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DE DESENHO
MECÂNICO
SENAI-RJ • Mecânica
INTERPRETAÇÃO
DE DESENHO
MECÂNICO
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
INTERPRETAÇÃO
DE DESENHO
MECÂNICO
SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2007
Interpretação de Desenho Mecânico
© 2007
EQUIPE TÉCNICA
Este material foi construído mediante a compilação de diversas apostilas publicadas pela Instituição,
sendo elas: Iniciação ao Desenho e Desenho Técnico Mecânico do SENAI-RJ; Desenho Técnico Mecânico do
SENAI-MG, Informações Técnicas Mecânica do SENAI-RS, Desenho Técnico Mecânico SENAI-SC.
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI.
Há mais de 65 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam tomar decisões com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura educacional
com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação flexível
e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................ 11
1 INTRODUÇÃO ........................................................... 17
TIPOS DE DESENHO ...................................................... 19
LINGUAGEM DO DESENHO MECÂNICO .................................... 27
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar
novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização
constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se nessas novas
demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional,
as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo
o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos, ampliando suas
possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
Esta material objetiva levá-lo a compreender o desenho técnico de peças ou conjuntos mecânicos,
que se apresente dentro das Normas Técnicas. Ao longo do processo de aprendizagem você terá
também a oportunidade de rever conceitos importantes relacionados à linguagem e aos diferentes
tipos de desenho, além, é claro, de exercitar sua capacidade interpretativa – recurso essencial no seu
campo de trabalho.
SENAI-RJ 11
Interpretação de desenho mecânico – Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação
entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao redor delas.
SENAI-RJ 13
Interpretação de desenho mecânico – Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha
básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de
processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos
de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e
dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são
absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem
aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio
ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra
possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos
também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem
adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-
primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como
também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo,
o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo
contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
Devemos ainda observar que a mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta.
Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa
é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens
e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns
riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que
preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
14 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Uma palavra inicial
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto,
é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas
e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em
tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e
segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?
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Introdução
Nesta unidade ...
Tipos de desenho
1
Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Tipos de desenho
Quando um profissional executa um trabalho, é comum que ele utilize informações contidas na
sua memória. Embora a mente humana organize e guarde as mais diversas informações na execução
de tarefas, um trabalho técnico exigirá desse mesmo profissional muitos cuidados especiais.
Como já foi dito na apresentação, nosso principal objetivo é levar você a interpretar desenho
técnico mecânico de peças e conjuntos, mas antes vale à pena conhecer os diversos tipos de desenho
com os quais nos deparamos diariamente. Você verá que cada um tem a sua importância.
Vivemos em uma sociedade que faz uso diversificado do desenho, ele está presente no lazer, no
trabalho, no trânsito, na escola ...
Em cada atividade exerce uma função: ora diverte, ora informa, ora direciona. De acordo com
as suas funções, os desenhos ganham especificidade, adquirem características próprias e recursos
diferentes são utilizados para sua execução.
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Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Fig. 1
Imaginamos que sim, considerando que não é necessário saber inglês, alemão, francês ou outra
língua qualquer para entender uma imagem.
20 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Fig. 2
Desenho simbólico!
O desenho simbólico utiliza figuras, formas ou cores para representar alguma coisa.
Observando os exemplos que se seguem, você perceberá que esse simbolismo pode ser expresso
de várias formas.
Fig. 3 Fig. 4
Brasões
Fig. 5
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Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Logomarcas
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 8
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Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Depois de ter atualizado seus conhecimentos sobre os vários tipos de desenho presentes no dia
a dia, vale destacar aqueles mais diretamente relacionados ao mundo do trabalho.
• Da área de soldagem.
Fig. 9
• Da área mecânica.
Vista Perspectiva
Cabeça do
parafuso
Fig. 10
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Interpretação de desenho mecânico – Introdução
fACHADA
Fig. 11 – Fachada
Planta baixa
A planta baixa tem a função de mostrar todos os cômodos de uma casa com suas dimensões. Ao
analisar um desenho como esse, você poderá localizar portas, janelas, aparelhos sanitários, lavatórios,
enfim, todos os detalhes necessários à execução da construção (Figura 12).
Para representar uma planta baixa, o desenho supõe um corte ao nível das janelas. Ao retirarmos
a parte superior do corte identificaremos a planta na parte inferior.
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Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Fig. 12 – Planta
É um desenho feito com base na planta baixa de arquitetura e mostra, de maneira esquemática,
a localização dos componentes elétricos (tomadas, interruptores, motores, pontos de luz, campainhas,
quadros de distribuição, etc.), bem como todos os eletrodutos por onde deve passar a fiação elétrica
e o seu respectivo trajeto (Figura13).
SENAI-RJ 25
Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Os desenhos de arquitetura estão repletos de símbolos gráficos, observe os que foram utilizados
nos desenhos de plantas de instalações elétricas (eles estão normatizados pela ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas).
Fig. 14
Desenhos esquemáticos
No propósito de definir os mais variados tipos de desenho, destacamos a importância dos desenhos
esquemáticos.
Eles são normalmente aplicados na execução de esquemas técnicos nas mais diversas áreas,
como por exemplo:
• elétrica
26 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Introdução
• eletrônica
• mecânica
Algumas áreas profissionais que necessitam utilizar o desenho técnico mecânico para a realização
de seus trabalhos:
Linguagem do desenho
mecânico
Uma vez identificados os vários tipos de desenho e destacado o Desenho Mecânico como alvo
maior do nosso estudo, cabe compreender o papel do mesmo no universo industrial. Como ele surgiu?
Por que é tão importante?
SENAI-RJ 27
Interpretação de desenho mecânico – Introdução
Para começo de conversa é preciso destacar que a necessidade de um tipo de linguagem que
pudesse ser entendida em qualquer idioma fez com que o homem criasse diversas técnicas gráficas,
utilizando para isso as chamadas projeções.
O caminho percorrido foi árduo, uma vez que não é simples a tarefa de se retirar a imagem
tridimensional do objeto no espaço e lançá-la no plano do papel – no qual há duas dimensões.
Especialmente se considerarmos que é preciso manter as medidas reais de comprimento, largura e
altura de todos os detalhes, para uma eventual fabricação.
A importância deste desenho no processo industrial é tanta que mesmo quem nunca venha a
desenhar deve ser capaz de interpretar corretamente o seu conteúdo. Daí a razão pela qual, ele é
regido por normas técnicas.
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Normas Técnicas
Nesta unidade ...
ABNT
2
Interpretação de desenho mecânico – Normas Técnicas
De acordo com as normas técnicas de cada área ocupacional, você poderá observar que nas
figuras a seguir as representações foram feitas por meio de traços, símbolos, números e indicações
escritas.
Desenho Técnico
Desenho Técnico
de Mecânica
de Marcenaria
Sala Cozinha
BWC
Quarto Quarto
Fig. 1
SENAI-RJ 31
Interpretação de desenho mecânico – Normas Técnicas
No caso da área de mecânica, o desenho técnico chega pronto às mãos do profissional responsável
pela execução da peça. Esse profissional deve ler e interpretar o desenho para que possa executar a
peça.
A Norma técnica tem o caráter de lei, pois ela serve de base para analisar se um produto ou
serviço está dentro dos critérios de qualidade exigidos.
32 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Normas Técnicas
Normatização
A partir da definição de Normas Técnicas você já pode concluir que Normatização é o processo
de formulação e aplicação de regras para um tratamento ordenado de uma atividade específica. Com
a cooperação de todos os interessados o processo promove a economia global, levando na devida
conta, as condições funcionais e os requisitos de segurança.
Objetivos
O estudo e a aplicabilidade das Normas Técnicas tem como objetivos:
• SIMPLIFICAÇÃO
Reduzir a crescente variedade de procedimentos e tipos de produtos.
• COMUNICAÇÃO
Proporcionar os meios mais eficientes para a troca de informações entre o fabricante e o
cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços.
• ECONOMIA
Visa a economia global, tanto do lado do produtor quanto do consumidor.
• SEGURANÇA
Proteger a vida humana e a saúde. A segurança é considerada um dos principais objetivos da
normatização.
• PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
Possibilitar à comunidade o controle na qualidade dos produtos.
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Interpretação de desenho mecânico – Normas Técnicas
Vantagens
A normatização oferece muitas vantagens ao mundo do trabalho. Observe com atenção o
Quadro 1.
ABNT
Fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o órgão responsável
pela normatização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. A ABNT é membro fundador da ISO (International Organization for Standardization),
da COPANT (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas) e do CMN (Comitê Mercosul de
Normatização).
Os objetivos da ABNT:
1. Promover a elaboração de normas técnicas e aumentar seu uso nos campos científicos, técni-
co, industrial, comercial, agrícola e correlato, mantendo-as atualizadas, apoiando-se, para tan-
to, na melhor experiência técnica e em trabalhos de laboratório.
34 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Normas Técnicas
5. Colaborar com o Estado no estudo e na busca por soluções para os problemas que se relacio-
nam com a normatização técnica em geral.
8. Intermediar junto aos poderes públicos os interesses da sociedade civil no tocante aos assuntos
de normatização técnica.
O presente material de estudos foi concebido obedecendo a uma ordem didática. Nele, tivemos
o cuidado em abordar diversas informações geométricas e não geométricas que constituem o desenho
técnico mecânico. Em sua elaboração tomamos como base várias normas técnicas vigentes como:
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), DIN (Deutsches Institut Fur Normung), ANSI
(American National Standards Institute), ISO (International Organization for Standardization),
ASTM (American Society For Testing and Materials) e SAE (American Society of Automotive
Engineering).
SENAI-RJ 35
Linhas Convencionais e
Morfologia Geométrica
Nesta unidade ...
Linhas convencionais
Morfologia geométrica
3
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Linhas convencionais
Iniciamos lembrando que linha são pontos muito próximos que seguem uma determinada direção,
tornando-se traço contínuo de uma só dimensão (Figura 1).
Fig. 1
As linhas convencionais são aquelas definidas segundo uma nomenclatura determinada pela sua
forma ou pelo seu uso no desenho.
• Linha Reta – quando uma trajetória segue sempre a mesma direção (Figura 2).
• Linha Curva – quando sua trajetória muda constantemente, a espaços muito pequenos
(Figura 3).
SENAI-RJ 39
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
• Linha Mista – quando é formada por segmentos de retas e curvas (Figura 5).
Retas
As linhas retas podem apresentar-se nas seguintes posições: horizontal, vertical e inclinada.
Na ilustração a seguir (Figura 6), você poderá observar exemplos de posições de retas.
Fig. 6
40 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
c) As retas a, b e c estão na posição inclinada, e como você pode observar, d e e estão nas
posições vertical e horizontal respectivamente.
Fig. 9
SENAI-RJ 41
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 10
Marcando-se um ponto (P) em qualquer reta, ela ficará dividida em duas partes. Cada parte é
denominada semi-reta. O ponto P é a sua origem.
Fig. 11
Marcando-se outro ponto (M) sobre a semi-reta, a porção entre P e M é denominada segmento
e reta.
Fig. 12
42 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 13
Fig. 14
Ângulos
Depois das linhas e retas precisamos definir os ângulos. Um ângulo é a figura formada por duas
semi-retas que têm a mesma origem.
Fig. 15
• vértice
• lados
• abertura
SENAI-RJ 43
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 16
Temos ainda outras definições para ângulo, quanto a abertura eles podem ser:
• retos;
• agudos;
• obtusos.
Ângulo reto
Nesse caso, quando duas retas se cruzam e formam quatro ângulos, tendo esses quatro ângulos
a mesma abertura, cada um deles se denomina ângulo reto.
44 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 17
O ângulo de 90º ou reto é um dos ângulos mais importantes, ele está presente na maioria das
peças das máquinas e objetos. É o caso por exemplo das folhas de papel, de mesas, portas, janelas,
esquadros e de mais uma infinidade de coisas que são executados tendo em suas formas um ou mais
ângulos retos. Qualquer peça fixada perpendicularmente a um plano, forma com este um ângulo reto.
Fig. 18
Nos esquadros, os lados A e B são perpendiculares. Formam um ângulo de 90º. Tal como
aparece na figura 19.
Fig. 19
SENAI-RJ 45
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 20
Fig. 21
c) Nesse caso a broca está perpendicular à peça. Ela forma um ângulo de 90º.
Fig. 22
46 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Ângulo agudo
Outro tipo de ângulo é o agudo. Ele é definido como todo ângulo menor que o ângulo reto.
Fig. 23
Fig. 24
b) O ângulo formado pelos flancos do filete da rosca métrica a seguir, mede 60º; logo, é um
ângulo agudo (Figura 25).
SENAI-RJ 47
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 25
Ângulo obtuso
Há ainda, segundo essa classificação, outro tipo de ângulo: o obtuso. Chamamos obtuso
todo ângulo maior que o ângulo reto (Figura 26).
Fig. 26
a) A verificação do ângulo de 120º (obtuso) numa barra sextavada, com a ajuda de um gabarito
apropriado (Figura 27).
Fig. 27
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Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 28
1. contínua;
2. tracejada;
3. traço e ponto;
SENAI-RJ 49
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Além das linhas básicas, as mesmas podem variar de largura, assumindo assim uma nova
aplicação. Nesse caso, a largura pode ser larga ou estreita, respeitando a relação entra as larguras
larga e estreita, sem igual ou superior a 2.
Você deve estar atento, pois as larguras das linhas devem ser escolhidas
conforme o tipo, a dimensão, a escala e a densidade de linhas no desenho,
de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50;
0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm, sendo que as escalas 0,13 e 0,18 são
recomendadas para a reprodução e estarão sujeitas a redução.
