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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
6 PERSPECTIVAS ...................................................................................... 25
9 CHOQUES ................................................................................................ 39
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 45
INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos.
1 ATENDIMENTO NO TRAUMA
3
O trauma ocorre quando a quantidade de energia envolvida é suficiente para
provocar dano tecidual, com o consequente aparecimento imediato de sinais e/ou
sintomas inflamatórios. (VIEIRA,2021).
As mais elevadas taxas de morbimortalidade ocasionadas pelo trauma estão
associadas ao perfil dos atingidos, em sua maioria do sexo masculino e de faixa etária
condizente à fase economicamente produtiva da vida. Isso causa um elevado custo
em assistência e reabilitação e gera sérios danos sociais, muitas vezes irreversíveis,
com o relevante impacto na diminuição do número de anos de vida potencial perdida,
ocasionando alto ônus global. A fragilidade das vítimas de trauma, principalmente em
regiões mais industrializadas, está vinculada a padrões socioculturais e
comportamentais que expõem essas pessoas a acidentes, agressões e eventos
também associados ao abuso de substâncias como álcool e drogas.
A maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresenta muita gravidade. As
ações emergenciais a serem adotadas devem ser versáteis e de fácil aplicação, com
agressão mínima do tecido ósseo e das partes moles. A avaliação e o atendimento a
esses pacientes devem ser prestados por uma equipe multidisciplinar, visando a
identificar e tratar primeiramente o que expõe a vida ao risco. (VIEIRA,2021).
A mais frequente causa de morte e invalidez na infância é o trauma, superando
até mesmo as principais doenças em crianças.
Nas crianças, geralmente as menores, a cabeça é relativamente maior em
relação ao corpo o que acarreta em um maior risco de lesão craniana no caso de
trauma, assim como a manifestação à perda volêmica pode ser tardia, não ocorrendo
alterações imediatas dos sinais vitais. Portanto, o indicador da pressão arterial não é
efetivo para avaliar a resposta cardiovascular, diferentemente da perfusão cutânea,
na avaliação do tempo de enchimento capilar.
O trauma se apresenta como a sétima maior causa de morte nos idosos, sendo
antecedido por:
• Doenças cardíacas;
• Neoplasias;
4
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
• Acidente vascular cerebral (AVC);
• Diabetes; e
• Pneumonia.
5
As mortes, em minutos ou horas após o trauma, são
frequentemente causadas por lesões e hematomas cranianos,
Segundo
rupturas de vísceras e hemorragia significativa. Nesse período, a
período
atenção ao atendimento se traduz em importantes resultados na
sobrevivência do indivíduo.
As mortes tardias podem ocorrer após dias ou semanas, em
consequência de infecções e falência de órgãos. Nessa
Terceiro
distribuição, desde o início, a atenção qualificada influência nos
período
bons resultados e maiores chances de sobrevivência,
posteriormente.
Fonte: //br.pinterest.com/
6
1.2 Significado das Letras XABCDE
(X) - Exsanguinação
De acordo com PHTLS, 2018 apud SANAR, 2020, a hemorragia externa grave
deve ser contida mesmo antes do manejo das vias aéreas, pois, apesar de
epidemiologicamente, a obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um
curto período de tempo, são as hemorragias graves, as maiores causas de mortes,
em casos de traumas.
7
realizar a inspeção, palpação, ausculta e percussão, os parâmetros analisados nessa
fase são: frequência respiratória, movimentos torácicos, presença de cianose, desvio
de traqueia e observação da musculatura acessória (SANAR, 2020).
8
O principal objetivo é minimizar as chances de lesão secundária, pela
manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral, é fundamental aplicar a escala
de goma de Glasgow atualizada (SANAR, 2020).
Fonte: portalenf.com
9
2 CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO DE UTI NA ASSISTÊNCIA DO PACIENTE
POLITRAUMATIZADO
10
liderança de equipe, prática na tomada de decisão, eficácia no desempenho e
humanização durante todo o processo. (OLIVEIRA et al, 2018).
