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Leitura
Texto 1
Poesia
lírica
Texto 11
5
«Mar português» «Algumas proposições com
pássaros e árvores que o poeta
de Fernando Pessoa remata com uma referência ao
Texto 2 coração»
«O Mostrengo» de Ruy Belo
de Fernando Pessoa Texto 12
Texto 3 «Uma pequenina luz»
«Luís, o poeta, de Jorge de Sena
salva a nado o poema» Texto 13
de Almada Negreiros «Vilancete castelhano
Texto 4 de Gil Vicente»
«Camões e a tença» de Carlos de Oliveira
de Sophia de Mello Breyner Andresen Texto 14
Texto 5 «Contas»
«[Porque]» de Nuno Júdice
de Sophia de Mello Breyner Andresen Texto 15
Texto 6 «[Aquela nuvem]»
«[Se estou só, de José Gomes Ferreira
não quero estar]» Texto 16
de Fernando Pessoa «Receita de Ano Novo»
Texto 7 de Carlos Drummond de Andrade
«[Ó sino da minha aldeia]»
de Fernando Pessoa Escrita
t Escrita lúdica: escrever poemas
Texto 8
«[Floriram por engano Oralidade
as rosas bravas]» t Leitura expressiva do poema
de Camilo Pessanha
Texto 9 Gramática
«Quasi» t Variedades do português: português
de Mário de Sá-Carneiro europeu e português do Brasil
t Funções sintáticas
Texto 10
t Subordinação
«E tudo era possível»
t Classes de palavras
de Ruy Belo
t Coesão textual
5 Poesia lírica
Leitura
1. Identifica o episódio ou episódios de Os Lusíadas com que podes relacionar este poema
imediatamente. Justifica.
2. Mostra como os dois últimos versos constituem uma conclusão adequada ao sentido
geral do poema.
2.1 Justifica a utilização da conjunção coordenativa adversativa nesses versos.
234
5
Leitura
CA
b. «o Mostrengo», v. 12;
1. O Mostrengo perguntou
quem era que ousava entrar c. «ao leme», v. 20; Funções
nas suas cavernas que não sintáticas
desvendava, nos seus tetos d. «as», v. 20. Págs. 39-48
negros do fim do mundo.
2. a. modificador [de grupo
verbal]; b. Sujeito (à direita
da forma verbal); c. comple-
3. Atenta na palavra que, presente nos vv. 1 e 6.
mento oblíquo; d. comple- 3.1 Indica, justificando, a que classe e subclasse de palavras
mento direto.
3. pertence.
3.1 São dois pronomes re-
lativos invariáveis cujo an- 3.2 Refere a sua função sintática.
tecedente se encontra ime-
diatamente à sua esquerda:
«O Mostrengo», v. 1 e «as mi- 4. O poema inclui várias orações subordinadas adjetivas relativas.
nhas cavernas», v. 6.
3.2 Sujeito na oração subordi- 4.1 Identifica uma explicativa, na terceira estrofe.
nada adjetiva relativa restriti-
va «que está no fim do mar»,
v. 1; complemento direto na
oração subordinada adjetiva
5. Explicita a diferença entre a palavra «as» nos vv. 19 e 20.
relativa restritiva «que não
desvendo»; o sujeito aqui é
subentendido – eu.
4. Escrita
4.1 «,que me ata ao leme,»,
v. 26.
5. Na primeira ocorrência tra-
ta-se de um determinante ar-
Escrita lúdica: escrever um poema
tigo definido, na segunda, de
um pronome pessoal. A partir destes dois poemas constrói um novo, relacionando
como entenderes os seus versos.
Animações Antes de iniciares o teu trabalho, o professor projetará um
Gramáticas:
Discurso direto e discurso
poema construído a partir destes dois, para que possas ver o que
indireto é possível fazer.
Funções sintáticas
236
5
Texto 3
Luís, o poeta,
salva a nado o poema
Almada Negreiros, Obra Completa, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1997
GUIA DO PROFESSOR
Leitura
237
5 Poesia lírica
238
5
GUIA DO PROFESSOR
Leitura
1.
Texto 5 1.1 O verso 7 podia ser consi-
derado uma referência a Ca-
mões e a Os Lusíadas dado
4. Imagina que daqui a vinte ou trinta anos encontravas de novo este poema.
4.1 Lê em voz alta o verso ou versos que reconhecerias mais depressa.
239
5 Poesia lírica
Texto 6
Fernando Pessoa, Obra Poética, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1981
240
5
Leitura
1. Atenta no poema «[Se estou só, quero não estar]». Dos quatro sentimentos ou GUIA DO PROFESSOR
atitudes seguintes, dois podem encontrar-se no poema: Leitura T6 e T7
1.
a. inadaptação;
1.1 a. e b. O sentimento de
b. insatisfação; inadaptação revela-se, por
exemplo, nos versos 3 e 4; o
c. intolerância; de insatisfação, por exemplo,
nos versos 1 e 2. Outras res-
d. imprevidência. postas / exemplos são possí-
veis.
1.1 Identifica-os, justificando. 2.
2.1 e 2.2
2. Atenta no verso «Fica perdido na estrada», v. 12. Do mesmo modo que a «es-
trada» é um percurso com
2.1 Identifica, justificando, o recurso expressivo nele presente. início e fim, a vida também o
é: trata-se, pois, de uma me-
2.2 Explica em que medida é expressivo, tendo em consideração todo o poema. táfora da vida; mas o verso
tem de ser lido, metaforica-
mente, no seu conjunto: «Fi-
ca perdido na estrada» o que
3. Atenta no poema «[Ó sino da minha aldeia]». não sabe o que fazer à vida,
3.1 Identifica um recurso expressivo presente no seu final, nos dois últimos ver- o que com ela se relaciona
mal. O poema é uma confis-
sos. são dessa realidade.
3.
3.2 Explicita o estado de espírito do sujeito poético com base nesses dois versos.
3.1 A anáfora («Sinto» / «Sin-
to»).
4. Refere os dois versos nos quais o sujeito poético identifica o modo como o sino soa 3.2 O sujeito poético caracte-
riza-se por estar sob o domí-
com o seu estado de espírito. nio do sentir, de sentimentos
de saudade (v. 16) relativa-
4.1 O modo como o sino soa tem determinada consequência. Identifica a oração mente ao passado que se
subordinada adverbial consecutiva que a exprime. afasta (v. 15).
4. Vv. 5 e 6: o soar lento do si-
no identifica-se com a triste-
za da vida.
4.1 «Que já a primeira panca-
Escrita da / tem o som de repetida»,
vv. 7 e 8. Estes versos acen-
tuam a monotonia e tristeza
Escrita lúdica: escrever um poema da vida.
A partir destes dois poemas constrói um novo, relacionando como entenderes os Escrita
Sugestão metodológica: an-
seus versos. tes de os alunos iniciarem
o trabalho, projete um poe-
ma construído a partir destes
dois para que sirva de mode-
lo do que é possível fazer-se.
