Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E DISPOSITIVOS MÉDICOS
UNIDADE IV
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS
AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO
E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Elaboração
Victor Hugo de Paula Flauzino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E
UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR........................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
GLICOSÍMETRO............................................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
DISPOSITIVOS DE INFUSÃO PARENTAL............................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 3
APARELHO DE PRESSÃO ARTERIAL NÃO INVASIVA...................................................................................................... 20
CAPÍTULO 4
VENTILADORES MECÂNICOS................................................................................................................................................. 26
CAPÍTULO 5
INSTRUMENTOS BIOMÉDICOS UTILIZADOS EM CASA............................................................................................... 39
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................50
INSTRUMENTOS E
DISPOSITIVOS RELACIONADOS
AO SISTEMA VASCULAR,
SISTEMA RESPIRATÓRIO
UNIDADE IV
E UTILIZADOS NO
ATENDIMENTO DOMICILIAR
CAPÍTULO 1
GLICOSÍMETRO
5
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Os testes mais específicos foram desenvolvidos para utilizar a glicose oxidase que
poderia ser impregnada em uma tira de papel seco. A reação da glicose com a glicose
oxidase produz peróxido de hidrogênio, que reagia com um precursor de corante incolor,
que, na presença do peróxido de hidrogênio, forma uma coloração visível a olho nu.
As primeiras tiras de teste eram baseadas em enzimas que exigiram a adição de urina
por um minuto posterior à lavagem da tira. A comparação visual da cor na tira de
teste com a cor de um gráfico era realizada para estimar a concentração de glicose.
No entanto, a medição da glicose na urina não era adequada, pois os fluidos fisiológicos
como suor, urina e lágrimas, possuem um nível de glicose menor que no sangue.
O sangue é composto por hemoglobina que pode interferir na medição da cor da tira
de teste. Para evitar a interferência, os glóbulos vermelhos eram alocados em uma
camada de celulose aplicada sobre a enzima de papel impregnado de corante em um
recipiente plástico para medir o nível de glicose no sangue, com o passar do tempo foi
desenvolvida uma tira de teste com filme homogêneo resistente à água que impedia
a penetração de glóbulos vermelhos nas tiras de teste e permitia fácil remoção ao
lavar. Ao longo de várias décadas as tiras foram melhoradas para eliminar a etapa de
lavagem/limpeza e medidores eletrônicos foram desenvolvidos para medir a cor.
As tiras de testes são criadas para favorecer a leitura óptica, e geralmente são construídas
com várias camadas que fornecem o suporte refletivo para análise e disseminação das
amostras. A função de suporte serve como base para o reagente seco e para realizar
a reflexão. Caso contrário, materiais insolúveis, refletivos ou dispersivos como TiO2,
BaSO4, MgO ou ZnO são adicionados à formulação de reagentes secos. A função de
disseminação deve dispersar rapidamente a amostra por toda a fita após a aplicação
do sangue e formar uma concentração uniforme na porção analítica para ativar a tira.
A maioria das tiras e membranas semipermeáveis são confeccionados por lã de fibra de
vidro para espalhar e separar o plasma do sangue (YANEZ, 2013).
A função analítica da tira é baseada em uma reação enzimática com glicose e reações que
ocasiona a mudança de coloração da fita. As fitas são produzidas com enzima estável,
mas ela pode sofrer deterioração como pH, temperatura, dano físico, solventes orgânicos
e várias outras ações ou agentes de desnaturação. A inativação adicional ocorre durante
o armazenamento do produto. Em geral, enzimas e outros reagentes são incorporados
6
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
7
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
da estrutura química, mas a energia dos elétrons no eletrodo sólido pode ser alterada por
meio da aplicação de uma tensão entre o eletrodo de trabalho e um segundo eletrodo.
A taxa da reação de transferência de elétrons entre o mediador e uma superfície do
eletrodo em funcionamento é dada pela equação Butler-Volmer. Quando o potencial
é grande o suficiente, o mediador atinge o eletrodo que reage rapidamente, e a reação
torna-se controlada por difusão (YANEZ, 2013).
A corrente de uma reação eletroquímica controlada por difusão irá decair com o tempo.
Isso significa que o sinal eletroquímico ocorre rapidamente e colore as reações de forma
intensa com o tempo. O método eletroquímico depende da medição da corrente da
transferência de elétrons entre o eletrodo e o mediador. No entanto, quando um potencial
é aplicado pela primeira vez ao eletrodo, os dois polos da molécula se alinharão com o
campo elétrico na superfície do eletrodo, fazendo com que uma corrente flua. Assim,
em curto prazo a corrente de carregamento interfere na medição analítica. Sensores
eletroquímicos geralmente aplicam um potencial à superfície do eletrodo e medem a
corrente após a corrente de carregamento ser deteriorada. Com pequenos volumes de
amostra, a análise colorimétrica pode ser utilizada para medir a corrente necessária
para o consumo de glicose.
