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A Sociologia:
A Sociologia da Empresa e das Organizações: é o estudo das relações entre os trabalhadores dentro
da própria empresa e entre as diferentes empresas no mercado atualmente.
Isso significa que os fatos sociais são gerais, coercitivos e exteriores, ou seja, eles apresentam-se como regras
gerais no modo de agir dos sujeitos de uma sociedade, são exteriores ao sujeito, e são coercitivos na medida em que
atuam como forças em cima dos indivíduos. Nesse sentido, o fato social é verificado e não pode ser modificado
pela ação individual, pois há uma força exterior (a consciência coletiva) que o molda.
Características:
3º As características exteriores devem ser o mais objetivas possíveis. Como fazê-lo? Abordar os factos
pelo lado em que se apresentam isolados das suas manifestações individuais.
Correlação – Trata-se da associação entre duas variáveis. Em alguns casos, essa associação pode
implicar dependência, mas existem exceções, logo nem sempre podemos afirmar que correlação implica
causalidade.
O sociólogo pratica um tipo especial de abstração para compreender a sociedade (um grande
complexo de relações humanas, ou seja, um sistema de interações, inter-relações e de
reciprocidades);
A conversa entre dois homens numa esquina não fazem uma «sociedade», mas o produto da
conserva é social - A sociedade consiste num complexo de tais factos sociais;
O que é então o social? É o resultado da ação humana, quando as pessoas orientam as suas
ações umas para as outras (M. Weber). Os significados, as expectativas e as condutas que
resultam dessa orientação mútua são o material da análise sociológica;
O sociólogo olha esses mesmos fenómenos de um modo diferente - pratica um tipo especial de
abstração… ele procura «ver para além das fachadas» das estruturas sociais;
Vocação desmistificadora da investigação sociológica (causalidade e correlação);
A construção e a reprodução da sociedade.
Trabalho de Campo/Etnografia
2- O indivíduo não nasce membro da sociedade, pois vamos sendo transformados pela sociedade;
Socialização primária
Impactante e condicionante;
Todos nascemos numa estrutura social objetiva, mas
também num mundo social objetivo;
A realidade advém da própria localização do indivíduo
na estrutura social e das suas idiossincrasias (maneira
de agir da pessoa);
O mundo social é uma filtragem (Ex: crianças das classes inferiores absorvem a perspetiva de
classe baixa sobre o mundo e a perceção desta perspetiva que lhe é transmitida pelos pais);
Mais do que pura aprendizagem cognitiva; ligação emocional com outros significados;
Interiorização (tornar seu);
Mecanismo integrativo e identitário: a atribuição de um lugar específico no mundo;
“Eu sou o Vasco” como apropriação subjetiva da identidade e subjetiva do mundo social;
A sociedade fornece ao indivíduo um leque predefinido de significantes;
Papel da linguagem (interiorização) e o acesso a esquemas motivacionais e interpretativos;
A socialização primária corresponde à construção do primeiro mundo do indivíduo;
A socialização primária é afetada também pelo património de conhecimentos a ser transmitidos e
termina quando o conceito do “outro” ficou estabelecido no indivíduo - se “o outro” ficou
estabelecido, “o eu” ficou integrado;
Através da socialização primária o indivíduo torna-se membro da sociedade e dotado de uma
personalidade e de um mundo.
Socialização Secundária
é utilizado por Durkheim para significar as disposições adquiridas pela criança no decurso
da sua educação ou socialização.
- remete para a aprendizagem dos modelos de conduta, dos modos de perceção e de pensamento,
adquiridos durante a socialização (a instituição escolar tem um papel importante nesta aprendizagem);
Empresas Organizacionais - que interligações entre diferentes campos de produção social (simbólico e
económico)?
Os “bens simbólicos" ou os produtos materiais dos intelectuais e artistas estiveram sempre sob a alçada das
classe altas e da Igreja, mas com o florescimento da esfera económica pública, a crescente diversidade
social e o aumento de produtores de bens simbólicos, verificou-se um aumento na autonomia dos artistas,
que assim passaram a esquivar-se ao controle do Estado e das instituições religiosas;
Apesar dos intelectuais e artistas conseguirem livrar-se das exigências da Igreja e do Estado, a maioria é
controlada pela economia de mercado e pelas suas exigências em relação aos bens que produzem;
Assim, existem dois campos de produção : "o campo de produção restrita" que produz bens especializados
para e por especialistas e "campo de produção cultural em larga escala" que produz bens para o público em
geral;
O “campo de produção restrita” torna-se separado e isolado do público em geral, baseando-se nos críticos
que tornam-se numa parte vital do sistema de produção. Os críticos, de acordo com Bourdieu, fornecem
"uma interpretação ‘criativa’ em benefício dos 'criadores‘ ”;
Portanto, a produção de obras ou de arte elitista decorre de um sistema fechado. Essas obras consideradas
mais valiosas pelos críticos são aquelas que expressam mais plenamente a prática crítica de cada campo
específico e deste modo os produtores destes "bens simbólicos" reconhecem e defendem o discurso dos
críticos daquelas disciplinas;
A função normativa da Igreja na era pré-Iluminismo apenas foi substituída por outras instituições. Bourdieu
assinala a importância das instituições de ensino e dos museus. No entanto, muitas vezes destas instituições
encontram-se sob o controlo de outros poderes (Estado);
Bourdieu também analisa a relação entre midbrow art e highbrow art. Observa que o valor da primeira é
determinado pelas massas em vez de um campo de especialistas, embora existam pontos de contacto entre
estes dois tipos de bens simbólicos. A midbrow art tipicamente corrobora a ideologia da burguesia
dominante; permanece socialmente conservadora e evita o envolvimento político sério;
A midbrow art define-se por relação à arte highbrow art e geralmente legitima-se em função do passado da
produção artística.
