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Série Metalmecânica - Metalurgia

INTRODUÇÃO A
PROCESSOS DE
CALDEIRARIA
Série Metalmecânica - Metalurgia

INTRODUÇÃO A
PROCESSOS DE
CALDEIRARIA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série Metalmecânica - Metalurgia

INTRODUÇÃO A
PROCESSOS DE
CALDEIRARIA
© 2018. SENAI – Departamento Nacional

© 2018. SENAI – Departamento Regional da Bahia

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mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autoriza-
ção, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do


SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Introdução a processos de caldeiraria / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da
Bahia. - Brasília: SENAI/DN, 2018.
136 p.: il. - (Série Mecânica).

ISBN 978-852018032-7

1. Caldeiraria - Documentação Técnica - Materiais 2. Desenho Técnico


3. Máquinas - Elementos. 4. Meio Ambiente. I. Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. II. Departamento Nacional. III. Departamento
Regional da Bahia. IV. Título. V. Série.

CDU: 621

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Documentação técnica...............................................................................................................................17
Figura 2 -  Características da documentação técnica............................................................................................18
Figura 3 -  Conferência peça versus desenho...........................................................................................................19
Figura 4 -  Exemplo de ordem de serviço . ...............................................................................................................20
Figura 5 -  Catálogo de tubos e conexão...................................................................................................................21
Figura 6 -  Manual de bomba para teste hidrostático...........................................................................................21
Figura 7 -  Projeto de torninho mecânico..................................................................................................................22
Figura 8 -  Pesquisa............................................................................................................................................................24
Figura 9 -  Engrenagem pinhão....................................................................................................................................29
Figura 10 -  Instrumentos de desenho técnico........................................................................................................31
Figura 11 -  Exemplo de caligrafia técnica.................................................................................................................32
Figura 12 -  Derivações das folhas dos formatos....................................................................................................34
Figura 13 -  Leiaute de formatos...................................................................................................................................34
Figura 14 -  Exemplo de dobramento de cópia para formatos A1 e A3.........................................................35
Figura 15 -  Exemplo e composição da legenda.....................................................................................................36
Figura 16 -  Projeção da vista no plano......................................................................................................................37
Figura 17 -  Projeção das vistas essenciais ...............................................................................................................37
Figura 18 -  Exemplos de simbologias........................................................................................................................38
Figura 19 -  Representação das cotas..........................................................................................................................39
Figura 20 -  Exemplos de alternâncias de ângulos.................................................................................................40
Figura 21 -  Peça no esquema de projeções e em perspectiva..........................................................................40
Figura 22 -  Conjunto de tubulação com flanges e reduções............................................................................45
Figura 23 -  Mineral para obtenção do ferro-gusa e material fundente.........................................................46
Figura 24 -  Tarugo de aço usinando...........................................................................................................................47
Figura 25 -  Armazenamento de tubos .....................................................................................................................49
Figura 26 -  Bloco de motor e virabrequim de ferro fundido.............................................................................50
Figura 27 -  Luva roscada fabricada de ferro fundido maleável........................................................................50
Figura 28 -  Engrenagens em bronze..........................................................................................................................51
Figura 29 -  Liga não ferrosa: latão...............................................................................................................................52
Figura 30 -  Estocagem de alumínio............................................................................................................................52
Figura 31 -  Chapa para piso...........................................................................................................................................53
Figura 32 -  Formatos de tubos.....................................................................................................................................54
Figura 33 -  Montagem de uma torre de aço...........................................................................................................56
Figura 34 -  Viga “H”............................................................................................................................................................57
Figura 35 -  Fabricação de perfil U através do processo de laminação...........................................................57
Figura 36 -  Caixa de ferramentas manuais...............................................................................................................60
Figura 37 -  Conjunto de ferramentas manuais.......................................................................................................61
Figura 38 -  Elementos de máquina.............................................................................................................................67
Figura 39 -  Tipos de arruelas.........................................................................................................................................72
Figura 40 -  Exemplo de aplicação de anel elástico...............................................................................................75
Figura 41 -  Exemplo de aplicação de chavetas......................................................................................................77
Figura 42 -  Engrenagens montadas com eixo e chaveta....................................................................................79
Figura 43 -  Tipos de engrenagens...............................................................................................................................80
Figura 44 -  Segurança no trabalho.............................................................................................................................89
Figura 45 -  Comissão interna de prevenção de acidentes.................................................................................91
Figura 46 -  Campanha de segurança ........................................................................................................................92
Figura 47 -  Local de trabalho organizado................................................................................................................93
Figura 48 -  Sinalização de segurança.........................................................................................................................93
Figura 49 -  Coleta seletiva..............................................................................................................................................96
Figura 50 -  Conscientização ambiental.....................................................................................................................97
Figura 51 -  Qualidade................................................................................................................................................... 101
Figura 52 -  Principais ferramentas da qualidade................................................................................................ 103
Figura 53 -  Como utilizar cada “S”............................................................................................................................. 105
Figura 54 -  Ciclo PDCA e suas atribuições............................................................................................................. 106
Figura 55 -  Modelo ilustrativo de um fluxograma.............................................................................................. 107
Figura 56 -  Exemplo de um histograma pré-elaborado................................................................................... 108
Figura 57 -  Realização de brainstorming . ............................................................................................................ 109
Figura 58 -  Ética.............................................................................................................................................................. 114
Figura 59 -  Relacionamento interpessoal.............................................................................................................. 116
Figura 60 -  Iniciativa...................................................................................................................................................... 118

Quadro 1 - Tipos de métodos........................................................................................................................................24


Quadro 2 - Ferramentas de corte.................................................................................................................................62
Quadro 3 - Aplicação dos elementos de fixação.....................................................................................................68
Quadro 4 - Tipos de rebites.............................................................................................................................................69
Quadro 5 - Tipos de parafusos.......................................................................................................................................70
Quadro 6 - Tipos de porcas.............................................................................................................................................71
Quadro 7 - Tipos de pinos...............................................................................................................................................73
Quadro 8 - Exemplos de aplicação dos elementos elásticos..............................................................................73
Quadro 9 - Tipos de molas..............................................................................................................................................74
Quadro 10 - Anéis elásticos para canais externos e internos.............................................................................76
Quadro 11 - Tipos de transmissão................................................................................................................................76
Quadro 12 - Exemplos de polias e correias...............................................................................................................78
Quadro 13 - Tipos de acoplamentos...........................................................................................................................81
Quadro 14 - Tipos de rolamentos.................................................................................................................................82
Quadro 15 - Tipos de vedação.......................................................................................................................................83
Quadro 16 - Tipos de lubrificantes...............................................................................................................................84
Quadro 17 - Tipos de manutenção..............................................................................................................................86
Quadro 18 - Passos de elaboração do MASP......................................................................................................... 107
Tabela 1 - Demonstração da margem do desenho técnico................................................................................36
Tabela 2 - Designação dos aços.....................................................................................................................................48
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Documentação técnica.................................................................................................................................................17
2.1 Características................................................................................................................................................18
2.2 Finalidades, aplicações e importância..................................................................................................19
2.3 Tipos..................................................................................................................................................................20
2.4 Pesquisa...........................................................................................................................................................24
2.4.1 Métodos........................................................................................................................................24
2.4.2 Estrutura........................................................................................................................................25
2.4.3 Fontes.............................................................................................................................................25

3 Desenho técnico.............................................................................................................................................................29
3.1 Instrumentos de desenho.........................................................................................................................31
3.2 Caligrafia técnica..........................................................................................................................................32
3.3 Normas técnicas...........................................................................................................................................33
3.4 Formatos de papéis e leiaute...................................................................................................................34
3.5 Vistas essenciais............................................................................................................................................37
3.6 Simbologia......................................................................................................................................................38
3.7 Cotagem..........................................................................................................................................................39
3.8 Ângulos . .........................................................................................................................................................40
3.9 Perspectivas....................................................................................................................................................40

4 Caldeiraria..........................................................................................................................................................................45
4.1 Materiais de caldeiraria..............................................................................................................................46
4.1.1 Obtenção......................................................................................................................................46
4.1.2 Aços.................................................................................................................................................47
4.1.3 Ferro fundido...............................................................................................................................49
4.1.4 Metais não ferrosos...................................................................................................................51
4.1.5 Chapas, tubos e perfis..............................................................................................................53
4.2 Produtos de caldeiraria..............................................................................................................................58
4.2.1 Processos construtivos: etapas.............................................................................................59
4.3 Ferramentas manuais.................................................................................................................................60
4.4 Ferramentas básicas de corte..................................................................................................................62

5 Elementos de máquina e mecânica básica...........................................................................................................67


5.1 Elementos de fixação . ...............................................................................................................................68
5.1.1 Rebites...........................................................................................................................................68
5.1.2 Parafusos.......................................................................................................................................70
5.1.3 Porcas.............................................................................................................................................70
5.1.4 Arruelas..........................................................................................................................................71
5.1.5 Pinos...............................................................................................................................................72
5.2 Elementos elásticos.....................................................................................................................................73
5.2.1 Molas..............................................................................................................................................74
5.2.2 Anéis elásticos.............................................................................................................................75
5.3 Elementos de transmissão........................................................................................................................76
5.3.1 Chavetas........................................................................................................................................77
5.3.2 Polias e correias..........................................................................................................................78
5.3.3 Engrenagens................................................................................................................................79
5.3.4 Acoplamentos.............................................................................................................................81
5.4 Elementos de apoio.....................................................................................................................................81
5.4.1 Rolamentos..................................................................................................................................81
5.5 Elementos de vedação...............................................................................................................................83
5.6. Lubrificantes..................................................................................................................................................84
5.7 Manutenção .................................................................................................................................................85

6 Saúde, segurança e meio ambiente.........................................................................................................................89


6.1 NR.......................................................................................................................................................................90
6.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)......................................................................91
6.3 Grupo de Educação em Prevenção de Acidentes (GEPA)..............................................................92
6.4 Campanhas de segurança.........................................................................................................................92
6.5 Organização do local de trabalho..........................................................................................................92
6.6 Agentes agressores à saúde.....................................................................................................................94
6.7 Destinação de resíduos..............................................................................................................................94
6.8 Coleta seletiva...............................................................................................................................................96
6.9 Campanhas de conscientização..............................................................................................................96
6.10 Qualidade ambiental................................................................................................................................97
6.11 Norma ISO 14000.......................................................................................................................................98
6.12 Produção mais Limpa (P+L)...................................................................................................................98

7 Qualidade....................................................................................................................................................................... 101
7.1 Princípio de organização e limpeza . ................................................................................................. 102
7.2 Ferramentas da qualidade .................................................................................................................... 102
7.3 5 S.................................................................................................................................................................... 105
7.4 PDCA.............................................................................................................................................................. 106
7.5 MASP . ........................................................................................................................................................... 106
7.6 Fluxograma.................................................................................................................................................. 107
7.7 Histograma.................................................................................................................................................. 108
7.8 Brainstorming . .......................................................................................................................................... 109

8 Aspectos comportamentais..................................................................................................................................... 113


8.1 Ética................................................................................................................................................................ 114
8.2 Habilidades básicas do relacionamento interpessoal.................................................................. 116
8.3 Iniciativa........................................................................................................................................................ 118

Referências......................................................................................................................................................................... 132

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................ 134


Índice................................................................................................................................................................................... 136
Introdução

Prezado aluno,

É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Introdução a Processos de Caldeiraria.
O objetivo desta unidade curricular é propiciar ao aluno a familiarização com os conceitos
e princípios básicos da caldeiraria, especialmente quanto à terminologia e documentação téc-
nica, meios de produção e princípios de saúde, segurança e meio ambiente aplicáveis à área,
favorecendo o estabelecimento das bases para o posterior desenvolvimento das capacidades
técnicas, sociais, organizativas e metodológicas.
Veremos, nos capítulos a seguir, conceitos importantes para a sua formação. Você irá se
deparar com assuntos relacionados à documentação técnica, às normas básicas de desenho
técnico, aos materiais e produtos de caldeiraria. Conheceremos as ferramentas manuais, os
elementos de máquinas e de vedação, além dos lubrificantes e os tipos de manutenção.
Estes conhecimentos visam apresentar a área de caldeiraria ao aluno, tendo em vista o pla-
nejamento e execução das atividades, tão necessários ao desenvolvimento das competências
específicas para sua formação, uma vez que o profissional mal qualificado pode gerar impactos
nocivos aos negócios da empresa.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas. Queremos que você se preocupe com sua qualidade de vida e
com os resultados que a área de caldeiraria oferece à indústria e, consequentemente, à socie-
dade.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:
Introdução a processos de caldeiraria
14

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a) Reconhecer a iniciativa e a pesquisa como características e fontes de inovação fundamentais e


requisito de um bom profissional;
b) Demonstrar organização nos próprios materiais e no desenvolvimento das atividades;
c) Reconhecer o conceito e a importância da qualidade nas rotinas de trabalho;
d) Reconhecer os princípios da organização no desenvolvimento das atividades sob a sua respon-
sabilidade;
e) Reconhecer situações de risco à saúde e segurança do trabalhador e as diferentes formas de
proteção a esses riscos;
f) Demonstrar atitudes éticas nas ações e nas relações profissionais;
g) Demonstrar espírito colaborativo em atividades coletivas.

CAPACIDADES TÉCNICAS

a) Reconhecer os elementos constitutivos de desenhos técnicos mecânicos básicos (caligrafia téc-


nica, simbologias, linhas, vistas);
b) Reconhecer os principais tipos e as principais características das matérias-primas utilizadas em
processos de caldeiraria;
c) Identificar tipos, formas e características dos principais materiais utilizados em processos de cal-
deiraria;
d) Reconhecer diferentes tipos, características e finalidades de elementos de máquinas;
e) Reconhecer tipos, características e funções de elementos de fixação (parafusos, porcas, arruelas,
etc.);
f) Reconhecer diferentes tipos, características e finalidades de ferramentas manuais;
g) Reconhecer desgastes, quebras, defeitos e formas de armazenamento de ferramentas de corte;
h) Reconhecer lubrificantes, suas características básicas e finalidades;
i) Reconhecer os conceitos de manutenção preventiva, preditiva, corretiva, autônoma e operacional;
j) Reconhecer elementos de vedação e suas finalidades;
k) Diferenciar documentos técnicos utilizados em ambientes industriais de produção;
l) Identificar dados e informações de tabelas, textos, fluxogramas, manuais e normas técnicas apli-
cáveis à caldeiraria;
m) Reconhecer ferramentas básicas da qualidade, suas características e finalidades (5 S, entre outras).
1 INTRODUÇÃO
15

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!
Documentação técnica

Na fabricação, bem como nas recuperações de serviços de caldeiraria, é necessário o regis-


tro dessas informações, sendo realizado por meio da documentação técnica.
Mas o que é documentação técnica? São textos utilizados no ambiente industrial que apre-
sentam uma linguagem técnica, por exemplo, da área de caldeiraria, que se refere aos registros
utilizados no trabalho e que apresentam especificações técnicas.
A documentação técnica informa, entre outras informações, as proporções, tamanhos e es-
pecificações relacionadas ao projeto, proporcionando a realização da atividade. Na figura a
seguir podemos visualizar alguns exemplos.

DO SERVIÇO

Figura 1 -  Documentação técnica


Fonte: SHUTTERSTOCK; SENAI DR BA, 2018.

Os documentos técnicos são padronizados dentro de cada organização e os colaboradores


seguem essa referência de estrutura.
Introdução a processos de caldeiraria
18

No ambiente profissional ocorrem diversas comunicações e em muitas


situações precisam ser registradas e formalizadas, por exemplo, a ordem
de serviço. Entretanto, ainda existem empresas que trabalham somente
CURIOSIDADES com informações por meio oral, o que ocasiona diversos tipos de ruídos
de comunicação.
Fonte: autor.

Em se tratando de segmento industrial, seja na construção, montagem, manutenção e operação, as do-


cumentações técnicas estão dispostas em arquivos em forma impressa ou digital, muito comum hoje para
conservar através do tempo, as informações, os procedimentos operacionais, as normas, que são exemplo
de documentos.
Normalmente, quando o documento tem possibilidade de passar por atualizações, eles são arquivados
na forma digital, para facilitar o processo de revisões, evitando que se utilizem documentos desatualizado.
Enquanto que se utiliza arquivos impressos, tipo o manual do fabricante dos equipamentos, desenhos de
projetos e catálogo, para facilitar o manuseio no chão de fábrica.

