
espaços destinados à comercialização dos produtos artesanais Timbre da empresa
inclui todos os profissionais que comercializam seus produtos Dep. de vendas
no centro do município. Nº 02/09
Assim, após a inscrição na Prefeitura Municipal, os
inscritos deverão pagar a matrícula do espaço alugado e ainda Ao Diretor do Dep.de Faturamento
um valor de 20% das vendas anuais. João Esleveriano da Costa
Esse evento de mudança na legislação a partir do mês de
outubro, acarretou diversos problemas para os artesões que Recife, _____ de fevereiro de 2009.
sofreram com a fiscalização na semana passada no centro da
cidade. Prezado Senhor,
Visto a repercussão do episódio, decidimos entrar em Solicito a esse departamento, do qual V.Sª. é diretor, que
contato com o órgão responsável para ampliar o tempo de tenha a gentileza de enviar-me a tabela de faturamento do
cadastramento de todos os artesãos, visto a desorganização último mês, a fim de que possamos conferir algumas vendas
das últimas inscrições, bem como a falta de informação. realizadas.
5 http://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-reclamacao.htm 6 https://brasilcola.wordpress.com/category/carta-de-solicitacao/
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APOSTILAS OPÇÃO
Antecipo-lhe meus agradecimentos, certo de que serei Vocativo: aparece o nome da revista ou do jornal e pode
prontamente atendido, dada a eficiência desta seção. vir acompanhada de local e data (chamado de cabeçalho).
Introdução: pequeno trecho que aborda o assunto que
Subscrevo-me. será apresentado e explorado pelo leitor.
Desenvolvimento: desenvolvimento da argumentação do
Cordialmente, leitor sobre sua ideia central.
Conclusão: o leitor arremata suas ideias, e geralmente
Antonie Bernardo da Luz. inclui uma sugestão para o assunto abordado.
Chefe do departamento de vendas. Despedida: representa as saudações finais do leitor, por
exemplo, atenciosamente, cordialmente, abraços, etc.
Há alguns sinônimos que podem ser utilizados: estimado Assinatura: O leitor assina seu nome, o qual pode aparecer
senhor, peço-lhe o obséquio de, peço-lhe a gentileza, solicito a em forma de sigla, por exemplo, Afonso Miguel Pereira dos
V.Sª. A especial fineza de, informar-me, comunicar-me, desde Santos (A.M.P.S.)
já, apresento-lhe meus agradecimentos, antecipadamente
grato, me firmo. Exemplos
Para compreender melhor o conceito de carta do leitor,
Carta do leitor segue abaixo dois exemplos, donde o primeiro apresenta uma
linguagem formal e o segundo uma linguagem informal:
A Carta do leitor7 é um tipo de carta (gênero epistolar)
veiculada geralmente em jornais e revistas, onde os leitores Exemplo 1
podem apresentar suas opiniões.
É um espaço reservado donde as opiniões, sugestões, São Paulo, 12 de dezembro de 2013
críticas, perguntas, elogios e reclamações dos leitores são
publicadas e podem ser visualizadas por qualquer indivíduo. Caros Editores da Revista Viagens e Lazer,
Possui uma função relevante para os meios de
comunicação, de modo que a carta do leitor assegura uma Antes de mais nada, gostaria de agradecer a matéria
resposta (feed-back) de seus leitores. publicada no mês de outubro intitulada “Lugares Inóspitos do
É um importante instrumento de comunicação cujo leitor Planeta” pela riqueza de detalhes e das fotos acrescidas ao
pode interagir com o meio de comunicação, expondo assim, texto.
seu ponto de vista sobre uma notícia, reportagem, pesquisa ou Após ler a matéria, fiz uma lista dos locais que me
qualquer outro assunto atual. interessam conhecer, uma vez que sou antropólogo e um
Além disso, ele pode sugerir algum tema a ser abordado. grande viajante e explorador de lugares.
Por esse motivo, é uma importante ferramenta de produção de Quanto a isso, tenho uma sugestão para o próximo mês, a
pauta para os veículos de comunicação. inclusão de uma matéria sobre as ilhas Fiji. Estive ali durante
Desse modo, devemos lembrar que a carta do leitor possui dois anos de minha vida e pude contemplar belezas naturais
um remetente (emissor ou locutor) e destinatário (receptor ou estonteantes. Parabéns pelo trabalho!
interlocutor).
Antes de ser publicada ela passa pela equipe de revisão, a Agradeço a atenção!
qual adaptará o texto e corrigirá possíveis erros.
Por esse motivo, não existe um modelo específico, uma vez João Ribeiro, Porto Alegre (Rio Grande do Sul)
que segue o padrão de apresentação e o espaço destinado para
esse fim determinado pelo meio de comunicação. Exemplo 2
Vale lembrar que a carta do leitor é uma pequena seção do
veículo de comunicação, a qual pode ser publicada na íntegra, Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2012
ou somente trechos relevantes.
Como será publicada, as expressões de baixo calão, ou Olá Pessoal da Revista Teen Femina,
posições preconceituosas não devem ser pronunciadas.
Além disso, o leitor deve evitar expressões populares, Meu nome é Gisele e tenho 14 anos. Adorei a matéria sobre
gírias, vícios de linguagem, apresentando seu texto numa o primeiro beijo e gostaria de sugerir uma nova matéria sobre
linguagem formal, ou seja, que segue a norma culta da língua. o namoro na adolescência. Sou fã da revista, compro todo o
Importante destacar que, de acordo com o público, a mês!!!
linguagem pode ser mais descontraída, por exemplo, numa Além dessas matérias importantes na adolescência adoro
revista para adolescentes. a seção de modas e acessórios. Já pensaram em ter um espaço
para a reciclagem de artigos de moda? Tenho feito algumas
Características adaptações nas roupas e acessórios que tenho no guarda-
roupa e tem sido um sucesso com a galera. Abraços e até a
As principais características da carta do leitor são: próxima!
Textos breves e escritos em 1ª pessoa
Temas atuais e de caráter subjetivo Gisele Matias Albuquerque, Natal (Rio Grande do Norte)
Linguagem simples, clara e objetiva
Presença de destinatário e remetente Editorial
Texto expositivo e argumentativo
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente
Estrutura: Como Fazer uma Carta do Leitor? aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que
compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são
Geralmente as cartas dos leitores não seguem uma textos opinativos.
estrutura padrão, no entanto, devem apresentar alguns Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem
elementos estruturais: apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais
7 https://www.todamateria.com.br/carta-do-leitor/
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que apresentam os assuntos que serão abordados em cada objetiva, uma vez que se trata de uma informação e, por isso,
seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, tudo que é relatado precisa estar claro, de modo a fazer com
Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros. que a mensagem seja transmitida de forma adequada.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que
expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a Reportagem
assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do
meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.). Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os nos meios de comunicação de massa. A reportagem informa,
editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela
Editor”. situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretação
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo
apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E acontecimento.
quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas
linguagem que, mesmo em se tratando de impressões geralmente costuma estabelecer conexões com o fato central,
pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que anunciado no que chamamos de lead (foi visto em Notícia).
prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal,
destaque. ampliada e composta por meio de citações, trechos de
entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos
Estrutura de um editorial: resumos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um
- Uma síntese: constituída por uma apresentação – título, como todo texto jornalístico.
geralmente 1º e 2º parágrafos, refere-se à exposição da ideia O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
principal com base na ideia a ser defendida. versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e
- O corpo do editorial: Revela os argumentos que contribuindo para formar sua opinião.
fundamentam a ideia principal em relação ao posicionamento A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva,
atribuído pelo veículo de comunicação em referência. dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos
- A conclusão: Refere-se a uma possível solução para o meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma
problema levantado ou, em determinados casos, incita o leitor linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de
a uma reflexão sobre o assunto em pauta. formal para mais informal dependendo do público a que se
destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a
Notícia opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.
Para se produzir uma boa reportagem, é fundamental que
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos o repórter ouça todas as versões de um fato, a fim de que a
existentes e tem como intenção nos informar acerca de verdade apurada seja realmente a verdade que possa ser
determinada ocorrência. Trata-se de um texto bastante comprovada, não aquela que se imagina que é a verdade.
recorrente nos meios de comunicação em geral, seja na Cuidado para não confundir o gênero reportagem com
televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais ou notícia. A reportagem apresenta elementos que não são
revistas. próprios do gênero notícia, entre eles o levantamento de
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, dados, entrevistas com testemunhas e/ou especialistas e uma
clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que análise detalhada dos fatos. Embora preze pela objetividade,
interessam ao público em geral. característica importante dos gêneros jornalísticos, a
reportagem invariavelmente apresenta um retrato do assunto
Estrutura de uma notícia: a partir de um ângulo pessoal, por isso, ao contrário da notícia,
- Manchete ou título principal: Geralmente é grafado de ela é assinada pelo repórter. Nesse gênero é comum encontrar
forma bastante evidente, com o objetivo de chamar a atenção também o recurso da polifonia, pois nele existem outras vozes
do leitor. que não a do repórter, por isso o equilíbrio entre os discursos
- Título auxiliar: Serve como um complemento do direto e indireto. A finalidade maior da polifonia é permitir que
principal, com o acréscimo de algumas informações, a fim de o repórter aborde o tema de maneira global e, dessa maneira,
torná-lo ainda mais chamativo ao leitor. isente-se da apresentação dos fatos.
- Lide (lead): Corresponde ao primeiro parágrafo e nele
são expostas as informações que mais despertar a atenção do Resenha
leitor para continuar com a leitura do texto. Busca responder
às questões: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê?. A resenha caracteriza-se por ser, no geral, um resumo
Esta estratégia é bastante utilizada em jornais devido ao seu crítico. Nesta produção textual, o autor faz uma descrição e
caráter informativo e por poder levar informações rápidas e uma breve apreciação a respeito de acontecimentos culturais
claras ao leitor. ou obras (sejam elas cinematográficas, musicais, teatrais ou
- Corpo da notícia: Trata-se da informação propriamente literárias), a fim de divulgar um objeto de consumo cultural, de
dita, com a exposição mais detalhada dos acontecimentos maneira resumida, convidando o leitor ou espectador a
mencionados. Após trazer as informações mais importantes no conhecer a obra na íntegra. Em geral, a resenha é veiculada por
primeiro parágrafo, os parágrafos seguintes apresentam os jornais e revistas.
outros acontecimentos sempre em ordem decrescente de No geral, o texto resenha deve conter uma análise e um
relevância. As informações realmente necessárias para o julgamento, seja de verdade ou de valor. Por tratar-se de um
entendimento dos fatos – tais como as personagens, o espaço resumo crítico, este tipo de texto exige que o resenhista seja
e o tempo – são priorizadas. alguém com conhecimentos na área, pois só assim poderá
avaliar e julgar a obra criticamente.
Um detalhe de extrema importância que devemos estar A linguagem pode ser mais ou menos formal, de acordo
atentos é sobre o tipo de linguagem estabelecida, ou seja, com o leitor, o veículo e o produto cultural resenhado. Há o
identificarmos se ela é formal ou informal, se há a participação emprego de vocabulário específico relacionado ao objeto
do emissor (a pessoa que escreve ou fala) no sentido de emitir resenhado. Os autores de resenhas geralmente são entendidos
algum tipo de opinião, entre outros aspectos. A notícia, de ou estudiosos do assunto, por isso, são grandes formadores de
forma específica, possui uma linguagem clara, precisa e
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opinião e podem influenciar o público alvo, contribuindo para Portanto, observe uma dica para te auxiliar a identificar
o sucesso ou para o fracasso do produto cultural criticado. um requerimento:
- Quanto ao desfecho não pode faltar:
Tipos de resenha - A fórmula convencional: “Nestes termos, pede
deferimento”
Resenha crítica Ilm.º. SR. Diretor da Escola Estadual Dom Bosco (Nome da
Avalia e julga obras culturais como filmes, livros e peças pessoa que solicita o requerimento), aluna regularmente
teatrais, bem como trabalhos acadêmicos. É um texto que matriculada no nono ano do ensino fundamental desta escola,
descreve o objeto do qual trata e apresenta o juízo de valor do vem respeitosamente solicitar a V. Sª a expedição dos
resenhista sobre tal. A resenha crítica precisa ter uma documentos necessários à sua transferência para outro
contextualização da obra avaliada, assim como suas estabelecimento de ensino. Nestes termos, pede deferimento
referências completas, de acordo com as regras da ABNT; Londrina, 04 de novembro de 2008. (Assinatura) (Extraído do
título a partir do enfoque da análise; considerações sobre o site www.brasilescola.com.br)
que foi avaliado; crítica a respeito dos conteúdos; e indicação
para alunos de áreas afins ou possível público de interesse. Ata
Conforme a definição de um dicionário é derivado do verbo Tem como finalidade transferir os poderes de alguém
requerer, que significa na forma denotativa (literal) solicitar, (outorgado) para agir em nome de outra pessoa (outorgante).
pedir, estar em busca de algo. Logo, redigir um requerimento Eu, Eloá Oliveira, brasileira, natural de Marilândia, casada,
tem a finalidade de solicitar aprovação (deferimento) de algo Residente e Domiciliada em Belo Horizonte, MG, Rua Joaquina
por escrito a um órgão (Público ou Privado) como uma Silvério, nº 444, RG 4254748, CPF 263.362.421.12, NOMEIO
Secretaria, um Colégio, uma Faculdade, etc. MEU PROCURADOR O Sr. João da Silva, brasileiro, natural de
Marilândia, casado, Residente e Domiciliado em Belo
8Fonte: http://pt.slideshare.net/Nilberte/slide-de-portugus-01-curso-sac
(Adaptado)
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Horizonte, MG, Rua Joaquina Silvério, nº 444, RG 2542636, CPF Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância
263.895.325-13, PARA FINS DE efetivar matrícula, junto à entre os momentos narrativos e manifestos descritivos.
Universidade Federal de Minas Gerais, PODENDO em meu
nome, fazer a inscrição no curso de Pedagogia, para o qual fui Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético
selecionada no Processo Seletivo de 2008. Belo Horizonte, 03 e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e
de março de 2009. ___________________ Eloá Oliveira filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais
(Extraído do site www.brasilescola.com.br) flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto
de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
GÊNEROS LITERÁRIOS filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental,
etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou
Gênero Narrativo: provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo:
Ensaio sobre a tolerância, de John Locke.
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários
reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com Gênero Dramático:
o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado
apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro.
surgimento de concepções de prosa com características Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história.
diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que
Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem assumem os papéis das personagens nas cenas.
elementos estruturais e estilísticos em comum e devem
responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível
onde? por quê? Vejamos a seguir: de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a
tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente extensão e completa, em linguagem figurada, com atores
longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e
envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Julieta, de Shakespeare.
Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de
valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao
Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. emprego de processos como o absurdo, as incongruências, os
equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e ridículas e, em especial, o engano.
personagens bem definidos e de caráter
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida
principalmente uma história de amor vivida por ele e uma e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está
mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos ligada às festas populares.
obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida,
física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no Tragicomédia: modalidade em que se misturam
final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a
Ex: Tristão e Isolda. mistura do real com o imaginário.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se
entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos,
exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este
de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. povo.
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas,
inverossímil. As personagens principais são não humanos e a ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom
finalidade é transmitir alguma lição de moral. exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites
nupciais.
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida
cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma
humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à
quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino
programas da TV... é uma ode com acompanhamento musical;
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Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor compromisso com uma linguagem não literária, afastando
expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas assim possíveis equívocos na interpretação de um texto. Para
que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que ilustrar melhor as diferenças entre linguagem literária e não
expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao literária, observe dois textos cuja temática, embora comum a
lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a ambos, é abordada em diferentes perspectivas e com escolhas
paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com vocabulares bem distintas:
diálogos (muito rara);
Texto 1 (exemplo de linguagem não literária):
Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a
alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Piratininga virou São Paulo: o colégio é hoje uma
metrópole
Acalanto: ou canção de ninar; Os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega
subiram a Serra do Mar, nos idos de 1553, a fim de buscar um
Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), local seguro para se instalar e catequizar os índios. Ao atingir
composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso o planalto de Piratininga, encontraram o ponto ideal. Tinha
formam uma palavra ou frase; “ares frios e temperados como os de Espanha” e “uma terra
mui sadia, fresca e de boas águas”. Os religiosos construíram
Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, um colégio numa pequena colina, próxima aos rios
são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e Tamanduateí e Anhangabaú, onde celebraram uma missa. Era
refrão vocal que se destinam à dança; o dia 25 de janeiro de 1554, data que marca o aniversário de
São Paulo. Quase cinco séculos depois, o povoado de
Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com Piratininga se transformou numa cidade de 11 milhões de
acompanhamento musical; habitantes. Daqueles tempos, restam apenas as fundações da
construção feita pelos padres e índios no Pateo do Collegio.
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; Piratininga demorou 157 anos para se tornar uma cidade
odes do oriente médio; chamada São Paulo, decisão ratificada pelo rei de Portugal.
Nessa época, São Paulo ainda era o ponto de partida das
Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” bandeiras, expedições que cortavam o interior do Brasil.
(=sátira). E o poema japonês formado de três versos que Tinham como objetivos a busca de minerais preciosos e o
somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° aprisionamento de índios para trabalhar como escravos nas
verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas; minas e lavouras.
(Disponível em http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/a-cidade-de-sao-
paulo)
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em
dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-
Texto 2 (exemplo de linguagem literária)
b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Soneto sentimental à cidade de São Paulo
Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões
Ó cidade tão lírica e tão fria!
(cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.
Mercenária, que importa - basta! - importa
Que à noite, quando te repousas morta
Gêneros não literários
Lenta e cruel te envolve uma agonia
A linguagem não literária9 apresenta peculiaridades que a
Não te amo à luz plácida do dia
diferem da linguagem literária, entre elas o emprego de uma
Amo-te quando a neblina te transporta
linguagem convencional e denotativa.
Nesse momento, amante, abres-me a porta
A linguagem não literária tem como função informar de
E eu te possuo nua e fugidia.
maneira clara e sucinta, desconsiderando aspectos estilísticos
próprios da linguagem literária.
Sinto como a tua íris fosforeja
Você sabia que os diversos textos podem ser classificados
Entre um poema, um riso e uma cerveja
de acordo com a linguagem utilizada? A linguagem de um texto
E que mal há se o lar onde se espera
está condicionada à sua funcionalidade: se a intenção é
informar, a escolha vocabular deve estar de acordo com essa
Traz saudade de alguma Baviera
finalidade; se a intenção é artística, outros recursos
Se a poesia é tua, e em cada mesa
linguísticos mais apropriados devem ser utilizados.
Há um pecador morrendo de beleza?
Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros textuais,
(Vinícius de Moraes)
devemos pensar também na linguagem adequada a ser
adotada em cada um deles. Por isso existem a linguagem
O primeiro texto, publicado em um site de informações
literária e a linguagem não literária. Essa última será nosso
sobre a cidade de São Paulo, é um claro exemplo de linguagem
objeto de análise, e o Mundo Educação traz para você todas as
não literária. Nele predominam escolhas linguísticas cuja
especificidades que marcam a construção do discurso não
função é transmitir para o leitor um pouco da história da
literário.
capital paulista, sem que para isso sejam empregados recursos
Diferentemente do que acontece com os textos literários,
estilísticos, como figuras de linguagem e de construção,
nos quais há uma preocupação com o objeto linguístico e
elementos próprios dos textos literários. No segundo texto, um
também com o estilo, os textos não literários apresentam
poema de Vinícius de Moraes, percebemos claramente que
características bem delimitadas para que possam cumprir sua
existe uma preocupação com o estilo, o que confere ao texto
principal missão, que é, na maioria das vezes, a de informar.
maior expressividade. Em ambos os textos o objeto é o mesmo,
Quando pensamos em informação, alguns elementos devem
a cidade de São Paulo, no entanto, existem grandes diferenças
ser elencados, como a objetividade, a transparência e o
no que diz respeito ao plano da linguagem.
9 http://pt.slideshare.net/reinildesdias2010/simone-marcuschi; http://pratica2pvsufcg.blogspot.com.br/2013/03/lingua-portuguesa-dominio-
discursivo-e.html (Adaptado)
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As notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os autor, pode-se entender que o gênero permite certa
verbetes de dicionários e enciclopédias, as propagandas flexibilidade quanto à sua composição, favorecendo uma
publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias e os categorização no próprio gênero, isto é, a criação de um
manuais são exemplos de gêneros textuais que empregam a subgênero.
linguagem não literária. No discurso não literário deve
predominar uma linguagem objetiva, clara e concisa a fim de Tipos textuais como ferramenta.
que a informação seja repassada de maneira eficiente, livre de Para Bakhtin, quando um indivíduo utiliza a língua, sempre
possíveis dificuldades que prejudiquem o entendimento do o faz por meio de um tipo de texto ainda que possa não ter
texto. consciência dessa, ou seja, a escolha de um tipo é um dos
passos- se não o primeiro- a ser seguido no processo de
Gêneros como Práticas Histórico-Sociais comunicação.
Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que
Segundo Marcuschi os gêneros textuais são fenômenos está à disposição do falante, sendo por ele escolhidos da
históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, maneira que melhor lhe convém para, no processo de
portanto, são entidades sócio discursivas e formas de ação comunicação, auxiliá-lo na sua expressão linguística.
social em qualquer situação comunicativa. Tomar um tipo textual como uma estrutura básica
Caracterizam-se como eventos textuais altamente normalmente usada em uma determinada situação o torna
maleáveis e dinâmicos. uma valiosa “ferramenta” que o falante procura, guia e
Passemos para uma simples observação histórica do controla para poder expressar a função maior da linguagem
surgimento dos gêneros que revela um conjunto limitado dos que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau
mesmos. Após a invenção da escrita alfabética por volta do argumentativo, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é
século VII a.C., multiplicam-se os gêneros, surgindo os tipos da efetivamente alcançado e concretizado; daí dizer que a
escrita; os gêneros expandem-se com o surgimento da cultura argumentação está inscrita no uso da língua.
impressa e atualmente a fase denominada cultura eletrônica,
particularmente computador (internet) aparece como uma Questões
explosão de novo gênero e forma de comunicação, tanto na
oralidade como na escrita. 01. (UFSC – Assistente em – UFSC/2016) A respeito do
Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas gênero do Texto, é CORRETO afirmar que se trata de:
funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por
suas peculiaridades linguísticas e estruturais.
Definição e funcionalidade.
Gêneros Textuais (A) uma poesia, pois faz uso das funções enfática e
expressiva da linguagem para homenagear as mães em virtude
São os textos encontrados no nosso cotidiano e da passagem do Dia das Mães.
apresentam características sócio comunicativas (carta pessoal (B) um anúncio publicitário, caracterizado pelo uso da
ou comercial, diários, agendas, e-mail, orkut, lista de compras, função conativa da linguagem. Tem como finalidade seduzir o
cardápio entre outros). leitor para convencê-lo a comprar um determinado produto.
(C) uma reportagem, caracterizada por ser publicada em
Com referência a Bakhtin, concluímos que é impossível se periódico, ter a função básica de aprofundar as informações
comunicar verbalmente a não ser por um texto e obriga-nos a acerca de um tema relevante, apresentar ao leitor fatos e
compreender tanto as características estruturais (como ele é considerações e utilizar uma linguagem referencial,
feito) como as condições sociais (como ele funciona na preferencialmente objetiva.
sociedade). (D) uma notícia, uma vez que se caracteriza por ser
publicada em jornal, relatar um fato recente, explicitando os
Tipos textuais voltados para as funções sociais dos envolvidos e as circunstâncias em que se deu um fato, e por ser
textos. de relevância social para um grande público, apontando causas
Informativos; e consequências.
Expositivos; (E) um editorial, caracterizado por emitir a posição de um
Numerados; jornal ou revista acerca de um produto, embora sem indicação
Prescritivos; de autoria, utilizando uma linguagem subjetiva e expressiva.
Literário;
Argumentativo. 02. (IF SUL – MG – Técnico de Tecnologia da
Informação – IF SUL – MG/2016) O artigo objetiva contribuir
Segundo Bakhtin, os gêneros são tipos relativamente para as análises referentes ao Programa Nacional de Acesso ao
estáveis de enunciados elaborados pelas mais diversas esferas Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) proposto pelo MEC
da atividade humana. Por essa relatividade a que se refere o em 2011 e pertencente à Política de Educação Profissional
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Técnica de nível médio. (I) Problematiza um dos pressupostos Interprete o seguinte trecho do Texto 1: “Esses textos
do Programa: o de que a qualificação pretendida implica na constituem os chamados gêneros textuais e foram
melhoria da qualidade do Ensino Médio Público. (II) Apresenta, historicamente criados pelas pessoas”. Assinale a alternativa
como bases de análise, o contexto do Decreto nº 5154/04, a em que o sentido global desse trecho está mantido.
atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a (A) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais
Educação Profissional e as do Ensino Médio e referencial teórico uma vez que foram historicamente criados pelas pessoas.
baseado nos conceitos de Estado ampliado e de capitalismo (B) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais,
dependente. (III) O PRONATEC ao priorizar a qualificação como foram historicamente criados pelas pessoas.
profissional concomitante ao Ensino Médio Público, mediante (C) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais
parcerias público/privado fragmenta os insuficientes recursos conforme foram historicamente criados pelas pessoas.
públicos, e promove a descontinuidade em relação à concepção (D) Esses textos não só constituem os chamados gêneros
progressista de integração entre Ensino Médio e Educação textuais, mas também foram historicamente criados pelas
Profissional. (IV) Paraliza o processo de travessia para a escola pessoas.
unitária e não enfrenta a problemática complexa da qualidade (E) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais,
na escola pública. porém foram historicamente criados pelas pessoas.
(Fragmento adaptado) Disponível
em:<www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9an Gabarito
pedsul/paper/view/1713/141>. Acesso em: 02 maio2016.
01. (B) / 02. (C) / 03. (D)
O fragmento em questão é o resumo de um artigo
científico. Considerando que, nesse gênero, o uso da língua
padrão é necessário, verifica-se que, nos trechos em destaque
no próprio texto, houve observância desse uso no trecho:
Modos discursivos.
(A) IV.
(B) III.
(C) II. TIPOS TEXTUAIS
(D) I.
Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que
03. (UFRPE – Assistente em Administração – SUGEP – implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois
UFRPE / 2016) momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) e
o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito).
A Linguagem verbal e os textos Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas
escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre
As diferenças que podem ser observadas entre os textos determinado assunto.
dizem respeito à sua situação de produção e de circulação, E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos
inclusive a finalidade a que se destinam. São os chamados de expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação.
gêneros de texto. Por exemplo: se o locutor quer instruir seu
interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para Descrição
a obtenção de um bom resultado, como ocorre numa receita de
bolo. Se quer persuadir alguém a consumir um produto, ele Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta
argumenta, como faz em um anúncio de chocolate. Se quer uma visão;
contar fatos reais, ele pode escrever uma notícia. Se quer É um tipo de texto figurativo;
contar uma história ficcional, ele pode produzir um conto. Se Retrato de pessoas, ambientes, objetos;
quer transmitir conhecimentos, ele deve construir um texto Predomínio de atributos;
em que exponha com clareza os saberes relacionados ao objeto Uso de verbos de ligação;
em foco. Frequente emprego de metáforas, comparações e outras
Ou seja, quando interagimos com outras pessoas por meio figuras de linguagem;
da linguagem, seja ela oral ou escrita, produzimos certos textos
Tem como resultado a imagem física ou psicológica.
que, com poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no
tipo de linguagem e de estrutura. Esses textos constituem os
Narração
chamados ‘gêneros textuais’ e foram historicamente criados
pelas pessoas a fim de atender a determinadas necessidades
Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
de interação social. De acordo com o momento histórico, pode
antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);
nascer um gênero novo, podem desaparecer gêneros de pouco
uso ou, ainda, um gênero pode sofrer mudanças. É um tipo de texto sequencial;
Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero Relato de fatos;
textual é feita de acordo com os diferentes elementos que Presença de narrador, personagens, enredo, cenário,
fazem o contexto, tais como: quem está falando ou escrevendo; tempo;
para quem; com que finalidade; em que momento histórico etc. Apresentação de um conflito;
Os gêneros estão ligados a esferas de circulação da linguagem. Uso de verbos de ação;
Assim, por exemplo, na esfera jornalística, são comuns gêneros Geralmente, é mesclada de descrições;
como notícias, reportagens, editoriais, entrevistas; na esfera O diálogo direto é frequente.
da divulgação científica, são comuns gêneros como verbete de
dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, Dissertação
seminário, conferência etc.
Desse modo, os gêneros de texto que circulam na Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;
sociedade têm uma grande vinculação com o momento É um tipo de texto argumentativo.
histórico-cultural de cada contexto. Defesa de um argumento:
(William Cereja; Thereza Cochar; Ciley Cleto. Interpretação apresentação de uma tese que será defendida,
de textos. São Paulo: Editora Atual, 2009, p. 29. Adaptado) desenvolvimento ou argumentação,
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Descrição Subjetiva: quando há maior participação da Descrição de objetos constituídos por várias partes:
emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são - Introdução: observações de caráter geral referentes à
transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar procedência ou localização do objeto descrito.
ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários
que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações das partes que compõem o objeto, associados à explicação de
gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! como as partes se agrupam para formar o todo.
Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
soberanos, calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul (externamente) formato, dimensões, material, peso, textura,
Pompéia) cor e brilho.
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par- utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando em sua totalidade.
por lei, de sobregoverno.”
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas) Descrição de ambientes:
- Introdução: comentário de caráter geral.
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global
elementos descritivos: do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da e aroma (se houver).
progressão temporal, a ordem dos enunciados na descrição é - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a
indiferente, uma vez que eles indicam propriedades ou objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros,
características que ocorrem simultaneamente. No entanto, ela esculturas ou quaisquer outros objetos.
não é indiferente do ponto de vista dos efeitos de sentido: - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
descrever de cima para baixo ou vice-versa, do detalhe para o ambiente.
todo ou do todo para o detalhe cria efeitos de sentido distintos.
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de Descrição de paisagens:
Bocage: - Introdução: comentário sobre sua localização ou
qualquer outra referência de caráter geral.
Magro, de olhos azuis, carão moreno, - Desenvolvimento: observação do plano de fundo
bem servido de pés, meão de altura, (explicação do que se vê ao longe).
triste de facha, o mesmo de figura, - Desenvolvimento: observação dos elementos mais
nariz alto no meio, e não pequeno. próximos do observador explicação detalhada dos elementos
que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem.
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- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um
acerca da impressão que a paisagem causa em quem a espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
contempla. É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo
mudança de um estado para outro, segundo relações de
Descrição de pessoas (I): sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os
qualquer aspecto de caráter geral. conflitos e as ligações afetivas entre esses indivíduos e o
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor mundo, utilizando situações que contêm essa vivência.
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o
- Desenvolvimento: características psicológicas narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
inclinações, postura, objetivos). predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
caráter geral. texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo
Descrição de pessoas (II): de texto recebe o nome de enredo.
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
qualquer aspecto de caráter geral. personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no
- Desenvolvimento: análise das características físicas, episódio que está sendo contado. As personagens são
associadas às características psicológicas (1ª parte). identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
- Desenvolvimento: análise das características físicas, substantivos próprios.
associadas às características psicológicas (2ª parte). Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) as
caráter geral. ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar
onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço,
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É representado no texto pelos advérbios de lugar.
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
predominam. Porque toda técnica descritiva implica “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu.
ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. A história contada, por isso, passa por uma introdução
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não- desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama) e
preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
vocabular. Por ser objetiva, há predominância da denotação. Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser
pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é pessoa: Ele).
um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e
descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os
compõem, para descrever experiências, processos, etc. agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações
Exemplo: expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história
Folheto de propaganda de carro contada.
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta
incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos, a história.
acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat
e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar Elementos Estruturais (I):
condicionado de elevada capacidade, proporcionando a - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
climatização perfeita do ambiente. - Personagens: são seres que se movimentam, se
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui relacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação.
capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 Revelam-se por meio de características físicas ou psicológicas.
litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), complexos,
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou anti-
evitar a deformação em caso de colisão. heróis, protagonistas ou antagonistas.
- Narrador: é quem conta a história.
Textos descritivos literários: Na descrição literária - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o
associações conotativas que podem ser exploradas a partir de tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o
descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; tempo interior, subjetivo.
situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também
podem ocorrer tanto em prosa como em verso. Elementos Estruturais (II):
Personagens Quem? Protagonista/Antagonista
Narração Acontecimento O quê ? Fato
Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato
fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo Modo Como? De que forma ocorreu o fato
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Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem
Resultado - previsível ou imprevisível. diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Final - Fechado ou Aberto. Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX.
de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente,
como simples exemplos de uma narração. Há uma relação de Sequência Narrativa:
implicação mútua entre eles, para garantir coerência e
verossimilhança à história narrada. Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias:
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, uma coordenasse a outra, uma implica a outra, uma
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as subordinasse a outra.
personagens ou o fato a ser narrado. A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou
Existem três tipos de foco narrativo: um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na competência para fazer algo);
qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao - uma em que a personagem executa aquilo que queria ou
mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
- Narrador-observador: é aquele que conta a história - uma em que se constata que uma transformação se deu e
como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens
leitor, a história é contada em 3ª pessoa. (geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo maus).
e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos
íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
misturada com pensamentos dos personagens (discurso pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a
indireto livre). realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela
efetuasse porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazê-
Estrutura: la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento:
- Apresentação: é a parte do texto em que são quando se assina a escritura, realiza-se o ato de compra; para
apresentados alguns personagens e expostas algumas isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever
circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
ação se desenvolverá. ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia exemplo).
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, Algumas mudanças são necessárias para que outras se
conduzindo ao clímax. deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. carro, é preciso antes conseguir o dinheiro.
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
dos personagens. Narrativa e Narração
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- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo porquês de uma determinada situação.
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que a - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
década colecionou, agravou vários dos históricos problemas - Exemplificação: dar exemplos.
sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a
urbana, cuja escalada tem sido facilmente identificada pela Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um
população brasileira.” fechamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha quem lê.
desse momento!
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É 1º Parágrafo – Introdução
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é
a solução no combate à insegurança.” A. Tema: Desemprego no Brasil.
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. Contextualização: decorrência de um processo histórico
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em problemático.
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais remetem a uma análise do tema em questão.
recebidos). (...)” C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. da realidade.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de
do texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra- quem propõe soluções.
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre 7º Parágrafo: Conclusão
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas F. Uma possível solução é apresentada.
necessidades.” G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que modernidade.
compõem o texto.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos
futebol não é uma prova de alienação?” recursos que permite uma segurança maior no momento de
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são
curiosidade do leitor. atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no
- Comparação: social e geográfica. desenvolvimento de um texto dissertativo.
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, Ainda temos:
triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a assunto que vai ser abordado.
verdadeira doença do século...” Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
- Narração: narrar um fato. discutido.
Argumentação: é um conjunto de procedimentos
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma
formas: determinada tese.
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
este tipo de abordagem. Estes assuntos serão vistos com mais afinco
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a posteriormente.
ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a
definição. Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade
situações distintas. de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
pontos favoráveis e desfavoráveis. - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
descrever uma cena. - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração
estatísticos. do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser
prováveis resultados. impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
apresentar questionamento e reflexão. O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, apresentar: uma frase contendo a ideia principal (frase
valores, juízos. nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
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APOSTILAS OPÇÃO
- pessoalidade e subjetividade.
- verbos e pronomes de 1ª pessoa, exclamação, interjeições,
Tipos de linguagens. vocativos, reticências.
- linguagem romântica e poemas.
Ex. “Eu fico possesso com isso!”
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
A linguagem vai muito além do que imaginamos, pois - Função Fática
apresenta determinadas funções dentro do processo - centro da mensagem (contato)
comunicativo, consoante o propósito, a intenção do usuário da - estabelece ou encerra o contato entre o emissor e o
língua. A título de curiosidade, quem discriminou tais receptor (cumprimentos, saudações, etc)
objetivos da linguagem foi um homem chamado Roman - ocorre interação verbal.
Jakobson. - marcas linguísticas: “Boa tarde. Oi. Tudo bem. Tchau”.
As funções da linguagem tratam do relevo dado a um dos
seis elementos da comunicação, que acabamos de ver, a A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem:
depender da proposta ou intento do texto. É certo também que - Função Metalinguística
um texto pode apresentar mais de uma função da linguagem - comunicação é o centro da mensagem, usa-se um signo para
que concorre com a função predominante. Organizamos a explicar a si próprio, ele é instrumento de explicação.
linguagem de tal modo a atender nossa finalidade. Uma dica: - esclarecedora, reflexiva, discute o processo discursivo, usa-
para cada elemento da comunicação, há uma função da se a linguagem para falar sobre ela própria.
linguagem.10 - encontramos em poemas que falam sobre o fazer poético
(metapoema), sambas que abordam esse gênero musical,
A linguagem serve para informar: filmes que discutem o cinema, palavras usadas para explicar
- Função Referencial. outras em dicionários, narradores que refletem sobre a arte de
- o referente é o centro da mensagem. narrar (metanarração) etc.
- o assunto da mensagem é o objeto, sempre de forma clara Exemplo:
e objetiva. – “Samba, / Eterno delírio do compositor / Que nasce da alma,
- marcas gramaticais e discursivas, impessoalidade, sem pele, sem cor (...)”
denotação, frases declarativas, e uso da 3ª pessoa. (Fundo de Quintal)
- esta função é encontrada em textos jornalísticos,
científicos, didáticos. A linguagem serve como fonte de prazer:
Ex. “Estados Unidos invadem o Iraque” - Função Poética
- destaque na forma construída, criativa e inusitadamente.
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre - utiliza vários recursos gramaticais: figuras de linguagem,
um acontecimento do mundo. conotação, neologismos, construções estruturais não
A função informativa da linguagem tem importância convencionais, polissemia etc.
central na vida das pessoas, consideradas individualmente ou - É a linguagem dos poemas e prosas poéticas (literária),
como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer da publicidade criativa e afins.11
o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo de
conhecimentos e a transferência de experiências. Por meio Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os
dessa função, a linguagem modela o intelecto. sons são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer.
É a função informativa que permite a realização do Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas
trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem extrairmos satisfação.
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender. Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz
A função informativa costuma ser chamada também de “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com shakespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta
que as palavras revelem da maneira mais clara possível as Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito
coisas ou os eventos a que fazem referência. gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o
seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco
A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco está usada em
- Função Conativa dois sentidos: “móvel comprido para sentar-se” e “casa
- O receptor é o centro da mensagem, na qual ele é bancária”. Também está empregado em dois sentidos o termo
estimulado, provocado, seduzido, amparado etc. fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
- Normalmente o interlocutor é conduzido a adotar uma Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas,
determinada postura. com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio
- É um texto normalmente claro e objetivo que visa à Guimarães:
persuasão.
- Algumas marcas gramaticais: verbos e pronomes de 2ª “ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
pessoa (ou 3ª pessoa - você), vocativos, imperativos, continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
perguntas ao interlocutor etc. bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
- É a linguagem das músicas e dos poemas românticos, das consciência e bata em retirada.”
propagandas e afins. (Folha de S. Paulo)
Ex. “Vem pra Caixa você também.”
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente
A linguagem serve para expressar a subjetividade: ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para
- Função Emotiva informar, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No
- centro da mensagem é o “eu”, aparece os sentimentos. segundo, para produzir um efeito prazeroso de descoberta de
- expressão de emoções, sentimentos, atitudes. sentidos. Em função estética, o mais importante é como se diz,
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pois o sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos realidade, ou acontecimento.
sons, pela disposição das palavras, etc. - Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos
Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, publicitários (centra-se no canal de comunicação).
/b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: - Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem
com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos
E o bosque estala, move-se, estremece... agradáveis, etc.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha... Também podemos pensar que as primeiras falas
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. conscientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos . evoluiram para o que podemos reconhecer como
“interjeições”. As primeiras ferramentas da fala humana.
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos
ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que
cavalos aumenta. mais profundamente distingue o homem dos outros animais.
Quando se usam recursos da própria língua para Podemos considerar que o desenvolvimento desta função
acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação
que estamos usando a linguagem em sua função poética. da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a
par do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica
Para melhor compreensão das funções de linguagem, facial.
torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação. Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais,
desenvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em
alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre
escuta em silêncio, etc). Exemplo: surdos, mas também para utilizar em situações especiais,
como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem
observar entre si.
Emissor emite, codifica a mensagem
Receptor recebe, decodifica a mensagem Questões
Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor 01.
conjunto de signos usado na transmissão e Alô, alô, Marciano
Código Aqui quem fala é da Terra
recepção da mensagem
Pra variar, estamos em guerra
Referente contexto relacionado a emissor e receptor Você não imagina a loucura
Canal meio pelo qual circula a mensagem O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...]
Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em:
http://www.vagalume.com.br/
certa modificação, pois, chegou-se a conclusão de que ao se
tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que
Os dois primeiros versos do texto fazem referência à
é um veículo democrático (observe a função fática), assim,
função da linguagem cujo objetivo dos emissores é apenas
admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução
estabelecer ou manter contato de comunicação com seus
(diálogo interativo):
receptores. Nesses versos, a linguagem está empregada em
função
Locutor quem fala (e responde)
(A) expressiva.
Locutário quem ouve e responde (B) apelativa.
Interlocução diálogo (C) referencial.
(D) poética.
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, (E) fática.
faciais etc. Por isso a mudança (aprimoração) na teoria.
As atitudes e reações dos comunicantes são também 02.
referentes e exercem influência sobre a comunicação SONETO DE MAIO
(Vinícius de Moraes)
Lembramo-nos:
Suavemente Maio se insinua
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” Por entre os véus de Abril, o mês cruel
do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função E lava o ar de anil, alegra a rua
está, por norma, a poesia lírica. Alumbra os astros e aproxima o céu.
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de Até a lua, a casta e branca lua
mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
assuma determinado comportamento; há frequente uso do
A destilar seu luminoso mel.
vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é Raia a aurora tão tímida e tão frágil
frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade. Que através do seu corpo transparente
- Função metalinguística: função usada quando a língua Dir-se-ia poder-se ver o rosto
explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de Carregado de inveja e de presságio
um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou Dos irmãos Junho e Julho, friamente
semânticos). Preparando as catástrofes de Agosto...
- Função informativa (ou referencial): função usada Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br
quando o emissor informa objetivamente o receptor de uma Em um poema, é possível afirmar que a função de
linguagem está centrada na:
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12 https://portugues.uol.com.br/gramatica/hiperonimia-hiponimia.html 13 mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/hiperonimia-hiponimia.htm
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Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o (A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos.
verbo ou seja frases constituídas apenas por nomes, (B) Luisinho procurou os fósforos no bolso.
substantivo, adjetivo e pronome. (C) Os meninos olharam à sua volta.
Exemplo: Cada louco com sua mania.
