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PROPOSTA DE CORREÇÃO DO TESTE REALIZADO A 25/05/2022

GRUPO l
A

1. O estatuto de herói só é atingido através de um código de conduta exemplar. Assim,


pressupõe o desprezo pela ambição desmedida e pela cobiça, como comprovamos
versos 1 e 2 da estância 93. Do mesmo modo, a imparcialidade e justiça na aplicação
das leis deve ser uma realidade (“Ou dai na paz as leis iguais, constantes, /Que aos
grandes não deem o dos pequenos,” est. 94, vv. 1 e 2). Por fim, o verdadeiro herói não
pode ser tirano porque é um vício “infame e urgente”. Concluindo, o herói verdadeiro
tem de apresentar atitudes exemplares.

2. Os dois últimos versos da estrofe 93 esclarecem sobre a forma de se atingir a fama.


Assim, mesmo que, por vezes, não haja reconhecimento, a verdadeira honra só tem
valor se for merecida. O mérito é, portanto, a única via para se alcançar a
imortalidade. Em suma, merecer a glória e não a alcançar é mais valioso que a obter
sem merecimento.

3. A “Ilha dos Amores” simboliza o direito à imortalidade. De facto, os “heróis


esclarecidos”, a quem é reconhecido um estatuto de excecionalidade, tornam-se
dignos de contactar com os deuses, adquirindo um estatuto de imortalidade, que é
afinal o prémio máximo a que pode aspirar o ser humano. De certo modo, é o amor
que conduz os portugueses à imortalidade, o amor desinteressado, o amor da pátria, o
amor ao dever, o empenhamento total nas tarefas coletivas, a capacidade de suportar
todas as dificuldades, todos os sacrifícios. Em conclusão, é esse amor maior que
permite a tantos libertar-se da “lei da morte”.

1. Os dois excertos de Os Lusíadas salientam comportamentos opostos dos Portugueses.


Por um lado, no texto 1, o poeta nega cantar aqueles que antepõem os seus interesses
ao bem comum (est. 84, vv. 2 e 3), os que ascendem a cargos políticos fruto de ações
desonestas (“Nenhum ambicioso, que quisesse / Subir a grandes cargos, cantarei, / Só
por poder com torpes exercícios”, est. 84, vv. 5 a 7) e os oportunistas, que usam “de
seu poder bastante / Pera servir o seu desejo feio”, est. 85, vv. 1 e 2). Por outro lado,
no texto 2, o poeta elogia a bravura dos vassalos do rei, que o servem
incondicionalmente (est. 147). Concluindo, através desta oposição, o poeta pretende
demonstrar como se alcança a imortalidade.

2. O verso 8 da estância 148 constitui um último elogio aos Portugueses. Assim, os heróis
portugueses, prontos a lutar pelo Império, cumprirão a vontade do Rei. A sua coragem
e a sua obediência a D. Sebastião serão a chave do sucesso na dilatação do Império e
na expansão da fé cristã. Em suma, a vitória do rei e do país está nas mãos destes
homens firmes e corajosos.
3. a) 1; b) 3 c) 3.

GRUPO ll
1.1 C; 1.2 B; 1.3 D; 1.4 B; 1.5 A.

6. a) Complemento do adjetivo; b) complemento do nome.

7. a) oração subordinada adjetiva relativa restritiva;


b) oração subordinada substantiva completiva.

GRUPO lll

O poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões, constitui uma narrativa que


glorifica o povo português pelos seus feitos heroicos, mas faz também um anúncio de
decadência, essencialmente moral. Na verdade, os comentários do Poeta, que
ocorrem ocasionalmente no fim dos Cantos, englobam considerações de caráter
didático e crítico que Camões vai registando ao longo da obra.
A análise centra-se essencialmente na crise de valores e nas mudanças sociais
do final do século XVI, como resultado da ganância e da corrupção que as riquezas do
Oriente suscitaram. Reflete ainda sobre a ingratidão e a falta de cultura dos
portugueses e apela ao rei D. Sebastião para contribuir para um Portugal glorioso. A
perspetiva que o Poeta adota é muitas vezes didática, na medida em que desenha um
ideal de heroísmo baseado em valores éticos, morais e cívicos afastados da sociedade
portuguesa, como acontece na reflexão do Canto VII.
Concluindo, estas reflexões constituem um dos planos da obra, apresentando
uma perspetiva crítica sobre uma sociedade que precisava de corrigir o seu rumo.
Neste sentido, as reflexões do Poeta assumem um caráter antiépico, por serem um
momento de crítica muito relevante na epopeia.

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