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SOLDAGEM
OXICOMBUSTÍVEL
SENAI-RJ • Metalurgia
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
PROCESSO DE
SOLDAGEM
OXICOMBUSTÍVEL
SENAI-RJ
2009
Processo de Soldagem Oxicombustível
2009 - 2ª ed. revista
SENAI-Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
FICHA TÉCNICA
SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de 60 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o
desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens
e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia,
proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas
de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis
flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o
comprometimento com os resultados.
Soma-se a isso o fato de que a produção constante de novos saberes e tecnologias exigirá
de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando-se a neces-
sidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos
essenciais à autoaprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educa-
ção se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo
uma formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infraestrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!
2
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS À SOLDAGEM ................................................................ 43
Principais processos de soldagem por fusão ............................................................. 45
Soldagem a gás ................................................................................................................. 47
Terminologia de soldagem ............................................................................................ 47
Simbologia de soldagem ................................................................................................ 52
5
GASES PARA SOLDAGEM ................................................................................................. 99
Introdução .......................................................................................................................... 101
Classificação ...................................................................................................................... 101
Combinação de gases combustíveis e oxigênio ....................................................... 104
Fabricação .......................................................................................................................... 106
Cilindros .............................................................................................................................. 109
Abastecimento de gases................................................................................................. 114
Praticando .......................................................................................................................... 115
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas e em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia, e tendo como consequência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante, durante toda sua vida – e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profis-
sional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender,
favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos,
ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia e de forma competente.
Este curso, Processo de Soldagem Oxicombustível, é, portanto, uma das ofertas do SENAI-RJ
para os profissionais que desejam adquirir novos conhecimentos e se manter atualizados, a fim
de enfrentar a competitividade no mercado de trabalho e obter êxito.
Para realizar seus estudos, você terá sempre o apoio de professores qualificados na área
de processos de soldagem, além deste material didático. Nele constam os conteúdos básicos
que serão discutidos ao longo do curso, organizados em oito seções de estudo, de modo a
apresentar uma leitura agradável e de fácil assimilação. Ao final de cada seção, você também
vai encontrar variados exercícios, para que possa rever os conteúdos estudados, saber o que já
aprendeu, o que ainda necessita ser reforçado e tirar dúvidas com o professor.
Agora é só começar. Organize sua rotina de estudo para evitar que outros compromissos
venham a atrapalhar sua presença nas aulas ou a leitura do material.
Desejamos que essa jornada seja proveitosa e também que você tenha sucesso na vida
profissional.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários e dão acesso a emprego e renda, mas para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito frequentemente de-
correm do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
Assim sendo, é preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente.
Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que
“sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários
à produção de bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de
diversos recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação preju-
dicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da natureza de se recompor. Torna-se
necessário, portanto, traçar planos de curto e longo prazo, a fim de diminuir os impactos que o
processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com
a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde tanto de seus trabalhadores como da
população que vive ao redor dessas indústrias.
Podemos concluir, então, que com o crescimento da industrialização e sua concentração
em determinadas áreas, o problema da poluição aumentou demasiadamente. A questão da
poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um
ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais
condições ambientais, tornando difícil a localização precisa da origem do problema. No en-
tanto, é importante repetir que quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Uma palavra inicial
lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos às
vezes irreversíveis ao meio ambiente.
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a
falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula
nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não são atitudes
condizentes com o desenvolvimento sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indús-
trias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode
até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas,
da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis,
sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos prati-
camente não existe.
Ganha força, atualmente, a ideia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo-se processos que reduzam
o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver, portanto, uma crescente preocupação acerca da qualidade,
durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só
continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas de economizar energia,
melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar
energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil, no entanto, ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma
enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para
o amanhã, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alter-
nativas são mais desejáveis e, a partir daí, passar a trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos como as instituições só mudarão suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para
sua reputação ou para sua segurança. Apesar disso, a mudança nos hábitos não é algo que
possa ser imposto. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços
sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem,
usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, os acidentes de
trabalho são uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Uma palavra inicial
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Processo de Soldagem–Oxiacetilênico - Oxicorte
Saúde e segurança
no trabalho
Nesta seção...
Introdução
Gases técnicos
Incêndio
Primeiros socorros
Praticando
1
Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Introdução
Em todos os setores relacionados com o trabalho industrial, o profissional deve estar
consciente tanto das atividades que precisa desempenhar como dos riscos decorrentes da
utilização dos equipamentos manuseados para a execução de suas tarefas.
É indispensável, ainda, que esse profissional se preocupe em adotar medidas de saúde e
segurança capazes de minimizar acidentes, e que vão permitir o desempenho do seu trabalho
de forma segura e eficaz.
Por isso, vamos apresentar uma série de conteúdos relacionados aos perigos que os proces-
sos de soldagem oferecem, notadamente o oxiacetilênico, descrevendo as principais medidas
de saúde e segurança a serem adotadas para prevenir acidentes e, ainda, o que deve ser feito
caso esses acidentes ocorram.
Equipamentos de proteção
individual (EPI)
Antes de iniciar os estudos relativos aos riscos que os trabalhos de soldagem e corte oxia-
cetilênico oferecem e às medidas a serem observadas para cada caso, consideramos impor-
tante você conhecer os equipamentos de proteção individual (EPI) que devem ser usados no
desempenho de suas atividades.
Analise, então, a figura que mostra o equipamento próprio de um soldador, procurando
identificar cada uma de suas partes com o auxílio da legenda.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
1
6
4
Legenda
1 Avental de raspa de couro
2 Manga de raspa de couro
3 Luvas de raspa de couro
4 Polainas de couro
5 5 Sapatos de segurança
6 Touca de proteção
7 Máscara de solda
Fig. 1 8 Óculos de segurança
9 Gola de raspa de couro
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Fig. 2
Essa máscara deve ser utilizada somente para soldagem com eletrodo revestido ou
MIG-MAG. Ela tem um filtro de proteção que é caracterizado por letras e números, como, por
exemplo: filtro 12 A 1 DIN.
Assim como a máscara, as demais peças de proteção individual (EPI) do soldador têm
funções específicas, como mostra este quadro. Observe.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Soldagem oxiacetilênica
• Leve < 3,2 4 ou 5
• Média 3,2 - 12,7 5 ou 6
• Pesada > 12,7 6 ou 8
Corte oxiacetilênico
• Leve < 25,4 3 ou 4
• Médio 25 - 150 4 ou 5
• Pesado > 150 5 ou 6
Quadro 2
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Gases
Fumaça
Vapores
Fig. 3
Gases, fumaça e vapores fazem muito mal à saúde e podem até provocar a morte, conforme
você pode observar no quadro a seguir.
Gases nitrosos (NO e NO2) Liberado para o ar a Não têm cheiro, por isso são
temperaturas acima de 1.000oC mais perigosos.
Causam irritação nas vias
respiratórias e até a morte por
hidropsia (água nos pulmões).
Quadro 3
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
• Exaustão normal.
• Exaustão localizada.
• Ventilação adequada.
• Ar comprimido + máscara de proteção.
Ambientes de risco
para a soldagem
Trabalhos de soldagem realizados em ambientes fechados ou confinados oferecem maiores
possibilidades de risco, necessitando, portanto, de cuidados especiais.
Vejamos cada caso.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Tanque de
óleo
Pano de limpeza
Fig. 4
Devido aos possíveis riscos destacados na figura, a realização da soldagem nesses ambientes
fechados necessita de uma série de cuidados especiais, como demonstra a próxima figura.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Local de soldagem
Tanque de
óleo
Areia
Fig. 5
Agora, compare esta figura com a anterior, procurando identificar os cuidados adotados
nestes ambientes. Perceba, por exemplo, o que foi feito com o tapete, as pontas, as aberturas
nas paredes, o óleo do chão etc.