Figura 23. Glicosímetro.
8
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
(GDH) que não reage com oxigênio e o mediador de quinina de fenoantrólina pode ser
oxidado a 0,2 V, que está abaixo do potencial de oxidação da maioria das substâncias
interferentes.
Um problema comum é manchar a tira com uma gota de sangue mais fina do que a
normal; quando isto ocorre, podem acontecer erros de leitura do aparelho. Muitas tiras
agora exigem que a gota de sangue seja aplicada ao final ou ao lado da faixa em que a
ação capilar é usada para preencher a tira. O enchimento parcial pode ser detectado de
forma eletrônica ou pela observação do preenchimento da tira com sangue. O pequeno
espaço capilar na tira eletroquímica requer apenas 300 nl de sangue.
As lancetas mais finas chegaram ao mercado com agulha nos tamanhos de 0,28 mm
a 0,31 mm. As lancetas são acopladas em dispositivo que possui sistema de mola para
lançar e retrai a agulha de forma automática. A profundidade que a agulha penetra a
pele é ajustável por meio de diversas configurações que o dispositivo possui em uma de
peça semelhante a uma ponta de caneta. Infelizmente, a alta quantidade de terminações
nervosas do dedo tornam o processo de coleta de sangue doloroso e alguns indivíduos
9
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
com diabetes não realizam o teste com tanta frequência quanto deveriam devido à dor
durante as coletas de amostra (YANEZ, 2013).
Um dispositivo local alternativo, o medidor que extrai e transfere sangue para a tira
de teste de forma automática. O dispositivo contém uma bomba de vácuo, acoplada a
lanceta com uma tira de teste que é automaticamente alocada sobre o local de coleta.
O vácuo desliga-se depois que o sangue é retirado e entra na tira para realizar a análise
do resultado.
10
CAPÍTULO 2
DISPOSITIVOS DE INFUSÃO PARENTAL
11
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Os meios mais simples para fornecer fluxo regulado de líquido emprega a gravidade
como a força motriz por meio de um dispositivo no formato de grampo para controlar a
resistência. Quando uma bolsa de líquido de 60 a 100 ml e suspensa acima do paciente
fornece um gradiente de pressão hidrostática Ph igual a 1,34 mmHg/cm de elevação.
A pressão das veias reduz minimamente o gradiente de pressão hidrostática para realizar
a infusão de medicamentos no sistema circulatório do paciente. O fluxo gravitacional
não pode ser usado para infusões arteriais, uma vez que a maior pressão vascular excede
a pressão hidrostática disponível.
12
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Os reguladores de fluxo mecânico estão nas maiorias dos sistemas de terapias intravenosas,
o uso mais comum para esses sistemas é a administração de fluidos e eletrólitos.
Bombas de infusão
» infusões neonatais;
A bomba de infusão enteral fornece medicamentos e dieta enteral para o trato digestivo do
paciente, possui controle preciso da quantidade de volume e do tempo que será infundido
13
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
ao longo do dia. O dispositivo que recebe estes fluidos podem ser sondas nasoenterais e
nasogástricas que estão alocadas no nariz do paciente ou por gastrostomia (estômago) ou
jejunostomia (intestino). A indicação das sondas depende das necessidades e condições
clínicas do paciente.
A bomba de PCA é utilizada em pacientes que estão com bastante dor e este dispositivo
é controlado pelo paciente e pode ser utilizado em casa ou nas instituições hospitalares.
A bomba de PCA administra medicamentos analgésicos para alívio da dor, a via de
administração geralmente é a intravenosa, mas existe cateter que administra a medicação
no espaço subdural, esta prática de analgesia é utilizada somente em hospitais. A bomba
de PCA pode ser programada para liberar a medicação de forma contínua ou quando o
paciente solicitar. Ela é indicada para pacientes em estágios avançados de câncer, pós-
operatório entre outras situações (CALIL, 2002).
14
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Controladores
15
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Bombas de seringa
A maioria das seringas é fabricada com plástico rígido e fornece precisão de ±5%. A taxa
de fluxo está ligada diretamente com a qualidade, o diâmetro e o tamanho da seringa.
Portanto, a seleção de uma seringa de menor volume fornece baixo volume a ser infundido.
