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INSTALAÇÕES HOSPITALARES

UNIDADE II
INFRAESTRUTURA DE ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE (EAS) COM BASE NA
RDC N. 50
Elaboração
Jonas Magno dos Santos Cesário

Atualização
Victor Hugo de Paula Flauzino

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE II
INFRAESTRUTURA DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE (EAS) COM BASE NA RDC N. 50......... 5

CAPÍTULO 1
NORMAS DE ARQUITETURA DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE NO BRASIL...................... 5

CAPÍTULO 2
PLANEJAMENTO E INFRAESTRUTURA DO CENTRO CIRÚRGICO............................................................................. 10

CAPÍTULO 3
INFRAESTRUTURA DE CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO (CME)............................................................ 20

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................26
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INFRAESTRUTURA DE
ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
UNIDADE II
(EAS) COM BASE NA RDC N. 50

CAPÍTULO 1
NORMAS DE ARQUITETURA DE ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE NO BRASIL

A evolução lenta das normas atuais sofrem reflexo daquelas que se iniciaram na
década de 1940, com a contratação de arquitetos pelo Serviço Especial de Saúde
Pública (Sesp). Esse órgão foi criado pelo Ministério da Educação e Saúde, com auxílio
dos norte-americanos para criar o saneamento básico em regiões produtoras de
matérias-primas, como a borracha, na Amazônia, e o minério de ferro e a mica no Vale
do Rio Doce (CARVALHO, 2017).

Em contraponto às leis que possuem um aspecto punitivo e de orientação comportamental,


as normas destacam-se por seu papel didático e de orientação e não possui poder
repressor. Nesse ponto de vista, as normas de estabelecimentos assistenciais de saúde
(EAS) não podem ser analisadas sem considerar as iniciativas de ensino e a divulgação
dos conhecimentos que estão inseridos nelas (DRAGANOV; SANNA, 2018).

Quando as normas são elaboradas e publicadas, passam por constantes aprimoramentos,


pois os critérios utilizados em determinado período, possuem prazo de validade.
A formação técnica adequada do ensino e da pesquisa são diretrizes fundamentais na
evolução das normas e da infraestrutura hospitalar.

A Sesp foi responsável pela criação de normas que possuem os padrões mínimos para a
arquitetura hospitalar, os quais são inspirados na publicação norte-americana “Elements
of the General Hospital”, de 1946, sendo utilizados até hoje nas normas atuais; dessa
forma, é possível observar o aspecto de orientação que estava presente nesses regulamentos
(CARVALHO, 2017).

É sempre muito importante que tenhamos muita clareza sobre as normas que
norteiam os projetos no âmbito do Sistema Único de Saúde, por essa razão, sugerimos
a leitura da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n. 50, de 21 de fevereiro 2002,
que poderá ser acessada na biblioteca da disciplina.

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Elements of the general hospital


Para muitos, foi considerado como grande fonte de inspiração dos projetistas e arquitetos,
a publicação do Departamento de Saúde Americano, “Elements of the General Hospital”,
que foi utilizada como base na elaboração das primeiras normativas sobre arquitetura
hospitalar.

Figura 1. Página de rosto da obra “Elements of the General Hospital”.

Reprinted from HOSPITALS for Moy 1946

ELEMENTS OF THE GENERAL HOSPITAL

HOSPITAL FACILITIES SECTION

U. S. PUBLIC HEALTH SERVICE

Federal Security Agency

Fonte: Carvalho, 2017.

Essa obra foi baseada em vários estudos realizados por arquitetos da época, que mostravam
os recursos arquitetônicos necessários para as atividades hospitalares. Nessa publicação
foi criado um guia ilustrado com as plantas de diversos setores hospitalares com
pré-dimensionamento, que mostrava a relação detalhada de mobiliário e equipamentos e
apresentava sugestões de arquitetura para clínicas, unidades de diagnóstico e tratamento,
setores administrativos (CARVALHO, 2017).

Na década de 1990, antes de sua extinção, o Sesp atuou em diversos programas de


saúde e saneamento rural, com o objetivo de orientar as construções hospitalares e
disponibilizar modelos de plantas arquitetônicas nos mesmos moldes do “Elements of
the General Hospital” (CARVALHO, 2017).

O Sesp elaborou um guia com elementos essenciais, que foi descrito em um pequeno
livro de 23 páginas, com modelos de plantas arquitetônicas, que continham as principais

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recomendações utilizadas à época. O livro em formato de guia simplificava a maneira


como se planejava e projetava as unidades hospitalares, visando à padronização das
construções hospitalares, com áreas e equipamentos em comum para todos os projetos.

