Você está na página 1de 51

Noções básicas sobre

Calibração
SENAI Macaé

10/11/2021
Confiabilidade metrológica

A confiabilidade metrológica reflete a confiança ou uma


certeza nos resultado de testes, análise e medições. Para
tal é requerido procedimentos, rotinas e métodos
apropriados, semelhantes aos usados em controle da
qualidade, todos derivados de aplicações de técnicas
estatísticas e análise de erros.

2
Comprovação Metrológica

Conjunto de operações necessárias para garantir que


um instrumento esteja em condições de
conformidade com os requisitos para o uso
pretendido, como por exemplo:
• Calibração;
• Ajuste;
• Manutenção;

3
Calibração

É o conjunto de operações que estabelece, sob


condições especificadas, a relação entre os valores
indicados por um instrumento de medição ou sistema
de medição ou valores representados por uma medida
materializada ou um material de referência, e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidos
por padrões.

4
Calibração

Através de um procedimento experimental conhecido


por calibração é possível correlacionar os valores
indicados pelo sistema de medição e sua
correspondência com a grandeza sendo medida. O
resultado de uma calibração permite o
estabelecimento dos valores do mensurando para as
indicações e a determinação das correções a serem
aplicadas.

5
Padrões para calibração

É uma medida materializada, instrumento de medição,


material de referência ou sistema de medição destinado a
definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um
ou mais valores de uma grandeza para servir como
referência.

6
Padrões para calibração

Para que o valor da medição, indicado pelo sistema de


medição padrão, possa ser adotado como valor verdadeiro é
necessário que seus erros sejam sensivelmente menores que
os erros esperados do sistema de medição a ser calibrado.
Um regra prática e também econômica, pois quanto mais
exato é o padrão, mais caro ele é, para cada ponto de
calibração, o padrão deve apresentar uma incerteza menor
que um décimo da incerteza esperada pelo sistema de
medição a ser calibrado.

7
Padrões para calibração

Em resumo o Padrão fornece valor verdadeiro


convencional. Um Padrão deve ser:
• Disponível;
• Confiável (rastreado);
• Estável no tempo e no espaço;

8
Verificação

É uma calibração simplificada que visa testar se um


sistema de medição, ou medida materializada, está
em conformidade com uma dada especificação.

9
Ajuste

Operação complementar, normalmente efetuada após uma


calibração, quando o desempenho metrológico de um
sistema de medição não está em conformidade com os
padrões de comportamento esperados.
O ajuste visa levar um instrumento de medição a uma
condição de desempenho adequada ao seu uso e com
ausência de erros sistemáticos.
Após a operação de ajuste é necessário efetuar novamente
a calibração, visando conhecer o comportamento do sistema
de medição.

10
Manutenção

Manutenção é uma operação para restaurar a


função do instrumento, incluindo troca de peças
e componentes. É necessária quando:
• Programada;
• Requerida pelo operador;
• Instrumento não aceita ajuste;

Depois da manutenção, sempre deve haver a


calibração do instrumento

11
12
Calibração de uma balança
massa-padrão

100,000 100,00
± 0,002 g
comparação

102,40 g 102,40

sistema de medição a calibrar


13
Calibração de um bloco padrão

Comparação

Zerando BP a BP de
calibrar referência

-0,00025-
14
Métodos de calibração

Podemos ter dois tipos de calibração: Direta e


indireta. Vejamos as principais diferenças básicas
entres elas.

15
Métodos de calibração direta

Na calibração direta o mensurando é aplicado sobre o


sistema de medição por meio de medidas materializadas,
cada qual com seu valor verdadeiro conhecido. São
exemplos de medidas materializadas: blocos padrão, massas
padrão, etc. É necessário dispor de uma coleção de medidas
materializadas completa o suficiente para cobrir toda a
faixa de medição do instrumento. As indicações dos sistemas
de medição são confrontadas com cada valor verdadeiro e a
correção e sua incerteza são estimadas por meio de
medições repetitivas.

16
Métodos de calibração direta

17
Métodos de calibração direta

18
Métodos de calibração indireta

Na calibração indireta o mensurando é determinado


por meio de um dispositivo auxiliar, que atua
simultaneamente no sistema de medição a calibrar e
também no sistema de medição padrão.

19
Métodos de calibração indireta

20
Métodos de calibração indireta

21
Ambiente para calibração
Condições ambientais devem:
• Ser estabelecidas pelos procedimentos;
• Atender aos fabricantes dos instrumentos;
• Atender aos fabricantes dos padrões;
• Condições precisam ser controladas;

Laboratório de calibração
• Limpo;
• Sem vibração mecânica;
• Sem interferência eletromagnética;
• Temperatura controlada (entre 17ºC e 21ºC)
• Umidade relativa controlada (entre 35% e 55%)
22
Procedimento geral de
calibração

Um procedimento de calibração exige conhecimentos de


metrologia, domínio dos princípios e do funcionamento do
sistema de medição a calibrar, cuidado, atenção e bom
senso para execução de cada etapa.
Um procedimento deve ser documentado e seguir as
exigências de normas NBR/ISO e recomendações de
fabricantes.

