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“As armas e os barões assinalados”, isto é, todos aqueles homens cheios de coragem
(homens ilustres, guerreiros, marinheiros) que descobriram, “por mares nunca dantes
navegados”, novas terras, indo mais longe do que aquilo que alguém podia esperar de
“Daqueles Reis que foram dilatando”, ou seja, os reis que contribuíram para que a fé
cristã se espalhasse por terras “infiéis” que foram sendo descobertas, alargando assim
o Império Português;
“E aqueles que por obras valerosas”, isto é, todos os que são dignos de serem
recordados pelos feitos heroicos cometidos em favor da pátria e que, por isso, nem
mesmo a morte os pode votar ao esquecimento (“Se vão da lei da Morte libertando”),
O poeta mostra aquilo que pretende ao escrever a epopeia: “Cantando espalharei por
toda a parte” (universalidade e intemporalidade da obra). O verbo cantar tem aqui o sinónimo
de exaltar, enaltecer ou celebrar. Contudo, para esse objetivo ser alcançado, o poeta precisa
Ulisses, Eneias, Alexandre Magno e Trajano. O seu propósito é mostrar que os lusitanos são
melhores e que sempre se destacaram nos domínios do mar e da guerra. Por isso, até
O estilo épico exerce sobre o leitor um intenso efeito emotivo, semelhante à exaltação
sentida pelos próprios heróis que vai cantar.
A forma verbal “dai-me” utilizada ao longo das duas estrofes esta no modo imperativo
e é utilizado pelo poeta para reforçar e explicitar o pedido feito pelo poeta. “E vós,
Tágides minhas, (...) Dai-me (...) Dai-me (...) Dai-me (...)”
E termina, insinuando que os feitos dos portugueses são tão espantosos que,
possivelmente, nem com o auxílio das Tágides poderão ser transpostos, com a devida
dignidade, para a poesia. “Que se espalhe e se cante no Universo, Se tão sublime preço
cabe em verso.”
A Dedicatória não era um elemento obrigatório do género épico. Camões, contudo, faz
questão de dedicar o poema a D. Sebastião, o rei que então governava Portugal e que o Poeta
vê como garante da continuidade da grandeza de Portugal (dilatação da Fé do Império).
• Peroração (est. 15-17) – O Poeta elogia o novo rei (“Sublime Rei”) e incita-o a
continuar a guerra contra os Mouros, na terra e no mar, na África e no Oriente, prevendo para
ele tais vitórias que encherão de júbilo as almas dos seus avós (D. João III e Carlos V), ao verem
as suas glórias renovadas.
• Conclusão (est. 18) – Camões remove o pedido inicial de aceitação da sua obra
(“novo atrevimento”), em que o Rei poderá observar a forma como os navegadores venceram
os mares e imaginá-los como Argonautas e o que poderão vir a fazer sob o seu impulso.
Momentos de
Reflexão do Poeta
As reflexões não estão presentes em todo o momento, existindo alguns
momentos ao longo dos cantos da obra em que estas são mais evidentes. A seguir listam-se
aos principais momentos de reflexão assim como os seus assuntos:
Canto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
anto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
anto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
anto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
anto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
anto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
anto I
Chegada da armada portuguesa
a Mombaça, após algumas
peripécias e confrontos em
Moçambique, comandadas pelo
Deus Baco.
2. Momentos de Reflexão do Poeta
Existe uma reflexão sobre a fragilidade da vida humana. Aqui, Camões reflete
sobre a forma como a vida humana é algo tão efêmero2 e tão passageiro, de
uma forma inevitável o destino que todos assombra é a morte. Esta reflexão
vem do simples facto de os portugueses passarem imensos perigos que
aparecem de forma inesperada.
Canto IV (Na partida da armada portuguesa das praias portuguesas para a sua viagem
– As Despedidas de Belém)
Esta é das reflexões mais intemporais que são apresentadas na obra, Camões
reflete sobre a corrupção do ser humano. Após ser sequestrado, bastou
simplesmente um pagamento monetário para devolver a liberdade de Vasco da
Gama, evidenciando a forma como o ouro/dinheiro corrompe facilmente todos
os Homens e ainda a forma como o dinheiro chega para comprar uma alma.
Canto IX (Episódio mitológico na Ilha dos Amores, onde Tétis explica a Vasco da Gama o
significado da ilha)
Existe neste episódio, quase uma enumeração dos requisitos para alcançar a
fama e glória. Luís de Camões utiliza os navegadores portugueses como
exemplo para todos aqueles que desejam alcançar a glória eterna, os aspetos a
dominar são: controlo do ócio, abstenção da ambição e da ganância, busca
constante pela igualdade entre seres de uma forma justa e luta contra os
sarracenos.