Poema recriado:
LPP
241
5 Poesia lírica
Texto 8
-
Floriram por engano as rosas bravas
-
No inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas1, meu bem? Porque me calas
5
As vozes com que há pouco me enganavas?
-
-
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
-
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que num momento
-
Perscrutaram nos meus2, como vão tristes!
10
-
E sobre nós cai nupcial3 a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve Vocabulário
-
Juncando o chão, na acrópole de gelos4... 1
pensas; 2 olharam
intensamente para os meus;
- 3
branca, da cor do vestido
Em redor do teu vulto é como um véu!
- de casamento, das núpcias;
Quem as esparze5 – quanta flor! – do céu, 4
num monumento imenso
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos? de gelo; 5 espalha
GUIA DO PROFESSOR
Leitura
1.
1.1 O verso 5 constitui uma
imagem poderosa do fim de Leitura
uma ilusão, metaforizada em
«castelos» arruinados; trata-
-se de uma imagem que se Este soneto é dos mais belos poemas em língua portuguesa. O trabalho que vais fazer
pode relacionar facilmente permitir-te-á lembrar que o poema é feito de palavras relacionadas entre si, que guardam
com as «rosas bravas», ilu-
sões que «floriram por en- sentidos aparentemente escondidos…
gano» «no inverno» e foram
pelo vento destruídas; estas
marcas negativas são refor- 1. Atenta no v. 5: «Castelos doidos! Tão cedo caístes!...» e observa agora as expressões que
çadas pela referência à tris- constam da grelha:
teza dos olhos, na segunda
quadra. Isto é, detetam-se no
poema as ideias de ilusão, de- Primeira quadra Segunda quadra
silusão, tristeza.
1.2 Estas ideias surgem nos «as rosas bravas»: «teus olhos»:
dois tercetos também: a «ne- a. «floriram por engano»; a. «como vão tristes».
ve», v. 9, associa-se ao inver-
no; o gelo triunfante (v. 11), b. «no inverno»;
tudo domina; a sensação de
desilusão total é acentuada
c. «o vento» desfolhou-as;
pela referência aos «gelos»,
v. 11, que impedem qualquer 1.1 Relaciona-as com o v. 5 de modo a demonstrar a existência de identidade de sentido
esperança. (Dada a extrema
riqueza literária deste poema, entre elas e esse verso.
muitas outras respostas são
possíveis, desde que basea-
1.2 Descobre nos dois tercetos exemplos de palavras ou expressões que possas asso-
das na sua matéria verbal). ciar a estas. Justifica.
242
5
2. Compara ainda os seguintes versos:
Animação
Gramática – Funções
sintáticas
CA
Funções
sintáticas Funções sintáticas
Págs. 277-279 Págs. 39-48
243
5 Poesia lírica
Áudio Quasi
ema de Mário de
«Quasi», poema
Sá-Carneiro
o Mário de Sá-Carneiro, Poemas Completos, Lisboa, Assírio & Alvim, 1996
CD áudio
udio - Um pouco mais de sol – eu era brasa,
- Um pouco mais de azul – eu era além.
- Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
- Se ao menos eu permanecesse aquém...
244
5
Leitura
1. Recorda o verso do soneto de Camilo Pessanha que leste anteriormente: «Castelos doi- GUIA DO PROFESSOR
dos! Tão cedo caístes!...». Leitura
1.1 Identifica no poema de Mário de Sá-Carneiro pelo menos três destes «castelos» 1.
1.1 «o grande sonho», vv. 7
que nem chegaram a ser construídos ou que também caíram cedo… e 8; «o amor», v. 9; «o triun-
fo», v. 9.
2. Identifica as anáforas que sugerem a proximidade dos sonhos quase atingidos. 2. «Um pouco mais de», vv. 1
e 2 e vv. 29 e 30; «Quasi o»,
vv. 10 e 11.
3. Várias metáforas disseminadas pelo poema sugerem esses sonhos que poderiam ter 3.
sido, mas não foram… 3.1 «Um pouco mais de sol –
eu era brasa», v. 1, «chama»,
3.1 Identifica pelo menos três. v. 9, «Templos», v. 17.
3.2 «Chama», v. 9: trata-se
3.2 Explica a expressividade literária de uma delas. de uma metáfora: do mesmo
modo que a chama aquece,
brilha, se levanta em movi-
4. Atenta no verso 3, «Para atingir, faltou-me um golpe de asa...». O verbo «atingir» é tran- mento, também aquele que
triunfa se levanta na socieda-
sitivo – alguém atinge alguém ou alguma coisa. de. O que não sucedeu com o
4.1 Explicita o que o sujeito poético gostaria de ter atingido com base em elementos sujeito poético.
4.
textuais.
4.1 O sujeito poético gostaria
4.2 Identifica o outro verso que, pelo significado, é idêntico a «faltou-me um golpe de de ter atingido um «além», v.
2, um «grande sonho», v. 7, o
asa». «amor», v. 8, «o triunfo», v. 8,
etc…
4.2 V. 16 «Asa que se elançou
5. Escolhe as opções corretas. Tanto no poema de Camilo Pessanha, como neste, os sujei- mas não voou».
tos poéticos estão marcados por sentimentos de 5. a., b., d. Não há referências
ao sentimento de desprezo.
a. ilusão, desilusão, tristeza. b. ilusão, desencanto, angústia.
6.
c. ilusão, desprezo, tristeza. d. ilusão, desalento, desengano. 6.1 Contrasta com «além»,
v. 2.
7.
6. Atenta no verso 4, que se repete no último.
7.1 Estes dois versos repeti-
6.1 O advérbio «aquém» contrasta com outro. Identifica-o. dos mostram bem o desejo
do sujeito poético em não vi-
ver a insatisfação e desilusão
7. No verso repetido «Se ao menos eu permanecesse aquém…», o sujeito poético exprime que vive; mas mostram, so-
bretudo, pela hipótese lança-
uma possibilidade e deixa em suspenso alguma coisa que não é dita – através do sinal da e pela pontuação final dos
versos, a incapacidade dele
de pontuação final. em viver sem sonhar e sofrer
7.1 Explica que sentido atribuis a estes versos repetidos. as desilusões do sonho.
8. Resposta livre, mas que
deve ter em conta a não rea-
8. Este é também um dos mais conhecidos poemas escritos em língua portuguesa, lido e lização de muitos dos nossos
sonhos no decorrer da vida e
apreciado por jovens e adultos, embora apresente uma visão da vida infeliz, desiludida… a desilusão que nos vai mar-
cando.
8.1 Assim sendo, dá a tua opinião sobre este facto aparentemente contraditório. Re-
Gramática
flete, antes de responder, pensando no que é que o poema pode ter a ver com a 1. Os três predicativos são
natureza humana, com cada um de nós. «brasa», v. 1, «além», v. 2 e
«aquém», v. 4.
