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1. O Eletrocardiograma:
Note as fases da despolarização indicadas no gráfico e os eventos de troca iônica entre a célula
e o meio externo na célula cardíaca.
De acordo com a posição anatômica, podemos destacar dois planos que serão
de grande importância para o ECG: o plano frontal e o plano horizontal. No plano
frontal, observamos uma relação paralela ao tórax do paciente, e no plano horizontal
uma relação paralela ao solo que no paciente incidirá logo abaixo do coração.
O esquema ao
ladodemonstra a
situaçãofinal do
Triângulo deEinthoven
aoconsiderarmos a
uniãodas derivações do
planofrontal bipolares
eunipolares. Note
quemesmo que
coloquemosquatro
eletrodos (um emcada
membro), forma-seum
triângulo, pois
apernadireitaéterra.
Derivações Bipolares
Derivações Unipolares
Todas derivações representam vetores positivos, se captados da parede anterior do coração. Note
que cada derivação corresponde a uma área cardíaca.
São seis pontos que representam 6 derivações: V1, V2, V3, V4, V5 e V6. A
localização dos pontos onde essas derivações serão registradas, são:
É possível ainda registrar atividade elétrica além de V6, para a região posterior
do tórax, ou seja, V7 e V8. Isso ocorre quando há indício de infarto na parede posterior
e queremos pesquisá-la. Da mesma forma, quando se deseja registrar a atividade
elétrica do lado direito para antes de V1, também é possível com as derivações V3R e
V4R (R de “right”), analogamente na mesma direção que V3 e V4, porém do lado direito
do tórax.
Derivações V3R e V4R para registro de atividade cardíaca do lado
direito. Normalmente quando se deseja investigar o ventrículo
direito.
Parede Lateral V5 e V6
Parede Anterior V1 a V4
Parede Ântero-Septal V1 a V3
7. ECG normal:
✔ Onda P:
Representa a despolarização atrial direita e esquerda. O potencial de ação
oriundo do Nó sinoatrial no átrio direito é conduzido para o átrio esquerdo
pelo Feixe de Bachman. Se a onda P está presente no ECG é porque o impulso
teve início no átrio, e chamamos um ritmo que possui onda P de ritmo
sinusal. Se o impulso não sair do NSA ele não é sinusal e por isso origina-se
de outros pontos do sistema de condução, principalmente de focos novos
ou ectópicos que o próprio sistema cria.
✔ Segmento PR:CARACTERÍSTICASMORFOLÓGICASDAONDAP
Representa o tempo que o estímulo leva para alcançar os ventrículos após
✔ Éredondaesimétrica
✔ Amplitude=1a2,5mm
a despolarização atrial. Segmentos PR muito amplos podem traduzir um
✔ Duração=0,06a0,11s
atraso da✔condução
PrecedeoQRSAV ou até mesmo um bloqueio AV. O segmento PR é
✔ (mesmo
isoelétrico nível da linha de base), vai do final da onda P ao início
Positivaemtodasasderivações,excetoemV1eaVR
do complexo QRS.
✔ Intervalo PR:
É o intervalo de tempo medido do início da onda P ao início do complexo
QRS. Significa o tempo que o impulso cardíaco leva para despolarizar os
átrios, percorrer as fibras intermodais, o Nó AV, o Feixe de His e os ramos
ventriculares, ou seja, o tempo de condução do impulso cardíaco. O
intervalo PR normal dura de 0,12 a 0,20s.
✔ Complexo QRS:
Corresponde a despolarização dos ventrículos. Se num ECG existe onda R
é porque houve despolarização ventricular e, portanto contração destas
câmaras, o que gera um débito cardíaco e, portanto perfusão tissular.
✔ Onda T:
A onda T corresponde à repolarização ventricular. É a terceira onda
positiva do ECG e tem forma redonda e assimétrica. Ela é sempre negativa
em aVR e a amplitude deve ser menor que o complexo QRS. Não se mede
o tempo da onda T.
✔ Intervalo QT:
O intervalo QT representa toda a sístole ventricular, aumentando na
medida em que ocorre diminuição da FC. Tem duração máxima de 0,40s
para homens e 0,44s para mulheres.
✔ Onda U:
Corresponde ao final da repolarização ventricular e nem sempre
consegue ser visualizada, pois é sobreposta a próxima onda P. Tem forma
redonda, simétrica, curta e de baixa amplitude. Segue a mesma
polaridade da onda T em qualquer derivação.