Nesses modelos apresentados pelo Sesp foram criadas diversas soluções arquitetônicas
com a composição ideal de hospitais de pequeno porte, com 50 a 100 leitos, de forma
que as áreas fossem alocadas como soluções técnicas moduladas, com mobiliários e
equipamentos de cada setor. Essas primeiras publicações podem ser consideradas a
base de toda a legislação na área da arquitetura dos estabelecimentos assistenciais de
saúde em nosso país e serviram de base para tudo que seria publicado posteriormente
sobre o assunto (DRAGANOV; SANNA, 2018).

As plantas do “Elements of the General Hospital” tinham como objetivo ofertar suporte
para os projetistas durante o planejamento das instalações hospitalares. No início do século
XX, os principais responsáveis pelos projetos das instalações hospitalares eram médicos
e até a década de 1950, os cursos existentes sobre este assunto estavam relacionados à
administração hospitalar, que eram basicamente cursados por médicos. Os principais
percursores foram os médicos Odair Pacheco Pedroso e Ernesto Souza Campos, que
contribuíram com consultorias para o desenvolvimento de projetos hospitalares.

Em 1953, o Instituto de Arquitetos do Brasil, no departamento de São Paulo, promoveu


o primeiro curso de formação na área de projetos de arquitetura hospitalar de saúde,
que aconteceu de 13 a 17 de abril de 1953. Esse curso teve a presença marcante de
grandes arquitetos de renome, como Amador Cintra do Prado, Jarbas Karman e Rino
Levi (CARVALHO, 2017).

Esse curso aconteceu de maneira intensiva, de forma interdisciplinar, e buscava a


formação de novos projetistas, que eram oriundos de diversas áreas da saúde como
medicina, enfermagem, engenharia, arquitetura e administração. As aulas do curso
foram transcritas em uma publicação com 528 páginas no tamanho A4, que se tornou
referência no Planejamento Hospitalar. O livro foi organizado em 12 capítulos, conforme
a apresentação dos temas no dia da palestra, que abordaram tópicos como planejamento
e administração, enfermagem, radiologia, fisioterapia, cirurgia, maternidade, farmácia,
ambulatório, lavanderia, cozinha e pesquisas no campo hospitalar.

No decorrer do curso, o arquiteto Jarbas Karman propôs a criação do Instituto de


Pesquisas Hospitalares (IPH), que até os dias atuais desempenha um papel importante
no incentivo à pesquisa de infraestruturas hospitalares. Esse evento representou um
marco na pesquisa em arquitetura hospitalar no Brasil, pois apresentou à comunidade
da área de saúde uma nova especialidade da arquitetura, que reforçava a necessidade da
especialização dos profissionais envolvidos em um projeto arquitetônico das instalações

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hospitalares. Os diversos instrutores do curso podem ser destacados: o arquiteto Oscar


Valdetaro, do Sesp, ministrou palestra sobre o arranjo funcional das diversas unidades
do hospital; arquiteto Jarbas Karman ministrou uma palestra sobre a unidade de centro
cirúrgico e central de material e esterilização, cujo texto pode ser considerado um dos
mais importantes estudos sobre o tema até hoje. Pode-se observar que esse curso foi
constituído por um corpo docente notável e foi um marco no tema da infraestrutura em
saúde no Brasil (CARVALHO, 2017).

De forma pioneira, essas publicações inspiraram as primeiras normas de abrangência


nacional, por meio do Projeto de Normas Disciplinadoras das Construções Hospitalares,
que foi publicado em 1965 pelo Departamento Nacional de Saúde, do Ministério da
Saúde, , com autoria dos arquitetos Oscar Valdetaro e Roberto Nadalutti, com consultoria
de Henrique Bandeira de Mello. Essa publicação ampliava o número de desenhos de
unidades e apresentava explicações teóricas para o projeto. Este material mostrou uma
grande evolução quando comparado ao livro “Padrões mínimos dos hospitais”, publicado
pelo Sesp (DRAGANOV; SANNA, 2018).

A publicação deste livro representava uma tentativa de orientar os projetistas no


planejamento e execução de instalações hospitalares, que não se apegava e nem
impunha padrões rígidos. A obra foi dividida da seguinte forma: o capítulo 1 tratava
sobre terminologia hospitalar, conceitos, definições e classificações; no capítulo 2 versava
sobre informações preliminares para planejamento; no capítulo 3 foram discutidos os
principais programas mínimos funcionais; o último capítulo apresentava a discussão
de modo geral sobre os hospitais especializados (CARVALHO, 2017).

O conceito de Rede Hospitalar foi introduzido na arquitetura hospitalar, por meio da


apresentação em forma de matriz hierarquizada de atendimento, composta por Hospital
Distrital, Hospital de Base, Hospital Unidade Sanitária, Hospital Periférico (local ou da
comunidade) e Unidade Mista ou Unidade Integrada de Saúde.