Para obter diferentes vistas de uma peça, desenhadas na mesma escala, as larguras das linhas
devem ser conservadas.
Observe no quadro a seguir as linhas recomendadas pela NBR 8403/1984, suas indicações e
aplicabilidade.
Continua...
50 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Continuação
G ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Traço e ponto estreito Linhas de centro
Linhas de simetrias
Trajetórias
Apresentamos a seguir uma breve descrição das linhas mais usuais, com exemplos da sua
aplicação.
É contínua larga e indica todas as partes visíveis do objeto, determinando o seu contorno.
Fig. 29
Para ser bem compreendido, o desenho deve apresentar linhas mostrando todas as arestas e a
interseção das superfícies de uma peça. Muitas destas linhas não são visíveis para o observador
SENAI-RJ 51
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
porque estão encobertas por outras partes da peça. Para a indicação destas partes não visíveis, usa-
se uma linha tracejada estreita. Tal como aparece na figura 30.
Fig. 30
Eixo de simetria
Fig. 31
52 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Certas peças possuem elementos que não aparecem à vista do observador, tome como exemplo
a peça representada na figura 32.
Fig. 32
À vista do observador estão:
Fig. 33
Note que na 1ª e 3ª vistas o furo não parece aos olhos do observador. Assim, este deverá ser
indicado por um linha tracejada.
Fig. 34
SENAI-RJ 53
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Linha auxiliar
Chamamos linha auxiliar uma linha contínua e estreita, auxiliar para a linha de cota.
Linhas auxiliares
continua estreita
Linhas auxiliares
Linhas auxiliares
Fig. 35
Linha de cota
A linha de cota pode ser definida como uma linha estreita e contínua limitada por flechas agudas.
Em casos especiais, usamos pontos ou traços no lugar de flechas. As pontas das flechas devem tocar
as linhas auxiliares.
Linha de cota
continua estreita
Linhas de cotas
54 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Linhas de corte
As linhas de corte são de espessura grossa, formada por traços e pontos. Servem para indicar
cortes e seções.
Fig. 37
Linhas de hachuras
Por sua vez, as linhas de hachuras são de espessura fina. São representadas através de um
traço contínuo ou tracejadas, geralmente inclinadas a 45º e mostram as partes cortadas da peça.
Servem também para indicar o material do qual a peça é feita, de acordo com as convenções
recomendadas pela ABNT.
Linhas de rupturas
Nesse caso, são de espessura média, representadas por um traço contínuo e sinuoso e servem
para indicar pequenas rupturas e cortes parciais.
Fig. 38
SENAI-RJ 55
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
São de espessura fina, representadas por traço contínuo e com zigue-zague, conforme figura 39.
Fig. 39
As linhas para representações simplificadas são de espessura fina, representadas por um traço
contínuo e servem para indicar o fundo de filetes de roscas e de dentes de engrenagens.
Fig. 40
Linhas de chamada
c) com uma seta, se ela conduz e/ou contorna a aresta do objeto representado (Figura 41- C).
56 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
A B C
Figura 3 Figura 5
Figura 4
Fig. 41
Vamos praticar?
Utilizando as linhas de chamada, indique na figura 42, pelo menos uma linha de cada aplicação
solicitada a seguir.
c) Linha de centro;
d) Linha de simetria;
e) Linha auxiliar;
f) Linha de cota.
Fig. 42
SENAI-RJ 57
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Morfologia geométrica
Vencido o desafio anterior de conceituar e identificar as linhas convencionais e os tipos de
larguras de linhas é preciso compreender as formas geométricas.
Morfologia
Inicialmente lembramos que Morfologia é o estudo das formas.
Linha poligonal
Dentro do estudo das formas geométricas vale destacar a presença da linha poligonal. Ela é
formada por segmento de retas sucessivas, em diversas direções.
B
A
A forma geométrica que chamamos polígono é a figura formada por uma linha poligonal fechada.
a) Os elementos do polígono
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Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Ângulo externo
Vértice
Lado
Ângulo interno
Fig. 44 – Polígono
c) Seus ângulos externos – formados por um lado e pelo prolongamento de outro adjacente.
Polígono regular
É o polígono que tem todos os lados com o mesmo comprimento e todos os ângulos com a
mesma abertura.
Mas há ainda outras formas de polígono. Vale destacar que eles são classificados conforme o
número de lados. Observe os vários polígonos apresentados na figura 45.
SENAI-RJ 59
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Triângulo
Os elementos que identificam o triângulo são os lados e os ângulos. Num triângulo contam-se
três lados, três ângulos e três vértices.
Os triângulos são classificados de acordo com a dimensão dos seus lados e a natureza dos
ângulos.
60 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
A B C
Fig. 46
A B C
Fig. 47
Quadriláteros
Por sua vez os quadriláteros podem ser definidos como polígonos de quatro lados (4 ângulos
internos, 2 diagonais e 4 vértices).
Numa primeira classificação, podemos afirmar que os quadriláteros estão divididos em:
• Paralelogramos;
• Trapézios;
• Trapezóides.
SENAI-RJ 61
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Ângulo interno
Diagonais
Vértice
Lado
Fig. 48 – Quadrilátero
Paralelogramos
Dentro dessa classificação, os paralelogramos são aqueles que possuem os lados opostos
paralelos.
O Quadrado
Quadrado Parafuso
Fig. 49
O Retângulo
Lima
Retângulo
Fig. 50
62 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
O Losango
Losango
Flange
Fig. 51
O Paralelogramo
Tem os ângulos opostos iguais e os lados opostos iguais, dois a dois, respectivamente.
Fig. 52
Paralelogramo
Fig. 53
SENAI-RJ 63
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Trapézios
Os trapézios podem ser definidos como quadriláteros que possuem dois lados paralelos,
denominados base.
A distância entre as bases denomina-se altura, tal como é demonstrado na figura 54.
Base menor
Altura
Base maior
Fig. 54
O Trapézio retângulo
Fig. 56
64 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
O Trapézio isósceles
Fig. 57
Fig. 58
O Trapézio escaleno
Fig. 59
SENAI-RJ 65
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Fig. 60
Trapezóides
Chamamos trapezóides os quadriláteros que não possuem lados paralelos. Observe atentamente
as figuras 61 e 62.
Fig. 61
Fig. 62
66 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Círculo / Circunferência
Para começo de conversa vamos tentar definir um círculo através de um exemplo. Um cone, ao
ser cortado por um plano perpendicular ao seu eixo, forma um círculo, limitado por uma linha
chamada circunferência. O círculo, conseqüentemente, será uma figura plana.
Eixo
Plano ∝ Circunferência
perpendicular
ao eixo
OBSERVAÇÃO
Sendo o plano
∝ oblíquo, a figura
formada será a
elipse. Elipse
Fig. 63 – Cone
Você também poderá definir o círculo de outra forma: mostrando que ele é a figura plana formada
por uma linha curva e fechada cujos pontos são eqüidistantes de um ponto fixo interior denominado
centro.
Observe atentamente a figura 64. Ao traçar uma circunferência, foram delimitados dois espaços
no plano; um exterior e outro interior. O espaço interior unido à circunferência forma o círculo.
SENAI-RJ 67
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Círculo
Circunferência
Centro
Fig. 64
Linhas da circunferência
Nas figuras 65, 66 e 67 você poderá observar uma série de símbolos e medidas usados para
interpretar uma circunferência.
Duas circunferências C e C1, que estejam no mesmo plano, podem ocupar seis posições distintas
uma relação à outra. Acompanhe cada uma dessas posições representadas na figura 68.
1. Concêntricas;
2. Exteriores;
3. Interiores;
4. Tangentes exteriores;
5. Tangentes interiores;
6. Secantes.
68 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Interiores Secantes
Fig. 68
Fig. 69
SENAI-RJ 69
Interpretação de desenho mecânico – Linhas Convencionais e Morfologia Geométrica
Bem, agora que você já conheceu as linhas e as principais figuras geométricas, deve ter percebido
que todos os objetos, mesmo os mais complexos, podem ser associados a um conjunto de figuras
geométricas e isso não é diferente na mecânica. No decorrer do curso, no manuseio das peças,
ferramentas e equipamentos, você terá a oportunidade de perceber que essa associação é real, presente
em tudo que cerca o seu dia-a-dia. Dessa forma a mecânica pode ser relacionada aos mais diversos
tipos de linha e às diversas formas geométricas.
70 SENAI-RJ
Sólidos Geométricos
Nesta unidade ...
4
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
Você já sabe que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano. Quando
uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes planos, temos um sólido geométrico.
Analisando as ilustrações a seguir (Figuras 1 e 2), você entenderá bem a diferença entre uma figura
plana e um sólido geométrico.
Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura. Embora existam
infinitos sólidos geométricos, apenas alguns, que apresentam determinadas propriedades, são estudados
pela geometria. Os sólidos que você estudará nesta unidade têm relação com as figuras geométricas
planas mostradas anteriormente. Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por
superfícies, que os limitam. E essas superfícies podem ser planas ou curvas. Dentre os sólidos
geométricos limitados por superfícies planas, estudaremos os prismas, o cubo e as pirâmides. Dentre
os sólidos geométricos limitados por superfícies curvas, estudaremos o cilindro, o cone e a esfera,
também chamados sólidos de revolução.
É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos. Isso porque, por
mais complicada que seja a forma de uma peça, ela sempre será analisada como o resultado da
combinação de sólidos geométricos ou de suas partes.
SENAI-RJ 73
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
Nos esquema a seguir você poderá identificar os principais divisões e subdivisões dos sólidos
geométricos.
{
{ Tetraedro, Hexaedro, Octaedro,
{
Regulares Dodecaedro e Icosaedro
Poliedros
Irregulares { Prisma e Pirâmides { Irregulares
Regulares
Sólidos
Geométricos
Sólidos de
revolução: Cilindro, cone, tronco de cone e esfera
Poliedros
Chamamos poliedros os sólidos geométricos que têm as faces poligonais. Os poliedros são
classificados em regulares e irregulares.
Poliedros regulares
São os poliedros que têm como face polígonos regulares. São cinco os poliedros regulares:
tetraedro, hexaedro, octaedro, dodecaedro e icosaedro.
Fig. 3
Poliedros irregulares
Prismas regulares
74 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
Vértices
Base
superior
Arestas
Faces
(paralelograma)
Fig. 4
Prismas irregulares
Fig. 5
Pirâmides
Vértice
Base
triangular
(3 lados)
Faces
laterais
Pirâmide de
Altura
base triangular
Base
quadrangular
(4 lados) vértice
Base (polígono)
Pirâmide de
Pirâmide de base Pirâmide truncada
base quadrada
retangular de base quadrada
Fig. 6
SENAI-RJ 75
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
Um Uma
Uma
parafuso punção
embalagem
Fig. 7
Sólidos de revolução
São aqueles gerados pela rotação de um polígono em torno de um de seus lados.
Cilindro
É o sólido geométrico gerado pela rotação do retângulo (ABCD) em torno de um dos seus lados.
B B
A
C
D D
Fig. 8
76 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
(a)
Broca helicoidal
(b)
Parafuso cabeça
cilíndrica com fenda
(c)
Fig. 9
Esfera
É o sólido geométrico gerado pela rotação de um semi-círculo, em torno de seu diâmetro. Repare
que uma esfera não possui arestas, vértices e superfícies planas (Figura 10).
(a)
Fig. 10
SENAI-RJ 77
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
Exemplo de
peças
esféricas
Esfera
Anel externo
Anel interno
Esfera
Esfera Esfera
eixo
(b)
Esfera
Cone
Chamamos Cone o sólido gerado pela rotação de um triângulo retângulo ABC em torno de um
de seus catetos AB ou CA.
4 B
B
1 2
1. polígono gerador
2. superfície lateral
3. base
4. vértice
A A
C
C Catetos
3
Fig. 13
78 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Sólidos Geométricos
Representação
em perspectiva
Fig. 14
Tronco de cone é o sólido geométrico gerado pela rotação de um trapézio retângulo em torno de
um de seus lados (desde que não sejam os lados paralelos).
3
c A
c A 2
1 D B
B
4
D
SENAI-RJ 79
Projeção Ortogonal no
1º e 3º diedros
Nesta unidade ...
Sistemas de projeção
5
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Sistemas de projeção
Vale à pena lembrar que o desenho técnico mecânico, objeto do nosso estudo, tem como principal
finalidade, expressar através de uma linguagem gráfica normatizada, a forma e as dimensões de um
elemento em estudo. Isso se dá através de vistas ortográficas ou de perspectiva, sabendo que ambas
são suas representações, conseqüência de um sistema de projeção.
Projeção ortogonal
Tomemos como ponto de partida a superfície do objeto, por exemplo, a Figura 1, supondo que ela
seja colocada paralelamente a um plano P, posterior a ela. Imaginemos agora que a figura seja iluminada
por uma fonte luminosa, colocada à distância infinita e perpendicular ao plano; conseqüentemente, os
raios r que provém da fonte são paralelos entre si e, ao mesmo tempo, perpendiculares à figura F e ao
plano P: eles reproduzirão, no plano P, uma imagem com o mesmo contorno e a mesma grandeza de
F. A imagem será chamada projeção ortogonal da figura F no plano P (ortogonal = perpendicular).
SENAI-RJ 83
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Projeção axonométrica
Para exemplificar a projeção axonométrica observemos as figuras a seguir. Através delas
descobriremos que essa projeção pode ocorrer de três formas distintas.
84 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
c) Perspectiva cônica (Figura 4) – se os raios luminosos provêm não do infinito, mas de uma
fonte 0 à distância finita (centro óptico), o contorno da figura F, obtida num plano P, muda de
dimensões conforme a posição da fonte 0. Este perfil toma o nome de perspectiva cônica (ou
central).