Bourdieu assinala a existência de uma hierarquia dentro de relações de produção intelectual e artística e
"todas as relações entre os agentes e instituições de difusão ou de consagração são mediadas pela estrutura
do campo“;
A receção crítica de ideias específicas ou obras é sempre um juízo coletivo ao invés de uma crítica individual
devido as posições do artista e do crítico dentro do sistema fechado de cada campo;
As teorias e os métodos são apenas estratégias que protegem ou derrubam as práticas simbólicas
dominantes de cada campo.
A Empresa: é um espaço sociológico, criador e dependente das relações sociais. Não é apenas
um espaço de coordenação, é um espaço onde se estabelecem laços particulares, envolvendo a
coordenação, mas que também promove e depende de identidades, acordos e interesses
comuns/partilhados e é muito mais do que um espaço produtivo.
Elementos da Organização:
reconhecimento mútuo;
sentido de comunidade;
relações específicas entre membros;
conflito;
violência do conflito;
poder;
estratificação;
espaço de cooperação.
Organização
O que quer dizer “a empresa como objeto de estudo em si próprio”? - É um lugar social
suficientemente autónomo para influenciar o sistema social global - A empresa é a sede da
produção de identidade, cultura e mudança.
Capitalismo como sistema dominante fez da empresa uma instituição central do Capitalismo; temas
apelativos (cultura de empresa, políticas de integração e de
mobilização dos trabalhadores) reforçaram a ideia da Afirmação da empresa como OBJETO
empresa como laço/elo do sistema; a emergência da SOCIOLÓGICO
empresa como criação social autónoma
Reconciliação empresa/sociedade;
Da Sociologia do Trabalho à Sociologia das
Organizações (Crozier e Friedberg);
A afirmação da Sociologia da Empresa: combinação
trabalho/organização.
Novo olhar :
- A empresa é um espaço onde se estabelecem laços particulares, envolvendo a coordenação, mas que
também promove e depende de identidades, acordos e interesses comuns/partilhados
im, mas… os economistas podem fornecer a análise das condições de mercado e disponibilidade de
recursos que permitem os arranjos; …os juristas podem indicar as formas legais de atividades; …os
gestores dirigirão a implementação das ferramentas de trabalho e as decisões estratégicas. E os
sociólogos? Face à empresa? Tratarão das implicações dos quadro sociais de referência nesses espaços.
O trabalho tem impacto na formação das estruturas e dos padrões coletivos; as estruturas e padrões
coletivos condicionam as identidades
Funcionamento dos indivíduos por esforço repetitivo; monotonia de tarefas e dificuldade em comunicar;
forte sentimento de solidariedade e camaradagem; complexidade de interesses e de opiniões relacionadas
com os critérios da idade… vivem em estado de revolta com os seus superiores – Sainsaulieu utiliza o
termo condicionalismo para traduzir a sensação de esmagamento e asfixia que vivenciou na fábrica.
A empresa tornou-se num lugar para o acesso à linguagem, quanto mais se desce na hierarquia e nas
qualificações, maior o reconhecimento do valor da palavra. O objetivo é defender os seus interesses num
contexto de cooperação total
Engenheiros e trabalhadores - jovens, com espírito para o trabalho e empresa, caracterizam-se pela
mobilidade social e profissional; local de trabalho é visto como um local de relações tensas; vivem o
conflito com a ansiedade; poder do trabalho está relacionado com o know-how profissional, só que
temporário (lugar/poder instável); cultura comum baseada na valorização do esforço individual; afinidade
com pequenos grupos – espírito de camaradagem.
4. Os quadros
Comunidade dos executivos; posiciona-se entre os trabalhadores e patrões, grupo autónomo que
persegue interesses próprios; provenientes da burguesia; posição do quadro podem ser invejadas devido
à relação ao acesso ao poder e à independência e autonomia; posição do quadro pode ser rejeitada
devido à negociação permanente e ao risco de perder poder face aos outros
Paradoxo das corporações : “uma instituição que cria riquezas, mas também causa muito mal ”. Uma
empresa “por fora” pode aparentar bem sucedida quando na realidade existe uma imensa crise de
confiança no mercado ou um excesso de desconfiança (“maçãs podres”, por fora aparentam bem, mas por
dentro estão estragadas).
Corporação é uma identidade que opera legalmente como uma pessoa jurídica, com características de
uma pessoa imortal. Não são pessoas normais, mas sim pessoas especiais, vistos como membros
constitutivos da sociedade, sem consciência moral, centradas apenas em maximizar o lucro a curto prazo.
Atualmente, as corporações estão apenas preocupadas com os seus acionistas, a crescerem e a serem o
mais lucrativas possíveis, maximizando o seu lucro. Existem empresas que ajudam a comunidade,
produzindo bens e serviços que nos são úteis para melhorar as nossas vidas, mas as mesmas são
obrigadas a pôr os seus próprios interesses acima de tudo, até mesmo do bem público , o que interessa é
o lucro.
Externalidades – efeito de duas pessoas sobre uma outra que não participa na transação. Estas tiveram
origem quando as corporações deixaram que mais alguém lidasse com os problemas, enquanto que outro
alguém pagava pelo seu impacto.