2. Complemento oblíquo –
«sobre os precipícios», v. 24.
Gramática Funções
sintáticas
Pratica Págs. 277-279
1. Identifica os três predicativos de sujeito presentes na Funções sintáticas Animação
Gramática – Funções
primeira estrofe.
CA
sintáticas
245
5 Poesia lírica
GUIA DO PROFESSOR
Leitura
Texto 10
1. a.
1.1 Refere-se explicitamen-
te ao seu passado pois apre-
senta vários factos desse
passado, da «juventude»: as
E tudo era
leituras de livros, v. 4, o co-
nhecimento da natureza pri-
maveril, v. 5, a inocência, a
possível
felicidade… A referência ao
presente efetua-se por con- Ruy Belo, Todos os Poemas, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000
traste com a realidade do
passado – longínquo – v. 11.
No presente já não existe a
felicidade desse passado, o - Na minha juventude antes de ter saído - E tudo se passava numa outra vida
sujeito poético já não tem «o
poder de uma criança», v. 12,
- da casa de meus pais disposto a viajar 10 e havia para as coisas sempre uma saída
já não vê a vida através do so- - eu conhecia já o rebentar do mar - Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
nho e da inocência.
2. - das páginas dos livros que já tinha lido
2.1 Trata-se do poder de so- - Só sei que tinha o poder duma criança
nhar («o sonhador falar / da
vida», vv. 7 e 8), do poder de 5 Chegava o mês de maio era tudo florido - entre as coisas e mim havia vizinhança
tudo ter uma solução positiva - o rolo das manhãs punha-se a circular - e tudo era possível era só querer
(«havia para as coisas sem-
pre uma saída», v. 10), do po- - e era só ouvir o sonhador falar
der de se relacionar com a
vida de um modo feliz, v. 13, - da vida como se ela houvesse acontecido
do poder de acreditar na vi-
da, v. 14.
3. Trata-se de uma forma po-
ética fixa constituída por duas
quadras e dois tercetos.
4. abba / abba / ccd / eed;
4.1 Interpolada; Leitura
5. V. 1 - Na / mi / nha / ju /
vem / tu / de an / tes / de / 1. O poema refere-se:
ter / saí / (12 sílabas métri-
cas); v. 2 - da / ca / sa / de a. explicitamente, ao passado do sujeito poético; b. implicitamente, ao seu presente.
/ meus / pais / dis / pos/ to
a / vi / a / jar (12 sílabas mé- 1.1 Justifica estas afirmações.
tricas).
5.1 Versos dodecassílabos ou
alexandrinos. 2. O sujeito poético afirma que tinha, na «juventude», «o poder de uma criança», vv. 1 e 12.
2.1 Justifica esta afirmação com base em elementos textuais que te permitam explicitar
em que consiste esse «poder».
Escrita
Recorda a tua infância, agora que és já um(a) adolescente. Escreve um texto que tenha um
mínimo de 100 palavras e um máximo de 120 em que digas qual das duas fases da vida te é
mais cara. Justifica a tua escolha com, pelo menos, duas razões ou argumentos.
246
5
Texto 11
Escrita
Trabalho de pares
247
5 Poesia lírica
Escrita
Trabalho individual
Oralidade
EXPRESSÃO
Apresenta propostas ao teu professor para realizar a leitura expressiva deste poema
na sala de aula. Verifica as sugestões indicadas para o poema de Sophia de Mello Breyner
Andresen da página 239.
Texto 12
248
5
Oralidade
EXPRESSÃO
GUIA DO PROFESSOR
1. Procede à leitura do poema em voz alta com os teus colegas. Oralidade (Expressão)
Leitura CD áudio
Leitura
1. Este poema de Jorge de Sena tem sido lido e interpretado como um poema que trans- 1.
mite uma mensagem de esperança. 1.1 Resposta livre. Mas espe-
ra-se que os alunos associem
1.1 Dá a tua opinião sobre esta interpretação, dizendo se concordas ou não e justificando a «pequenina luz» e o seu bri-
o que disseres com elementos textuais. lho permanente à esperança,
à justiça, à solidariedade…
2.
2. A «pequenina luz» está disseminada em todo o poema. 2.1 Ver 1.1.
2.1 Indica o que pode ser esta luz. Para isso atenta no seguinte: 2.2 Trata-se de marcar, com
ela, o contraste entre a di-
Uma pequenina luz bruxuleante e muda mensão da «pequenina luz» e
a sua força.
Como a exatidão como a firmeza 3.
como a justiça. 3.1 Vv. 12 e 13: «e o sopro
azedo dos que a não veem /
Apenas como elas. só a advinham e raivosamen-
Mas brilha. te assopram»; ou os vv. 29 e
30: «Tudo é incerto ou falso
ou violento: brilha. / Tudo é
2.2 Explica a presença da conjunção coordenativa adversativa no final deste conjunto terror vaidade orgulho teimo-
de versos. sia: brilha».
3.2 Resposta livre. Mas espe-
ra-se que sejam referidos to-
3. O poema refere opositores à «pequenina luz». dos aqueles que promovem
a injustiça, a corrupção, etc…
3.1 Indica os versos onde isso acontece.
3.3 Resposta livre. Mas espe-
3.2 Dá a tua opinião, justificando, sobre quem podem ser os que recusam a «pequenina ra-se sejam referidos todos
aqueles que necessitam de
luz». paz, de justiça social, de es-
perança, etc…
3.3 Refere também, justificando, quem, na nossa sociedade, precisa desta «pequenina
luz». Gramática
1.
Pratica 1.1 a.
Gramática 2. lhe – complemento indire-
Funções sintáticas; coordenação
to; muda – predicativo do su-
jeito.
1. Atenta no verso 18: «Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda». 3. Entre as duas primeiras
orações a coordenação é as-
1.1 Escolhe a opção correta. Os três sujeitos das formas verbais são, respetivamente sindética; entre a segunda e a
terceira é sindética.
a. indeterminado / indeterminado / subentendido.
b. subentendido / indeterminado / subentendido.
c. subentendido / subentendido / indeterminado. Animação
Gramática – Tipos de sujeito
– subentendido
2. Indica a função sintática das duas palavras destacadas no e indeterminado
CA
verso.
Funções
sintáticas Funções sintáticas
Págs. 277-279 Págs. 39-48
3. Mostra como este verso apresenta um exemplo de coor-
Coordenação Coordenação
denação sindética e outro de assindética. Pág. 279 Pág. 51
249
5 Poesia lírica
Texto 13
Vilancete castelhano
de Gil Vicente
Carlos de Oliveira, Trabalho Poético – Primeiro volume,
Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, s/d
-
Por mais que nos doa a vida
-
nunca se perca a esperança;
-
a falta de confiança
5
só da morte é conhecida.
-
Se a lágrimas for cumprida
-
a sorte1, sentindo-a bem2,
-
vereis que todo o mal vem
-
achar remédio na vida.