04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm
Tipos de Frases verbos. Assinale, pois, as frases verbais:
Declarativas: anuncia algo de forma afirmativa ou (A) Deus te guarde!
negativa, ou juízo acerca de alguma coisa ou alguém: (B) As risadas não eram normais.
Pedro estuda muito. (afirmativa) (C) Que ideia absurda!
Jamais comprarei aquele carro. (negativa) (D) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.
(E) Tão preta como o túnel!
Interrogativas: pergunta alguma coisa (com ponto de (F) Quem bom!
interrogação) ou de forma indireta (sem o ponto de (G) As ovelhas são mansas e pacientes.
interrogação). (H) Que espírito irônico e livre!
Por que quebraste o vidro?
Gostaria de comprar uma casa. Respostas
Imperativas: expressa uma ordem, pedido, pode ser 01. “a” e “d”
afirmativa ou negativa.
“Silêncio! Respeite o professor.” (afirmativa) 02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d)
Não faça loucuras. (negativa) optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
declarativa
Exclamativas: expressa uma admiração, surpresa,
arrependimento e etc. 03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,
Como ela é inteligente! procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
Não acertaram mais!
04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são
Optativas: exprimir um desejo.
Deus te acompanhe! Oração
Que você consiga passar no concurso.
É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há,
Imprecativas: uma imprecação (lançar uma praga, necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma
maldição). frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período,
Não conseguindo atingir seu intento, dirigiu maldições completando um pensamento e concluindo o enunciado
contra seu desafeto. através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns
Maldito seja quem encontrar você. casos, através de reticências.
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes
Atenção: Algumas frases só podem ser entendidas quando elípticos - ocultos).
compreendemos o contexto em que são empregadas, como por Não têm estrutura sintática, portanto não são orações,
exemplo em frases que contém ironia, sarcasmo, deboche e assim não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
escárnio. Pois estas as vezes acabam expressando o contrário
do que aparentemente se diz. Socorro!
Com licença!
Questões Que rapaz impertinente!
01. Marque apenas as frases nominais: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como
(A) Que voz estranha! partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou
(B) A lanterna produzia boa claridade. as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração
(C) As risadas não eram normais. desempenha uma função sintática.
(D) Luisinho, não!
Os termos da oração na língua portuguesa são classificados
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, em três grandes níveis:
exclamativa, optativa ou imperativa. - Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
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admiração. “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a Os meninos jogavam bola contentes.
moça”. predicado: jogavam bola contentes.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo núcleos do predicado: jogavam = nova informação sobre o
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. sujeito; contentes = atributo do sujeito.
O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do tipo de predicado: verbo-nominal.
sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos. Exemplos:
Aqui paga-se bem. Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
Devagar se vai ao longe. responsável também por definir os tipos de elementos que
Quando se é jovem, a vida é vigorosa. aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho
basta para compor o predicado (verbo intransitivo).
- O verbo no infinitivo impessoal, ocorre a indeterminação Em outros casos é necessário um complemento que,
do sujeito. Exemplo: É legal assistir a estes filmes clássicos. juntamente com o verbo, constituem a nova informação sobre
o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a não interferem na tipologia do predicado.
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,
língua. Exemplo: Da casa próxima apareceu aquela moça. / É quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por
difícil esta situação. estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
Sem Sujeito - são enunciados através do predicado, o “A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
verbo não é atribuído a nenhum sujeito. Construídas com inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo
verbos impessoais na 3ª pessoa do singular: Havia gatos na é depois de algozes)
sala. / Choveu durante a festa. “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir,
acontecer, realizar-se, decorrer). Predicação verbal - tem como núcleo um verbo que
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo. transmite ideia de ação, pode ser uma locução verbal (dois
Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, verbos). Alguns verbos, por natureza, têm sentido completo,
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos. podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos
de predicação completa denominados intransitivos.
Predicado - é a soma de todos os termos da oração, exceto Exemplos: A planta nasceu. / Os meninos correm.
o sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara na oração
referindo-se ao sujeito (quando há sujeito). Sempre apresenta Outros verbos, que tem predicação incompleta (sentido
um verbo.18 Exemplo: incompleto) conhecido como transitivos (precisam de
complemento) Exemplos: Paulo comprou cinco pães. / A casa
Victor conhece os amigos do rei. pertence ao Júlio.
sujeito: Victor = termo determinante.
predicado: conhece os amigos do rei = termo determinado. Observe que, sem os seus complementos, os verbos
“comprou” e “pertence” não transmitiriam informações
No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um nome, completas, pois ainda fica a dúvida: Comprou o quê? Pertence
quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, a quem?
ou um verbo (ou locução verbal).
Predicado nominal - (seu núcleo significativo é um nome, Os verbos de predicação completa denominam-se de
substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo intransitivos e os de predicação incompleta de transitivos.
de ligação). Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos
Predicado verbal - (seu núcleo é um verbo, seguido, ou diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e
não, de complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num indiretos (bitransitivos).
mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância,
ambos constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de Além dos verbos transitivos e intransitivos, que encerram
predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: uma noção definida ou conteúdo significativo, ainda existem
um verbo e um nome). Exemplos: os de ligação, verbos que entram na formação do predicado
nominal, relacionando o predicativo com o sujeito.
Victor era jogador.
predicado: era jogador. Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
núcleo do predicado: jogador = atributo do sujeito. Intransitivos: são os que não precisam de complemento,
tipo de predicado: nominal. pois têm sentido completo. Exemplo: “Três contos bastavam,
insistiu ele.” (Machado de Assis)
Predicativo do sujeito - é o nome dado ao núcleo do
predicado nominal, é atribuído uma qualidade ou Observações: Os verbos intransitivos podem vir
característica ao sujeito. Os verbos de ligação (ser, estar, acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um
parecer, etc.) são a ligação entre o sujeito e o predicado. predicativo (qualidade, características). Exemplos:
Exemplo:
Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado;
A prefeitura comprou várias coisas na licitação. Entrei em casa aborrecido.
predicado: comprou várias coisas na licitação.
núcleo do predicado: comprou = nova informação sobre o As orações formadas com verbos intransitivos não podem
sujeito “transitar” (= passar) para a voz passiva. 19
tipo de predicado: verbal Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos
quando construídos com o objeto direto ou indireto. Exemplo:
18 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011. 19 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.
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“Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do mudança de sentido. Outros mudam de sentido com a troca da
Nascimento) preposição. Exemplos:
“Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
Jardim) É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar).
“Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves
Dias) Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de
“Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo significação conforme sejam usados como transitivos diretos
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) ou indiretos.
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Transitivos Diretos e Indiretos: utilizam com dois
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, objetos: um direto, outro indireto, ao mesmo tempo.
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. Exemplos:
A jornalista fornece informações para os concorrentes.
Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, ou seja, Oferecemos rosas a nossa amiga.
sempre um complemento sem preposição. Alguns verbos Ceda o carro para sua mãe.
deste grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar,
designar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: De Ligação: ligam ao sujeito o predicativo, uma palavra.
Comprei um terreno e construí a casa. Esses verbos, formam o predicado nominal. Exemplos:
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de A casa é feia.
Maricá) A carroça está torta.
A menina anda (=está) alegre.
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os A vizinha parecia uma mulher virtuosa.
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
complemento acompanhado de predicativo. Exemplos: Observações: os verbos de ligação não servem apenas de
Consideramos a situação difícil. anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais
Fernando trazia os documentos. se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por
Em geral, os verbos transitivos diretos são usados na voz exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto
passiva. transitório. Exemplos:
Podem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, Ele é doente. (aspecto permanente)
as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as. Ele está doente. (aspecto transitório).
Podem ser construídos acidentalmente com preposição, a Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos
qual lhes acrescenta novo sentido: arrancar da espada; puxar em frases como por exemplo: Era = existia) uma vez uma
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir princesa.;
com o dever; Eu não estava em casa. / Fiquei à sombra. / Anda com
Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher, dificuldades. / Parece que vai chover.20
avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar,
desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir, Os verbos, relativamente à predicação, não fixos. Variam
imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, conforme apresentado na frase, a sua regência e sentido
ter, unir, ver, etc. podem pertencer a outro grupo. Exemplos:
O homem anda. (intransitivo)
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um O homem anda triste. (de ligação)
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto.
Exemplos: O cego não vê. (intransitivo)
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e Predicativo: expressa estado, qualidade ou condição do
neutros.” (Érico Veríssimo) ser ao qual se refere, ou seja, é um atributo. Dois predicativos
são apontados.
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos
importa distinguir os que se constroem com os pronomes Predicativo do Sujeito: exprime um atributo, estado ou
objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a modo de ser do sujeito, aparece como verbo de ligação, no
preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, predicado nominal. Exemplos:
desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. O aluno é estudioso e exemplar.
Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os A casa era toda feita de pedras raras.
que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe,
lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de Outro tipo de predicativo, aparece no predicado verbo-
preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, nominal. Exemplos:
depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc. José chegou cansado.
Os meninos chegaram cansados.
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e O predicativo subjetivo pode estar preposicionado; E pode
pouco mais, usados também como transitivos diretos. o predicativo ser antes do sujeito e do verbo. Exemplo:
Exemplos: São horríveis essas coisas!
João paga (perdoa, obedece) o médico. Que linda estava Amélia!
O médico é pago (perdoado, obedecido) por João. Completamente feliz ninguém é.
Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir, Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto
contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem de um verbo transitivo. Exemplos:
20
CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.
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As paixões tornam os homens felizes. Em certos casos, o objeto direto, vem precedido de
Nós julgamos o fato estranho. preposição, e ocorrerá:
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
Observações: O predicativo objetivo, pode estar regido de Deste modo, prejudicas a ti e a ela; “Mas dona Carolina amava
preposição. É facultativo, as vezes. E o predicativo objetivo em mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
geral se refere ao objeto direto. Em casos especiais, pode hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava
referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Exemplo: o seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
Chamavam-lhe poeta. - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
Podemos também antepor o predicativo a seu objeto como Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a
por exemplo: O advogado considerava indiscutíveis os todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo
direitos da herdeira. / Julgo inoportuna essa viagem. / “E até desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia
embriagado o vi muitas vezes.” / “Tinha estendida a seus pés manobrar com ele, com aquele homem a quem na realidade
uma planta rústica da cidade.” / “Sentia ainda muito abertos também temia, como todos ali”.
os ferimentos que aquele choque com o mundo me causara.” - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
Termos Integrantes da Oração construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado;
Complementam o sentido de certos verbos e nomes para “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como
que a oração fique completa, são chamados de: a um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos
- Complemento Nominal; outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às outras.”;
- Agente da Passiva. “Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma à outra”.
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
Objeto Direto: complementa o sentido de um verbo principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
transitivo direto, não regido por preposição. Dica: faça as eufonia da frase: Judas traiu a Cristo; Amemos a Deus sobre
perguntas “o quê?” ou “quem?”. Exemplos: todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
O menino matou o passarinho. (o menino matou quem ?) estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
Geraldo ama Andressa. (Geraldo ama o quê?) - Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao
Características do objeto direto: médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; confrade conheço desde os seus mais tenros anos”.
- Normalmente, não vem regido de preposição; - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
verbo ativo. Ex. Caim matou Abel. ambos...”.
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva. Ex. Abel foi - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes
morto por Caim. a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e
odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes
O objeto direto pode ser constituído: também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O - Em certas construções enfáticas, como puxar (ou
lavrador cultiva a terra; Unimos o útil ao agradável. arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever,
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas
Espero-o na estação; Estimo-os muito; Sílvia olhou-se ao de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
espelho; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar do caso.”
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
loja; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativo; A
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas substituição do objeto direto preposicionado pelo pronome
do livro, ela o faz com cuidado; “Que teria o homem percebido oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas o(s), a(s)
nos meus escritos?” e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo
(convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, ocorre com verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três
dando-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da as razões ou finalidades do emprego do objeto direto
mesma esfera semântica. Exemlos: preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.” ênfase ou a força da expressão.
(Vivaldo Coaraci)
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal Objeto Direto Pleonástico: aquele que se repete na
Machado) sequência da frase. Quando queremos dar destaque ou ênfase
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no início da frase
(Machado de Assis) e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome
Em tais construções é de rigor que o objeto venha oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-
acompanhado de um adjunto.21 se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:
O pão, Paulo o trazia dentro da sacola.
Objeto Direto Preposicionado: antecipado por preposição Seus cachorros, ele os cuidava em amor.
não obrigatória. Exemplos:
Identifiquei a vocês todos naquela foto (quem identifica, Objeto Indireto: por meio de uma preposição obrigatória,
identifica a algo, o verbo não pede preposição). completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Dica: faça
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às perguntas “para quê, em quê, de quê, ou preposição mais requerem complemento nominal correspondem, geralmente,
quem?” a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o
Exemplos:Meu irmão cuidava de toda a sua casa. (cuidava próximo ;perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente
de quê ?) João gosta de goiaba. (gosta do quê ?) aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à
pátria; etc.22
- Transitivos Indiretos: Assisti ao filme; Assistimos à
festa e à folia; Aludiu ao fato; Aspiro a uma casa boa. Agente da Passiva: complementa um verbo na voz
passiva. Sempre representa quem pratica a ação expressa pelo
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou verbo passivo. Vem regido na maioria das vezes pela
passiva): Dou graças a Deus; Dedicou sua vida aos doentes e preposição por, e menos frequentemente pela preposição de:
aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.) O vencedor foi escolhido pelos jurados.
O menino estava cercado pelo seu pai e mãe.
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; ou pelos pronomes:
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe O cão foi atropelado pelo carro.
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. Este caderno foi rabiscado por mim.
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a voz ativa:
Deus por nós; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para A menina foi penteada pela mãe. (voz passiva)
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto A mãe penteou a menina. (voz ativa)
direto com o complemento nominal nem com o adjunto Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
adverbial; Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”,
“Para ele nada é impossível”, os pronomes em destaque Observações: Frase de forma passiva analítica sem
podem ser considerados adjuntos adverbiais. complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá
sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As florestas
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes são devastadas. (Devastam as florestas.); Na passiva
objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobiavam-se
Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas ruas eram
(=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo);
Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)
preposição é expressa, como característica do objeto indireto:
Recorro a Deus; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com Termos Acessórios da Oração
pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; São os que desempenham na oração uma função
Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os
agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os
que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As adverbial e aposto.
pessoas com quem conto são poucas.
Adjunto adnominal: é o termo (expressão) que se junta a
Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é um nome para melhor função especificar, detalhar ou
representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) caracterizar o sentido desse nome (substantivos).23 Exemplo:
ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu determina o
a, com, contra, de, em, para e por. substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas
caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto
Objeto Indireto Pleonástico: sempre representado por um adnominal).
pronome oblíquo átono para dar ênfase a um objeto indireto O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos:
que já tem na frase. Exemplos: água fresca, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as ruas;
A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal,
destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de muitas rãs ,país cuja história conheço, que rua? Pelos
se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.” numerais: dois pés ,quinto ano; Pelas locuções ou expressões
adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra
Complemento Nominal: completa o sentido de um (nome) especificação:
substantivo, de um adjetivo e um advérbio, sempre regido por - presente de rei (=régio): qualidade
preposição. Exemplos: A defesa da pátria; “O ódio ao mal é - livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah, - água da fonte, filho de fazendeiros: origem
não fosse ele surdo à minha voz!” - fio de aço, casa de madeira: matéria
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
Observações: O complemento nominal representa o
recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um Observações: Não confundir o adjunto adnominal
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de formado por locução adjetiva com complemento nominal. Este
assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor de representa o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a
músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra,
objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de empréstimo de dinheiro, plantio de árvores, colheita de
complementar verbos, complementa nomes (substantivos, trigo, destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao
adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que próximo, etc. O adjunto adnominal formado por locução
22 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 23 AMARAL, Emília. Novas Palavras. Editora FTD.2016.
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adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
qualidade de alguém ou de alguma coisa: o discurso do tempestade iminente.
presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de
árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de Um aposto refere a outro aposto, às vezes:
petróleo, amor de mãe.24 “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
Adjunto adverbial: termo que exprime uma circunstância
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que O aposto pode vir antecedido das expressões explicativas,
modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. ou da preposição acidental como:
Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de roda na
praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos advérbios: Dois países sul-americanos, isto é, a Colômbia e o Chile,
Cheguei tarde; Maria é mais alta; Não durma na cabana; Ele não são banhados pelo mar.
fala bem, fala corretamente; Talvez esteja enganado.; Pelas
locuções ou expressões adverbiais: Compreendo sem O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
esforço.; Saí com meu pai.; Paulo reside em São Paulo.; nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
Escureceu de repente. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes coisas.” (Raquel Jardim)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No Vocativo: termo que exprime um nome, título, apelido,
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De usado para chamar o interlocutor.
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
adverbial de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, de Lourdes Teixeira)
companhia, meio, assunto, negação, etc. É importante saber “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado
distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, de objeto de Assis)
indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad. adv.); “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
água do mar (adj. adn.); gosta do mar (obj. indir.); ter medo
do mar (compl. nom.). Observação: Profere-se o vocativo com entoação
exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo
Aposto: um termo ou expressão que associa a um nome inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um
anterior, e explica ou esclarece o sentido desse nome. chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª
Geralmente, separado dos outros termos da oração por dois pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma
pontos, travessão e vírgula. coisa real ou entidade abstrata personificada. Podemos
Exemplos: antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de estômago.
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” “Tem compaixão de nós, ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
(Carlos Drummond de Andrade) “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
(Graciliano Ramos)
O núcleo do aposto pode ser expresso por um substantivo “Esconde-te, ó sol de maio ,ó alegria do mundo!” (Camilo
ou por um pronome substantivo. Exemplo: Castelo Branco)
Os responsáveis pelo projeto, tu e a arquiteta, não podem O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura
se ausentar. da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.25
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases Questões
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do
sujeito. Ex. 01. O termo em destaque é adjunto adverbial de
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. intensidade em:
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de (A) pode aprender e assimilar MUITA coisa
cores. (B) enfrentamos MUITAS novidades
(C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
Os apostos, em geral, têm pausas, indicadas, na escrita, por (D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes
vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não (E) assumimos MUITO conflito e confusão
haverá vírgula, como nestes exemplos:
O romance Tróia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o 02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
Colégio Tiradentes, etc. dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” respectivamente:
(Graciliano Ramos) (A) sujeito – objeto direto;
(B) sujeito – aposto;
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às (C) objeto direto – aposto;
vezes, está elíptico. Exemplos: (D) objeto direto – objeto direto;
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. (E) objeto direto – complemento nominal.
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
alma humana. 03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é
objeto indireto.
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: (A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário
Quintana)
24 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 25 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.
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APOSTILAS OPÇÃO
(B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende
teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” da outra sintaticamente.
(Fernando Pessoa) As orações independentes de um período são chamadas de
(C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a orações coordenadas (OC), e o período formado só de
sonhar / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” orações coordenadas é chamado de período composto por
(Alphonsus de Guimarães) coordenação.
(D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para As orações coordenadas são classificadas em assindéticas
a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães e sindéticas.
Rosa) - As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
o sujeito de “fez”? OCA OCA OCA
(A) o prêmio;
(B) o jogador; “Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
(C) que; Assis)
(D) o gol; “A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
(E) recebeu. (Antônio Olavo Pereira)
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.”
05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde (Coelho Neto)
há predicativo do sujeito:
(A) como o povo anda tristonho! - As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando
(B) agradou ao chefe o novo funcionário; vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
(C) ele nos garantiu que viria; O homem saiu do carro / e entrou na casa.
(D) no Rio não faltam diversões; OCA OCS
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
Gabarito acordo com o sentido expresso pelas conjunções
01.D \ 02.C \ 03.D \ 04.C \ 05.A coordenativas que as introduzem. E podem ser:
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APOSTILAS OPÇÃO
Vives mentindo; logo, não mereces fé. 05. Reúna as três orações em um período composto por
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. coordenação, usando conjunções adequadas.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma 01. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões
conjunção que estabelece uma relação de alternância ou surgiram.
escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma Não durma sem cobertor, pois a noite está fria.
conjunção coordenativa alternativa. Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los.
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APOSTILAS OPÇÃO
Se o conhecesses, não o condenarias. De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
de Andrade) prolongar minha viagem.
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
tenha êxito. - Comparativas: expressam ideia de comparação com
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como,
- Concessivas: expressam ideia ou fato contrário ao da tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado
oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. com menos ou mais).
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais Ela é bonita / como a mãe.
que, mesmo que. OP OSA Comparativa
Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
OP OSA Concessiva A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ferro.” (Marquês de Maricá)
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente. Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
Embora não possuísse informações seguras, ainda Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
assim arriscou uma opinião. Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo luz daquele olhar.
quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos
critiquem. Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam
Por mais que gritasse, não me ouviram. claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está
subentendido o verbo ser (como a mãe é).
- Conformativas: expressam a conformidade de um fato
com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. - Proporcionais: expressam uma ideia que se relaciona
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado. proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
OP OSA Conformativa Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos.
O homem age conforme pensa. Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. OSA Proporcional OP
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de À medida que se vive, mais se aprende.
informação. À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
- Temporais: acrescentam uma circunstância de tempo ao diminuindo.
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando,
assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal Orações Subordinadas Substantivas
(=assim que). As orações subordinadas substantivas (OSS) são
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. aquelas que, num período, exercem funções sintáticas
OP OSA Temporal próprias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser:
Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: é
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
(Marquês de Maricá) O grupo quer / que você ajude.
Enquanto foi rico, todos o procuravam. OP OSS Objetiva Direta
- Finais: expressam a finalidade ou o objetivo do que foi O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de mestre exigia a presença de todos.)
que, porque (=para que), que. Mariana esperou que o marido voltasse.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
OP OSA Final O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: é
(Marquês de Maricá) aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = indireto)
para que) Necessito / de que você me ajude.
