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conseguem sobreviver no solo.

Entre os TRANSMISSÃO
1-COMPREENDER A EPIDEMIOLOGIA E
exemplos, destacam-se Trichophyton rubrum,
ETIOLOGIA DA HD;
T. mentagrophytes, T. tonsurans e A transmissão das dermatofitoses se dá por
Epidermophyton floccosum contato direto com animais e humanos
ETIOLOGIA:
infectados (homem – homem, animal – homem,
Conceito: Dermatofitoses são infecções REPRODUÇÃO terra – homem), ou indireto por fômites
cutâneas superficiais causadas por fungos contaminados (por meio de materiais
denominados genericamente de dermatófitos As espécies pertencentes a esses gêneros que
reproduzem-se sexuadamente são conhecidas contaminados com escamas de pele parasitadas
(gêneros: Microsporum, Trichophyton e pelos fungos). A inoculação dos artroconídios
Epidermatophyton) que são fungos que como formas perfeitas e denominadas
conjuntamente de Arthroderma. (esporos que se formam pelo simples
necessitam de tecido queratinizado para crescer, desmembramento das hifas septadas) ou
o que restringe o seu crescimento à pele, unhas fragmentos de hifas que ocorre por deposição
e cabelo, poupando as mucosas. Os dermatófitos EPIDEMIOLOGIA
em pele glabra (desprovida de pelos ou barba),
apresentam aspectos semelhantes em relação às Segundo a Organização Mundial da Saúde, os que é favorecida por lesão cutânea ou
características taxonômicas, morfológicas, dermatofitos afetam cerca de 25% da população escoriação preexistente. O fungo desenvolve-se
fisiológicas e de antigenicidade. Todos eles são mundial. Estima-se que 30 a 70% dos adultos na região da lesão, penetrando rapidamente em
fungos filamentosos que possuem a capacidade sejam portadores assintomáticos desses direção ao estrato córneo onde começa a sua
de colonizar tecidos queratinizados. Os patógenos. Quanto à distribuição geográfica colonização (pele, unha ou pelo) a fim de driblar
dermatófitos transformam o material mundial, os dermatófitos são micro-organismos o mecanismo de defesa do organismo contra
queratinofílico em material nutritivo, cosmopolitas. agentes invasores superficiais que é a
utilizando-o para sua sobrevivência no A distribuição das dermatofitoses e seus agentes queratinização e sua progressão depende de
hospedeiro, as manifestações clínicas etiológicos varia e sofrem influência da (faixa vários fatores. O processo de renovação da pele
dependentes da localização. etária, fatores genéticos, condições é realizado pelos queratinócitos, que promovem
geoclimáticas e sociais, contato da população a descamação superficial do epitélio e,
CLASSIFICAÇÃO com animais, exposição a locais públicos e consequentemente, levaria à remoção do fungo
Geofílicos: Os fungos geofílicos são áreas fechadas que favorecem a transmissão). junto com as células epiteliais.
considerados saprófitas do solo, e possuem a A espécie Trichophyton rubrum é a
capacidade de colonizar tecidos queratinizados responsável pela grande maioria das infecções A transmissão dos dermatófitos pode ocorrer
de seres em processo de decomposição. Dentre em escala mundial, seguida pelas espécies por contágio direto de pessoa a pessoa ou
os fungos geofílicos, o de maior patogenicidade Trichophyton mentagrophytes, Trichophyton indiretamente através do vestuários e calçados
para humanos e animais é o Microsporum tonsurans, Microsporum canis e das roupas de banho e cama, utensílios e
gypseum. Epidermophyton floccosum. móveis contaminados com pêlo e material de
Em crianças e mulheres que entraram na descamação da pele.