Concluímos, assim, que algumas medidas de prevenção devem ser adotadas antes e du-
rante os trabalhos de soldagem.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Ventilação
Filtro Exaustor
Fig. 6
Antes do trabalho
• Instalar a exaustão, preparar o piso isolante, posicionar a fonte de corrente para fora
do local de trabalho.
• Cuidar para que iluminação e máquinas elétricas tenham, no máximo, 42 V, também
no caso de transformadores de separação.
Durante o trabalho
• Renovar o ar.
• Trabalhar sempre sob permanente atenção.
Após o trabalho
• Afastar os equipamentos de solda e corte.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Gases técnicos
Vários tipos de gases são utilizados nas técnicas de soldagem e corte. Esses gases são
armazenados em diferentes estados, em cilindros de alta pressão, cuja construção obedece a
exigências impostas por normas específicas. Os cilindros de gases exigem cuidados especiais
de manipulação, de modo a evitar danos, dentre os quais se destacam os incêndios.
Tipos empregados
Você vai conhecê-los no quadro abaixo. Analise-o cuidadosamente, em especial nas linhas
referentes a consumo, emprego e riscos.
Peso em Mais pesado Mais leve Mais leve Mais pesado Mais pesado Mais leve Mais pesado
relação ao ar
Riscos O aumento da Explosivo em Asfixia devido Asfixia devido Asfixia devido Asfixia devido Explosivo
quantidade no quantidades ao desloca- ao desloca- ao desloca- ao desloca- entre 2,12% e
ar aumenta a acima de mento do ar mento do ar mento do ar mento do ar 9,39% de vol.
velocidade de 2,4% de vol. puro puro puro puro: combus- no ar
queima em ar tível acima de Asfixia
Proibida a 10 vol. de H2 devido ao
presença deslocamento
de óleo e de do ar puro
gordura
Quadro 5
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Fig. 7
Como agir?
Em caso de desintegração do acetileno, devem-se adotar os seguintes procedimentos:
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Incêndio no equipamento
Causas: – Óleo, graxa ou junta de vedação inadequada (derivada de couro) em contato com
pressão e oxigênio.
– Retenção de calor, originado pela abertura muito rápida do cilindro.
Concentração de oxigênio no ar
– Pode acontecer o vazamento de oxigênio através de instalações inadequadas de
mangueiras, reguladores e válvulas.
– A execução de tarefas com oxicorte, especialmente em locais confinados ou dentro de
tanques, propicia o aumento de oxigênio no ar, por meio do jato de corte.
– Com o aumento da porcentagem de oxigênio no ar, ocorre o perigo de combustão.
O oxigênio conduz à queima de qualquer material, mesmo que ele não seja
de fácil combustão.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Oxigênio Acetileno
Óleo ou graxa; superaquecimento do Queima de acetileno na válvula ou
cilindro; junta de vedação inadequada no manômetro; superaquecimento
Causa
(derivado de couro) em contato com externo.
pressão e oxigênio; retenção de calor
devido à abertura muito rápida do cilindro.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Fig. 11
Fig. 12
Fig. 13
Verificação de vazamentos
Fig. 14
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Fig. 15
Fig. 16
Fig. 17
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Incêndio
O incêndio é uma ameaça constante nos processos de soldagem, exigindo atenção
permanente de todos os envolvidos na atividade. Suas principais causas e formas de combatê-lo
é o que veremos a seguir.
Principais causas
Na soldagem, os perigos de incêndio são devidos, em geral, à concentração de oxigênio no ar,
à queda de fagulhas e à chama secundária.
Vamos falar um pouco sobre cada uma dessas causas.
Concentração de oxigênio no ar
Instalações inadequadas de mangueiras, reguladores e válvulas podem acarretar o
vazamento de oxigênio.
Conforme vimos anteriormente, no caso das tarefas com oxicorte, especialmente em
locais confinados ou dentro de tanques, é comum o escapamento de oxigênio no ar, por meio
do jato de corte. Com o aumento da porcentagem de oxigênio no ar, há um grande perigo de
incêndio, uma vez que o oxigênio conduz qualquer material à queima, mesmo que este material
não seja de fácil combustão.
Queda de fagulhas
Fagulhas de corte e solda, assim como respingos de metal fundido, podem ser arremessadas
a distância e permanecerem por algum tempo incandescentes.
Sendo o piso liso, esta distância pode alcançar até 10m, como ilustrado na figura.
2m
m
10
Fig. 18
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Chama secundária
Com o escapamento de gases com-
bustíveis, numa soldagem ou corte em
ambiente com pouca ventilação, pode
formar-se uma chama secundária, mesmo
a grande distância do local da soldagem.
Observe.
Fig. 19
O combate ao incêndio
Um incêndio pode ser controlado quando se elimina uma das condições que o determina,
a saber:
1. Oxigênio.
2. Material combustível.
3. Temperatura suficiente (calor).
Fig. 20
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Primeiros socorros
Os primeiros socorros são geralmente prestados ao soldador no próprio local de seu
trabalho. Mas é importante você saber que esse atendimento imediato não substitui os cuidados
médicos. Assim, logo após os primeiros socorros, e tão logo seja possível, devem ser tomadas
as providências para que o trabalhador seja assistido por um médico.
Vejamos, então, alguns casos em que é possível adotar medidas imediatas no próprio local
de acidente e que medidas são essas.
Ferimentos
• Desinfetar e cobrir a ferida. No caso de sangramento forte, pressionar a atadura contra
o ferimento. Não remover os feridos.
Olhos
• No caso de cegueira momentânea, utilizar o colírio adequado.
• Nas lesões, devem-se cobrir ambos os olhos.
• Em situações de ataque por ácido, lavar com muita água e não utilizar água boricada.
Queimaduras
• Lavar a parte afetada com água fria até que a dor passe. Utilizar material esterilizado
para cobrir a ferida. Não utilizar pomadas contra queimaduras.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
Praticando
Em cada item abaixo, assinale um X na alternativa que responde corretamente à pergunta.
1. Na soldagem oxicombustível, conforme a norma DIN 4647, parte 1, o tipo de filtro que
se deve usar é:
( ) 1 até 2
( ) 2 até 3
( ) 4 até 7
( ) 8 até 9
40 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
( ) Introduzir oxigênio
( ) Reconhecidamente menor
( ) Maior
( ) Igual
( ) Muito menor
6. Antes de iniciar uma soldagem ou corte, qual é a medida de segurança a ser tomada?
SENAI-RJ 41
Processo de Soldagem Oxicombustível – Saúde e segurança no trabalho
7. Que medida deve ser adotada em relação a um cilindro que tenha sofrido incêndio?
( ) Reutilizar o cilindro
( ) Ventilador
( ) Ar comprimido
( ) Oxigênio
( ) Ar fresco
42 SENAI-RJ
Aspectos introdutórios
à soldagem
Nesta seção...
Soldagem a gás
Terminologia de soldagem
2
44 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Soldagem a gás
Efeito térmico
Fig. 1
SENAI-RJ 45
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Eletrodo revestido
Eletrodo
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
46 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Soldagem a gás
Agora, observe essa outra figura com bastante atenção, pois ela mostra, com mais detalhes,
o processo que vamos aprofundar neste material, ou seja, a solda oxiacetilênica.
