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RESUMO 2

GEMP – Fatec Tatuí: 2º semestre


Sociologia das Organizações
Fundamentos de Sociologia: autores clássicos

Durkheim e Weber
OBJETIVOS DA AULA
 Émili Durkheim e Max Weber:
 Principais conceitos e contribuições.
 Conclusão autores clássicos.
Émili Durkheim – 1858/1917
O autor:
 Considerado por muitos como
sendo o criador da sociologia.
 Desenvolveu o método e definiu
o objeto de estudo sociológico.
 Contribuiu definitivamente para a
consolidação.
 Pensador Francês, extremamente
detalhista em suas obras.
 Verificava as teorias anteriores e
derrubava os argumentos, para
depois apontar seus pensamentos.
 Possuidor de um conhecimento
muito aprofundado e muito amplo.
Principais Obras:

 A divisão do trabalho social (1893)


 As regras do método sociológico (1894)
 O suicídio (1897)
 Formas elementares da vida Religiosa
(1912)
O Método em Durkheim…
 Parte do principio que existe uma relação
de determinação da sociedade sobre o
indivíduo.

 O indivíduo seria um “produto” da


sociedade.

 Toda a abordagem partindo desse


princípio.
Estrutural… funcional…
 Desenvolveu uma metodologia
semelhante das utilizadas pelas ciências
naturais ( já consolidadas e reconhecidas).

 Identifica que existiram certas estruturas


no meio social que a embasariam, dando-
lhe sustentação.

 “esqueleto”
 Essa estrutura de parentesco, das
instituições, as hierarquias, etc, deveriam
ser conhecidas para que se pudesse
compreender o funcionamento social.

 Além dessa perspectiva, o autor ainda


parte da ideia que deveriam ser
conhecidas as funções dessas instituições
no meio social.
 Compara a sociedade como um
organismo vivo, onde o bom
funcionamento do todo está vinculado ao
funcionamento de cada uma de suas
partes.
 Exemplo: se apenas um de nossos órgãos
ou mesmo qualquer parte do nosso
corpo não estiver saudável, o conjunto
todo será prejudicado.
 O mesmo ocorreria na sociedade.
Composta por várias instituições, cada
uma com suas funções específicas, quando
ocorre o mal funcionamento de uma
delas, o conjunto social acaba prejudicado.

 Exemplo: quando o Estado não cumpre de


maneira adequada suas funções, acaba
gerando um processo de
comprometimento do funcionamento de
toda a sociedade.
A mesma coisa nas empresas…
 Dentro de uma empresa, podemos
observar uma série de estruturas, setores
e departamentos, cada uma com funções
específicas.

 De nada adianta um sistema de logística


super eficiente, se o processo de
produção não for capaz de suprir as
necessidades.
 O mesmo em relação às vendas. Não
adiantaria nada uma empresa possuir uma
enorme capacidade produtiva, se o
departamento de vendas não fosse
competente para colocar seus produtos
no mercado consumidor.