Zoofílicos: Os dermatófitos zoofílicos menopausa, são mais frequentes lesões de couro
parasitam preferencialmente espécies de cabeludo. Em adultos de maneira geral, porém 2-DISCUTIR A FISIOPATOLOGIA E AS
felinos, aves, caninos, bovinos e suínos. Um principalmente no sexo masculino, existe maior MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA HD;
importante exemplo pertencente a este grupo é observação de lesões localizadas na virilha, pés
a espécie Microsporum canis, que infecta e unhas. FISIOPATOLOGIA
animais domésticos como cães e gatos. As infecções por dermatófitos ocorrem mais Para a ocorrência do processo infeccioso, os
comumente em homens do que em mulheres, e dermatófitos devem superar os mecanismos de
demonstrou-se que a progesterona inibe o defesa do hospedeiro (WAGNER; SOHNLE,
Antropofílicos: As espécies antropofílicas
crescimento de dermatófitos. 1995). Desta forma, a instalação do patógeno no
parasitam preferencialmente seres humanos, e
Essas infecções não são de notificação organismo do hospedeiro ocorre quando existe
por isso são os mais frequentes agentes
obrigatória, isso acaba por dificultar os estudos uma lesão preexistente, oriunda de escoriação
causadores de dermatofitoses. Estes fungos
de incidência e prevalência. ou corte, por menor que seja, servindo de porta
raramente acometem outros animais ou
de entrada para o microrganismo, facilitando a
contaminação fúngica. Para isso artroconídios, possibilitando assim a manutenção da favorecimento do estabelecimento da infecção
estruturas geradas pela fragmentação das hifas infecção (MARANHÃO et al., 2007; caso a unha esteja com sua estrutura
dos dermatófitos, devem germinar e penetrar o SILVEIRA et al., 2010). previamente danificada por algum trauma. A
estrato córneo rapidamente com suas hifas, Ao secretar as enzimas queratinolíticas, o lesão fúngica progride em direção à parte
sendo estimado aproximadamente um tempo de fungo consegue degradar a barreira de proximal, podendo comprometer toda a
3 a 4 horas para que ocorra esta interação. Após proteção, garantindo ainda mais a adesão ao estrutura da unha. Essa característica é típica das
a inoculação, a estrutura fúngica, então, tecido hospedeiro, além da evolução da onicomicoses dermatofíticas, e permite
cresce dicotomicamente, de maneira circular infecção. Ademais, essas enzimas são capazes diferenciá-las das que são ocasionadas por
e centrífuga, ou seja, na direção do centro da de catalisar a degradação da queratina leveduras, pois elas comprometem
lesão para a periferia, a exsudação oriunda das presente nos tecidos do hospedeiro em primariamente a porção ungueal proximal.
camadas invadidas, os restos epiteliais e as oligopeptídeos e aminoácidos, que podem
hifas produzem as crostas secas INERENTES AO HOSPEDEIRO
então ser assimilados pelo fungo como fonte
características da doença. A lesão progride de carbono, nitrogênio e enxofre. Assim, as Com relação ao hospedeiro, a integridade da
quando há condições ambientais favoráveis queratinases determinam a sobrevivência do epiderme e das unhas comporta-se como
ao crescimento micelial, como atmosfera micro-organismo, provendo nutrientes em barreira natural aos micro-organismos, de modo
quente e úmida e pH da pele ligeiramente detrimento da barreira de queratina. que lesões preexistentes são favoráveis ao
alcalino. Enquanto a região central tende à aparecimento de dermatofitoses. A umidade e
liberação de estruturas fúngicas e depois à NO PELO
temperatura locais são importantes para o
cura, a lesão segue progredindo com novas As dermatofitoses também podem ocorrer em desenvolvimento fúngico, juntamente com
vesículas surgindo em sua periferia. Este tipo pêlos e cabelos, geralmente de maneira hábitos de vida e de higiene pessoal. Outro fator
de crescimento determina a progressão secundária à uma infecção inicial em pele de extrema relevância para o estabelecimento
centrífuga e a forma de anel característica das glabra. Como a lesão cresce de maneira das infecções é o estado imunológico do
dermatofitoses. As proteases queratinolíticas circular, acaba por atingir folículos pilosos hospedeiro. Indivíduos imunossuprimidos,
possuem especial relevância, pois apresentam presente na pele ou couro cabeludo. Nesse temporariamente ou permanentemente, estão
relação direta com a patogenicidade dos momento, o fungo desenvolve-se, invadindo a muito mais propensos à instalação, perpetuação
dermatófitos. Acredita-se que essas enzimas camada córnea em direção ao infundíbulo do e disseminação de uma infecção dermatofítica
auxiliem no processo de penetração do fungo pêlo, garantindo uma nova fonte de queratina. severa.