Outros fatores que podem atrapalhar o desempenho de uma bomba de seringa são a folga
no trem de engrenagem e no acoplamento do eixo de tração, resistência para pressionar
o êmbolo causam imprecisões durante os estágios iniciais da infusão.
Uma vez que os volumes de seringa são menores do que os reservatórios utilizados
em outros dispositivos de infusão, as bombas de seringa, geralmente, fornecem
medicações para paciente com restrição a líquidos, com terapia de curta duração ou
ainda em recém-nascidos. As bombas de seringas, em geral, são melhores que outros
tipos de bombas.
16
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Bombas peristálticas
17
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Nas bombas de seringa, nas quais o coeficiente de atrito estático ocorre no embolo
contra a parede da seringa pode ser substancial, a detecção de oclusão pode exceder
1h em baixas taxas de fluxo. A medição direta e contínua da resistência ao fluxo pode
fornecer uma modalidade de monitoramento que supera as desvantagens dos sistemas
de alarme baseados em pressão, especialmente em baixas taxas de infusão. Tal sistema
18
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
» extravasamento de medicação;
» flebite, tromboflebite;
» equimose; e
» hematomas.
19
CAPÍTULO 3
APARELHO DE PRESSÃO ARTERIAL NÃO INVASIVA
O início da aferição do pulso arterial não invasivo começou em 1555 pelo cientista
polonês Strus em sua teoria o pulso emitido possuía o formato de onda. O médico
Italiano Scipone Riva-Rocci (1863-1937) inventou o primeiro aparelho para medir a
pressão arterial em 1986 e nomeou o instrumento como esfigmomanômetro, que vem
da palavra do Sphygmos, o qual significa pulso. Os aparelhos são semelhantes ao usados
atualmente, constituído por manguito com a função de inflar e desinflar e envolver todo
o braço do paciente, recipiente em formato de vidro com mercúrio e uma pera para
insuflar o ar no manguito. Rocci inseria a braçadeira perto da artéria aorta para exercer
pressão na artéria do braço no momento em que ocorre a perda do pulso por meio da
desinsuflação, o valor da coluna de mercúrio corresponde a pressão sistólica – naquela
época não existia aferição da pressão diastólica.
Dois tipos de métodos são utilizados para aferição de pressão arterial não invasiva:
dispositivos que verificam a pressão periodicamente e aqueles que a registram.
Os dispositivos fornecem a pressão sistólica e diastólica e, às vezes, o pulso. Esses valores
são coletados sobre diferentes batimentos cardíacos durante o curso de um minuto,
dependendo do aparelho.
20
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Princípio da PNI
Manguitos
O manguito deve transmitir a pressão com precisão até o tecido ao redor da artéria
braquial. A braçadeira do manguito deve ser adequada para a circunferência do braço
ou punho do paciente para que não ocorram erros na medição da pressão arterial.
Os fabricantes de manguitos fornecem uma gama de tamanhos de braçadeira desde o
uso pediátrico até adultos obesos.
21
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Método de Korotkoff
No caso da artéria temporal, uma cápsula de pressão é aplicada sobre a artéria na cabeça,
no lugar de um manguito oclusivo, para fornecer pressão externa. Essa abordagem
mostrou-se precisa e é aplicável a pilotos de corrida. A pressão vascular cerebral dos
pilotos, muitas vezes, cai em manobras de alta aceleração, de modo que a pressão da
artéria temporal possa monitorar a pressão dos pilotos em uma corrida.
Oscilométria
22
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
por manguito com sensor de pressão em linha. A pressão sanguínea é filtrada acima de
1 Hz para observar as oscilações à medida que o manguito se esvazia lentamente. As
oscilações máximas correspondem à pressão arterial máxima.
Oscilometria derivada
Dinâmica de pulso
O som Korotkoff, empregado para investigar o atraso dos batimentos que ocorrem na
braçadeira, foi calculado em relação ao pulso arterial proximal. Uma vez que a forma
de onda de pulso arterial era conhecida nesse cálculo, a curva de intervalo pressão-RK
pode ser comparada diretamente. A semelhança com um pulso arterial em ascensão era
aparente, mas algum desvio foi observado, particularmente na parte inicial da curva de
intervalo RK. O modelo indica que o pulso ocorre mais cedo e com ondas elevadas do
que a verdadeira forma da onda de pulso.