Pacientes politraumatizados necessitam de monitoramento, controle e cuidados
intensivos por uma equipe qualificada e treinada, capaz de detectar problemas e
estabelecer prioridades, preservando funções fisiológicas espaço a assistência a esse
paciente deve ser rápida, atendendo a todos os ferimentos, em ordem de importância
como:
11
Portanto, o papel do enfermeiro na assistência ao paciente traumatizado é
crucial. A abordagem e a atenção às vítimas de politraumatismo devem ser mais
eficazes e isto perpassa a integração dos sistemas de atendimento: prevenção,
atendimentos pré-hospitalar e hospitalar, e reabilitação. Além disso, as vítimas de
politraumatismo requerem atenção especial e permanente, desde o atendimento
inicial, admissão em serviços de emergência e alta hospitalar. (MATTOS; SILVÉRIO,
2012).
12
Pacientes politraumatizados, em sua maioria com lesões sistêmicas,
necessitam de tratamento especial, como por exemplo: mobilização em bloco,
manutenção de alinhamento centralizado da coluna vertebral, uso de dispositivos de
imobilização etc.
Conforme mencionado anteriormente, o protocolo ATLS (Advanced Trauma
Life Support) foi criado para padronizar o atendimento ao traumatizado na porta de
entrada da emergência do hospital, utilizando um sistema de classificação XABCDE e
ações baseadas nos problemas de maior risco à vida do paciente (ATLS, 2019)
13
ressaltar que as vítimas atendidas neste serviço não são patológicas ou objeto de
investigação científica, são o sujeito e a justificativa do tratamento proposto
(NASCIMENTO et al., 2015).
Na Itália, um estudo de satisfação do paciente com os cuidados de enfermagem
em departamentos de emergência mostrou um alto nível de satisfação geral,
principalmente no que diz respeito aos cuidados de enfermagem. No entanto, há a
necessidade de melhorar a comunicação com os pacientes, informando-os sobre
situações de emergência criando uma lista de espera, além de atender melhor as
orientações de cuidados pós-alta e ouvir dúvidas e necessidades, mesmo se tratando
de um atendimento clínico. ( MESSINA, et al, 2015).
O enfermeiro é um membro ativo do atendimento pré-hospitalar móvel,
responsável por atender as vítimas, antecipar suas necessidades, estabelecer
prioridades de atendimento, intervir na estabilização e avaliação do estado geral e
orientar as vítimas para tratamento através de transporte rápido e eficiente. Nessa
avaliação, o enfermeiro é responsável por realizar uma série de tarefas, tais como:
reavaliar os comportamentos realizados durante a avaliação primária; exame médico
completo e completo; A instalação de sondas nasogástricas e vesicais (MATTOS;
SILVERIO, 2012)
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O paciente luta para curar as lesões, ao mesmo tempo em que a equipe dedica
esforços na prevenção de complicações que poderiam mudar o resultado de longo
prazo do paciente. (NAYDUCH,2011).
Prevenir infecções hospitalares, utilizando e favorecendo a utilização de
técnica asséptica e materiais adequados no manuseio do paciente, tubos, sondas e
drenos.
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neurológicas, articulares ou viscerais), não complicada ou simples (pouca associação
com outras estruturas).
Segundo (BRASIL, 2003), suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando
houver:
• Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento (essa dor pode
estar bem localizada, mas pode ser difusa se houver muitos tecidos
moles associados);
• Edema local;
• Crepitação ao se movimentar (som parecido com o amassar de papel);
• Hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou
equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas
após a fratura);
• Paralisia (lesão de nervos);
• Deficiência funcional.
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5.1 Fraturas do fêmur distal
18
Deve-se realizar um exame neurovascular cuidadoso, observando se há
abolição ou diminuição dos pulsos periféricos, além de testar a integridade dos nervos
tibial posterior e fibular.
As lesões da fise distal do fêmur podem causar deformidades angulares. Alguns
graus de angulação são aceitáveis; além disso, angulações posteriores de até 20°
podem remodelar-se em crianças menores de 10 anos. Angulações em valgo e varo
são aceitáveis em até 5°.