no estrato córneo da pele, sendo secretadas em O dermatófito então remove a cutícula e
resposta à presença de componentes da matriz coloniza completamente o pêlo, de modo que IMUNIDADE
extracelular da epiderme durante a invasão a progressão só acaba quando não há mais Os mecanismos envolvidos na resposta
tecidual. Para que o fungo seja capaz de se queratina disponível no tecido piloso. o imunológica aos dermatófitos ainda não estão
instalar no ambiente ácido da pele ele precisa crescimento fúngico que pode ser observado totalmente esclarecidos. Entretanto, acredita-se
garantir a aderência, germinação e penetração nessa região é tido em dois movimentos em que o componente majoritário esteja na
rápida e eficiente das hifas no tecido direções opostas: o primeiro na direção que imunidade celular e que ela seja responsável
hospedeiro. Os dermatófitos dispõem de uma tende à profundidade do pêlo, utilizando fonte pelo controle da infecção, uma vez que alguns
eficiente maquinaria metabólica que possuem de queratina recém-formada no bulbo, e o indivíduos desenvolvem uma infecção crônica e
atividade ótima no pH ácido da pele, e são outro da profundidade para a superfície. recorrente quando a resposta celular é
secretadas no estágio inicial da infecção. UNHAS
suprimida. Estudos indicam que imunidade
Essas enzimas atuam em seus substratos, humoral é pouco expressiva nesse tipo de
levando à formação de aminoácidos. A Outro sítio bastante acometido pelos infecção. Outro tipo de imunidade envolvida é a
metabolização de alguns desses aminoácidos dermatófitos são as unhas. A infecção tem início inespecífica. Constituída pela descamação
promove a alcalinização do meio, e então ele com a penetração do fungo através da parte epidérmica e também por fatores séricos
fica adequado para a ação das queratinases distal do leito ungueal, também conhecida como inibitórios. Como exemplos desses fatores é
com atividade ótima em pH alcalino, hiponiquium, na camada córnea. Há um possível citar a transferrina insaturada ligada ao
ferro, que inibe o crescimento do dermatófito, e surgem epidemias em ambientes escolares, verrucosum, T. rubrum e T. mentagrophytes
a alfa-2-macroglobulina, que inibe a queratinase militares e familiares, pois a transmissão pode são as mais comuns.
fúngica. Além da barreira física, os ocorrer indiretamente, através do contato íntimo
queratinócitos também estão envolvidos na com roupas e ambientes contaminados. As Tinea (tinea capitis)- É a denominação de
mediação da resposta imune, secretando vários lesões na região inguinal são pustulosas ou toda e qualquer infecção dermatofítica em
perfis distintos de fatores solúveis e citocinas eritematovesiculosas, com aspecto descamativo estrato córneo de couro cabeludo,
quando estimulados por diferentes espécies de ou úmido, e são conhecidas como eczema sobrancelhas, cílios, barba e bigode. É
dermatófitos e seus fatores de virulência. Tal marginado de Hebra. Os agentes etiológicos subdividida, de acordo com sua apresentação,
fato determina a intensidade da resposta imune mais encontrados na tinea cruris são em tonsurante, supurativa e fávica.
e, portanto, o grau da inflamação gerada. Trichophyton rubrum e Epidermophyton
tinea tonsurante é a forma clínica mais
floccosum.
encontrada. É transmitida através de fomites
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
como escovas, travesseiros, brinquedos e até
tinea pedis: A umidade facilmente encontrada
tinea corporis- A herpes circinada ou tinea mesmo aparelhos telefônicos, que servem
entre os dedos é um importante fator
corporis é aquela que ocorre em pele glabra, como reservatórios para os fungos. Acomete
excetuando-se as regiões de pregas ou dobras favorável ao desenvolvimento fúngico,
preferencialmente crianças em idade escolar,
corpóreas, atingindo normalmente regiões agravada por alguns hábitos ocupacionais. As
entre quatro e dez anos, sendo esse tipo de
expostas como tronco, ombros e membros. Esse lesões interdigitoplantares podem apresentar-
infecção dificilmente encontrada em recém-
tipo de infecção acomete adultos e crianças, de se de forma desidrótica, hiperqueratóticas e
nascidos ou crianças menores. Pós-púberes e
ambos os gêneros, estando os ambientes rurais intertriginosas. O quadro clínico desidrótico
adultos imunocompetentes podem ser
ou com grandes aglomerados humanos mais caracteriza-se por vesículas endurecidas,
portadores assintomáticos ou subclínicos. As
propensos a essas dermatofitoses. A herpes predominantemente na região plantar, que
lesões causadas na tinea tonsurante, quando