A pressão do manguito pode ser ajustada para igualar a pressão arterial, os vasos
estariam em constante estado de resistência vascular. Penaz em 1973 utilizou instrumento
mecânico para ajustar continuamente a pressão em uma parte dos dedos, o volume
vascular foi medido por meio da Photoplethysmography (uma técnica óptica simples e
de baixo custo que pode ser usada para detectar alterações no volume sanguíneo no leito
microvascular do tecido). Quando foi aplicado feedback, o volume vascular manteve-se
constante pulsante em níveis máximos e originou uma onda de pressão na câmara igual
à pressão arterial.
23
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Os instrumentos que utilizam esse princípio para aferir pressão é da empresa Finapres.
Esses instrumentos foram avaliados em comparação com gravações de pressão
intra-arterial. As medidas de pressão podem ser confiáveis. Porém, deve ficar claro
que o método Penaz emprega pressão dos dedos, que é um local vascular periférico.
Esse local está propenso a efeitos de reflexão de ondas de pulso e, portanto, é sensível
à resistência ao fluxo vascular. Esta técnica pode ser afetada pela temperatura da pele,
por drogas vasoativas e anestésicos. Além disso, devem ser esperadas diferenças medidas
de pressão (BRONZINO, 2006).
Sensores de pulso
Tonometria arterial
24
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
estresse de contato devido à pressão. O sensor não deve medir as tensões do atrito da
pele (atrito). O estresse de contato é igual em magnitude da pressão arterial.
Em resumo, a tonometria requer que o sensor de estresse de contato seja plano, mais
rígido que os tecidos e menor em relação ao diâmetro do vaso. A calibração adequada
pode ser alcançada por meio da monitorização e distribuição do contato (usando um
conjunto de sensores) ou o máximo em amplitude do pulso a ser medido. Uma série de
sensores foram fabricados eletronicamente para captar a pressão arterial, um exemplo
disso são os aparelhos de pressão de pulso (DYRO, 2004).
25
CAPÍTULO 4
VENTILADORES MECÂNICOS
26
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Mecânica pulmonar
A expiração consiste na saída do ar de forma passiva dos pulmões, que ocorre devido a
elasticidade dos pulmões, no momento em que a inspiração cessa, o acúmulo de energia
contrai as fibras que compõem os tecidos do pulmão e cria uma pressão positiva e o ar é
retirado para fora do corpo humano. Os níveis pressóricos do sistema respiratório são:
27
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
A pressão no sistema respiratório deve ser forte o suficiente para vencer os componentes
resistivos e elásticos do próprio sistema respiratório. As características resistivas e
elásticas definem a dinâmica de todo o sistema ventilatório. As características elásticas
permitem que a estrutura do corpo após ser deformado volte à forma original.
Os componentes elásticos do sistema respiratório são os seguintes:
28
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
» Resistência das vias aéreas: são as diferenças de pressões que ocorrem entre
os alvéolos e as cavidades nasais e oral pelo fluxo aéreo.
Ventiladores
São constituídos por um circuito flexível de respiração, aquecedor de gás, sistema de controle,
sensores, alarmes e monitores. Os ventiladores regulam a pressão de volume e o fluxo para
fornecer a pressão positiva durante a ventilação, assim como a fração do FIO2. O oxigênio e os gases
podem ser fornecidos por válvulas que são instaladas nos bicos de gases ou em cilindro (50 libras
por polegada quadrada, PSI), o fluxo de gás fornecido para o paciente é regulado por válvulas. Os
ventiladores reduzem a pressão inicial e regulam o volume ofertado para o paciente na respiração.
A mistura gasosa acontece no interior do equipamento ou no meio externo por misturador.
A forma que ocorre a junção dos gases depende da marca, do modelo e do fabricante dos ventiladores.
Os controles são utilizados para realizar a seleção dos parâmetros e as modalidades ventilatórias,
como: frequência respiratória, volume corrente, volume minuto, forma de onda, pico
de pressão e fluxo, valor da PEEP, períodos expiratório e inspiratório. Alguns modelos
possuem controle manual para ventilar o paciente sempre que necessário.
» concentração de oxigênio;
29
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
» taxa I:E;
» valor médio;
» pico;
Geralmente essas variáveis são apresentadas nas telas dos ventiladores para mostrar
as curvas de pressão, o fluxo e o volume para acompanhar a ventilação do paciente
(DYRO, 2004).
30
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Ventiladores portáteis
Os ventiladores portáteis (VP) podem ser usados por bastante tempo e são utilizados por
pacientes que não necessitam de cuidados críticos. São voltados também para pacientes
acometidos por doenças degenerativas, deficiências e traumas que os impedem de respirar
de forma espontânea. Os VPs são mais robustos que os VT e podem ser utilizados em
diversos ambientes com variações de temperatura. A maioria dos ventiladores portáteis
são fáceis de operar e não possuem controle complexo como os ventiladores de UTI, mas
em sua configuração apresentam alarmes, flexibilidade de programação e monitoramento.