2.1 Características

A documentação técnica deve apresentar características importantes, que favoreçam para facilitar a
compreensão dessa tipologia textual. Dentre elas, podemos citar:

Clareza

Baseado em Objetividade
Fatos

Foco no leitor Formalidade

Figura 2 -  Características da documentação técnica


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Conheceremos em detalhes, a seguir, cada uma das características apresentadas:


a) Clareza: está relacionada à coesão e coerência, que respectivamente significam: ligação entre as
partes do texto e a escrita com sentido. As informações são dispostas de forma clara e a mensa-
gem é compreendida pelo receptor sem dificuldades;
2 Documentação técnica
19

b) Objetividade: transmite a mensagem por completo;


c) Formalidade: é uma forma de escrita que se baseia nas regras gramaticais, ou seja, sem erros e a
estrutura do documento atende ao modelo da empresa;
d) Foco no leitor: ao iniciar é escrita é preciso refletir sobre: para quem escrevo? Assim, será possí-
vel adequar a linguagem ao público;
e) Baseado em fatos: o texto deve ser fundamentado em informações reais sobre o tema, para isso,
o escritor deverá conhecer sobre o assunto.

As características apresentadas referem-se a diferentes tipos de documentação técnica.

2.2 FINALIDADES, APLICAÇÕES E IMPORTÂNCIA

A documentação técnica tem diversas finalidades, mas a principal delas é conter informações que faci-
litem a tomada de decisão, registrem assuntos de interesse da empresa e comuniquem as decisões toma-
das.
A documentação técnica é aplicada em todos os segmentos produtivos, entre eles, o de fabricação e
montagem, operação e manutenção de equipamentos de caldeiraria.

Figura 3 -  Conferência peça versus desenho


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Conforme o objetivo da ação, existe o documento apropriado para o tipo de informação que seja neces-
sária, para orientar a operação ou manutenção de um equipamento, verificar características de máquina
para definir aquisição, autorização de um serviço, procedimento para execução de uma manutenção, entre
outros.
Introdução a processos de caldeiraria
20

2.3 TIPOS

Os principais tipos de documentação técnica utilizada na condução dos serviços na área industrial são:
ordem de serviços, catálogos, manuais, desenhos e normas. A seguir conheceremos suas definições.
a) Ordem de serviço: refere-se a um documento emitido solicitando a prestação de serviço, que
tanto pode ser de fabricação, manutenção e reparo. Este documento tem informações a respeito
dos dados do serviço, como: qual o serviço a ser realizado, prioridade, quantidade, data de início,
aprovação, tipo de material, prazo de entrega e outras observações pertinentes.

Figura 4 -  Exemplo de ordem de serviço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Documentação técnica
21

b) Catálogos: são documentos produzidos pelas empresas para divulgar seus produtos. Além dis-
so, os profissionais utilizam para consultar informações técnicas sobre determinados itens que
serão utilizados na substituição ou fabricação de um componente ou equipamento, como na
fabricação de uma linha de tubulação, que na sua confecção terá: tubos, curvas, flanges, etc.

CATÁLOGO

ASTM
SIMPLIFICADO

A-178
DE PEÇAS

Tubo aço-carbono ASTM A-178


DM 2" SCH 40 sem costura

curva aço-carbono de 90º 2" RL

Figura 5 -  Catálogo de tubos e conexão


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Manuais: é uma instrução tipo um roteiro, voltado para orientar o usuário sobre a forma correta
de executar o serviço. De posse do manual, o profissional poderá seguir a mesma sequência ló-
gica, com a mesma eficiência, garantindo a uniformidade na execução do serviço, seja de manu-
tenção ou operação.

InformaçõesTécnicas
Motorização: manual
Largura: 180mm
Peso: 10kg
Comprimento: 720mm
Conexão: ½”
Capacidade do reservatório: 12l
Dicas para segurança da bomba e usuário:
- Não opere abaixo do fluxo nominal mínimo;
- Observe os procedimentos corretos;
Não retire a conexão enquanto estiver
pressurizado.

Figura 6 -  Manual de bomba para teste hidrostático


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Introdução a processos de caldeiraria
22

FIQUE Ao começar um serviço, sempre dê uma lida no manual, para ver se o procedimento
que está seguindo é o correto ou se existe uma maneira mais produtiva para execu-
ALERTA ção.

d) Normas: as normas técnicas são estudos elaborados através de análises realizadas por institutos
de pesquisas, a fim de conduzir um processo de fabricação ou montagem de equipamento sem-
pre de uma mesma forma, em qualquer tempo e em qualquer lugar. As principais normas técni-
cas utilizadas no setor industrial são: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), utilizada
em território nacional; as normas do Instituto Alemão de Normalização (DIN); Instituto Nacional
Americano de padrões (ANSI) e Instituto Português da Qualidade (IPQ). Seguir uma norma técnica
significa reduzir a possibilidade de um retrabalho nos serviços executados.

SAIBA Para saber mais sobre as normas, acesse o site do Ministério do Trabalho e busque por
MAIS normas regulamentadoras.

e) Projeto: é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo.


Todos os projetos são elaborados baseados em normas técnicas, justamente para não haver di-
vergências entre os fabricantes. Qualquer modificação que venha sofrer, o projeto tem que passar
pela chamada revisão do projetista, já que a definição de cálculos e materiais foram executados
pelo projetista.

Ø16
Ø16 1X 45º
1X 45º
9

Ø6,5
9

Ø6,5

Ø13
12

Ø13
Ø16
12

Ø16
5

107±0.5
107 ±0.5

68
73
65
60

M10x1.5
M 10x1.5

4
1X 45º
3
8

1X 45º
15 15 Ø7,5

POS. 04
POS. 01
13

13

2
ø7,8

Ø16
8
M10x1,5

5
75 ±0.5
53

53

POS. 05
110 ± 0,5

110 ± 0,5

M10x1,5
ø11

5 2 GARRA SAE 1020 0,16 kg


4 1 PARAFUSO SAE 1020 0,09 kg
1 3 1 GARRA SAE 1020 0,16 kg
2 1 PARAFUSO SAE 1020 0,09 kg
1 1 MANÍPULO SAE 1020 0,02 kg
32

32

ITEM QTDE. DENOMINAÇÃO MATERIAL PESO


LISTA DE PEÇAS
MASSA: 0,530 kg ÁREA: 26370,84 mm2 VOLUME: 67455,56 mm2
5 5
ESCALA: REF. CLIENTE: REV. 0
POS. 03 POS. 02 CÓDIGO DO ITEM: TORNINHO MECÂNICO
DESENHISTA: KBO DATA: 28/07/2015 FOLHA: A3

Figura 7 -  Projeto de torninho mecânico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Documentação técnica
23

Para que o profissional compreenda o que será realizado, é necessário que verifique sempre o projeto
antes de iniciar o serviço.

CASOS E RELATOS

A importância do desenho no processo de fabricação


Em uma pequena metalúrgica, localizada em São Cristóvão, a 27 km de Aracaju, a empresa Irmãos
Fragoso S/A atua como prestadora de serviços mecânicos em geral. Com um quadro de funcionári-
os de aproximadamente de 28 pessoas, havia um soldador de nome José Carlos que era bastante
versátil na linha de produção.
Certo dia, no expediente vespertino, surgiu um retrabalho em uma carcaça de bomba, onde se fazia
necessário fazer um serviço de recuperação com uma chapa de aço inox, para não permitir que o
mancal que seria instalado sofresse oxidação, por estar exposto em uma área aberta.
Ao receber o projeto, José Carlos se preocupou inicialmente com o corte e colocou o desenho na
bancada, próximo da peça que ia ser trabalhada.
O supervisor Aurino perguntou se havia dúvidas sobre o que deveria ser feito e, diante da urgência,
pergunta se José Carlos poderia fazer uma hora extra com o ajudante João Duarte. José Carlos, ime-
diatamente, afirmou que poderia ficar até mais tarde.
Depois de cortar o suporte, foi a vez de cortar a chapa de inox. José Carlos foi consultar alguns de-
talhes do desenho e, ao pegar o mesmo, um tanto irritado, perguntou a João Duarte quem havia
retirado o desenho do local que colocou anteriormente, pois havia respingado limalha quente no
desenho e apagou algumas cotas, dificultando a leitura.
Naquele momento bateu um desespero, pois só havia os dois na empresa e a sala do arquivo de
documentos estava fechada. A solução foi ligar para Aurino, que por telefone autorizou o chefe da
segurança a abrir a sala do arquivo de documentos para José Carlos ter acesso à cópia do desenho.
Depois de falar com o chefe da segurança, finalizou a ligação falando para José Carlos tomar os
devidos cuidado ao manipular a documentação técnica, por esta conter dados importantes para
execução do serviço.

Concluímos a explanação sobre a documentação técnica e, agora, partiremos para uma gama de infor-
mação muito importante para sua formação profissional.
Introdução a processos de caldeiraria
24

2.4 PESQUISA

É uma forma de buscar informações inerentes a um assunto citado ou até mesmo a uma curiosidade so-
bre um determinado assunto. Poderemos definir também como uma forma de enriquecimento dos nossos
conhecimentos sobre algo.

Figura 8 -  Pesquisa
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Através da pesquisa podemos nos informar sobre assuntos diversos, por exemplo, a inclusão na NR 13
das tubulações, quando esta estiver interligada a vasos de pressão como: caldeira, forno, trocador de calor,
reatores e outros.

2.4.1 MéTODOS

Ao realizar a pesquisa é preciso definir o método que se adéqua ao objetivo e ao problema a ser in-
vestigado. Mas o que é método? O método pode ser definido como os procedimentos sistemáticos para
descrever e explicar fenômenos.
Quanto à abordagem, há métodos de investigação que se destacam, como: o quantitativo e o qualitativo.

Método quantitativo: método que quantifica os


resultados de uma pesquisa, fornecendo dados numéricos.

Método qualitativo: o foco desse método é buscar explicar


o porquê das coisas, desconsiderando os números.

Quadro 1 - Tipos de métodos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Documentação técnica
25

A escolha do método levará em conta o tipo de problema abordado na pesquisa e o quanto será apro-
fundado.

2.4.2 ESTRUTURA

A estrutura da pesquisa é desenvolvida em etapas, dentre elas, podemos citar:


a) Definição do tema: é importante realizar a escolha de fontes suficientes para auxiliar no desen-
volvimento do tema;
b) Revisão de literatura: mesmo que o pesquisador já tenha conhecimento sobre o tema em estu-
do, torna-se necessário fazer leituras e aprofundar seus conhecimentos;
c) Justificativa: como o próprio nome já diz, apresenta os motivos que levaram à realização da
pesquisa;
d) Formulação do problema: o pesquisador precisa reconhecer qual será o problema que irá inves-
tigar;
e) Indicação dos objetivos: nesta etapa, os objetivos a serem alcançados devem ser definidos;
f) Metodologia: trata-se do método escolhido;
g) Tabulação dos dados obtidos: de posse dos dados, o pesquisador deverá organizá-los, utilizan-
do a estratégia que melhor se adéqua à realidade;
h) Análise e discussão dos dados: nesta etapa, o pesquisador analisará os dados encontrados e já
tabulados. Ele poderá, inclusive, discutir com partes interessadas;
i) Conclusão da análise dos resultados: etapa em que o pesquisador chega a alguma resposta por
meio de pesquisa;
j) Escrita e apresentação do trabalho: após o desenvolvimento de todo o trabalho, o pesquisador
registrará as informações encontradas por meio da escrita.

O processo de estruturação é fundamental para a construção de uma pesquisa organizada. Portanto,


seguir as etapas apresentadas contribuirá para o sucesso do trabalho.

2.4.3 FONTES

As fontes de pesquisa são referências que subsidiam o encontro de informações. Por meio delas, o pes-
quisador poderá buscar conteúdos que contribuirão para o desenvolvimento de seu trabalho.
As fontes são, portanto, o ponto de partida para a pesquisa. Dentre as fontes de pesquisa, destacam-se:
livro, periódicos Capes e sites.
Introdução a processos de caldeiraria
26

RECAPITULANDO

Neste capítulo, enfatizamos a necessidade do uso da documentação técnica durante todo processo
de fabricação, montagem e recuperação de máquinas e equipamentos. Com isso, compreendemos
a necessidade de incluir o máximo de informação possível nos documentos, a fim de não deixar
dúvidas para o executante.
Conhecemos as características, finalidades, aplicações e importância da documentação técnica.
Abordamos sobre os tipos de documentação mais utilizada na área industrial: ordem de serviços,
catálogos, normas e manuais explicativos.
Compreendemos a importância da pesquisa como fonte de informação e conhecimento, vimos os
tipos de métodos, como as etapas são importantes para a estruturação da pesquisa. E, por último,
entendemos a relevância das fontes, visto que são referências, o ponto de partida para a pesquisa.
2 Documentação técnica
27
Desenho técnico

É uma forma de expressão cuja finalidade é representar um esboço traçado graficamente


de formas e ideias a ser executado na área de produção, normalmente tem três vistas básicas,
que são: planta, elevação e perfil, podendo ser executado manualmente, ou através de instru-
mentos ou com uso do computador (CAD) com a observância de normas técnicas.

Figura 9 -  Engrenagem pinhão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Ao ler e interpretar um desenho técnico, inicie pelo mais simples, tais como: qual aplicação,
importância, as vistas (planta, elevação e perfil), notas gerais. Depois, procure observar os deta-
lhes gráficos, a simbologia, os internos da peça na configuração através dos detalhes.
Introdução a processos de caldeiraria
30

CASOS E RELATOS

A importância do desenho técnico


Em certa ocasião, a empresa DAY QUÍMICA S.A. estava com a produção parada, por uma falha de
planejamento, pois houve uma emergência para a fabricação de uma engrenagem que se encontra-
va desgastada, porém, nos arquivos da empresa não havia o manual e nem desenhos do fabricante
do equipamento.
Por isso, foi consultado ao representante técnico da empresa Precisão Mecânica LTDA, prestadora
de serviços de manutenção, se teria condições técnicas de fazer a referida engrenagem, pois era uma
peça muito importante e com certa precisão.
O representante informou que poderia ser feito, porém, a amostra seria levada ao setor técnico para
consultar as normas recomendadas existentes que respaldariam a elaboração do desenho técnico
conforme a aplicação, garantindo a funcionalidade.
Assim o fez, com posse do desenho técnico, o supervisor da produção, Sr. Xavier, com a OS (Ordem
de Serviço) em mãos, delegou ao operador Orlando a sua fabricação.
No desenho técnico estavam definidas a geometria da peça com a cotagem e seus devidos símbo-
los necessários para a fabricação. A peça ficou pronta com a devida proteção contra oxidação e foi
entregue à empresa DAY QUÍMICA S.A., que realizou a montagem no devido local e a fábrica voltou
a funcionar.

Ao iniciar qualquer trabalho de fabricação em uma área Industrial, temos várias alternativas de cons-
truirmos uma peça, seja conforme desenho (recomendado), seja conforme um croqui elaborado manual-
mente (à mão livre) ou pode ser conforme uma amostra (não recomendado), pois há grandes riscos de não
garantirmos sua montagem com a contra peça.
3 Desenho técnico
31

3.1 INSTRUMENTOS DE DESENHO

Os instrumentos de desenho são materiais utilizados na elaboração do desenho técnico, tais como:
prancheta com régua paralela, régua T, esquadros 45° e 60°, transferidor, compasso, escalímetro, borracha
e lapiseira.

g
a
b

h
f

d
e
c

Figura 10 -  Instrumentos de desenho técnico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A seguir conheceremos em detalhes cada um dos instrumentos de desenho:


a) Prancheta: é composta de uma base planificada e lisa normalmente de madeira, sendo posi-
cionada sobre um cavalete de madeira ou metálico, o qual deverá ser ajustável para facilitar os
movimentos do desenhista. Normalmente, vem equipada com régua paralela para traçar as linhas
horizontais e paralelas e servir de suporte aos esquadros, onde serão traçadas as linhas verticais e/
ou inclinadas, sobre as quais é colocado o papel e construído o desenho ou esboço;
b) Régua T: tem a mesma função das réguas paralelas, porém não são fixas à prancheta;
c) Par de esquadro: são instrumentos usados para traçar retas paralelas, perpendiculares e inclina-
das a 30°, 45° e 60°;
d) Transferidor: é um instrumento circular com escala graduada dividida em ângulos, que tem a
finalidade de medir, transferir ou demarcar ângulos, podendo ser de 180° ou 360°;
e) Compasso: utilizado para criar linhas curvas, círculos, arcos e transportar medidas. Composto de
duas pontas, sendo uma extremidade com ponta seca para apoiar o ponto fixo no papel e a outra
extremidade onde será fixado o grafite para elaborar o desenho;
f) Escalímetro: um instrumento triangular composto de escalas diferentes, que tem a finalidade de
medir as cotas dos desenhos na sua escala apresentada ou construir desenhos em uma determi-
nada escala. Não deve ser utilizada para desenhar, apenas para medir e transferir medidas;
Introdução a processos de caldeiraria
32

g) Borracha macia: é um material auxiliar importante, serve para apagar erros e as linhas auxiliares
necessárias à construção do desenho técnico, devendo ser composto de materiais macios na cor
branca, ao apagar deverá ser executado com cuidado para não danificar o papel e, consequente-
mente, o desenho;
h) Lapiseira: são mais utilizadas do que o lápis devido à praticidade e comodidade, pois não há
necessidade em apontá-las. Os grafites utilizados pelas lapiseiras seguem a classificação dos lápis,
onde variam de H (duros) até B (macios), sendo o grafite recomendado o HB (intermediário), que
é bom tanto para elaborar os desenhos como para letras e algarismos necessários ao desenho.