circinada caracteriza-se por iniciar com uma podem romper-se, liberando um líquido
não tratadas, tendem à cura espontânea no
pequena lesão superficial de cor rósea, que amarelo espesso. As hiperqueratóticas são
período da puberdade. Alguns autores
evolui de maneira excêntrica. Pode apresentar placas eritematoescamosas, com rica camada
explicam que tal fato pode ocorrer devido à
prurido e descamação, além de pequenas de queratina e nos casos mais intensos há
vesículas na região periférica, conferindo o
produção de algumas substâncias que inibem
fissuras dolorosas. Frequentemente são
contorno circular nítido da lesão. Devido ao a atividade fúngica, como a transferrina
encontradas na região plantar ou borda lateral
prurido, o ato de coçar a área infectada facilita a insaturada no soro, a alta produção de ácidos
dos pés. As lesões intertriginosas são
graxos, ativação da imunidade celular e
auto-inoculação e pode então haver mais de uma conhecidas popularmente como “pé-de-
lesão que, conforme o crescimento, tendem a memória imunológica, além dos elevados
atleta” e consistem na forma clínica mais
coalescer. A infecção pode ser ocasionada por níveis de hormônios esteroides durante a
comum dentre as tineae pedis. Ocasionam
dermatófitos dos três gêneros: Epidermophyton, puberdade. As lesões que caracterizam a tinea
intensa maceração, descamação e até fissuras
Trichophyton e Microsporum tonsurante apresentam uma ou mais placas
no tecido local. Os dermatófitos mais
arredondadas de alopercia aparente, na qual é
tinea cruris, São as lesões das grandes pregas e associados às lesões interdigitoplantares são
possível observar pequenos fragmentos de
acometem a região inguinal, parte interna Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes e E.
pêlos emergindo dos folículos. Diferenças
proximal das coxas, interglútea, inframamária e floccosum.
clínicas dividem as tineae tonsurante em
axilar. Contudo, a área geralmente mais afetada microspórica ou tricofítica. As lesões
é a região inguinal, e é muito comum em tinea manum: Pode comprometer superfície
microspóricas consistem em placas de
adolescentes e adultos jovens, com idade entre palmar e espaço interdigital das mãos,
alopercia grandes (3 a 6 cm) e em número
18 a 30 anos, que praticam atividades físicas, geralmente apresentando-se como
reduzido, geralmente uma ou duas. O tipo de
pois a maceração do tecido local pela roupa hiperceratose unilateral difusa, lesões
parasitismo fúngico presente nessa lesão é o
íntima, juntamente com o calor e umidade, efoliativas, papulosas ou eritematosas. Dentre
microspórico, e os artroconídios aglomerados
favorecem o aparecimento dessas lesões. É uma as espécies causadoras, Trichophyton
infecção bastante contagiosa, ocasionalmente externamente ao pêlo conferem o aspecto de
uma bainha esbranquiçada ao redor da filamentosos não dermatófitos hialinos ou clínico sejam realizados de forma adequada,
estrutura, que tornam-se fluorescentes na demácios, além de leveduras exógenas. pois influenciam no resultado final do exame. É
radiação ultravioleta. Quando o agente é dermatófito, estamos importante que o paciente não esteja fazendo
Tonsurante Tricofítica: múltiplas lesões, diante de uma Tinha de Unha. O uso de medicamentos antifúngicos no momento
causadas por dermatófito antropofílicos. da coleta, mas caso isto ocorra, é necessário que
acometimento da unha tanto por
Placas de alopecia, circulares e/ou haja a suspensão do uso do mesmo por pelo
dermatófitos como por fungos não menos uma semana antes. A quantidade de
arredondadas, pequenas e múltiplas, com dermatófitos pode ser:  Subungueal distal material a ser colhido deve ser suficiente para a
pelos de aspecto normal no seu interior e e/ou lateral;  Subungueal proximal e realização de pelo menos dois exames
pelos tonsurados. Pode ser inflamatória superficial branca Infecção das unhas por laboratoriais (DOS SANTOS et al., 2002;
chamada de Kerion Celsi com a presença de dermatófitos, habitualmente se inicia pela WEITZMAN; SUMMERBELL, 1995).
pústulas e secreção sero-purulenta ou não borda livre da unha ou pelas bordas Os materiais biológicos a serem coletados
inflamatória. periungueais, progredindo de forma lenta na dependem do sítio anatômico da lesão. Na pele,
Tinha favosa: hoje muito rara e é direção da matriz. A unha perde o brilho, é preciso observar o crescimento radial do
cicatricial. Afecção crônica do couro tornando-se de cor branca amarelada, fungo, evitando colher material no centro da
cabeludo, grave, de difícil tratamento; com lesão, pois há menos estruturas fúngicas viáveis.