10
E pois3 que outro preço4 tem
-
depois do mal a bonança,
-
nunca se perca a esperança
enquanto a morte não vem. Vocabulário
1
a vida; 2 refletindo bem nela, na vida;
3
E já que; 4 valor
Leitura
250
5
Texto 14
GUIA DO PROFESSOR
Leitura
Contas 1.
1.1 No verso 1, o segmento
«quando na noite não acaba-
Nuno Júdice, Poesia Reunida, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000 va» é um evidente exemplo
da presença do tempo psico-
lógico, pois a duração da noite
é apresentada de forma sub-
- Uma noite, quando a noite não acabava, jetiva.
- contei cada estrela no céu dos teus olhos; 1.2 Trata-se de um tempo de
felicidade, no qual a noite não
- e nessa noite em que nenhum astro brilhava acaba devido a tudo de bom
que o sujeito poético recebe,
- deste-me sóis e planetas aos molhos. a dádiva referida no verso 4.
2.
5 Nessa noite, que nenhum cometa incendiou, 2.1 «nessa noite em que não
- fizemos a mais longa viagem de amor; houve madrugada,». Este
verso é também um exemplo
- no teu corpo onde o meu encalhou, de tempo psicológico, pois
o sujeito poético exprime o
- fiz caminho de náufrago e navegador. sentimento do tempo de for-
ma muito pessoal, oposta a
- Tu és a ilha que todos desejaram, um tempo físico – a madru-
gada é a última fase da noite.
10 a lagoa negra onde sonhei mergulhar, 3.
- e as lentas contas que os dedos contaram 3.1 Trata-se da metáfora pre-
sente no verso «no teu corpo
onde o meu encalhou».
- por entre cabelos suspensos do ar –
3.2 Trata-se de uma metáfo-
- nessa noite em que não houve madrugada, ra que exprime bem a união
entre os amantes: do mes-
- desfiando um terço sem deus nem tabuada. mo modo que um barco en-
calhado não se pode separar
do local onde encalhou, tam-
bém o sujeito poético não se
separou da pessoa amada to-
da a noite.
Leitura 3.3 «longa viagem», v. 6,
«náufrago», v. 8, «navega-
1. O tempo psicológico está presente no início do poema. dor», v. 8.
Gramática
1.1 Justifica esta afirmação.
1.
1.2 Com base na primeira quadra, explica justificadamente se se trata de um tempo de 1.1 «que nenhum come-
felicidade ou de infelicidade. ta incendiou». Oração su-
bordinada adjetiva relativa
explicativa.
2. Este tipo de tempo psicológico está ainda presente no último terceto. 1.2 Modificador apositivo do
2.1 Identifica o verso que comprova esta afirmação, justificando-a. nome «noite».
Pratica
Gramática
Subordinação
CA
GUIA DO PROFESSOR
Leitura – Pág. 253
1. A epígrafe refere um local,
a «praia» e uma personagem
que lá observa as «nuvens»,
o menino, aprendendo a sua
«linguagem», isto é, apreen-
dendo a realidade das «nu- Texto 15
vens» de um modo poético,
imaginativo, concretizado no
poema.
[ Aquela nuvem]
José Gomes Ferreira, Poeta Militante II, Lisboa, Moraes Editores, 1983
- Aquela?
5 Mas já não é um cavalo,
- é uma barca à vela.
- Aquela?
10 Mas já não é um navio,
- é uma Torre Amarela
- a vogar no frio
- onde encerraram uma donzela.
252
5
Leitura
1. Tem em atenção a epígrafe que antecede o texto e explica a sua relação com o poema.
GUIA DO PROFESSOR
Leitura (cont.)
2. Mostra como na primeira estrofe está presente a comparação, enquanto que na terceira e 2. A comparação ocorre atra-
na quinta ocorrem metáforas. vés da forma verbal «pare-
ce»: compara-se a forma da
«nuvem« com o perfil de um
3. O menino que olha para as nuvens vai descobrindo diferentes realidades que se vão substi- «cavalo».
tuindo: «um cavalo», v. 2, «uma barca a vela», v. 6, «uma Torre Amarela», v. 11. Na terceira estrofe está pre-
sente a metáfora em que a
3.1 Identifica a palavra que anuncia o aparecimento de novas realidades. nuvem é uma «barca à vela».
A identificação dá-se com
3.2 Indica a que classe de palavras pertence. base em elementos formais
idênticos à nuvem e à embar-
cação. Por outro lado, em a
4. Na última estrofe o sujeito poético faz determinado pedido. nuvem «já não é um cavalo»
ocorre também uma metáfo-
4.1 Explicita-o. ra do mesmo tipo; na quinta
4.2 Explica por que razão as nuvens de «mil formas» terão «sabor a sal». estrofe uma nuvem é metafo-
rizada, identificada portanto,
4.3 Identifica, justificando, o recurso expressivo presente no verso 20, «tomar mil formas». dadas as semelhanças for-
mais, com uma «Torre Ama-
4.4 Justifica a referência ao «labirinto de sombras e de cisnes», v. 22, relacionando este rela».
verso com o poema em geral. 3.
3.1 e 3.2 «Mas»: conjunção
4.5 Identifica o recurso expressivo presente neste verso. Justifica. coordenativa adversativa.
4.
5. Classifica todas as estrofes tendo em conta o número de versos de cada uma. 4.1 Pede que o lancem ao
mar para se tornar numa nu-
vem e ir.
6. Atenta nos versos incluídos na grelha seguinte e indica o número de sílabas gramaticais e 4.2 As nuvens partem, saem
de sílabas métricas de cada um: do mar «donde voam as nu-
vens»; como a água do mar é
salgada, as nuvens também
Sílabas Sílabas o serão.
Versos
gramaticais métricas 4.3 Hipérbole, evidente exa-
gero que sugere bem as mui-
a. «Ah! Se eu pudesse montá-lo!», v. 3; tas formas das nuvens.
4.4 e 4.5 Um labirinto é um
b. «onde encerraram uma donzela», v. 13; espaço problemático no qual
é difícil encontrar a direção
c. «tomar mil formas», v. 20. certa. Também as nuvens,
pela constante mutação em
6.1 Classifica os três versos tendo em conta o número de sílabas métricas. que se encontram, dificultam
uma análise objetiva. O labi-
rinto é, assim, uma sugestiva
metáfora das nuvens, no qual
o sujeito poético observa-
Gramática Pratica dor se perde, dadas as cons-
tantes transformações – das
Funções sintáticas quais o poema dá conta.
1. Preenche a grelha para identificares as funções sintáticas dos 5. Primeira: dístico; segunda:
seis grupos nominais nela existentes, de acordo com a ocor- monóstico; terceira: terceto;
quarta: dístico; quinta: quin-
rência no poema. tilha; sexta: terceto; sétima:
septilha.