Os ventiladores portáteis podem ser alimentados por bateria ou rede elétrica.
Ventilador adulto
Ventilador de transporte
31
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Os ventiladores são responsáveis por realizar a mistura gasosa para ventilar o paciente.
O ar é disponibilizado por meio dos seguintes dispositivos: circuitos, cânulas ou tubos
corrugados (possuem a finalidade de conduzir o ar para o paciente), nebulizadores,
aquecedores, umidificadores, filtros de bacterianos, válvulas reguladoras de pressão e
misturadores.
A alimentação dos ventiladores pode ser realizada por bateria ou rede elétrica, porém
a bateria deve ser utilizada por curto tempo, como a interrupção no fornecimento
de energia elétrica. A duração das baterias dos ventiladores pode variar conforme o
fabricante, se a bateria externa for removida é necessário que o ventilador esteja ligado
à rede elétrica para não desligar.
32
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
para o paciente, a pressão fica positiva e força o pulmão a receber a mistura gasosa,
nesse caso é importante que a via usada para a inspiração seja fechada para não escapar
o ar. Os alarmes do ventilador em hipótese alguma devem ser desabilitados, pois eles
detectam problemas que podem ocorrer durante o funcionamento do aparelho, como
pressão alta ou baixa, apneia, falta de gases, frequência respiratória alta ou baixa, perda
de energia, bloqueio no circuito respiratório ou bateria fraca.
Controles do ventilador
O ventilador deve fornecer o aporte necessário de oxigênio e, para isso acontecer, existem
diversos parâmetros que devem ser configurados, como: a duração da fase expiratória
e inspiratória, o volume de ar entregue, pressão positiva mantida no final da expiração
(PEEP) e o volume minuto desejado. Os circuitos de controle programam a forma que
o paciente será ventilado. Os ventiladores possuem os seguintes controles básicos: a
ventilação, a pressão e, ou volume, ou fluxo.
O fluxo possui a finalidade de ajustar o valor de pico do fluxo de ar que vai ser fornecido
para o paciente. A pressão deve ser ajustada para que o pico seja atingido. No sistema
fechado o gás, é conduzido até a PIP atingir o seu pico, e é desligado logo em seguida.
A válvula de exalação fica fechada durante todo o período inspiratório. Quando ocorre
vazamento, ocasiona um decréscimo no nível de pressão e o fluxo deve ser reiniciado
até atingir o valor do PIP desejado. O volume é responsável por ajustar a quantidade de
ar fornecida para o paciente. O ventilador possui outros controles como:
33
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
» Insuflar os pulmões.
» Esvaziar os pulmões.
» fase inspiratória;
» expiratória;
» transição inspiração-expiração;
» expiração-inspiração;
» platô inspiratório.
A fase inspiratória é estabelecida quando existe um fluxo gasoso inspiratório com gradiente
de pressão na entrada das vias aéreas e nos alvéolos, por meio de geradores de fluxo
34
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
O fluxo pode ser gerado por um pistão de impulsionamento rotativo que produz a
mesma função da válvula solenoide. Os geradores de pressão constante realizam a
sustentação da pressão uniforme durante todo o ciclo inspiratório, independentemente
das mudanças que possam ocorrer na resistência pulmonar. A pressão do ventilador
deve ser ajustada para ser igualada com a pressão máxima inspiratória para criar
o volume corrente. A saída de gás tende a diminuir no momento em que a medida
de pressão formada nas vias aéreas fica próxima da pressão de impulsão e produz o
padrão de desaceleração.
A transição que ocorre da fase inspiratória para expiratória possui três mecanismos que
terminam na fase inspiratória nos ventiladores. Este processo é chamado de disparo do
ventilador, e pode ser a tempo, a pressão ou a fluxo:
35
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
A fase expiratória é iniciada no momento em que válvula de exalação se abre para iniciar
a expiração mecânica. A pressão voltar rapidamente a referência após ser despressurizada
de forma gradual para fornecer resistência à expiração e gerar o retardo no fluxo de
gás para manter as vias aéreas (VA) abertas. No momento em que a VA permanece
pressurizada em níveis menores para disponibilizar a PEEP.
A PEEP pode ser obtida por meio da pressão residual que ocorre na válvula de exalação
na fase expiratória. No momento em que a pressão expiratória é igualada com a PEEP,
a expiração é interrompida e os pulmões ficam insuflados com pequeno volume de ar.