FIQUE Quando for utilizar o escalímetro, fique atento em qual escala você está trabalhando.
Por ser triangular e dispor de seis lados, cada lado da face tem uma escala, ou seja,
ALERTA são seis graduações diferentes.

É fundamental a conservação e o uso dos instrumentos, evitar quedas e choques, mantê-los sempre
limpos antes e depois do seu uso e guardá-los sempre em seus respectivos estojos.

3.2 CALIGRAFIA TÉCNICA

Consiste em uma técnica ou habilidade da escrita legível e uniforme, seguindo as normas técnicas, por
exemplo: a NBR 8402, onde possibilita a formação clara das letras, algarismos, símbolos e outros sinais grá-
ficos de acordo com os padrões, eliminando qualquer dúvida na interpretação.

ISO 81 ejAM
h

d a e a

R f
b
h

Figura 11 -  Exemplo de caligrafia técnica


Fonte: ABNT NBR 8402, 1994.

Embora a tecnologia computacional seja hoje o meio utilizado e aplicado ao desenho técnico o chama-
do CAD (Computer Aided Design ou Desenho Assistido por Computador), é indispensável este conhecimen-
to, pois é um item normalizado pela ABNT NBR 8402.
3 Desenho técnico
33

3.3 NORMAS TÉCNICAS

São documentos que regulamentam e fornecem regras que devem ser seguidas e permitem a unifor-
mização de determinadas atividades, tais como: composição de um material ou produto, regras de um
processo ou serviço, etc. São elaboradas e controladas por um órgão oficial, onde são estabelecidas regras
e diretrizes.

FIQUE Normas técnicas nunca deverão ser copiadas, apenas consultadas, pois sofrem revi-
ALERTA sões constantes e sem aviso prévio.

No Brasil, estas normas são elaboradas e fiscalizadas pela ABNT, no entanto, há uma organização inter-
nacional que controla a ABNT e outras entidades, que é a ISO (Organização Internacional para Padroniza-
ção). Veja algumas das normas ABNT/NBR e seus parâmetros:
a) NBR 6158: sistemas de tolerâncias e ajustes;
b) NBR 8403: aplicação das linhas em desenhos, tipos, larguras;
c) NBR 10126: cotagem em desenho técnico;
d) NBR 10582: apresentação da folha para desenho técnico.

Além das normas da ABNT citadas, existem outras NBR que regulamentam desenhos técnicos utilizado
na engenharia. Elas estão dispostas no catálogo da ABNT.
Introdução a processos de caldeiraria
34

3.4 FORMATOS DE PAPéIS E LEIAUTE

São folhas de papel em tamanhos especiais, dimensionados e normalizados para a elaboração do dese-
nho técnico, conforme apresentado na figura a seguir.

4A0 2378 x 1682 mm


2A0 1682 x 1189 mm
A5 A0 1189 x 841 mm
A3
A6
A1 841 x 594 mm
A2 594 x 420 mm
A4 A3 420 x 297 mm
A1 A4
A5
297 x 210 mm
210 x 148 mm
A6 148 x 105 mm
A2 A7
A8
105 x 74 mm
74 x 52 mm
A9 52 x 37 mm
A10 37 x 26 mm
A0
Figura 12 -  Derivações das folhas dos formatos
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Quando devemos utilizar um formato A0 ou um formato A4? O formato A0 é utilizado para desenhar
peças grandes, por exemplo, planta de uma casa ou desenho de um carro. Já o formato A4 é utilizado para
desenhar uma peça pequena, por exemplo, uma arruela. Como observamos, os formatos de papéis são
aplicados tanto na área da construção civil como na área da mecânica.
Na ilustração a seguir podemos visualizar um leiaute típico de um formato para desenho técnico onde
há o limite do papel, as margens, o sistema de referência por malhas que facilita a localização no momento
da leitura do desenho, o espaço da legenda e o espaço para construção do desenho.

Limite do papel

1 2 3 4 5 6

A A
Margem e quadro

B B
Espaço do desenho Marcas de centro

C C
Posição e dimensões
da legenda

D D

1 2 3 4 5 6

Sistema de referência por malhas

Figura 13 -  Leiaute de formatos


Fonte: ABNT NBR 10068, 1987.
3 Desenho técnico
35

Como pudemos observar, a NBR 10068 determina e padroniza as dimensões e o leiaute das folhas a
serem empregadas na confecção dos desenhos.

DOBRAS

Existem algumas recomendações para dobramento de cópias. A norma NBR 13142 fixa as condições
exigíveis para dobramentos de cópias de desenho técnico, tais como:
a) O formato final do dobramento de cópias de desenhos formatos A0, A1, A2 e A3 deve ser o formato
A4;
b) As cópias devem ser dobradas de modo a deixar a legenda visível;
c) O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, ficando no final confor-
me o formato A4.

841 420

105
297

A3 297
d
594

A1
297

Legenda 130 105 185


210 130 130 185 185

Figura 14 -  Exemplo de dobramento de cópia para formatos A1 e A3


Fonte: NBR 13142 - Desenho técnico – Dobramento de cópia.

É importante que na dobra do desenho técnico a margem esquerda fique exposta para perfurar e ar-
quivar em pastas.

FIQUE A norma 13142:1999, embora não esteja em vigor, ainda é usada como referência
ALERTA para dobramento de papel.
Introdução a processos de caldeiraria
36

MARGENS

São os contornos externos da folha que limitam o espaço a ser elaborado o desenho.

Espaço para
desenho

Quadro

Limite do papel

Unid.: mm

Formato Margem Largura da linha do quadrado


conforme a NRB8403
Esquerda Direita

A0 25 10 1,7
A1 25 10 1,0
A2 25 7 0,7
A3 25 7 0,5
A4 25 7 0,5

Tabela 1 - Demonstração da margem do desenho técnico


Fonte: ABNT NBR 10068, 1987.

No desenho técnico, as margens delimitam o contorno da folha do formato e internamente o quadro


limita a elaboração do desenho técnico.

LEGENDAS

A legenda é o local onde são fixadas todas as informações do desenho técnico, tais como: nome da
empresa, nome do cliente, logotipo da empresa, executores (projetista, desenhista e aprovação), datas de
cada etapa, escala, material que será aplicado na peça a ser fabricada, etc.

Títula da peça Material Dimensões do material

CHAPA CALANDRADA 01 SAE 1020 #Ch.Nº 20x200x100


ITEM QUANT. MATERIAL DIMENSÕES
+ 1,0
-

TODA AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE DOCUMENTO SÃO CLIENTE:


D
CONFIDENCIAIS E NÃO PODEM SER COPIADAS, REPRODUZIDAS
OU USADAS SEM PERMISSÃO FORMAL DA TECOL SA. DAY QUÍMICA S.A.
PROJ. H.PINTO 23 Ago17
DES. VALTER 14-JUN-17 REV. NUM. 0
PRECISÃO MECÂNICA LTDA.
APROV. - / / FOLHA 1 DE 1
PRODUTO: DSº
ESCALA 15
UNIDADE: mm 1:1 ENGRENAGEM

Simbolo da projeção Escala Responsáveis Datas da Empresa Nome do cliente


pelo desenho Elaboração executante

Figura 15 -  Exemplo e composição da legenda


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Desenho técnico
37

As legendas devem ficar posicionadas no lado inferior direito, exceto no formato A4, que fica no centro
na parte inferior.

3.5 VISTAS ESSENCIAIS

No desenho técnico, uma peça normalmente tem as projeções em três vistas, que chamamos de vistas
essenciais, porém há peças que poderão ser representadas por apenas uma vista, assim como, há casos
que são necessárias mais vistas cujo objetivo é a clareza, não deixando dúvidas ao observador sobre a ideia
completa da peça.

heiro Plano
Pin

VL
Figura 16 -  Projeção da vista no plano
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Na figura a seguir visualizamos as três projeções ortogonais na forma bidimensional do objeto apresenta-
do na figura anterior. Cada vista fornece determinadas informações úteis à visualização e fabricação da peça.

PINHEIRO
Vista frontal (Elevação) Vista lateral (Perfil)

Vista Superior (Planta)

Figura 17 -  Projeção das vistas essenciais


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Introdução a processos de caldeiraria
38

As vistas essenciais são: elevação ou vista frontal, planta ou vista superior e vista lateral (direita ou es-
querda) ou perfil, dispostas em posições normalizadas pela norma da ABNT NBR 10067.

3.6 SIMBOLOGIA

No desenho técnico, temos os símbolos gráficos e outras informações para representar e interpretar um
desenho de forma clara e objetiva. Para isso, utilizamos também as simbologias, tais como apresentadas
na figura a seguir.

1 2

Retitude Planeza Circularidade Perpendicularidade Inclinação

3 4
5

Concentricidade Total
0,01 A

8 9

6 A
50 10
Dimensão
teoricamente correta
7

Figura 18 -  Exemplos de simbologias


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os símbolos fazem parte do desenho técnico e são de fundamental importância na representação grá-
fica da imagem.
3 Desenho técnico
39

3.7 COTAGEM

É a representação gráfica no desenho da característica do elemento, através de linhas, símbolos, notas


e valor numérico em uma unidade de medida, conforme orientação da norma da ABNT/NBR 10126/1987.

Cota

Linha de cota

Linha auxiliar 50
de cota 50

Figura 19 -  Representação das cotas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Veremos com detalhes o significado de cada informação:


a) Cota: é o valor numérico dimensional;
b) Linha de cota: é uma linha contínua estreita limitada por setas ou traços oblíquos nas extremi-
dades;
c) Linha auxiliar de cota: são linhas que limitam a linha de cota, não tocam no desenho e passam
da linha de cota.

É aconselhável evitar a duplicidade de cotas, pois poderá levar a erros durante a fabricação da peça,
assim como, melhora a organização na distribuição das cotas.
Introdução a processos de caldeiraria
40

3.8 ÂNGULOS

É o encontro de duas semirretas que possuem a mesma origem na região de um determinado plano, onde
no encontro das retas, ou seja, no vértice, é formado o ângulo. Normalmente são medidos em grau ( ° ). Os
ângulos se classificam como: agudo, reto, obtuso e raso. 

ÂNGULO DE VETOR 45º-180º

Figura 20 -  Exemplos de alternâncias de ângulos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Na figura anterior foi possível identificar os exemplos de ângulos: agudo 45º, reto 90º, obtuso 135º e
raso 180º. 

3.9 PERSPECTIVAS

É uma técnica de representação gráfica de um objeto em três dimensões em um único plano. O objetivo
é facilitar a visão do objeto no espaço, na percepção do observador.

Figura 21 -  Peça no esquema de projeções e em perspectiva


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Desenho técnico
41

SAIBA Para conhecer mais detalhes de criação e tipos de perspectivas, consulte: SPECK, Hen-
MAIS derson José. Manual básico de desenho técnico. 9. ed. São Paulo: UFSC, 2016.

Os objetos desenhados em perspectivas (3D) proporcionam uma visão realística, principalmente para
quem não domina a técnica das vistas projetadas em um plano.
Introdução a processos de caldeiraria
42

RECAPITULANDO

Chegamos ao final de mais um capítulo. Aprendemos sobre o desenho técnico e a sua importância
na construção de uma peça. Vimos o quanto é importante a normalização, o que nos leva à organi-
zação, clareza e uniformização, chegando a ser universal.
Compreendemos que para a elaboração do desenho técnico precisamos definir o formato do papel,
os instrumentos que irão auxiliar na elaboração, bem como as vistas essenciais, que dependem da
complexidade da peça, sua forma de cotagem e seus símbolos aplicáveis à necessidade, etc.
Vimos que na elaboração do desenho técnico é fundamental garantir a certeza das informações e
que para isso teremos que recorrer a fontes confiáveis como as normas existentes, garantindo que a
construção de peças seja dentro dos padrões pré-estabelecido.
A compreensão dos conceitos do desenho técnico é essencial para o entendimento das próximas
disciplinas do curso e continuação da sua construção profissional.
3 Desenho técnico
43
Caldeiraria

A caldeiraria é um conjunto de serviços que envolve a execução de tarefas de fabricação,


manutenção, montagem de estruturas metálicas, tubulações e acessórios, conformação de
chapas, abrangendo também os trabalhos com soldagem, traçados de chapas para construção
de peças e equipamentos.

Figura 22 -  Conjunto de tubulação com flanges e reduções


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Neste capítulo conheceremos os principais materiais de caldeiraria, os tipos de materiais


ferrosos e não ferrosos, compreenderemos a forma de obtenção destes materiais, aprendere-
mos que os ferrosos se dividem em aço ao carbono e ferro fundido; os não ferrosos em alumí-
nio, chumbo, cobre e suas ligas, como o latão e o bronze, entre outros.
Introdução a processos de caldeiraria
46

4.1 MATERIAIS DE CALDEIRARIA

No processo de desenvolvimento de serviços de caldeiraria há a necessidade de se trabalhar com diver-


sos materiais. São eles: o aço, o ferro fundido e os metais não ferrosos. E é sobre eles que falaremos a seguir,
mas, antes, é importante que você saiba como esses materiais são obtidos. Vamos lá?

4.1.1 OBTENÇÃO

Você sabe como os materiais de caldeiraria são obtidos? Veja a seguir como o aço, o ferro fundido e os
materiais não ferrosos são obtidos.
O aço pode ser obtido através de vários tipos de minérios. Os mais conhecidos são a hematita, siderita,
olixisto, limonita, sendo o carvão coque utilizado como material fundente.

Figura 23 -  Mineral para obtenção do ferro-gusa e material fundente


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Na usina de processamento, chamada de siderurgia, o minério é derretido em um forno denominado


de alto forno; logo após, já bastante aquecido, o minério é depositado em camadas sucessivas, intercaladas
com carvão coque e calcário, que serve como combustível no interior do forno, onde é injetado ar para
ajudar na queima do carvão coque; quando chega a temperatura de 1200°C, o minério começa a derreter,
transformando-se em ferro.
Já o ferro fundido é obtido nos altos fornos através do ferro-gusa no seu estado sólido. O ferro-gusa se
encontra com o percentual de carbono muito alto, sendo preciso ser refinado em um forno chamado de
cubilô, para baixar o nível de carbono e, assim, transformar em ferro fundido.
E os metais não ferrosos são obtidos a partir dos processos de separação por métodos metalúrgicos
das rochas retiradas das jazidas minerais. Estes minérios são peneirados, britados, moídos e depois alguns
passam por um processo flotação, que consiste na adição de água e mistura com produtos químicos ade-
quados para retirar o mineral que passará por outros processos.
Agora, que já falamos sobre como os materiais de caldeiraria são obtidos, conheceremos suas caracte-
rísticas e tipos, a começar pelo aço.
4 Caldeiraria
47

4.1.2 AÇOS

É considerado aço todas as ligas de ferro e carbono com a quantidade de carbono inferior a 2%. Além
dos citados, outros elementos de liga são adicionados aos aços, que têm como objetivo melhorar as pro-
priedades mecânicas. Estes outros elementos adicionados são silício, manganês, fósforo, enxofre, entre
outros.