ATENÇÃO!
O tratamento varia conforme a gravidade da lesão. As lesões dos tipos I e II de
Salter-Harris podem ser tratadas com redução incruenta e gesso, desde que sejam
estáveis. É frequente que as dos tipos III e IV necessitem de redução cruenta
anatômica e fixação interna.
19
O método de tratamento também pode alterar o prognóstico. Os autores
encontraram maior incidência de complicações quando a fise foi atravessada por
material de síntese.
ATENÇÃO!
Não hesitar em fazer a redução aberta quando a incruenta não for satisfatória.
Os pinos ou parafusos devem ser posicionados paralelos à fise. Sempre que
possível, evitar cruzar a cartilagem de crescimento.
Avaliar com cuidado o estado neurovascular do membro acometido.
Avisar aos pais do paciente sobre a possibilidade de alterações no crescimento.
Iniciar a movimentação articular em período precoce para evitar rigidez.
20
A fíbula também pode estar fraturada. Essas lesões ocorrem, em geral, um
pouco antes do fechamento da fise e são devido a forças de rotação externa.
As fraturas de Tillaux são do tipo III de Salter-Harris, envolvendo a porção
anterolateral da epífise distal da tíbia. Isso ocorre porque a fise distal da tíbia se fecha
primeiro na sua porção média; depois, fecha-se a porção medial, e a porção lateral é
a última a se fechar.
A fratura de Tillaux ocorre nos adolescentes, após o fechamento das porções
média e medial da fise, antes que a porção lateral esteja fechada (geralmente entre
os 12 e 15 anos).
Como essas lesões ocorrem em adolescentes, já no final de seu crescimento,
as complicações devido à parada de crescimento são raras e, quando presentes, têm
pouco significado clínico.
Por outro lado, como são fraturas articulares, necessitam de redução anatômica
para evitar incongruência articular.
O tratamento das fraturas dos tipos III e IV de Salter-Harris na tíbia distal
costuma ser operatório. As lesões podem acarretar parada de crescimento caso a
redução não seja anatômica.
As deformidades em varo, secundárias a uma ponte óssea na porção medial
da fise, são as mais frequentes. Os encurtamentos vêm a seguir, como o segundo
problema que pode decorrer dessas lesões.
KLING (1984) e colaboradores, avaliando fraturas da tíbia distal com lesão
fisária que necessitaram de redução cirúrgica, deram destaque à importância da
redução anatômica para diminuir as complicações de desvios angulares e
encurtamentos.
IWINSKA-ZELDER (1999) e colaboradores consideram que a RM é
fundamental para o diagnóstico preciso dessas lesões, sendo superior às imagens
obtidas com as radiografias e a TC.
A síndrome compartimental na panturrilha e no pé pode ocorrer após uma
fratura fisária na tíbia distal. Deve-se evitar o diagnóstico tardio dessa complicação,
pois a falta de tratamento adequado e precoce pode favorecer sequelas graves.
21
YEAP (2001) e colaboradores reportaram sobre um menino de 14 anos com
síndrome compartimental após uma fratura Salter-Harris tipo II na tíbia distal. O caso
evoluiu com infecção grave após a fasciotomia e terminou com amputação.
Fonte:img.pebmed.com.br
HEBERT (2017) elucida em relação as lesões fisárias na ulna distal são menos
frequentes do que no rádio distal. Quando ocorrem, estão associadas à alta incidência
de parada de crescimento. Como a fise distal da ulna responde por 70 a 80% de seu
crescimento longitudinal, essas lesões podem ter complicações importantes.
A fise distal do rádio é a mais envolvida em lesões na criança, as quais ocorrem,
em geral, na faixa etária dos 6 aos 10 anos. O mecanismo característico é a queda
sobre a mão espalmada.
A maioria das lesões é dos tipos I e II de Salter-Harris. Como as fises distais do
rádio e da ulna são responsáveis por 70 a 80% do crescimento do antebraço, o
potencial de remodelação de eventuais deformidades é grande.