lembrando marfim velho. Há aumento da
frequência, leva a alopecia definitiva. Deve-se fazer a raspagem, com instrumentos
espessura da unha, paquioníquia, com estéreis, na região intermediária entre a parte
Apresenta-se como placa geralmente única, acúmulo de material córneo subungueal e as lesionada e sã da pele. Já os materiais de lesões
com quadro inflamatório do couro cabeludo unhas tornam-se frágeis e quebradiças. Pode supurativas devem ser coletados com uso de um
apresentando pequenas crateras, de onde atingir uma ou várias unhas da mão e dos swab também estéril, em virtude da dificuldade
emergem os pelos geralmente sem brilho e pés, sendo mais frequente nas unhas do de se realizar raspagens nesse tipo de lesão. Os
acinzentados. O cheiro das placas é hálux. Todas as formas podem evoluir para cabelos devem ser coletados junto com a raíz, já
comparável ao de um “ninho de ratos”. distrofia parcial ou total da unha. Em que o fungo está presente próximo a ela. E nas
Tinha de Barba: Pode apresentar como imunodeprimidos, as unhas podem sofrer lesões ungueais é preciso realizar o raspado
tinha clássica na região da barba, forma acometimento múltiplo, agudo, subungueal subungueal, preferencialmente na área
sicosiforme semelhante à foliculite proximal e branco. distrófica, obtendo o material queratinizado
bacteriana, ou forma inflamatória, acumulado no local.
Tinha do Ouvido: Não é rara. Acomete o
lembrando um quérion. Clinicamente, há os Exame Micológico: O exame direto pode ser
pavilhão auricular e, às vezes, o conduto
seguintes tipos: realizado a partir de pelos na tinha do couro
auditivo. As lesões são descamativas e
 Inflamatório com eritema, edema e muitas das vezes sem bordas ativas. Pode
cabeludo ou escamas nas outras variantes de
pústulas; tinha. O material é clarificado pelo KOH. O
ser confundida com dermatite seborreica do
 O tipo herpes circinado com lesões comprometimento do pelo pode ser endotrix
ouvido. O principal agente em crianças é o
eritêmato-vesiculosas anulares que, na ou ectotrix. Os pelos tonsurados devem ser
M. canis, mas outros fungos já foram
evolução, apresentam descamação central, colhidos com pinça. Escamas devem ser
isolados tanto em adultos como em criança.
com maior atividade nas bordas; colhidas da borda ativa das lesões. Se a
 Tipo sicosiforme, com lesões lesão é vesiculosa, examina-se o teto da
3-DESCREVER A CONDUTA DIAGNÓSTICA E vesícula. Em tinhas da unha, o material é
foliculares, alopécia e crostas. As lesões
lembram a sicose bacteriana da barba.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA HD; colhido do limite entre a unha lesada e a
sadia, entre a lâmina e o leito ungueal.
DIAGNOSTICO: Apenas na onicomicose superficial branca
Onicomicose dermatofítica ou tinea
.unguium O termo Onicomicoses engloba Assim como nas outras micoses, no diagnóstico as escamas devem ser obtidas por raspagem
laboratorial das dermatofitoses é necessário que da lâmina ungueal sobre a lesão branca.
agentes além dos dermatófitos, como as
a coleta, conservação e transporte do material
leveduras do gênero Candida e os fungos
Lâmpada de Wold: O exame com a luz de Tinea manum: O diagnóstico diferencial, dias. Não associar com anti- histamínicos
Wood é importante na tinha do couro engloba o eczema desidrótico, a dermatite de bloqueadores de H2.
cabeludo. As tinhas causadas pelos gêneros contacto, a psoríase e as calosidades (Hainer,
Microsporum apresentam fluorescência 2003). Antifúngicos sistémicos como a griseofulvina
esverdeada. As tinhas determinadas pelo Tinea barbae.:O diagnóstico diferencial (tínea microspórica: 20 a 25mg/kg/dia no dia o
gênero Trichophyton não fluorescem, com abrange as seguintes condições: foliculite máximo é de 500 mg), via oral por 12 semanas;
exceção da tinha favosa por T. schoenleinii, bacteriana, dermatite perioral, Tínea tricofítica utiliza 10 a 20mg/kg/dia
que hoje é rara. pseudofoliculite da barba, dermatite de (máximo no dia 500mg), via oral por 4 a 8
contacto e herpes simplex (Hainer, 2003).