Até 1974 essa obra serviu como guia de orientação para o planejamento e a execução de
projetos de instalações em saúde em todo o País, que foi responsável por apresentar os
padrões mínimos de arquitetura hospitalar.

No decorrer de 1974, surgiram as primeiras normas de infraestrutura hospitalar no Brasil,


conhecidas como Normas do Hospital Geral. Tais normas foram resultantes de anos de
dedicação e pesquisa de um grupo de arquitetos e engenheiros, que tinham um interesse
especial pelo assunto. As normas foram publicadas pela Coordenação de Assistência
Médica e Hospitalar do Ministério da Saúde, para garantir que o planejamento e a
execução dos projetos de instalações hospitalares, fossem adequados, seguros, eficientes
e econômicos para os Hospitais Gerais (DRAGANOV; SANNA, 2018).

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Sem impedir inovações arquitetônicas, a elaboração de técnicas construtivas tinha como


objetivo orientar os arquitetos, engenheiros e consultores hospitalares, com requisitos
mínimos para realizar planejamento, execução, reforma ou ampliação de um Hospital
Geral, independentemente de sua capacidade e localidade.

Da mesma forma que o Projeto de Normas Disciplinadoras das Construções Hospitalares


eram mais flexíveis e não possuíam tabelas impositivas, as áreas mínimas foram
apresentadas de maneira explicativa, mas, ainda assim, apenas as áreas de maior
importância foram abordadas.

As plantas orientadoras foram redesenhadas e apresentadas em um anexo, que se chamava


“Estudos Gráficos”, mas esses estudos gráficos visavam tão somente comprovar as áreas
mínimas preconizadas, sem qualquer pretensão e ainda não eram seguidas por vários
projetistas da época. Hoje, as normas avançaram bastante e os projetistas devem ficar
atentos para o seu cumprimento adequado, já que a fiscalização hoje também ocorre
com maior frequência (CARVALHO, 2017).

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CAPÍTULO 2
PLANEJAMENTO E INFRAESTRUTURA DO CENTRO
CIRÚRGICO

O centro cirúrgico é uma unidade dentro do hospital composta por várias áreas interligadas
entre si, como a farmácia e o depósito de material limpo. Nesse local são realizados
procedimentos cirúrgicos aos pacientes, tanto eletivos, ou seja, aqueles sem emergência
e normalmente agendados, até aqueles procedimentos críticos mais urgentes, como, por
exemplo, a retirada de um projétil do corpo humano (CARVALHO, 2017).

Devido às suas particularidades, o centro cirúrgico é um setor restrito da instituição


hospitalar, que deve controlar a entrada do pessoal ao mínimo possível, de forma que
sejam evitadas as interferências nas atividades do setor. Assim como outras áreas do
hospital, o centro cirúrgico também deve atender às normas estabelecidas pela Anvisa.
Além dos blocos cirúrgicos, o ambiente necessita de locais de apoio, como salas para
armazenagem de equipamentos e cilindros, vestiários com banheiros, área administrativa,
laboratório, copa, sala de espera, espaço para descanso dos funcionários e depósito para
cadeiras de rodas e macas, entre outros (GÓES, 2004).

Localização do centro cirúrgico


É de grande importância que o centro cirúrgico seja bem localizado no hospital e esteja
o mais próximo possível das áreas de internação, pronto-socorro, centro de terapia
intensiva e unidade coronariana. Sempre que possível, também é interessante que
possua fácil acesso a unidades de suporte, como farmácia, lavanderia, raio x e central
de material esterilizado. Para contribuir no controle de infecção hospitalar, o centro
cirúrgico pode ser dividido em três áreas: irrestrita, semirrestrita e restrita (MEDEIROS,
ARAÚJO-FILHO, 2017).

Na área irrestrita, os profissionais podem circular livremente e com roupas próprias.


Esse local é composto por secretaria, vestiários, área de transferência e corredor de
entrada. Na área semirrestrita é permitida a circulação dos profissionais, de modo
que não interfira na rotina de controle e manutenção da assepsia da área restrita
(CARVALHO, 2017).

Normalmente, fazem parte dessa área as salas de estar e descanso, além da sala de
preparo do material. A área restrita é um ambiente em que é obrigatório o uso de roupa
própria do centro cirúrgico, com máscaras e gorros, já que é uma área onde o controle
asséptico deve ser bem rígido. Essa área é composta pelas salas cirúrgicas, de recuperação
pós-anestésica e o corredor interno (GÓES, 2004).

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O bloco cirúrgico pode ser criado próximo das Unidades de Internação, da Unidade de
Terapia Intensiva e da Emergência. O bloco cirúrgico é considerado como área crítica e no
local deve haver pouco ruído, fluxo de pessoas, poeira e outras formas de contaminação.

Figura 2. Bloco cirúrgico.

Fonte: OCP News, 2020.