Depois que você identificou os tipos de projeção, vamos conhecer suas formas de representação.
Não esqueça que o objeto tem três dimensões e o plano de representação somente duas, nesse
caso há necessidade de um artifício técnico que possibilite tal operação. Os elementos fundamentais
de uma projeção são:
SENAI-RJ 85
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
A B
De lado De cima
C
De frente
Fig. 5
b) O Modelo – é o objeto que vai ser representado em projeção. Ele deve ser estudado em todos
os seus detalhes.
Fig. 6
Observação: o plano lateral também está na posição vertical. Porém, será chamado apenas de
lateral.
86 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Plano de projeção
vertical
o
e çã
oj Linha projetante
Pr
Ponto A
Observador
Fig. 7
Plano de projeção
vertical Projeção Plano de projeção
o b Linhas projetantes
e çã Linha projetante
oj a
Pr
a Segmento de reta
Segmento de reta
B perpendicular ao plano
B
A
A
Observador Observador
Fig. 8 Fig. 9
SENAI-RJ 87
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
b Linhas projetantes
ão b Linhas projetantes
j eç o
ro e çã
P oj
d Pr
a Superfície plana
a
B Superfície plana D
c
A D B
C
A
C
Observador Observador
Fig. 10 Fig. 11
b
o
e çã Linhas projetantes
oj
Pr
a d Prisma retangular
F
B
c E
A H
D
G
C
Observador
Fig. 12
A indústria usa em larga escala a projeção cilíndrica ortogonal, cuja característica principal é
permitir que as superfícies dos objetos, paralelas ao plano de projeção, projetem-se com a mesma
forma e as mesmas dimensões, isto é, em verdadeira grandeza.
88 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Cada diedro possui dois planos de projeção – um vertical e um horizontal. Um objeto colocado
em qualquer diedro terá as suas projeções nos planos vertical e horizontal.
primeiro
al
diedro
ic
rt
segundo
ve
diedro
o
an
Pl
a
rr
te
al
nt
de
zo
a
ri
nh
ho
Li
o
an
Pl
quarto diedro
terceiro
diedro
Fig. 14
SENAI-RJ 89
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Como o objetivo é visualizar o objeto num único plano, é feita a chamada “EPURA”, ou seja, a
planificação do diedro.
• Cada diedro é limitado por dois semiplanos, perpendiculares entre si. Os diedros são numera-
dos no sentido anti-horário, isto é, no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do
relógio.
• O método de representação de objetos em dois semiplanos, perpendiculares entre si, criado por
Gaspar Monge, é também conhecido como método mongeano.
• Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método mongeano adotam a projeção ortográ-
fica no 1º diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro.
O entendimento desse tipo de projeção exige uma atenção especial com as denominações e os
símbolos. Fique atento! Chamaremos o semiplano vertical superior de plano vertical. O semiplano
horizontal anterior passará a ser chamado de plano horizontal.
90 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Plano vertical
PV
Plano horizontal
PH
Fig. 15
Ao interpretar um desenho técnico procure identificar, de imediato, em que diedro ele está
representado. O símbolo a seguir indica que o desenho técnico está representado no 1º diedro. Este
símbolo aparece no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos técnicos, dentro da legenda.
Fig. 16
Quando o desenho técnico estiver representado no 3º diedro, você verá este outro símbolo.
Fig. 17
SENAI-RJ 91
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Pe
ão rfi
ç l
e va
El
Elevação Perfil
ta
an
Pl
Planta
Pl
an
ta
Planta
El
ev
aç l
ão rfi
Pe
Perfil
Elevação
92 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
or
eri
inf
V.
sq. V. pos
V. lat. e terior
l
nta
fro
V.
ir. r
.d rio
lat su
pe
V. V.
As vistas de um desenho técnico podem ser obtidas através do rebatimento prático, como vemos
nos exemplos da figura 21.
V. inferior
V. superior
SENAI-RJ 93
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
VS
PP
PV
E V
VL F
LEGENDA
VS = vista superior
VLE = vista lateral esquerda
VF = vista frontal
Fig. 22
94 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
PV PP
PH
Observações:
As linhas de arestas
invisíveis são tracejadas
médias e iniciam nas
arestas visíveis.
Fig. 23
Antes de seguir em frente, vale lembrar que até aqui mencionamos apenas
projeções nas três vistas principais, porém, dependendo da complexidade
ou simplicidade da peça, a mesma poderá ser representada em uma, duas,
três ou mais vistas, podendo ainda ser projetada com o auxílio de vistas
auxiliares, as quais serão estudadas em outra unidade.
Considere os exemplos de algumas figuras geométricas, representadas em três vistas nas figuras
a seguir.
SENAI-RJ 95
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
Os sistemas de CAD estão presentes, não somente nos escritórios de engenharia e na indústria,
mas também nas escolas.
96 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Projeção Ortogonal no 1º e 3º diedros
No entanto, é importante salientar que, embora os sistemas CAD tenham evoluído de forma
extremamente acelerada, permitindo a criação e a edição de desenhos numa complexidade cada vez
maior, não dispensaram o conhecimento de conteúdos fundamentais básicos, requeridos para a
elaboração e a interpretação de desenho técnico.
Se forem usados tipos de linhas diferentes, os seus significados devem ser explicados no respectivo
desenho ou por meio de referência, identificando as normas específicas correspondentes.
SENAI-RJ 97
Corte/Hachura
e Vista Simplificada
de Desenho
Nesta unidade ...
Corte / Hachura
Vista simplificada
6
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Corte / Hachura
Na unidade anterior utilizamos as projeções para melhor reproduzir a forma fixada de uma peça
em suas três dimensões. Vimos os planos de projeções e seus rebatimentos, bem como as
representações em vistas. Mas tudo isso pode ser pouco, para tornar interpretável um desenho
mecânico específico, especialmente por conta do aparecimento de detalhes internos, os quais são
mostrados por linhas invisíveis.
Quando estes detalhes são importantes para a fabricação, é conveniente que se tornem visíveis.
Isto é possível mediante a técnica do corte, uma forma de representação do objeto na qual uma de
suas partes é supostamente cortada e removida, apresentando assim, claramente, as partes ocultas
do objeto e facilitando a sua interpretação.
Fig. 1
Sem tais cortes, não seria possível analisar os detalhes internos dos objetos mostrados.
SENAI-RJ 101
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 2
Mas, atenção! Nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos para seu estudo. Em
certos casos, você deve apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que acontece em desenho
técnico mecânico, sendo o corte e seus tipos fixados pela norma NBR 10067 de maio de 1995.
Planos de corte
Na unidade anterior você viu que uma vista exterior mostra a peça como ela aparece ao
observador. Detalhes internos dessa peça aparecem no desenho através de linhas, indicando os
contornos não visíveis.
Quando os detalhes no interior da peça tornam-se complexos, mais e mais linhas não visíveis são
necessárias para mostrar, com precisão, tais detalhes e o desenho torna-se difícil de interpretar. O
que fazer nesses casos?
Para a simplificação do desenho, o desenhista pode lançar mão de uma técnica que consiste em
cortar uma parte da peça e, dessa forma, expor as superfícies internas. Em tais seccionamentos todas
as partes que se tornam visíveis são representadas por linhas de contornos visíveis (Figura 3).
Fig. 3
102 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Para obter a vista em corte, um plano de corte imaginário é passado através da peça como
mostra a figura 3 (letra A). A parte anterior é removida (letra B). A direção do plano de corte é
representada no desenho por uma linha de corte. As superfícies expostas, que foram cortadas, são
identificadas por linhas convencionais (hachuras), apresentadas na figura 3 (letra B).
Na representação geral, de qualquer material, deve ser usada a hachura mostrada na figura 4 –
letra A. O material é representado por linhas traçadas com inclinação de 45° em relação à base da
peça, ou em relação ao eixo da mesma, com linha estreita, conforme a NBR 8403 (ver Figura
4, letra B).
A B
Fig. 4
As hachuras em uma mesma peça são feitas sempre numa mesma direção, já nos desenhos de
conjunto ou peças adjacentes, devem ser feitas em direções opostas ou com espaçamentos diferentes
(Figura 5, letra A).
SENAI-RJ 103
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
As hachuras podem ser omitidas em seções de peças de espessuras finas. Neste caso, a seção
deve ser enegrecida (Figura 5, letra C).
A C
B
Fig. 5
As hachuras podem ser utilizadas, em alguns casos, para indicar o tipo de material. As hachuras
específicas, conforme o material, são mostradas na figura a seguir, assim também como outras hachuras
podem ser utilizadas, desde que identificadas.
Ferro Fundido Aço Bronze, Latão, Alumínio e Metais Metal Branco Borracha
Cobre Leves
Fig. 6
Na união de chapas mediante uso de parafuso e porca mostrada na figura 7, a seguir, você tem
um exemplo de hachuras específicas que indicam o material utilizado nas peças.
Fig. 7
104 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Os cortes são utilizados para representar de modo claro os detalhes internos das peças ou de
conjuntos. Em desenhos de conjunto ressaltam a posição das peças que constituem.
Além disso, os cortes indicam através da hachura o material de que é feita a peça ou as peças,
facilitando a colocação de cotas internas.
Fig. 8
Corte total
O Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. Veja:
SENAI-RJ 105
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 9
Lembre-se de que em desenho técnico mecânico os cortes são apenas imaginários. Os cortes
são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos internos da peça ou
elementos que não estejam visíveis na posição em que se encontra o observador.
Você deve considerar o corte realizado por um plano de corte, também imaginário. No caso de
corte total, o plano de corte deve atravessar completamente a peça, atingindo suas partes maciças,
como mostra a figura 10.
Fig. 10
Em uma peça contendo elementos simetricamente distribuídos (furos ou nervuras radiais) sem
que seja necessário passar por um plano de corte, deve ser feita uma rotação no elemento até coincidir
com o respectivo plano de corte e rebatimento, sem fazer menção especial. Analise a Figura 11.
106 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Corte AA A
Fig. 11
Os cortes podem ser representados em quaisquer das vistas do desenho técnico mecânico. A
escolha da vista onde o corte é representado depende dos elementos que se quer destacar e da
posição de onde o observador imagina o corte.
Fig. 12
Nesta posição, o observador não vê furos redondos nem o furo quadrado da base. Para que
estes elementos sejam visíveis, é necessário imaginar o corte (Figura 13).
SENAI-RJ 107
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 13
Imagine o modelo seccionado, isto é, atravessado por um plano de corte, como mostra a
figura 14.
O plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é chamado plano longitudinal vertical.
Este plano de corte divide o modelo ao meio, em toda sua extensão, atingindo todos os elementos da
peça.
Veja as partes em que ficou dividido o modelo atingido pelo plano longitudinal vertical.
Fig. 14
Imagine que a parte anterior do modelo foi removida. Assim, você poderá analisar com maior
facilidade os elementos atingidos pelo corte.
108 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Observe novamente o modelo seccionado e, ao lado, suas vistas ortográficas (Figura 15).
A - A
VF
A A
Fig. 15
A vista superior e a vista lateral esquerda não devem ser representadas em corte porque o
observador não as imaginou atingidas pelo plano de corte. A vista frontal está representada em corte
porque o observador imaginou o corte vendo o modelo de frente. Sob a vista representada em corte,
no caso a vista frontal, é indicado o nome do corte: corte AA.
Ainda na figura 15, observe que a vista superior é atravessada por uma linha traço e ponto
estreita, com dois traços largos nas extremidades. Esta linha indica o local por onde se imaginou
passar o plano de corte. As setas sob os traços largos indicam a direção em que o observador
imaginou o corte. As letras do alfabeto, próximas às setas, dão o nome ao corte.
Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte pode ser feita na vista
superior, como no exemplo anterior, ou na vista lateral esquerda, como mostra a figura a seguir.
SENAI-RJ 109
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
A
A - A
Fig. 16
Como o corte pode ser imaginado em qualquer uma das vistas do desenho técnico, agora você
vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista superior.
VS
Fig. 17
Para que os furos redondos fiquem visíveis, o observador deverá imaginar um corte. Veja, a
seguir, o modelo seccionado por um plano de corte horizontal.
110 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 18
Este plano de corte, paralelo ao plano de projeção horizontal, é chamado plano longitudinal
horizontal. Ele divide a peça em duas partes. Com o corte, os furos redondos, que antes estavam
ocultos, ficaram visíveis.
A A
A - A
Fig. 19
SENAI-RJ 111
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
• O nome do corte: corte AA aparece sob a vista superior, que é a vista representada em corte.
• A indicação do plano de corte na vista frontal, coincide com a linha de centro dos furos
redondos.
• As setas ao lado das letras que dão nome ao corte indicam a direção em que o corte foi
imaginado.
Quando o corte é imaginado na vista superior, a indicação do local por onde passa o plano de
corte pode ser representada na vista frontal ou na vista lateral esquerda.
Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo quadrado na base. Imagine
um observador vendo o modelo de lado.
VLE
Fig. 20
Para que o furo quadrado fique visível, o observador deverá imaginar um plano de corte vertical
atingindo o modelo, conforme a figura a seguir. Veja também que a parte anterior do modelo seccionado
foi retirada.
Fig. 21
112 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
A - A
A
Fig. 22
Você deve ter acompanhado atentamente o efeito dos cortes imaginados no modelo anterior.
Considerando as informações anteriores, tome nota:
• O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome de plano transver-
sal.
• Na vista lateral, o furo quadrado, atingido pelo corte, aparece representado pela linha para
arestas e contornos visíveis.
• Nas vistas ortográficas deste modelo em corte transversal, a vista frontal e a vista superior são
representadas sem corte.
• Quando o corte é representado na vista lateral, a indicação do plano de corte tanto pode apare-
cer na vista frontal como na vista superior.