LEE (1984) e colaboradores encontraram distúrbios de crescimento em 7% dos
pacientes com fraturas fisárias do rádio distal. Os distúrbios de crescimento nas
22
fraturas fisárias da ulna distal devem ocorrer nessa mesma proporção ou talvez até
em maior porcentagem.
Nos traumas de alta energia, nas fraturas expostas e nos casos em que várias
tentativas de redução incruenta foram realizadas, a possibilidade de distúrbio de
crescimento no rádio e na ulna distal é maior. Recomenda-se o seguimento cuidadoso
desses pacientes. Os familiares devem ser informados dessa possibilidade.
O grau de desvio que pode ser aceitável nas fraturas fisárias do rádio e da ulna
distais não é bem conhecido. Entretanto, sabe-se que desvios de até 50% remodelam
por completo em um ano e meio. Wilkins (2005) discorre sobre o potencial de
remodelação das crianças.
Uma complicação que pode ocorrer nas fraturas com grande desvio do tipo II
de Salter-Harris no rádio distal é a compressão do nervo mediano. Nesses casos, a
redução incruenta deve ser realizada no momento mais precoce possível. Geralmente,
há retorno completo da função do nervo sem deixar sequelas.
As lesões da cartilagem trirradiada são lesões raras que podem evoluir com displasia
acetabular progressiva e subluxação do quadril. Os ossos da bacia na criança têm
grande quantidade de cartilagem, o que confere alta resistência e capacidade de
absorver energia. Quando ocorrem fraturas da bacia na criança, mesmo sem desvio,
deve-se entender que o trauma envolveu grande quantidade de energia. (HEBERT,
2017)
Assim, além de pesquisar a presença de eventuais lesões associadas (tórax,
abdome, etc.), pode-se esperar a possível parada de crescimento na cartilagem
trirradiada. Quanto menor for a idade da criança por ocasião do trauma, maior a
possibilidade do desenvolvimento de uma displasia acetabular.
Quando a lesão da cartilagem trirradiada ocorre em crianças acima dos 12
anos, a anormalidade de crescimento acetabular é mínima. Durante a adolescência,
as possíveis alterações na morfologia acetabular e na congruência articular são de
natureza leve.
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Por outro lado, em crianças abaixo dos 10 anos, a parada de crescimento do
acetábulo é frequente e pode acarretar displasias semelhantes às encontradas nas
sequelas de displasia do desenvolvimento do quadril.
Visto que a displasia piora durante o crescimento da criança, a deformidade
acetabular resultante pode necessitar de correção cirúrgica.
6 PERSPECTIVAS
Para HEBERT (2017) muitas experiências têm sido realizadas para avaliar a
eficácia de materiais para interposição nos defeitos da fise após a ressecção de barras
ósseas (cera de osso, gordura, cartilagem, silicone, polimetilmetacrilato).
25
Nenhum desses materiais mostrou-se superior aos demais no sentido de
prevenir a recidiva da barra óssea. A cartilagem pode ser o material ideal, com
diversas fontes doadoras. Entretanto, muitas dificuldades estão associadas a cada
uma dessas áreas doadoras.
• A cartilagem das apófises pode não ter o potencial de crescimento da fise
• A cartilagem das apófises pode não ter o potencial de crescimento da fise.
• O aloenxerto de cartilagem ainda não é uma opção viável.
• A transferência da cartilagem de uma área para outra envolve difícil decisão
sobre qual seria a melhor área doadora.
26
prevenção de complicações evitando ou minimizando as incapacidades. (VIEIRA,
2021).
As lesões variam de simples entorses e distensões dos ligamentos e tendões
até fraturas expostas graves e hemorragias. Proximal a cada osso, existe um nervo,
uma artéria e uma veia controlando o movimento, a nutrição e a oxigenação. Isso
ressalta a importância de não desvalorizar o trauma, que demanda urgente realização
de intervenções para a prevenção de agravos que possam comprometer o membro
afetado.