Predicativo do Complemento 6. a. 9 sílabas gramaticais e
Versos Sujeito 7 sílabas métricas (verso de
sujeito direto
redondilha maior ou heptas-
1.1 «Aquela nuvem», v. 1; sílabo); b. 11 sílabas gramati-
cais e 9 sílabas métricas; c.
1.2 «um cavalo», v. 2; 5 sílabas gramaticais e 4 sí-
labas métricas (tetrassílabo).
1.3 «um navio», v. 10; Gramática
1.
1.4 «uma Torre Amarela», v. 11;
CA
253
5 Poesia lírica
Texto 16
254
5
Leitura
1. Identifica o verso que funciona como continuação do v. 1 «Para você ganhar belíssimo Ano GUIA DO PROFESSOR
Novo», isto é, o primeiro verso que refere o que se deve ou não fazer para isso. Leitura
1. Verso 14.
2. Indica que sentido ou sentidos atribuis aos versos seguintes: 2.
a. Ano Novo muito diferente
a. v. 3, «Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido»; dos anos anteriores;
b. Ano Novo completamente
b. v. 7, «mas novo nas sementinhas do vir-a-ser»; novo, muito diferente do que
c. vv. 18 a 20, «Não precisa / fazer lista de boas intenções / para arquivá-las na gaveta»; já foi vivido;
c. Não é necessário pensar no
d. vv. 20 e 21, «Não precisa chorar arrependido / pelas besteiras consumadas». que se vai fazer de novo para
depois não cumprir;
d. Não é necessário arrepen-
3. Identifica a metáfora presente entre os versos 21 e 30 que melhor resume tudo o que, in- der-se das asneiras feitas.
genuamente, as pessoas pensam que será um novo ano. 3. «claridade», v. 26.
4.
4.1 É dentro de cada um de
4. Nos últimos seis versos, o poeta apresenta a sua receita para uma verdadeira mudança no nós que está a capacidade de
Ano Novo. mudança para melhor, e is-
so não depende de uma co-
4.1 Explicita-a. memoração do Ano Novo:
em qualquer altura podemos
4.2 Apresenta uma opinião fundamentada sobre esta receita: se é válida, se não é, se con- mudar.
cordas com ela, se é fácil ou difícil de seguir… 4.2 Resposta livre.
Gramática
1.
1.1 «belíssimo» está no grau
Gramática Pratica superlativo absoluto sintéti-
co; «novo», no grau normal.
Classes de palavras; funções sintáticas;
2.
1. Atenta nos adjetivos «belíssimo», v. 1, e «novo», v. 7. subordinação; coesão textual
2.1 «que mereça este nome».
1.1 Indica em que graus se encontram. 2.2 modificador restritivo do
nome «ano-novo».
2.3 o, em «merecê-l(o)».
2. Observa os versos 31 a 33: 2.4 «ano-novo».
Para ganhar um ano-novo 2.5 vocativo.
3.
que mereça este nome, 3.1 «que não é fácil».
você, meu caro, tem de merecê-lo, 3.2 oração subordinada subs-
tantiva completiva.
2.1 Identifica a oração subordinada adjetiva relativa restritiva neles presente. 3.3 «sei».
2.2 Indica a sua função sintática. 3.4 complemento direto.
Classe
3.2 Classifica-a. dos adjetivos Funções sintáticas das
Pág. 268 orações subordinadas
Pág. 57
3.3 Identifica a forma verbal/elemento de que depende. Coesão e coerência
textuais Subordinação
3.4 Indica a sua função sintática relativamente a esse elemento. Págs. 282-283 Pág. 58
255
5 Poesia lírica
Oralidade
COMPREENSÃO
GUIA DO PROFESSOR
Oralidade (compreensão) Pré-escuta
Na pergunta 1, o profes-
sor deve orientar as respos- O português do Brasil apresenta várias diferenças relativamente ao português europeu.
tas dos alunos não apenas
para o som <tch> – como Essas diferenças verificam-se na pronúncia, no léxico e até na sintaxe.
em <gentche>/<gente>, mas
também para adições ou al-
terações de fonemas co- 1. Indica palavras cuja pronúncia seja diferente nos dois países.
mo em <rapaiz>/<rapaz> ou
<minino>/<menino>.
2. 2. Estabelece correspondências entre as expressões seguintes:
2.1 Já te disse para não faze-
res isso. Português do Brasil Português europeu
2.2 Entrei num autocarro.
1. Já falei que você não deve fazer isso.
2.3 Eu disse-lhe para ir à bi-
blioteca.
3. 2. Subi num ônibus.
3.1 e 3.2. Exemplos possí-
veis: diferenças fonéticas: 3. Eu disse a ele para ir na biblioteca.
pronúncia de palavras como
paiz / paz; ganhá / ganhar; re-
cebê / receber; pricisa / pre-
cisa; matinau / matinal, etc;
Diferenças morfológicas: uso Escuta
de «você» / tu.
Diferenças lexicais: «cham-
panha» / champanhe; «bes-
3. Ouve o poema «Receita de Ano Novo» de Carlos Drummond de Andrade e preenche a
teira» / disparate, asneira; grelha identificando diferenças fonéticas, morfológicas, lexicais e sintáticas nele existentes
«cochilar» / dormitar, etc.
relativamente ao português europeu. De seguida, procede à correspondência com as for-
Diferenças sintáticas: «você
não precisa beber…» / você mas do português europeu.
não precisa de beber; «para
arquivá-las na gaveta» / para Diferenças Português do Brasil Português europeu
as arquivar na gaveta.
4. Epêntese. Trata-se da adi- Fonéticas
ção de um fonema no interior
de uma palavra.
Morfológicas
Lexicais
Áudio
«Receita de Ano Novo»,
Sintáticas
poema de Carlos
Drummond de Andrade
256
5
Gramática
Colocação do Depois do verbo (dou-te um livro) Antes do verbo (te dou um livro) –
pronome pessoal – ênclise. próclise.
No interior do verbo (dar-te-ei um Antes do verbo (te darei um livro)
livro) – mesóclise. – próclise.
257
5 Poesia lírica
Teste de verificação
de conhecimentos
GUIA DO PROFESSOR
Conhecimentos verificados –
Metas Curriculares de Por-
tuguês
Leitura – EL7 18.4 (Sistema-
tizar elementos constitutivos
da poesia lírica (estrofe, ver-
so, refrão, rima, esquema ri-
mático) – perguntas 1.1, 1.2
e 1.3.
L7 8.5 (Fazer inferências e de-
duções) – pergunta 3.
L9 9.5 (Analisar relações in-
tratextuais: semelhança, opo-
sição, parte – todo, causa
O menino da sua mãe
– consequência, genérico – es-
Fernando Pessoa, Obra poética, Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1998
pecífico.) – perguntas 4, 5, 6.