Número de salas
A quantidade de salas cirúrgicas normalmente corresponde a 5% do total de leitos
cirúrgicos. Dessa forma, para cada 50 leitos de internação, pode haver duas salas
de cirurgia. De qualquer forma, não é difícil encontrar instituições que possuem um
número diferente de salas, para mais ou para menos. A planta física do hospital é o que
determinará a formação do quantitativo e qualitativo de salas, ambientes, equipamentos,
instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias (CARVALHO, 2017).

Figura 3. Sala cirúrgica.

Fonte: http://www.hospitalstacruz.com.br/infraestrutura/centro-cirurgico/.

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Arquitetura do centro cirúrgico


O centro cirúrgico é considerado uma unidade restrita, com acesso limitado a pacientes,
funcionários e médicos, por isso é necessário que possua controle dos ambientes e fluxo
de pessoas. De acordo com Medeiros e Araújo-Filho (2017), os elementos que estruturam
o centro cirúrgico são os seguintes:

» Vestiários masculinos e femininos;

» Sala de conforto médico;

» Posto de enfermagem;

» Sala de recepção de pacientes;

» Sala de material de limpeza;

» Sala de equipamentos;

» Sala para armazenamento de material esterilizado;

» Lavabos;

» Salas de cirurgia;

» Sala de recuperação pós-anestésica;

» Sala de gases medicinais;

» Farmácia satélite;

» Sala de expurgo.

Vestiários masculinos e femininos


Os vestiários podem estar situados na entrada do centro cirúrgico para favorecer o
controle da entrada de pessoas. A passagem das pessoas para o setor é permitida após
vestir roupas privativas. O vestiário pode dispor de armários, sanitários, chuveiro e
lavabos. (GÓES, 2004)
Figura 4. Vestiários do centro cirúrgico.

Fonte: http://www.webfipa.net/noticias/lernoticiaportal.news.php?codigo=8830..

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Sala de conforto médico

A sala de conforto médico é uma área destinada a refeições da equipe médica para
lanches rápidos ou para descanso entre procedimentos, que poderá ser equipada com
mesas, cadeiras e sofás (MEDEIROS; ARAÚJO-FILHO, 2017).

Figura 5. Conforto médico.

Fonte: https://spdayhospital.com.br/fotos.php.

Posto de enfermagem
O posto de enfermagem é uma área designada para o controle administrativo do centro
cirúrgico e deverá estar locada em lugar de acesso fácil com visão panorâmica de todo o
centro cirúrgico. A cada 12 leitos de recuperação pós-anestésica (RPA) deve haver um posto.
A área do posto de enfermagem deve conter, no mínimo, 6,0m². O posto de enfermagem
deve contar com água fria, ar-condicionado, balcão, armários e ponto de chamada
elétrica (alarme) de emergência (CARVALHO, 2017).

Figura 6. Posto de enfermagem em centro cirúrgico.

Fonte: https://www.itaigaramemorial.com.br/hospital-dia/estrutura/.

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Sala de recepção de pacientes e familiares

Esse espaço deve estar situado na entrada do bloco cirúrgico, deve conter campainha para
acionar a enfermagem, e possuir um espaço suficiente para passar uma ou mais macas.

Figura 7. Recepção de centro cirúrgico.

Fonte: https://setorsaude.com.br/moinhos-de-vento-apresenta-ampliacao-do-centro-cirurgico.

Sala de equipamentos

Este local é destinado ao armazenamento de equipamentos; o material que estiver nessa


sala deve estar em condições de uso imediato (MEDEIROS; ARAÚJO-FILHO, 2017).

Sala para armazenamento de material esterilizado

Sala para acomodar caixas e instrumentais cirúrgicos; deve contar com ar-condicionado
e espaço de 4,0 m².

Figura 8. Sala de armazenamento de material.

Fonte: https://equipacare.com.br/07-dicas-para-projetar-seu-deposito-de-equipamentos/.

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Lavabos

Trata-se de área destinada à escovação da equipe multiprofissional, devendo ter uma


torneira para cada sala de cirurgia. As torneiras têm que apresentar características
específicas para serem utilizadas sem o uso das mãos. Tanques ou pias devem possuir
profundidade de 0,50 m, com armazenamento de escovas descartáveis, com solução
antisséptica. A dimensão do lavabo deve ser de 1,10 m por torneira, com dimensão
mínima de 1,0 m (GÓES, 2004).

Lavabos que são integrados com uma única torneira têm as seguintes dimensões: 0,50
m de largura, 1,00m de comprimento e 0,50 m de profundidade, constituídos por
instalações de água fria e água quente.

Salas de cirurgia

A sala cirúrgica é a área destinada aos procedimentos cirúrgicos em si. Cada sala pode
dispor de sinalização luminária instalada acima da porta, com objetivo de indicar a
utilização da sala cirúrgica. Nessas salas, o ideal é que as tubulações elétrica, hidráulica
e mecânica não corram por forros falsos, pelos motivos que foram citados na unidade
anterior (CARVALHO, 2017).