Figura 24 -  Tarugo de aço usinando


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Conheceremos agora os tipos de aço e como são obtidos nos processos metalúrgicos.

TIPOS DE AÇO

Nos processos metalúrgicos são obtidos diversos tipos de aço, como:


a) Aço ao carbono: liga de ferro (Fe) e carbono (C) contendo entre 0,05 e 2,0% de C;
b) Aços-liga: são aços com adição de outros elementos químicos, como níquel (Ni), manganês (Mn),
cromo (Cr), etc.
c) Ferro fundido: são ligas de ferro (Fe) e carbono (C) contendo acima de 2,5% até 5% de carbono;
d) Aços inoxidáveis: para serem considerados inoxidáveis, tem um percentual mínimo de 12% de
cromo. Existem cinco categorias de aço inox, no entanto, para construção de equipamentos de
caldeiraria, utilizamos apenas três categorias, que são classificadas em aços austeníticos, ferríticos
e martensíticos. É importante ficar atento ao selecionar um dos três, porque os dois últimos são
classificados como aço inox magnético (atraído pelo ímã) por possuírem teor de ferro maior do
que os austenísticos, considerados não magnéticos.
Introdução a processos de caldeiraria
48

FIQUE É necessário verificar as características do produto a ser fabricado, por exemplo, na


indústria alimentícia ou farmacêutica não pode utilizar os ferríticos, pois pode haver
ALERTA contaminação.

A norma da ABNT 172/2000 classifica os aços ao carbono conforme tabela a seguir, em que os dois
primeiros números indicam a classe do aço e os dois últimos algarismos constituem a média de teor de
carbono neste aço.

DESIGNAÇÃO DO AÇO PORCENTAGEM DE CARBONO


1006 0,08% C
1010 0,08% a 0,13% C
1020 0,18% a 0,23% C
1030 0,28% a 0,34% C
1040 0,37% a 0,44% C
1050 0,48% a 0,55% C
1060 0,55% a 0,65% C

Tabela 2 - Designação dos aços


Fonte: SENAI DR ES, 2018.

Os aços são disponibilizados na forma de tarugos, chapas, tubos e perfis, com aplicação na construção
de peças, equipamentos, tubulações, estruturas, entre outras.
No processo de manuseio e estoque do aço, por ele ser um material que ocupa muito espaço e ser
muito pesado, devemos manuseá-lo sempre protegidos com os EPI básicos (luvas de vaqueta, óculos de
proteção, protetor auricular, entre outros).
Além disso, de acordo com o peso do material a ser movimentado, devem-se utilizar os equipamentos
de movimentação de carga, como empilhadeiras, pontes rolantes e talha elétrica ou mecânica.
Também é importante estocar o aço em uma sequência de dimensões e diâmetro, com a indicação dos
códigos e com a placa de identificação em local visível, para se ter fácil visualização. Por exemplo, tubos A
105, SCH 40, diâmetro nominal 2’’, S/C, 6 metros. Chapas A36, espessura 1/8’’, dimensão 2 m x 1 m.
4 Caldeiraria
49

Figura 25 -  Armazenamento de tubos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As arrumações deverão ser realizadas sempre de forma que facilitem o acesso de pessoas e equipamen-
tos para a movimentação de cargas.

SAIBA Para conhecer mais sobre os aços, consulte o livro: CHIAVERINE, Vicente. Tecnologia
MAIS Mecânica. Volume I. Editora M C Graw. Hill Ltda, 2007.

Os materiais de aço inox devem sempre ser armazenados separados dos de aço-carbono, para não ha-
ver contaminação.

4.1.3 FERRO FUNDIDO

O ferro fundido é definido como ligas compostas de ferro, carbono e silício, em que o percentual de
carbono geralmente é acima de 2,5% podendo chegar até 5%, além de outros elementos químicos com
porcentagem muito pequena, como o silício, manganês, enxofre e fósforo, conforme veremos a seguir.

TIPOS DE FERRO FUNDIDO

Os ferros fundidos são classificados seguindo as normas da ABNT/NBR, quanto a sua resistência à tração
e alongamento. Observe alguns tipos:
Introdução a processos de caldeiraria
50

a) Ferro fundido branco: possui de 2% a 3,5% de carbono, 0,5% a 2% de silício e 0,5% de manga-
nês. Apresenta elevada resistência à compressão e abrasão, sendo sua usinabilidade muito difícil.
Sua principal aplicação é na produção de ferro fundido maleável, utilizado também para cons-
trução das esferas de moinhos e rolos laminadores, peças sujeitas a elevada compressão e atrito;
b) Ferro fundido cinzento: possui de 2% a 4% de carbono e de 1% a 3% de silício. Apresenta eleva-
da fluidez, facilitando a usinabilidade e tem um custo baixo. É o ferro fundido mais usado, princi-
palmente na fundição em geral, engrenagens de grandes dimensões, bloco de motores, carcaças
de máquinas e tubulações;

Figura 26 -  Bloco de motor e virabrequim de ferro fundido


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

c) Ferro fundido maleável: é obtido a partir do ferro fundido branco. Pode ser soldado e apresenta
alta resistência mecânica, o que facilita a confecção de itens com muitos detalhes, tipo conexões
para linhas elétricas, cubos de rodas, sapatas de freios, etc.

Figura 27 -  Luva roscada fabricada de ferro fundido maleável


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Por causa da sua fragilidade, é necessário manter os ferros fundidos em locais separados dos outros
metais a fim de evitar batidas. No caso dos tubos, ainda é preciso proteger a extremidade das bolsas para
que não haja trincas.
Normalmente, as peças saídas das fundições necessitam de usinagem devido às irregularidades e de-
formações apresentadas.
4 Caldeiraria
51

4.1.4 METAIS NÃO FERROSOS

Os metais não ferrosos são todos os materiais isentos de ferro ou que têm um percentual pequeno
deste na sua estrutura. Os metais não ferrosos e suas respectivas ligas têm uso limitado devido ao seu alto
custo. Sua aplicação acontece quando não pode ser substituído por um material com custo menor.

Figura 28 -  Engrenagens em bronze


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Com os conhecimentos obtidos sobre os aços, os ferros fundidos e os metais não ferrosos, iremos agora
estudar sobre como se classificam as ligas não ferrosas.

CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS NÃO FERROSAS

A classificação das ligas não ferrosas se divide em pesadas, entrando nessa relação os materiais de co-
bre, bronze, chumbo e estanho; e as ligas consideradas leves, nas quais estão incluídos o alumínio e suas
ligas, como magnésio, titânio.
O cobre é uma das mais antigas ligas não ferrosas do mundo e foi muito utilizado antes do surgimento
ferro. Ele é um mineral extraído de calcopirita. Do cobre derivam outras ligas não ferrosas, como o bronze,
que é a composição do cobre com estanho; e o latão, que é uma composição do cobre com o zinco.
Introdução a processos de caldeiraria
52

Figura 29 -  Liga não ferrosa: latão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O alumínio é obtido através do minério chamado bauxita, de onde se extrai a alumina. É da alumina, por
meio de um processo chamado de eletrólise, que se produz o alumínio.
Existem outros materiais ou ligas não ferrosas, como estanho, chumbo, antimônio, magnésio. São mui-
tos os casos da aplicação das ligas não ferrosas, que se devem, principalmente, pelo fato de alguns destes
metais terem boas propriedades, como alta condutibilidade elétrica, térmica, qualidade anticorrosiva1 e
antifricção2.
Podemos citar como exemplo a aplicação na fabricação de coroas de bronze utilizadas em mesas gira-
tórias e diferencial (eixo) de máquinas operatrizes, como tornos e fresadoras. O bronze é utilizado nesta
situação por ser resistente, não corrosivo e de fácil manuseio.

Figura 30 -  Estocagem de alumínio


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

1 Anticorrosão: que combate ou evita o efeito da corrosão.


2 Antifricção: que diminui os efeitos do atrito.
4 Caldeiraria
53

A movimentação e manuseio das ligas não ferrosas tem que ser feita com bastante cuidado para não
sofrerem avarias, principalmente os tubos de cobre, as chapas de alumínio e tubo de alumínio. Antes da
estocagem, devem ser protegidos com embalagem plástica.

4.1.5 CHAPAS, TUBOS E PERFIS

Continuando com os nossos conhecimentos sobre materiais utilizados na fabricação de peças e equi-
pamentos de caldeiraria, nossa atenção estará voltada para as chapas, tubos e perfis usados para fabricar
esses produtos. Veremos agora como são disponibilizados os materiais utilizados na caldeiraria.

CHAPAS

As chapas são aços planos nos quais comprimento, largura e espessura têm diferentes dimensões, po-
dendo ser fabricadas com diversos tipos de materiais: metálico ou não metálico, ferroso ou não ferroso,
termoplástico e madeira.
A fabricação das chapas acontece através do processo de laminação, em sucessivos passes, dando ao aço,
com o preaquecimento adequado, a forma ou seção desejada. Esse processo também pode ocorrer a frio.

Figura 31 -  Chapa para piso


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A chapa é um tipo de produto plano obtido através do processo de laminação, que consiste em passar
o lingote de forma sucessiva por dois cilindros ou rolos, até o material se transformar na forma desejada.
Na proporção em que a peça de aço diminuir sua espessura, seu comprimento irá aumentar. São incluídas
neste grupo as chapas e as bobinas de aço.
Introdução a processos de caldeiraria
54

Ela é dividida em duas categorias: grossas e finas. São consideradas chapas grossas as de espessura
igual ou superior a 3/16” (4,76 milímetros), esta espessura pode ser fornecida tanto em milímetro quanto
em polegadas; finas, quando possuem espessuras inferiores a 1/8’’ (3,175 milímetros), sendo comum no
Brasil utilizar a bitola chamada de MSG (Manufacturer’s Standard Gauge).
As chapas são ofertadas no mercado em placas com as dimensões de 1 metro por 2 metros, 1 metro por
3 metros ou com dimensões maiores sob encomenda.
Os tipos de aço com que são fabricadas as chapas são o aço ao carbono, aço-liga, aço inoxidável, além
da chapa de aço galvanizado, que é um aço ao carbono que recebe uma camada de banho de zinco nas
duas faces da sua superfície.
As chapas são utilizadas nos projetos de construção em todo ramo de produção: nas áreas industrial,
agrícola, na construção civil e naval, para fabricação de diferentes tipos de peças e equipamentos de cal-
deiraria, na construção de tanques, plataforma de petróleo, caldeiras, fornos, pisos de passarelas, piso de
escada, na construção de peças através de traçados de caldeiraria, etc.

TUBOS

Os tubos são elementos fechados, destinados à condução de fluidos líquidos ou gasosos quando se
trata de processo industrial.
Eles estão disponíveis no mercado nas espessuras fina ou grossa, podendo ser de aço ao carbono, aço
galvanizado e aço inox. Quanto ao formato, podem ser: quadrado, redondo, circular ou retangular.

Figura 32 -  Formatos de tubos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
4 Caldeiraria
55

Muitas são as aplicações para os tubos. Em geral, os tubos de formato redondo ou circular são utilizados
no processo de passagem de produtos líquidos e gasosos; enquanto o quadrado e o retangular são usados
na fabricação de estruturas metálicas.
Os tubos são comercializados nos padrões de comprimentos de 6 e 12 metros.

CASOS E RELATOS

Conhecimento sobre materiais de construção mecânica


Na empresa Engeprol Química S/A, a unidade de processamento de gás estava passando por uma
parada para manutenção, pois havia vazamentos na tubulação de 2” polegadas que interligava o
compressor ao vaso acumulador.
Durante a parada, foi solicitado ao setor de isolamento térmico que retirassem os isolamentos da tu-
bulação, para que fosse realizada uma inspeção mais minuciosa a fim de identificar o motivo desses
vazamentos.
Como tinham muitas ordens de serviço solicitando inspeção de outros equipamentos, não havia
inspetor disponível para realizar a inspeção desta tubulação. Samuel, profissional da área de calde-
iraria da empresa prestadora de serviço, solicitou a Hermes, um dos 10 caldeireiros contratados para
a parada de manutenção, que logo após a retirada do isolamento térmico ele fizesse uma inspeção
superficial sobre as condições da tubulação, até que um dos inspetores de equipamentos pudesse
fazer uma inspeção mais minuciosa.
Ao inspecionar as tubulações em sua totalidade, Hermes notou que ela apresentava vários furos em
um determinado trecho, enquanto outros trechos da tubulação estavam intactos.
Com seu conhecimento sobre material de construção mecânica, logo notou que justamente o tubo
que apresentava furos era diferente dos demais, ou seja, na fabricação da tubulação foram utilizados
tipos diferentes de materiais.
Consultando o desenho do projeto, verificou que a especificação do material para aquela tubulação
era de aço liga, no entanto, no trecho que apresentava vazamento foi usado aço ao carbono. Quan-
do o inspetor Danilo chegou ao local, acabou confirmando o que Hermes havia detectado.
Com seu conhecimento sobre material de construção mecânica, Hermes foi designado para ser o
responsável pela seleção dos materiais e fabricação da tubulação a ser substituída e, como conse-
quência, teve a sua contratação efetivada por tempo indeterminado.

Agora que já vimos as chapas e os tubos, nosso próximo assunto aborda acerca dos perfis com seus
tipos e aplicações.
Introdução a processos de caldeiraria
56

Perfis

Os perfis são estruturas fabricadas com diversos formatos geométricos, que podem ser cilíndricos, qua-
drados, redondos, H, I, U, T, W e cantoneira em L, podendo ser de abas iguais e desiguais.
a) Os perfis H, I, U: são produzidos em grupo, sendo os elementos de cada grupo de altura cons-
tantes e largura das abas variáveis;
b) Os perfis L (cantoneiras): são também fabricados com diversas espessuras para cada tamanho
das abas;
c) Os perfis U: são vigas apropriadas para médias e pequenas estruturas, apropriadas em ligações
de estruturas com outros tipos de perfil H e I;
d) Os perfis T: são outro tipo de perfil, muito utilizado nos serviços de caldeiraria na montagem de
suporte.

Os perfis mais utilizados na área de caldeiraria são as cantoneiras L e o perfil I. As cantoneiras L são utili-
zadas para corrimão de escada, guarda corpo de passarela, nas uniões de estruturas feitas com outros tipos
de perfil para garantir maior resistência à estrutura e, também, para fazer treliças metálicas.

Figura 33 -  Montagem de uma torre de aço


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Já os perfis I são utilizados na estrutura de pontes, como pilares de sustentação de edifícios, em suporte
para equipamentos como bombas, compressores, vasos, galpões, pontes rolantes, etc.
Os perfis são encontrados no mercado com a medida padrão de 6 metros de comprimento. Em dimen-
sões diferentes, somente sob encomenda.
4 Caldeiraria
57

Figura 34 -  Viga “H”


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os perfis são estruturas laminadas, calandradas ou soldadas, construídas com diferentes espessuras. Os
perfis laminados seguem os padrões americanos, de acordo com a norma ASTM A-36.

Figura 35 -  Fabricação de perfil U através do processo de laminação


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Até o presente momento, estudamos sobre os tipos de perfilados. Em seguida, conheceremos alguns
produtos de caldeiraria.
Introdução a processos de caldeiraria
58

4.2 PRODUTOS DE CALDEIRARIA

Há uma diversidade de produtos de caldeiraria, dentre os quais podemos destacar os tubos e conexões,
que são equipamentos estáticos, com seus componentes externos e internos, usados na construção de
estruturas metálicas para indústria, comércio, agroindústria, na construção de tanques e silos de armaze-
namento, entre outros.
Entre os diversos tipos de produtos de caldeiraria, podemos citar os trocadores de calor, caldeira, for-
nos, reatores de processo (utilizados em processo), tubulações (utilizadas em transporte), estruturas metá-
licas (suporte/sustentação), tanques de armazenamento, esferas para armazenamento de gases (armaze-
namento), entre outros.