semanas ou terbinafina de 125 a 250 mg/dia, via
Histopatologia: Os cortes histológicos 4-IDENTIFICAR AS POSSÍVEIS oral por 2 a 6 semanas
podem ser corados pelo PAS ou COMPLICAÇÕES DA HD;
impregnados pela prata. Visualizam-se Para as tineae capitis também é recomendado o
hifas septadas hialinas, principalmente na uso de medicamentos por via oral,
camada córnea. 5-ELENCAR A CONDUTA TERAPÊUTICA, especialmente a griseofulvina, e é necessária a
PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA associação com os de uso tópico. A
A HD.
griseofulvina é uma droga fungistática e,
Provas Imunológicas: Para o diagnóstico
portanto, atua na estrutura das hifas e não dos
de dermatofítides, além da artroconídios que ficam presentes na área
intradermorreação, devem ser utilizados TRATAMENTO:
afetada. Tais estruturas podem contaminar pêlos
testes in vitro com a mesma finalidade. A terapêutica das dermatofitoses pode ser vizinhos da lesão ou outras pessoas que entrem
Apesar de a imunidade celular ser a em contato, disseminando a infecção. Por isso é
tópica, sistêmica ou combinada. ▪ Isoconazol –
principal responsável pela defesa do necessário a remoção mecânica dos resíduos de
duas vezes ao dia creme, solução e spray. ▪
hospedeiro contra o fungo, anticorpos artroconídios e o uso de substâncias
Cetoconazol – duas vezes por dia creme e queratinolíticas que facilitem sua retirada
circulantes específicos têm sido detectados
por vários pesquisadores e especialistas. xampu. ▪ Miconazol – duas vezes por dia, gel e (SIDRIM et al., 2004; PERES et al., 2010).
solução. ▪ Tolciclato – duas vezes por dia, creme
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
As onicomicoses são bastante difíceis de
e solução a 1%. ▪ Clotrimazol – duas vezes por erradicar, em virtude da densa quantidade de
Tinea Corporis: O diagnóstico diferencial faz- dia creme e spray de 0,l g/g. ▪ Bifonazol – a 1%, queratina no tecido ungueal. Além disso, a unha
se com eczema numular, doença de Lyme, uma vez por dia, creme e spray. ▪ possui pouca vascularização, impedindo a
pitiríase versicolor, pitiríase rosada, granuloma Ciclopiroxolamina – duas vezes por dia, creme. chegada do medicamento ao local. Por essa
anular, dermatite de contacto e psoríase (Hainer, ▪ Terbinafina – duas vezes por dia, creme. ▪ razão, a terapêutica tópica é pouco utilizada nas
2003). onicomicoses, não apresentando boa eficácia.
TRATAMENTO SISTEMICO:
Apenas os esmaltes antifúngicos ainda são
Tinea capitis: O diagnóstico diferencial inclui: utilizados, pois atuam através de liberação
alopécia areata, tricotilomania, alopécia de transungueal prolongada do medicamento, mas
tração, dermatite seborreica e psoríase Griseofulvina – 20 mg/kg/dia nas refeições. É a
medicação de scolhas para a tinha do couro são pouco eficazes se utilizados em
(Andrews, 2008; Hainer, 2003) monoterapia. Recomenda-se o uso de
cabeludo. ▪ Cetoconazol – crianças, 3 a 4
Tinea Cruris: O diagnóstico diferencial realiza- griseofulvina, intraconazol, fluconazol e
se com candidíase das pregas, eritrasma, mg/kg/dia, por 30 a 40 dias (hepatotóxico) ▪ terbinafina por via oral. O tratamento é
intertrigo mecânico, psoríase e dermatite Itraconazol – 100 mg/dia a 200 mg após 12 anos prolongado e pode ser necessário até dezoito
seborreica (Hainer, 2003;) de idade, por 30 a 40 dias. ▪ Fluconazol – 2 a 3 meses de terapia medicamentosa, devido ao
Tinea pedis: O diagnóstico diferencial inclui a mg/kg/dia. Essa medicação deve ser empregada lento crescimento ungueal (SIDRIM et al.,
dermatite de contacto, o eczema e a psoríase quando não houver substituto e existir risco de 2004; PERES et al., 2010).
(Hainer, 2003). morte. ▪ Terbinafina – 150 mg/dia, por 30 a 40
Perfil epidemiológico de dermatofitoses
superficiais em pacientes atendidos em um
laboratório da rede privada de João Pessoa-PB /
Laísa Vilar Cordeiro. - - João Pessoa: [s.n.],
2015.

ZAITZ, Clarisse. Compêndio de micologia


médica. Rio de Janeiro (RJ): MEDSI, 1998

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