Meio corte
Há tipos de peças ou modelos em que é possível imaginar em corte apenas uma parte, enquanto
que a outra, permanece visível em seu aspecto exterior. Este tipo de corte é chamado meio corte, e é
aplicado em apenas metade da extensão da peça.
SENAI-RJ 113
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 23
Você reparou que, nos dois casos, as partes resultantes da divisão são iguais entre si !!! Trata-se,
portanto, de um modelo longitudinal e transversalmente simétrico. Neste modelo é possível imaginar
a aplicação do meio corte.
Observando o modelo com meio corte, você poderá analisar os elementos internos, além disso,
poderá observar também o aspecto externo, que corresponde à parte não atingida pelo corte.
A linha traço e ponto estreita, responsável pela divisão da vista frontal ao meio, é a linha de
simetria. As partes maciças atingidas pelo corte são representadas hachuradas. O centro dos elementos
internos, que se tornaram visíveis com o corte, é indicado pela linha de centro.
A metade da vista frontal que não foi atingida pelo meio corte é exatamente igual à outra metade.
Assim, não será necessário repetir a indicação dos elementos internos na parte não atingida pelo
corte. Entretanto, o centro dos elementos não visíveis deve ser indicado.
Quando o modelo é representado com meio corte, não será necessário indicar os planos de
corte. As demais vistas são representadas normalmente.
Sempre que a linha de simetria que atravessa a vista em corte for vertical, a parte representada
em corte deve ficar à esquerda, conforme recomendação da NBR 10067. Veja a figura a seguir.
114 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
VF
Fig. 24
Quando a linha de simetria que atravessa a vista em corte estiver na posição horizontal, a
metade em corte deverá ser representada na parte inferior do desenho, abaixo da linha de simetria,
conforme NBR 10067. É isso que você pode observar, analisando a vista frontal em meio corte, no
exemplo a seguir (Figura 25).
Fig. 25
SENAI-RJ 115
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
A escolha da vista em que o meio corte deve ser representado depende das formas do modelo e
das posições dos elementos que se quer analisar.
Corte parcial
Este tipo de corte é aplicado em uma parte da peça, para focalizar um detalhe determinado por
uma linha contínua estreita à mão livre ou por uma linha estreita em zigue-zague, conforme a NBR
8403.
Fig. 26
A linha contínua estreita irregular à mão livre, que você vê na perspectiva, é a linha de ruptura.
A linha de ruptura mostra o local onde o corte está sendo imaginado, deixando visíveis os elementos
internos da peça. A linha de ruptura também é utilizada nas vistas ortográficas.
Fig. 27
116 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
A vista representada em corte é a vista frontal, porque, ao imaginar o corte, o observador estava
vendo a peça de frente (Figura 27). Nas partes não atingidas pelo corte parcial, os elementos serão
representados normalmente. As partes hachuradas representam as partes maciças do modelo, atingidas
pelo corte.
Corte em desvio
Quando a representação da peça possuir uma parte apresentada em revolução, contendo detalhes
simetricamente distribuídos (furos ou nervuras radiais) sem que passe pelo plano de corte, o ideal é
fazer uma rotação de detalhe até coincidir com o plano.
Fig. 28
O corte em desvio procura buscar todos os detalhes da peça. Para isso precisa desviar a linha
de corte (linha simétrica), passando pelas partes desejadas. Veja a seguir o detalhamento da peça em
perspectiva, mostrada anteriormente.
SENAI-RJ 117
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
A - A
A B - B
Fig. 29
Omissão de cortes
Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as hachuras são
parcialmente omitidas.
Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte, nesse caso quando
seccionados longitudinalmente pelo corte não devem ser hachurados.
Fig. 30
118 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
SIM NÃO
Fig. 31
SIM NÃO
Fig. 32
SIM NÃO
Fig. 33
SIM NÃO
Fig. 34
SENAI-RJ 119
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
SIM NÃO
Fig. 35
SIM NÃO
Fig. 36
8. Os dentes das rodas dentadas e raios de roldanas não se seccionam quando o plano de secção
é longitudinal.
SIM NÃO
Fig. 37
120 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
SIM NÃO
Fig. 38
SIM NÃO
Fig. 39
11. As cunhas cônicas e cilíndricas não se seccionam quando o plano de secção é longitudinal.
SIM NÃO
SIM NÃO
Fig. 40
Corte rebatido
Certas peças que têm superfícies oblíquas em relação ao plano de projeção, por convenção, são
representadas por meio de outro tipo especial de projeção ortográfica: a projeção em rotação.
SENAI-RJ 121
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 41
Vale à pena lembrar que rotação é um movimento giratório, um giro em torno de um eixo.
Comecemos nosso estudo analisando esse tipo de representação. Observe na peça em perspectiva
(Figura 42) um tipo de braço de comando que apresenta uma parte oblíqua.
Fig. 42
Na vista superior a parte oblíqua aparece encurtada. O mesmo ocorre com o segmento ‘CD’
(diâmetro da parte cilíndrica), tal como aparece na Figura 43, que na vista frontal é representada em
verdadeira grandeza e na vista superior aparece menor que na vista frontal.
Para que os segmentos ‘AB’ e ‘CD’, sejam representados em verdadeira grandeza, também na
vista superior, é necessário imaginar a rotação da parte oblíqua.
122 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 43
A rotação é imaginada de modo que a parte oblíqua fique sobre o eixo principal da peça e
paralela ao plano de projeção, que neste exemplo é horizontal.
Fig. 44
SENAI-RJ 123
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Após a rotação, a parte oblíqua passou a ser representada em verdadeira grandeza, na vista
superior. No Desenho Técnico, a vista onde a rotação é imaginada é representada normalmente e na
outra vista é representada em rotação.
Ao estudar “Omissão de cortes”, você viu que certos elementos de peças, tais como: nervuras,
orelhas, braços e dentes de engrenagem devem ser representados sem hachuras, quando estes
elementos são atingidos por cortes longitudinais.
Quando esses mesmos elementos aparecem numa peça em quantidade ímpar ou em disposição
assimétrica devem, por convenção, ser representados com rotação. Veja na figura 45, uma peça com
3 nervuras.
Fig. 45
Você deve ter notado que as nervuras A e C estão oblíquas em relação ao eixo da peça que
segue a direção da nervura B. Veja primeiro como ficaria a projeção ortográfica normal desta peça –
(Figura 46).
Fig. 46
124 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Por essa projeção ortográfica normal a interpretação da nervura C foi prejudicada na vista
frontal. Nesta vista, a projeção da nervura A, coincide com a projeção da nervura C. A nervura C
aparece representada com deformação. Sendo assim, o que fazer?
Para facilitar a interpretação do desenho, a nervura C deve ser representada em sua verdadeira
grandeza. Para que isso ocorra, a nervura C deve sofrer uma rotação imaginária.
Veja a seguir o que acontece neste caso, quando se imagina que esta nervura sofre uma rotação.
Fig. 47
Vista simplificada
Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que melhor identificam
suas formas e suas dimensões. Podemos usar três ou mais vistas, como também podemos usar duas
vistas e, em alguns casos, para simplificar, até uma única vista.
Tome como exemplo o cilindro a seguir, desenhado em duas vistas. Com o emprego do sinal
convencional indicativo de diâmetro (∅ ), pode-se eliminar a vista lateral, sem prejudicar a clareza do
desenho.
SENAI-RJ 125
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
Fig. 48
Observe outros exemplos de simplificação do desenho de peças cilíndricas, com supressão
Fig. 49
126 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Corte/Hachura e vista simplificada de desenho
de vistas.
Fig. 49
SENAI-RJ 127
Escala de Desenho
Nesta unidade ...
7
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
Há, porém, uma dificuldade a ser superada: algumas vezes os objetos são muito grandes e não
cabem no papel, como por exemplo, uma casa, um automóvel. Em outras, até caberiam, mas seriam
desenhos tão pequenos de difícil interpretação e, nesse caso, ninguém os enxergaria. É claro que
poderíamos utilizar papéis maiores ou menores, porém não vamos esquecer que as folhas têm dimensões
padronizadas por normas.
Assim, antes de representar objetos, modelos e peças é preciso estudar o seu tamanho real.
Tamanho real é a grandeza que as coisas têm na realidade. Existem objetos que podem ser
representadas no papel em tamanho real. Mas, existem outros que não podem ser representados em
seu tamanho real. Alguns são muito grandes para caber numa folha de papel. Outros são tão pequenos,
que se os reproduzíssemos em tamanho real seria impossível analisar seus detalhes.
A solução para esses problemas é a redução ou a ampliação das representações destes objetos.
E como pode ser feito?
SENAI-RJ 131
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
Definição
Depois de reforçar a importância que a redução e a ampliação têm para representar os objetos,
cabe destacar o valor da escala nesse processo. Para começar, você não poderá esquecer que a
escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do objeto
representado.
Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real ou são mantidas, ou então são
aumentadas ou reduzidas proporcionalmente.
Um desenho de uma peça de mecânica, uma planta de arquitetura, etc. podem estar em escala
natural, escala de ampliação ou escala de redução.
132 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
Mas antes do desenho técnico rigoroso é necessário um esboço cotado, quase sempre feito à
mão livre. O esboço cotado serve de base para o desenho rigoroso. Ele contém todas as cotas da
peça bem definidas e legíveis, mantendo a forma da peça e as proporções aproximadas das medidas.
Veja, a seguir, o esboço de uma bucha.
Fig. 1
Você deve ter notado que no esboço cotado, as medidas do objeto não são reproduzidas com
exatidão.
Escala natural
Chamamos escala natural aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real
da peça. Você deve ficar atento! A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura da palavra
escala: ESC, seguida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral à esquerda dos dois
pontos representa as medidas do desenho técnico. O numeral à direita dos dois pontos representa as
medidas reais da peça. Na indicação da escala natural os dois numerais são sempre iguais. Isso
porque o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. A relação entre o tamanho do
desenho e o tamanho do objeto é de 1:1 (lê-se um por um). A escala natural é sempre indicada deste
modo: ESC 1:1.
SENAI-RJ 133
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
125
41
Fig. 3
Fig. 2
DIMENSÃO DO DESENHO = 41 = 1 = 1
DIMENSÃO DO OBJETO (peça) 41 1
Escala de redução
A escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o tamanho real
da peça. Veja um desenho técnico de um rodeiro de vagão em escala de redução.
134 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
Fig. 4
Considere que as medidas deste desenho são vinte vezes menores que as medidas correspondentes
ao rodeiro de vagão real. Lembre-se! A indicação da escala de redução precisa vir junto com o
desenho técnico.
Na indicação da escala de redução o numeral à esquerda dos dois pontos é sempre 1. Por sua
vez, o numeral à direita é sempre maior que 1. Na figura anterior o objeto foi representado na escala
de 1:20 (lê-se: um por vinte).
Escala de ampliação
A escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho
real da peça. Repare o exemplo de desenho técnico em escala de ampliação na figura 5.
Fig. 5
SENAI-RJ 135
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
As dimensões são duas vezes maiores que as dimensões correspondentes à peça real. Este
desenho foi feito na escala 2:1 (lê-se: dois por um).
Relembrando: a indicação da escala no desenho técnico é feita como nos casos anteriores: a
palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separados por dois pontos.
Neste caso, o numeral da esquerda, que representa as medidas do desenho técnico, é maior que
1:0 e o numeral da direita é sempre 1 e representa as medidas reais da peça.
Detalhes em escala
Num desenho, quando algum detalhe, pela sua reduzida dimensão, não ficar perfeitamente
compreensível, ele poderá ser desenhado à parte, em escala de ampliação, especificada, como no
exemplo a seguir (Figura 6).
Fig. 6
NOTA: As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10.
Tabela 1
136 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Escala de Desenho
Lembrete
medida de desenho 1:5 medida real da peça
SENAI-RJ 137
Cotagem
Nesta unidade ...
Indicações suplementares
8
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Uma boa cotagem exige o conhecimento de normas próprias e o processo de fabricação das
peças, assuntos que serão apresentados nesta unidade, pautados na norma NBR 10126 de novembro
de 1987, que fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em desenhos técnicos.
Cota
A título de definição chamamos cota o valor numérico indicado no desenho para expressar uma
dimensão.
Cotagem
Por sua vez, cotagem é a representação gráfica no desenho da característica do elemento. Essa
representação se dá através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida. O
elemento é uma das características do objeto: superfície plana, superfície cilíndrica, um ressalto, um
filete de rosca, uma ranhura, um contorno.
Por essas observações iniciais você deve ter percebido a importância da cotagem para o desenho
técnico. Analise agora a sua aplicabilidade.
SENAI-RJ 141
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Como representação gráfica, a cotagem deve ser feita apenas para descrever o objeto ou o
produto acabado. Nenhum elemento do objeto ou do produto acabado deve ser definido por mais de
uma cota. Mas há exceções. Vejamos:
a) Nos casos em que for necessária a cotagem de um estágio intermediário de produção, por
exemplo: tamanho do elemento antes da cementação e do acabamento.
Linha de cota
É a linha estreita contínua, paralela à direção de comprimento. Contém setas nas extremidades
e é limitada pelas linhas auxiliares.
Fig. 1
142 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Regras gerais
a) As cotas devem ser distribuídas nas vistas que melhor caracterizam as partes cotadas, poden-
do ser colocadas dentro ou fora dos elementos que representam, a fim de se obter melhores
condições de clareza e facilidade na execução.
Nas transferências de cotas para fora do desenho empregamos as linhas de chamada, evitando
o seu cruzamento com a linha de cota.
Fig. 2
c) Os algarismos ou números devem ser indicados nas linhas de cota, em posição horizontal,
sempre sobre as mesmas.