Entorses: Em uma entorse, os ligamentos que reforçam a articulação são
estirados ou rompidos. A região lombar da coluna vertebral, o tornozelo e o joelho são
locais comuns de entorses. Ligamentos parcialmente rompidos são reparados de
forma natural, mas cicatrizam lentamente devido à sua pouca vascularização. As
entorses tendem a ser dolorosas e imobilizantes (MARIEB; HOEHN, 2009).
As entorses podem ser leves, moderadas ou graves. Segundo Simon e
Sherman (2013), as entorses leves, também chamadas de entorses de primeiro grau,
consistem na ruptura de algumas fibras e são caracterizadas por edema mínimo,
nenhuma incapacidade funcional e movimento articular normal. Já as moderadas,
também chamadas de entorses de segundo grau, consistem na ruptura parcial do
ligamento e apresentam edema, sensibilidade dolorosa, incapacidade funcional e
movimentos dentro da normalidade. Por fim, as entorses graves, também chamadas
de entorses de terceiro grau, consistem na ruptura total do ligamento e apresentam
movimento anormal da articulação, edema e dor
Distensões musculares: A distensão muscular ocorre quando um músculo ou
o tendão que se prende ao osso é submetido a um esforço que rompe algumas ou
muitas fibras musculares e os vasos sanguíneos que as irrigam, dando origem a um
hematoma acompanhado de inflamação local. Segundo Simon e Sherman (2013), a
distensão pode ocorrer em qualquer ponto dentro do músculo, mas a mais comum é
na junção musculotendínea distal. As distensões são classificadas da seguinte forma.
✓ 1º grau: dor localizada leve, câimbra, ou rigidez com movimento, mas o
paciente consegue deambular.
27
✓ 2º grau: o edema e a equimose estão mais frequentes, junto com
sensibilidade à dor e espasmos. Se a lesão for em extremidade inferior,
limita a deambulação.
✓ 3º grau: ruptura completa do músculo, dor, espasmos, equimoses,
edema e hematomas intensos.
Contusão muscular: A contusão é um tipo de lesão muscular frequente nas
modalidades esportivas coletivas, mas também acomete praticantes de esportes
individuais ou acidentes decorrentes de atividades comuns ou outros acidentes.
O traumatismo direto desencadeia um processo inflamatório imediato, com dor
localizada, edema, presença ou não de hematoma (contusão superficial com lesão de
capilares pode apresentar equimose, se for mais profunda; com ruptura de vaso de
calibre maior, pode apresentar hematoma), impotência funcional, com limitação da
força e da mobilidade articular, rigidez e dor ao alongamento passivo.
Os músculos mais frequentemente acometidos por contusões são o quadríceps
e os gastrocnêmicos. As contusões do músculo quadríceps podem ser classificadas
conforme os graus de restrição funcional (LAURINO, 2017). Veja a seguir.
✓ Leve: dor localizada, amplitude de movimento articular maior do que 90°,
marcha normal.
✓ Moderada: dor e edema moderados, amplitude de movimento articular
45°, marcha antálgica, impotência ao subir escadas e ao levantar-se de
uma cadeira sem dor.
✓ Grave: dor e edema intensos, amplitude de movimento articular
Luxação: Luxação é o deslocamento repentino, parcial ou completo, das
extremidades dos ossos que compõem uma articulação. Isso quer dizer que um osso
se separa do outro e desaparecem os pontos de contato entre eles, o que pode
provocar lesões nas estruturas próximas (ligamentos, vasos sanguíneos, etc.)
(BRASIL, 2003).
O deslocamento das extremidades dos ossos que compõem uma articulação
provoca dor intensa, limitação nos movimentos, deformidade visível, inchaços e
hematomas.
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Laceração ou rotura muscular: A laceração ou rotura muscular é a lesão mais
grave, também a mais rara, em que há o estiramento brusco do músculo em um
período, com quebra ou não de tendões. Essa situação normalmente exige cirurgia.
Laurino (2017) considera três graus de rotura muscular. Veja a seguir.