A transição da fase expiratória para inspiratória pode ser realizada por meio da ventilação
controlada, assistida, CPAP, ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV),
ventilação assistida controlada, minuto-mandatória (MMV), pressão de suporte (pressão
assistida), ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) e ventilação
mandatória intermitente (IMV).
36
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
37
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
38
CAPÍTULO 5
INSTRUMENTOS BIOMÉDICOS UTILIZADOS EM CASA
À medida que o sistema formal de saúde está cada vez mais lotado, os pacientes estão sendo
liberados de hospitais e outras unidades de saúde que ainda precisam de atendimento
para realizar o tratamento em casa. Como consequência, leigos, cuidadores e profissionais
utilizam uma ampla variedade de tecnologias, algumas delas bastante complexas, em
ambientes não institucionais para gerenciar sua própria saúde ou para auxiliar outras
pessoas que estão em tratamento. Essas tecnologias fornecem suporte para o cuidado
de doenças agudas e crônicas, mas também para a prevenção de enfermidade e melhora
no estilo de estilo de vida.
O tratamento dos pacientes fora do hospital é um desafio para as empresas que produzem
dispositivos médicos, pois a produção dos aparelhos deve apresentar design robusto,
seguro e prático para ser manuseado pelos familiares dos pacientes. Este capítulo
identificará alguns dispositivos médicos utilizados em casa e discutirá importantes
considerações no design associadas ao uso doméstico. Os dispositivos de saúde domiciliar
abrangem uma ampla variedade, classificada da seguinte forma:
39
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
» Kits de teste: kits utilizados para medir a presença de várias substâncias químicas
no sangue ou na urina.
Categorias Dispositivos
Equipamentos médicos permanentes Camas especiais, cadeiras de rodas e cadeira de banho
Absorventes de incontinência, estimuladores elétricos e bolsas de
Produtos para incontinência e ostomia
colostomia
Ventiladores portáteis, CPAP nasal, concentrador de oxigênio e
Equipamento respiratório
monitores de saturação
Bombas de Infusão de medicação e dieta enteral Bombas de Analgesia (PCA), insulina, enteral e de medicação
Dispositivos para o controle da dor e estimulação funcional Estimulação elétrica transcutânea e funcional
Fonte: Elaborada pelos autores, 2021.
40
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
41
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
O crescimento do home care no Brasil ainda passa por preconceito e falta de conhecimento
dos profissionais e da população, uma vez que ainda não ocorreu uma redução
correspondente na utilização hospitalar. No futuro, o aumento da assistência domiciliar
resultará na diminuição do uso de hospitais pela população e haverá áreas de crescimento
e consolidação na nova era da reforma da saúde.
Os dispositivos médicos que eram comuns apenas em hospitais, hoje são encontrados
em residências e são empregados para fornecer medicamentos ou primeiros socorros
a pacientes que precisam de suporte médico, mas que não precisam mais permanecer
em uma instituição hospitalar. Os equipamentos comuns utilizados na administração
de medicamentos incluem copos de dosagem para medição de medicação em forma
líquida (copinho do xarope) para o tratamento da tosse, e dispositivos de divisão para
reduzir o tamanho e a dosagem dos comprimidos.
42
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Os custos e aumentos dos serviços de saúde e das internações hospitalares bem como
a escassez de leito e de profissionais qualificados começaram a pressionar o sistema
de saúde para realizar a contenção de gastos. A assistência de saúde por home care
foi uma opção empregada para contornar o ambiente caótico. Consequentemente, a
complexidade dos dispositivos médicos utilizados fora das instituições de saúde por
diversas populações cresce constantemente. Os dispositivos complexos, como ventiladores,
bombas de infusão e máquinas de diálise são utilizados fora do hospital ou clínica,
muitas vezes por usuários leigos, embora muitos desses dispositivos não tenham sido
projetados para serem manipulados por pessoas não especializadas ou utilizados fora
das instituições de saúde.
Um dos problemas associados aos dispositivos médicos utilizados em casa é que muitas
vezes eles não são os mesmos modelos utilizados em ambientes formais de saúde.
Os dispositivos podem ser mais antigos ou de menor qualidade, e os profissionais que
precisam lidar com eles, seja em casa ou quando os pacientes os levam para a clínica ou
hospital, podem não estar familiarizados com esses equipamentos. Uma das maiores
preocupações dos fabricantes são os dispositivos abandonados ou antigos que foram
utilizados e substituídos nas instituições de saúde por versões mais recentes, mas que
estão migrando para dentro das residências porque estão disponíveis e são mais baratos,
mas não são produtos que foram projetados para uso domiciliar.