Legenda
4 1 Cilindro de oxigênio com regulador
de pressão
2 Cilindro de acetileno
3 Regulador de pressão de acetileno
4 Mangueira de oxigênio
3 5 5 Mangueira de acetileno
6 Maçarico de soldagem
6 7 Vareta de solda
8 Bico de solda
9 Peça
10 Chama para soldagem
7
8
2
9
1 10
Fig. 5
Terminologia de soldagem
Nos itens que se seguem, você vai encontrar a terminologia normalmente empregada nos
serviços de soldagem em relação aos tipos de juntas, aos tipos de chanfros para juntas de topo
e às posições de soldagem.
Conheça esta terminologia e analise a figura correspondente a cada uma delas.
SENAI-RJ 47
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Fig. 6
Junta de ângulo em L
Fig. 7
Junta de ângulo em T
Fig. 8
Junta sobreposta
Fig. 9
48 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Junta de aresta
0º – 30º
Fig. 10
Sem chanfro
Fig. 11
Fig. 12 Fig. 13
Fig. 14 Fig. 15
SENAI-RJ 49
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Fig. 16 Fig. 17
Fig. 18 Fig. 19
· Posição plana
1F 1G
Fig. 20 Fig. 21
· Posição horizontal
2F 2G
Fig. 22 Fig. 23
50 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
· Posição vertical
3F 3G
Fig. 24 Fig. 25
· Posição sobrecabeça
4F 4G
Fig. 26 Fig. 27
5F 5G
Fig. 28 Fig. 29
6G
Fig. 30
SENAI-RJ 51
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Simbologia de soldagem
É uma forma de representar, no próprio desenho do equipamento, dados específicos de
soldagem.
A simbologia da soldagem tem por finalidade, dentre outras coisas, facilitar ao inspetor
de Ensaios Não Destrutivos (END) a localização, no equipamento, da região a ser examinada
e o conhecimento de alguns dados sobre a geometria da junta.
Observe os seguintes símbolos:
Vamos examinar, agora, as partes dos símbolos de soldagem que você necessita conhecer.
52 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Exemplos:
SENAI-RJ 53
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Lado Lado
Lado B A
B Lado
A
Lado Lado
B A
Lado Lado
B A
Lado Lado
A A Lado Lado
B A
54 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Lado Lado
Lado B A Lado
A A Lado Lado
B A
Quando a representação gráfica se apresenta com a seta quebrada, é preciso observar que
a parte apontada pela seta deve ser obrigatoriamente biselada. E, consequentemente, a outra
parte possuirá chanfro reto.
Lado Lado
Lado A Lado
B
A A
Lado Lado
B A
SENAI-RJ 55
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
56 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
SENAI-RJ 57
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Chanfro em V e X
No caso de juntas com chanfros simples (V) ou chanfro duplo (X), a falta de indicação da
profundidade do chanfro significa que a solda deve ter penetração total.
Chanfro em meio V e K
58 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Chanfro em U e duplo U
Chanfro em J e duplo J
SENAI-RJ 59
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Exemplo 1
Exemplo 2
Por esta representação, concluímos que o membro A do conjunto deverá ser, obrigatoria-
mente, chanfrado.
60 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Exemplo 3
Neste exemplo não há obrigatoriedade de que o chanfro seja na parte B. Poderia ser na
parte A, pois a seta não é quebrada.
Exemplo 4
EPS 29 A
A
R
No lugar onde aparece a letra R, deve ser colocado o número, em milímetros, que indica
a abertura da raiz. Então, R representa a abertura da raiz.
No lugar onde aparece a letra A, deve ser colocado o número, em graus, que indica o ân-
gulo do chanfro.
SENAI-RJ 61
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
3
3
60º
Solda com ângulo
60º de 60º
60º
45º 2
2
45º
S
E
62 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
Exemplo 1
5 (8)
Exemplo 2
10 8
SENAI-RJ 63
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
6
6
6
Representação da solda em ângulo
Solda desejada com perna de 6mm
Obs.: Para soldas com pernas desiguais, as dimensões devem ser indicadas do lado es-
querdo do símbolo e entre parênteses, conforme figura a seguir. A orientação da solda deve ser
mostrada no desenho, quando necessária.
64 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Aspectos introdutórios à soldagem
(6x8)
6 (6x8)
SENAI-RJ 65
Equipamentos para
soldagem
Nesta seção...
Introdução
Conservação e manutenção de
equipamentos para soldagem a gás
Praticando
3
Processo de Soldagem–Oxiacetilênico - Equipamentos para soldagem
68 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Introdução
O estudo dos equipamentos para soldar é de fundamental importância na formação do
soldador, pois para desempenhar suas atividades, ele precisa não só ter o domínio de concei-
tos relevantes e aplicá-los corretamente, como também conhecer e pôr em prática as normas
recomendadas para operação e segurança.
Por essa razão, vamos apresentar, nesta seção, vários tópicos, ilustrações, tabelas, diagramas
e exercícios, que serão devidamente complementados e esclarecidos, pelo professor, durante
as aulas, para que você possa:
Vejamos, a seguir, qual é a principal finalidade desse equipamento e como ele opera.
SENAI-RJ 69
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Função
A função do regulador de pressão é receber uma alta pressão, como por exemplo a do
cilindro ou a da rede de alimentação, para uma pressão de trabalho já reduzida e constante.
A figura a seguir apresenta os componentes do equipamento. Confira!
Fig. 1
Letra de identificação O A P
Conexão do cilindro Porca 3/4” com rosca Conexão tipo estribo Conexão com rosca à
à direita esquerda
Conexão das mangueiras Porca com rosca Porca 3/8” com rosca Porca com rosca à
à direita à esquerda esquerda
Quadro 1
70 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Funcionamento
A seguir, vamos apresentar os procedimentos que você deve adotar para operar o equi-
pamento de forma correta.
1. Instalação
2. Desenvolvimento
Agora observe, na figura a seguir, como ocorre a operação, especialmente no que se refere
à função do manômetro.
SENAI-RJ 71
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Fig. 2
72 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Pressão de saída
interrompida
Pressão de saída (Força de compressão)
Fig. 3
Conheça o equipamento
através da figura ao lado.
Fig. 4
SENAI-RJ 73
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Função
Esse equipamento visa a impedir:
Fig. 5
74 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Montagem
Agora, veja na figura ao lado o exemplo
de uma válvula corretamente montada em um
regulador de pressão.
Fig. 6
Oxigênio
Acetileno
SENAI-RJ 75
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
• Norma DIN 8542 – Determina que as peças utilizadas na ligação de mangueiras sejam
fabricadas com uma liga de cobre-zinco.
• Norma DIN 17660 – Determina que a porcentagem de cobre da liga não pode exceder 70%.
Agora, observe nas figuras a seguir as peças para ligação de mangueiras, especialmente a
diferença entre as porcas.
Oxigênio
Rosca direta
Acetileno
Rosca esquerda
União de mangueiras
A norma DIN 8542, já citada anteriormente, regulamenta a união de mangueiras com
diâmetro interno suficiente para ligação com bucha dupla. Já a norma DIN 8544 trata do aco-
plamento.
Na figura a seguir, você pode visualizar o processo de união.
Fig. 11
76 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Braçadeira
Válvula corta-fluxo
Fig. 12
Componentes
Para conhecer as partes que compõem o equipamento, analise a figura seguinte.
SENAI-RJ 77
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Válvula de oxigênio
Conexão da mangueira
do oxigênio
Câmara (Rosca 1/4” à direita)
Tubo misturador Região
de mistura do injetor
Injetor
Porca rosqueada Conexão da
Câmara de mangueira de
pressão gás combustível
Válvula do gás (Rosca 3/8” à esquerda)
Bico de solda combustível
Extensão do maçarico
Corpo do maçarico
Fig. 13
Agora que você já identificou, na figura apresentada, a região do injetor, observe a próxima
figura. Nela, essa mesma região se encontra ampliada, permitindo uma melhor visualização
de suas partes.