✓ 1º grau: fibrilares ou microrroturas.
✓ 2º grau: fasciculares.
✓ 3º grau: rotura completa.
Segundo Laurino (2017), na rotura muscular parcial ou de segundo grau, as
dores são mais intensas e ocorrem em condições semelhantes ao estiramento
muscular. As dores são localizadas e surgem durante uma corrida com velocidade
máxima ou em movimento brusco de impulsão corporal.
Na rotura de terceiro grau, ao exame clínico, as dores são intensas e
localizadas à palpação e há o surgimento de impotência funcional intensa e espasmo
muscular acentuado. Nas 24-48 horas subsequentes, haverá aumento de volume do
segmento corporal atingido, devido ao edema pós-traumático ou à hemorragia. É
importante, assim, ter atenção especial aos danos vasculares que acontecem nesses
episódios.
De acordo Monsanto et al. (2019), a maioria das complicações relacionadas à
lesão muscular (distensão/contusão) tem origem no hematoma da lesão, o qual pode
aumentar de tamanho e causar uma síndrome compartimental (Quadro 4) ou evoluir
para um hematoma encapsulado.
Caso o paciente tenha alguma infecção em outro sítio, pode haver
contaminação e supuração, sendo indicada drenagem cirúrgica. Ainda segundo
Monsanto et al. (2019), pode haver ruptura ou afrouxamento da fáscia muscular,
possibilitando o extravasamento de parte do ventre muscular pela abertura da fáscia.
Isso causa dor e alteração da função, o que leva à perda da elasticidade do músculo,
predispondo à dor crônica e a episódios de lesões recidivantes.
29
7.2 Trauma de tórax
30
aspecto externo da ferida pode dar falsa impressão, pois mesmo um pequeno orifício
aparente pode esconder danos internos importantes.
O ferimento por arma de fogo pode causar alterações fisiopatológicas, já que
apresenta a lesão do orifício de entrada, lesões internas por todo o trajeto percorrido
e, muitas vezes, lesão no orifício de saída do projetil. De acordo com o American
College of Surgeons (2012) e Santos e Silva (2019), entre as lesões provocadas por
um trauma de tórax estão o pneumotórax simples, o pneumotórax hipertensivo, o
pneumotórax aberto, o tórax instável, o hemotórax maciço e o tamponamento
cardíaco.
31
7.5 Pneumotórax aberto
O tórax instável é causado por duas ou mais fraturas de arcos costais em locais
diferentes, resultando em grave prejuízo aos movimentos ventilatórios e consequente
hipóxia. No tórax instável, o movimento do tórax é assimétrico e descoordenado, além
disso, durante um exame de palpação, pode-se perceber crepitação decorrente de
fraturas. (PEREIRA,2019).
32
tríade de Beck (elevação da pressão venosa, diminuição da pressão arterial e
abafamento de bulhas cardíacas).
33
7.9 Trauma Cranioencefálico (TCE)
34
o Leve, ECG ≥ 13 A aplicabilidade da escala é limitada em crianças
menores de 36 meses.
Uma lesão de coluna vertebral poderá ou não causar lesão de medula espinal.
A lesão de medula espinal pode ocorrer por aplicação de uma força que cause
compressão ou em consequência de uma lesão de coluna, quando fragmentos ósseos
interrompem o fluxo sanguíneo ou causam laceração ou corte no tecido medular.
A movimentação ou imobilização inadequada de uma coluna fraturada ou de
um paciente com lesão medular despercebida pode ter como consequências a
tetraplegia e mesmo PCR.
Pode-se pensar em lesão medular diante de manifestações como dor no
pescoço e/ou nas costas em repouso, com a palpação ou em movimento, deformidade
35
na coluna, defesa ou contratura muscular do pescoço ou das costas, parestesias,
paresias, plegias, diminuição da sensibilidade tátil em membros superiores ou
inferiores, priapismo ou sinais de choque neurogênico. (SOARES,2020).
36
• Manter alarmes ligados.
• Manter todos os instrumentos, drogas e materiais em local acessível.