Fig. 3
d) Como regra geral, as linhas de cota devem ficar afastadas entre si e também da peça pela
distância de aproximadamente 7mm.
SENAI-RJ 143
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig. 4
e) Em desenhos de máquinas as cotas são expressas em milímetros, mas sem mencionar o sím-
bolo desta unidade de medida.
Sendo necessário o emprego de outra unidade de medida, o símbolo deverá ser escrito, obriga-
toriamente, ao lado da cota.
Fig. 5
f) As linhas de centro podem ser empregadas como linhas de chamada sendo prolongadas pelo
traço fino contínuo. Porém, as linhas de centro nunca poderão ser usadas como linha de cota.
Fig. 6
144 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
g) Os furos de diâmetro grandes e pequenos podem ser cotados como no exemplo a seguir
(Figura 7).
Fig. 7
h) A linha de cota para indicações de raio, parte do centro do arco e levará somente uma flecha na
extremidade ligada a circunferência.
Fig. 8
i) O centro, quando não demarcado pela interseção das linhas de centro, é indicado por uma
pequena circunferência de aproximadamente 1mm.
Fig. 9
SENAI-RJ 145
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
j) A cotação de cantos chanfrados é feita conforme a indicação apontada nos exemplos da figura
10. Observe.
Fig. 10
Fig. 11
l) A indicação de medidas angulares deve ser feita como nos exemplos apontados no conjunto da
figura 12.
146 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig 12
m) Pequenos espaços podem ser cotados como os indicados nos exemplos da figura 13. Repare
que as flechas podem ser substituídas por pontos ou por pequenos traços inclinados.
Fig. 13
n) Nas peças de grande precisão, os furos igualmente espaçados em uma mesma circunferência,
devem ter sua abertura indicada em graus.
Nas peças menos precisas é suficiente que se indique a medida da corda entre os mesmos.
SENAI-RJ 147
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig. 14
o) Outro recurso no emprego das cotas é a cotação em série (em cadeia), usada quando a peça a
ser usinada não requer grande precisão entre seus elementos contíguos e quando a soma dos
erros desses elementos não flui no funcionamento da peça.
Fig. 15
p) A cotação por linhas básicas (faces de referências) é usada quando se requer precisão entre
elementos contíguos. Nesse caso, todas as medidas devem partir de uma face de referência,
evitando assim a soma dos erros entre os elementos. Observe atentamente a figura 16.
148 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig. 16
Indicações suplementares
Até aqui você pôde apronfundar seus conhecimentos sobre cotagem. Mas há ainda muito o que
aprender sobre as cotas. Considere as indicações a seguir como informações suplementares, mas
não menos importantes.
a) A altura dos algarismos que indicam as cotas devem ser proporcionais às dimensões do desenho.
Fig. 17
SENAI-RJ 149
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig. 18
c) As cotas devem ser dispostas nas vistas ou nas secções nas quais a sua função fique mais
clara. Acompanhe os exemplos da Figura 19.
Fig. 19
Fig. 20
150 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
e) Quando há muitas concordâncias, para não sobrecarregar o desenho usamos a indicação resu-
mida, como na figura 21. Repare.
Fig. 21
Fig. 22
Fig. 23
SENAI-RJ 151
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig. 24
Fig. 25
j) A seguir, na figura 26, um exemplo de desenho de estrutura metálica executada com perfis
iguais acoplados. Repare que os símbolos também serão acoplados.
Fig. 26
152 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig, 27
l) Exemplo de cotagem de elementos diversos. Eles indicam a forma correta e a que deve ser
evitada. Acompanhe com atenção o conjunto apresentado na figura 28.
SENAI-RJ 153
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Fig. 29
3 - A linha de centro é interrompida para a colocação de cotas, quando estas não puderem
aparecer.
Fig. 30
154 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
1. As vistas com dois eixos simétricos têm duas linhas de centro cruzadas;
Sinais convencionais
Os sinais convencionais são usados nos desenhos com a finalidade de simplificar e facilitar a sua
leitura. Você precisa conhecê-los.
Usado na indicação de partes cilíndricas e nas vistas em que a secção circular das mesmas não
estejam bem caracterizadas.
Observe:
Fig. 31
Usado na indicação de elementos de forma quadrada. O sinal é colocado sempre antes dos
algarismos.
SENAI-RJ 155
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Verifique:
Fig. 32
c) X Diagonais cruzadas
Duas diagonais cruzadas, traçadas com linha fina cheia é o recurso usado nos seguintes casos:
Fig. 33
Fig. 34
156 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Cotagem
Estes sinais são sempre empregados antes da designação de bitola nos materiais perfilados.
Observe.
SENAI-RJ 157
Simbologia
de Acabamento
Superficial
Nesta unidade ...
Acabamento superficial
A simbologia antiga
9
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Acabamento superficial
Antes que você conheça as simbologias antigas e, principalmente, as atuais fixadas por norma
para o acabamento superficial, cabe ressaltar a importância de seu estudo. Uma importância que
cresce com a precisão de ajuste entre as peças a serem montadas e na busca pela funcionalidade do
conjunto.
• A resistência ao desgaste;
• A vedação;
• A aparência.
Depois desse primeiro passo, você irá se deparar com a simbologia de acabamento de superfície,
próprias dos estudos da mecânica. Lembramos que esse acabamento é medido através da rugosidade
superficial e expresso em mícrons.
SENAI-RJ 161
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
O acabamento superficial possui uma simbologia antiga e uma atual. É importante que você as
conheça e descubra como a simbologia evoluiu.
A simbologia antiga
O Brasil adotou por um longo tempo a simbologia que representava o acabamento superficial de
peças através de processos de conformação mecânica ou por usinagem. Durante esse período eram
empregados símbolos convencionados por triângulos, conforme a figura 1 a seguir:
Fig. 1
162 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Você vai observar exemplos de aplicações da simbologia antiga. Essa observação é importante
porque existem empresas que a aplicam.
1. Se todas as superfícies de uma peça são ou precisam ser da mesma qualidade, o sinal conven-
cional deve ser um só e deve estar situado no ângulo superior direito ao lado do número de
referência.
Fig. 2
2. Se um determinado sinal convencional se refere a maioria das superfícies da peça, mas não a
todas, o sinal correspondente é colocado como no caso anterior. Seguido dos demais sinais,
colocados entre parênteses. Todavia, estes sinais devem ser também, indicados no desenho
sobre as linhas de contorno a que se referem.
Fig. 3
SENAI-RJ 163
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
3. Os sinais convencionais de usinagem das superfícies, dos flancos, dos dentes de engrenagem
e de filetes de roscas, uma vez representados esquematicamente, aparecem sobre a circunfe-
rência primitiva desses elementos.
Fig. 4
Fig. 5
Simbologia atual
Atualmente, é possível comprovar que as superfícies apresentam erros com diferentes magnitudes
e sua avaliação consiste em registrar tecnicamente estes defeitos ocasionados pelos diferentes
processos de usinagem. Tais erros podem ser definidos como sendo o somatório dos desvios de um
corpo em relação a sua geometria ideal. Através do conhecimento do tipo e da grandeza destes
desvios podemos detectar imperfeições em equipamentos, ou ainda, falhas nos processos utilizados
para a sua fabricação. Para alcançar essa precisão na avaliação das superfícies, precisaremos lançar
mão da simbologia atual.
164 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Fig. 6
No estudo dessa nova simbologia cabe definir o que é perfil. O perfil é a linha resultante da
interseção de uma superfície com um plano, chamado relevo, normal à superfície considerada.
Conforme a superfície em estudo, com a referida interseção, tem-se o perfil técnico ou o perfil real da
superfície.
Fig. 7
Já falamos de rugosidade antes, mas no intuito de defini-la podemos dizer que a rugosidade é o
conjunto dos desvios da superfície real com a superfície técnica.
SENAI-RJ 165
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Parâmetros de rugosidade
Os parâmetros de rugosidade são procedimentos técnicos normatizados, usados para avaliar a
configuração geométrica das superfícies em seu estado original, ou após a usinagem.
1ª classe
Ra, Rq, Z, Rz (DIN), Rz (ISO), Rmax, Rt, Rtm, Rp, Rpm, R3z.
2ª classe
3ª classe
166 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Rugosidade média RA
Nesta unidade abordaremos apenas o parâmetro de medição ‘Ra’, por ser o mais utilizado em
todo o mundo.
Que parâmetros de medição é esse? A Rugosidade Média Ra pode ser definida como a média
aritmética dos valores absolutos das ordenadas de afastamento, dos pontos do perfil de rugosidade
em relação a linha média, dentro do percurso de medição. Observe a representação na figura 8.
Fig. 8
O símbolo básico é constituído por duas linhas de comprimento desigual. São inclinadas 60° em
relação ao traço que representa a superfície considerada. Este símbolo não significa nada isoladamente.
Fig. 9
SENAI-RJ 167
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Quando é preciso indicar no desenho um processo de trabalho que requer extração ou não de
aparas, completamos o sinal gráfico de várias maneiras. Acompanhe as situações apresentadas nos
sinais a seguir.
Fig. 11
Fig. 12
Fig. 13
Fig. 14
168 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Símbolo Interpretação
M Muitas direções
Fig. 15
SENAI-RJ 169
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Cada uma das indicações do estado de superfície está disposta em relação ao símbolo. Confira
na figura a seguir.
Fig. 16
170 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Simbologia de Acabamento Superficial
Tabela comparativa
A seguir temos uma tabela comparativa entre acabamentos superficiais, símbolo de rugosidade
e tipos de usinagem.
SENAI-RJ 171
Tolerância Dimensional
Nesta unidade ...
Ajuste mecânico
10
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Vale lembrar que num conjunto mecânico é indispensável que as peças se articulem
convenientemente, conforme o especificado no projeto. Muitas vezes, as peças que constituem o
conjunto provém de diferentes fornecedores e para trabalhar juntas devem apresentar características
que não comprometam a funcionalidade e a qualidade do conjunto.
Entretanto, não podemos esquecer que todos os processos de fabricação estão sujeitos à
imperfeições que afetam as características da peça. Desse modo, é impossível obter peças com as
características idênticas às ideais, projetadas no desenho.
E por que isso ocorre? São vários fatores que interferem nos processos de fabricação: instrumentos
de medição fora de calibração, folgas e desalinhamento geométricos das máquinas-ferramenta, além
de deformação do material, falhas do operador, etc.
A prática industrial tem demonstrado que certas variações nas características das peças são
aceitáveis, dentro de certos limites, porque não chegam a afetar sua funcionalidade.
SENAI-RJ 175
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
A determinação das tolerâncias e sua indicação nos Desenhos Técnicos é função do projetista.
Quanto mais familiarizado o projetista estiver com os processos de fabricação e com os métodos de
usinagem, melhores condições ele terá de especificar tolerâncias, atendendo as exigências de exatidão
na forma, na posição e na funcionalidade das peças. Permitindo que as mesmas sejam avaliadas por
métodos simplificados de verificação.
Vamos recordar algumas definições, já vistas na unidade anterior e que são essenciais para o
entendimento dos sistemas furo-base e sistema eixo-base, objetivo dessa unidade.
Tolerância (T)
É a variação permitida na dimensão da peça, dada a diferença entre as dimensões máxima e
mínima.
É o valor máximo permitido na dimensão efetiva da peça. Ela fixa o limite superior da tolerância.
É o valor mínimo permitido na dimensão efetiva da peça. Ela fixa o limite inferior da tolerância.
176 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Fig. 1
É apenas uma dimensão de base, pois a medida efetiva da peça depende da tolerância. É aquela
que vem marcada no desenho, isto é, a cota da peça.
Fig. 2
SENAI-RJ 177
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Folga
Chamanos folga a diferença positiva entre as dimensões do furo e do eixo, antes da montagem,
quando o diâmetro do eixo é menor que o diâmetro do furo.
Folga mínima
Folga máxima
Interferência
Além da tolerância T e da folga, não podemos deixar de conceituar a interferência.
Ela é a diferença negativa entre as dimensões do furo e do eixo, antes da montagem, quando o
diâmetro do eixo é maior que o diâmetro do furo.
Interferência mínima
Interferência máxima
Campo de tolerância
Você deve estar percebendo que a aplicabilidade de tolerância exige alguns cuidados especiais.
Por isso é tão importante especificar as medidas e definir as representações. Dentro desse raciocínio
chegamos ao campo da tolerância, definido como o conjunto de valores compreendidos entre os
afastamentos superior e inferior. Ele corresponde também ao intervalo que vai da dimensão máxima
à dimensão mínima.
178 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Qualidade de trabalho
Com tudo que foi estudado até aqui você já se tornou capaz de reconhecer as inúmeras variações
que caracterizam as peças no mundo da Mecânica. Não é difícil perceber que a qualidade das peças
das britadoras das tesouras e de outras máquinas grosseiras não é a mesma das peças pertencentes
a plainas, tornos mecânicos, fresadoras, etc.
Enquanto o acabamento das primeiras é apenas regular e os seus ajustes têm folgas consideráveis,
as últimas, não somente exigem um acabamento melhor, como também ajustes mais exatos.