Fig. 14
78 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Para soldar com o maçarico injetor de forma eficiente e segura, você deve adotar
os seguintes cuidados:
• Usar bicos adequados, conforme a tabela apresentada no próximo item
(especificações).
• Observar as regras de serviços (tabelas etc.).
• Estar atento para que as porcas e conexões estejam sempre apertadas.
• Fazer teste de sucção no equipamento.
Especificações
Analise, nos quadros a seguir, os dados relativos à identificação do maçarico e ao tamanho
do bico.
Identificação
Símbolo do fabricante X
Agora, conheça o que determina a norma DIN 8543 para maçaricos de soldar, no que diz
respeito à relação entre o tamanho do bico e a espessura de aplicação, na tabela a seguir.
SENAI-RJ 79
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Funcionamento
No tipo de maçarico que estamos analisando, o gás combustível é sugado na parte de trás
do equipamento por um injetor. Caso sinta necessidade, retome as Figuras 13 e 14, já apresen-
tadas. Nelas você pode observar que o injetor se constitui de:
• Uma câmara de pressão, ou seja, um canal estreito, cilíndrico-cônico, pelo qual passa o
oxigênio, normalmente a uma pressão de trabalho de 2,5bar.
• Uma câmara de sucção – que envolve a câmara de pressão – na qual se aloja o gás com-
bustível, a uma pressão de trabalho mais baixa, isto é, de aproximadamente 0,5bar.
A passagem do oxigênio pelo estreito orifício da câmara de pressão produz a energia ne-
cessária para se formar um jato de oxigênio que, devido à baixa pressão do gás combustível,
provoca a sucção.
Na escolha dos furos e da pressão de trabalho, deve-se considerar que eles sejam calcu-
lados de maneira que, em cada unidade de tempo, haja uma quantidade igual ou aproximada
de gás no tubo misturador. Essa mistura deve ser na proporção de 1:1.
Pelo fato de a câmara de sucção envolver a câmara de pressão (cilíndrica e cônica, como
já vimos), ambos os gases encontram-se afunilados, seguindo a uma velocidade de 8 a 15m/s,
e intimamente misturados até no furo do maçarico, onde se encontram ajustados os furos do
injetor.
No que diz respeito à chama, vejamos o que ocorre:
80 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Válvula corta-fluxo
Local de montagem
• No regulador de pressão.
• No ponto de saída do gás da tubulação, ou em outro ponto qualquer, também para saída
do gás.
Fig. 15
SENAI-RJ 81
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
A fixação adequada dos cilindros de gás e das mangueiras, com correntes, braçadeiras
ou outros instrumentos, torna-se indispensável em trabalhos de soldagem e corte, conforme
demonstra a figura seguinte.
Fig. 16
Válvula corta-fluxo
Fig. 17
82 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Fig. 18
SENAI-RJ 83
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
84 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
Conservação e manutenção
de equipamentos para
soldagem a gás
Assim como existem regras para o uso dos equipamentos, também há regras para mantê-los
em perfeito estado de uso ou funcionamento. E você, soldador, deve obedecê-las para garantir
a eficiência no trabalho e também sua segurança.
Agora, conheça estes cuidados.
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
SENAI-RJ 85
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
2. Que tipo de rosca tem uma porca para conexão de mangueiras para gases combustíveis?
( ) Rosca interna à direita
( ) Rosca interna à esquerda
( ) Rosca externa à direita
( ) Rosca externa à esquerda
4. Para uma extensão de maçarico 2-4, qual das afirmativas abaixo é a correta?
( ) A pressão do acetileno pode variar de 2 a 4bar
( ) A pressão do oxigênio pode variar de 2 a 4bar
( ) O bico do maçarico tem um furo de 2 a 4mm
( ) A soldagem de aços de 2 a 4mm de espessura pode ser executada
86 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Equipamentos para soldagem
8. Que tipo de rosca tem uma conexão para ligação de cilindro de oxigênio?
( ) Conexão com rosca à esquerda
( ) Conexão com rosca à direita
( ) Conexão tipo estribo
( ) Conexão tipo flexível
SENAI-RJ 87
Metais de base e consumíveis
Nesta seção...
Introdução
Praticando
4
90 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
Introdução
O carbono é um dos elementos de liga mais significativos. Ele é capaz de propiciar vários
efeitos no processo de soldagem, tais como dureza, sensibilidade às trincas sob cordão e outros
igualmente importantes. Por essa razão, todo profissional precisa saber muito a respeito do
metal de base a ser soldado, a fim de realizar a escolha correta do metal de adição.
São esses os principais assuntos que vamos estudar nesta seção. Portanto, siga em frente.
Considerações sobre a
soldabilidade dos aços-carbono
Os aços-carbono comuns e de baixa liga apresentam boa soldabilidade para teores de
carbono até 0,22%.
É importante destacar que o valor de dureza de um arco vai depender de dois aspectos
fundamentais:
• Do teor de carbono.
• Das velocidades de aquecimento e
resfriamento durante a soldagem.
Dureza NRC
Teor de carbono em %
Gráfico 1
SENAI-RJ 91
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
Carbono equivalente
Embora o carbono, no aço, seja o elemento de liga mais significativo em relação à sol-
dabilidade, os efeitos de outros elementos de liga podem ser estimados por meio do valor de
carbono equivalente (CE), onde o efeito da quantidade total de elementos de liga pode ser
expresso através da seguinte formulação:
CE = %C + %Mn + %Si
4
Agora, observe o gráfico a seguir para conhecer as relações entre CE e dureza, sensibilidade
às trincas sob cordão ou soldabilidade baseada na capacidade de dobramento do material.
Gráfico 2
92 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
Quanto à classificação
As varetas são classificadas da seguinte forma:
R45 b) b) b) b) b) b) b)
0,08 0,50 0,10 0,035 0,040 0,30 0,02
R65 b) b) b)
0,035 0,035 0,02
SENAI-RJ 93
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
Alongamento em
Classificação Resistência a tração (mínima)
1” (25mm)
AWS Ksi Mpa Percentual mínimo
R45
R60 60 415 20
R65 65 462 16
R100 100 690 14
94 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
SENAI-RJ 95
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
96 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
4. O que a norma AWS A5.2-88 considera para efeito de classificação de uma vareta para
soldagem a gás?
( ) A composição química da vareta
( ) O dobramento do metal de solda depositado
( ) A resistência a tração do metal de solda depositado
( ) A resistência ao impacto do metal de solda depositado
( ) A primeira e a terceira alternativas estão corretas
SENAI-RJ 97
Processo de Soldagem Oxicombustível – Metais de base e consumíveis
98 SENAI-RJ
Gases para soldagem
Nesta seção...
Introdução
Classificação
Fabricação
Cilindros
Abastecimento de gases
Praticando
5
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Introdução
Nesta seção, vamos analisar a importância dos gases utilizados no processo oxigás: os
combustíveis, como o acetileno, o propano, o GLP e o gás comburente, isto é, o oxigênio.
Assim, você terá a oportunidade de saber como eles são classificados, as principais carac-
terísticas dos gases combustíveis em combinação com o oxigênio, bem como os princípios
de fabricação e as formas de armazená-los.
Classificação
Observe no esquema a seguir como esses gases são descritos.
Acetileno (C2H2)
Gases combustíveis Propano (C3H8)
SENAI-RJ 101
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Gases combustíveis
São aqueles que, em combinação com o oxigênio (O2), queimam, produzindo o calor
necessário para soldagem, brasagem, oxicorte, aquecimento e desempeno.
Conheça, a seguir, as principais propriedades de cada um deles.
Acetileno
• É incolor e não tóxico.
• Apresenta cheiro característico e boa solubilidade em meios líquidos.