CARACTERÍSTICAS

Esses produtos de caldeiraria se diferenciam em razão do seu tamanho, forma, função, etc.
a) Quanto ao tamanho, podem ser de pequeno, médio e grande porte. Um exemplo de equipa-
mento de caldeiraria de grande porte são os reatores de craqueamento de petróleo e torre de
destilação com altura, que podem chegar a mais de 90 metros. Um exemplo de equipamento de
médio porte é um tanque de armazenamento de água para uso industrial. E um exemplo de equi-
pamento de pequeno porte é um vaso acumulador de ar comprimido de um compressor de ar;
b) Quanto à forma podem ser cilíndricos, esféricos e quadrados:
-- Cilíndricos: temos os trocadores de calor, as tubulações que transportam os fluidos, torres e
reatores, entre outros;
-- Esféricos: temos as esferas que armazenam gases obtidos nos processos industriais;

-- Quadrados: temos as estruturas das caldeiras aquatubulares e os fornos.

Chegamos à conclusão dos tipos e características dos produtos de caldeiraria. Agora, vamos conhecer a
função deste produto nos processos produtivos.

FUNÇÕES

Cada produto exerce uma função diferente, dependendo do seu tipo. Dentre eles, podemos destacar:
a) Os tanques: elementos cilíndricos utilizados no armazenamento de produtos líquidos;
b) As caldeiras: têm a função de gerar vapor para o processo da indústria;
c) Torres: tem a função de destilação e fracionamento de produtos;
d) Vasos: no formato de esferas, armazenam grandes volume de gases;
4 Caldeiraria
59

e) Conexões na montagem das tubulações: nas quais as válvulas, a depender do tipo, podem ter
a função de bloqueio, regulagem, controle do fluido e pressão, sentido de fluido;
f) Curvas e joelhos: têm a função de fazer a mudança de direção de um tubo;
g) Conexão em T ou Y: tem como função fazer derivações que podem ser a 90°, 45°;
h) Trocadores de calor: a depender do processo, podem ter a função de aquecedor, condensador,
refervedor, resfriador e refrigerador;
i) As estruturas metálicas: são fabricadas com diversos tipos de perfis, para sustentar grandes
equipamentos e cobertura na área industrial.

Para a fabricação de peças, componentes e equipamentos de caldeiraria, são necessárias algumas eta-
pas até o produto final. Conheceremos esse processo no tópico seguinte.

4.2.1 PROCESSOS CONSTRUTIVOS: ETAPAS

Inicialmente, o setor de projeto realiza a elaboração com o detalhamento do projeto, levando em con-
sideração a pressão de operação, o tipo de fluido armazenado ou circulante no recipiente, o tipo do mate-
rial a ser empregado para fabricação, a temperatura do fluido, e a facilidade para montagem, operação e
manutenção após instalação.
O setor de material se envolve com a compra do material, o seu recebimento, a gestão do estoque e o
armazenamento no almoxarifado.
Já o setor de planejamento é responsável pela elaboração da ordem de serviço, detalhamento das eta-
pas de construção, cronograma de execução, projeção de recursos humanos e materiais para execução
das tarefas.
E, por fim, o setor de construção e controle da qualidade é o setor responsável pela fabricação das
peças, subconjuntos e conjunto de caldeiraria e sua montagem. Esta etapa envolve os profissionais de tra-
çagem de caldeiraria, caldeireiros e encanadores responsáveis pelo corte e dobra de perfil, tubos e chapas.
Também, ensaio não destrutivo para verificação de descontinuidade nas soldas aplicadas nos conjuntos
de caldeiraria e o teste de estanqueidade.
Finalizamos mais uma etapa de conhecimento e partiremos, agora, para conhecer um pouco mais so-
bre as ferramentas manuais, seus tipos, caraterísticas e aplicações.
Introdução a processos de caldeiraria
60

4.3 FERRAMENTAS MANUAIS

As ferramentas manuais servem para folgar, apertar e fixar peças, cortar chapas, perfis e tubos, fabri-
cadas de acordo com suas características de utilização, com diferentes composições químicas e formas
geométricas.
São ferramentas essenciais para a execução das tarefas inerentes à função do profissional da área de
caldeiraria. Elas podem ser confeccionadas com vários tipos de materiais, desde o aço-carbono simples,
até as fabricadas com aços especiais, com cromo e vanádio, podendo ser obtidas através de fundição e
forjamento, passando por tratamento térmico para melhorar suas propriedades mecânicas e, com isso,
aumentar sua vida útil.

Figura 36 -  Caixa de ferramentas manuais


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

É importante que as ferramentas estejam arrumadas dentro de um recipiente adequado para facilitar a
organização e a alocação.

TIPOS E CARACTERÍSTICAS

Dentre as ferramentas manuais, nos aprofundaremos sobre as chaves, visto que essa ferramenta é bas-
tante utilizada nos serviços de montagem e desmontagem de qualquer componente.
Há uma diversidade de chaves para vários tipos de atividades, tendo como principal característica as
variedades de tamanho, peso, tipo de material que são fabricadas, funções que exercem nos serviços, fala-
remos somente sobre as chaves mais usuais nos serviços de caldeiraria.
A chave de boca combinada com estria, a extremidade da estria serve para quebrar o aperto, enquan-
to a parte de boca serve para retirada total da porca ou parafuso de fixação e, conforme aumentamos a
medida da chave, o comprimento do cabo também aumenta. As chaves espina servem para realizar o
4 Caldeiraria
61

alinhamento entre dois furos. As espátulas mecânicas para abertura entre dois flanges, espátulas flexíveis
para retirada das juntas da face dos flanges; já as chaves soquetes utilizadas no cabo catraca manual para
retirada de parafusos e porcas.

APLICAÇÕES

As chaves são utilizadas em todas as atividades que precisam de retirada ou colocação de elementos
de máquinas de fixação, como uma porca ou parafuso e para realizar o corte de um anel de gaxeta ou uma
junta de vedação.

Figura 37 -  Conjunto de ferramentas manuais


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

São também utilizadas para o alinhamento de furos de flanges de uma tubulação, para abertura de dois
componentes que estão unidos, nos ajustes manuais de peças, entre outras situações.

TÉCNICAS E RECOMENDAÇÕES DE USO

As ferramentas, antes de serem manuseadas, devem passar por inspeção para que sejam observadas
suas condições de uso. Veja o que deve ser observado em cada ferramenta:
a) Chaves combinadas: deve-se verificar as condições da boca fixa e estria, quando for apertar ou
folgar um parafuso ou porca;
b) Chaves ajustáveis: deve-se observar as mandíbulas e mordentes, sempre quando utilizar a fer-
ramenta para segurar uma peça;
c) Alicates: deve-se ver seu isolamento, principalmente quando estiver trabalhando com elemento
energizado;
Introdução a processos de caldeiraria
62

d) Martelos e marretas: deve-se observar os cabos nos serviços de impacto de fixação ou retirada
de elementos de caldeiraria, mecânica e outros.

Após a atividade do dia, é preciso armazenar as ferramentas sempre em local adequado, preferencial-
mente em armários ou caixas apropriadas, e mantê-las sempre limpas, preservando sua durabilidade.

4.4 FERRAMENTAS BÁSICAS DE CORTE

As ferramentas básicas de corte são aquelas utilizadas no processo de corte de qualquer tipo de mate-
rial, seja metálico ou não metálico, ferroso ou não ferroso, plástico, borracha ou tecido, e que exige a ação
humana para fazer esta operação.

TIPOS

As ferramentas de corte mais utilizadas nos processos de corte são os arcos de serra para corte de cha-
pas e tubos, cortador a frio de tubos, tesoura de chapa manual, vazador manual para confecção de juntas,
estilete e canivete para cortar juntas.

Alicate de corte Tesoura cortes retos


Alicate de corte frontal
diagonal e curvos

Corte tubo a frio Conjunto de vazadores Tesoura manual curva


manual

Arco de serra com lâmina Canivete Estilete

Quadro 2 - Ferramentas de corte


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018; SENAI DR BA, 2018. (Adaptado).
4 Caldeiraria
63

Para cada tipo de operação, é usada uma ferramenta. Os materiais usados para fabricação dessas ferra-
mentas podem ser aço-carbono, aço ferramenta, aço rápido e metal duro.

CARACTERÍSTICAS

As ferramentas de corte se caracterizam pelo tipo de corte que realizam, pelo seu comprimento total e
largura.
O arco de serra pode ser caracterizado pela quantidade de dentes por polegadas, pela profundidade
do dente e forma da sua lâmina. As tesouras de chapas manuais possuem os tamanhos de 6”, 8”, 10” e
12”, a lâmina estreita é utilizada para cortes em curvas de pequeno raio e lâminas largas para cortes retos
e curtos.
O canivete é ferramenta construída com lamina de aço cortante e perfurante, por isso, faz-se necessário
cuidado ao manusear. Sua dimensão varia de tamanho desde o mais comum de 4”, utilizado no corte de
gaxeta para vedação, podendo ter um sistema de abertura manual ou automático.
O estilete é outra ferramenta cortante utilizada no corte de gaxeta e cortiça para vedação. Tem a lâmina
de corte mais fina do que o canivete, portanto, com resistência menor. O esforço no momento do corte
também deve ser menor do que o esforço utilizado no canivete. Apresentado com diversas dimensões,
é vendido em estojo ou separado, e o material do estilete é composto pela lâmina em aço e o corpo em
plástico ou alumínio.

TÉCNICAS E RECOMENDAÇÕES DE USO

Ao manusear essas ferramentas, faz-se necessário seguir algumas recomendações. Em relação às te-
souras, as lâminas devem estar corretamente afiadas e as articulações devem estar bem ajustadas, com o
mínimo de folga. No caso do canivete e estilete, tomar cuidado com a aresta cortante.
No caso dos arcos de serra, ao colocar a lâmina é preciso verificar a posição da seta, que deve estar no
sentido de corte e ajustada perfeitamente.

DESGASTES, QUEBRA E DEFEITOS

Para que não haja desgaste, quebra ou defeito nas tesouras manuais, é preciso evitar o choque e queda
das lâminas, manter o gume de cortes das lâminas protegido, evitar cortar chapas de aço duro ou arame e
outros materiais de aço temperado.
Já no caso dos arcos de serra, é preciso utilizar a lâmina de serra com a quantidade de dentes adequada
para o corte de cada material e seguir as recomendações dos fabricantes. O canivete pode ser afiado em
pedra de esmeril manual, por pessoa qualificada para o serviço. Os estiletes só devem ser utilizados para
corte de material compatível com sua resistência, para evitar quebras.
Introdução a processos de caldeiraria
64

ARMAZENAMENTO

As ferramentas devem ter um adequado armazenamento, por exemplo, os arcos de serra devem ser
fixados na parede, em quadros de madeira ou em maletas de aço juntamente com as outras ferramentas,
sendo sugerida a retirada da lâmina de serra para evitar a quebra.
As tesouras manuais, após o uso, devem ser limpas e lubrificadas com óleo ou graxa para evitar oxida-
ção.
O canivete e estilete devem ser transportados fechados, por se tratar de uma ferramenta cortante e per-
furante. Após a sua utilização, devem ser limpos para evitar oxidação e armazenados em local sem outras
ferramentas em cima.
4 Caldeiraria
65

RECAPITULANDO

Neste capítulo estudamos sobre o conceito de caldeiraria, que abrange os serviços de fabricação,
construção e montagem. Conhecemos os principais tipos de materiais ferrosos e não ferrosos,
aprendemos que os ferrosos se dividem em aço ao carbono e ferro fundido e os não ferrosos em
alumínio, chumbo, cobre e suas ligas, como o latão e o bronze, entre outros.
Vimos também a forma de obtenção destes materiais ferrosos e não ferrosos, os principais tipos de
ferros fundidos, tubos, chapas e perfis.
Conceituamos cada tipo desses materiais, definimos também as suas características e suas apli-
cações na construção de peças de caldeiraria, a classificação do aço-carbono conforme a norma da
ABNT, seu manuseio e arrumação na área de armazenagem.
No que diz respeito às chapas, vimos como se dá seu processo de fabricação e sua forma comercial.
Conhecemos os variados tipos de perfil e tubos, sua forma comercial, os produtos de caldeiraria que
são obtidos através deles, suas características físicas e funções.
No item relacionado às ferramentas manuais, falamos sobre os tipos, caraterísticas e aplicação de
cada uma delas, as técnicas e recomendações de uso dessas ferramentas e sua conservação.
Conhecemos também algumas ferramentas básicas de corte, seus tipos, características, técnicas e
recomendações para sua utilização, além do seu desgaste, quebras e defeitos e, finalizando, falamos
sobre o seu armazenamento.
Elementos de máquina e mecânica básica

É de suma importância para a sua atuação profissional que você conheça os elementos de
máquina, compreenda suas funções e características.
Os elementos de máquina são componentes que têm como principal função: fixar, unir e
transmitir força e movimentos, além de promover a vedação e servir de guias e apoio para ei-
xos de máquinas e equipamentos industriais. São de extrema importância e contribuem com a
manutenção, na oferta de sobressalentes para condicionamento e reposição de componentes
mecânicos.

Figura 38 -  Elementos de máquina


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os elementos de máquina se classificam em: elementos de fixação; elementos elásticos;


elementos de transmissão; elementos de vedação e elementos de apoio. Nos tópicos a seguir
conheceremos em detalhes cada um deles.
Além dos elementos de máquina, também falaremos sobre os assuntos básicos de mecâni-
ca, tais como: os lubrificantes, elemento importante para eliminar ou reduzir o atrito entre as
peças e atender às necessidades de preservação e melhorias de funcionamento dos motores
Introdução a processos de caldeiraria
68

em geral; apresentaremos também o conceito de manutenção e cada uma de suas classificações, sendo
elas: preventiva, corretiva, preditiva e manutenção autônoma e operacional.

5.1 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

Os elementos de fixação são utilizados em união e fixação entre componentes que incluem o uso de
itens como rebites, parafusos, porcas, arruelas, entre outros, que utilizam métodos específicos.

Quadro 3 - Aplicação dos elementos de fixação


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Montagem com
Montagem com rebites
parafusos e porcas
Os elementos de fixação, normalmente, seguem normas técnicas padronizadas. Porém, ocorrem casos
que há a necessidade de se criar fixação específica, onde o projetista poderá elaborar um projeto e cons-
truir conforme a necessidade.

5.1.1 REBITES

Os rebites são elementos de fixação capazes de unir e fixar estruturas metálicas, tais como: fuselagem
de avião, pontes, etc.
No ambiente doméstico os rebites podem ser encontrados na fixação de cabos de panelas e canecas
de alumínio. Na área industrial podemos encontrar rebites nas estruturas metálicas. As ligações podem ser
feitas por meio de rebites e soldas. Esses dois tipos de junções originam estruturas de elevadas resistências
em comparação com as junções feitas por parafusos ou pinos. Além do mais, quando a junção deve ser
estanque, é decisiva a utilização de solda ou rebites. Caso, por exemplo: das caldeiras, reservatórios e tubos
sujeitos a altas pressões.

Tipos de Rebites

Existe uma variedade de rebites, com aplicações diversas. Podemos encontrar os tipos normalizados
pela norma DIN 123, que fala sobre os rebite de cabeça redonda que é utilizado na vedação e força em
união estanque como caldeiras.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
69

Outro tipo de rebite é o de cabeça estreita regido pela norma DIN 124, utilizado em uniões de estruturas
metálicas que suportam grandes esforços, utilizados nas construções navais e aeronáuticas.
Outro muito utilizado e popular é o rebite chamado de Pop, regido pela norma NBR 9580.
No quadro seguinte podemos visualizar os tipos de rebites normalizados pela ABNT/NBR 9580.

Rebite com cabeça redonda Rebite com cabeça abaulada

Rebite com cabeça cilindrica Rebite com cabeça plana e haste


semitubular

Rebite com cabeça boleada plana Rebite com cabeça escareada


e haste semitubular plana e haste semitubular

Rebite com cabeça abaulada Rebite com cabeça chata


ou escareada ponta de haste cônica

Quadro 4 - Tipos de rebites


Fonte: ABNT NBR 9580, 2015.

Como vimos, os rebites, a depender de sua forma e aplicação, são regulamentados por diferentes nor-
mas. Há também grandes vantagens de uso em relação a outros tipos de fixação, pelo seu baixo custo, é
de fácil aplicação em reparos, sendo utilizados onde a união por solda é de difícil soldabilidade. A maior
desvantagem é o não reaproveitamento após a desmontagem.

SAIBA Para aprimorar seus conhecimentos e saber mais sobre rebites e suas especificações,
MAIS consulte a norma da ABNT NBR 9580.