23
ABNT NBR ISO/IEC 17025
A ISO/IEC 17025 é uma norma técnica
internacional, publicada pela International
Organization of Standardization (ISO) em
conjunto com a International
Electrotechnical Commission (IEC), que rege
os sistemas de gestão da qualidade para
laboratórios de ensaio e calibração.
No Brasil a publicação é feita pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e a
norma ganha o nome ABNT NBR ISO/IEC
17025.
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017

24
ABNT NBR ISO/IEC 17025

A norma foi desenvolvida com o objetivo de disseminar a


confiabilidade para a operação de laboratórios de
metrologia. Além disso, contém requisitos rigorosos, de
modo que tais laboratórios possam operam
competentemente e capazes de produzirem resultados
válidos.

25
Exemplo de procedimento geral
de calibração
1. Definição das informações geradas: A calibração poderá ser
realizada em diferentes níveis de abrangência.
2. Identificação do sistema de medição a calibrar: É
fundamental conhecer as características metrológicas e
operacionais;
3. Seleção do sistema de medição padrão: baseado nas etapas
anteriores selecionar o padrão apropriado (incerteza e faixa
de medição);
4. Preparação para o procedimento(planejamento, estudo do
sistema de medição padrão, coleta de dados, montagem);
5. Execução do procedimento;
6. Processamento e Documentação dos dados (cálculos, tabelas
e gráficos);
7. Análise dos resultados;
8. Certificado de calibração;
26
Seleção de Padrão de Calibração

Qual a grandeza e a unidade do mensurando?


Qual o principio de medição mais adequado?
Qual a resolução mais adequada para que o
instrumento seja capaz de discriminar as variações do
processo?
A incerteza total do processo é consistente com as
minhas necessidades de medição?

27
Resultado da Calibração
Podem determinar:
• Valor do mensurando.
• Correções a serem aplicadas no SM.
• Efeitos das grandezas de influência.
• Comportamento em condições especiais ou adversas.
São sempre apresentados na forma de um relatório e/ou um
certificado.

28
Resultado da Calibração
O resultado da calibração é registrado em um documento
específico denominado certificado de calibração.
Tal documento apresenta várias informações sobre o
desempenho do sistema de medição analisado e descreve
claramente os procedimentos realizados. É comum possuir
tabela ou gráfico, contendo para cada ponto medido ao
longo da faixa de medição as estimativas da correção a ser
aplicada e estimativa da incerteza associada a correção.
Em função dos resultados obtidos o desempenho do sistema
de medição pode ser comparado com especificações de uma
norma técnica e um parecer de conformidade pode ser
emitido.

29
Certificado de Calibração:
informações recomendadas
• Descrição individual do sistema de medição a calibrar;
• Data da calibração;
• Resultados obtidos e ajustes realizados;
• Identificação do procedimento utilizado;
• Identificação do sistema de medição padrão (data,
rastreado, incerteza);
• Condições ambientais relevantes;
• Declaração das incertezas envolvidas;
• Detalhes sobre manutenções, ajustes, reparos ou
modificações realizadas;
• Identificação e assinaturas do signatários responsáveis;
• Identificação do certificado (número de série);

30
Resultado da Calibração
• A Norma ABNT NBR ISO 10012:2004 especifica requisitos
genéricos e fornece orientação para a gestão de
processos de medição e comprovação metrológica de
equipamento de medição usado para dar suporte e
demonstrar conformidade com requisitos metrológicos.

• Ela especifica requisitos de gestão da qualidade de um


sistema de gestão de medição que pode ser usado por
uma organização que executa medições como parte de
um sistema de gestão global, e para assegurar que os
requisitos metrológicos são atendidos.

31
Frequência de Calibração
Os instrumentos devem ser submetidos à confirmação
metrológica em intervalos prescritos ou antes do uso. Estes
intervalos são comumente chamados de periodicidade ou
frequência de calibração.

32
Frequência de Calibração
• Em geral não se usa uma única regra para a escolha da
frequência de calibração. Esta escolha é comumente
tomada em função de experiências do metrologista ou
de outras empresas. Mas certos fatores podem ser
considerados, tais como:
• Recomendações do fabricante;
• Frequência de utilização;
• Contexto industrial;
• Grau de exatidão e criticidade da medida a ser
efetuada;
• Políticas de Gestão da Qualidade da Empresa (ABNT
NBR ISO 9000:2015);
• Regulamentos ou normas governamentais;

33
Frequência de Calibração

34
Hierarquia metrológica
Um único laboratório mestre não tem
condições de atender a todos os
interessados, o que indica que um serviço de
harmonização é bastante complexo, tanto
mais quanto mais refinada for a medição.
A hierarquia metrológica define um
laboratório mestre, primário, que indicará os
laboratórios compatibilizados com ele, fato
que garantirá uma confiabilidade
metrológica mais distribuída.
Tais laboratórios, por sua vez, efetuarão
serviços de compatibilização para terceiros,
garantindo a referência a valores desse
laboratório.