• É mais leve que o ar e tem tendência à decomposição própria com aumento de tempe-
ratura (acima de 1,5bar e 305ºC).
• Produz temperatura de chama de até 3.200ºC.
Propano
• É incolor, não tóxico e de fácil liquefação.
• É mais pesado do que o ar.
Gás natural
• É composto principalmente de metano.
• Sua composição e combustão variam conforme o local em que é obtido.
• Produz temperatura de chama de até 2.700ºC.
Gás comburente
O oxigênio é encontrado em seu estado normal em forma de gás, com as seguintes ca-
racterísticas:
Perigos
Na presença do ar, aumentam a temperatura de combustão e a velocidade de queima de
materiais essencialmente combustíveis. Por causa disso, você deve adotar os seguintes cuidados:
102 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Óleo ou Graxa
Oxigênio
Pressão
Fig. 1
Fig. 2
SENAI-RJ 103
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Combinação de gases
combustíveis e oxigênio
Os efeitos dessa combinação e seus limites de inflamabilidade você vai conhecer logo a seguir.
Características
Os fatores decisivos na escolha de um gás combustível para soldagem são a potência e a tem-
peratura da chama que esse gás oferece. Com o uso do acetileno, por exemplo, é possível obter
potência e temperatura altas da chama, conforme pode ser verificado nos gráficos que seguem.
Alta potência da
chama em kW/cm2
3.200
2.850
2.770
Fig. 4
104 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Alta velocidade de
queima em cm/s
Fig. 5
Baixo ponto de
ignição ºC
Fig. 6
SENAI-RJ 105
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Limite
máximo
Região inflamável
Limite mínimo
Fig. 7
Fabricação
Neste item, vamos analisar o processo de produção do acetileno e do oxigênio.
106 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Acetileno
Observe, atentamente, a figura a seguir.
Legenda Fig. 8
Acetileno Lama de calcário
Carboreto de cálcio
SENAI-RJ 107
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Oxigênio
O ar contém cerca de 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de gases raros. Para a fa-
bricação do oxigênio, o ar liquefeito é decomposto em seus componentes e, conforme o tipo
de construção da fábrica de separação do ar, pode-se obter oxigênio liquefeito ou, também,
em forma de gás.
Fig. 9
108 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Cilindros
Com o auxílio de figuras, serão apresentadas a seguir as principais características dos
cilindros de acetileno, oxigênio e propano.
Acetileno
Cor de identificação: bordô
Tampa de proteção
Válvula
Bocal de saída
Massa porosa
Acetileno
Acetona
Fig. 10
SENAI-RJ 109
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Fig. 11
Armazenagem
Fig. 12
110 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
• Função da acetona
Fig. 13
Quantidade de acetileno armazenado (em Kg) 1,5 3,0 6,3 2,0 4,0 8,0 10,0
Vazão (litros/h) máxima por curtos períodos 500 1.000 1.000 500 1.000 1.000 1.200
SENAI-RJ 111
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Bocal de saída
Vazão máxima: 6.000 l/h
Fig. 14
O cilindro de aço para oxigênio em forma de gás apresenta-se de acordo com os tipos
descritos a seguir.
112 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Conexão do regulador:
porca sobreposta 3/4 direita
Fig. 15
Tampa de proteção
Válvula
Bocal de saída
Fundo do cilindro
Fig. 16
SENAI-RJ 113
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Conexões
• Do regulador ao cilindro: porca com
rosca à esquerda.
• Da mangueira ao regulador: porca
com rosca à esquerda.
Fig. 17
Abastecimento de gases
Analise a figura a seguir para conhecer os sistemas de abastecimento de gases para sol-
dagem e corte.
Fig. 18
114 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
3. Qual dos gases combustíveis, em combinação com o oxigênio, oferece maior velocidade
de combustão?
( ) Acetileno
( ) Gás natural
( ) Propano
( ) Nitrogênio
4. Qual a temperatura de ignição mais baixa de uma chama resultante da mistura aceti-
leno-oxigênio?
( ) 100ºC
( ) 300ºC
( ) 500ºC
( ) 800ºC
SENAI-RJ 115
Processo de Soldagem Oxicombustível – Gases para soldagem
116 SENAI-RJ
Técnicas de aplicação de
chama oxicombustível
Nesta seção...
Chama oxiacetilênica
Praticando
6
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Chama oxiacetilênica
A figura a seguir descreve, com detalhes, esse tipo de chama. Confira, dando especial
atenção à zona de trabalho e à chama complementar.
Temperatura
3.200°C
1.200°C
2 até 5mm
Fig. 1
SENAI-RJ 119
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Estágios da combustão
A combustão ocorre em dois estágios. Para facilitar sua compreensão acerca desse processo,
observe, principalmente, a figura da chama.
Depois, analise a figura seguinte, pois ela demonstra o que ocorre em cada um dos estágios.
Fig. 2
Fig. 3
120 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Uma parte de acetileno precisa de 2,5 partes de oxigênio para efetuar uma
combustão completa.
Oxidante
Neutra
Carburante/redutora
Fig. 4
SENAI-RJ 121
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
A chama neutra também sofre influência de diferentes velocidades da vazão dos gases e
da introdução de calor, conforme demonstram as três situações a seguir apresentadas.
• Pequena – Produz chama neutra fraca. Nesse caso, a velocidade de vazão dos gases é
controlada através das válvulas do punho do maçarico.
Fig. 5
Fig. 6
• Grande – Produz chama neutra forte. É obtida quando, para uma dada extensão do ma-
çarico, a velocidade de vazão dos gases é a mais alta possível, desde que não aconteça
o corte da chama.
Fig. 7
122 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
• Problema 1
Para soldar cada milímetro de espessura de uma chapa de aço, são consumidos, dos ci-
lindros, 100 litros de acetileno e 100 litros de oxigênio p/h.
Qual será o consumo de acetileno e oxigênio, quando se utiliza uma extensão com um
bico no 4, para soldar chapas de 4 até 6mm de espessura, nas situações abaixo?
a) Soldagem de uma chapa de 4mm
b) Soldagem de uma chapa de 5mm
c) Soldagem de uma chapa de 6mm
Solução
a) 400 l/h de acetileno e 400 l/h de oxigênio.
b) 500 l/h de acetileno e 500 l/h de oxigênio.
c) 600 l/h de acetileno e 600 l/h de oxigênio.
• Problema 2
Um litro de acetileno precisa de 1 litro de oxigênio do cilindro e mais 1,5 litro de oxigênio
do ar para que a combustão seja completa.
Quantos litros de oxigênio são retirados do ar, nas situações abaixo?
a) Soldagem de uma chapa de 4mm
b) Soldagem de uma chapa de 5mm
c) Soldagem de uma chapa de 6mm
Solução
a) 600 l/h de oxigênio do ar.
b) 750 l/h de oxigênio do ar.
c) 900 l/h de oxigênio do ar.
SENAI-RJ 123
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Ângulo de inclinação do
maçarico e do metal de adição
Neste item, vamos analisar o ângulo de inclinação sob dois enfoques, isto é, da soldagem
à esquerda e à direita.
Soldagem à esquerda
A figura a seguir apresenta o ângulo indicado para aços de até 3mm de espessura. Confira!
124 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Fig. 8
O ângulo de inclinação do
maçarico e da vareta depende da
posição e da técnica de trabalho
aplicadas, conforme demonstra a
figura ao lado.
Campo visual
Posicionamento do soldador
Poça de fusão
Fig. 9
Vantagens Desvantagens
Cordão de solda liso ou com pouca rugosidade. Grande perda de calor.
Pouca introdução de calor. Propicia o avanço da poça de fusão sobre
o metal não-fundido.