EL9 20.7 (Identificar e reco-
nhecer o valor dos recursos - No plaino abandonado - Caiu-lhe da algibeira
expressivos já estudados e,
ainda, dos seguintes: anáfo- - Que a morna brisa aquece, - A cigarreira breve.
ra, símbolo, alegoria e sinédo- - De balas trespassado- - Dera-lha a mãe. Está inteira
que) – perguntas 4.1 e 7.
- Duas, de lado a lado-, - E boa a cigarreira.
Gramática – G7 21.4 Siste-
matizar padrões de forma- 5 Jaz morto, e arrefece. 20 Ele é que já não serve.
ção de palavras complexas:
derivação (afixal e não-afixal)
e composição (por palavras e - Raia-lhe a farda o sangue. - De outra algibeira, alada
por radicais). – pergunta 1.
- De braços estendidos, - Ponta a roçar o solo,
G – 22.1 (Integrar as palavras
nas classes a que pertencem) - Alvo, louro, exangue, - A brancura embainhada
– pergunta 3. - Fita com olhar langue - De um lenço… deu-lho a criada
G9 25.1 (Sistematizar as re-
gras de utilização do pronome
10 E cego os céus perdidos. 25 Velha que o trouxe ao colo.
pessoal em adjacência verbal
em todas as situações) – per-
guntas 2.1 e 2.2. - Tão jovem! Que jovem era! - Lá longe, em casa, há a prece:
G9 25.2 (Consolidar o conhe- - (agora que idade tem?) - “Que volte cedo, e bem!”
cimento de todas as funções
sintáticas) – perguntas 4. 5 - Filho único, a mãe lhe dera - (Malhas que o Império tece!)
e 6.1. - Um nome e o mantivera: - Jaz morto e apodrece
G7 23.7 (Identificar processos
de subordinação entre ora-
15 «O menino da sua mãe.» 30 O menino da sua mãe
ções:
b) subordinadas adjetivas re-
lativas.) – pergunta 6.
Escrita – E9 17.1 (Escrever
um pequeno comentário crí-
tico (cerca de 140 palavras)
a um texto lido.) – pergunta
única. Leitura
1. O tipo de estrofe, tamanho do verso e tipo de rima contribuem para a construção do
Teste interativo ritmo num texto poético.
Poesia lírica 1.1 Classifica o tipo de estrofe presente no texto.
Teste interativo (aluno)
Poesia lírica 1.2 Faz a escansão do terceiro verso, explicitando a razão pela qual se verifica uma
diferença entre o número de sílabas métricas e o de sílabas gramaticais.
Testes de avaliação 1.3 Elabora o esquema rimático da primeira estrofe.
LPP
modelo GAVE,
pp. 93-97
2. Este texto possui uma estrutura narrativa. Prova que esta afirmação é verdadeira.
3. Indica a relação que se estabelece entre o espaço e a personagem que jaz morta.
3.1 Explica o sentido da antítese que se estabelece entre os vv. 2 e 5.
258
5
4. Explica o sentido da frase interrogativa «agora que idade tem?», v. 12.
GUIA DO PROFESSOR
5. Explicita a relação que se pode estabelecer entre «Jaz morto e arrefece», v. 3, e «Jaz Leitura
morto e apodrece», v. 12. 1.
1.1 Quintilha.
6. Explicita a simbologia presente na «brancura», v. 23, do lenço da personagem. 1.2 O verso é composto por
seis sílabas métricas e sete
gramaticais. Esta diferença
explica-se porque as métri-
Gramática cas apenas de contam até à
última sílaba tónica, enquan-
1. Indica o processo de formação presente nas palavras to que as gramaticais se con-
tam todas.
a. «cigarreira», v. 17; b. «brancura», v. 23; c. «apodrecer», v, 30.
1.3 ABAAB.
2. Este é um texto com es-
2. Considera a frase «Caiu-lhe da algibeira a cigarreira breve.», v. 16-17. trutura narrativa, pois nele
encontram-se presentes al-
2.1 Coloca-a na forma negativa. gumas categorias da nar-
rativa, como personagens
2.2 Inicia-a com o verbo no futuro do indicativo. (soldado), tempo (no pre-
sente), espaço (no «plaino
abandonado»; «em casa») e
3. Indica a classe a que pertence a palavra «que» nos seguintes contextos: narrador (3ª pessoa).
3. A relação é de oposição. O
a. «que», v. 2; b. «que», v. 12; c. «que», v. 25. espaço aquecido pela «morna
brisa» contrasta com o aban-
dono do soldado morto que ali
4. Preenche a grelha, identificando as funções sintáticas presentes nas expressões da co- «arrefece».
luna da esquerda. 3.1 A antítese coloca em evi-
dência o contraste acima re-
ferido: o soldado morto que
a. o sangue, v. 6 «arrefece» em oposição à
planície aquecida pela «mor-
b. um nome, v. 14 na brisa».
4. Como a idade é a conta-
c. A cigarreira breve, v. 17 gem do nosso tempo de vida,
a pergunta tem valor retórico,
uma vez que, morto, o solda-
d. a criada velha, vv. 24-25 do deixa de ter idade.
5. É uma relação de gradação
(um corpo morto começa por
5. Indica a função sintática das expressões seguintes. apodrecer e depois arrefecer)
que o tempo vai ampliando.
a. «No plaino abandonado», v. 1. b. «De braços estendidos», v. 6. 6. A «brancura» do lenço sim-
boliza a inocência precoce-
mente ceifada pela guerra. O
6. Escolhe a opção correta. Na frase complexa «deu-lho a criada / Velha que o trouxe ao soldado é ainda o «menino»
colo.» o segmento destacado é uma a quem a «criada velha» deu
o lenço.
a. oração subordinada adverbial consecutiva. Gramática
1.
b. oração subordinada substantiva completiva.
a. derivada por sufixação;
c. oração subordinada adjetiva relativa restritiva. b. derivada por sufixação;
d. oração subordinada adjetiva relativa explicativa. c. derivada por parassíntese.
2.
6.1 Indica a função sintática que desempenha relativamente ao seu elemento subordi- 2.1 Não lhe caiu da algibeira a
nante. cigarreira breve.
2.2 Cair-lhe-á da algibeira a
cigarreira breve.
Escrita 3. a. pronome relativo;
b. determinante interrogativo;
Elabora um pequeno comentário crítico ao texto que leste orientando-o para a temática c. pronome relativo.
da inutilidade da guerra (máximo de 140 palavras). 4. a. Sujeito; b. complemen-
to direto; c. sujeito; d. sujeito.
5. a. e b. São ambos modifica-
dores [de GV].
6. c. oração subordinada adje-
tiva relativa restritiva.
6.1 Modificador do nome res-
tritivo.
