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No episódio, Vasco da Gama e a sua tripulação são confrontados pelo Adamastor, uma figura
gigantesca e assustadora. O Adamastor surge como uma personificação do medo e da
tempestade e ameaça destruir os barcos portugueses. Vasco da Gama tenta dialogar com o
Adamastor, apelando à razão e ao poder divino de Deus.
O Adamastor começa então a contar a sua história trágica, revelando que foi um dos titãs que
se revoltou contra os deuses do Olimpo e que foi punido por isso. Ele descreve a sua solidão e
sofrimento no cabo das Tormentas e finalmente, reconhecendo a superioridade de Vasco da
Gama e a vontade divina que guiava os portugueses, desaparece.
É também um exemplo notável da habilidade técnica de Luís de Camões como poeta. A sua
escrita é marcada por uma estrutura métrica complexa e rica em recursos estilísticos, o que
ajuda a criar um clima tenso e dramático no poema.
Os versos são escritos em decassílabos heroicos, ou seja, em linhas de dez sílabas poéticas
acentuadas na sexta e na décima sílabas. Essa estrutura traz uma sonoridade rítmica constante
ao texto, o que contribui para a sua musicalidade e memorabilidade.
Além disso, Camões utiliza diversos recursos estilísticos para enriquecer o significado dos
versos. Por exemplo, ele faz uso frequente de aliterações e assonâncias para reforçar a
sonoridade das palavras e destacar determinados termos. Também recorre à repetição de
palavras e expressões para enfatizar ideias ou criar padrões rítmicos.
Outro recurso utilizado por Camões é a metáfora, que é empregada para tornar as descrições
mais vívidas e sugestivas. No episódio do Adamastor, a figura mitológica é usada como uma
metáfora para os perigos e obstáculos que os navegadores portugueses enfrentaram durante
as suas viagens, e o diálogo entre Vasco da Gama e o Adamastor é carregado de imagens
poderosas e simbólicas.