 O bom funcionamento do todo está


vinculado ao funcionamento adequado de
cada uma de suas partes.
Estado

moral educação

BOM

saude economia
Estado

moral educação

Ruim
saúde Economia
FATO SOCIAL

 Seria o objeto de estudo da


sociologia:
 A definição do que pode ou não
pode ser analisado do ponto de vista
sociológico.
 Nas palavras do autor:
 “É fato social toda maneira de fazer,
fixada ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção
exterior; ou ainda, toda maneira de
fazer que é geral na extensão de
uma sociedade dada e, ao mesmo
tempo, possui uma existência
própria, independente de suas
manifestações individuais”
(DURKHEIM, E. As regras do
método sociológico. São Paulo,
Martins Fontes, 1999).
características do fato social:
 Deve ser externo ao indivíduo: em outras
palavras, ser resultado da ação da sociedade
sobre o indivíduo.
 Deve ser geral: deve ser algo que apresente
uma regularidade, uma frequência dentro do
cenário social, não podendo ser analisados
sociologicamente acontecimentos esporádicos.
 Não depende da vontade individual: nesse
sentido podemos observar que um fato social
nunca será dependente das vontades individuais,
de maneira isolada, por si só, não é capaz de
influenciar ou alterar a força coletiva.
 Depois de identificar um fato social, ele
deve ser tratado como uma “COISA”, ou
seja, com total neutralidade.
Conceitos
 Divisão do Trabalho Social
 O que leva os indivíduos a
conviverem em sociedade?
 Por que não vivem isoladamente?
 Segundo o autor, a divisão do trabalho
social seria o elemento responsável...
 Seria a maneira com que os indivíduos de
uma sociedade se organizariam para a
realização das atividades necessárias à sua
sobrevivência.
 A partir dessa ideia, chegaríamos à noção
de SOLIDARIEDADE SOCIAL.
 Diferente “solidário”
•Essa Solidariedade, seria o elemento que
consolidaria a sociedade, chamado de
“cimento” social pelo autor.
•Para chegar à formulação de solidariedade
social, Durkheim analisa alguns elementos:
•Divisão do trabalho
•Consciência Coletiva

A combinação desses elementos


determinaria o fator de coesão social.
Consciência Individual
 Aquela que é particular, específica de cada
um, não possuindo capacidade de
influenciar a consciência coletiva.

 Aspectos específicos, não


necessariamente compartilhado entre os
indivíduos do grupo social.
Consciência Coletiva
 Por consciência coletiva podemos
entender como sendo o conjunto de
crenças e dos sentimentos comuns à
média dos membros de uma mesma
sociedade, formando um sistema que
possui vida própria,
independentemente das manifestações
individuais, apresentando uma
natureza diferente das consciências
individuais, possuindo uma capacidade
de agir sobre elas.
 Seria muito mais do que a simples
somatória das consciências individuais.

 O povo brasileiro… muito mais do que


apenas a soma de cada um dos indivíduos.
Exemplos:
 Futebol “seleção”
 Religião
 Fatos que chocam a sociedade…
Os Tipos de Solidariedade
 MECÂNICA
 Presente nas sociedades simples:
 Possui pouca divisão do trabalho, as
atividades são realizadas coletivamente.
 Consciência coletiva muito forte.
 Sociedades muito simples.

O que permitiria a convivência dos


indivíduos seria semelhança.
•ORGÂNICA:
•Muita divisão do trabalho, atividades
realizadas de maneira individualizada.
•Consciência coletiva muito fraca.
•Sociedades complexas...Atual

•O que permite que as pessoas


convivam seriam as diferenças.
•Quanto mais as pessoas são autônomas
entre si, mais elas são interdependentes.
Como assim?
 Quanto mais somos autônomos no que
fazemos, mais nos tornamos dependentes
dos demais indivíduos no meio social.
 Gera uma interdependência entre os
indivíduos.

 Isso obriga, mesmo sendo diferentes, que


convivam de modo coletivo.
O que gerou a passagem?

Solidariedade Solidariedade
Mecânica Orgânica
Vários aspectos…
 A principal explicação…

 CAPITALISMO
 Estímulo à individualidade,
competitividade.
 Alienação
 Visão predominantemente econômica.
 As duas formas de sociedade podem
existir simultaneamente na mesma
sociedade, porém, havendo a
predominância de uma sobre a outra.
MAX WEBER – 1864 à 1920
• Pensador alemão
• Extremamente racional, chegando a ser
considerado pessimista.
• Militar, vivenciou uma guerra, vendo do
que os seres humanos são capazes.
• Muito difícil compreensão... Muitas vezes
recorremos aos comentadores...
 Ao lado de Durkheim, foi o grande
responsável pela consolidação da
sociologia como ciência.
 Fez estudos relacionados à religião,
economia e a política.
 PRINCIPAIS OBRAS:
 A ética protestante e o espírito do
capitalismo. (1904)
 Ensaios sobre algumas categorias da
sociologia compreensiva. (1913)
 Política e Ciências: duas vocações. (1918)
 Economia e Sociedade.(1922) publicado
postumamente.
Método em Weber
 Possuindo um enfoque totalmente
diferenciado de Durkheim, o foco
analítico de Weber está voltado para o
indivíduo.