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as OP OSS Objetiva Indireta
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
para que não deixasse) Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
viagem.)
- Consecutivas: expressam a consequência do que foi Aconselha-o a que trabalhe mais.
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como Daremos o prêmio a quem o merecer.
(= porque), pois que, visto que. Lembre-se de que a vida é breve.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Consecutiva - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: é aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. Observe :É importante sua colaboração. (sujeito)
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” É importante / que você colabore.
(José J. Veiga) OP OSS Subjetiva
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APOSTILAS OPÇÃO
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão Pedra que rola não cria limo.
dele.) Os animais que se alimentam de carne chamam-se
Estava ansioso por que voltasses. carnívoros.
Sê grato a quem te ensina. Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão escreveram.
cedo.” (Graciliano Ramos) “Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
Mariano)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: é
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração - Subordinadas Adjetivas Explicativas: são explicativas
principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
importante é sua felicidade. (predicativo) referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
O importante é / que você seja feliz. restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
OP OSS Predicativa O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) novo livro.
Minha esperança era que ele desistisse. OP OSA Explicativa OP
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
Não sou quem você pensa. Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
que exerce a função de aposto de um termo da oração Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
principal. Observe: Ele tinha um sonho a união de todos em Observação: As explicativas são isoladas por pausas, que
benefício do país. (aposto) na escrita se indicam por vírgulas.26
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício
do país. Orações Reduzidas
OP OSS Apositiva Observe que as orações subordinadas eram sempre
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma apresentavam o verbo na forma do indicativo ou do
coisa: a sua felicidade) subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. outras que se apresentam com o verbo numa das formas
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
motivo oculto?” (Machado de Assis) (infinitivo)
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho (particípio)
recuperasse a saúde, tornou-se realidade.
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as das formas nominais são chamadas de reduzidas.
orações substantivas podem ser introduzidas por outros Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo:
Não sei quando ele chegou. colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
Diga-me como resolver esse problema. sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou
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APOSTILAS OPÇÃO
subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma (A) subordinada substantiva objetiva indireta
classificação da oração desenvolvida. (B) subordinada substantiva completiva nominal
(C) subordinada substantiva predicativa
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. (D) coordenada sindética conclusiva
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de (E) coordenada sindética explicativa
inglês.
OSA Temporal 02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na
temporal, reduzida de infinitivo. realidade.” A oração sublinhada é:
(A) adverbial conformativa
Precisando de ajuda, telefone-me. (B) adjetiva
Se precisar de ajuda, / telefone-me. (C) adverbial consecutiva
OSA Condicional (D) adverbial proporcional
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial (E) adverbial causal
condicional, reduzida de gerúndio.
03. “Esses produtos podem ser encontrados nos
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o características adaptadas às dificuldades para mastigar e para
vestiário. engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus
OSA Temporal hábitos de consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, sua forma verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
reduzida de particípio. (A) para se encaixarem.
(B) para seu encaixotamento.
Observações: (C) para que se encaixassem.
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de (D) para que se encaixem.
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas (E) para que se encaixariam.
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa 04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir
cidade. oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações seguintes?
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. (A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
Exemplos: (B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
Preciso terminar este exercício. (C) O aluno fez-se passar por doutor.
Ele está jantando na sala. (D) Precisa-se de operários.
Essa casa foi construída por meu pai. (E) Não sei se o vinho está bom.
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma
reduzida. Exemplo: 05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. oração sublinhada é:
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração (A) subordinada substantiva completiva nominal
coordenada sindética aditiva) (B) subordinada substantiva objetiva indireta
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de (C) subordinada substantiva predicativa
gerúndio. (D) subordinada substantiva subjetiva
Qual é a diferença entre as orações coordenadas (E) subordinada substantiva objetiva direta
explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas
podem ser iniciadas por que e porquê? Às vezes não é fácil Respostas
estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como 01.B \ 02.A \ 03.D \ 04.E \ 05.B
o próprio nome indica, as causais sempre trazem a causa de
algo que se revela na oração principal, que traz o efeito.
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a Morfologia: acentuação;
oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal. elementos mórficos;
Essa noção de causa e efeito não existe no período processos de formação de
composto por coordenação. Exemplo: palavras; classes gramaticais;
Rosa chorou porque levou uma surra. Está claro que a
oração iniciada pela conjunção é causal, visto que a surra foi palavras denotativas.
sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
período agora é composto por coordenação, pois a oração ACENTUAÇÃO
iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se
revelou na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e Acentuação Tônica
efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é
causa de ela ter chorado. Implica na intensidade com que são pronunciadas as
sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto. acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como
OP OSA Comparativa OSA Condicional são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas.
Questões De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que levar acento gráfico:
estava para ser mãe”, a oração destacada é:
Língua Portuguesa 38
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APOSTILAS OPÇÃO
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel - ã, ãs, ão, ãos
ímã – ímãs – órfão – órgãos
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que essa
retrato – passível palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se mais fácil a memorização!
evidencia na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara –
tímpano – médico – ônibus - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
“s”. Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei
Como podemos observar, mediante todos os exemplos
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas Regras Especiais
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, no
qual são os chamados de monossílabos, que quando Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
pronunciados apresentam certa diferenciação quanto à abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de
intensidade. acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos paroxítonas.
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
observar no exemplo a seguir: palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento.
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor.” Ex.:
Antes Agora
Os monossílabos em destaque classificam-se como
assembléia assembleia
tônicos; os demais, como átonos (que, em e de).
idéia ideia
jibóia jiboia
Acentos Gráficos
apóia (verbo apoiar) apoia
Acento agudo (´) – colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
acompanhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público,
– baú – país – Luís
parabéns.
Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e
Acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e”
“u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de
e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado. Ex.: tâmara –
ditongo. Ex.:
Atlântico – pêssego – supôs
Antes Agora
Acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
bocaiúva bocaiuva
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
feiúra feiura
Trema)¨( – de acordo com a nova regra, foi totalmente
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-
derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de
tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
Müller)
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
Til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
Regras Fundamentais
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Palavras oxítonas - acentuam-se todas as oxítonas
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s):
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s).
não serão mais acentuadas. Ex.:
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Antes Agora
apazigúe (apaziguar) apazigue
Monossílabos tônicos - terminados em “a”, “e”, “o”,
argúi (arguir) argui
seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
Formas verbais - terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
Ex.:
seguidas de lo, la, los, las. Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-
Antes Agora
lo
crêem creem
vôo voo
Paroxítonas - acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
- i, is
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
táxi – lápis – júri
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
- us, um, uns
vírus – álbuns – fórum
Repare:
- l, n, r, x, ps
1) O menino crê em você
Língua Portuguesa 39
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APOSTILAS OPÇÃO
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http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-
i.htm
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APOSTILAS OPÇÃO
-va-: desinência modo-temporal(caracteriza o pretérito a) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
imperfeito do indicativo). acréscimo de prefixo.
-sse-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito In------ --feliz des----------leal
imperfeito do subjuntivo). Prefixo radical prefixo radical
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira
pessoa do plural). b) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda acréscimo de sufixo.
pessoa do plural). Feliz---- mente leal------dade
Radical sufixo radical sufixo
Vogal Temática: observe que, entre o radical cant- e as
desinências verbais, surge sempre o morfema– a. c) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não
o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se “existiria”). Por parassíntese formam-se principalmente
acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes verbos.
apresentam vogais temáticas. En-- -----trist- ----ecer
Prefixo radical sufixo
Vogais Temáticas Nominais: são -a, -e, e -o, quando
átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, en----- ---tard--- --ecer
triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que prefixo radical sufixo
essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois
a mesa, a escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. Outros Tipos de Derivação
É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem
de plural: que haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais e a derivação imprópria.
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam
vogal temática. a) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
Vogais temáticas verbais: são -a, -e e- i, que caracterizam de substantivos derivados de verbos.
três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Por exemplo: A pesca está proibida. (pescar). Proibida a
Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira caça. (caçar)
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem b) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é
à terceira conjugação. obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra
primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão
primeira conj. segunda conj. terceira conj. somente na classe gramatical. Por exemplo:
govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra
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APOSTILAS OPÇÃO
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê 05. As palavras são formadas através de derivação
deriva da conjunção porque) parassintética em
Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui, A)infelizmente, desleal, boteco, barraco.
substantivo) B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer.
C)caça, pesca, choro, combate.
Outros processos de formação de palavras D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer.
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes. Gabarito
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego) 01.B / 02.B / 03.B / 04.C / 05.B
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
CLASSES DE PALAVRAS
- Abreviação vocabular: cujo traço peculiar manifesta-se
por meio da eliminação de um segmento de uma palavra no Em Classes de Palavras, estudaremos artigo, substantivo,
intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição,
aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos: interjeição e conjunção. E dentro de cada uma, abordaremos
metropolitano – metrô seu emprego e quando houver, sua flexão.
extraordinário – extra
otorrinolaringologista – otorrino Artigo
telefone – fone
pneumático – pneu É a palavra que acompanha o substantivo, indicando-lhe o
gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os
- Onomatopeia: consiste em criar palavras, tentando artigos podem ser:
imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por Definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de
exemplo: zum-zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá- um ser já conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma
blá-blá. do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do
médio.”
- Siglas: as siglas são formadas pela combinação das letras Indefinidos: um, uma, uns, umas; Trata-se de um ser
iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima)
Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não Usa-se o artigo definido:
ser que haja mais de três letras e a sigla seja - com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados
pronunciável sílaba por sílaba. foram punidos.
Por exemplo: Unicamp, Petrobras. - com nomes próprios geográficos de estado, país, oceano,
montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o
Questões oceano Pacífico. Ex.: Conheço o Canadá mas não conheço
Brasília.
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam - depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos
pelo mesmo processo: os vinte atletas participarão do campeonato.
- com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais
A) ajoelhar / antebraço / assinatura lindas flores da floricultura.
B) atraso / embarque / pesca - com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo
C) o jota / o sim / o tropeço tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e
D) entrega / estupidez / sobreviver simpático.
E) antepor / exportação / sanguessuga - antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da
primavera vem o verão.
02. A palavra “aguardente” formou-se por: - com expressões de peso e medida: O álcool custa um real
A) hibridismo o litro. (=cada litro)
B) aglutinação
C) justaposição Não se usa o artigo definido:
D) parassíntese - antes de pronomes de tratamento iniciados por
E) derivação regressiva possessivos: Vossa Excelência, Vossa Senhoria. Ex.: Vossa
Alteza estará presente ao debate?
03. Que item contém somente palavras formadas por - antes de nomes de meses: O campeonato aconteceu em
justaposição? maio de 2002.
- alguns nomes de países, como Espanha, França,
A) desagradável - complemente Inglaterra, Itália podem ser construídos sem o artigo,
B) vaga-lume - pé-de-cabra principalmente quando regidos de preposição. Ex.: “Viveu
C) encruzilhada - estremeceu muito tempo em Espanha.”
D) supersticiosa - valiosas - antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos
E) desatarraxou - estremeceu quatro, amigos de João Luís e Laurinha.
- antes de palavras que designam matéria de estudo,
04. “Sarampo” é: empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar,
A) forma primitiva ensinar. Ex.: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.
B) formado por derivação parassintética
C) formado por derivação regressiva O uso do artigo é facultativo:
D) formado por derivação imprópria - antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência
E) formado por onomatopeia é irritante.
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APOSTILAS OPÇÃO
- antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a
Luciana / a Luciana? substantivo, pronome, artigo e advérbio:
- “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (Para a (A) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
frente: exige a preposição) (B) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
(C) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao (D) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
/ de + o, a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela. (E) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.
Substantivo
Classificação
- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie. Ex.:
menina, piano, estrela, rio, animal, árvore.
- Próprios: referem-se a um ser em particular. Ex.: Brasil,
América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia.
- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são
independentes; reais ou imaginários. Ex.: mãe, mar, água, anjo,
alma, Deus, vento, saci.
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende
sempre de um ser para existir. Designam qualidades,
Internet: <http://educacaoepraxis.blogspot.com.br>.
Língua Portuguesa 43
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APOSTILAS OPÇÃO
sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença, amor, fé, formicida, o herpes, o sósia, o telefonema, o saca-rolha, o
beijo, abraço, juventude, covardia. Ex.: É necessário alguém ser plasma, o estigma.
ou estar triste para a tristeza manifestar-se.
São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a
Formação análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença),
- Simples: são aqueles formados por apenas um radical: a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês,
chuva, tempo, sol, guarda. a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama,
- Compostos: são os que são formados por mais de dois a Xerox, a aguardente.
radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras; Número (plural/singular)
vieram primeiro, deram origem a outras palavras. Ex.: ferro, Acrescentam-se:
Pedro, mês, queijo. - S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo:
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; povo, povos / feira, feiras / série, séries.
vieram depois. Ex.: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão. - S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens /
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes,
singular, designam um conjunto de seres de uma mesma abdômenes, hífenes.
espécie. Ex.: - ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz,
cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em
Álbum de fotografias Colmeia de abelhas R mudam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter,
de bispos em caracteres / sênior, seniores.
Alcateia de lobos Concílio
assembleia - IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal,
de textos jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções:
Antologia Conclave de cardeais
escolhidos mal, males / cônsul, cônsules / real, réis.
Arquipélago ilhas Cordilheira de montanhas
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S:
cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos.
Reflexão do Substantivo
Os substantivos apresentam variações ou flexões de gênero
Trocam-se:
(masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau
- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões
(aumentativo/diminutivo).
/ mamão, mamões.
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão,
Gênero (masculino/feminino)
alemães / cão, cães.
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis /
feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a,
pernil, pernis.
ou o acréscimo da vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.
- por eis (paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis /
projétil, projéteis.
Formação do Feminino
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs /
O feminino se realiza de três modos: atum, atuns.
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / - zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão,
mestre, mestra / leão, leoa; balões. 2º elimina-se o S + zinhos.
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um
Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos.
sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul,
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos.
consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora.
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical
diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro,
Alguns substantivos terminados em X são invariáveis
ovelha / cavalo, égua.
(valor fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix,
as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.
Substantivos Uniformes
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero,
Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma
quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea
no plural:
/ a cobra macho ou fêmea.
aldeão, aldeões, aldeãos;
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam verão, verões, verãos;
indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A anão, anões, anãos;
indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou
guardião, guardiões, guardiães;
feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a
corrimão, corrimãos, corrimões;
pianista.
ancião, anciões, anciães, anciãos;
- Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos.
para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a
testemunha (homem, mulher) / o cônjuge (marido, mulher).
Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô),
Alguns substantivos que mudam de sentido, quando se
impostos (ó).
troca o gênero:
o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
Substantivos que mudam de sentido quando usados no
o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens.
o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo); (Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram
o guia (acompanhante) - a guia (documentação). maravilhosas. (Descanso).
São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o
Substantivos empregados somente no plural: Arredores,
champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete,
belas-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias,
o Hosana, o espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa,
férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames,
o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o
viveres, idos, afazeres, algemas.
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APOSTILAS OPÇÃO
Plural dos Substantivos Compostos Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs /
DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
Grau (aumentativo/diminutivo)
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir
= girassóis / autopeça = autopeças. intensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha- que damos o nome de grau do substantivo. Os graus
céu = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:
guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição =
vale-refeições. - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = diminutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou
sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém- isinho.
nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-
escola = auto-escolas. - Analítico: formado com palavras de aumento: grande,
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico- enorme, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme /
tico = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres. carro grande / prédio gigantesco); e formado com as palavras
- substantivo composto de três ou mais elementos não de diminuição (diminuto, pequeno, minúscula, casa pequena,
ligados por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / peça minúscula, saia diminuta).
o bem-te-vi = os bem-te-vis / o sem-terra = os sem-terra / o
fora-da-lei = os fora-da-lei / o João-ninguém = os joões-ninguém - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns
/ o ponto-e-vírgula = os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = substantivos exprimem também desprezo, crítica, indiferença
os bumba meu bois. em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo,
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: narigão, gentinha, coisinha, povinho, livreco.
grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer - Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho,
= bel-prazeres. Toninho, mãezinha.
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns
Somente o primeiro elemento vai para o plural: substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram
um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha
- substantivo + preposição + substantivo: água de colônia (calendário).
= águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em
pão-de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz. sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo
- quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão
ideia de tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo / (sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú
pombo-correio = pombos-correio / salário-família = salários- (hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
família / banana-maçã = bananas-maçã / vale-refeição = vales- - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas
refeição (vale = ter valor de, substantivo+especificador) consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país =
paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza =
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver: belezinha.
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado,
cola-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora minicalculadora.
- os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai
= os entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta Questões
= os vai-e-volta.
01. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da
Os dois elementos, vão para o plural: mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
(A) vulcão, abaixo-assinado;
- substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / (B) irmão, salário-família;
abelha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós / (C) questão, manga-rosa;
tenente-coronel = tenentes-coronéis / redator-chefe = (D) bênção, papel-moeda;
redatores-chefes. (E) razão, guarda-chuva.
- substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-
perfeitos / capitão-mor = capitães-mores / carro-forte = 02. Assinale a alternativa em que está correta a formação
carros-fortes / obra-prima = obras-primas / cachorro-quente do plural:
= cachorros-quentes. (A) cadáver – cadáveis;
- adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta- (B) gavião – gaviães;
metragem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas / (C) fuzil – fuzíveis;
- numeral ordinal + substantivo: segunda-feira = (D) mal – maus;
segundas-feiras / quinta-feira = quintas-feiras. (E) atlas – os atlas.
Composto com a palavra guarda só vai para o plural se 03. A palavra livro é um substantivo
for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda- (A) próprio, concreto, primitivo e simples.
florestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis / (B) comum, abstrato, derivado e composto.
guarda-marinha = guardas-marinha. (C) comum, abstrato, primitivo e simples.
(D) comum, concreto, primitivo e simples.
Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas
/ os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os 04. Assinale a alternativa em que todos os substantivos são
Silvas. masculinos:
(A) enigma – idioma – cal;
(B) pianista – presidente – planta;
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APOSTILAS OPÇÃO
(C) champanha – dó(pena) – telefonema; - biformes: troca-se a vogal “o” pela vogal “a” ou com o
(D) estudante – cal – alface; acréscimo da vogal “a” no final da palavra: ator famoso = atriz
(E) edema – diabete – alface. famosa / jogador brasileiro = jogadora brasileira.
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas
um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-
alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao religiosa / são – sã.
seu significado: Às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos
(A) O capital = dinheiro; ou como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como
A capital = cidade principal; substantivo: acompanha um artigo). A cerveja que desce
(B) O grama = unidade de medida; redondo. (adjetivo como advérbio: redondamente).
A grama = vegetação rasteira;
(C) O rádio = aparelho transmissor; Número
A rádio = estação geradora;
(D) O cabeça = o chefe; O plural dos adjetivos simples flexiona de acordo com o
A cabeça = parte do corpo; substantivo a que se referem: menino chorão = meninos
(E) A cura = o médico. chorões / garota sensível = garotas sensíveis.
O cura = ato de curar.
- quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o
Gabarito segundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos
castanho-claros, senadores democrata-cristãos.
01.C / 02.E / 03.D / 04.C / 05.E - composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se
a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,
Adjetivo não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-
petróleo (adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-
É a palavra variável em gênero, número e grau que canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo;
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, substantivo canário).
estado, ou modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo. - as locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo,
Os adjetivos classificam-se em: ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa /
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel.
em sua estrutura: alegre, medroso, simpático. - são invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas sem-par, piadas sem-sal.
palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos
marrom-escuros. Grau
- primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a
outras palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando. O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades
- derivados: são aqueles formados por derivação, vieram dos seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau:
depois dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz, comparativo e superlativo.
desconfortável.
- pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem- O grau comparativo é usado para comparar uma
se a cidades, estados, países. Amapá: amapaense; Amazonas: qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais
amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis: qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade, de
angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano. superioridade e de inferioridade:
Pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: - de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou
afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino- tão alto quão / quanto / como você. (As duas pessoas têm a
japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; mesma altura)
nipo-argentina (Japão e Argentina); teuto-argentinos
(alemão). - de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que
uma é mais do que a outra: Minha amiga Manu é mais
Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor elegante do que / que eu. (Das duas, a Manu é mais) Podem
de um adjetivo. É formada por preposição + um substantivo. ser:
Vejamos algumas locuções adjetivas: Analítico: mais bom / mais mau / mais grande / mais
pequeno: O salário é mais pequeno do que / que justo (salário
Angelical de anjo Etário de idade pequeno e justo). Quando comparamos duas qualidades de um
Abdominal de abdômen Fabril de fábrica mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau,
Apícola de abelha Filatélico de selos mais bom, mais pequeno.
Aquilino de águia Urbano da cidade Sintético: bom, melhor / mau, pior / grande, maior /
pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela.
Flexões do Adjetivo
Como palavra variável, sofre flexões de gênero, número e - de inferioridade: um elemento é menor do que outro:
grau: Somos menos passivos do que / que tolerantes.
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APOSTILAS OPÇÃO
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a
bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo (Nicola é pressão arterial”.
extremamente simpático). (O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo (Minha
comadre Mariinha é agradabilíssima). Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate
mais rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois
- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos exemplos de variação de grau.
terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer
(magro) = macérrimo; Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta.