Como pudemos observar, a utilização dos rebites é uma fixação permanente, ou seja, após a monta-
gem, não podemos desmontar sem que não sejam inutilizados.
Introdução a processos de caldeiraria
70

5.1.2 PARAFUSOS

Os parafusos são elementos de fixação muito utilizados na área comercial, doméstica e industrial. Exis-
tem parafusos para atender diversos tipos de demandas específicas.

TIPOS DE PARAFUSOS

Os parafusos são os principais elementos de fixação utilizados na indústria em geral e podem se apre-
sentar de vários tipos. Veremos os mais comuns a seguir.

Parafuso de cabeça Parafuso de cabeça


Parafuso com Parafuso sem cabeça
redonda com cilíndrica com
cabeça sextavado com rosca total (estojo)
fenda cruzada sextavado interno

Quadro 5 - Tipos de parafusos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os parafusos são aplicados na fixação de madeiras, plásticos, estruturas metálicas e na união e fixação
de conjuntos mecânicos utilizados na indústria naval, de petróleo, gás e energia, petroquímica, química,
entre outras áreas.

5.1.3 PORCAS

Assim como os parafusos, as porcas são os principais e mais usados elementos de fixação, normalmente
fabricadas em materiais metálicos como: aço-carbono, alumínio, latão, bronze, e em alguns casos, plásti-
cos.

TIPOS DE PORCAS

Temos uma variedade de porcas e as mais utilizadas são: as porcas sextavadas de utilização comum,
Parlock ou autotravante, quadradas e a borboleta.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
71

Porca sextavada Porca autotravante Porca quadrada Porca borboleta

Quadro 6 - Tipos de porcas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As porcas são aplicadas auxiliando os parafusos na fixação de componentes ou peças, em madeiras,


plásticos, metais, ou na união e fixação de conjuntos mecânicos utilizados na indústria naval, de petróleo,
gás e energia, petroquímica, química, entre outras áreas.

5.1.4 ARRUELAS

As arruelas têm a função de distribuir, proporcionalmente, a força de aperto entre parafuso e porca em
conjuntos mecânicos montados ou em estruturas metálicas. São aplicadas nas uniões entre parafusos e
porcas com o objetivo de distribuir uniformemente o aperto. Atuação destacada na área industrial.

TIPOS DE ARRUELAS

As arruelas apresentam-se em diversos tipos, como:


a) Lisa;
b) De pressão;
c) Chanfrada;
d) Dentada.
Introdução a processos de caldeiraria
72

Na figura a seguir podemos observar cada um dos tipos de arruelas:

Figura 39 -  Tipos de arruelas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As arruelas têm funções múltiplas que vão além de terem atuação contínua em uma união parafusada
que mantém a pré-carga, evitam a folga espontânea do parafuso devido a vibrações ou cargas em movi-
mento, atuando assim com eficiência em possíveis folgas. 

5.1.5 PINOS

Os pinos são elementos cilíndricos ou cônicos, ocos ou maciços, que servem para alinhamento, fixação
e transmissão de potência. Os pinos têm por finalidade alinhar ou fixar os elementos de máquinas, permi-
tindo uniões mecânicas, uniões em que se juntam duas ou mais peças.

TIPOS DE PINOS

Existe uma variedade de pinos: os cônicos se destacam pela ação de centragem; o cilíndrico demanda
um furo com tolerâncias rigorosas e são aplicados quando o conjunto onde atua sofre esforços cortantes.
Já os pinos elásticos têm elevada resistência ao corte e podem ser tubulares partidos assentados em
furos, ou com variações de diâmetro. O pino guia serve para alinhar elementos de máquina. A distância
entre os pinos deve ser bem calculada para evitar o risco de ruptura.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
73

Pino cônico Pino cônico com rosca Pino cilíndrico Pino elástico

Quadro 7 - Tipos de pinos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os pinos são elementos bastante utilizados no meio industrial, nas ações de travamento e na centrali-
zação de peças, assim como, têm grande atuação como guias de tampas de redutores, facilitando o alinha-
mento dos furos.

5.2 ELEMENTOS ELÁSTICOS

Os elementos elásticos têm papel fundamental atuando e contribuindo para o perfeito funcionamento
de máquinas e equipamentos, em alguns sistemas ou conjuntos mecânicos a exemplo dos automóveis,
amortecendo os impactos e propiciando maior conforto para seus usuários.

Quadro 8 - Exemplos de aplicação dos elementos elásticos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os elementos elásticos têm grande importância, pois atuam nos sistemas de amortecimentos de eleva-
dores, amortecedores dos veículos automotores, em tubulação mecânica, entre outros.
Introdução a processos de caldeiraria
74

5.2.1 MOLAS

As molas são elementos elásticos de grande importância, empregados para absorver energia, como em
suspensão de automóveis; acumular energia, como em relógios; manter elementos sob tensão controlada,
como no caso das válvulas; medir, como em balanças e outros instrumentos.

TIPOS DE MOLAS

As molas são elementos de máquinas que realizam esforços de tração, compressão, torção e flexão. A
seguir conceituaremos alguns tipos de molas mais comuns:
a) Mola helicoidal: nas formas cilíndricas, ou cônica. Trabalha para compressão ou tração;
b) Mola espiral: trabalha para torção. É fabricada de arame ou fita de aço, enrolada em espiral plana
e deforma-se sob a aplicação de um momento torsor3;
c) Mola de torção: fabricada com fios de seção circular ou prismática, para travas, esperas ou molas
de retorno;
d) Mola de flexão: consiste em uma ou várias lâminas de aço, levemente curvas ou planas, sus-
tentadas em uma ponta e carregadas na outra. Uma forma especial de mola de flexão é formada
por feixes de molas, que utiliza várias lâminas de comprimentos diferentes, conseguindo grande
resistência.

No quadro a seguir você visualizará os tipos de molas mais utilizados:

Mola helicoidal Mola espiral Mola de torção Mola de flexão

Quadro 9 - Tipos de molas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As molas são aplicadas para armazenamento de energia, como exemplo dos relógios, brinquedos, re-
torno de válvulas, amortecimento de choques, suspensão automotiva, acoplamentos de eixos, proteção
de instrumentos, distribuição de cargas, estofamento de veículos e colchões.

3 Torsor: é um esforço com tendência ao giro de um objeto em torno do eixo longitudinal, provocando tensões, podendo levar
até a sua quebra.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
75

5.2.2 ANÉIS ELÁSTICOS

Os anéis elásticos são usados para impedir o deslocamento axial4, posicionar ou limitar o curso de uma
peça deslizante sobre um eixo.

Figura 40 -  Exemplo de aplicação de anel elástico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A anel elástico é também conhecido por anel de retenção, de trava ou de segurança.

TIPOS DE ANÉIS ELáSTICOS

A seguir conheceremos os principais tipos de anéis elásticos:


a) Anéis elásticos para canais externos (eixos): anéis normalizados tipo “G” DIN 471, utilizados
para montagens em eixos com diâmetro entre 4 e 1000 mm e trabalham externamente. Anéis
normalizados tipo “RS” DIN 6799, utilizados para montagens em eixos com diâmetro entre 8 e
24mm e trabalham externamente;
b) Anéis elásticos para canais internos (caixas): anéis normalizados tipo “G” DIN 472, utilizados
para montagens em eixos com diâmetro entre 9,5 e 1000 mm e trabalham internamente. Anéis
normalizados tipo “RS” DIN472, utilizados para montagens em eixos com diâmetro entre 4 e 390
mm para rolamentos.

4 Axial: adjetivo de gêneros que qualifica um objeto em forma de eixo.


Introdução a processos de caldeiraria
76

Anel tipo G – Anel tipo RS – Anel tipo G – Anel tipo RS –


Externo Externo Interno Interno

Quadro 10 - Anéis elásticos para canais externos e internos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os anéis elásticos são amplamente utilizados em manutenção de máquinas e equipamentos, sua mon-
tagem pode ser diretamente em um canal no eixo para garantir a fixação e limitar o deslocamento longitu-
dinal ou pode ser montado no interior de caixas de mancais, entre outras aplicações.

5.3 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO

São elementos que formam sistemas capazes de transmitir potência e movimento, transmitindo ener-
gia ou simplesmente alterando sentido da rotação ou variando as rotações para aumentar ou diminuir sua
potência.
Nas ilustrações seguintes, podemos ver exemplos de diversos sistemas de transmissão:

Transmissão por correia Transmissão por corrente

Transmissão por engrenagem Transmissão por cabo de aço

Quadro 11 - Tipos de transmissão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
77

Com esses elementos são montados os sistemas de transmissão que transferem potência e movimento.

5.3.1 Chavetas

As chavetas são imprescindíveis e indispensáveis para os eixos, pois será o principal elemento na liga-
ção e fixação dos acoplamentos entre eixos.
O seu corpo tem um formato peculiar, é prismático5, podendo ter faces paralelas ou inclinadas, em
função da grandeza do esforço e tipo de movimento que deve transmitir. Normalmente, são fabricadas em
aço-carbono.

Tipos e aplicações

Existem alguns tipos de chavetas. Apresentaremos a seguir as mais comuns:


a) Chaveta tipo cunha (ABNT-PB-121): empregada para unir elementos de máquinas que devem
girar;
b) Chaveta tipo encaixada (DIN 141, 490 e 6883): é a chaveta mais comum e sua forma corres-
ponde ao tipo mais simples de chaveta de cunha;
c) Chaveta de disco ou meia-lua tipo Woodruff (DIN 496 e 6888): é uma variante da chaveta
paralela, porém recebe esse nome porque sua forma corresponde a um segmento semicircular.

Chave tipo cunha

Chaveta encaixada ou paralela

Chaveta de disco ou
meia-lua tipo Woodruff

Figura 41 -  Exemplo de aplicação de chavetas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

5 Prismático: no caso das chavetas, deverão ser paralelas e na sua aplicação devem seguir uma linha geratriz, que chamamos de
linha de simetria.
Introdução a processos de caldeiraria
78

Existem outros tipos de fixação de ligação entre elementos mecânicos, porém, a união de componen-
tes por chavetas garante o sincronismo das peças, é de baixo custo, fácil fabricação e fácil montagem e
desmontagem.

5.3.2 polias e Correias

Para transmitir potência de uma árvore à outra, alguns dos elementos mais antigos e mais usados são
as correias e as polias. Este tipo de transmissão por correias e polias apresenta as seguintes características:
a) Podem transmitir grande quantidade de energia;
b) Possuem custos relativamente baixos;
c) Tendem a proteger a unidade motora;
d) Possuem rendimento entre 0,96 a 0,98, pois podem apresentar escorregamentos.

As polias e correias são aplicadas em sistemas de transmissão de força e movimento para acionar algum
equipamento, ou inverter rotação, e para decompor um esforço.

Tipos de polias e correias

Os principais tipos de polias e correias utilizadas estão demonstrados no quadro a seguir:

Polias
Polias e
e correias
correias trapezoidais
trapezoidais ou
ou em
em “V”
“V” Polias
Polias e
e correia
correia plana
plana

Polias e correia dentada Polias e correia sincronizada

Quadro 12 - Exemplos de polias e correias


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
79

As maiores vantagens das polias e correias comparadas aos outros meios de transmissão são: possui
baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevada resistência ao desgaste e funcionamento silencioso.

5.3.3 Engrenagens

As engrenagens são rodas dentadas padronizados que servem para transmitir movimento e força entre
dois eixos.

Figura 42 -  Engrenagens montadas com eixo e chaveta


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As engrenagens são aplicadas em sistemas de transmissão de força e movimento para acionar máqui-
nas e equipamentos, ou inverter rotação, e para decompor esforços.

Tipos de engrenagens

Existem vários tipos de engrenagens, que são escolhidas de acordo com sua função:
a) Cilíndricas de dentes helicoidais: podem ser utilizadas para transferir energia entre eixos não
paralelos e quando requer redução de ruídos;
b) Com dentes internos: quando requer captar altas velocidades de um do motor, convertendo
em grandes torques (força) e ocupar poucos espaços;
c) Cremalheira: mudar o sentido do movimento de circular em movimento retilíneo;
d) Com dentes retos: transmissão de elevada potência com menor esforço sobre os mancais;
e) Com dentes em V: quando requer segurança na utilização em serviços de maior exigência sem
riscos a grandes demandas de trabalhos;
f) Cônica com dentes em espiral: quando requer serviços com baixo ruído e grande potência,
podendo ser aplicadas para eixos que podem ou não ser perpendiculares;
Introdução a processos de caldeiraria
80

g) Parafuso sem-fim (pinhão) e coroa: este conjunto é usado quando requer grande relação de
transmissão, suavidade da transmissão sem geração de vibrações ou ruído em consequência do
permanente contato entre as peças;
h) Cônica com dentes retos: é uma engrenagem com uma face angulada, com os dentes dispostos
ao longo do lado do cone, aplicada quando requer a montagem com outra engrenagem forman-
do um ângulo reto (90º).

Na figura a seguir são apresentados os principais tipos:

Figura 43 -  Tipos de engrenagens


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Você saiba que a cremalheira também é considerada uma engrenagem?


CURIOSIDADES Pois é, ela é uma engrenagem sem fim, que transforma o movimento cir-
cular em movimento retilíneo.

Os diversos tipos de engrenagens são utilizados de acordo com a finalidade, que pode ser devido à
necessidade de redução de ruídos, grandes reduções de transmissão, mudança de direção, combinação
redução no espaço físico, etc.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
81

5.3.4 Acoplamentos

Os acoplamentos são componentes normalizados, como elementos de conexão e união entre os eixos
do equipamento acionador e acionado.
Os acoplamentos são usados na união de peças em especial nos eixos de máquinas e equipamentos,
para compensar desalinhamentos, absorver choques e vibrações, transmitir esforço de torques e atuar
como dispositivo de segurança.

TIPOS DE ACOPLAMENTOS

Existem diversos tipos de acoplamentos, que são selecionados de acordo com a sua necessidade, tais
como: fixos e rígidos; elásticos e plásticos e móveis, conforme pode ser observado no quadro a seguir.

Acoplamento
Acoplamento fixo Acoplamento móvel
elástico/flexível

Quadro 13 - Tipos de acoplamentos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018; SENAI DR, 2018.

Os acoplamentos são normalizados pela ABNT, são comercializados já fundidos, cabendo ao usuário
apenas usinar o furo interno e montar no eixo.

5.4 Elementos de apoio

São acessórios auxiliares que protegem o funcionamento de máquinas e equipamentos. Um dos mais
importantes são os mancais de rolamento, que são elementos de apoio que funcionam conjuntamente en-
tre os apoios móveis e fixos, cuja principal vantagem é a redução dos esforços sobre as caixas de mancais
ou alojamentos, contribuindo com a redução do atrito entre as partes e, consequentemente, o desgaste
prematuro.

5.4.1 ROLAMENTOS

São elementos de máquina que servem de guia em que se apoiam os eixos e funcionam como um
dispositivo, cuja finalidade dentro do equipamento é reduzir o atrito dos eixos com a caixa de mancal,
fazendo com que toda carga de contato seja transferida para o próprio rolamento.
Introdução a processos de caldeiraria
82

TIPOS DE ROLAMENTOS

Os rolamentos podem ser de esferas, de rolos e de agulhas, conforme pode ser visualizado no quadro
a seguir:

Rolamento de esferas Rolamento de rolos Rolamento de agulhas

Quadro 14 - Tipos de rolamentos


Fonte: SHUTTERSTOCK, SENAI DR BA, 2018.

Os rolamentos têm como principal característica a função de proteger os eixos e as buchas de contato
direto, pois se entrarem em contato direto sofrerão desgaste pelo atrito.