 Leva em consideração a necessidade da


compreensão do individuo no meio social
para que se torne possível a percepção da
sociedade.
Método Compreensivo.
 Para Weber, a Sociologia deveria buscar a
compreensão das intencionalidades que
os indivíduos possuem quando interagem
no meio social.

 Na visão do autor, os seres humanos


somente agiriam motivados por
interesses, suas ações sempre possuiriam
uma intensão pré estabelecida.
 Essa perspectiva “radical” sempre foi
criticada.

 Os seres humanos sempre estariam


“calculando” os resultados ou “ganhos”
de suas ações em relação aos demais
indivíduos.

 “custo-benefício”
 Não haveria “bondade”, “caridade”, “amor
incondicional”

 Exemplos:
 Namorado X Namorada
 Empresa X Funcionário
 Pais X Filhos
 Boas ações…
AÇÃO SOCIAL
 Objeto de estudo para Weber.

 “Por ação social (incluindo a omissão


e a tolerância) entendemos sempre um
comportamento compreensível com
relação a objetos, isto é um
comportamento especificado ou
caracterizado por um sentido
(subjetivo)” real “ou” mental”, mesmo
que ele não seja percebido”.
Tipos de Ação Social
 Ação social racional com relação a fins:
pratica-se quando um indivíduo realiza
determinada ação, com o objetivo ou
finalidade específica.

 Ação social racional com relação a valores:


pratica-se quando o indivíduo realiza uma
determinada ação, movido por valores como
a cultura, tradição ou costumes familiares.
Devemos levar em consideração, que na
época do desenvolvimento desses estudos, a
pressão dos “valores morais” era muito
maior sobre os indivíduos do que a
observada nos dias de hoje.
 Ação social racional com relações ao
regular: pratica-se quando o indivíduo
realiza uma determinada ação, com o
objetivo de estar em “sintonia” com
aqueles que estão à sua volta.

 Ação social afetiva (irracional): quando um


indivíduo não leva em consideração
objetivos e nem os meios. São aquelas
realizadas em função de sentimentos
como o amor, ciúme, ódio, etc.
Tipos Ideais:
 Criação de um modelo
imaginário que será utilizado
como referencial, como base para
comparações.
 Ele não é “real”
 Como deveria ser...
Como funciona:
 Escolha do objeto de estudo
 Criação do modelo imaginário
(como deveria ser... Perfeito)
 Observação da realidade (como é)
 Comparação entre os dois
elementos.
 Análise dos resultados
No cotidiano…
 Usamos, mesmo que inconscientemente
no dia a dia.

 Utilizado por várias ciências.

 Ponta pé inicial para estudos…

 Hipóteses… problemas…
 DESENCANTAMENTO DO MUNDO:
A RACIONALIZAÇÃO

 Weber entende por desencantamento do


mundo, o processo histórico em que os
homens crescem em sua racionalização da
vida, ou seja, de abandono das concepções
mágicas, religiosas e tradicionais como
justificativas para o comportamento dos
homens. O mundo perde o colorido, perde o
“encanto”, e se torna frio e calculista, com
objetivos e intenções pré-determinados em
cada ação humana.
Conclusão autores clássicos:
 Não temos como afirmar qual dos
autores foi mais importante, correto ou
incorreto.
 A análise sociológica deve levar em
consideração a visão dos três autores.
 Apesar de parecerem oposições em
alguns casos, as teorias se complementam.
Sem “novidades”
 As bases lançadas por esses autores foram
tão abrangentes, que praticamente um
século após a morte do último deles.

 Não surgiu na análise sociológica


perspectivas inovadoras que de certa forma,
não estejam vinculadas ou embasadas na
obra desses autores.

 Houveram grandes avanços, mas eles ainda


são os grandes referenciais da Sociologia.
REFERÊNCIAS

 DIAS, R. Sociologia das Organizações. São


Paulo:Atlas, 2008.

 FLEURY, M. T.; FISCHER, R. M. (coord.). Cultura e


Poder nas Organizações. São Paulo:Atlas, 2007.

 SCHEIN, E. H. Cultura Organizacional e


Liderança. São Paulo: Atlas, 2009.

 MARTINS, Carlos. O que é Sociologia. Editora


Brasiliense. São Paulo, 2008.

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