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo (A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de
(pobríssimo); adjetivo.
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = (B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos.
amabilíssimo; (C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo comparativo do adjetivo.
apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. (D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em meio de um sufixo.
iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / (E) Apenas na primeira frase há variação de grau.
frio = friíssimo.
03. (Banestes - Técnico Bancário - FGV/2018) O
Usa-se também, no superlativo: adjetivo ilimitado corresponde à locução “sem limites”; a
locução com igual estrutura que NÃO corresponde ao adjetivo
- prefixos: maxinflação / hipermercado / abaixo destacado é:
ultrassonografia / supersimpática. (A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial /
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem sem ação;
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. (B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial /
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / sem cautela;
linda, linda (=lindíssima). (C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / ferimento;
grandalhão / gostosão / bonitão. (D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França /
- linguagem informal, sufixo érrimo, em vez de íssimo: sem ser percebido;
chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo. (E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.
- Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, 04. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão
com a mesma qualidade. Pode ser: Contábil - FGV/2018) Na escrita, pode-se optar
De Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as frequentemente entre uma construção de substantivo +
suas amigas. (Ela é a mais de todas) locução adjetiva ou substantivo + adjetivo (esportes da água =
De Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos. esportes aquáticos).
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APOSTILAS OPÇÃO
- Cardinal - indica número, quantidade: um, dois, três, - os numerais ordinais variam em número: As segundas
quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, colocadas disputarão o campeonato.
catorze ou quatorze, quinze, dezesseis, vinte..., trinta..., cem..., - os numerais multiplicativos são invariáveis quando
duzentos..., oitocentos..., novecentos..., mil. usados com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da
sua. (Valor de substantivo – invariável)
- Ordinal - indica ordem ou posição: primeiro, segundo, - os numerais multiplicativos variam quando usados como
terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, adjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (Valor de adjetivo –
décimo primeiro, vigésimo..., trigésimo..., quingentésimo..., variável)
sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., - os numerais fracionários variam em número,
nongentésimo..., milésimo. concordando com os cardinais que indicam números das
partes.
- Fracionário - indica uma fração ou divisão: meia, metade, - Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos
terço, quarto, décimo, onze avos, doze avos, vinte avos..., trinta equivalem a 750 ml.
avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., milésimo.
Grau
- Multiplicativo - indica a multiplicação de um número: Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos
dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um
nônuplo, décuplo, undécuplo, duodécuplo, cêntuplo. “gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola.
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de - Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações
Objeto Indireto) juntam-se a o, a, os, as (formas de Objeto numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus
Direto), assim: trinta anos.
me+o (mo). Ex.: Recebi a carta e agradeci ao jovem, que ma - Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu
trouxe. Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma
nos+o (no-lo). Ex.: Venderíamos a casa, se no-la exigissem. alteração fonética da palavra senhor.
te+o: (to). Ex.: Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos. - Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
lhe+o: (lho). Ex.: Ofereci-lhe flores. Ofereci-lhas. concorda com o mais próximo. Ex.: Trouxe-me seus livros e
vos+o: (vo-lo). E.: Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo. anotações.
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me,
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os
lho, no-lo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais passos. (os seus passos)
sofisticados. - Deve-se observar as correlações entre os pronomes
pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário,
Pronomes de Tratamento apresso-me em apresentar-te os meus sinceros parabéns;
São usados no trato com as pessoas. Dependendo da Peço a Deus pela tua felicidade; Abraça-te o teu amigo que te
pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o preza.”
tratamento será familiar ou cerimonioso. - Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando
se trata de parte do corpo. Ex.: Um cavaleiro todo vestido de
Vossa Alteza - V.A. - príncipes, duques; negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada
Vossa Eminência - V.Ema - cardeais; em sua, mão. (usa-se: no ombro; na mão)
Vossa Excelência - V.Ex.a - altas autoridades, presidente,
oficiais; Pronomes Demonstrativos
Vossa Magnificência - V.Mag.a - reitores de universidades; Indicam a posição dos seres designados em relação às
Vossa Majestade - V.M. - reis, imperadores; pessoas do discurso, situando-os no espaço ou no tempo.
Vossa Santidade - V.S. - Papa; Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.
Vossa Senhoria -V.Sa - tratamento cerimonioso.
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a este, esta, isto, estes, estas
senhora, a senhorita, dona, você. Ex.:
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Não gostei deste livro aqui.
Neste ano, tenho realizado bons negócios.
Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química.
Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente
O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta
dois fechos: é mais oprimida.
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive esse, essa, esses, essas
para o presidente da República. Ex.:
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia Não gostei desse livro que está em tuas mãos.
ou de hierarquia inferior. Nesse último ano, realizei bons negócios.
Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa.
- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas
quando se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não Ex.:
compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa) Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe.
Tenho boas recordações de 1960, pois naquele ano realizei bons
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando
negócios.
se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou para O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta
um congresso. (falando a respeito do cardeal) é mais oprimida que aquele.
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria,
Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª - para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e
pessoa (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o variações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este
verbo sejam usados na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que (e variações) para o que foi referido em último lugar. Ex.: Pais
seus ministros o apoiarão. e mães vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e
orgulhosos, estas, elegantes e risonhas.
Pronomes Possessivos - dependendo do contexto os demonstrativos também
São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas servem como palavras de função intensificadora ou
da fala. depreciativa. Ex.: Júlia fez o exercício com aquela calma!
(=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma
Masculino Feminino tranqueira! (=expressão depreciativa)
Singular Plural Singular Plural - as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de
meu meus minha minhas então ou nesse momento. Ex.: A festa estava desanimada; nisso,
teu teus tua tuas
a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança.
seu seus sua suas
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um
nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas elemento anteriormente expresso. Ex.: Ninguém ligou para o
seu seus sua suas incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.
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APOSTILAS OPÇÃO
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados
nada, cada, mais, menos, demais. depois de tudo, todos, tanto. Ex.: Naquele momento, a querida
comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
Emprego dos Pronomes Indefinidos
Pronomes Interrogativos
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um São os pronomes em frases interrogativas diretas ou
substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual,
dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.) quanto:
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade?
quando colocados antes dos substantivos, e adjetivos quando (interrogativa direta, COM o ponto de interrogação)
colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade.
situação. (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no (interrogativa indireta, SEM a interrogação)
dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a Questões
qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser;
indetermina, generaliza). 01. (CRP 2º Região/PE - Psicólogo Orientador - Fiscal -
- Outrem significa outra pessoa. Ex.: Nunca se sabe o Quadrix/2018)
pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer. Ex.: Fazemos quaisquer
negócios.
Pronomes Relativos
São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma
palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da
oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro que
é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o
pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso
a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por
o, a, os, as, qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e
invariáveis. Em "Mas ele não tinha muitas chances", as palavras
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, classificam-se, morfologicamente, na ordem em que aparecem,
cujas, quanto, quantos; como
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. (A) preposição, pronome, advérbio, ação, nome e adjetivo.
(B) conjunção, pronome, advérbio, verbo, pronome e
Emprego dos Pronomes Relativos substantivo.
(C) interjeição, pronome, nome, verbo, artigo e adjetivo.
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de (D) conector, nome, adjetivo, verbo, pronome e nome.
relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à (E) conjunção, substantivo, advérbio, verbo, advérbio e
pessoa ou coisa, no plural ou no singular. Ex.: Este é o CD novo adjetivo.
que acabei de comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus.
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome 02. (IF/PA - Auxiliar em Administração -
demonstrativo o, a, os, as. Ex.: Não entendi o que você quis FUNRIO/2016) O emprego do pronome relativo está de
dizer. (o que = aquilo que). acordo com as normas da língua-padrão em:
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre (A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto
precedido de preposição. Ex.: Marco Aurélio é o advogado a por ele.
quem eu me referi. (B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, direito.
de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e (C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator
o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos) apresentou ontem.
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, (D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros
explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e nos orgulhamos.
não vem precedido de preposição. Ex.: Quem casa quer casa; (E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram
Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade; Estas são as muita sordidez.
pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o consequente é 03. (Eletrobras/Eletrosul - Técnico de Segurança do
diferente do antecedente. Ex.: O escritor cujo livro te falei é Trabalho - FCC/2016)
paulista.
- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a
de si. energia solar
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a:
em que, no qual. Ex.: Desconheço o lugar onde vende tudo Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo.
mais barato. (= lugar em que) Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por
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APOSTILAS OPÇÃO
causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das (D) conosco - mim - tu
maiores usinas de energia solar do mundo. (E) com nós - mim - ti
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra Gabarito
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
poluir menos. Uma aposta no futuro. 01.B / 02.C / 03.B / 04.C / 05.E
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do
papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do Verbo
planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que
deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas É a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da
são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em:
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o - número (singular e plural);
calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores - pessoa (primeira, segunda e terceira);
de brisa. - modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a nominais: gerúndio, infinitivo e particípio);
energia solar”. Disponível
em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-
- tempo (presente, passado e futuro);
cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html) - e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva).
Considere as seguintes passagens do texto: De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi em três conjugações:
construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia 1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
solar do mundo. (1º parágrafo) 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,
fora. (3º parágrafo) compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça origem latina poer.
sombra no outro. (3º parágrafo)
Elementos Estruturais do Verbo
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o As formas verbais apresentam três elementos em sua
qual” APENAS em estrutura: radical, vogal temática e tema.
(A) I e II. Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o
(B) II e III. significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da
(C) I, II e IV. 1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses
(D) I e IV. verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela
(E) III e IV. está o significado real do verbo.
cont é o radical do verbo contar;
04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo - esper é o radical do verbo esperar;
IDHTEC/2016) brinc é o radical do verbo brincar.
Língua Portuguesa 53
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APOSTILAS OPÇÃO
- Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se - Quando o sujeito da oração estiver claramente
referir a um sujeito determinado. Ex. Querer é poder. expresso. Exs.:
Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste Se tu não perceberes isto...
muro. Convém vocês irem primeiro.
- Quando tem valor de Imperativo. Ex. Soldados, O bom é sempre lembrarmos (sujeito desinencial, sujeito
marchar! (= Marchai!) Esquerda, volver! implícito = nós) desta regra.
- Quando é regido de preposição (geralmente
precedido da preposição “de”) e funciona como - Quando tiver sujeito diferente daquele da oração
complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da principal. Exs.:
oração anterior. Ex.: Eles não têm o direito de gritar assim. O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos
As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eu os estudarem bastante para a prova.
convenci a aceitar. Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", O guarda fez sinal para os motoristas pararem.
"tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar)
deve ser flexionado. Exs.: - Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na
Eram pessoas difíceis de serem contentadas. terceira pessoa do plural). Exs.:
Aqueles remédios são ruins de serem tomados. Faço isso para não me acharem inútil.
28 https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php
Língua Portuguesa 54
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APOSTILAS OPÇÃO
Temos de agir assim para nos promoverem. Pudim diz a Armandinho que tudo aquilo que a garota
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua questiona é algo natural.
conduta. Nas falas atribuídas à menina, o verbo ter aparece em Tem
casamentos [...] (quadro 1) e em [...] essas coisas têm
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade significados! (quadro 2).
de ação. Exs.:
Vi os alunos abraçarem-se alegremente. Em relação a esses empregos do verbo ter, assinale a
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com alternativa correta.
gentileza. (A) Em ambos, o verbo é impessoal.
Mandei as meninas olharem-se no espelho. (B) Ambos estão na terceira pessoa do plural do presente
do modo indicativo.
Gerúndio (C) Ambos estão na terceira pessoa do singular do presente
Pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Ex.: Saindo de do modo indicativo.
casa, encontrei alguns amigos. (Função de advérbio); Nas ruas, (D) Ambos estão no presente do modo indicativo, embora
havia crianças vendendo doces. (Função adjetivo) o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; terceira pessoa do plural.
na forma composta, uma ação concluída. Ex.: Trabalhando, (E) Ambos estão no presente do modo subjuntivo, embora
aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
valor do dinheiro. terceira pessoa do plural.
Língua Portuguesa 55
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APOSTILAS OPÇÃO
29
https://www.conjugacao.com.br/locucao-verbal/
Língua Portuguesa 56
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APOSTILAS OPÇÃO
Comparativo de:
Qual forma verbal substituiria, sem causar alteração de Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz
sentido, a locução verbal "vou ter", que aparece no primeiro quanto / como você.
quadrinho? Superioridade - Analítico: mais do que. Ex.: Raquel é mais
(A) "terei". elegante do que eu.
(B) "teria". - Sintético: melhor, pior que. Ex.:
(C) "tivera". Amanhã será melhor do que hoje.
(D) "tenha". Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia.
(E) "tinha".
Superlativo Absoluto:
03. (Pref. João Pessoa/PB - Professor Língua Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato
Portuguesa - FGV) Uma locução verbal é o conjunto formado defendeu-se muito mal.
por um verbo auxiliar + um verbo principal, este último Sintético - íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo.
sempre em forma nominal. Nas frases a seguir as formas
verbais sublinhadas constituem uma locução verbal, à exceção Emprego do Advérbio
de uma. Assinale‐a. - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
(A) Todos podem entrar assim que chegarem. sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo
(B) Se os grevistas querem trabalhar menos, não vou sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho,
atendê‐los. depressinha, rapidinho (bem rápido). Exs.: Rapidinho chegou
(C) Deixem entrar todos os atrasados. a casa; Moro pertinho da universidade.
(D) Elas não sabem cozinhar como antigamente. - Frequentemente empregamos adjetivos com valor de
(E) A plantação foi‐se expandindo para os lados advérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)
- Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai
Gabarito para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante
simpáticas e gentis.
01.C / 02.A / 03.C - Bastante - antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai
para o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas
Advérbio no céu.
- Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau
É a palavra invariável que modifica um verbo (Chegou (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei-a de
cedo), um outro advérbio (Falou muito bem), um adjetivo mau humor.
(Estava muito bonita). - Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal:
Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo.
De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio - Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se
pode ser de: fazem professores como antigamente. (=não se fazem mais)
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde - Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o
(=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide
depois, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, emagrecia a olhos vistos.
novamente, outrora. - Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no
Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além, último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a
algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar), todos.
dentro, defronte, fora, longe, perto. - A repetição de um mesmo advérbio assume o valor
Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ), superlativo: Levantei cedo, cedo.
devagar, mal, melhor, pior, e a maior parte dos advérbios que
termina em mente: calmamente, suavemente, rapidamente, Palavras e Locuções Denotativas: São palavras
tristemente. semelhantes a advérbios e que não possuem classificação
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente, especial. Não se enquadram em nenhuma das dez classes de
realmente, sim, seguramente. palavras. São chamadas de denotativas e exprimem:
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. Ex.: Ainda
nenhum, nem, não, tampouco (=também não). bem que você veio.
Intensidade: apenas, assaz, bastante, bem, demais, mais, Designação, Indicação: eis. Ex.: Eis aqui o herói da turma.
meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco. Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão,
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá, sequer: Ex.: Não me disse sequer uma palavra de amor.
possivelmente, talvez. Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso,
de mais a mais. Ex.: Também há flores no céu.
Locuçoes Adverbiais: são duas ou mais palavras que têm Limitação: só, apenas, somente, unicamente. Ex.: Só Deus é
o valor de advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às perfeito.
escondidas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo. Ex.: Sei lá o que ele
chofre, de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de quis dizer!
medo, com certeza, por perto, por um triz, de vez em quando,
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Apreposição a indica deslocamento rápido: Vamos à praia. Causa: Por ser muito caro, não compramos um pendrive
(ideia de passear) novo.
Espaço: Por cima dela havia um raio de luz.
Ante
(diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.
emoção.
Tempo (substituída por antes de): Preciso chegar ao Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar.
encontro antes das quatro horas. Viveu, sob pressão dos pais.
Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade; 01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)
deve-se rir com alguém.
Causa: A cidade foi destruída com o temporal.
Instrumento: Feriu-se com as próprias armas.
Modo: Marfinha, minha comadre, veste-se sempre com
elegância.
Contra
(oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do
tribunal.
Direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.
Desde
(afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina vem
desde São Paulo. No 3º quadrinho, nas três ocorrências, o sentido da
Tempo: Desde o ano passado quero mudar de casa. preposição “sem” e o das expressões que ela forma são,
respectivamente, de
Em (A) negação e causa.
(lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos. (B) adição e condição.
Matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em (C) ausência e modo.
Curitiba. (D) falta e consequência.
Especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras. (E) exceção e intensidade.
Tempo: Tudo aconteceu em doze horas.
02. (Pref. Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem -
Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro IDHTEC/2016)
entre dois suportes.
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)
Para
Direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa. Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama
Tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana. de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Finalidade: Lute sempre para viver com dignidade. Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da
A preposição para indica permanência definitiva. Vou ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
para o litoral. (ideia de morar) de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias
Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a
todos. enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-
Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas
desconhecidas. vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente
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APOSTILAS OPÇÃO
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação
formando, anunciando -o dia da humanidade. indébita.
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) No fundo, é um problema técnico que os avanços da
informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição
Em qual das alternativas o acento grave foi mal dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me
empregado, pois não houve crase? valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-
(A) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da história.
escola de samba Império Serrano, na Zona Norte do Rio.” Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
(B) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e
direitos à moradia, a um trabalho digno, à integridade cultural, escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos
a vida e ao território." ou deformados que circulam por aí e que não podem ser
(C) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou
do Moa no dia 11 de maio.” revista é processado se publicar sem autorização do autor um
(D) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em
custas da entidade.” caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de
(E) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a
chegada de Edgardo Bauza no fim do ano passado.” desmentir e dar espaço ao contraditório.
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do
03. (TJ/AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão
Avaliador - FGV/2018) de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira
liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)
Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas
da Copa O segmento do texto em que o emprego da preposição EM
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018
indica valor semântico diferente dos demais é:
(A) “Tenho comentado aqui na Folha em diversas
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo
crônicas”;
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos
(B) A maioria dos abusos, se praticados em outros meios”;
pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão
(C) “... seriam crimes já especificados em lei”;
levando seus estoques para casa quando termina o expediente.
(D) “...a comunicação virtual está em sua pré-história”;
Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de
(E) “...ainda que em citação longa e sem aspas”.
roubo de figurinha espalhados por mensagens de celular.
Gabarito
No texto aparecem três ocorrências da preposição DE.
1. “troca-troca de figurinhas”;
01.C / 02.E / 03.E / 04.C / 05.D
2. “roubo de figurinha”;
3. “mensagens de celular”.
Interjeição
Sobre o emprego dessa preposição nesses casos, é correto
É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
afirmar que:
estados de espírito ou apelos.
(A) os termos precedidos da preposição DE indicam
pacientes dos vocábulos anteriores;
Locução Interjetiva: é o conjunto de duas ou mais
(B) os termos precedidos da preposição DE indicam
palavras com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena!
agentes dos termos anteriores;
Quem me dera! Puxa, que legal!
(C) os termos “de figurinha” e “de celular” são
complementos dos termos anteriores;
Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas
(D) os termos “de figurinhas” e “de celular” são adjuntos
dos vocábulos precedentes;
As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas de
(E) os termos “de figurinhas” e “de figurinha” são
acordo com o sentido que elas expressam em determinado
complementos dos vocábulos precedentes.
contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode
exprimir emoções variadas.
04. Assinale a alternativa em que a preposição destacada
Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu
estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz:
Deus!, Céus!
Criaram-se a pão e água.
Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!,
(A) Desejo todo o bem a você.
Olha lá!
(B) A julgar por esses dados, tudo está perdido.
Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;
(C) Feriram-me a pauladas.
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
(D) Andou a colher alguns frutos do mar.
Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem!
(E) Ao entardecer, estarei aí.
Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!
Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
05. (TJ/AL - Técnico Judiciário - FGV/2018)
Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!
Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!,
Ressentimento e Covardia
Chega!, Basta!
Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!
usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me
legislação específica que coíba não somente os usos mas os
dera!
abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A
maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam
Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes
crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune
são formadas por palavras de outras classes gramaticais:
injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos
Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).
Língua Portuguesa 60
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APOSTILAS OPÇÃO
Questões Exemplos:
Viajamos e descansamos.
01. Assinale o par de frases em que as palavras destacadas Eu não só estudo, mas também trabalho.
são substantivo e pronome, respectivamente:
(A) A imigração tornou-se necessária. / É dever cristão 2. Adversativas (posição contrária)
praticar o bem.
(B) A Inglaterra é responsável por sua economia. / Havia Mas
muito movimento na praça. Porém
(C) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de Todavia
drogas é condenável. Entretanto
(D) Pessoas inconformadas lutaram pela abolição. / No entanto
Pesca-se muito em Angra dos Reis.
(E) Os prejudicados não tinham o direito de reclamar. / Exemplos:
Não entendi o que você disse. Ela era explorada, mas não se queixava.
Os alunos estudaram, no entanto não conseguiram as
02. Assinale o item que só contenha preposições: notas necessárias.
(A) durante, entre, sobre
(B) com, sob, depois 3. Alternativas (alternância)
(C) para, atrás, por
(D) em, caso, após Ou, ou
(E) após, sobre, acima Ora, ora
Quer, quer
03. Observe as palavras grifadas da seguinte frase:
Já, já
“Encaminhamos a V. Senhoria cópia autêntica do Edital nº
19/82.” Elas são, respectivamente:
Exemplos:
(A) verbo, substantivo, substantivo
Ou você vem agora, ou não haverá mais ingressos.
(B) verbo, substantivo, advérbio
Ora chovia, ora fazia sol.