Recomendável para soldagem em espessura Difícil para controlar a penetração da raiz.
até 3mm.
SENAI-RJ 125
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Soldagem à direita
Observe na figura a seguir o ângulo indicado no caso de peças de aço com espessura
acima de 3mm.
Fig. 10
Campo visual
Posicionamento do soldador
Poça de fusão
Junta de topo com Junta de topo em “V”
chanfro reto
Fig. 11
126 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Os pontos positivos e negativos da soldagem à direita você vai conhecer no quadro a seguir.
Vantagens Desvantagens
• Introdução de calor concentrada. • Cordão de solda rugoso.
• Excelente para penetração da raiz. • Difícil aplicação em peça com espessura
menor que 3mm.
• Velocidade de resfriamento pequena.
• Melhor proteção da poça de fusão.
Fig. 12
SENAI-RJ 127
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Campo de aplicação
Esse tipo de revestimento pode ser aplicado em rebarbadeira, ferramenta de corte, ferramenta
de percussão, cabeça de broca, bigorna fundida, punção, superfície deslizante, eixo, válvulas etc.
Procedimentos
Para executar a tampa, você deve adotar as recomendações seguintes:
Falso Correto
Fig. 13
Fig. 14
128 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Procedimentos
Faça o revestimento de acordo com os seguintes passos:
Fig. 15
Fig. 16
SENAI-RJ 129
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Revestimento através da
metalização por chama e
pó metálico
Geralmente, é aplicado com camadas superficiais de 0,1mm até 2mm de espessura e
se mostra muito eficiente, por exemplo, em parafusos, eixos, trilhas etc., conforme pode-se
visualizar na figura a seguir.
Fig. 17
Procedimentos
Para efetuar esse revestimento, devem-se adotar os seguintes passos:
130 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Procedimentos
Siga as recomendações a seguir para efetuar o revestimento.
• Aqueça por igual os dois lados das chapas e, depois, faça a correção de acordo com a
figura a seguir.
Fig. 18
Fig. 19
Junta de ângulo
Fig. 20
SENAI-RJ 131
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
132 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Técnicas de aplicação de chama oxicombustível
6. Qual o total de litros de oxigênio, por hora, em uma chama neutra, para soldar uma
chapa de aço de 4mm de espessura?
( ) 800 l/h
( ) 1.000 l/h
( ) 1.200 l/h
( ) 2.500 l/h
SENAI-RJ 133
Brasagem
Nesta seção...
Introdução
Quantidade de calor
Metais de adição
Praticando
7
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Introdução
A brasagem é um processo que oferece a possibilidade de unir metais similares ou dissi-
milares, sem que haja fusão. Os processos metalúrgicos, associados à fusão, são, consequen-
temente, evitados pela brasagem, que também proporciona a distorção mínima dos metais de
pequenas espessuras.
Para que você possa dominar este processo, vamos apresentar, nesta seção, os vários tipos de
brasagem, os metais de base, os consumíveis utilizados e os cuidados na preparação das peças.
Fig. 1
SENAI-RJ 137
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Estado líquido
No estado líquido, átomos e moléculas encontram-se ainda bem próximos; contudo, a força
de atração é bem menor que a do estado sólido. Isto significa que o movimento e a vibração
das moléculas e átomos são maiores no estado líquido que no sólido.
Um material no estado líquido não possui forma própria – ele toma a forma de seu re-
cipiente. Em consequência da força da gravidade e de sua “fluidez”, um material em estado
líquido permanece com a superfície horizontal.
Fig. 2
Umectação
Na área de contato do líquido com a parede sólida do recipiente, a superfície não é mais
horizontal. Determinados líquidos fluem e, num copo, tendem a subir na parede, umectando
o copo. Neste caso, a superfície do líquido é côncava. Em contrapartida, a superfície também
pode ser convexa – assim, a “fluidez” é repelida, e, desta forma, não umecta o corpo sólido.
Água Mercúrio
Fig. 3
138 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Fig. 4
Capilaridade
Capilaridade é um conjunto de fenômenos físicos que promovem pressão nos líquidos,
fazendo com que penetrem entre as duas superfícies.
Vejamos o seguinte exemplo: tomando-se um tubo e colocando-o dentro do elemento
líquido (água), notamos que, devido ao efeito capilar, o nível da água dentro do tubo está acima
do nível do recipiente, conforme as figuras a seguir.
Detalhe A
A distância “h”
será tanto maior
quanto menor for
o diâmetro “d” do
tubo.
Fig. 5
Fig. 6
SENAI-RJ 139
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Agora, analise a figura a seguir, que mostra a força capilar (FC) medida em milibar (mb)
em relação à fenda de folga entre os materiais.
Fig. 7
Difusão
O aumento da temperatura no metal de base intensifica a movimentação atômica, que,
em contato com o metal de adição no estado líquido, promove a interação entre eles, formando
a brasagem por difusão.
Legenda Fig. 8
DG = Zona de difusão no material de base
DL = Zona de difusão na liga
VL = Velocidade de dispersão da liga
140 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
“Detalhe DG”
Moléculas aquecidas
Fig. 9
x = 3...6 x d x = 3...6 x d
Fig. 10
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Junta de topo
Fig. 11 Fig. 12
Junta sobreposta
Fig. 13
142 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Fig. 14
A escolha da abertura para fundente e o uso ou não de fluxo são fatores determinados em
função do método de brasagem empregado. Também não se deve esquecer das condições de
usinagem existentes, computando as tolerâncias, a fim de garantir uma faixa de trabalho, e
não um valor nominal.
SENAI-RJ 143
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Processos de brasagem e
fontes de aquecimento
A escolha do método a ser usado é determinada pelo tipo de equipamento disponível, habilida-
de do operador, custo relativo do trabalho, do material e natureza das partes a serem brasadas.
Os principais métodos utilizados são os de aquecimento com maçarico, em forno, por indu-
ção e por resistência. Neste item, vamos destacar, principalmente, a brasagem por maçarico.
• Alguns metais de adição e metais de base só podem ser brasados por um de-
terminado método de aquecimento.
• Os metais reativos são usualmente brasados por outros métodos, pois requerem
atmosferas especiais ou controle acurado do ciclo térmico.
Funcionamento
Neste método, o calor é fornecido pela combustão de um gás combustível adequado, como
o acetileno ou butano, na presença do oxigênio ou ar. A chama usada deve ser neutra ou leve-
mente redutora, pois a chama oxidante age exatamente na oxidação da junta. O metal de adição
e o fluxo podem ser colocados antes do aquecimento ou alimentados durante o mesmo.
O calor deve ser aplicado à junta, inicialmente, para fundir o fluxo e, posteriormente, de
forma contínua, para que o metal de adição funda e preencha toda a junta.
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Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Fig. 15
Vantagens
A brasagem com maçarico é o método mais comum de aquecimento usado. Conheça
suas vantagens:
Agora, analise o quadro a seguir para obter mais informações acerca da brasagem por
maçarico e também sobre os demais métodos, já citados, isto é, por resistência, por indução
e em forno.
SENAI-RJ 145
PROCESSOS BÁSICOS DE BRASAGEM
Método e descrição Vantagens Limitações Metais de adição Metais de base Aplicações
Brasagem por maçarico com • Método flexível, aplicado • Oxidação da peça. • Latão naval. • Aço. • Em juntas onde o autoajuste
chama oxiacetilênica ou GLP em um grande número de • Requer habilidade do • Latões para brasagem. • Cobre. é impossível.