Eixo
Fig. 4
Escolha da qualidade
b) A qualidade 6 corresponde à mecânica muito precisa. É indicada para eixos das máquinas
ferramentas como no caso das: fresadoras, retificadoras, etc...;
180 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Furos:
A B C CD D E EF F FG G H J JS K M N P R S T U V X Y Z ZA ZB ZC
Eixos:
a b c cd d e ef f fg g h j js k m n p r s t u v x y z za zb zc
Observando a figura 3 você vai notar que as letras indicam as posições dos campos de tolerância
em relação à linha zero, indicando às primeiras os ajustes móveis e as últimas os ajustes forçados
mediante pressão.
linha zero
negativos
dimensão nominal
positivos
afastamentos
linha zero
negativos
dimensão nominal
Fig. 3
SENAI-RJ 179
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
c) A qualidade 7 indica mecânica de precisão. É particularmente prevista para furos que ajustam
com eixos de qualidade 6;
d) A qualidade 8 é de média precisão. Indicada para eixos que se ajustam com qualidade 7. A
qualidade 8 serve também para a execução de peças de máquinas que não exigem muita preci-
são nos ajustes;
Ajuste mecânico
Chamamos ajuste mecânico ao encaixe obtido entre duas peças de forma inversa (macho e
fêmea) sem que, durante a sua usinagem, uma tenha sido verificada com a outra.
Fig. 5
SENAI-RJ 181
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
interferência
folga 0,015
0,015
Linha Zero
Fig. 6
Concluímos que é possível conseguir os mesmos ajustes, executando todos os eixos com a
mesma tolerância e variando a tolerância dos furos, também de acordo com os respectivos tipos de
encaixes.
No primeiro caso (Figura 5), observamos as variações nas dimensões do eixo, e no segundo
caso (Figura 6) as variações nas dimensões do furo.
Sistema furo-base
O sistema furo-base, também conhecido por furo-padrão ou furo-único, é aquele em que o
afastamento do furo ocupa sempre a mesma posição em relação a linha zero. O sistema furo-base
recomendado pela ISO é o seguinte:
Fig. 7
182 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Sistema eixo-base
Por sua vez, o sistema de ajuste eixo-base, também conhecido por eixo-padrão ou eixo-único, é
aquele em que o afastamento superior do eixo ocupa sempre a mesma posição em relação à linha
zero. O sistema eixo-base recomendados pela ISO é o seguinte:
Fig. 8
Tipos de ajustes
É importante ressaltar que os diferentes tipos de ajustes mecânicos dependem da função que a
peça vai desempenhar na máquina.
Ajuste incerto
É aquele em que o afastamento superior do eixo é maior do que o afastamento inferior do furo
e o afastamento superior do furo é maior do que o afastamento inferior do eixo.
Nas tabelas a seguir você encontrará os ajustes mais recomendados, quando e por que eles
devem ser aplicados, além do padrão de tolerância exigido para cada ajuste.
SENAI-RJ 183
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
cionamentos ne-
H7-e7 H7-e7 H11-a11
H6-e7 cessitam de folga
Livre
H7-e8 H7-e8
por força de dila-
tação, mau ali-
nhamento, etc.
Peças que giram
Rotativo
ou deslizam com
H10-d10
H6-f6 H7-f7 H8-f8 boa lubrificação.
H11-d11
Ex.: eixos,
mancais, etc.
Peças que desli-
Deslizante
zam ou giram
H8-g8 H10-h10
H6-g5 H7-g6 com grande pre-
H8-h8 H11-h11
cisão. Ex.: pun-
ções, guias, etc.
Encaixes fixos de
Deslizante
precisão, órgãos
justo
lubrificados
H6-h5 H7-h6 deslocaveis à
mão. Ex.: pun-
ções, guias, etc.
Peças fixas (uma em relação a outra)
qüentes
H6-j5 H7-j6 desmontagens.
Ex.: polias, en-
grenagens, rola-
mentos, etc.
Órgãos possíveis
de montagens e
Forçado
duro
H6-m5 desmontagens
H7-m6
sem deterioração
das peças.
Peças impossíveis
com esforço
de serem des-
À pressão
montadas sem
deterioração. Ex.:
H6-p5 H7-p6 buchas à pres-
são, etc.
Tabela 1
184 SENAI-RJ
EIXOS
Furo
Acoplamentos móveis Acoplamentos incertos Acoplamentos fixos
H7 d8 e8 f7 g6 h6 j6 k6 m6 n6 r6 s6
Furo-base
Preciso Livre Livre Livre Livre Deslizante Aderente Fixo Fixo Fixo Fixo
Amplo Folgado Normal Justo Leve Normal Duro Prensado
Dimensões Afast. Inf. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast.
em mm Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup.
μm μm μm μm μm μm μm μm μm μm μm μm
0 -20 -14 -7 -3 0 +9 +13 +19 +22
De 1 a 3 +9 -45 -28 -16 -10 -7 +6 +2 +6 +12 +15
-1
50 a 65 0 -100 -60 -30 -10 0 +12 +21 +30 +39 +60 +72
+30 -174 -106 -60 -29 -19 -7 +2 +11 +20 +41 +53
65 a 80 +62 +78
+43 +59
80 a 100 0 -120 -72 -36 -12 0 +13 +25 +35 +45 +73 +93
+35 -207 -126 -71 -34 -22 -9 +3 +13 +23 +51 +71
+54 +79
SENAI-RJ 185
EIXOS
H7 d8 e8 f7 g6 h6 j6 k6 m6 n6 r6 s6
186 SENAI-RJ
Furo-base
Preciso Livre Livre Livre Livre Deslizante Aderente Fixo Fixo Fixo Fixo
Amplo Folgado Normal Justo Leve Normal Duro Prensado
Dimensões Afast. Inf. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast. Afast.
em mm Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup. Inf. Sup.
μm μm μm μm μm μm μm μm μm μm μm μm
120 a 140 0 145 -85 -43 -14 0 +14 +28 +40 +52 +88 +117
-83 -39 -25 -11 +3 +15 +27 +63 +92
180 a 200 0 -170 -100 -50 -15 0 +16 +33 +46 +60 +106 +151
+46 -96 -44 -29 -13 +4 +17 +31 +77 +122
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
250 a 280 0 -190 -110 -56 -17 0 +16 +36 +52 +66 +126 +190
+52 -320 -191 -108 -49 -32 -16 +4 +20 +34 +94 +158
315 a 355 0 -210 -125 -62 -18 0 +18 +40 +57 +73 +144 +226
+57 -350 -214 -119 -54 -36 -18 +4 +21 +37 +108 +170
400 a 450 0 -230 -135 -68 -20 0 +20 +45 +63 +80 +166 +272
+63 -385 -232 -131 -60 -40 -20 +5 +23 +40 +126 +232
a) Pela dimensão nominal e pelo símbolo de tolerância ISO (Figura 9A) e se necessário os afasta-
mentos entre parênteses (Figura 9B).
A B
Fig. 9
b) Pela dimensão nominal e pelos afastamentos (Figura 10A). Em caso de afastamento 0 (zero) os
sinais podem ser suprimidos (Figuras 10B e 10C).
A B C
Fig 10
c) Pela dimensão nominal e pelos afastamentos precedidos do sinal ± para as tolerâncias simétri-
cas (Figura 11).
Fig. 11
d) Usamos para indicar o afastamento superior acima do inferior, quer para eixos (dimensões
externas) ou furos (dimensões internas).
A B C
Fig. 12
SENAI-RJ 187
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Quando se trata de um conjunto, as cotas com tolerâncias podem ser indicadas das seguintes
maneiras:
a) Uma só dimensão nominal. Os símbolos de tolerância ISO do eixo e do furo são indicados
acompanhados por uma barra de fração (Figuras 13 e 14).
Fig. 13 Fig. 14
b) Dimensões de furos são colocadas acima da linha de cota e as dimensões de eixo abaixo, tal
como aparece na figura 15.
Fig. 15
c) Nas indicações cuja dimensão nominal e o afastamento estão bem caracterizados, ou seja,
identificam a qual elemento pertencem, devem ser indicadas como na figura 16.
Fig. 16
188 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Os desenhos das peças com indicação de tolerância deverão ser cotados do seguinte modo:
escrevemos a dimensão nominal, seguida por uma letra que, como vimos, deve indicar o campo de
tolerância adotado e um número que determine a qualidade. Para peças fêmeas usamos a letra
maiúscula, geralmente H, para peças macho a letra deve ser minúscula, podendo variar conforme o
tipo de ajuste desejado.
Fig. 17
Já nos desenhos de conjuntos, nos quais as peças aparecem montadas, a indicação da tolerância
poderá ser do seguinte modo (Figura 18).
Fig. 18
Em casos especiais, ao invés dos símbolos recomendados pela ISO, podemos indicar o valor da
tolerância diretamente nos desenhos.
Fig. 19
SENAI-RJ 189
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Dimensional
Mas, cuidado! Este sistema nem sempre é o recomendável, porque dificulta a determinação do
instrumento de verificação. Salvo nos casos em que a tolerância seja tal que dispense os calibradores
fixos e a verificação possa ser feita com instrumentos de leitura direta.
190 SENAI-RJ
Tolerância Geométrica
Nesta unidade ...
11
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
SENAI-RJ 193
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
A tolerância dimensional que você estudou na unidade anterior trata dos desvios aceitáveis, para
mais ou para menos, nas medidas das peças. Nos desenhos técnicos este tipo de tolerância vem
indicada ao lado da dimensão nominal da cota tolerada, por meio de dois afastamentos: o superior e o
inferior, como mostra a figura a seguir.
Fig. 1
Ao interpretá-la, devemos levar em conta a sua indicação. Lembrando que podem ser indicadas
também, por meio de uma observação na figura, incluindo nesse caso, a citação da norma NBR ISO
2768-1. Esta norma classifica os afastamentos simétricos em função da dimensão nominal. Ao lado
do número da norma deve aparecer, entre parênteses, uma letra que identifica o grau de exatidão
escolhido (f = fino; m = médio; g = grosso e mg = muito grosso).
Fig. 2
194 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Mas, a execução da peça dentro da tolerância dimensional não garante, por si só, um funcionamento
adequado. Muitas vezes, não é suficiente que as dimensões efetivas da peça estejam de acordo com
a tolerância dimensional.
É necessário, também, que a peça apresente as formas previstas, para poder ser montada e
funcionar adequadamente.
O problema é que, do mesmo modo que é praticamente impossível obter uma peça real com as
dimensões nominais exatas, também é muito difícil obter uma peça real com formas rigorosamente
idênticas às da peça projetada.
Por outro lado, dentro de certos limites, desvios de formas não chegam a prejudicar o bom
funcionamento das peças que constituem os conjuntos mecânicos.
Além das medidas e das formas, outro fator deve ser considerado quando dois ou mais elementos
de uma peça estão associado, trata-se da posição relativa desses elementos entre si.
Todo produto é concebido para atender a uma função, com o menor número possível de erros. A
aplicação das tolerâncias dimensionais e geométricas permitirá atender à função desejada com menor
índice de rejeição.
SENAI-RJ 195
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
A preocupação com a verificação das características geométricas das peças não é um assunto
novo. A diferença é que até recentemente, a verificação dessas características era feita empiricamente,
por meios subjetivos. Por exemplo, para avaliar a planeza da superfície de uma peça, recorria-se a
uma régua com fio contra a qual era encostada a superfície analisada da peça. O conjunto era
colocado contra a luz. A passagem de luz indicava falta de planeza.
Embora esse método continue sendo utilizado até hoje, em alguns casos essa avaliação qualitativa
já não é suficiente para garantir os requisitos de exatidão e funcionalidade das peças. As tolerâncias
geométricas são especificadas quantitativamente nos desenhos técnicos e devem ser verificadas,
após a produção da peça, segundo princípios de medição rigorosamente estabelecidos.
A norma NBR 6409:1997 prevê indicações de tolerâncias geométricas para elementos isolados
e para elementos associados.
Fig. 3
196 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Fig. 4
• Retitude;
• Planeza;
SENAI-RJ 197
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
• Circularidade;
• Cilindricidade;
• Perfil de linha qualquer;
• Perfil de superfície qualquer.
• Paralelismo;
• Perpendicularidade;
• Inclinação.
Por sua vez, a tolerância de posição estabelece o desvio admissível de localização de um elemento
da peça, em relação à sua localização teórica, prescrita no projeto. Ela pode ser de:
• Concentricidade;
• Coaxialidade;
• Simetria;
• Posição.
• Circular;
• Total.
Cada tipo de tolerância geométrica é identificado por um símbolo apropriado. Esses símbolos,
que devem ser desenhados conforme prescreve a já citada norma (NBR 6409:1997), eles são usados
nos desenhos técnicos para indicar as tolerâncias especificadas.
Símbolos e características
O quadro a seguir apresenta uma visão de conjunto das tolerâncias geométricas e seus respectivos
símbolos.
198 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Retitude
Elementos Planeza
Isolados
Forma
Circularidade
Cilindricidade
Perfil de linha
Elementos qualquer
Isolados ou
Associados
Perfil de superfície
qualquer
Paralelismo
Perpendicularidade
Orientação
Inclinação
Posição
Elementos
Associados
Concentricidade
Posição
Coaxiabilidade
Simetria
Circular
Batimento
Total
Tab. 1
SENAI-RJ 199
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
• Letra ou letras, quando for o caso, para identificar os elementos tomados como referência.
As proporções dos caracteres são padronizadas pela NBR 8402:1994, e as dimensões do quadro
pela ISO 7083:1983. A tabela a seguir apresenta as dimensões recomendadas, em milímetros, de
acordo com as características do quadro e do caractere.
Altura do quadro 5 7 10 14 20 28 40
Altura do caractere 2,5 3,5 5,0 7,0 10,0 14,0 0,0
Largura da linha 0,25 0,35 0,50 0,70 1,00 1,40 2,00
Tab. 2
Fig. 5
Que lições podem ser tiradas depois que você observou a ilustração? Na figura da esquerda, o
símbolo indica que se trata de tolerância de circularidade. O valor 0,1 indica que a tolerância é de um
décimo de milímetro, no máximo. Neste caso, trata-se de tolerância de um elemento isolado.
200 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Na figura da direita, o símbolo mostra que está sendo indicada uma tolerância de paralelismo.