De acordo com a RDC n. 50, as salas cirurgia são divididas em:

» Sala cirúrgica de pequeno porte: esta sala deve ter de pelo menos 20 m², com
altura do piso ao teto no mínimo de 2,7 m2, e deve ser equipada com as seguintes
instalações: oxigênio, óxido nitroso, ar comprimido medicinal, vácuo clínico, ar-
condicionado, luz elétrica de emergência, suprimento de energia diferenciado são
instalações obrigatórias.

» Sala de cirurgia de médio porte: deve conter duas salas para cada 50 leitos
hospitalares e ter, no mínimo, 25 m², assim como deve possuir todas as instalações
obrigatórias das salas de pequena cirurgia.

» Sala de cirurgia de grande porte: esta sala deve ter 35m², com dimensão
mínima de 5,00m e as especificações das demais salas. Independentemente da
classificação da sala, a Anvisa preconiza somente uma mesa cirúrgica.

Sala de recuperação pós-anestésica

O centro cirúrgico deve dispor de, no mínimo, uma sala de recuperação pós-anestésica
com distância entre os leitos de pelo menos de 0,80m, dividido por cortinas ou paredes.
O espaço deve ser suficiente para que a maca seja manobrada. A quantidade de macas deve

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ser proporcional ao número de salas cirúrgicas. Nesse local são necessárias as seguintes
instalações: água fria, oxigênio, ar comprimido medicinal, ar-condicionado, vácuo
clínico, luz elétrica de emergência, fonte elétrica diferenciada, aspirador e equipamento
de monitorização (CARVALHO, 2017).

Figura 9. Sala de recuperação pós-anestésica.

Fonte: https://www.stacasa.com.br/santa-casa-entrega-nova-sala-de-acolhimento-da-maternidade-e-reinaugura-sala-de-
recuperacao-pos-anestesica/.

Sala de depósito de gases medicinais

A sala de depósito de gases medicinais é o local onde são estocados o cilindro de gases
medicinais, como ar comprimido, oxigênio, óxido nitroso, CO2 e nitrogênio, de uso
contínuo (GÓES, 2004).

Expurgo

O expurgo é o local onde são desprezadas as secreções oriundas das cirurgias. O local
deve ter um vaso sanitário acoplado com descarga, pias com bancada em inox, destinados
à lavagem de insumos utilizados durante o procedimento cirúrgico.

Apoio técnico-administrativo

A sala de apoio técnico-administrativo pode estar localizada dentro do centro cirúrgico,


mas isso irá depender do seu tamanho e grau de complexidade das cirurgias realizadas
(CARVALHO, 2017).

Elementos essenciais de suporte técnico ao centro cirúrgico

São elementos de suporte técnico ao centro cirúrgico:

» Banco de sangue;

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» Raios x;

» Laboratório;

» Anatomia patológica;

» Serviço de engenharia clínica;

» Farmácia satélite.

Esses setores não precisam estar localizados dentro do centro cirúrgico, mas a equipe
do centro cirúrgico precisa de fácil contato e acesso a esses locais (MEDEIROS;
ARAÚJO-FILHO, 2017).

Banco de sangue

O banco de sangue é um espaço reservado para o estoque de sangue e hemoderivados,


equipado com um ou mais refrigeradores.

Raios x

Essa sala tem a finalidade de armazenar equipamentos móveis de raio x e deve conter
circuito de energia elétrica independente.

Laboratório e anatomia patológica

O serviço de anatomia patológica e o laboratório são equipados com aparelhos específicos


e normalmente estão localizados fora do centro cirúrgico. É comum em muitas instituições
que o serviço de anatomia patológica seja realizado em clínicas parceiras; dessa forma,
as peças anatômicas são armazenadas em locais adequados e, posteriormente, são
encaminhadas para análise (MEDEIROS; ARAÚJO-FILHO, 2017).

O laboratório, ainda que externo, é um local que deve possuir certa proximidade com o
centro cirúrgico, e isso deve ser considerado nos projetos das instalações hospitalares.
Em muitas ocasiões, exames de urgência são solicitados pela equipe cirúrgica e o
pronto atendimento a essa solicitação fará toda a diferença para o bom andamento do
procedimento (GÓES, 2004).

Serviços de engenharia de manutenção e de engenharia clínica


O setor de engenharia clínica é um serviço necessário para o bom funcionamento do
centro cirúrgico, já que é o serviço que irá realizar a gestão dos equipamentos utilizados
em diversos procedimentos. Esse serviço pode ser tanto interno quanto externo, mas é
esperado que uma equipe esteja sempre preparada para atender às demandas do centro

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cirúrgico, além de manter equipamentos em número suficiente para as diversas cirurgias


que podem acontecer (CARVALHO, 2017).