259
ANEXO
AT
INFORMATIVO
A · Conceitos básicos sobre
narrativa, poesia e drama
Narrativa: categorias da narrativa 262-263
Poesia: versificação, combinação de rimas
e estrofes e esquema rimático 264
Drama: características do texto dramático 265
B · Gramática essencial
Variação e mudança 266
Plano morfológico
Processos morfológicos de formação de palavras 267
Plano das classes de palavras
Classes abertas de palavras (classes dos nomes, 267-270
adjetivos, advérbios, interjeições e verbos)
Classes fechadas de palavras (classes dos 270-274
determinantes, quantificadores, pronomes,
preposições, conjunções)
Plano sintático
A frase e os seus constituintes / grupos frásicos I, II e III 275
Funções sintáticas dos pronomes pessoais 275
Lugar dos pronomes pessoais átonos na frase 276
Frase ativa e frase passiva 276
Funções sintáticas ao nível da frase 277
Funções sintáticas internas ao grupo verbal 278
Funções sintáticas do nome 279
Articulação entre constituintes da frase e entre frases
Coordenação e subordinação 279
Identificação e classificação de orações 280
Plano lexical e semântico
Relações semânticas entre palavras
(sinonímia / antonímia; holonímia / meronímia;
hiperonímia / hiponímia) 281
Monossemia e polissemia 281
Campo lexical e campo semântico 281
Plano discursivo e textual
Discurso direto e discurso indireto 282
Coesão e coerência textuais (construir a coesão) 282-284
Tipos de texto / sequência textual 284-286
Recursos expressivos 286-287
Plano da representação gráfica e ortográfica
Sinais de pontuação: usos mais comuns 288
Anexo informativo
Categorias da narrativa
Narrador
O narrador é a entidade imaginária, criada pelo autor, que conta a narrativa, os acontecimentos. Não pode ser confundido com o autor.
Participante Quando participa nos acontecimentos que narra.
Presença
Não participante Quando não participa nos acontecimentos que narra.
Objetivo Quando narra os factos tal e qual se passaram, objetivamente.
Posição
Subjetivo Quando apresenta opiniões sobre o que aconteceu, tornando a narração subjetiva.
falamos de focalização omnisciente quando o narrador conhece
Indica a perspetiva pela todos os factos da história que narra, as personagens, o seu íntimo,
qual o narrador narra pensamentos, emoções, etc.
acontecimentos, descreve Quanto a focalização interna é feita de acordo com a perspetiva de uma
espaços ou caracteriza à ciência: personagem.
personagens consoante a
Ponto de vista a focalização externa ocorre em narrativas com um narrador
ciência (conhecimento) e
(ou focalização) observador, que se limita a contar o que observa, deixando o leitor
a presença que tem numa
retirar as suas conclusões (a sua perspetiva dos factos).
narrativa. O ponto de vista,
numa narrativa, também a focalização pode ser de 1ª pessoa (quando o narrador é
pode ser exercido por uma Quanto personagem principal ou quando é uma das personagens)
personagem. à presença: a focalização pode ser de 3ª pessoa (quando o narrador não
participa na história que conta)
Ação
Ação é o conjunto de acontecimentos que se sucedem em determinados espaços, durante períodos de tempo, praticados por uma ou
mais personagens. Quando na narrativa os acontecimentos se sucedem por relações de causalidade, a ação chama-se intriga. Numa
narrativa podem existir várias ações.
Ação principal É a que tem maior importância, tem um desenvolvimento maior.
Importância
ou relevo Relaciona-se com a ação principal, sendo constituída por acontecimentos menos
Ação secundária
importantes.
Encadeamento em narrativas
Os acontecimentos sucedem-se por ordem cronológica.
curtas como os contos
Encaixe em narrativas mais Resulta de um processo que permite ao narrador incluir uma história no interior de
Articulação
extensas (novela, romance, outra sem que a unidade da ação se perca– tal como acontece em Os Lusíadas nos
das sequências
poema épico) cantos III e IV, em que Camões conta ao Rei de Melinde a História de Portugal.
narrativas
Alternância em narrativas
Os acontecimentos não se desenrolam de forma encadeada, mas de modo
mais extensas (novela,
alternado.
romance, poema épico)
262
A. Conceitos básicos sobre
narrativa, poesia e drama
Personagem
A personagem vai surgindo na narrativa conforme a ação avança. A sua caracterização vai sendo revelada no decorrer dos
acontecimentos.
Quando mantêm as mesmas características (físicas, psicológicas, sociais…) ao longo da
Planas
narrativa.
Quando são dotadas de complexidade psicológica e a sua personalidade se altera com o
Modeladas
desenrolar da ação.
Definição
Quando possuem os traços característicos de personagens coletivas, representando grupos
sociais, profissionais, económicos, religiosos ou outros. É o caso de personagens do Auto da
Personagens-tipo
Barca do Inferno, de Gil Vicente, como o Frade, o Sapateiro, o Onzeneiro e a Alcoviteira, entre
outras.
É a que apresenta maior relevo no desenrolar da ação, desempenha o papel mais importante,
Principal
aparece frequentemente.
Importância
ou relevo Secundária Desempenha um papel menos importante, mas é necessária para o desenrolar da ação.
Figurante Não tem qualquer participação na ação, mas pode servir para caracterizar ambientes sociais.
Aspetos físicos ou psicológicos da personagem vão sendo apresentados diretamente pela
Direta própria personagem que, deste modo, se autocaracteriza, ou por outras personagens, ou pelo
Caracterização narrador.
Aspetos físicos e psicológicos são descobertos pelo leitor a partir das ações, comportamentos,
Indireta
palavras e atitudes das personagens.
Espaço
Refere-se a locais de natureza geográfica (urbana, rural…), espaços concretos
Físico (interiores ou exteriores) nos quais decorrem os acontecimentos e onde as
personagens se movimentam.
Reflete as características políticas, sociais, culturais, entre outras, de uma
Social dada sociedade. É o ambiente social no qual decorrem os acontecimentos e as
personagens atuam.
Localiza-se no interior das personagens, na sua intimidade, e respeita a sua
Psicológico
vivência íntima (sonhos, pensamentos, divagações, etc).
Tempo
É o tempo objetivo ao longo do qual decorrem os acontecimentos.
da história É um tempo cronológico, isto é, ao longo do qual se verifica a sucessão dos
acontecimentos.
É a ordem pela qual esses acontecimentos são contados pelo narrador. Se
num determinado momento da narrativa, o narrador optar por contar factos
anteriores está a utilizar uma analepse.
Exemplo: Em Os Lusíadas, Vasco da Gama, em Melinde, conta ao Rei factos da
História de Portugal, cronologicamente anteriores ao tempo da viagem à Índia.
do discurso
Por outro lado, se num determinado momento da narrativa o narrador antecipar
factos que apenas vão ocorrer no futuro, estamos perante uma prolepse.
Exemplo: Quando, em Os Lusíadas, o Adamastor profetiza os naufrágios e
demais sofrimentos de que os portugueses serão vítimas por atravessarem o
Cabo das tormentas.
psicológico É o tempo subjetivo, sentido de forma particular pelas personagens.