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e oxigênio, ou GLP e ar juntas. operador. • Bronze e manganês. • Ligas de cobre. • Em juntas que requerem
• Equipamento de baixo • Relativamente lento. • Bronze e fósforo. • Aço inoxidável. grande fixação.
custo. • Materiais de base limitados. • Ligas de prata com ou • Níquel. • Em pequenos ciclos de
• Aquecimento localizado. • Juntas múltiplas inacessí- sem fósforo. • Ligas de níquel. produção.
veis não podem ser • Cobre-silício.
brasadas. • Níquel-prata.
• Aquecimento localizado
pode causar distorções.
Brasagem por resistência: • Rápido treinamento dos • É necessário manuseio • Cobre-fósforo. • Aço. • Onde é necessária a
o calor é fornecido à peça operadores. individual. • Ligas de prata (com ou • Ligas de cobre. combinação de calor e
pelo contato de calor • Equipamento simples e de • Pode ocorrer distorção.
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Brasagem por indução: • Aquecimento rápido • Possibilidade de distorção • Ligas de níquel-prata. • Aço. • Em situações onde a união
correntes de alta frequência localizado. devido ao aquecimento • Ligas de prata. • Cobre. não é tão profunda, nem
induzem corrente • Adaptável em produção em localizado. • Ligas de cobre-fósforo. • Aços inoxidáveis. os componentes são muito
polarizada nas peças e massa. • A brasagem de cobre não é • Níquel e suas ligas. pesados.
geram calor usualmente praticada. • Na produção em massa
com brasagem com prata.
• Condições atmosféricas.
• Método de armazenamento.
• Material de base.
• Tipo de tratamento feito na superfície.
Por isso, é recomendável que a brasagem seja feita no mais curto espaço de tempo possível.
Procedimentos
Limpeza
É geralmente iniciada com a peça sendo desengraxada, através dos seguintes métodos:
SENAI-RJ 147
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Método químico
A seleção do agente químico para realizar a decapagem depende principalmente do
material-base utilizado, das condições superficiais e da geometria da junta. De maneira geral,
após a decapagem, devem-se remover totalmente seus resíduos para evitar-se a formação de
filmes indesejáveis, ou então um posterior ataque na superfície do metal.
Método mecânico
A remoção mecânica dos óxidos e crostas é feita por esmerilhamento, lixamento, limagem,
usinagem ou através de escovação. Ela promove um certo grau de aspereza na superfície do me-
tal, que facilita a aderência do metal de adição fundido e, consequentemente, a brasagem.
Quantidade de calor
Os metais puros têm como característica fundirem-se a uma temperatura fixa, ou seja,
seu ponto de fusão. As ligas metálicas, à exceção de ligas especiais denominadas eutéticas,
fundem-se em um intervalo de temperatura que varia conforme a composição da liga. Assim
sendo, mantendo-se uma liga metálica a uma temperatura intermediária entre os extremos
deste intervalo, a liga permanecerá apenas parcialmente fundida.
Portanto, o calor tem de ser suficiente para fundir o metal de adição, porém não pode
fundir o metal de base. Recomenda-se uma diferença de 100ºC, no mínimo, entre os respec-
tivos pontos de fusão.
Agora, observe nas figuras seguintes o ângulo de contato entre o líquido e a superfície
sólida.
148 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Fig. 16 Fig. 17
Atmosfera protetora
Ela é neutra, não oxidante, podendo conter um elemento redutor, como, por exemplo, H2, CO.
Vemos, assim, que brasagem é um processo de união intermetálica, obtido através da
umectação e posterior difusão molecular do metal de adição no material-base. Dessa união,
formam-se camadas intermetálicas, características para cada par de metais, ou ligas envol-
vidas, onde o grau de umectação, intersolubilidade e difusão molecular entre os metais varia
individualmente. Podemos citar, como exemplo, o caso do chumbo líquido, que não umecta
o ferro sólido, mas se difunde no mesmo, tornando possível efetuar juntas brasadas com téc-
nicas especiais.
Fluxos
São materiais não metálicos, tais como silicatos, carbonatos, boratos, cloretos, fluoretos,
fósforo, ou lítio, que têm as seguintes funções:
SENAI-RJ 149
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
• Temperatura de trabalho compatível com a do metal de adição a ser utilizado, que deve
estar totalmente líquido, no mínimo a 50ºC, antes da temperatura de trabalho.
• Tempo limitado e previamente conhecido, na respectiva temperatura de trabalho.
Formas de aplicação
• Fluxo em fio Usado por mergulho da vareta aquecida, ou por varetas revestidas.
• Após a brasagem, você deve remover os resíduos de fluxo, para evitar que,
em contato com o oxigênio, haja reação.
• Lembre-se: não existe fluxo que seja universal.
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FLUXO PARA BRASAGEM
SENAI-RJ 151
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Metais de adição
Os metais de adição usados na brasagem são muitos e se apresentam em diversos formatos,
tais como arames, anéis, peças dobradas, recortes de arame, varetas, fitas, peças estampadas,
plaquetas, discos, arruelas etc., conforme pode-se verificar nas figuras a seguir.
Fig. 18 Fig. 19
Propriedades
Para um uso satisfatório na brasagem, o metal de adição deve apresentar as seguintes
particularidades:
• Compatibilidade para formar juntas brasadas, que possuam propriedades físicas e me-
cânicas compatíveis com suas aplicações.
• Ponto de fusão ou faixa de fusão de acordo com o metal de base e fluidez suficiente para,
à temperatura de brasagem, ser capaz de escoar e preencher toda a junta, por efeito de
capilaridade.
• Composição química suficientemente homogênea e estável, para minimizar a separação
de constituintes (liquação) durante a brasagem.
• Capacidade de molhar as superfícies dos metais de base e formar uma ligação de boa
qualidade.
• Dependendo dos requisitos do processo, ser capaz de produzir ou evitar interações metal
de base/metal de adição.
152 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Tipos
Os principais metais de adição utilizados na brasagem são ligas à base de cobre, prata,
alumínio-silício, chumbo-estanho e outras, conforme veremos a seguir.
Cobre-zinco
• Na maioria dos metais de base, tais como aço inoxidável, níquel e suas ligas, cobre e suas
ligas e aço. Nesta brasagem, o fluxo mineral é geralmente requerido.
• Nos processos de aquecimento com maçarico, em fornos e também por indução.
Cobre-fósforo
SENAI-RJ 153
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
• Zinco É o elemento mais usado para abaixar o ponto de fusão das ligas de
prata.
154 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Outras ligas
Existem ainda muitos outros metais de adição que são utilizados na brasagem. Entre eles,
destacam-se as ligas à base de níquel, ouro, cobalto e magnésio.
As ligas de ouro, por exemplo, são usadas para juntar partes em conjuntos eletrônicos,
onde não se desejam componentes voláteis, e na brasagem do ferro, níquel e materiais à base
de cobalto, quando se deseja resistência à oxidação ou à corrosão. Devido à sua baixa interação
com o metal de base, são utilizadas na brasagem de seções espessas, usualmente com aqueci-
mento por indução, em forno ou por resistência.
SENAI-RJ 155
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Aplicações universais
Os metais de adição para brasagem forte em aplicações universais foram desenvolvidos
para atender a todos os casos, desde brasagem de pequenas peças da indústria de bijuterias,
até a brasagem de barramentos terminais de usinas hidroelétricas. Por isso, podem ser utili-
zados em todos os tipos de solicitação de resistência e de temperatura de trabalho da junta a
ser formada. Seus teores de prata variam de 12% a 60%.