(C) verbo, substantivo, adjetivo
(D) pronome, adjetivo, substantivo
4. Conclusivas (conclusão)
(E) pronome, adjetivo, adjetivo
Logo
04. Assinale a opção em que a locução grifada tem valor Portanto
adjetivo: Por conseguinte
(A) “Comprei móveis e objetos diversos que entrei a Pois (após o verbo)
utilizar com receio.”
(B) “Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos.” Exemplos:
(C) “Pediu-me com voz baixa cinquenta mil réis.” O caminho é perigoso; vá, pois, com cuidado!
(D) “Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras...” Estamos nos esforçando, logo seremos recompensados.
(E) “Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem
escrúpulos não se apoderassem do que era delas.” 5. Explicativas (explicação)
Que
05. O "que" está com função de preposição na alternativa: Porque
(A) Veja que lindo está o cabelo da nossa amiga! Porquanto
(B) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem és. Pois (antes do verbo)
(C) João não estudou mais que José, mas entrou na
Faculdade. Exemplos:
(D) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro. Não leia no escuro, que faz mal à vista.
(E) Não chore que eu já volto. Compre estas mercadorias, pois já estamos ficando sem.
01.E / 02.A / 03.C / 04.E / 05.D Ligam uma oração principal a uma oração subordinativa,
com verbo flexionado.
Conjunções
1. Integrantes: iniciam a oração subordinada substantiva
Exercem a função de conectar as palavras dentro de uma – Que / Se / Como
oração. Desta forma, elas estabelecem uma relação de
coordenação ou subordinação e são classificadas em: Exemplos:
Conjunções Coordenativas e Conjunções Subordinativas. Todos perceberam que você estava atrasado.
Aposto como você estava nervosa.
Conjunções Coordenativas
2. Temporais (Tempo) – Quando / Enquanto / Logo que /
1. Aditivas (Adição) Assim que / Desde que
E Exemplos:
Nem Logo que chegaram, a festa acabou.
Não só... Mas também Quando eu disse a verdade, ninguém acreditou.
Mas ainda
Senão 3. Finais (Finalidade) – Para que / A fim de que
Exemplo:
Foi embora logo, a fim de que ninguém o perturbasse.
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APOSTILAS OPÇÃO
5. Causais (Causa) – Porque / Como / Visto que / Uma vez Se você tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a
que comida com umas pitadas de sal, é melhor pensar duas vezes.
Exemplo: Como estivesse doente, não pôde sair. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta
quinta-feira que um adulto consuma por dia menos de dois
6. Condicionais (Condição) – Se / Caso / Desde que gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para
Exemplos: reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
Comprarei o livro, desde que esteja disponível. cardiovasculares.
Se chover, não poderemos ir. Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para
as crianças com mais de dois anos de idade, para que as
7. Comparativas (Comparação) – Como / Que / Do que / doenças relacionadas com a alimentação não se tornem
Quanto / Que nem crônicas na idade adulta. Neste caso, a OMS diz que os valores
Exemplos: devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio,
Os filhos comeram como leões. devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e
A luz é mais veloz do que o som. as necessidades energéticas.
Teresa Firmino Adaptado de publico.pt/ciencia
8. Conformativas (Conformidade) – Como / Conforme /
Segundo Em para reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
Exemplos: cardiovasculares, a palavra para expressa o seguinte
As coisas não são como parecem. significado:
Farei tudo, conforme foi pedido. (A) oposição
(B) finalidade
9. Consecutivas (Consequência) – Que (precedido dos (C) causalidade
termos: tal, tão, tanto...) / De forma que (D) comparação
Exemplos: (E) temporalidade
A menina chorou tanto, que não conseguiu ir para a escola.
Ontem estive viajando, de forma que não consegui 03. (SEDUC/PA - Professor Classe I - Português -
participar da reunião. CONSULPLAN/2018)
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 63
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APOSTILAS OPÇÃO
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. 02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada gênero, número ou pessoa):
é proibida. (A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer
a diferença.”
h) Muito, pouco, caro (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
Comi muitas frutas durante a viagem. / Pouco arroz é cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
suficiente para mim. (D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
longe...
2- Como advérbios: são invariáveis. (E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
Comi muito durante a viagem. / Pouco lutei, por isso perdi compreensivo.
a batalha.
03. A concordância nominal está INCORRETA em:
i) Mesmo, bastante (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
1- Como advérbios: invariáveis envolvimento da empresa.
Preciso mesmo da sua ajuda. (B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. desnecessária.
(C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da
2- Como pronomes: seguem a regra geral. empresa e a campanha.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. (D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. desnecessárias.
j) Menos, alerta 04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
Em todas as ocasiões são invariáveis. parênteses.
Preciso de menos comida para perder peso. / Estamos alerta (A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/
para com suas chamadas. necessária)
(B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
k) Tal Qual (C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/
“Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o bastantes)
consequente. (D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
As garotas são vaidosas tais qual a tia. / Os pais vieram (E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
fantasiados tais quais os filhos. (meio/ meia)
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APOSTILAS OPÇÃO
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões Cubas é uma criação de Machado de Assis.
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas. mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele
5) Em casos em que o sujeito é representado pela nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos
expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais é uma potência mundial.
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação: no caso da referida expressão aparecer Casos Referentes a Sujeito Composto
repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha relacionado a dois pressupostos básicos:
de doação de alimentos. / Mais de um formando se - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
abraçaram durante as solenidades de formatura. demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na
6) O sujeito for composto da expressão “um dos que”, o 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. / Tu e ele são primos.
verbo permanecerá no plural: Paulo é um dos que mais
trabalhar. 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer
anteposto (antes) ao verbo, este permanecerá no plural: O pai
7) Quanto aos relativos à concordância com locuções e seus dois filhos compareceram ao evento.
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto (depois) ao
nos atermos a duas questões básicas: verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
concordar com o pronome pessoal: Alguns
de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão. 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
no singular, o verbo também permanecerá no singular: Algum Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
de nós o receberá. mundo.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
singular ou poderá concordar com o antecedente desse poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é
fruto de meu esforço.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que Questões
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós
que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. 01. A concordância realizou-se adequadamente em qual
alternativa?
10) No caso de o sujeito aparecer representado por (A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará potência econômica do planeta, mas há quem aposte que a
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa China, em breve, o ultrapassará.
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão da (B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos
diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
Observações: (C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de comê-las sem receio!
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: (D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. janela do hotel!
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no
singular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da 02. Uma pergunta
diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador e
11) Quando o sujeito estiver representado por pronomes político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira decisão: - Quem sofrerá?
pessoa do singular ou do plural: Vossas Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a
Majestades gostaram das homenagens. Vossas Excelência agiu se considerar.
com inteligência. (Salvador Nicola, inédito)
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
que os determinam: (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo (B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre
também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás o peso de suas mais graves decisões.
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Ricardo foi para a Espanha. analítica. Veja: O questionário foi respondido corretamente. /
Adjunto Adverbial de Lugar Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Querer Paralelo a
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter Agradável a
vontade de, cobiçar. Escasso de
Querem melhor atendimento. Parco em, de
Queremos um país melhor. Alheio a, de
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, Essencial a, para
estimar, amar. Passível de
Quero muito aos meus amigos. Análogo a
Ele quer bem à linda menina. Fácil de
Despede-se o filho que muito lhe quer. Preferível a
Ansioso de, para, por
Visar Fanático por
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, Prejudicial a
fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. Apto a, para
O homem visou o alvo. Favorável a
O gerente não quis visar o cheque. Prestes a
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Ávido de
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a". Generoso com
O ensino deve sempre visar ao progresso social. Propício a
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar Benéfico a
público. Grato a, por
Próximo a
Regência Nominal Capaz de, para
Hábil em
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, Relacionado com
adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa Compatível com
relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo Habituado a
da regência nominal, é preciso levar em conta que vários Relativo a
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de Contemporâneo a, de
que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses Idêntico a
casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o Satisfeito com, de, em, por
exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos Contíguo a
regem complementos introduzidos pela preposição "a". Veja: Impróprio para
Obedecer a algo/ a alguém. Semelhante a
Obediente a algo/ a alguém. Contrário a
Indeciso em
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da Sensível a
preposição ou preposições que os regem. Observe-os Curioso de, por
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses Insensível a
nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. Sito em
Descontente com
Substantivos Liberal com
Admiração a, por Suspeito de
Devoção a, para, com, por Desejoso de
Medo a, de Natural de
Aversão a, para, por Vazio de
Doutor em
Obediência a Advérbios
Atentado a, contra - Longe de;
Dúvida acerca de, em, sobre - Perto de.
Ojeriza a, por
Bacharel em Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir
Horror a o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
Proeminência sobre paralelamente a; relativa a; relativamente a.30
Capacidade de, para
Impaciência com Questões
Respeito a, com, para com, por
01. (Administrador - FCC)
Adjetivos ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
Acessível a ciências ...
Diferente de O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o
Necessário a grifado acima está empregado em:
Acostumado a, com (A) ...astros que ficam tão distantes ...
Entendido em (B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
Nocivo a (C) ...que nos proporcionou um espírito ...
Afável com, para com (D) ...cuja importância ninguém ignora ...
Equivalente a (E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...
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APOSTILAS OPÇÃO
02. (Agente de Apoio Administrativo - FCC) 06. (Escrevente TJ SP - Vunesp) Assinale a alternativa em
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho
do sueco. de 2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
complementos que o grifado acima está empregado em: seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais
(A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em
(B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? outros.
(C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam
(D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro... rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
(E) O delegado apenas olhou-a espantado com o avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
atrevimento. exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam
03. (Agente de Defensoria Pública - FCC) rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
desiguais... exemplo, do que em outros.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam
grifado acima está empregado em: rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o
(A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a avanço seja mais notável em alguns países - o Brasil é um
extremos de sutileza. exemplo - do que em outros.
(B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
troncos mais robustos. seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais
(C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em
não raro, quem... outros.
(D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na
serra de Tunuí... 07. (Papiloscopista Policial - VUNESP) Assinale a
(E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque.
gentio, mestre e colaborador... (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
responsabilidade pelo problema.
04. (Agente Técnico - FCC) (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... perdido.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de
frase acima se encontra em: um índio na porta do prédio.
(A) A palavra direito, em português, vem de directum, do (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
verbo latino dirigere... perdido de sua família.
(B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das (E) A família toda se organizou para realizar a procura à
sociedades... garotinha.
(C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
justiça. 08. (Analista de Sistemas - VUNESP) Assinale a
(D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações alternativa que completa, correta e respectivamente, as
da justiça... lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
(E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
sentimento de justiça. assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
05. Leia a tira a seguir. A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
mídia pode exercer sobre os jovens.
(A) dos … na
(B) nos … entre a
(C) aos … para a
(D) sobre os … pela
(E) pelos … sob a
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APOSTILAS OPÇÃO
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
direitos dos trabalhadores domésticos.
(A) da Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
(B) na podem ser identificados pelo método: troque a palavra
(C) pela feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a
(D) sob a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
E) sobre a Refiro-me à mesma pessoa.
(Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Respostas Informei o ocorrido à senhora.
1.D / 2.D / 3.A / 4.A / 5.E / 6.D / 7.A / 8.C / 9.A / 10.C (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo.
(Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)
Crase; 4) Diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos
Daqui a uma semana começa o campeonato.
CRASE
Casos em que a crase SEMPRE ocorre
É de grande importância a crase da preposição “a” com o
artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos pronomes 1) Diante de palavras femininas:
aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a qual (as Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
quais). Sempre vamos à praia no verão.
Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
crase. O uso apropriado do acento grave depende da
compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental 2) Diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
também, para o entendimento da crase, dominar a regência (mesmo que a expressão moda de fique subentendida:
dos verbos e nomes que exigem a preposição “a”. O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
artigo ou pronome.31 Observe:
Vou a + a igreja. 3) Na indicação de horas:
Vou à igreja. Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”, Foram dormir à meia-noite.
exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
“a” que está determinando o substantivo feminino igreja. 4) Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de
Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, que participam palavras femininas. Por exemplo:
a união delas é indicada pelo acento grave. Observe outros
exemplos: à tarde às ocultas às pressas à medida que
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna. à noite às claras às escondidas à força
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer à vontade à beça à larga à escuta
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. à esquerda às turras às vezes à chave
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes à direita à procura à deriva à toa
já especificados.
à luz à sombra de à frente de à proporção que
Casos em que a crase NÃO ocorre
à semelhança de às ordens à beira de
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- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
ocorrerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, 1) Diante de nomes próprios femininos: é facultativo o uso
pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”. da crase porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita; ou A Paula é muito bonita.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos (Aquele (s), Laura é minha amiga; ou A Laura é minha amiga.
Aquela (s), Aquilo)
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
regente exigir a preposição “a”. Por exemplo: feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Refiro-me a + aquele atentado.
Entreguei o cartão a Paula; ou Entreguei o cartão à Paula.
Entreguei o cartão a Roberto; ou Entreguei o cartão ao
Preposição Pronome Roberto.
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APOSTILAS OPÇÃO
Assinale a alternativa que preenche, correta e - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da
respectivamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma- preposição “a”: Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
padrão da língua portuguesa. / Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
(A) à … à … à
(B) a … a … à - O verbo estiver no gerúndio: Não quis saber o que
32http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php
http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm
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APOSTILAS OPÇÃO
aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
beijando-me a face. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: Se passar no
vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. / Se Gabarito
não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
01.D/02.E/03.C/04.D/05.D
Mesóclise
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
Figuras de linguagem.
realizará).
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
proposta a você). FIGURAS DE LINGUAGEM33
33
SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói:
Impetus, 2007.
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34
Flor do Lácio (= Língua Portuguesa)
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APOSTILAS OPÇÃO
saúdam sereias amantes: (C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um
Te escutam, te amam, te lambem." país libertado depois de séculos de escravidão.
(Nel de Moraes) (D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na
terra e teve seus filhos levados pelo colonizador.
Reificação: consiste em 'coisificar' os seres humanos. (E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o
Exemplo: "Tia, já botei os candidatos na lista." poder por meio da opressão foi “ninado “ela Mamã Negra.
Lítotes: consiste em negar por afirmação ou vice-versa. 04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
Exemplos: FEPESE/2016) Analise as frases abaixo:
"Ela até que não é feia." -logo, é bonita!
"Você está exagerando. Não subestime a sua inteligência." 1. “Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.”
- porque ela é inteligente. 2. A mulher conquistou o seu lugar!
3. Todo cais é uma saudade de pedra.
Questões 4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas.
01. (IF/PA - Assistente em Administração - FUNRIO/2016) Assinale a alternativa que corresponde correta e
“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés sequencialmente às figuras de linguagem apresentadas:
de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronunciada, / (A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia
que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína (B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora
que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha (C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia
insônia.” (Olga Savary, “Insônia”) (D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora
(E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes
figuras de linguagem: 05. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho -
(A) silepse e zeugma IBFC/2016) Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que
(B) eufemismo e ironia. indica a figura de linguagem presente no texto:
(C) prosopopeia e metáfora.
(D) aliteração e polissíndeto. Amor é fogo que arde sem se ver
(E) anástrofe e aposiopese. Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO/2016) É um contentamento descontente;
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu É dor que desatina sem doer;
sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio (Camões)
de Melo, “Eu Sou de Lá”)
(A) Onomatopeia
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, (B) Metáfora
encontramos a seguinte figura de linguagem: (C) Personificação
(A) antítese. (D) Pleonasmo
(B) eufemismo.
(C) ironia Respostas
(D) metáfora
(E) silepse. 01.C / 02.D / 03.A / 04.C / 05.B
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APOSTILAS OPÇÃO
matizes de significação e certas propriedades que o escritor - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais - Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar
amplo, aqueles, mais restrito (animal e quadrúpede); uns são (acelerar).
próprios da fala corrente, desataviada, vulgar, outros, ao invés, - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
poética (orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
cinéreo). - Paço (palácio) e passo (andar).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, - Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos: - Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =
- Adversário e antagonista. anular).
- Translúcido e diáfano. - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão
- Semicírculo e hemiciclo. (tempo de uma reunião ou espetáculo).
- Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética. Homófonos Homográficos
- Colóquio e diálogo.
- Transformação e metamorfose. Iguais na escrita e na pronúncia.
- Oposição e antítese. - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Cedo (verbo), cedo (advérbio).
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
sinonímia, palavra que também designa o emprego de - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
sinônimos. - Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
Antônimos
Parônimos
São palavras de significação oposta. Exemplos:
- Ordem e anarquia. São palavras parecidas na escrita e na pronúncia.
- Soberba e humildade. Exemplos: coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente,
- Louvar e censurar. tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cético e
- Mal e bem. séptico, prescrever e proscrever, descrição e discrição, infligir
(aplicar) e infringir (transgredir), osso e ouço, sede (vontade
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e cumprimento,
oposto ou negativo. Exemplos: bendizer/maldizer, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente,
simpático/antipático, progredir/regredir, divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto,
concórdia/discórdia, explícito/implícito, ativo/inativo, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e
esperar/desesperar, comunista/anticomunista, vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial.
Polissemia
Homônimos
Uma palavra pode ter mais de uma significação. A esse fato
São palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a linguístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos:
mesma grafia, mas significação diferente. Exemplos: - Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo). plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de
- Aço (substantivo) e asso (verbo). gado.
Só o contexto é que determina a significação dos - Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; dó.
homônimos. A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por - Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao
isso é considerada uma deficiência dos idiomas. véu do palato.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto Podemos citar ainda, como exemplos de palavras
fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que
têm dezenas de acepções.
Homógrafos Heterofônicos
Sentido Próprio e Figurado das Palavras
Iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade
das vogais. Pela própria definição acima destacada podemos perceber
- Rego (substantivo) e rego (verbo). que a palavra é composta por duas partes, uma delas
- Colher (verbo) e colher (substantivo). relacionada a sua forma escrita e os seus sons
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo). (denominada significante) e a outra relacionada ao que ela
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo). (palavra) expressa, ao conceito que ela traz (denominado
- Para (verbo parar) e para (preposição). significado).
- Providência (substantivo) e providencia (verbo). Em relação ao seu significado as palavras subdividem-se
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo). em:
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de
per+o). - Sentido Próprio: é o sentido literal, ou seja, o sentido
comum que costumamos dar a uma palavra.
Homófonos Heterográficos
- Sentido Figurado: é o sentido “simbólico”, “figurado”,
Iguais na pronúncia e diferentes na escrita. que podemos dar a uma palavra.
- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar). Como exemplo vamos analisar a palavra cobra utilizada em
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de diferentes contextos:
consertar).
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APOSTILAS OPÇÃO
1) A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir
peçonhento) os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto
2) A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, um veneno para o espírito.
que adota condutas pouco apreciáveis) (Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP)
3) O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece
muito sobre alguma coisa, “expert”) As expressões destacadas nos trechos - meter o bedelho
/ estimar parâmetros / embotar a razão - têm sinônimos
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum adequados respectivamente em:
(ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido (A) procurar / gostar de / ilustrar
figurado. (B) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
Podemos então concluir que um mesmo significante (parte (C) interferir / propor / embrutecer
concreta) pode ter vários significados (conceitos).35 (D) intrometer-se / prezar / esclarecer
(E) contrapor-se / consolidar / iluminar
Denotação e Conotação
02. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com combatentes contemplavam-nos entristecidos.
o seu significado primitivo e original, com o sentido do Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punha-
dicionário; usada de modo automatizado; linguagem comum. lhes adiante, naquele armistício transitório, uma legião
Veja este exemplo: desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais
Cortaram as asas da ave para que não voasse mais. duro que o das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos
próprio, comum, usual, literal. casebres bombardeados durante três meses. Contemplando-
lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos
Dica: procure associar Denotação com Dicionário, por molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e
trata-se da definição literal, quando o termo é utilizado em seu escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía de
sentido dicionarístico. súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com
efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento
o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa linguagem sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos,
rica e expressiva. Veja este exemplo: num longo enxurro de carcaças e molambos...
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma
seja tarde mais. arma, nem um peito resfolegante de campeador domado:
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças
figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade,
ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento. escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos
Questões aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando;
crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de
01. McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e
mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia, mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio
implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)
envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que
terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de
uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada sinônimos?
transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim (A) Armistício - destruição
da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou (B) Claudicante - manco
grandes fraquezas morais ao julgamento da comunidade de (C) Reveses - infortúnios
que escolhemos participar. (D) Fealdade - feiura
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, (E) Opilados - desnutridos
apenas em número de atualizações nas páginas e na
capacidade dos usuários de distinguir essas variações como 03. Atento ao emprego dos Homônimos, analise as
relevantes no conjunto virtualmente infinito das palavras sublinhadas e identifique a alternativa CORRETA:
possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no (A) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é
labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a crime!
habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a (B) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente.
extrair informações relevantes de um conjunto finito de (C) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão
observações e reconhecer a organização geral da rede de que agora expiar seus crimes.
participam. (D) Em todos os momentos, para agir corretamente, é
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes preciso o bom censo.
sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos (E) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de
recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens tomate.
a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem
conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o 04. Assinale a alternativa em que as palavras podem servir
sentimento de pânico experimentados por um número de exemplos de parônimos:
crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo (A) Cavaleiro (Homem a cavalo) - Cavalheiro (Homem
móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa gentil).
35www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-justica-tjm-sp/lingua-
portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-palavras.html
Língua Portuguesa 79
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APOSTILAS OPÇÃO
(B) São (sadio) - São (Forma reduzida de Santo). Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente
(C) Acento (sinal gráfico) - Assento (superfície onde se o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate,
senta). pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro
(D) Nenhuma das alternativas. homem.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999.)
05. Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas,
seja no modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no
exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada texto – … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, outro homem. –, é empregado com sentido
grafias diferentes, denomina-se homônimo homófono. (A) próprio, equivalendo a inspiração.
