Você está na página 1de 7

CARDIOVERSÃO E

DESFIBRILAÇÃO

FLUKE BIOMEDICAL

FOR MEDICAL

Elaborado por: Renato Meli de Carvalho


Especialista Técnico
Fluke Biomedical
Assistência Técnica
ForMedical Ltda. - Brasil
Phone/Fax: 55-19-37389600
email: renato.carvalho@formedical.com.br
homepage: www.formedical.com.br
OBJETIVO
Esta apostila tem por finalidade apresentar de uma maneira breve e
simples as definições e diferenças entre Cardioversão e Desfibrilação.

INTRODUÇÃO
A desfibrilação e a cardioversão elétrica são procedimentos terapêuticos
que salvam vidas e seu uso não se limita apenas a profissionais da área da
saúde, podendo ser utilizados também por leigos treinados em situações
selecionadas (desfibrilação externa automática DEA). Estudos demonstram
que em 85% dos pacientes que apresentaram Taquicardia Ventricular (TV) e
Fibrilação Ventricular (FV) e que foram tratados com desfibrilação precoce
tiveram preservadas suas funções cerebrais e cardíacas.
A desfibrilação elétrica é um procedimento terapêutico que consiste na
aplicação de uma corrente elétrica contínua não sincronizada, no músculo
cardíaco. Esse choque despolariza em conjunto todas as fibras musculares do
miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves como a TV e a FV,
permitindo ao nó sinusal retomar a geração e o controle do ritmo cardíaco.
A cardioversão elétrica é um procedimento na maioria das vezes eletivo,
em que se aplica o choque elétrico de maneira sincronizada, ou seja, o
paciente deve estar monitorado no cardioversor e, este deve estar com o botão
de sincronismo ativado, pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja,
no período refratário.
Um cuidado importante no momento da desfibrilação é checar se o botão
de sincronismo está desativado, pois como em situações de FV/TV não temos
o registro de onda R e se o aparelho estiver programado para cardioverter, o
choque não será administrado.
DESFIBRILAÇÃO

Ilustração de uma desfibrilação, com o operador próximo à cabeça, mas livre de contato do paciente.
A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente,
através de um desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter
um quadro de fibrilação auricular ou ventricular. A reversão ou cardioversão se
dá mediante a aplicação de descargas elétricas no paciente, graduadas de
acordo com a necessidade. Os choques elétricos em geral são aplicados
diretamente ou por meio de eletrodos (Placas metálicas, ou apliques
condutivos que variam de tamanho e área conforme a necessidade) colocados
na parede torácica.
Em 1959 Bernard Lown iniciou as pesquisas em um desfibrilador com um
banco de capacitores que descarregava através de um indutor gerando uma
onda senoidal na descarga do circuito RLC chamada onda de Lown. O trabalho
iniciado por Lown foi colocado em prática pelo engenheiro Barouh Berkovits
Além dos desfibriladores tradicionais, onde um especialista (de
preferência) averigua a situação presente e ajusta o aparelho conforme a
necessidade, também existem os aparelhos DEA (Desfibrilador Automático
Externo), estes com a capacidade de fazer uma avaliação das condições
cardíacas do paciente e informar a necessidade de um choque deva ser dado
ou não, bem como também (eventualmente) dando os procedimentos para
reanimação na parada cardiorrespiratória.
CARDIOVERSÃO

A cardioversão é a conversão do ritmo cardíaco de fibrilação auricular (ou


flutter auricular) ao ritmo cardíaco normal, conhecido como ritmo sinusal. À
cardioversão elétrica também pode se chamar cardioversão com corrente
direta.

CARDIOVERSÃO ELÉTRICA

Apesar de poder parecer assustador, é um tratamento de princípio muito


simples e muito eficaz em alguns grupos de doentes selecionados. A idéia é
utilizar um choque elétrico para ativar todo o coração no mesmo instante. Isto
evita a perpetuação da fibrilação auricular. Após o choque, o ritmo cardíaco
sinusal normal tem assim oportunidade de surgir.
O procedimento implica que o doente esteja ligado a um monitor de
eletrocardiograma que faz parte do próprio aparelho do
cardioversor/desfibrilador. Através da punção de uma veia periférica, é dado ao
doente um medicamento que pode ser um sedativo forte ou um agente
anestésico de curta duração. Desta forma, durante o procedimento, o doente
está sonolento ou mesmo adormecido e, portanto não sente o choque elétrico.

RISCOS ENVOLVIDOS

›› Bradicardia (ritmo cardíaco lento): habitualmente é transitório e raramente


necessita de tratamento que pode ser com um medicamento endovenoso, a
atropina, ou com estimulação elétrica por um marca-passo externo. Caso haja
necessidade de tratamento, este habitualmente só é necessário por um curto
período de tempo.
›› Taquiarritmia (ritmo cardíaco rápido, tal como a taquicardia ventricular): neste
caso pode ser necessário um choque adicional antes de o doente acordar.
›› Queimaduras da pele ou irritação cutânea causada pelas pás elétricas: hoje
em dia esta complicação é pouco freqüente porque se utilizam pás
autocolantes. No entanto, com as pás metálicas antigas pode acontecer com
mais freqüência.
›› Riscos anestésicos gerais: raro em pessoas não obesas, sem outras
doenças.
As pás autocolantes são posicionadas no tórax: uma atrás e outra nas
costas ou então na porção superior direita e outra na posição inferior esquerda.
O cardioversor / desfibrilador é carregado e programado para administrar um
choque simultaneamente como batimento cardíaco seguinte.
Freqüentemente o primeiro choque é eficaz, mas algumas vezes são
necessários vários choques com energias crescentes ou com posições
diferentes das pás para converter o ritmo.
O ritmo normal é restaurado em cerca de 90% dos doentes, mas uma
pequena proporção retoma imediatamente no ritmo da fibrilação auricular. Nos
dias seguintes, em 10-20% dos doentes a fibrilação auricular reaparece, mas
esta percentagem pode ser reduzida, quando necessário, pela toma de
medicação anti-arrítmica.
Após o procedimento o doente acorda em poucos minutos, apesar de
permanecer sonolento inicialmente.
Após algumas horas o doente pode ir para casa. O eletrocardiograma é
monitorizado até o doente estar completamente recuperado e é registrado um
eletrocardiograma de 12-derivações. Para este procedimento os doentes
devem vir acompanhados por um familiar ou amigo, já que não podem conduzir
nas 24 horas seguintes e devem ser acompanhados a casa. Também é
recomendado que alguém passe a noite após o procedimento como doente,
caso haja alguma complicação tardia.
CONCLUSÃO
A desfibrilação elétrica é um procedimento terapêutico que consiste na
aplicação de uma corrente elétrica contínua não sincronizada, no músculo
cardíaco. A cardioversão elétrica é um procedimento na maioria das vezes
eletivo, em que se aplica o choque elétrico de maneira sincronizada.
O conhecimento dos procedimentos médicos e fisiologia é extremamente
importante para que seja executado corretamente o exame e a urgência clínica.
Necessitamos de um equipamento confiável, seguro e de pessoal
qualificado para manusear o equipamento para que não haja acidentes.
ANOTAÇÕES

Você também pode gostar