43
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
fornecer um desfecho clínico positivo; ser seguro e fácil de usar; e ser confiável.
Os dispositivos devem fornecer resultado clínico positivo, resolver o problema para o
qual foram destinados e fazer a diferença clínica na evolução do paciente. Os dispositivos
utilizados na assistência à saúde domiciliar devem ser confiáveis ou até mais seguros
do que os dispositivos utilizados nos hospitais.
Os dispositivos podem apresentar problemas conforme o uso, mas estes não podem
causar danos ao paciente, independentemente do uso do dispositivo. Os aparelhos
médicos devem ser seguros quando expostos a todas as condições ambientais típicas
e atípicas, enquanto o dispositivo é operado por diversas pessoas com vários níveis
educacionais, que vão desde profissionais até familiares sem treinamento. Por exemplo,
a bomba de infusão não deve ocasionar curto-circuito se cair água na caixa de controle
durante o banho no leito. A segurança dos dispositivos deve ser eficaz, mesmo quando
afeta significativamente o custo final do dispositivo para o consumidor. Questões que
abordam a segurança dos dispositivos devem ser discutidas na hora da fabricação, pois
podem trazer incômodos e desconforto para o paciente durante a utilização, exemplo:
os alarmes de oclusão e vazão podem ser acionados na bomba de infusão e soar um
alarme bastante incômodo para o paciente.
É muito importante que o designer final defina os recursos de segurança que podem
ser incluídos nos dispositivos com pouco ou nenhum custo extra; outros recursos de
segurança podem ser muito caros de implementar. Pode ser um incômodo para o paciente
usar um estimulador de controle de dor e ter o dispositivo desligado inadvertidamente
quando seu interruptor de ativação/desligamento sofre uma batida enquanto assiste
TV. Nesse caso, o paciente só experimenta uma sensação momentânea da dor até que
a unidade seja ligada novamente. Mas, existem casos em que o erro pode ocasionar
ferimentos ou morte – imagine se o mesmo paciente está dirigindo um automóvel,
se assusta quando sua unidade de controle de dor desliga inadvertidamente e acaba
causando um acidente de trânsito.
44
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
O dispositivo deve ser projetado para que ele seja usado, mas uma grande quantidade
de dinheiro está sendo gasta na compra de dispositivos de saúde para tratamento de
algumas doenças, mas os pacientes não os utilizam. Existem inúmeras razões para
isso acontecer, como: o dispositivo foi prescrito errado para resolver o problema do
paciente; o dispositivo funciona, mas tem muitos alarmes falsos; o dispositivo muitas
vezes não funciona corretamente, ou é complicado de usar ou difícil de operar ou muito
desconfortável de utilizar.
45
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
Na maioria das vezes, a confiabilidade pode ser projetada em um produto com pouco ou
nenhum custo extra na fabricação, e tudo o que pode ser feito sem aumentar custo na
fabricação para melhorar a confiabilidade e segurança deve ser feito. É muito importante,
no entanto, entender que o nível de confiabilidade adicional envolvendo custo extra é
necessário para a aceitação do produto. A confiabilidade pode ser sempre adicionada
por sistemas de backup duplicados. Dispositivos críticos que são implantados, como
marcapassos cardíacos, têm requisitos de confiabilidade muito maiores, pois envolvem
a segurança do paciente.
Alguns dispositivos médicos podem não ser seguros para todos os pacientes, mas os
fabricantes têm a responsabilidade de reconhecer e mitigar os riscos durante a utilização
destes aparelhos nas residências. Os riscos relacionados ao uso ocorrem por uma ou
mais das seguintes razões:
46
INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR | UNIDADE IV
Os dados incluem todos os relatórios de eventos adversos desde junho de 1993, relatórios
de usuários desde 1991, relatórios de distribuidores desde 1993 e relatórios do fabricante
desde agosto de 1996. Ao avaliar relatórios de eventos adversos de dispositivos no banco
de dados MAUDE, a FDA encontrou 1.059 eventos; os dispositivos envolvidos no maior
número de eventos foram:
» marcapasso;
» desfibrilador automático;
» andador mecânico;
» ventilador mecânico.