CASOS E RELATOS

Importância da manutenção e preservação dos equipamentos


Em uma usina de açúcar, AÇUCARIL LTDA, localizada no recôncavo baiano, na cidade de Santo Ama-
ro, o caminhão de transporte de cana-de-açúcar que transportava canas do canavial até a usina para
processamento, começou dando sinais de ruído na roda dianteira.
A princípio sem incômodo, com o passar do tempo o ruído aumentou, o motorista por precaução
levou o caminhão até a oficina, onde após o diagnóstico dos mecânicos, relatou que não era nada
relevante e que o caminhão poderia retornar as suas atividades.
Após alguns dias de árduo trabalho na lavoura, a roda do caminhão se desprendeu do sistema de
suspensão dianteira. O caso foi considerado negligência do motorista, que foi acusado de não ter
feito a manutenção preventiva, o que evitaria o acidente, pois o caminhão vinha dando sinais da
necessidade da manutenção.
Após as investigações do ocorrido, o motorista foi inocentado, pois havia evidências de que o camin-
hão havia sido levado à oficina. O problema constatado foi devido ao travamento do rolamento,
causado pelo estrangulamento da junta de vedação, que permitiu a entrada de impurezas no rola-
mento, levando ao travamento e à quebra, consequentemente, a transferência de esforços à suspen-
são, levando a ruptura de alguns parafusos de fixação da roda com o eixo na suspensão.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
83

O que nos leva esta lição? Se o motorista fosse ouvido, pelos mecânicos que são os especialistas e
tivesse ocorrido a manutenção preventiva, que seria simplesmente a substituição do anel de vedação
e a sua lubrificação, não haveria o agravamento do desgaste, levando a necessidade da manutenção
corretiva devido ao dano do rolamento até a quebra dos parafusos e desprendimento da roda, com
prejuízos à produção, maior custo da manutenção e o risco se causar acidentes graves a humanos e
maiores prejuízos materiais à usina.

Os rolamentos são componentes que têm aplicações diretas e constantes em conjuntos ou equipa-
mentos rotativos. O seu objetivo é dar uma condição de equilíbrio e segurança durante o funcionamento.

5.5 Elementos de Vedação

Os elementos de vedação são peças mecânicas, geralmente à base de borracha, náilon, teflon, juntas de
papelão, cortiças, etc., utilizadas com o objetivo de não permitir vazamentos de fluidos.
São aplicados em regiões geralmente de passagem de óleo ou outro produto líquido. Todos e qualquer
equipamento industrial de qualquer seguimento, que tenham circulação de óleo ou outros fluidos, usam
esses tipos elementos de vedação.

Tipos

Os elementos de vedação mais usados na mecânica, dentre as diversidades de componentes de veda-


ção disponíveis no mercado, são: os anéis O’rings, retentores e junta de papelão.

O’ring Retentor Junta de papelão

Quadro 15 - Tipos de vedação


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os anéis O’rings são bastante eficientes nas vedações, porém, devemos tomar bastante cuidado com a
peça que irá acomodar a vedação, para que estejam em bom estado de conservação, com bom acabamen-
to superficial, isenta de limalhas e outras sujeiras a fim de não cortar a borracha.
Introdução a processos de caldeiraria
84

5.6. Lubrificantes

Os lubrificantes são substâncias de origem animal ou vegetal ou do petróleo, refinados industrialmente,


para eliminar ou reduzir o atrito entre as peças, atender as necessidades e melhorias de funcionamento dos
motores em geral. Os óleos derivados do petróleo, são denominados como óleo mineral.
A seguir veremos os lubrificantes mais utilizados, que são: fluidos refrigerantes, fluidos de corte, óleos
e graxas.
a) Fluido de corte: é aquele líquido aplicado na ferramenta e no material que estão sendo usina-
dos, a fim de facilitar a operação do corte. Os fluidos de corte são utilizados na indústria com a
função de refrigerar, lubrificar, proteger contra a oxidação e limpar a região da usinagem;
b) Óleos: têm a finalidade de lubrificar equipamentos mecânicos, a fim de reduzir o atrito, resfriar e
evitar o desgaste, e os travamentos;
c) Graxa: nome popular dado a lubrificantes pastosos compostos ou de alta viscosidade, elabora-
dos de misturas de óleos lubrificantes minerais e seus aditivos, atuando como agente espessador.
Normalmente, utilizado em áreas não abrigadas ou para lubrificação específica, como para pre-
servação em áreas altamente contaminantes e corrosivas.

Fluido de corte Óleos

Aplicação de graxa

Quadro 16 - Tipos de lubrificantes


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
85

Os lubrificantes têm como principal finalidade evitar o contato entre as partes móveis e fixas, reduzindo
atritos, refrigerando, preservando e evitando a penetração de impurezas nos componentes industriais,
agrícolas, etc., podendo ser oferecidos no estado sólido (grafite), pastoso (graxa) e líquidos (óleos lubrifi-
cantes e o fluido para refrigeração).

5.7 Manutenção

A manutenção é uma ação de manter, sustentar, reparar, corrigir ou conservar máquinas e/ou equipa-


mentos. 
O termo manutenção também pode estar associado à conservação periódica, ou seja, com os cuidados
e consertos corretivos, preventivo, ou preditivos e até verificações rotineiras que são feitos entre deter-
minados períodos de tempo, com o intuito de preservar o patrimônio de uma empresa. Conheceremos a
seguir a ação de cada manutenção nas máquinas e equipamentos:
a) Corretiva: como o próprio nome diz, este tipo de manutenção significa deixar o equipamento
trabalhar até danificar e atuar após a quebra, para corrigir o problema. A manutenção corretiva
significa restaurar ou corrigir o funcionamento da máquina; 
b) Preventiva: é uma ação planejada e sistemática de tarefas de prevenção de forma constante
e envolve programas de inspeção, reformas, reparos, entre outros. A manutenção preventiva é
a monitoração de um determinado objeto estudado para evitar que ele apresente erros ou se
quebre;
c) Preditiva: é a manutenção periódica de máquinas e equipamentos, baseada na análise de dados
coletados através de monitoração ou inspeções em campo. O objetivo da manutenção preditiva
é a verificação pontual do funcionamento dos equipamentos, antecipando eventuais problemas
que possam causar gastos maiores, como a manutenção corretiva;
d) Manutenção autônoma e operacional: proporciona a melhoria da eficiência dos equipamen-
tos, desenvolvendo a capacidade dos operadores para a execução de pequenos reparos e inspe-
ções, mantendo o processo de acordo com padrões estabelecidos, antecipando-se aos proble-
mas potenciais.
Introdução a processos de caldeiraria
86

Manutenção corretiva Manutenção preventiva

Manutenção preditiva Manutenção autônoma e


operacional

Quadro 17 - Tipos de manutenção


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Toda e qualquer manutenção deve ser uma prática constante em qualquer processo e/ou equipamen-
to, pois uma interrupção inesperada da produção traz problemas, tanto de ordem econômica, como de
qualidade do produto, no entanto, a manutenção planejada traz menos transtornos, pois evita desgaste
com atrasos na entrega de produtos aos clientes, reduz os índices de acidentes de trabalho e os custos com
os reparos são reduzidos.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
87

RECAPITULANDO

Neste capítulo falamos sobre os elementos de máquina utilizados na indústria em geral, os tipos de
manutenção básica com seus lubrificantes.
Compreendemos a finalidade de utilizarmos os componentes de fixação, nos serviços com chapas,
os componentes de aperto e fixação com grande diversificação de dispositivos, como: parafuso, por-
ca, arruela, anéis elásticos e rebites.
Vimos os variados tipos de pinos com seus perfis e aplicações específicas, também os elementos
elásticos dando maior flexibilidade e conforto em seus amortecimentos e concedendo dilatações
quando solicitados, os anéis elásticos propiciando maior segurança na fixação de componentes
móveis, tanto no sentido longitudinal como no transversal.
Estudamos sobre os elementos de transmissão dos mais variados e com suas aplicações específicas
transferindo potência e movimentos, as chavetas na união e no seu poder de transferir torques a
seus componentes.
Entendemos o uso de polias e correias na transmissão silenciosa e de baixo custo em comparação
às engrenagens, mesmo com sua enorme gama de diferentes tipos e construções complexas e de
alto custo.
Vimos acerca dos acoplamentos na união e alinhamento de peças, em especial nos eixos de máqui-
nas e equipamentos rotativos. Os rolamentos com suas diversas configurações que são montados
em mancais onde são apoiados os eixos, reduzindo o atrito e desgastes prematuros.
Estudamos os elementos de vedação com seus variados materiais na sua composição para evitar
fugas de fluídos e proteção de entrada de contaminantes nos equipamentos.
Aprendemos sobre os lubrificantes que tanto são usados para refrigerar, lubrificar, proteger contra
a oxidação, etc.
Por fim, vimos os tipos de manutenção existentes para serem aplicados onde melhor convier na
preservação e conservação dos equipamentos.
Saúde, segurança e meio ambiente

Com o constante desenvolvimento da sociedade, percebeu-se a necessidade de uma aten-


ção especial com a saúde, segurança e meio ambiente. A segurança e medicina do trabalho
obtiveram grande desenvolvimento, possibilitando muitos avanços nos métodos aplicados à
garantia da saúde e segurança dos trabalhadores no exercício de suas profissões.
Em todo ambiente de trabalho, a garantia da saúde e segurança deve ter papel primordial.
Para a obtenção de tal garantia, é necessário um trabalho em conjunto, onde a empresa deve
oferecer as condições de trabalho desejáveis, bem como promover a conscientização dos tra-
balhadores em relação aos riscos que estão expostos e as medidas de segurança e saúde que
devem ser adotadas. Em contrapartida, os trabalhadores devem assimilar todas essas informa-
ções e seguir à risca as medidas implementadas.

Figura 44 -  Segurança no trabalho


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Assim como houve bastante evolução nas questões envolvendo saúde e segurança, ocor-
reu o mesmo em relação às questões ambientais.
Introdução a processos de caldeiraria
90

Cada vez mais a sociedade preocupa-se com os impactos gerados ao meio ambiente. Nos processos
industriais, a destinação de resíduos, coleta seletiva, reciclagem e produção mais limpa são temas cada vez
mais presentes, tendo como objetivo a preservação ambiental.
Neste capítulo estudaremos os aspectos relacionados à saúde e segurança do trabalho, bem como à
preservação do meio ambiente.

6.1 NR

Em diferentes segmentos da sociedade, existe um conjunto de medidas específicas adotadas para o


funcionamento adequado de um processo. Como exemplo, podemos citar a convivência em um condo-
mínio, a atuação de um profissional dentro de uma empresa e até mesmo a disputa de um clube em uma
competição esportiva.
Em todos esses casos existe um conjunto de normas preestabelecidas que servirão como base para que
todos os envolvidos possam seguir, estando cientes de que o não cumprimento poderá gerar problemas e,
consequentemente, punição para o causador. Esse conjunto de normas é conhecido como regulamento.

conceito

As normas regulamentadoras (NR) consistem em uma série de medidas padrão obrigatórias relaciona-
das à saúde, segurança do trabalho e meio ambiente. Elas têm como principal objetivo garantir a saúde e
integridade física dos trabalhadores no exercício de suas profissões, bem como colaborar com a preserva-
ção ambiental.

aplicação

As normas regulamentadoras são divididas de acordo com o tipo de trabalho realizado. Para os traba-
lhos com caldeiraria, por exemplo, podem ser aplicadas as seguintes normas:
a) NR 13 - Caldeiras e vasos de pressão: estabelece requisitos de saúde e segurança dos trabalhos
com vasos de pressão e tubulações;
b) NR 20 - Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis: estabelece requisi-
tos de segurança contra os riscos apresentados nos trabalhos com inflamáveis e combustíveis;
c) NR 25 - Resíduos industriais: estabelece os métodos para manuseio e destinação dos resíduos
gerados na indústria;
d) NR 33 - Segurança e saúde em ambientes confinados: estabelece requisitos para monitora-
mento e controle de riscos existentes nos trabalhos em espaços confinados;
e) NR 35 - Trabalho em altura: estabelece medidas de proteção para os trabalhadores envolvidos
nesta atividade.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
91

Observe que a norma regulamentadora 13 é comum a todo tipo de trabalho de caldeiraria; já as demais
poderão ser aplicáveis de acordo com a natureza do serviço, por exemplo, se o trabalho será em ambiente
confinado, em altura elevada ou com a presença de inflamáveis ou combustíveis.

acesso

As normas regulamentadoras possuem extrema importância, logo, é importante que todos saibam
onde consultá-la a fim de se aprofundar nos conhecimentos sobre os requisitos de segurança.
A lista completa das normas regulamentadoras está disponível no site oficial do Ministério do Trabalho,
tendo fácil acesso para consulta e aprofundamento de conhecimentos.

6.2 comissão interna de PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)

A CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - é composta por representantes dos emprega-
dos, escolhidos por votação e por representantes dos empregadores, indicados diretamente.
Todas as empresas com vinte ou mais funcionários devem, obrigatoriamente, possuir uma CIPA. Todo o
regulamento relacionado a esta comissão está descrito na norma regulamentadora 5.
O objetivo da CIPA é desenvolver trabalhos preventivos que promovam a saúde e a segurança de todos
os trabalhadores da organização.

Figura 45 -  Comissão interna de prevenção de acidentes


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Dentre os principais trabalhos realizados pela CIPA, podemos citar a elaboração do mapa de riscos am-
bientais, que identifica os tipos e intensidade de riscos existentes em cada setor de trabalho através de um
gráfico; divulgação e promoção do cumprimento das normas regulamentadoras.
Introdução a processos de caldeiraria
92

6.3 Grupo de Educação em Prevenção de Acidentes (GEPA)

Esse grupo é responsável por desenvolver treinamentos visando a conscientização dos trabalhadores
em relação ao conhecimento e cumprimento das medidas preventivas de acidentes adotadas.
Ele pode ser composto por especialistas da própria empresa e coordenado pela Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA).

6.4 Campanhas de segurança

Uma campanha de segurança é um método utilizado para reforçar a conscientização dos trabalhadores
em relação às responsabilidades que devem ser adotadas para a execução de um trabalho com segurança
e saúde.
As campanhas de segurança se utilizam de técnicas diferenciadas para promover um maior foco nesse
assunto. A demonstração de vídeos, materiais escritos ou relatos de acidentes e doenças decorrentes do
exercício do trabalho são exemplos de técnicas utilizadas nessas campanhas.

Figura 46 -  Campanha de segurança


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Nas campanhas de segurança pode ser demonstrado o histórico de acidentes em determinados perío-
dos, bem como as melhorias implementadas e as metas para os próximos períodos.

6.5 Organização do local de trabalho

A organização do local de trabalho é um fator que colabora de diversas formas para com o trabalhador.
Um ambiente organizado irá colaborar com a saúde através da promoção do bem-estar, da diminuição do
estresse e de uma melhor ergonomia, visto que em um ambiente desorganizado perde-se tempo procu-
rando e movimentando itens para a execução de um trabalho.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
93

Um ambiente organizado também ajuda a evitar acidentes. Um ambiente onde os materiais de traba-
lho ficam espalhados gera riscos para o trabalhador, podendo ocasionar acidentes. Logo, é importante que
cada coisa esteja em seu devido lugar, proporcionando um ambiente saudável, seguro e produtivo.

Figura 47 -  Local de trabalho organizado


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Manter o local de trabalho limpo também é um fator que colabora para a saúde. Ambientes sujos po-
dem proliferar bactérias que prejudicarão a saúde do trabalhador, por isso, é importante reservar um tem-
po para colaborar com a manutenção da limpeza do ambiente.
A iluminação do ambiente e a sinalização de segurança também estão ligadas à organização do am-
biente de trabalho. Uma boa iluminação possibilita um ambiente salubre, evitando desconfortos na visão.
Ela também ajuda a evitar acidentes, uma vez que os trabalhadores poderão visualizar bem os riscos, bem
como as sinalizações de segurança existentes.

A DO CUIDADO
CUID O USO DE E.P.I.
UE É PARA SUA
CHOQ CO SEGURANÇA
RI
ELÉT

O
CUIDAD MAN
EM
TOR UTEÇ
CONDU ÃO
ICO
ELÉTR

Figura 48 -  Sinalização de segurança


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Introdução a processos de caldeiraria
94

O transporte, manuseio e armazenamento de materiais deve ser realizado levando-se em consideração


a segurança e a organização do ambiente de trabalho. Sinalizações devem ser realizadas durante o trans-
porte e manuseio dos materiais. Estes, por sua vez, devem ser armazenados em locais adequados, que não
ofereçam riscos aos trabalhadores.

6.6 Agentes agressores à saúde

Os agentes agressores à saúde podem ser físicos, químicos ou biológicos:


a) Os agentes físicos: são as diversas formas de energia que possam afetar o trabalhador, são elas:
ruídos, temperaturas extremas, pressões anormais, radiações, etc.;
b) Os agentes químicos: são substâncias que podem ser inaladas, ou em alguns casos absorvidas
pela pele ou ingeridos, por exemplo: névoas, neblinas, gases ou vapores, etc.;
c) Os agentes biológicos: são organismos, a exemplo de vírus, bactérias, fungos, parasitas, etc.