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram (B) próprio, equivalendo a conquistador.
nesse caso. (C) figurado, equivalendo a ave de rapina.
(A) taxa, cesta, assento (D) figurado, equivalendo a alimento.
(B) conserto, pleito, ótico (E) figurado, equivalendo a predador.
(C) cheque, descrição, manga
(D) serrar, ratificar, emergir 08.
Contratempos
06.
A fuga dos rinocerontes Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem
Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da mais horas do que coisas para se fazer com elas. Sempre faltou
maneira mais radical possível – pelo céu. tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou
dia para tanto sol, faltou domingo para tanta praia, faltou noite
Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados para tanto filme, faltou ano para tanta vida.
da África, pois sua espécie é uma das preferidas pelo turismo Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa
de caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que que tempo e as pessoas com mais tempo que coisas para fazer
ainda restam na natureza, duas ONG ambientais apelaram com o tempo.
para uma solução extrema: transportar os rinocerontes de As pessoas com menos tempo que coisa são as que
helicóptero. A ação utilizou helicópteros militares para buzinam assim que o sinal fica verde, e ficam em pé no avião
remover 19 espécimes – com 1,4 toneladas cada um – de seu esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras
habitat original, na província de Cabo Oriental, no sudeste da para entrar primeiro no vagão do trem, e leem livros que
África do Sul, e transferi-los para a província de Lampopo, no enumeram os “livros que você tem que ler antes de morrer” ao
norte do país, a 1.500 quilômetros de distância, onde viverão invés de ler diretamente os livros que você tem de ler antes de
longe dos caçadores. Como o trajeto tem áreas inacessíveis de morrer.
carro, os rinocerontes tiveram de voar por 24 quilômetros. Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando
Sedados e de olhos vendados (para evitar sustos caso onde é a festa, e chega à festa querendo saber onde é a
acordassem), os rinocerontes foram içados pelos tornozelos e próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e
voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio brutal? Os chega à outra percebendo que era melhor ter ficado na
responsáveis pela operação dizem que, além de mais eficiente primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o
para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o trabalho.
procedimento é mais gentil. Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes Superinteressante, 2011.) teve tempo de sobra, por isso sempre leu romances longos, e
passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda
A palavra radical pode ser empregada com várias temporada de “Grey’s Anatomy” mas, por ter tempo demais,
acepções, por isso denomina-se polissêmica. Assinale o acabava sobrando tempo demais para se preocupar com uma
sentido dicionarizado que é mais adequado no contexto acima. hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas
(A) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa. que nem sabiam que estavam brigadas com ela, ou escrever
(B) Brusco; violento; difícil. cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o
(C) Que não é tradicional, comum ou usual. país, ou culpar o sol ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos
(D) Que exige destreza, perícia ou coragem. infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo quando na
verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse
07. tanto tempo não teria nem tempo para falar do tempo.
O gavião Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava
correr atrás do tempo porque o tempo sempre vai correr mais
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a menos, e pensar menos é uma maneira de ser feliz, e ambos
lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais perceberam que a felicidade é uma questão de tempo. Questão
sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante
pombas. para perceber que essa felicidade não faz o menor sentido.
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à (Gregório Duvivier. Folha de S. Paulo, 30.11.2015. )
contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das
pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros É correto afirmar que o título do texto tem sentido
(qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar (A) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem
o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na encontra quando depara com o tempo.
verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com (B) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às
que a pomba come seu grão de milho. atitudes das personagens.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das (C) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco
pombas e também o lance magnífico em que o gavião se importando as consequências de subestimá-lo.
despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint- (D) figurado, indicando o contraste na maneira como as
Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar personagens se relacionam com o tempo.
com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador. (E) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado
a “ela”, pois se trata do tempo real.
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APOSTILAS OPÇÃO
Gabarito
01.B /02.A /03.C /04.A /05.A / 06.C / 07.E / 08.D /
09.E / 10.D
Anotações
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APOSTILAS OPÇÃO
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POLÍTICAS PÚBLICAS
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APOSTILAS OPÇÃO
Dentre os serviços privados, devem ter preferência os III. equidade: assegurar ações e serviços de todos os níveis
serviços não lucrativos, conforme determina a Constituição. de acordo com a complexidade que cada caso requeira, more o
cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras.
Questões IV. descentralização: a garantia constitucional de que a
população usufruirá das unidades e das entidades
01. (Pref. Bom Jesus do Sul/PR – Enfermeiro – FAUEL) representativas das políticas de saúde em todos os níveis,
Quando houver insuficiência do setor público para garantir desde o federal até o local.
atendimento à população, o Sistema Único de Saúde (SUS)
poderá firmar convênios ou contratos com o setor privado. De É correto o que está contido em
acordo com a Lei 8080/90 está correto afirmar: (A) I e IV, apenas.
(A) As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão (B) I, III e IV, apenas.
não preferência para participar do Sistema Único de Saúde (C) I, II, III e IV.
(SUS). (D) I, II e III, apenas.
(B) Os critérios e valores para a remuneração de serviços (E) II, III e IV, apenas.
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos
pela direção da instituição contratada para prestar o serviço 05. (Pref. Piripiri/PI - Enfermeiro – Urgência -
complementar. INSTITUTO LUDUS) Permitir o acesso à tecnologia de alto
(C) Os proprietários, administradores e dirigentes de custo apenas aos cidadãos que possuam seguros privados de
entidades ou serviços contratados poderão exercer cargo de saúde contraria um dos princípios básicos do SUS e significa
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde ausência de:
(SUS). (A) Integridade.
(D) Os serviços contratados submeter-se-ão às normas (B) Hierarquização.
técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do (C) Universalização.
Sistema Único de Saúde (SUS). (D) Municipalização.
(E) Equidade.
02. (Pref. Guarda Mor/MG – Enfermeiro – REIS & REIS
Implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de Gabarito
saúde, que leva em conta a divisão político-administrativa do
país, mas também contempla a delimitação de espaços 01.D / 02.C / 03.B / 04.D / 05.E
territoriais específicos para a organização das ações de saúde,
subdivisões ou agregações do espaço político-administrativo. Estrutura
(A) Hierarquização dos serviços de Saúde;
(B) Centralização dos serviços de Saúde; O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo
(C) Regionalização dos Serviços de Saúde; conjunto das ações e de serviços de saúde sob gestão
(D) Integralização dos Serviços de Saúde. pública. Está organizado em redes regionalizadas e
hierarquizadas e atua em todo o território nacional, com
03. (Pref. Apiacá/ES – Enfermeiro-PSF – IDECAN) Em direção única em cada esfera de governo. O SUS não é,
relação aos princípios do SUS, marque V para as afirmativas porém, uma estrutura que atua isolada na promoção dos
verdadeiras e F para as falsas. direitos básicos de cidadania. Insere-se no contexto das
( ) Universalidade: o SUS deve atender a todos, sem políticas públicas de seguridade social, que abrangem, além da
distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, Saúde, a Previdência e a Assistência Social.
sem qualquer custo. A Constituição brasileira estabelece que a saúde é dever do
( ) Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária Estado. Aqui, deve-se entender Estado não apenas como o
à saúde da população, promovendo ações contínuas de governo federal, mas como Poder Público, abrangendo a
prevenção e tratamento aos indivíduos e às comunidades, em União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios.
quaisquer níveis de complexidade. A Lei n.º 8.080/90 determina, em seu artigo 9º, que a
( ) Participação social: o SUS deve disponibilizar recursos direção do SUS deve ser única, de acordo com o inciso I do
e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida, em cada
um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam. esfera de governo, pelos seguintes órgãos:
( ) Equidade: é um direito e um dever da sociedade I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
participar das gestões públicas em geral e da saúde pública em II – no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
particular; é dever do Poder Público garantir as condições para respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
essa participação, assegurando a gestão comunitária do SUS. III – no âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de
Saúde ou órgão equivalente.
A sequência está correta em
(A) V, F, F, F. O artigo 196 cita que “a saúde é direito de todos e dever do
(B) V, V, F, F. Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
(C) F, V, V, V. visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
(D) F, V, F, V. acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
(E) V, F, V, V. promoção, proteção e recuperação”. Com este artigo fica
definida a universalidade da cobertura do Sistema Único de
04. (SEMSA - Pref. Manaus/AM - Enfermeiro em Saúde Saúde.
Pública – CETRO) Baseado nos preceitos constitucionais, a O SUS faz parte das ações definidas na Constituição como
construção do SUS (Sistema Único de Saúde) norteia-se pelos sendo de “relevância pública”, sendo atribuído ao poder
seguintes princípios doutrinários: público a sua regulamentação, a fiscalização e o controle das
I. universalidade: a garantia de atenção à saúde por parte ações e dos serviços de saúde.
do sistema, a todo e qualquer cidadão.
II. integralidade: cada pessoa é um todo indivisível e
integrante de uma comunidade.
Políticas Públicas 2
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APOSTILAS OPÇÃO
Outros Atos Normativos que estruturaram o SUS Sobre a Norma Operacional de Assistência à Saúde - NOAS-
SUS 01/02 - pode-se fazer a seguinte afirmação:
Norma Operacional Básica – NOB de 1991: foi criada com (A) estabelece o processo de regionalização como
a finalidade de disciplinar e padronizar os fluxos financeiros estratégia de hierarquização dos serviços de saúde;
entre as esferas de governo e de combater a propalada (B) reduz as responsabilidades dos municípios na Atenção
ineficiência das redes públicas federal, estadual e municipal, Básica;
acusadas de ociosas e caras. Podem ser considerados os (C) instituiu o PAB - Piso da Atenção Básica;
seguintes efeitos positivos nesse período: (D) cria os níveis de gestão Incipiente, Parcial e Semi-
- um enorme incremento, sobretudo na esfera municipal, Plena;
de capacidade institucional e técnica para a gestão da Saúde, (E) institui a PPI - Programação Pactuada e Integrada.
inédita na história e na cultura municipal do País; e
- a emergência de novos atores sociais na arena da Saúde 02. (TCE - SE – Enfermeiro – FGV) A partir da
com peso crescente no processo decisório, como os secretários Constituição Federal de 1988 várias iniciativas institucionais,
municipais e os diversos grupos de usuários, por meio dos legais e comunitárias foram criando as condições de
Conselhos Municipais de Saúde. viabilização do direito à saúde, dentre as quais estão as
Normas Operacionais Básicas (NOB).
Norma Operacional Básica – NOB de 1993: estabeleceu A principal finalidade da Norma Operacional Básica do
uma municipalização progressiva e gradual, em estágios, de Sistema Único de Saúde, a NOB-SUS/96, foi:
forma a contemplar os diversos graus de preparação (A) estabelecer o processo de regionalização como
institucional e técnica dos municípios para assumir a gestão da estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca
Saúde. A cada estágio correspondia certo número de requisitos de maior equidade;
gerenciais a serem cumpridos pelo município, ao qual cabia (B) promover e consolidar o pleno exercício, por parte do
uma autonomia crescente na gestão dos recursos, incluindo os poder público municipal e do Distrito Federal, da função de
da rede privada contratada. gestor da atenção à saúde dos seus munícipes;
O SUS teve a sua execução descentralizada por níveis de (C) instituir o Plano Diretor de Regionalização - PDR como
gestão, começando progressivamente pela incipiente, seguida instrumento de ordenamento do processo de regionalização
pela parcial e culminando com a semiplena. Essa progressão da assistência em cada estado e no Distrito Federal;
decorreu do comprometimento de Estados e municípios com a (D) identificar as necessidades e a proposta de fluxo de
organização da atenção à saúde, com a sua adequação a referência para outros estados, no caso de serviços não
parâmetros de programação e refletiu em maior autonomia disponíveis no território estadual;
local para dispor de recursos. Na prática, a gestão parcial não (E) instituir a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada
gerou maiores consequências. (GPAB- A), como uma das condições de gestão dos sistemas
municipais de saúde.
Norma Operacional Básica – NOB de 1996: acelerou a
descentralização dos recursos federais em direção aos Estados 03. (HOB – Agente de Administração – CONSUPLAN) “É
e municípios, consolidando a tendência à autonomia de gestão um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), descrito
das esferas descentralizadas e criou incentivos explícitos às na Constituição, o qual aborda a saúde como um direito de
mudanças na lógica assistencial, rompendo com o todos e um dever do Estado.” Trata-se do princípio da
produtivismo e implementando incentivos aos programas (A) participação social;
dirigidos às populações mais carentes - como o PACS – (B) aplicabilidade do SUS;
Programa de Agente Comunitário da Saúde - e às práticas (C) universalidade do SUS;
fundadas em uma nova lógica assistencial, como o PSF - (D) descentralização do sistema.
Programa Saúde da Família.
Gabarito
Norma Operacional de Assistência à Saúde NOAS/SUS
01/2001: promover maior equidade na alocação de recursos 01.A / 02.B / 03.C
e no acesso da população às ações e serviços de saúde em
todos nos níveis de atenção. Referências
Norma Operacional de Assistência à Saúde NOAS/SUS BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde.
Brasília. CONASS, 2011.
01/2002: amplia as responsabilidades dos municípios na BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC
Atenção Básica; estabelece o processo de regionalização como DO SUS: Doutrinas e princípios. Brasília, 1990.
estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca BRASIL, Ministério da Saúde. Conselho Nacional das Secretarias Municipais
de maior equidade; cria mecanismos para o fortalecimento da de Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. 3. ed. Brasília, 2009.
CARVALHO, Antônio Ivo de. Políticas de saúde: fundamentos e diretrizes
capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à do SUS. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC.
atualização dos critérios de habilitação de estados e [Brasília]: CAPES: UAB, 2010.
municípios.
Questões
Legislação do SUS
01. (Prefeitura de Angra dos Reis - RJ – Médico
Psiquiatria – CEPERJ) A regulamentação da Lei Orgânica da
Saúde tem sido efetuada através das chamadas normas
operacionais do SUS, sendo que, desde 1991, já foram editadas LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 19901
cinco normas operacionais (NOB 91, NOB 92, NOB 93, NOB 96
e NOAS 01/02).
04/09/2018 às 13h21min.
Políticas Públicas 3
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APOSTILAS OPÇÃO
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos Sistema Único de Saúde (SUS):
serviços correspondentes e dá outras providências. I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso b) de vigilância epidemiológica;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações de ações de saneamento básico;
e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em III - a ordenação da formação de recursos humanos na área
caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou de saúde;
jurídicas de direito Público ou privado. IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
TÍTULO I compreendido o do trabalho;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS VI - a formulação da política de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, para a saúde e a participação na sua produção;
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
pleno exercício. substâncias de interesse para a saúde;
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que para consumo humano;
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, psicoativos, tóxicos e radioativos;
proteção e recuperação. X - o incremento, em sua área de atuação, do
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, desenvolvimento científico e tecnológico;
das empresas e da sociedade. XI - a formulação e execução da política de sangue e seus
derivados.
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
econômica do País, tendo a saúde como determinantes e ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos serviços de interesse da saúde, abrangendo:
bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de I - o controle de bens de consumo que, direta ou
2013) indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações as etapas e processos, da produção ao consumo; e
que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a II - o controle da prestação de serviços que se relacionam
garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar direta ou indiretamente com a saúde.
físico, mental e social. § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto
de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou
TÍTULO II prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos.
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei,
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de
da Administração direta e indireta e das fundações mantidas vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores
públicas federais, estaduais e municipais de controle de submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, trabalho, abrangendo:
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de
saúde. trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único II - participação, no âmbito de competência do Sistema
de Saúde (SUS), em caráter complementar. Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no
CAPÍTULO I processo de trabalho;
Dos Objetivos e Atribuições III - participação, no âmbito de competência do Sistema
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: das condições de produção, extração, armazenamento,
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos,
determinantes da saúde; de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, do trabalhador;
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à
1º do art. 2º desta lei; saúde;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho,
integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de
fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de
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APOSTILAS OPÇÃO
admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis
ética profissional; de complexidade crescente.
VI - participação na normatização, fiscalização e controle
dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única,
públicas e privadas; de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal,
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes
originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a órgãos:
colaboração das entidades sindicais; e I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos Saúde ou órgão equivalente.
trabalhadores.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para
CAPÍTULO II desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes
Dos Princípios e Diretrizes correspondam.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema atos constitutivos disporão sobre sua observância.
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS),
diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular
obedecendo ainda aos seguintes princípios: recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos ações de saúde.
os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto Art. 11. (Vetado).
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito
todos os níveis de complexidade do sistema; nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde,
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
integridade física e moral; entidades representativas da sociedade civil.
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a
privilégios de qualquer espécie; finalidade de articular políticas e programas de interesse para
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no
saúde; âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes
prioridades, a alocação de recursos e a orientação atividades:
programática; I - alimentação e nutrição;
VIII - participação da comunidade; II - saneamento e meio ambiente;
IX - descentralização político-administrativa, com direção III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
única em cada esfera de governo: IV - recursos humanos;
a) ênfase na descentralização dos serviços para os V - ciência e tecnologia; e
municípios; VI - saúde do trabalhador.
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de
saúde; Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino
ambiente e saneamento básico; profissional e superior.
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a
e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde formação e educação continuada dos recursos humanos do
da população; Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas
de assistência; e instituições.
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos. Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite
XIV – organização de atendimento público específico e são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre
especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de
em geral, que garanta, entre outros, atendimento, Saúde (SUS).
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores
em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017) I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
CAPÍTULO III conformidade com a definição da política consubstanciada em
Da Organização, da Direção e da Gestão planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e
Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança
participação complementar da iniciativa privada, serão institucional e à integração das ações e serviços dos entes
federados;
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III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos
sanitário, integração de territórios, referência e para pesquisa, ações e serviços de saúde;
contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração XVIII - promover a articulação da política e dos planos de
das ações e serviços de saúde entre os entes federados. saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos
representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de estratégicos e de atendimento emergencial.
matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e
de relevante função social, na forma do regulamento. Seção II
§ 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do Da Competência
orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de
Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS)
podendo ainda celebrar convênios com a União. compete:
§ 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e
(Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os nutrição;
entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias II - participar na formulação e na implementação das
referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao políticas:
Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
CAPÍTULO IV c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
Da Competência e das Atribuições III - definir e coordenar os sistemas:
Seção I a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
Das Atribuições Comuns b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os d) vigilância sanitária;
Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as IV - participar da definição de normas e mecanismos de
seguintes atribuições: controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde; V - participar da definição de normas, critérios e padrões
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e
destinados, em cada ano, à saúde; coordenar a política de saúde do trabalhador;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de VI - coordenar e participar na execução das ações de
saúde da população e das condições ambientais; vigilância epidemiológica;
IV - organização e coordenação do sistema de informação de VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de
saúde; portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o
a assistência à saúde; controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de serviços de consumo e uso humano;
padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de
VII - participação de formulação da política e da execução fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades
das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e representativas de formação de recursos humanos na área de
recuperação do meio ambiente; saúde;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
IX - participação na formulação e na execução da política de execução da política nacional e produção de insumos e
formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; equipamentos para a saúde, em articulação com os demais
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único órgãos governamentais;
de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; XI - identificar os serviços estaduais e municipais de
XI - elaboração de normas para regular as atividades de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância de assistência à saúde;
pública; XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
XII - realização de operações externas de natureza substâncias de interesse para a saúde;
financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados,
Federal; ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes sua atuação institucional;
e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de XIV - elaborar normas para regular as relações entre o
calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados
competente da esfera administrativa correspondente poderá de assistência à saúde;
requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de XV - promover a descentralização para as Unidades
jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde,
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
Componentes e Derivados; XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
proteção e recuperação da saúde; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados,
do exercício profissional e outras entidades representativas da Municípios e Distrito Federal;
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XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o e equipamentos para a saúde;
Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995) ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e
Parágrafo único. A União poderá executar ações de atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais
vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias competentes, para controlá-las;
especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação IX - colaborar com a União e os Estados na execução da
nacional. vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços
compete: privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
I - promover a descentralização para os Municípios dos XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
serviços e das ações de saúde; privados de saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
do Sistema Único de Saúde (SUS); públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
executar supletivamente ações e serviços de saúde; Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações reservadas aos Estados e aos Municípios.
e serviços:
a) de vigilância epidemiológica; CAPÍTULO V
b) de vigilância sanitária; Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador; Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos atendimento das populações indígenas, em todo o território
agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto
humana; nesta Lei.
VI - participar da formulação da política e da execução de
ações de saneamento básico; Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde
VII - participar das ações de controle e avaliação das Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado
condições e dos ambientes de trabalho; e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, 1990, com o qual funcionará em perfeita integração.
acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos
para a saúde; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios,
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência
estadual e regional; Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política
pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em Indígena do País.
sua organização administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições
controle e avaliação das ações e serviços de saúde; governamentais e não-governamentais poderão atuar
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter complementarmente no custeio e execução das ações.
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para
produtos e substâncias de consumo humano; Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância consideração a realidade local e as especificidades da cultura
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem
indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência
federada. à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio
ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) integração institucional.
compete:
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.
serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de § 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
saúde; como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
II - participar do planejamento, programação e organização § 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer
Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde
III - participar da execução, controle e avaliação das ações residem as populações indígenas, para propiciar essa
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
IV - executar serviços: discriminações.
a) de vigilância epidemiológica; § 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao
b) vigilância sanitária; SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de
c) de alimentação e nutrição; acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção
d) de saneamento básico; e primária, secundária e terciária à saúde.
e) de saúde do trabalhador;
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Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar demais produtos apropriados, quando couber; as posologias
dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a
de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, serem seguidos pelos gestores do SUS.
quando for o caso.