Farmácia satélite

A farmácia satélite possui esse nome porque normalmente é uma extensão da farmácia
principal do hospital, que faz a gestão dos medicamentos e suprimentos que são utilizados
especificamente no centro cirúrgico.

Infraestrutura do centro cirúrgico

Teto

O teto deve ser contínuo, completamente liso, não possuir nenhuma porosidade, com
um acabamento que não deixe acumular poeira. Deve possuir condições para limpeza,
descontaminação e desinfecção frequentes, sem que isso prejudique a tintura ou o
material utilizado (CARVALHO, 2017).

Rodapés

A junção entre o rodapé deve permitir a limpeza e deve ser arredondado, para que após
a limpeza não fique nenhum vestígio de pó.

Paredes

As paredes devem ser projetadas com cantos arredondados de textura lisa e lavável;
além disso, a pintura deve ser de cor neutra.

Pisos

O piso da sala de cirurgia deve ser de material liso, sem ranhuras ou saliências e ser
resistente ao uso de água e soluções desinfetantes (BRASIL, 1992)

Portas

As portas devem ser de fácil acesso para passagem das macas e equipamentos cirúrgicos,
revestidas de material lavável e corrediças, para evitar movimentação de ar e ter cor neutra.

Janelas

As janelas devem ser lacradas de maneira que permita a entrada de luz natural em todo
o ambiente, com vidro fosco.

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Iluminação

A iluminação deve ser artificial, adequada ao campo operatório, com redução de reflexos,
eliminação de sombras, eliminação do calor e proteção em caso de interrupção do
fornecimento de energia elétrica (CARVALHO, 2017).

Sistema de ventilação

O sistema de ventilação deve atender às exigências da norma técnica NBR 7256, que
descreve como exigências:

» Promover um ambiente com ventilação e condições essenciais de higiene e saúde.

» Remover partículas de contaminação das salas cirúrgicas.

» Impedir a entrada de partículas potencialmente contaminantes.

» Proporcionar umidade, temperatura, conforto e segurança para o paciente.

» Manter nível sonoro mínimo.

» Sistema energético alternativo para o funcionamento do ar-condicionado.

» A variação de temperatura deve ser de 20ºC a 24°C.

» Umidade do ar deve estar entre 50%, no mínimo, e, no máximo, 60%.

» A pressão positiva deve ser de 24,9Pa dentro das salas cirúrgicas.

Sistema contra incêndio

O sistema contra incêndio deve garantir a segurança dos pacientes e da equipe


multiprofissional em casos de incêndio. Esse sistema deve contar com detectores de
fumaça, extintores e hidrantes, posicionados em locais adequados (CARVALHO, 2017).

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CAPÍTULO 3
INFRAESTRUTURA DE CENTRAL DE MATERIAL
E ESTERILIZAÇÃO (CME)
A Central de Material e Esterilização (CME) tem como objetivo realizar apoio técnico para
todas as áreas do hospital como: centro cirúrgico, UTI, unidade de internação e pronto
socorro, disponibilizando insumos para a saúde utilizados na assistência dos seus pacientes.

De acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n. 3.072, de 14 de novembro de


2002, a CME deve existir quando houver centro cirúrgico, centro obstétrico, hemodinâmica,
emergência de alta complexidade e urgência, além de impor normas sobre a CME, que a
responsabilidade do processamento dos materiais utilizados na assistência do paciente,
desde a limpeza até a distribuição de material esterilizado às unidades consumidoras.

A CME pode ser classificada da seguinte maneira:

» CME classe I: na qual é realizado o processamento de produtos críticos sem lúmen,


produtos semicríticos e de produtos não críticos, passíveis de processamento, em
serviços de saúde.

» CME classe II: é aquela que faz o processamento de produtos críticos complexos,
semicríticos e não críticos, passíveis de processamento, em serviços de saúde
(GUADAGNIN et al., 2022).

Organização do CME
A CME precisa ser bem planejada. Durante a sua construção, um ponto que necessita de
atenção especial é a localização da CME na planta hospitalar. O acabamento e a estrutura
organizacional da CME influencia diretamente no funcionamento e na dinâmica do setor
(TEIXEIRA; ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

A CME dispõe de uma área contaminada para a recepção de material sujo e contaminado;
esse local é utilizado para a limpeza de material. A área limpa da CME é o local voltado
para secagem, inspeção, preparo e acondicionamento de material esterilizado.