35
Hierarquia do sistema metrológico

36
Rastreabilidade

Rastreabilidade é o princípio em que a


incerteza de um padrão é medida contra um
padrão superior, permitindo que a incerteza
do instrumento seja certificada.
Em outras palavras...
É a propriedade do resultado de uma
medição, ou do valor de um padrão, estar
relacionado a referências estabelecidas,
geralmente padrões nacionais ou
internacionais, através de uma cadeia
contínua de comparações, todas tendo
incertezas estabelecidas.

37
Rastreabilidade
definições das
unidades do SI

PPPP ± 0,000005 mm
1/10
PPP ± 0,00005 mm
1/10
PP ± 0,0005 mm
1/10
P ± 0,005 mm
1/10
SM ± 0,05
38
mm
Sistema Metrológico Brasileiro
Sistema Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial

SINMETRO

Órgão normativo Órgão executivo


CONMETRO INMETRO

Conselho Nacional de Metrologia, Instituto Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial Normalização e Qualidade Industrial

39
Sistema Metrológico Brasileiro

40
Áreas da Metrologia
INMETRO

Metrologia Científica Metrologia Industrial Metrologia Legal

Trata dos padrões de medição internacionais e


nacionais, dos instrumentos laboratoriais e das
pesquisas e metodologias científicas relacionadas
ao mais alto nível de qualidade metrológica.

Trata da aplicação da metrologia no controle dos


processos produtivos na garantia da qualidade dos
produtos finais.

Trata da proteção ao consumidor em relação às


unidades de medida, métodos e instrumentos de
medição, de acordo com as exigências técnicas e
legais obrigatórias.
41
Inmetro
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia - Inmetro - é uma autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Economia, que atua
como Secretaria Executiva do Conselho Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro), colegiado interministerial, que é o
órgão normativo do Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Sinmetro).
Objetivando integrar uma estrutura sistêmica
articulada, o Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro
foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro
de 1973, cabendo a este último substituir o então
Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e
ampliar significativamente o seu raio de atuação a
serviço da sociedade brasileira.

42
Inmetro: competências e atribuições

Dentre as muitas competências e atribuições


do Inmetro podemos citar:
• executar as políticas nacionais de
metrologia e da qualidade;
• verificar e fiscalizar a observância das
normas técnicas e legais, no que se refere
às unidades de medida, métodos de
medição, medidas materializadas,
instrumentos de medição e produtos pré-
medidos;

43
Inmetro: competências e atribuições

• manter e conservar os padrões das


unidades de medida, assim como
implantar e manter a cadeia de
rastreabilidade dos padrões das unidades
de medida no País, de forma a torná-las
harmônicas internamente e compatíveis
no plano internacional, visando a sua
aceitação universal e a sua utilização com
vistas à qualidade de bens e serviços;

44
Inmetro: competências e atribuições

• planejar e executar as atividades de


Acreditação de Laboratórios de Calibração
e de Ensaios, de provedores de ensaios de
proficiência, de Organismos de Avaliação
da Conformidade e de outros necessários
ao desenvolvimento da infraestrutura de
serviços tecnológicos no País;

45
Rede Brasileira de Calibração (RBC)

A RBC foi criada em 1980 e é constituída por


laboratórios acreditados pela CGCRE
(Coordenação Geral de Acreditação do
Inmetro) que realiza a acreditação de
organismos de avaliação da conformidade
segundo os requisitos da norma NBR ISO/IEC
17025.
A RBC congrega competências técnicas e
capacitações vinculadas a indústrias,
universidades e institutos tecnológicos,
habilitados para a realização de serviços de
calibração.

46
Rede Brasileira de Calibração (RBC)
A Rede Brasileira de Calibração - RBC, é formada
por laboratórios credenciados pelo INMETRO e
constitui o elo de ligação entre as comunidades
industrial, tecnológica e científica.
Um laboratório para ser credenciado deve
satisfazer e manter uma série de requisitos de
credibilidade no que se refere á qualidade dos
serviços a serem prestados.
A avaliação desta credibilidade é feita por técnicos
do INMETRO de acordo com normas.
O INMETRO realiza, em princípio, duas auditorias
por ano para verificar se as condições que deram
origem ao credenciamento estão sendo mantidas.
Credenciamento INMETRO

47
Rede Brasileira de Calibração (RBC)
Por exemplo, um certificado de calibração só
é válido se emitido por um laboratório que
pertença a RBC.
Um certificado de calibração deve ser dotado
da capacidade de rastreabilidade, que é
obtido caso o laboratório pertença a Rede
Brasileira Calibração, que é acreditada e
certificada junto ao INMETRO.

48
Saiba mais na web!

Inmetro: https://www4.inmetro.gov.br/

Sistema de Consulta aos Escopos de Acreditação dos Laboratórios de


Calibração Acreditados (Rede Brasileira de Calibração - RBC):
http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rbc/index.asp

49
Slides na versão preliminar. Sujeito a revisões e alterações.

50

Você também pode gostar