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2. EPOPEIAS CLÁSSICAS
● A Ilíada e a Odisseia, da autoria de Homero, poeta grego do século VIIIA.C., e
que se prendem com a guerra de Tróia. A Ilíada conta as últimas semanas da Guerra de
Tróia, antes de esta cidade ter sido tomada pelos gregos. A Odisseia narra o regresso a
casa de um dos heróis da Guerra de Tróia, Ulisses, rei de Ítaca. A acção começa dez
anos depois da destruição deTroia.
3. O TÍTULO
A palavra “ Lusíadas “ foi usada pela primeira vez em Portugal por André de Resende
numa epístola datada de 1531. Esta neologismo foi adoptado por Camões para título da
sua epopeia, significando os portugueses imaginados como descendentes de Luso,
companheiro ou filho de Baco e lendário pastor da Lusitânia.
4.A ESTRUTURA
A . Estrutura externa
. A obra divide-se em dez cantos, num total de 1102 estrofes; escrita em versos
decassílabos, geralmente heroicos ( acento rítmico na 6ª e 10ª sílabas), agrupados em
estrofes de oito versos - oitavas; rima cruzada nos 6 primeiros versos e emparelhada
nos dois últimos, segundo o esquema A B A B A B C C.
B. Estrutura interna
A obra divide-se em quatro partes, segundo os cânones clássicos.
PROPOSIÇÃO ( I, 1 a 3 ) - A presentação do assunto . O poeta propõe-se cantar
os homens ilustres (os barões) que fundaram o novo reino do Oriente / Os reis que
dilataram a fé e o império / E todos quantos se imortalizaram em atos heróicos.
A viagem de Vasco da Gama à Índia é apenas o motivo principal.
INVOCAÇÃO ÀS TÁGIDES, ninfas do Tejo ( I, 4 e 5 ), para que o inspirem na
criação do poema.
Note-se que ,além desta invocação, a principal, há ainda a considerar mais três:
-A Calíope, musa inspiradora da poesia épica ( canto III, 1 e 2), porque estão em
causa os mais importantes feitos lusíadas.
- Às ninfas do Tejo e do Mondego ( canto VII, 78 a 82 ), queixando-se do seu
infortúnio.
- A Calíope – canto X, 8
DEDICATÓRIA ( este elemento estrutural da epopeia era facultativo) – O Poeta
oferece humildemente o poema ao rei D. Sebastião, que governava Portugal à data
da 1ª publicação d’ Os Lusíadas ( 1572) e que veio a desaparecer na batalha de
Alcácer - Quibir, em Marrocos, no ano de 1578.
O rei é referido, na Dedicatória, como essencial para assegurar a independência
do reino, assim como para a divulgação da fé cristã entre os muçulmanos que
habitavam os territórios ultramarinos conquistados.
São evocados , perante o rei D. Sebastião, alguns heróis ilustres da História de
Portugal. O poema, afirma Camões, engrandece o rei e seus súbditos e o Poeta só
deseja, como título de glória, ser conhecido como cantor dos feitos pátrios.
NARRAÇÃO ( inicia-se no canto I, est. 19) – Esta parte constitui o corpo da
epopeia. A narração inicia-se “in medias res “, isto é, a meio do percurso, quando a
frota se encontra já no “largo oceano” ( o Índico) no canal de Moçambique, na
rota para Melinde. É esta a zona a partir da qual os portugueses são
verdadeiramente descobridores, pois só a partir daí os nautas iniciam a
descoberta de regiões verdadeiramente desconhecidas.
Canto V,
est. 91 a Camões , que retoma a narração a partir da estrofe 90 do canto V,
100 relata a impressão positiva que o longo discurso de Vasco da Gama,
iniciado no canto III e dirigido ao rei de Melinde, produziu . Vasco da
Gama impressionou o auditório porque foi “facundo” ( eloquente) e
isso levou o rei de Melinde a elogiar a bravura militar dos reis
portugueses e a força, lealdade e nobreza de caráter do povo
português.
5. OS NARRADORES
Podemos distinguir na obra os seguintes narradores:
Camões, que nos relata a viagem de Vasco da Gama desde Moçambique até à Índia
e toda a viagem de regresso ( cantos I, II, VI, VII, VIII, IX e X ).
Vasco da Gama, que conta ao rei de Melinde a viagem desde Lisboa até
Moçambique (canto V) e a História de Portugal (cantos III e IV). Antes, porém,
faz a descrição geográfica da Europa sendo Portugal descrito como “…quase
cume da cabeça /de Europa toda…”e conta a história primitiva de Portugal , de
Luso a Viriato.
Paulo da Gama, que relata, em Calecut, ao Catual, alguns factos da nossa História
e explica o significado das 23 figuras representadas nas bandeiras (canto VIII)
Fernão Veloso, que descreve o episódio dos Doze de Inglaterra.