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas
CAPÍTULO VI deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde
DOMICILIAR de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda
de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou
Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. procedimento de primeira escolha.
§ 1º Na modalidade de assistência de atendimento e Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou
internação domiciliares incluem-se, principalmente, os produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles
procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-
psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do
cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. agravo à saúde de que trata o protocolo.
§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. terapêutica, a dispensação será realizada:
§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo
ser realizados por indicação médica, com expressa concordância gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas
do paciente e de sua família. nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada
na Comissão Intergestores Tripartite;
CAPÍTULO VII II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O suplementar, com base nas relações de medicamentos
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade
pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - Bipartite;
SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar,
a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante com base nas relações de medicamentos instituídas pelos
durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo
imediato. fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será
indicado pela parturiente. Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS
§ 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a
direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz
lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado
§ 3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
em local visível de suas dependências, aviso informando sobre o § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº SUS, cuja composição e regimento são definidos em
12.895, de 2013) regulamento, contará com a participação de 1 (um)
representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1
Art. 19-L. (VETADO) (um) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho
Federal de Medicina.
CAPÍTULO VIII § 2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente:
DE I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
TECNOLOGIA EM SAÚDE” efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere competente para o registro ou a autorização de uso;
a alínea d do inciso I do art. 6º consiste em: II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no
para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou
diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a hospitalar, quando cabível.
doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do
protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de
domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior
elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi
realizados no território nacional por serviço próprio, protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
conveniado ou contratado. (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem.
§ 1º O processo de que trata o caput deste artigo observará,
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de
adotadas as seguintes definições: 1999, e as seguintes determinações especiais:
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se
bolsas coletoras e equipamentos médicos; cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento,
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que com informações necessárias para o atendimento do disposto no
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo § 2º do art. 19-Q;
à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e II - (VETADO);
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III - realização de consulta pública que inclua a divulgação determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Tecnologias no SUS; Parágrafo único. A participação complementar dos serviços
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de privados será formalizada mediante contrato ou convênio,
decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. observadas, a respeito, as normas de direito público.
§ 2º (VETADO).
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
Art. 19-S. (VETADO). filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS),
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
de Vigilância Sanitária - ANVISA; § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção
reembolso de medicamento e produto, nacional ou importado, nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar
sem registro na Anvisa.” seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a
efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
de medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do
procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e
Comissão Intergestores Tripartite. financeiro do contrato.
§ 3° (Vetado).
TÍTULO III § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de
CAPÍTULO I chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
Do Funcionamento
TÍTULO IV
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde DOS RECURSOS HUMANOS
caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde
jurídicas de direito privado na promoção, proteção e será formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes
recuperação da saúde. esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
I - organização de um sistema de formação de recursos
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de programas de permanente
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à aperfeiçoamento de pessoal;
saúde, serão observados os princípios éticos e as normas II - (Vetado)
expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde III - (Vetado)
(SUS) quanto às condições para seu funcionamento. IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para
assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas
nº 13.097, de 2015) conjuntamente com o sistema educacional.
I - doações de organismos internacionais vinculados à
Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e
técnica e de financiamento e empréstimos; (Incluído pela Lei nº assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só
13.097, de 2015) poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou
ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) empregos poderão exercer suas atividades em mais de um
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e § 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) servidores em regime de tempo integral, com exceção dos
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou
pela Lei nº 13.097, de 2015) assessoramento.
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa,
por empresas, para atendimento de seus empregados e Art. 29. (Vetado).
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) Art. 30. As especializações na forma de treinamento em
IV - demais casos previstos em legislação específica. serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida
a participação das entidades profissionais correspondentes.
CAPÍTULO II
Da Participação Complementar
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APOSTILAS OPÇÃO
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será
os recursos necessários à realização de suas finalidades, utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise
previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com técnica de programas e projetos:
a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência I - perfil demográfico da região;
Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
Lei de Diretrizes Orçamentárias. III - características quantitativas e qualitativas da rede de
saúde na área;
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período
provenientes de: anterior;
I - (Vetado) V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da estaduais e municipais;
assistência à saúde; VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; para outras esferas de governo.
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos § 1º (Revogado)
arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. processo de migração, os critérios demográficos mencionados
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da nesta lei serão ponderados por outros indicadores de
receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada crescimento populacional, em especial o número de eleitores
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. registrados.
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de § 3º (Vetado).
Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, § 4º (Vetado).
movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem § 5º (Vetado).
arrecadadas. § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a
supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de
financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos.
Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do
Sistema Financeiro da Habitação (SFH). CAPÍTULO III
§ 4º (Vetado). Do Planejamento e do Orçamento
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema
de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o
além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se
de origem externa e receita própria das instituições executoras. as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de
§ 6º (Vetado). recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União.
CAPÍTULO II § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
Da Gestão Financeira programações de cada nível de direção do Sistema Único de
Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde proposta orçamentária.
(SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de § 2º É vedada a transferência de recursos para o
sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos financiamento de ações não previstas nos planos de saúde,
Conselhos de Saúde. exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do área de saúde.
Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da
União, além de outras fontes, serão administrados pelo Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
§ 2º (Vetado). saúde, em função das características epidemiológicas e da
§ 3º (Vetado). organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e
da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com
Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos finalidade lucrativa.
recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
previstas em lei. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
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feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
Social. Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema
outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo Único de Saúde (SUS).
órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou,
eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição Art. 51. (Vetado).
administrativa se encontrem, mediante simples termo de
recebimento. Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui
§ 7º (Vetado). crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do
mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas das
e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias previstas nesta lei.
Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como
suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia Art. 53. (Vetado).
informatizada das contas e a disseminação de estatísticas
sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares. Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as
atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas
Art. 40. (Vetado) desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, produção
e fornecimento de medicamentos e produtos para saúde,
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras laboratórios de análises clínicas, anatomia patológica e de
Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), indireta de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído pela
permanecerão como referencial de prestação de serviços, Lei nº 13.097, de 2015)
formação de recursos humanos e para transferência de
tecnologia. Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 42. (Vetado). Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de
1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica em contrário.
preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as
cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e
entidades privadas. 102º da República.
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funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo
providências. Afirma que o Sistema Único De Saúde é: Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo
(A). A organização social e econômica do País, tendo a Conselho de Saúde.
saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e
alimentação, a moradia, o saneamento básico. deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do
(B). A formulação de política de saúde destinada a governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e
promovê-la nos campos econômico e social. usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da
(C). O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por execução da política de saúde na instância correspondente,
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões
da Administração direta e indireta e das fundações mantidas serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído
pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). em cada esfera do governo.
(D). O conjunto de serviços prestados ao poder público. § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e
o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
04. (Pref. Bom Jesus do Sul/PR – Enfermeiro – FAUEL) (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de
Quando houver insuficiência do setor público para garantir Saúde.
atendimento à população, o Sistema Único de Saúde (SUS) § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e
poderá firmar convênios ou contratos com o setor privado. De Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais
acordo com a Lei 8080/90 está correto afirmar: segmentos.
(A) As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão
não preferência para participar do Sistema Único de Saúde sua organização e normas de funcionamento definidas em
(SUS). regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
(B) Os critérios e valores para a remuneração de serviços
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
pela direção da instituição contratada para prestar o serviço alocados como:
complementar. I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde,
(C) Os proprietários, administradores e dirigentes de seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
entidades ou serviços contratados poderão exercer cargo de II - investimentos previstos em lei orçamentária, de
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
(SUS). Nacional;
(D) Os serviços contratados submeter-se-ão às normas III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do
técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Ministério da Saúde;
Sistema Único de Saúde (SUS). IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
05. (Pref. Guarda Mor/MG – Enfermeiro – REIS & REIS) Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste
Implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à
saúde, que leva em conta a divisão político-administrativa do cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais
país, mas também contempla a delimitação de espaços ações de saúde.
territoriais específicos para a organização das ações de saúde,
subdivisões ou agregações do espaço político-administrativo. Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei
(A) Hierarquização dos serviços de Saúde; serão repassados de forma regular e automática para os
(B) Centralização dos serviços de Saúde; Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os
(C) Regionalização dos Serviços de Saúde; critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro
(D) Integralização dos Serviços de Saúde. de 1990.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
Gabarito critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos,
01.B / 02.B / 03.C / 04.D / 05.C exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo.
(Vide Lei nº 8.080, de 1990)
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo
menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante
Dispõe sobre a participação da comunidade2 na gestão do aos Estados.
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si,
dá outras providências. parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3°
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão
contar com:
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° I - Fundo de Saúde;
8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo
governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
seguintes instâncias colegiadas: III - plano de saúde;
I - a Conferência de Saúde; e IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que
II - o Conselho de Saúde. trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo
com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar orçamento;
a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm - Acesso em
04/09/2018 às 13h53min.
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VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e II. O número de conselheiros será indicado pelos Plenários
Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde, devendo
implantação. ser definido em lei.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou III. As vagas do Conselho de Saúde deverão ser distribuídas
pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos da seguinte forma: 50% de entidades de usuários; 25% de
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos entidades dos trabalhadores de saúde; e 25% de
concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos representação de governo, de prestadores de serviços
Estados ou pela União. privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7508.htm - Acesso em 04/09/2018 às 13h54min.
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A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em
confere o art. 84º, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais
disposto na Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990, pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se
refere o inciso I do art. 30º.30§ 1º Poderão ser instituídas
DECRETA: Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios
limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em
CAPÍTULO I articulação com os Municípios.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de
fronteira com outros países deverá respeitar as normas que
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de regem as relações internacionais.
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema
Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no
saúde e a articulação interfederativa. mínimo, ações e serviços de:
I - atenção primária;
Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se: II - urgência e emergência;
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído III - atenção psicossocial;
por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de V - vigilância em saúde.
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a observará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
execução de ações e serviços de saúde;
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as
de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade transferências de recursos entre os entes federativos.
de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede
regionalizada e hierarquizada, com definição de Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em
avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua Intergestores.
execução e demais elementos necessários à implementação Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes
integrada das ações e serviços de saúde; elementos em relação às Regiões de Saúde:
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à I - seus limites geográficos;
saúde do usuário no SUS; II - população usuária das ações e serviços;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
consensual entre os entes federativos para definição das regras IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade
da gestão compartilhada do SUS; e escala para conformação dos serviços.
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo Seção II
SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade Da Hierarquização
instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a
partir dos indicadores de saúde do sistema; Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se
de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com
a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; a complexidade do serviço.
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde
específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de
agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
especial; e I - de atenção primária;
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento II - de atenção de urgência e emergência;
que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do III - de atenção psicossocial; e
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os IV - especiais de acesso aberto.
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo
as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes
e o acompanhamento e a verificação dos resultados federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. serviços de saúde, considerando as características da Região de
Saúde.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS Art. 10º Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais
especializados, entre outros de maior complexidade e densidade
Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que
serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde trata o art. 9º.
executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta,
mediante a participação complementar da iniciativa privada, Art. 11º O acesso universal e igualitário às ações e aos
sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada. serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve
ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e
coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades
previstas para pessoas com proteção especial, conforme
legislação vigente.
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específica complementar estadual, distrital ou municipal de fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos, as
medicamentos; e normas que regem as relações internacionais.
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela
direção do SUS. Seção II
§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de saúde
pública o justifiquem. Art. 33º O acordo de colaboração entre os entes federativos
§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras para a organização da rede interfederativa de atenção à saúde
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter será firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação
especializado. Pública da Saúde.
Art. 29º A RENAME e a relação específica complementar Art. 34º O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente da Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços
poderão conter produtos com registro na Agência Nacional de de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma
Vigilância Sanitária - ANVISA. Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade
da assistência aos usuários.
CAPÍTULO V Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos entes
federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como
Seção I fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
Das Comissões Intergestores
Art. 35º O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde
Art. 30º As Comissões Intergestores pactuarão a definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes
organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde federativos com relação às ações e serviços de saúde, os
integrados em redes de atenção à saúde, sendo: indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da desempenho, os recursos financeiros que serão disponibilizados,
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria elementos necessários à implementação integrada das ações e
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; serviços de saúde.
e § 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do
regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de
administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes Saúde.
da CIB. § 2º O desempenho aferido a partir dos indicadores
nacionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para
Art. 31º Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de avaliação do desempenho da prestação das ações e dos serviços
saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional de definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em
Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de todas as Regiões de Saúde, considerando-se as especificidades
Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho municipais, regionais e estaduais.
Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS.
Art. 36º O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde
Art. 32º As Comissões Intergestores pactuarão: conterá as seguintes disposições essenciais:
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais;
gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional
seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de e inter-regional;
saúde; III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de perante a população no processo de regionalização, as quais
limites geográficos, referência e contrarreferência e demais serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o
aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações e
entre os entes federativos; dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde;
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e IV - indicadores e metas de saúde;
interestadual, a respeito da organização das redes de atenção à V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;
saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de
integração das ações e serviços dos entes federativos; monitoramento permanente;
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de VII - adequação das ações e dos serviços dos entes
Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu federativos em relação às atualizações realizadas na RENASES;
desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas
responsabilidades individuais e as solidárias; e responsabilidades; e
V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada
atenção à saúde para o atendimento da integralidade da um dos partícipes para sua execução.
assistência. Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à
pactuação: melhoria das ações e serviços de saúde.
I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e Art. 37º O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde
serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do observará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia
compartilhamento da gestão; e da gestão participativa:
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das
questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em
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constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e 29, de 2000)
sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto
transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e
de saúde. Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) §
no mínimo, as seguintes ações e serviços de saúde, EXCETO: 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada
(A) Vigilância em Saúde. cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional
(B) Atenção Psicossocial. nº 29, de 2000)
(C) Urgência e emergência. I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
(D) Sistema de captação de órgãos e tecidos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
Gabarito saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
01.D / 02.E / 03.A / 04.A / 05.D Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades
regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das
Constituição da República despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Federativa do Brasil de 1988 IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
Caro leitor será tratado os Artigos 196 a 200 pertencentes admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
a Seção da Saúde. endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com
a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
Constituição Federal (Artigos 196 a 200) específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006)
Seção II § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
DA SAÚDE salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de
Carreira e a regulamentação das atividades de agente
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
proteção e recuperação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)
Regulamento
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça
sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei,
para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram 51, de 2006)
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as seguintes Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
diretrizes: § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma
I - descentralização, com direção única em cada esfera de complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
governo; deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para
III - participação da comunidade. auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos lucrativos.
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela casos previstos em lei.
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados,
calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, sendo vedado todo tipo de comercialização.
de 2000)
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por atribuições, nos termos da lei:
cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
2015) substâncias de interesse para a saúde e participar da produção
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos hemoderivados e outros insumos;
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e II - executar as ações de vigilância sanitária e
inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
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III - ordenar a formação de recursos humanos na área de contribuindo efetivamente na garantia do direito à saúde a
saúde; todos os cidadãos brasileiros. Nesse sentido, considerando a
IV - participar da formulação da política e da execução das necessidade de aprimoramento do Pacto pela Saúde e de
ações de saneamento básico; implantação do Decreto nº 7.508, a CIT em Reunião
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento Ordinária, ocorrida em 12 de Junho de 2012, pactuou as
científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela seguintes normativas vigentes:
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o Resolução nº 4, de 19 de julho de 2012, que dispõe sobre
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para a pactuação tripartite acerca das regras relativas às
consumo humano; responsabilidades sanitárias no âmbito do SUS, para fins de
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transição entre os processos operacionais do Pacto pela
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos Saúde e a sistemática do Contrato Organizativo da Ação
psicoativos, tóxicos e radioativos; Pública da Saúde (COAP);
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele Portaria nº 1.580, de 19 de julho de 2012, que afasta a
compreendido o do trabalho. exigência de adesão ao Pacto pela Saúde ou assinatura do
Termo de Compromisso de Gestão, de que trata a Portaria nº
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.h 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006, para fins de repasse
tm - Acesso em 04/09/2018 às 13h23min.
de recursos financeiros pelo Ministério da Saúde a Estados,
Distrito Federal e Municípios e revoga Portarias.
http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-
Lei Orgânica da Saúde interfederativa/comissao-intergestores-tripartite/pacto-pela-saude
Políticas Públicas 19
Apostila Digital Licenciada para Rodrigo Sibilio do Nascimento de Barros - rodrigosibilio@gmail.com (Proibida a Revenda)
APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
serviços e do trabalho em saúde, que definem os modos de se - Contagiar, por atitudes e ações humanizadoras, a rede do
produzir saúde e onde investir recursos, entre outros. SUS, incluindo gestores, trabalhadores da saúde e usuários;
- Posicionar-se, como política pública:
Diante disto, muitos desafios para a produção de saúde a) nos limites da máquina do Estado onde ela se encontra
permanecem, como por exemplo: com os coletivos e as redes sociais;
b) nos limites dos Programas e Áreas do Ministério da
- Qualificar o sistema de co-gestão do SUS; Saúde, entre este e outros ministérios (intersetorialidade).
- Criar um sistema de saúde em rede, que supere o
isolamento dos serviços em níveis de atenção, o que produz Assim, entendemos humanização do SUS como:
baixa transversalização/comunicação entre as equipes e, - Valorização dos diferentes sujeitos implicados no
consequentemente, segmentação do cuidado e dificuldades de processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e
seguimento/continuidade da ação clínica pela equipe que gestores;
cuida do usuário; - Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos
- Fortalecer e qualificar a atenção básica e ampliá-la como e dos coletivos;
estratégia organizadora das redes de cuidado em saúde; - Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de
- Fortalecer os processos de regionalização cooperativa e saúde e de sujeitos;
solidária, na perspectiva da ampliação do acesso com - Estabelecimento de vínculos solidários e de participação
equidade; coletiva no processo de gestão;
- Considerar a diversidade cultural e a desigualdade - Mapeamento e interação com as demandas sociais,
socioeconômica presente no território nacional; coletivas e subjetivas de saúde;
- Considerar o complexo padrão epidemiológico do povo - Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo
brasileiro, que requer a utilização de multiplicidade de brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à saúde, sem
estratégias e tecnologias; distinção de idade, raça/cor, origem, gênero e orientação
- Superar a disputa de recursos entre os entes federados, sexual;
para a afirmação da contratação de corresponsabilidades - Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua
sanitárias; indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos
- Diminuir a interferência da lógica privada na organização cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de
da rede de saúde, ampliando a co-responsabilização nos trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações
processos de cuidado de todos os serviços que compõem a sociais no trabalho;
rede do SUS; - Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja
- Superar o entendimento de saúde como ausência de mais acolhedor, mais ágil, e mais resolutivo;
doença (cultura sanitária biomédica), para a ampliação e o - Compromisso com a qualificação da ambiência,
fortalecimento da concepção de saúde como produção social, melhorando as condições de trabalho e de atendimento;
econômica e cultural; - Compromisso com a articulação dos processos de
- Garantir recursos suficientes para o financiamento do formação com os serviços e práticas de saúde;
SUS, para a superação do subfinanciamento; - Luta por um SUS mais humano, porque construído com a
- Superar a fragmentação do processo de trabalho e das participação de todos e comprometido com a qualidade dos
relações entre os diferentes profissionais; seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um.
- Implantar diretrizes do acolhimento e da clínica
ampliada, para a ratificação do compromisso ético-político dos Para isso, a Humanização do SUS se operacionaliza com:
serviços de saúde na defesa da vida; - O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as
- Melhorar a interação nas equipes e qualificá-las para práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores,
lidarem com as singularidades dos sujeitos e coletivos nas trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas
práticas de atenção à saúde; das ações de saúde;
- Fomentar estratégias de valorização do trabalhador: - A construção de diferentes espaços de encontro entre
promover melhorias nas condições de trabalho (ambiência), sujeitos (Grupo de Trabalho em Humanização; Rodas;
ampliar investimentos na qualificação dos trabalhadores, etc. Colegiados de Gestão, etc.);
- Fomentar processos de co-gestão, valorizando e - A construção e a troca de saberes;
incentivando a inclusão dos trabalhadores e usuários em todo - O trabalho em rede com equipes multiprofissionais, com
processo de produção de saúde; atuação transdisciplinar;
- Incorporar de forma efetiva nas práticas de gestão e de - O mapeamento, análise e atendimento de demandas e
atenção os direitos dos usuários da saúde. interesses dos diferentes sujeitos do campo da saúde;
- O pacto entre os diferentes níveis de gestão do SUS
A Humanização como Política Transversal na Rede (federal, estadual e municipal), entre as diferentes instâncias
de efetivação das políticas públicas de saúde (instâncias da
A humanização vista não como programa, mas como gestão e da atenção), assim como entre gestores,
política pública que atravessa/transversaliza as diferentes trabalhadores e usuários desta rede;
ações e instâncias gestoras do SUS, implica em: - A construção de redes solidárias e interativas,
- Traduzir os princípios do SUS em modos de operar dos participativas e protagonistas do SUS.
diferentes equipamentos e sujeitos da rede de saúde;
- Orientar as práticas de atenção e gestão do SUS a partir Princípios Norteadores da Política de Humanização
da experiência concreta do trabalhador e usuário, construindo
um sentido positivo de humanização, desidealizando “o - Valorização da dimensão subjetiva e coletiva em todas as
Homem”. Pensar o humano no plano comum da experiência de práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o
um homem qualquer; compromisso com os direitos de cidadania, destacando-se as
- Construir trocas solidárias e comprometidas com a dupla