263
Anexo informativo
Poesia
Versificação
Métrica
Podemos definir métrica como o conjunto de regras que regulam a medida e o ritmo das sílabas tónicas
e átonas de um verso. A sílaba métrica distingue-se da sílaba gramatical por se contar de acordo com o
ritmo e não seguindo as regras da divisão silábica.
264
A. Conceitos básicos sobre
narrativa, poesia e drama
Drama
Características do texto dramático
Constituído pelas falas das Constituído por indicações sobre estrutura externa
personagens: do texto em:
diálogo – interação entre duas atos (para mudança de cenários);
ou mais personagens cenas e quadros (entrada ou saída de
monólogo – discurso de apenas personagens em cena);
uma personagem listagem inicial das personagens;
apartes – discurso que não didascálias – indicações cénicas apresentadas
se destina a ser ouvido pelas entre parênteses e em itálico com informações
personagens. sobre:
caracterização, movimentação e atitudes das
personagens em palco;
indicações sobre o cenário, a iluminação e o
som.
O texto dramático destina-se, em geral, à representação. Estes são alguns dos intervenientes do es-
petáculo teatral:
265
Anexo informativo
B. Gramática essencial
Variação e mudança
Famílias de línguas são grupos de línguas que derivam de um antepassado comum, uma língua-mãe, e
que por isso revelam semelhanças entre si.
As diversas línguas faladas pelos povos indo-europeus que há cerca de seis mil anos emigraram para a Ásia
e para a maior parte da Europa deram origem às atuais línguas europeias, as quais, por seu turno se agrupam
em famílias de línguas, como se pode observar de forma resumida no quadro seguinte.
Etimologia
A etimologia é a disciplina que estuda a origem e evolução das palavras. Tem por objetivo o estudo das
palavras ao longo do tempo até remontar ao seu étimo, isto é, à sua origem. No caso do português, a sua base
etimológica é o latim vulgar, mas incorpora também palavras pré-latinas (do celta, por exemplo) e pós-latinas
do germânico e do árabe.
Étimo
O étimo, ou origem, é a forma antiga da qual deriva diacronicamente (através do tempo) outra palavra.
Assim, a palavra latina pedem evoluiu para pee (até séc. XV) e, finalmente, para pé (pedem> pee> pé).
A evolução de uma palavra pode fazer-se apenas em termos fonéticos, isto é, apenas varia o som da pala-
vra, como ilustrado no exemplo acima, ou em termos fonéticos e semânticos quando às alterações do som da
palavra se juntam também mudanças do seu significado inicial:
a) salarium [quantia dada aos soldados romanos para comprarem o sal] > salário [remuneração paga a
alguém em troca de trabalho ou serviços prestados].
Já as palavras convergentes são as que provêm de étimos latinos diferentes mas apenas apresentam
uma forma em português. Vejamos o quadro:
266
B. Gramática essencial
Plano morfológico
Processos morfológicos de formação de palavras
1. Derivação
Processos morfológicos Exemplos Descrição
Prefixação Desconforto Prefixo + radical ou palavra
Sufixação Sapateiro Radical ou palavra + sufixo
Afixação Prefixo + radical + sufixo
Parassíntese Enfraquecer (a palavra apenas se forma com a associação
simultânea de um prefixo e um sufixo)
Processo através do qual se Vou comprar um livro. / Fiz uma
comprar (v) compra (n)
formam nomes a partir de uma compra com um bom desconto.
Derivação não forma verbal, substituindo a
afixal vogal temática e o afixo de Preciso de trocar uma nota de
flexão pelo índice temático dos 100 euros. / Dê-me troco de 5 trocar (v) troco (n)
nomes. euros, por favor.
2. Composição
Processos morfológicos Exemplos Descrição
tecnologia radical + radical
Processo através do qual se autopsicografia radical + radical + radical
Composição associam dois ou mais radicais
ortopedia radical + radical
morfológica (por (normalmente de origem grega
socioeconómico radical + palavra
radicais) ou latina) ou um radical e uma
palavra. lusodescendente radical + palavra
afro-americano radical + palavra
porco-espinho duas palavras (nome + nome)
cachorro-quente duas palavras (nome + adjetivo)
Composição
Processo através do qual se surdo-mudo duas palavras (adjetivo + adjetivo)
morfossintática
associam duas ou mais palavras. saca-rolhas duas palavras (verbo + nome)
(por palavras)
vaivém duas palavras (verbo + verbo)
pôr do sol três palavras (verbo + preposição + nome)
Advérbio Modifica a frase e pode ter diferentes valo- Eles chegam no domingo, provavelmente.
[de frase] res semânticos. Felizmente, o exame correu bem.
Faz parte do grupo verbal e pode ter vários 1. Eles trabalham ali.
Advérbio
valores semânticos: lugar (1), tempo (2) 2. Ela chegou ontem de Paris.
[de predicado]
ou modo (3). 3. Eu bebi o leite rapidamente.
Advérbio Nega a afirmação contida na frase e surge,
A Sofia não vai às aulas.
de negação normalmente, à esquerda do verbo.
É usado na resposta a uma frase Vais ao ginásio? Sim.
Advérbio
interrogativa total, como modificador de um
de afirmação A Rosário chegou não hoje, mas sim ontem.
elemento da frase como forma de reforço.
Advérbio de Dá informação sobre o grau ou a Estou muito cansado.
quantidade e grau quantidade. O livro é bastante interessante.
Informa sobre a presença ou a ausência de Até a Sara sabe a resposta. (inclusão)
Advérbio
algo ou alguém num determinado conjunto O João também vai ao cinema. (inclusão)
de inclusão
e pode modificar qualquer constituinte da
e de exclusão Todos participaram, inclusivamente, o João. (inclusão)
frase.
268
B. Gramática essencial
Palavras que servem para 1. Ah!, oh!: alegria. 2. Oh!, oxalá!: desejo. 3. Eia!, vamos! animação.
exprimir emoções.
4. Bravo!, viva!: aplauso. 5. Ai!, ui!: dor.
269
Anexo informativo
O artigo definido varia em género e O artigo indefinido varia em género O determinante indefinido varia em género e
número e contribui para a construção e número e usa-se antes do nome número. Contribui para a construção do valor
do valor referencial do nome, cujo referente não foi previamente referencial do nome, indefinindo-o. Distingue-se do
identificando-o. Na frase, o artigo identificado ou não é conhecido dos determinante artigo, porque pode coocorrer com
definido surge antes do nome. Os interlocutores. Os determinantes artigos ele: «os outros/uns outros». Os determinantes
determinantes artigos definidos são: indefinidos são: um, uma, uns, umas. indefinidos são: certo, certa, certos, certas, outro,
o, a, os, as. outra, outros, outras.
1. Traz-me o livro. 1. Traz-me um livro. 1. Certos livros foram lidos por mim.
2. Vi a Maria ontem. 2. Vi uma pessoa ontem. 2. Vi outras raparigas na praia.
3. Ele comeu as maçãs. 3. Ele comeu umas maçãs.
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