Observe que esta lista identifica os tipos de dispositivos que os profissionais tiveram
dificuldade de utilizar em casa; os usuários leigos não têm acesso a esses sistemas de
relatórios e não podem fornecer esse tipo de feedback à FDA. No caso das bombas de
infusão, o dispositivo é difícil de ser manuseado e solicita que operador tenha treinamento
sobre o dispositivo. Os três erros na utilização de bombas de infusão na administração
de medicamentos intravenosos são: erro no cálculo de dosagem, erro na entrada de
dados da prescrição médica e titulação errada da medicação. Para o uso doméstico,
os dois primeiros erros (ambos resultam em dosagem errada) são menos prováveis
se um profissional configurar a bomba quando ela entra pela primeira vez em casa. O
terceiro erro (medicação errada) é mais provável, especialmente se a pessoa que recebe
atendimento usa mais de um tipo de medicamento. O operador da bomba pode alterar
acidentalmente a taxa de infusão de medicamentos. Todos esses tipos de erros podem
ser fatais.
47
UNIDADE IV | INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS RELACIONADOS AO SISTEMA VASCULAR, SISTEMA RESPIRATÓRIO E UTILIZADOS NO ATENDIMENTO DOMICILIAR
uma hipoglicêmica. O relatório dizia que o usuário relatou ter dificuldades com a
manipulação da nova bomba de insulina.
Para minimizar a possibilidade de erros na utilização da bomba, é importante que ela exiba
claramente o tipo de droga e taxa de infusão. Se a bomba possui inteligência incorporada
e autoverificações (por exemplo, reconhecimento de código de barras, memória para
armazenamento de medicamentos, limites de dosagem e diretrizes de boas práticas),
ou transmite dados para uma unidade de saúde remota, a chance de erro é mínima.
48
PARA (NÃO) FINALIZAR
Esperamos que esta disciplina tenha colaborado para você entender melhor sobre os
instrumentos e dispositivos médicos. Continue em busca de novos conhecimentos, por
meio de estudos científicos, congressos e encontros acadêmicos da área da saúde e das
áreas que fazem a interface com a saúde, pois as oportunidades profissionais crescem
de maneira tão acelerada quanto o desenvolvimento das novas tecnologias.
49
REFERÊNCIAS
BRONZINO, J. D. Medical devices and Systems. Trinity College Hartford, Connecticut, U.S.A, 2006.
ENGENHARIA CLÍNICA ON-LINE. As origens dos biopotenciais. 2021. Disponível em: https://
www.engenhariaclinica.online/images/As origens dos Biopotenciais.jpg. Acesso em: 1o out. 2021.
50
Referências
ENGENHARIA CLÍNICA ON-LINE. Bomba de analgesia controlada por paciente (PCA). 2021.
Disponível em: https://www.engenhariaclinica.online/images/Bomba de analgesia controlada por paciente
(PCA).png. Acesso em: 1o out. 2021.
ENGENHARIA CLÍNICA ON-LINE. Aparelho de pressão digital. 2021. Disponível em: https://www.
engenhariaclinica.online/images/Aparelho de pressão digital.jpg. Acesso em: 1o out. 2021.
ENGENHARIA CLÍNICA ON-LINE. Os dispositivos de saúde domiciliar. 2021. Disponível em: https://
www.engenhariaclinica.online/images/Os dispositivos de saúde domiciliar.jpg. Acesso em: 1o out. 2021.
FARIA, L. R et al. Comparative analysis of glucemia levels with portable glygosimeter versus laboratory
dosage in adults and elderly. Research, Society and Development, v. 10, n. 5, p. e23210514934.
FERREIRA, M et al. Use of Automated External Defibrillators (AEDs) by Lay People in Prehospital
Care: An Integrative Literature Review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 7, p.
e36110715989, 2021.
51
Referências
MALDONADO, J. M. S. V.; MARQUES, A. B.; CRUZ, A. Telemedicina: desafios à sua difusão no Brasil.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 32 Sup 2:e00155615, 2016.
MIRANDA, P. H. Q et al. Biossensores para diagnóstico de doenças ocasionadas por vírus: uma revisão.
Hegemonia, Revista Eletrônica do Programa de Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e Violência/
Ciência Política do Centro Universitário Unieuro. Brasília, número 27 (Especial), 2019, pp. 105-127.
NARESH, V.; LEE, N. A Review on Biosensors and Recent Development of Nanostructured Materials-
Enabled Biosensors. Sensors 2021, 21, 1109. https://doi.org/10.3390/s21041109.
POLACHAN, K. et al. Human Body – Electrode Interfaces for Wide-Frequency Sensing and Communication:
A Review. Nanomaterials, 11, 2152, 2021.
SILVA, R.; NOGAROLI, R. Inteligência artificial na análise diagnóstica: benefícios, riscos e responsabilidade
do médico. Revista dos Tribunais, 2020.
SIVA, K et al. Cardiac Pacemakers: Function, Troubleshooting, and Management Part 1 of a 2-Part Series.
JACC vol. 69, n. 2, 2017.
52