Se ritmo irregular,
1500
FC=
R-R médio (em no mínimo 5 ciclos)
300
FC =
número de quadrados grandes entre um intervalo R-R
Referências Bibliográficas:
Cunha, Ademir Batista da. Revista de Eletrocardiografia. Eletrofisiologia Cardíaca. V.01, Ed.
4, Rio de Janeiro, 2012
1. Conceito de arritmia:
3. Ritmo sinusal:
Já vimos que o ritmo sinusal é um ritmo normal que tem seu início no NSA e
que é conduzido fisiologicamente por todo o sistema de condução cardíaca. Note na
figura abaixo que no ritmo sinusal encontramos uma onda P normal, uma FC que varia
entre 60 a 100bpm e um ritmo regular. Note que não há anormalidades no complexo
QRS:
4. Taquiarritmias:
Taquicardia Sinusal
Taquicardia Supraventricular
Comentário: Neste traçado não conseguimos ver a onda P porque a frequência está tão
elevada que ela está sobreposta à onda T. O ritmo é regular, com uma FC de
aproximadamente 200bpm e com QRS estreito (origem supraventricular).
Quando atendemos um paciente com uma taquisupraventricular, é extremamente
necessário diminuir a frequência para saber qual o distúrbio principal apresentado, e
isso se faz administrando medicamentos que inibem o NAV como a Adenosina ou
mecanicamente através da manobra vagal.
Fibrilação Atrial
Comentário: Não é possível encontrar uma onda P definida e sim uma série de ondas F
(serrilhamento fino) entre uma onda T e uma onda R. O ritmo é irregular e o QRS é
estreito. A FC está em torno de 105bpm. Portanto, dos inúmeros impulsos fibrilatórios
gerados no átrio, apenas 105 passam pelo NAV e fazem os ventrículos contrair.
Flutter Atrial
✔ Assim como na fibrilação atrial, existem focos ectópicos atriais que enviam
impulsos fibrilatórios atriais rápidos, porém há um bloqueio constante
(fixo) do NAV, o que faz com que a resposta ventricular seja regular;
✔ Onda P não existe e sim ondas F (fibrilatórias);
✔ FC – depende do grau de bloqueio AV. Normalmente 125-175bpm
✔ Ritmo é regular porque o bloqueio AV é constante
✔ Ocorre em doenças que aumentam o átrio (doença valvar)
Comentários: Não é possível ver onda P precedendo cada QRS e sim ondas fibrilatórias
(F) em número constante entre as ondas R num padrão 3:1. QRS estreito (<0,12s, ou
seja, supraventricular). O ritmo é regular com uma FC em torno de 75bpm.
Ritmo Juncional
Comentário: Analisando o DII longo deste traçado não observamos onda P precedendo
QRS e sim depois da onda T, o que nos mostra que o impulso começa no NAV e depois
percorre o NSA, e não o contrário.
Taquicardia Juncional
Taquicardia Ventricular
Fibrilação Ventricular
Extrassístoles Ventriculares
Traçado clássico evidenciando bigeminismo, onde observamos uma ESV para cada
complexo QRS normal.
6. Bradiarritmias:
Bloqueio Sinusal
Comentário: Observamos neste traçado onda P, mas é notório o espaço maior entre ela
e o complexo QRS. O espaço PR mede 0,32s e é o mesmo em todos os ciclos,
caracterizando um BAV I.
Comentário: Observamos no traçado acima ondas P’s que não conduzem QRS,
caracterizando uma BAV II Mobitz II.
Comentário: Observamos no DII longo deste traçado que os espaços PR são totalmente
irregulares, alguns são mais curtos e outros mais longos. Não existe aumento progressivo
ou fixo deste espaço. Observamos também que a FC está em torno de 60bpm. Para ter
certeza que é um BAV III, observe que existe regularidade entre as ondas P’s e
regularidade entre as ondas R’s, nos indicando que átrios e ventrículos estão
despolarizando independente.
Faça a mesma análise neste outro traçado e verá que também há uma assincronia
átrio-ventricular, sugerindo BAV total!
Conclusão:
Referências Bibliográficas:
Smeltzer, et al. Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. Histórico da Função
Cardiovascular. 10 edição, v. 2, Rio de Janeiro, 2005
Cunha, Ademir Batista da. Revista de Eletrocardiografia. Eletrofisiologia Cardíaca. V.01, Ed.
4, Rio de Janeiro, 2012
AHA, American Heart Association. Highlights of the 2010 American heart association
Guidelines for CPR and ECC, USA, 2010