Este tipo de tolerância só se aplica a elementos associados. Portanto, é necessário identificar o
elemento de referência, neste exemplo representado pela letra A.
No exemplo anterior, apenas um elemento foi tomado como referência. Mas, há casos em que é
necessário indicar mais de um elemento de referência. Quando isso ocorre, algumas regras devem
ser seguidas. Os exemplos a seguir mostram as formas possíveis de indicação de mais de um elemento
de referência.
Fig. 6
Na figura da esquerda, as letras A, C e B servem para indicar quantos e quais sãos os elementos
tomados como referência.
Na figura do meio, as letras A e B aparecem no mesmo compartimento. Isso indica que os dois
elementos de referência têm a mesma importância.
Quando a tolerância se aplicar a vários elementos repetitivos, isso deve ser indicado sobre o
quadro de tolerância, na forma de uma nota. O número de elementos aos quais a tolerância se refere
deve ser seguido por um sinal de multiplicação ou pode-se escrever direto a quantidade de elementos
a serem tolerados, como mostra a figura a seguir.
6 furos 6 x
Fig. 7
SENAI-RJ 201
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Uma forma de indicar a tolerância geométrica no desenho técnico consiste em ligar o quadro de
tolerância diretamente ao contorno do elemento tolerado, isto dever ser feito por meio de uma linha
auxiliar (linha contínua estreita) com uma seta na sua extremidade.
Fig. 8
Nos desenhos técnicos, podemos fazer a indicação por meio de um elemento de referência,
representado por letras maiúsculas, que devem ser inscritas num quadro e ligadas ao elemento de
referência por uma linha auxiliar (linha contínua estreita). Essa linha deve terminar num triângulo
cheio ou vazio, apoiado sobre o elemento de referência (Figura 9).
Fig. 9
Tolerância de forma
Cada tipo de tolerância será apresentado pelo seu conceito, segundo a norma NBR 6409:1997.
Deve ser relacionado a descrição e a representação gráfica do seu campo de tolerância específico,
além de exemplos de aplicação em desenhos técnicos. Em cada caso, será apresentado, também,
pelo menos um exemplo de verificação da característica tolerada, baseado no relatório técnico ISO /
TR 5460:1985.
202 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Tolerância de retitude
Na peça pronta, a tolerância de retitude está relacionada ao desvio aceitável da forma do elemento
tolerado em relação a uma linha reta, representada no desenho técnico. Este tipo de tolerância só se
aplica a elementos isolados, como linhas contidas nas faces de peças, eixos de simetria, linhas de
centro ou geratrizes de sólidos de revolução.
Fig. 10 Fig. 11
Fig. 12
Repare que, no caso a seguir, o campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, separadas
por uma distância de 0,1mm (Figura 13).
Fig. 13
Isso quer dizer que qualquer linha da face superior da peça, paralela ao plano de projeção no
qual é indicada a tolerância, deve estar contida entre duas retas paralelas, afastadas 0,1mm entre si.
SENAI-RJ 203
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Tolerância de planeza
t
Fig. 14
Fig. 15
Fig. 16
204 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Tolerância de circularidade
t
coplanar
Fig. 17
A peça a seguir apresenta a indicação de tolerância de circularidade, válida tanto para a superfície
cilíndrica como para a superfície cônica. O valor da tolerância é 0,03mm.
Fig. 18
Tolerância de cilindricidade
Esse tipo de tolerância é o desvio aceitável da superfície cilíndrica efetiva comparada com a
superfície cilíndrica ideal, representada na figura 19. O campo de tolerância correspondente é limitado
por dois cilindros coaxiais, afastados por uma distância “t”.
SENAI-RJ 205
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Fig. 19
Fig. 20
Em alguns casos, a exatidão das formas irregulares de linhas com perfis compostos por raios e
concordâncias, pode ser imprescindível para a funcionalidade da peça. Para garantir essa exatidão, é
necessário especificar a tolerância de perfil de linha qualquer.
Nos casos em que se aplica a um elemento isolado, a tolerância de perfil de linha qualquer
compreende o desvio de forma da linha tolerada em relação à mesma linha, representada no desenho
técnico.
Este tipo de tolerância também pode ser aplicado a elementos associados. Neste caso, o desvio
da linha tolerada deve ser verificado em relação à linha tomada como elemento de referência.
206 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
O campo de tolerância correspondente é a região compreendida entre duas linhas que tangenciam
o diâmetro “t” de um círculo, cujo centro se situa sobre a linha geométrica teórica do perfil considerado.
t
Fig. 21
Repare que a peça a seguir apresenta indicação de tolerância de linha qualquer. O valor da
tolerância é de 0,04mm.
Fig. 22
Você já sabe que as superfícies das peças também podem apresentar perfis irregulares, compostos
por raios e concordâncias. Quando a exatidão da superfície irregular for um requisito fundamental
para a funcionalidade da peça, é necessário a indicação da tolerância de perfil de superfície qualquer.
Este tipo de tolerância se aplica tanto a elementos isolados como a elementos associados, ou
seja, a verificação pode ser feita com base na superfície prescrita no projeto ou ainda com base em
outra superfície da peça, escolhida como elemento de referência.
SENAI-RJ 207
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Seu campo de tolerância é limitado por duas superfícies geradas por esferas de diâmetro “t”,
cujos centros situam-se sobre a superfície geométrica teórica do perfil considerado.
Fig. 23
O exemplo a seguir mostra a tolerância de superfície qualquer aplicada a uma face convexa da
peça. O valor da tolerância é de 0,02mm.
Fig. 24
Tolerância de orientação
208 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Nessa busca por exatidão, você vai descobrir que os elementos de referência também são
constituídos por linhas ou superfícies da peça. Para efeito de verificação, deve-se assumir que os
elementos de referência têm a forma geométrica perfeita, mesmo sabendo que na prática isso não
ocorre. Do contrário não será possível separar, para efeito de verificação, diferentes tipos de desvio.
Tolerância de paralelismo
Um outro tipo de tolerância, não menos importante, é a tolerância de paralelismo. Vale lembrar
que uma linha é paralela a outra quando ambas são eqüidistantes em toda sua extensão. Pode-se falar
também em paralelismo de superfícies e paralelismo de linhas e superfícies.
Linha observada
Linha de referência
t
Fig. 25
SENAI-RJ 209
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Fig. 26
Neste exemplo, o elemento tolerado é a linha de centro do furo superior e o elemento de referência,
indicado no desenho pela letra A, é a linha de centro do furo interior.
Na verificação, a linha de centro do furo superior deve estar contida entre duas retas, afastadas
0,1mm entre si e paralelas à linha de centro do furo inferior, tomada como referência.
Tolerância de perpendicularidade
É importante ressaltar que a perpendicularidade é uma condição que só pode ser observada
quando se trata de elementos associados. Pode-se falar em perpendicularidade entre duas linhas,
entre dois planos ou entre uma linha e um plano. O ângulo formado entre esses elementos é sempre
de 90º (ângulo reto).
210 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Fig. 27
O elemento tolerado é o eixo do furo, na vista frontal ele aparece inclinado. O elemento de
referência, em relação ao qual será verificada a perpendicularidade, é o eixo do furo horizontal da
peça. O valor da tolerância nesse caso é de 0,06mm.
No exemplo da figura 28 o campo de tolerância é limitado por duas retas paralelas, afastadas
0,06mm, e perpendiculares à linha de referência, constituída pelo eixo do furo horizontal. A peça será
aprovada se o eixo do furo inclinado estiver contido entre essas duas paralelas.
Fig. 28
Tolerância de inclinação
Quando o ângulo formado entre duas partes de uma peça for diferente de 90º e sua exatidão for
imprescindível, por razões de funcionalidade, será necessário especificar no desenho a tolerância de
inclinação.
SENAI-RJ 211
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
O desenho a seguir (Figura 29) mostra a especificação de tolerância de inclinação para o caso
do eixo de um furo. Ele atravessa obliquamente uma peça cilíndrica em relação ao eixo longitudinal
da peça e deve formar com ele um ângulo de 60º. O valor de tolerância é 0,08mm.
Fig. 29
212 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
O eixo do furo oblíquo pode apresentar certo desvio de sua inclinação geométrica ideal, desde
que esteja contido dentro do campo de tolerância. Campo determinado por duas retas paralelas,
afastadas 0,08mm e que formam com o eixo longitudinal um ângulo de 60º.
Fig. 30
Tolerância de posição
Quanto à posição nas peças, os elementos geométricos que podem ser tolerados são pontos,
retas e planos.
É preciso estar atento aos vários tipos de tolerância de posição para não
errar nas especificações.
SENAI-RJ 213
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Este tipo de tolerância refere-se a desvios de posição de um ponto, de uma linha ou de um plano
em relação a sua posição, teoricamente exata, que no desenho aparece indicada dentro de uma
moldura.
Nos sistemas de cotagem por coordenadas, a localização de um ponto é dada pela interseção do
prolongamento de duas cotas. Esta interseção representa a posição ideal do ponto, dificilmente
conseguida na prática. Por isso, muitas vezes é necessário especificar a tolerância de posição de um
ponto. No desenho, esta tolerância aparece especificada como mostra a figura a seguir.
Fig. 31
O quadro de tolerância indica que o elemento tolerado é o ponto resultante da interseção das
cotas básicas 68 e 100. O valor da tolerância de posição do ponto é de 0,3mm.
• Na peça, a localização efetiva do ponto deve ser situada dentro de um círculo de 0,3mm de
diâmetro, referência que delimita o campo de tolerância e que tem seu centro na posição teórica
definida no desenho.
214 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Fig. 32
Tolerância de concentricidade
Para melhor entender esse tipo de tolerância, cabe recordar o termo concêntrico. Dizemos que
dois elementos são concêntricos quando seus centros ocupam a mesma posição no plano. Para que
se possa verificar essa condição, a posição de um dos elementos tem de ser tomada como referência.
Fig. 33
SENAI-RJ 215
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Fig. 34
O centro do círculo tolerado deve estar contido dentro do círculo de 0,01mm, cujo centro, por sua
vez, coincide com o centro do círculo de referência e limita o campo de tolerância.
Quando um eventual erro de forma puder ser desprezado, isto é, quando não influenciar a
funcionalidade da peça, devemos agregar um método de verificação que consiste em medir a menor
distância entre a circunferência tolerada e a circunferência de referência (a), bem como a distância
entre as duas circunferências em posição diametralmente oposta (b), como na figura a seguir.
Fig. 35
216 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Tolerância de coaxilidade
Dois elementos são chamados coaxiais quando seus eixos ocupam a mesma posição no espaço.
Para verificar a coaxialidade é necessário escolher um dos elementos como referência.
Fig. 36
A mesma figura, numa interpretação mais detalhada, mostra uma peça composta por vários
rebaixos cilíndricos. O eixo de referência é o que aparece identificado pelas letras A e B. O eixo
tolerado é o da parte cilíndrica central, de diâmetro maior, e o valor da tolerância é de 0,08mm.
O símbolo indicativo de diâmetro, antes do valor da tolerância, e o fato do elemento tolerado ser
um eixo indicam que o campo de tolerância tem a forma cilíndrica. No quadro de tolerância, a notação
A-B indica que as duas letras estão relacionadas ao mesmo elemento de referência.
Fig. 37
SENAI-RJ 217
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Desse modo, o eixo tolerado deve ser situado dentro da região limitada pelo cilindro definindo o
campo de tolerância, com 0,08mm de diâmetro. Deve-se assumir que o eixo deste cilindro coincide
com o eixo do elemento de referência.
Tolerância de simetria
A simetria entre dois elementos opostos, situados em torno de um eixo ou de um plano, significa
que eles são idênticos quanto à forma, ao tamanho e à posição relativa.
A tolerância de simetria define os limites dentro dos quais os erros de simetria podem ser
aceitos sem comprometer a sua funcionalidade.
Quanto à simetria é possível tolerar o plano médio da peça e os eixos (ou linhas).
Observe a figura 38, nela, o plano médio do rasgo da peça aparece tolerado quanto à simetria.
O valor da tolerância é de 0,08mm. O elemento de referência é o plano médio da peça.
Fig. 38
Isso significa que o plano médio efetivo do rasgo deve estar contido entre dois planos paralelos,
afastados 0,08mm um do outro, simetricamente dispostos em torno do plano médio da peça.
218 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Esses dois planos paralelos, eqüidistantes do plano médio da peça 0,04mm cada um, limitam o
campo de tolerância de simetria.
Fig. 39
Tolerância de batimento
Na usinagem de peças ou elementos que têm formas associadas a sólidos de revolução, como
cilindros e cones maciços (eixos) ou ocos (furos), ocorrem variações em suas formas e posições,
resultando em erros de ovalização, conicidade, retitude, excentricidade, etc.
Fig. 40
A verificação desses erros só pode ser feita de modo indireto, a partir de outras referências, por
sua vez relacionadas ao eixo de simetria da peça inspecionada. Isso porque é praticamente impossível
determinar o eixo de revolução verdadeiro.
SENAI-RJ 219
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
A tolerância de batimento circular pode ser radial ou axial, dependendo da maneira como aparece
indicada no desenho técnico.
Para interpretar os desenhos de maneira satisfatória você precisa estar atento para as variações
na tolerância de batimento circular.
Circular radial
Fig. 41
220 SENAI-RJ
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Circular axial
Fig. 42
Fig. 43
SENAI-RJ 221
Interpretação de desenho mecânico – Tolerância Geométrica
Este tipo de batimento também pode ser verificado no sentido radial e no sentido axial.
Total radial
Fig. 44
Total axial
Fig. 45
222 SENAI-RJ
Interpretação
de Desenho
de Conjunto
Nesta unidade ...