A Portaria n. 400 do Ministério da Saúde, de 6 de dezembro de 1977, foi a primeira a


estabelecer uma área mínima de 40m2 para a CME de um hospital com até 50 leitos e
66m2 destinada a um hospital com até 150 leitos. A distribuição das áreas da CME, de
acordo com esta portaria, deveria ser realizada da seguinte forma:

» 18% para a recepção e o expurgo;

» 43% para o preparo do material;

» 24% para a esterilização;

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» 15% para a área de guarda e distribuição do material esterilizado.

Em 1994, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria n. 1.884 estabeleceu novas diretrizes
para projetos físicos de estabelecimentos a CME, com áreas e dimensões mínimas:

» Recepção, desinfecção, separação e lavagem de insumos hospitalares deverão


dispor de uma área de 0,08m2 por leito, com área mínima de 8m2;

» Recepção de roupa limpa com área de 4m2;

» Preparo de insumos para saúde e roupa limpa, área de 0,25m2 por leito com, no
mínimo, 12m2;

» Esterilização por método físico, depende do tamanho do equipamento utilizado,


respeitando uma distância mínima de 60cm entre as autoclaves;

» Esterilização química com tamanho de 4m2;

» Acondicionamento e distribuição de materiais esterilizados tem que dispor de uma


área de 0,2m2 por leito, com o mínimo de 10m2;

» A estocagem de materiais esterilizados descartáveis apresenta uma área equivalente a


25% da área destinada ao acondicionamento do material esterilizado (GUADAGNIN
et al., 2022).

Essa mesma portaria prevê ainda um depósito para estocagem de material de limpeza,
vestiário com sanitários destinados à equipe multiprofissional, sala administrativa e via
de acesso para a manutenção de equipamentos de esterilização física.

Em 2002, a RDC n. 307 foi responsável por modificar alguns itens, como a inclusão
de uma subunidade destinada à esterilização química gasosa, composta das seguintes
dimensões de áreas mínimas:

» Área de comando, contendo uma área de 2m2;

» Sala de esterilização, dispondo de 5m2 de área;

» Sala depósito de óxido de etileno com área de 0,5m2;

» Sala de aeração, tem que apresentar uma área de 6m2;

» Área de tratamento do gás, com, no mínimo, 4,8m2.

De acordo com a normativa atual, CME de Classe II deve possuir os seguintes ambientes:
sala de recepção e limpeza, área de recepção, sala de recepção e devolução de material
cirúrgico, área de limpeza, sala de preparo e esterilização, estações de trabalho, área

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de esterilização, sala de desinfecção química, área de monitoramento do processo de


esterilização e sala de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (TEIXEIRA;
ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

Sala de recepção e limpeza

A sala de recepção e limpeza é o local destinado a material contaminado; nesse local é


realizada a limpeza de instrumentais cirúrgicos e insumos de saúde.

Área de recepção
Deverá conter, no mínimo, uma área de 4m2; dispondo de uma bancada com dimensões
de 1,0 x 0,9m; possuir equipamento para o transporte de rodízios, caixa ou recipientes
de perfurocortantes.

Sala de recepção e devolução de material cirúrgico


Deve ser dimensionada de acordo com a quantidade de trabalho desenvolvido, não deverá
ser dividida com a sala de recepção de insumos que não foram processados e possuir
acesso exclusivo para os funcionários do setor (TEIXEIRA; ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

Área de limpeza
A área de limpeza necessita de, no mínimo, de 15 m2; esse local precisa dispor de torneiras
com água quente e fria. A bancada necessita de uma pia com dimensão de 0,80 m de
comprimento, com 0,50 m de profundidade e 0,60 m de largura. O ponto de água potável
necessita de filtragem com 0,2 micras para enxágue. O acesso da área de limpeza para
a área de preparo deve possuir barreiras físicas.

Na área de limpeza deve haver caixas de perfurocortantes com suporte, pistola de água e ar
comprimido, recipientes de armazenamento, escovas para limpeza de materiais com lúmen
e compressas ou toalhas macias para a secagem dos materiais. Nessa área, é necessária a
utilização de equipamentos para a lavagem de artigos com lavadoras ultrassônicas, lavadoras
de túnel e termodesinfetadoras. A temperatura ambiente do local deverá variar entre 18
ºC e 22 ºC com umidade relativa do ar entre 40% e 60%. (GUADAGNIN et al., 2022)

Sala de preparo e esterilização


A área de inspeção, preparo e acondicionamento deverá dispor de, pelo menos, 20 m2,
com bancadas com dimensão de 1,2 m x 1 m por profissional em atividade, com distância
de 1,20 m entre bancadas e parede. Os equipamentos utilizados nessa área são:

» Carro de transporte com rodízio;

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» Pistolas de ar comprimido medicinal;

» Lentes intensificadoras de imagem;

» Seladoras de embalagens.

Estações de trabalho
As estações de trabalho são locais destinados ao preparo dos materiais que irão passar
pelo processo de esterilização; seu mobiliário é composto por mesas, bancadas e cadeiras,
que auxiliam os profissionais de saúde durante a jornada de trabalho.