37
Essas mudanças causam a hiperglicemia e as complicações infecciosas resultantes,
além de hospitalizações mais longas e períodos prolongados no ventilador mecânico.
(NAYDUCH,2011).
38
disponíveis e o custo é alto. Portanto, sua utilização correta requer bom senso do
ortopedista que está tratando o paciente. A TC auxilia muito na compreensão do traço
de fraturas muito cominutivas envolvendo a metáfise e a epífise e nas fraturas em mais
de um plano (como nas fraturas triplanares do tornozelo).
A ressonância magnética (RM) ainda é pouco utilizada nas lesões fisárias. É
um exame de alto custo, que requer certo tempo para a realização e, a exemplo da
TC, nem sempre está disponível. Por outro lado, mostra o edema da medula óssea
que não é detectado pelas radiografias ou pela TC. As imagens da RM demoram para
ser obtidas, o que, em uma criança, pode ser um fator limitante. Dependendo da sua
idade, a criança pode necessitar de sedação para a realização da RM.
A ultrassonografia, apesar de auxiliar no diagnóstico de fraturas em crianças,
não é utilizada para o diagnóstico das lesões fisárias.7 A cintilografia, embora tenha
sido utilizada no passado para diagnosticar lesões da fise não identificadas nas
radiografias, foi substituída pela TC e pela RM. (NAYDUCH,2011).
9 CHOQUES
39
ventricular. A consequência do enchimento ventricular diminuído é a diminuição do
volume sistólico e do débito cardíaco. Com o débito cardíaco baixo, há o abaixamento
da pressão arterial (PA) e a não perfusão adequada dos tecidos.
Cardiogênico: Nesse tipo de choque, o débito cardíaco se mostra
comprometido. Semelhante ao que ocorre no choque hipovolêmico, há um baixo
aporte sanguíneo para os tecidos e órgãos. Com a perfusão tecidual cardíaca
comprometida, o coração tem a sua capacidade de bombeamento prejudicada, com
isso, o ventrículo não ejeta totalmente seu volume de sangue na sístole. Esse fato leva
a um acúmulo de líquido nos pulmões.
Circulatório: Em todos os tipos de choque circulatório, as dilatações arterial e
venosa maciça promovem o represamento periférico do sangue. A dilatação arterial
reduz a resistência vascular sistêmica. Em princípio, o débito cardíaco pode ser alto,
tanto a partir da redução na pós-carga, quanto em decorrência do esforço aumentado
do músculo cardíaco para manter a perfusão, apesar da vasculatura incompetente. O
represamento de sangue na periferia tem como consequência um retorno venoso
diminuído, resultando em volume sistólico e débito cardíaco também diminuídos.
42
9.3 Intervenções de enfermagem empregadas nos casos de choques
43
e as lesões por pressão devem ser cuidadosamente monitoradas quanto a sinais de
infecção.
choque neurogênico - É de fundamental importância elevar e manter a
cabeceira do leito pelo menos a 30° para prevenir o choque neurogênico em pacientes
que recebem anestesia espinal ou epidural. Essa elevação ajudará a evitar a
disseminação do agente anestésico para a região acima da medula espinal. Nos casos
suspeitos de lesão raquimedular o choque poderá ser evitado com a imobilização do
paciente para evitar o dano adicional da medula.
choque anafilático - A principal análise desse tipo de choque na enfermagem
deve ser a possibilidade de o paciente apresentar alergias ou reações prévias aos
antígenos.
É, portanto, necessário observar o paciente quando há administração de um
novo medicamento, principalmente em se tratando de antibióticos, β-bloqueadores,
inibidores da angiotensina, bloqueadores dos receptores de angiotensina, ácido
acetilsalicílico e agentes anti-inflamatórios não esteroides. Além disso, a equipe deve
ser instruída sobre os sinais clínicos da anafilaxia, empreendendo a ação imediata
quando houver sinais e sintomas, bem como estar preparada para uma possível
reanimação cardiopulmonar.
Fonte: minutoenfermagem.com.b
44
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