Desafios interpretativos
12
Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
Desafios interpretativos
Chegamos a última unidade do material Interpretação de Desenho Mecânico. Nosso objetivo
principal é interpretar o desenho técnico de peças e conjuntos à luz das Normas Técnicas. Por isso,
antes de chegarmos à unidade específica de interpretação de desenho, precisávamos nos fundamentar
estudando os conceitos e as normas vigentes. Com essa base será possível desenvolver a interpretação
de desenho de conjuntos e de suas peças, favorecendo da mesma forma o desenvolvimento de práticas
nas máquinas-ferramentas.
Desenho de conjunto é o desenho das máquinas, dispositivos ou estruturas, com suas partes
montadas, estando suas peças representadas nas mesmas posições que ocupam no conjunto mecânico.
Nessa unidade, vamos interpretar diversos conjuntos, sempre destacando e recorrendo ao que já
vimos anteriormente.
Desenho de conjunto
Fig. 1
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
a)ordem de montagem;
• O algarismo do número deve ser escrito em tamanhos facilmente visíveis. Observe esse siste-
ma de numeração na representação ortográfica do nosso exemplo. Note que a numeração das
peças segue a ordem de montagem.
• Como já vimos, os numerais são ligados a cada peça por linhas de chamada. As linhas de
chamada são representadas por uma linha contínua estreita. Sua extremidade termina com um
ponto, quando toca a superfície do objeto. Caso toque a aresta ou contorno do objeto, termina
com seta.
• Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira e devem ser montadas no conjunto,
fica fácil perceber como elas se relacionam e, assim, deduzir o funcionamento de cada uma.
• Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece cotado. Mas, quando o
desenho de conjunto é utilizado para montagem, as cotas básicas podem ser indicadas.
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para fornecer informações para
a construção de peças. O uso da perspectiva é mais comum nas revistas e catálogos técnicos.
Veremos ainda como é feita a interpretação de desenhos para execução de conjuntos mecânicos
em projeções ortográficas, que é a forma de representação empregada nas indústrias.
Interpretação da legenda
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
Fig. 4
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
É fácil perceber porque a legenda é tão importante. Ela fornece informações indispensáveis
para a execução do conjunto mecânico e, geralmente, está localizada no canto inferior direito da
folha.
Fig. 5
Para facilitar o nosso entendimento podemos dividir a legenda em duas partes: rótulo e listagem
de componentes (peças).
Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos analisá-las separadamente, a começar
pelo rótulo.
Rótulo
Fig. 6
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de montagem e que
merecem destaque:
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Fig. 7
• Para a montagem do mancal de fixação foi necessário uma peça de cada componente.
a. A peça nº 01 é denominada eixo e fabricada com aço ABNT 1020, sendo esse tipo de aço
padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos do numeral 1020 indicam o material a
ser usado que, nesse caso foi o aço-carbono e os dois últimos algarismos a porcentagem de
carbono existente no aço. Nesse exemplo a porcentagem de carbono é de 0,20%. Foi possível
perceber também que a dimensão do material necessário para a fabricação é de Ø 1½” x
115mm.
b. A peça nº 02 denominada mancal é fabricada em bronze e quase sempre necessita que o seu
material seja na forma retangular de 2 ½” x 60mm. Nesse caso, como foi omitida uma das
dimensões de largura e de altura, a dimensão 2 ½” assumiu o formato seção quadrada.
c. A peça nº 03 denominada parafuso sextavado interno sem cabeça, e produzida com material
comercial para parafuso, cujas dimensões são M6 x 8. Isto é, 8mm de comprimento com
rosca métrica de 6mm.
Você já conferiu alguns símbolos utilizados para determinar o perfil de materiais, vamos só
relembrar os que constam na legenda do conjunto em estudo:
• Outros símbolos são bem conhecidos e usados com freqüência, como por exemplo, o “ # ”,
ele indica que o material de fabricação é uma chapa. Esse material quando acompanhado de um
numeral indica a bitola da chapa.
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
Desenho de detalhe/componente
Você já interpretou o desenho do conjunto, cabe agora interpretar os desenhos de cada peça que
compõe o conjunto, lembrando que serão necessários todos os dados que permitam a fabricação.
Deve esclarecer quais as operações de oficina obrigatórias, que limites de precisão deverão ser
observados, etc.
Cada peça que compõe o conjunto mecânico deve ser representada em desenho de componente.
Apenas as peças padronizadas, que não precisam ser executadas, pois serão compradas de
fornecedores externos, não são representadas em desenho de componente.
A folha do desenho de componente também será dividida em duas partes: o espaço para o
desenho e o espaço para a legenda.
Você poderá checar as informações anteriores, observando os desenhos de cada uma das três
peças que compõe o conjunto mancal de fixação. Primeiramente, vamos analisar as peças 01 e 03,
respectivamente eixo e parafuso (Figura 8).
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
Certamente você notou que a legenda do desenho de componente é bastante parecida com a
legenda do desenho de conjunto. Ela também apresenta rótulo e lista de peças.
Por outro lado, examinando com atenção a legenda do desenho, observamos que sua interpretação
também é bem semelhante a do conjunto.
O que pode variar? Uma das diferenças é a indicação do tipo de desenho, componente, em vez
de conjunto.
• Ele está representado com supressão de vistas. Apenas a vista frontal está representada. Para
essa representação foi utilizado o recurso de um corte parcial, com o objetivo de detalhar o
entalhe a ser usinado no corpo de diâmetro “ Ø ” de 16mm.
• As cotas básicas representam o comprimento total da peça, nesse caso indicada por 100 e o
diâmetro indicado por 32. Como a legenda informa que a unidade de medida utilizada foi o
milímetro “mm”, a cota de comprimento será de 100mm e o “ Ø ” 32mm.
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
• Existem diversas indicações de tolerâncias, como por exemplo o “ Ø ” 32, com tolerância de
mais ou menos 0,1. Isso quer dizer que apesar da dimensão nominal informar 32, é possível
variar no processo de obtenção de 31,9 até 32,1mm.
• Observe que na extremidade esquerda do eixo, isto é, na cota nominal de 16mm, a dimensão do
chanfro foi cotada em 1 x 45º, indicando a necessidade da usinagem do mesmo em 45º e 1 mm
de comprimento.
Tendo analisando as peças 01 e 03 (Figura 8), vamos agora, interpretar a peça 02, mancal.
• Ela está representada com supressão de vista. No caso da mancal, foi utilizado, a vista frontal
e a lateral, sendo suprimida a vista de cima. Para melhor visualização das partes internas, foi
usado um meio corte e para melhor visualizar o furo roscado foi utilizado o recurso do corte
parcial.
• Analisando as cotas, percebemos que o desenhista usou o símbolo de diâmetro “Ø” para tornar
claro que as dimensões de 32 e 16 são de forma circular. Mesmo assim, ao representar a vista
frontal, usando as linhas de contornos largas, deixou claro que se trata de perfil circular, o que
pode nos levar, se considerarmos necessário, a suprimir as referidas simbologias.
• As cotas básicas representam o comprimento total da peça, indicada em 50, por sua vez o
diâmetro indicado é de 32, bem como a medida da diagonal do sextavado em 55,426.
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
• Existe um furo cilíndrico passante de 16mm, tolerado como superior em 0,018 e inferior em
(zero). Como no rodapé há uma informação sobre o ajuste ISO 286, cabe consultar a tabela da
norma específica, na qual encontraremos a posição “ H ” e a qualidade 7, o que corresponde a
tolerância de + 0 ,018 e -0,000. Desse modo, recorrendo ao desenho de montagem, você vai
constatar que o ajuste indicado será H7g6, do tipo deslizante, com montagem à mão e com leve
pressão.
• Na vista frontal você encontrará a cota de 48 entre as faces do sextavado. Nesse momento
caberá uma observação, trata-se da cota representativa da chave de boca ou de estrias a ser
utilizada pelo mecânico, se for o caso.
• Existem diversas indicações de tolerâncias, como por exemplo o comprimento de 50, que
possui tolerância de mais ou menos 0,1. Isso quer dizer que, apesar da dimensão nominal
informar 50, é possível variar no processo de obtenção de 49,9 até 50,1mm.
• Para as dimensões não acompanhadas de tolerância dimensional, como a de cota entre a face
do sextavado, devemos seguir a norma NBR 2768-1 f. Você já sabe que esse recurso é utilizado
para indicar o mínimo possível de tolerância no desenho, evitando a poluição visual.
• A localização do furo roscado deve ser de 15mm, referenciado na face direita da peça, cuja
dimensão será de 32mm.
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Fig. 9
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Inicialmente, vejamos a folha de conjunto. Para sua análise, cabe destacar seus componentes.
As vistas
Nela, o desenhista utilizou duas perspectivas, sendo uma com a peça na posição fechada e a
outra na posição toda aberta. No exemplo analisado, o desenhista usou também duas vistas de cima,
novamente uma aberta e outra fechada. Na aberta indicou duas cotas com a tolerância necessária.
Numa delas, ainda efetuou corte em desvio, representando todas as peças do conjunto.
O funcionamento
A legenda
• A peça nº 05, denominada pino, será fornecida, já estará pronta, isto é, não será usinada pelo
responsável pela fabricação do conjunto. Já as peças de nº 01, 02, 03 e 04 deverão ser usinadas.
• Observe que todos os materiais serão de aço ABNT 1020, devidamente acompanhados da
dimensão.
As vistas
• As peças 01, 02 e 03 estão representadas em três vistas (frontal, lateral e de cima), já a peça nº 04
dispensou a representação da vista de cima e a peça nº 05, apesar de ser fornecida, foi desenha-
da em apenas uma vista. Apenas a vista frontal será suficiente para a sua interpretação.
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
O acabamento superficial
• O acabamento superficial de todas as peças é, no geral, de 3,2 Ra. Contudo, todas indicam a
existência da superfícies com 1,6 de Ra. Analisando mais precisamente, você verá que as
superfícies com Ra de 1,6 são as que mais interferem na montagem. No exemplo, destacamos
a superfície do eixo, em sua dimensão de 12 g6 e o furo de 12 H7 da peça nº 02.
A tolerância geométrica
• Nas peças existem diversos símbolos de tolerâncias geométricas, como por exemplo, o de
perpendicularismo e o de paralelismos na peça nº 01. A de perpendicularismo, está associada a
superfície “A” e o tolerado está em 0,03. Isso que dizer que o perpendicularismo da superfície,
no qual a seta toca a peça, é limitada em variação máxima de 0,03 em relação a superfície
indicada pelo símbolo de elemento de referência “A”. Já a tolerância de paralelismo não preci-
sou do elemento de referência, pois foi aplicada diretamente nas linhas de chamada da cota de
80mm, o que implica na variação máxima de 0,02mm entre as superfícies em questão.
Depois de acompanhar, passo a passo, a análise dos modelos apresentados, chegou a sua hora
de interpretar. Analise com atenção o projeto Bloco móvel e agora busque responder as questões que
seguem.
1. Identifique o material de construção da peça nº 01, apresentando seu tipo, sua aplicação e a
composição química aproximada de seus principais elementos .
3. Identifique e justifique a tolerância dimensional, indicada por “b”, nas peças nº 01 e 02 com
base no sistema de tolerância ISO, citando as fontes de consultas utilizadas.
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4. Quantos parafusos de cabeça cilíndrica sextavado interno, conforme DIN 912 M4 x 12, serão
necessários?
5. No desenho de conjunto foi utilizada uma linha estreita traço e ponto indicado por (a). O que
isso representa?
0
6. Qual o processo de usinagem para a obtenção da cota de 10 - 0,5 da peça nº 08 usada na folha
de detalhamento?
7. Consulte a tabela e informe em milésimo de milímetro a tolerância permitida para a cota de 6H7
da peça nº 01.
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
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Interpretação de desenho mecânico – Interpretação de Desenho de Conjunto
7. Qual o tipo de ajuste solicitado na cota de 20 f 7 da peça nº 04 e no ajuste do furo da peça nº 05,
especificado por 20H7?
8. Informe os valores numéricos para as cotas da questão anterior. Para tanto, consulte a tabela
específica da ISO 286 ou NBR 6158.
10. Na orientação “Tolerância não indicada” qual norma deverá ser seguida e que classe deverá ser
utilizada?
a. ( ) total;
b. ( ) em desvio;
c. ( ) meio corte;
d. ( ) parcial.
14.Seria correto afirmar que o corte utilizado na peça nº 05 é o de meio-corte? Lembre-se de que
o corte utilizado, só foi possível em função da peça ser simétrica.
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Fig. 16
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Interpretação de desenho mecânico – Referências
Referências
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ABNT ISO 2768-1: Tolerâncias gerais. Parte 1: Tolerâncias para dimensões lineares e angulares sem
indicação de tolerância individual. Rio de Janeiro, fev. 2001.
ABNT ISO 2768-2: Tolerâncias gerais. Parte 2: Tolerâncias geométricas para elementos sem indicação
de tolerância individual. Rio de Janeiro, fev. 2001.
ABNT. NBR 8196: Emprego de escalas em desenho técnico. Rio de Janeiro, ago. 1996.
ABNT. NBR 8402: Execução de caractere para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro, mar.
1994.
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Janeiro, mar. 1984.
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1995.
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ABNT. NBR 10647: Desenho técnico. Norma geral. Rio de Janeiro, abr. 1989.
SENAI-MG. Desenho técnico mecânico. Centro de Formação Profissional Pedro Martins Guerra.
Itabira, 1999.
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Interpretação de desenho mecânico – Referências
SENAI-RS. Informações técnicas mecânica, 10ª Edição revisada e ampliada. Porto Alegre, CFP
SENAI Artes Gráficas “Henrique d`Ávila Bertuso”, 1996. 260 página.
250 SENAI-RJ
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