Figura 10. Sala de preparo e esterilização.

Fonte: https://blog.arkmeds.com/2018/01/30/principais-atividades-cme /.

Área de esterilização
A área de esterilização é projetada de acordo com o número e tamanho dos equipamentos
de esterilização, tem que acrescentar 2,50 m2 para circulação, pressupondo uma distância
de 0,50 m entre os equipamentos. A temperatura desta área deve variar entre 18 °C e
24 ºC (TEIXEIRA; ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

Figura 11. Autoclave em CME.

Fonte: https://blog.arkmeds.com/2018/01/30/principais-atividades-cme /.

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Sala de desinfecção química

A sala de desinfecção química apresenta uma área mínima de 4 m2, com bancada e
cuba de lavagem com a dimensão de 0,80 m x 0,60 m e 0,50 m de profundidade, com
pontos de água potável filtrada, ou desmineralizada por filtro de 0, micra para realizar
o enxágue de todos os instrumentais cirúrgicos. O sistema de ar-condicionado tem que
garantir a vazão de ar total de 18,00 m3/h/m2 para proporcionar pressão negativa que
ocorre entre os ambientes (TEIXEIRA; ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

Figura 12. Sala de desinfecção química.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=RxtnNfUAwXI.

Área de monitoramento do processo de esterilização

Deverá estar em uma área mínima de 2 m2 e dispor de incubadoras biológica e sistema


para registros dos monitoramentos do processo de esterilização. Nesse local também são
necessárias instalações de armários para arquivar os testes realizados com as autoclaves,
lavadoras termodesinfetadora e controle de manutenção preventiva e corretiva de todos
os equipamentos.

Sala de armazenamento e distribuição de materiais


esterilizados

A sala de armazenamento e distribuição possui a área de 6 m2. Esse local necessita de


espaço para colocar armários, prateleiras ou cestos aramados. A distância mínima entre
as prateleiras é de 20 a 25 cm do chão, 45cm do teto e 5cm das paredes laterais. Essa área
deverá ser mantida com a temperatura de 24ºC, com a umidade relativa do ar de 40% e
60% e com vazão mínima de ar total de 12 m3/h/m2.

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A CME necessita estar situada próxima ao almoxarifado e à lavanderia, pois essas


unidades são essenciais para o funcionamento da CME, porque ambas as unidades são
responsáveis pelo suprimento de materiais. Na construção de pisos, tetos e paredes, os
materiais utilizados são isentos de material particulado ou fibroso na sua composição.
Os cerâmicos têm que apresentar um índice de absorção de água inferior a 4%. É proibido
o uso de cimento sem qualquer acréscimo de aditivo antiabsorvente, que é utilizado
como rejunte de peças cerâmicas, tanto em paredes quanto nos pisos (TEIXEIRA;
ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

Figura 13. Área de estoque de material esterilizado.

Fonte: www.enimed.com.br/portfolio.

O piso precisa estar sempre nivelado, ser construído à base de materiais que suportem
limpeza, umidade constante e agentes químicos de limpeza. As portas devem ser
confeccionadas com material resistente a impacto, abertura para respeitar o fluxo
direcional de serviço da CME. As bancadas não podem conter material poroso. O uso de
forro removível no teto só é permitido nas áreas administrativas. A área física precisa
estabelecer o fluxo unidirecional de material para evitar a contaminação de material
limpo (TEIXEIRA; ABRUCEIS; CICONHA, 2019).

25
REFERÊNCIAS

ACEM – Australasian College for Emergency Medicine. Emergency Department Design Guidelines,
Melbourne, 2014.

ACOSTA, A. M.; LIMA, M. A. D. da S. Frequent users of emergency services: associated factors and reasons
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ALBANO, A. M. G.; COSTA, R. G. R. A modernidade na arquitetura hospitalar: contribuições para


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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC 60601-1-6. Equipamento


eletromédico – Parte 1-6: Requisitos gerais para segurança básica e desempenho essencial – Norma
Colateral: Usabilidade. Rio de Janeiro, p. 129. 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR)IEC 60601-1-9. Equipamento


elétrico médico – Parte 1-9: Requisitos gerais para segurança básica e desempenho essencial – Norma
colateral: Requisitos para o design ambientalmente consciente. Rio de Janeiro, p. 129. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). (NBR) IEC 60601-1-2. Equipamento


eletromédico. Parte 1-2: Requisitos gerais para segurança básica e desempenho essencial – Norma
Colateral: Perturbações eletromagnéticas – Requisitos e ensaios. Rio de Janeiro, p. 94. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13206. Tubo de cobre leve,
médio e pesado, sem costura, para condução de fluidos – Requisitos: Referências. Rio de Janeiro, p. 22.
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Referências

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Referências

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