Resistência
Temperatura Peso à tração Aplicações
Normas Composição
Outros de fusão específico Kg/m/m2
AWS/ASTM g/cm3
ºC SAE
Principais Metais e ligas
Ag Cu Zn Cd 1010 1030
B. Ag. 1 45 15 16 24 620 9,4 35 43 Brasagem de Aços diversos,
peças sujeitas a cobre, níquel e
B. Ag. 2 35 26 21 18 640 9,1 40 48 temperaturas de suas ligas
até 200ºC
B. Ag. 2A 30 28 21 21 680 9,2 38 47
B. Ag. 18 60 26 14 710 9,5 Joias, talheres, Prata e ligas de
baixelas e peças prata
de adorno
156 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
As ligas fosforosas não são indicadas para alguns casos de brasagem, como por
exemplo a dos aços e do níquel, pois podem formar camadas próprias interme-
diárias, não proporcionando a resistência mecânica necessária.
Resistência
Temperatura Peso à tração Aplicações
Normas Composição
Outros de fusão específico Kg/m/m2
AWS/ASTM g/cm3
ºC SAE
Principais Metais e ligas
Ag Cu Zn Cd 1010 1030
B. Ag. 7 56 22 17 5 Sn 650 9,5 35 43 Brasagem de aço Aços diversos,
18/8 (inox) com cobre, níquel e
B. Ag. 5 44 30 26 730 9,1 40 48 mesma cor. suas ligas
Brasagem de
peças sujeitas a
temperaturas de
até 300oC.
SENAI-RJ 157
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
Ligas especiais
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a
seguir.
( ) Força da gravidade
( ) Umectação e capilaridade
158 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
( ) Dissipar calor
( ) Efeito de capilaridade
5. Qual a folga de uma fenda correta de uma junta para a brasagem com maçarico?
( ) 0,01a 0,05mm
( ) 0,05 a 0,2mm
( ) 0,1 a 0,2mm
( ) 0,2 a 0,01mm
( ) Menor custo
( ) Maior custo
( ) Maior produtividade
( ) No material de base
( ) No material de adição
SENAI-RJ 159
Processo de Soldagem Oxicombustível – Brasagem
160 SENAI-RJ
Processo de Soldagem–Oxiacetilênico - Brasagem
Oxicorte
Nesta seção...
Etapas do processo
Equipamentos
Qualidade do corte
Goivagem a gás
Praticando
8
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Etapas do processo
Dividem-se os processos de corte térmico em oxicorte e por fusão. Ambos são utilizados
na preparação de juntas para solda em chapas, perfis e tubos, assim como para o corte de
componentes de chapas e tubos.
A seguir, vamos analisar o processo de oxicorte. Veja como ele ocorre.
O aço queima quando aquecido à temperatura de ignição em torno de 1.100ºC, e quando
em contato com oxigênio puro. Há, então, formação de calor e escória. Ao contrário, na presença
do ar, o aço funde à temperatura de 1.500oC.
Agora, com o auxílio das figuras, visualize essas etapas.
• A chama aquece o
material até a temperatura
de ignição, e o oxigênio
realiza a queima.
Fig. 1
• Em razão do deslo-
camento do maçarico,
forma-se o corte do
material.
Fig. 2
SENAI-RJ 163
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Fig. 3
Os materiais não apropriados para oxicorte podem ser cortados por fusão do
material de oxicorte, porém as superfícies apresentam-se de forma grosseira.
164 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Possíveis defeitos e
principais causas
No processo de oxicorte, vários fatores costumam provocar defeitos na superfície de corte.
Confira esses fatores na figura a seguir e procure evitá-los.
X X
X X
Fig. 4
SENAI-RJ 165
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Equipamentos
No processo de oxicorte, são utilizados maçaricos e bicos apropriados, conforme veremos a seguir.
Tubo de oxigênio
Cabeça cortada
Tubo misturador Injetor Válvula de gás combustível
Mistura de gases para o
preaquecimento Válvula de oxigênio
Oxigênio de corte
Válvula de
oxigênio para o
preaquecimento
Bico de corte
Tubo misturador
Oxigênio de corte Injetor
Válvula de gás
de queima
Fig. 5
166 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Maçarico semiautomático
Trata-se de um equipamento mecanizado, com diferentes tipos de bico, para uso no corte
do aço. Também é conhecido como “tipo tartaruga”. Seus componentes estão destacados na
figura a seguir. Confira!
Fig.6
Bicos
Os bicos para oxicorte obedecem a determinados princípios, apresentando-se em dois
tipos. Além disso, sua escolha deve ser adequada ao material, conforme veremos a seguir.
Princípios Legenda
Gás para aquecimento:
Para conhecê-los, analise a figura ao 1 Combustível
2 Comburente
lado e a respectativa legenda.
Gás para corte:
3 Oxigênio para corte
Fig. 7
SENAI-RJ 167
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Tipos
Bico monobloco
Suas principais características:
Fig. 9
Escolha do bico
Há um critério básico para seleção, ou seja, o bico para oxicorte deve estar de acordo com
o maçarico de corte e também com a espessura do material a ser cortado.
Qualidade do corte
A qualidade de uma superfície de corte depende dos seguintes fatores:
168 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Agora, analise a figura seguinte e sua respectiva legenda, para conhecer os itens que devem
ser avaliados na superfície de corte.
Legenda
1 Falta de planeza na superfície
2 Profundidade de formação denticular
2 3 Fusão das arestas do material
4 Formação denticular inclinada
3
4
Fig. 10
Goivagem a gás
É utilizada para retirar defeitos no cordão de solda, remoção da raiz para soldagem pelo
lado oposto (contrassolda) e para a preparação de chanfros em “U”.
Os fenômenos que ocorrem na goivagem a gás são semelhantes aos do oxicorte. Comparado
ao bico utilizado no oxicorte, o bocal para goivagem a gás apresenta furos de maior diâmetro,
para a passagem de oxigênio. O jato de oxigênio torna-se, por isso, mais suave e pode ser mais
facilmente desviado para a direção de goivagem.
Vejamos como ocorre esse processo:
Fig. 11
SENAI-RJ 169
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
Fig. 12
Fig. 13
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
170 SENAI-RJ
Processo de Soldagem Oxicombustível – Oxicorte
2. Qual dos materiais apresentados abaixo pode ser cortado por oxicorte?
( ) Alumínio puro
( ) Aço inoxidável
( ) Cobre
4. A chama de preaquecimento deve aquecer a peça, no local do corte, em até que tem-
peratura?
( ) Ferro fundido
( ) Ligas de alumínio
( ) Aço inoxidável
SENAI-RJ 171
Processo de Soldagem Oxicombustível – Referências
Referências
1. WAINER, Emilio et. al. Soldagem; Processos e Metalurgia. São Paulo: Edgard Blucher Ltda.,
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3. ALCANTARA, Nelson Guedes de. Tecnologia da soldagem. São Carlos: UFSCAR, 1988.
192 p.: il. Inclui bibliografia.
4. MACHADO, Ivan Guerra. Soldagem & Técnicas Conexas: Processos. Porto Alegre: Ivan Guerra
Machado, 1996. 477 p. : il., tab. Inclui índice e anexos.
6. CENNI, Mario Agostino. Soldagem com Eletrodos Revestidos. São Paulo: ABS, [S. d.]. 92 p. :
il., tab., graf. Programa de cursos modulares em tecnologia da soldagem.
7. AGA. Gases e equipamentos para solda e corte oxiacetilênicos. Rio de Janeiro: AGA, [S. d.].
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8. BARROS, Paulo Mesquita de. Metalurgia da Soldagem. São Paulo: Associação Brasileira de
Soldagem, [S. d.]. 177 p. : il., tab., graf.
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11. MAGRINI, Rui de Oliveira. Segurança no trabalho na soldagem oxiacetilênica. 2. ed., São
Paulo: FUNDACENTRO, 1999. 70 p. : il., tab., graf. Inclui bibliografia.
13. SENAI-RJ. Processos de Soldagem; Segurança e Higiene no Trabalho. Rio Janeiro: SENAI,
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172 SENAI-RJ