FIQUE Nunca esqueça de utilizar os equipamentos de proteção individual de acordo com o


ALERTA tipo de risco ao qual está exposto.

As empresas têm por obrigação desenvolver metodologias para garantir a saúde e segurança dos tra-
balhadores, frente aos agentes agressores existentes.

6.7 Destinação de resíduos

Os resíduos são substâncias sólidas, líquidas, gasosas ou combinação dessas, provenientes de deter-
minadas atividades. No caso da indústria, eles provêm dos processos industriais e podem ser nocivos aos
seres vivos e ao meio ambiente.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
95

CASOS E RELATOS

Implementando a destinação correta de resíduos


A Ultraprocessos é uma empresa atuante no processamento químico há poucos anos, buscando o
desenvolvimento dos seus processos e competitividade econômica no mercado nacional.
A Ultraprocessos está prestes a fechar um grande contrato, mas este cliente requer que todas as
empresas com quem trabalha possua certificação ISO 14000, garantido assim que elas possuam
consciência ambiental.
Osmar é diretor da empresa. Ele sempre focou no desenvolvimento econômico da empresa, mas a
partir desse evento inicia trabalhos mais aprofundados de como a empresa tem encarado a questão
ambiental.
Mapeando detalhadamente os resíduos gerados pelo processamento da Ultraprocessos, Omar per-
cebeu que alguns resíduos químicos estavam sem destinação correta, afetando a fauna e a flora de
uma determinada região. Todos imediatamente trabalharam em função de solucionar este grave
problema.
Através da consultoria de um especialista ambiental, Omar pôde implementar um sistema de trata-
mento e destinação correta dos resíduos em questão. Ele também iniciou um processo de restau-
ração da área afetada anteriormente.
Ao final do acontecido, todos na empresa adquiriram uma maior consciência ambiental, entenden-
do que cuidados devem ser redobrados para que os processos da empresa não afetem negativa-
mente o meio ambiente.

Devido a essas características nocivas, os resíduos não podem ser descartados livremente na natureza.
A norma regulamentadora 25 – Resíduos Industriais, apresenta uma série de medidas, métodos, equipa-
mentos, dispositivos, medidas de saúde e segurança para o correto manuseio e destinação dos resíduos.

SAIBA Para aprofundar seus conhecimentos sobre destinação de resíduos, consulte a norma
MAIS regulamentadora 25 – Resíduos Industriais, no site oficial do Ministério do trabalho.

Cada tipo de resíduo terá particularidades na sua forma de manuseio e destinação correta. Dentre tais
resíduos, podemos citar os tóxicos, radioativos e de alto risco biológico.
Introdução a processos de caldeiraria
96

6.8 Coleta seletiva

A coleta seletiva consiste em separar todo o material que será descartado de acordo com sua composi-
ção. Essa técnica é aplicada para materiais recicláveis, justamente para facilitar o processo de reaproveita-
mento e, consequentemente, o impacto ambiental.

NÃO L
LÁVE
RECIC
L
META
VIDRO
ICO
PLÁST
PAPEL

Figura 49 -  Coleta seletiva


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As cores utilizadas para representar cada tipo de material seguem um padrão, facilitando o processo de
coleta seletiva.

6.9 Campanhas de conscientização

Assim como existem as campanhas voltadas para a saúde e segurança, existem também as campanhas
para conscientização ambiental.
Por muito tempo o meio ambiente sofreu com impactos gerados descontroladamente pelo homem, o
foco estava apenas no desenvolvimento econômico e pouco se importava com a preservação ambiental.
Com o passar dos anos, percebeu-se a consequência dos impactos gerados ao meio ambiente: poluição,
destruição da camada de ozônio, diminuição de mananciais, extinção de animais, agravamento do efeito
estufa, etc.
A partir desse momento, até os dias atuais, vários acordos foram desenvolvidos visando um desenvolvi-
mento sustentável, com medidas que preservem o meio ambiente e que punam todos aqueles que gerem
degradações ao mesmo.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
97

Figura 50 -  Conscientização ambiental


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Além das empresas, também é preciso transmitir às pessoas a importância de se preservar o meio am-
biente. Para isso, é necessário mostrar como cada um pode contribuir na diminuição dos impactos gera-
dos. As campanhas de conscientização devem alertar a todos no que diz respeito ao papel individual e
coletivo para a preservação do meio ambiente.

6.10 Qualidade ambiental

A qualidade ambiental estuda condições, tanto do ambiente natural, quanto do ambiente construído,
que afetam diretamente a qualidade de vida dos seres vivos, especialmente os seres humanos. Dentre as
principais condições estudadas, podemos citar: a qualidade do ar e da água.
No Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), junta-
mente com o Ministério do Meio Ambiente, ficam responsáveis por propor as normas e padrões de quali-
dade ambiental.
O poder público, juntamente com a polícia ambiental, fica responsável pela fiscalização, punindo todos
que descumprirem as normas.

Reciclagem dos resíduos

A reciclagem dos resíduos contribui diretamente para a qualidade ambiental, uma vez que resíduos
lançados na natureza podem comprometer a qualidade da água, do ar e do solo. Alguns desses resíduos
podem durar dezenas ou centenas de anos antes de se decompor, logo, o reaproveitamento contribui
consideravelmente para a diminuição dos impactos ao meio ambiente.
Introdução a processos de caldeiraria
98

6.11 Norma ISO 14000

Com a evolução da consciência ambiental ao longo dos anos, foi desenvolvida a norma ISO 14000. Ela
foi criada para reforçar, estimular e orientar as empresas a respeito dos cuidados ambientais a serem to-
mados.

CONCEITO

A norma ISO 14000 determina diretrizes para que as empresas possam implementar o Sistema de Ges-
tão Ambiental (SGA). Desta forma, a empresa deve implementar os melhores métodos visando uma pro-
dução com práticas sustentáveis, pensando sempre na preservação ambiental.

aplicação

A norma ISO 14000 pode ser aplicada em diversos tipos de indústria, apresentando diretrizes para que
os impactos ambientais gerados a partir do processo produtivo sejam minimizados ao máximo.

A norma ISO 14000 foi desenvolvida em 1993 por membros de diversos


CURIOSIDADES países componentes da International Organization for Standardization
- ISO (Organização Internacional de Normalização).

Para que os resultados apresentados sejam satisfatórios, é preciso que a empresa e seus funcionários
estejam alinhados no mesmo objetivo, seguindo as diretrizes de forma correta. Treinamentos e palestras
são desenvolvidas a fim de conscientizar cada um a respeito do cumprimento do seu papel.
As empresas que conseguem implementar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) recebem o certificado.
Isso significa que ela possui responsabilidade ambiental.
Atualmente, a certificação na norma ISO 14000 é um requisito solicitado por muitas empresas que de-
sejam iniciar uma relação comercial.

6.12 produção mais limpa (p+l)

A produção mais limpa consiste em uma metodologia para a execução de um processo eficiente, uti-
lizando o mínimo de matéria-prima e energia possíveis, visando a diminuição da geração de resíduos e
emissões.
Para que a geração de resíduos seja minimizada, é adotada a prática de reciclagem. Para os resíduos e
emissões não recicláveis, realiza-se o tratamento e a destinação correta.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
99

O tipo de energia utilizado no processo também deve seguir o contexto, devendo ser a mais limpa pos-
sível. São exemplos de energia limpa: eólica, solar e nuclear.

RECAPITULANDO

Neste capítulo estudamos saúde, segurança e meio ambiente, importantes assuntos que obtiveram
muito desenvolvimento ao longo dos últimos anos.
Vimos que as normas regulamentadoras desenvolvem medidas relacionadas à saúde, segurança do
trabalho e meio ambiente. Estas medidas devem ser seguidas obrigatoriamente pelas empresas.
Em seguida, conhecemos a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), uma equipe for-
mada por funcionários da empresa que fica responsável por desenvolver trabalhos preventivos para
promover a saúde e segurança dos trabalhadores. Associado à CIPA, o Grupo de Educação em Pre-
venção de Acidentes (GEPA) fica responsável por desenvolver treinamentos de saúde e segurança
para os trabalhadores.
Aprendemos acerca da importância das campanhas de segurança para a conscientização.
Estudamos sobre organização no local de trabalho e que um ambiente limpo, organizado e ilumi-
nado colabora para a prevenção de acidentes e para a saúde do trabalhador.
Conhecemos os agentes agressores, dos tipos físicos, químicos e biológicos, podendo causar doen-
ças ao trabalhador, caso esteja desprotegido.
Em relação à preservação do meio ambiente, vimos: destinação de resíduos coleta seletiva, campan-
has de conscientização, qualidade ambiental e norma ISO 14000, importantes temas para promover
a realização de um desenvolvimento sustentável.
Qualidade

A palavra qualidade é originária do latim, qualitate, e se resume em uma busca da melhoria,


em todos os setores pertinentes à vida humana, vegetal, mineral e animal. Com o passar dos
tempos, a busca pela garantia da qualidade total passou a ser uma finalidade mútua entre a
maioria dos países do mundo.

QUALIDADE

Figura 51 -  Qualidade
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Algumas empresas começaram a entender que apenas entregar o produto ou serviço con-
tratado não era o suficiente para motivar o cliente e passar uma boa imagem da empresa. Além
disso, faz-se necessário fidelizar o cliente e manter a equipe interna motivada, mantendo o
mesmo padrão em todos os produtos. Diante disso, é importante desenvolver um padrão para
segui-lo em todos as etapas de fabricação ou prestação de serviço, com isso, obter a qualidade.
A norma ABNT NBR ISO 9001:2015 estrutura como implantar um sistema de gestão da qua-
lidade em uma organização, para que todos os serviços/produtos tenham o mesmo padrão de
qualidade.

SAIBA Para conhecer mais sobre o assunto, no que tange à norma ABNT NBR ISO
9001:2015, consulte o livro: PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualida-
MAIS de, teoria e prática. 3ª Edição, Ed. Atlas, 2012.

O que possibilita essa universalidade da norma são os princípios que ela adota, que estão
de acordo com a ABNT NBR ISO 9000, que são: foco no cliente, liderança, engajamento das pes-
soas, abordagem de processo, melhoria, tomada de decisão baseada em evidências e gestão
Introdução a processos de caldeiraria
102

de relacionamento. Sua base se concentra em 02 itens: o primeiro é no ciclo PDCA, o segundo é manter o
foco na mentalidade de risco, tirando proveito das oportunidades e prevenindo resultados indesejáveis.
Nesse capítulo, vamos estudar as ferramentas que auxiliam para manter a qualidade em todos os setores
da organização.

7.1 PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA

Podemos começar a falar desse tema definindo como uma maneira de limpar um determinado ambien-
te, aplicando uma sistemática de descarte e utilidade, a fim de manter o local apropriado para o exercício
da atividade.
A base da organização, propriamente dita, está contida dentro de um organograma, elaborado preven-
tivamente, buscando chegar a uma condição de trabalho confortável e produtiva. Dessa forma, consegui-
mos atingir o objetivo de desenvolver qualquer tipo de tarefa que seja solicitada, com o menor tempo e
evitando desperdício.
Na condução de um trabalho de limpeza, é sempre importante um trabalho em equipe, devido a va-
riedades de situações que podem ocorrer e a atenção aos procedimentos de execução de cada atividade,
principalmente no que se refere à organização. As ideias vão surgindo e alguém vai elaborar os planos para
o passo seguinte.

FIQUE Ao realizar a limpeza, é necessário obedecer às regras de segurança, instituídas na


organização e sempre que fizer a separação, o que for descartado, deverá ser jogado
ALERTA fora obedecendo a coleta seletiva aplicada na empresa.

É necessário realizar o planejamento de cada atividade, levando em consideração: simplificação, não


complicar; organização, tudo no seu devido lugar e identificado; disciplina, manter a organização, limpeza,
manter o local agradável; visibilidade, elaborar um leiaute para rápida identificação, localização e informa-
ção; e participação, conscientizar que cada pessoa é responsável por praticar as ações do planejamento.

7.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

As ferramentas da qualidade foram instrumentos criados com a finalidade de atender dentro dos cam-
pos profissionais, a uma exigência de se garantir antes, durante e depois de um processo de confecção de
um produto ou prestação de serviço, um padrão de qualidade em todos os itens fornecidos.
As ferramentas da qualidade mais utilizadas nas organizações são:
a) Carta de controle: é um gráfico com limite de controle que permite o monitoramento dos pro-
cessos;
7 Qualidade
103

b) Diagrama de Pareto: é um diagrama de barra que ordena as ocorrências mais vitais;


c) Diagrama de dispersão: é um gráfico que faz a correlação entre duas variáveis, para demonstrar
a interação em que ambas estão;
d) Diagrama de Ishikawa: através do diagrama, consegue-se identificar a causa de um problema e
o efeito decorrente do mesmo, levando sempre à causa raiz;
e) Folha de verificação: planilha para coleta de dados, que permite visualizar com agilidade os
dados pertinentes a um problema.

Figura 52 -  Principais ferramentas da qualidade


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Além das ferramentas citadas, temos outras como o histograma e o fluxograma. O histograma é um
gráfico de frequência, que tem como finalidade apresentar uma variação de valores. Já o fluxograma é um
tipo de diagrama que representa esquematicamente um processo passo a passo. Mais adiante falaremos
mais sobre eles.

Anteriormente, as empresas começavam as atividades para depois im-


plantar a parte documental. Hoje, com o advento das ferramentas da
CURIOSIDADES qualidade, o Sebrae auxilia a toda e qualquer empresa a começar as ati-
vidades práticas, totalmente organizadas e documentadas, demonstran-
do como aplicar as ferramentas da qualidade.
Introdução a processos de caldeiraria
104

A aplicação das ferramentas da qualidade é imprescindível para o sucesso e acompanhamento do de-


senvolvimento da organização. Entretanto, faz-se necessário o correto uso e treinamentos para que todos
na organização entendam a importância de utilizá-las.

CASOS E RELATOS

Efeitos da organização
Na cidade de Mata de São João tem uma pequena empresa na área de caldeiraria, porém, com um
fluxo bom de trabalho. A empresa, de nome Bahia Solda, tem 18 funcionários. Almir era o único ins-
petor de qualidade e atuava além das liberações dos serviços, também no recebimento de material.
Muitas vezes, acumulando as atividades e, sempre que podia, um ajudante prático vinha auxiliá-lo.
Com o passar do tempo, Dona Carmem, única proprietária, colocou sua filha Nancy, recém-formada
em engenharia de produção, como gerente de planejamento, a fim de melhorar o desenvolvimento
das tarefas.
Com uma visão moderna, a nova gerente começou atacando justamente pelo controle de quali-
dade, colocou um estagiário para auxiliar Almir, principalmente no recebimento de materiais, ca-
bendo a ele a emissão dos relatórios, já que o estagiário Orlando lhe passava tudo alinhado. Em
seguida, fixou um quadro negro na sala de inspeção e pediu que, todo final de tarde, ele escrevesse
todas as suas atividades do dia seguinte, deixando sempre um espaço aberto para os contratempos.
A partir desse momento, a empresa teve mais dinamismo e bastante organização. Enquanto Almir
se organizava melhor, Nancy, com muita habilidade, partiu para elaboração de um fluxograma, para
organizar melhor, não só o controle de qualidade, mas todos os setores da empresa.
Em cinco meses de gestão, ela conseguiu desenvolver projetos de melhoria em todos os setores da
empresa. Com isso, todos passaram a melhorar suas atividades e o resultado final foi um acréscimo
no faturamento na ordem de 35%.

Conforme vimos, a utilização das ferramentas da qualidade auxilia as empresas na antecipação dos
problemas que possam ocorrer, proporcionando um maior controle sobre os processos.
7 Qualidade
105

7.3 5 s

O 5 S é definido como um programa de qualidade criado para revitalização dos processos industriais e
humanos, a fim de melhorar as rotinas com o local de trabalho ordenado, limpo e saudável, sempre evitan-
do o desperdício, com o pensamento de multiplicar essas práticas na vida pessoal.
O 5 S surgiu após a segunda guerra mundial. Os japoneses, com o país em ruínas, foram orientados
pelos nortes americanos a se reorganizarem, utilizando um sistema de qualidade total. Dessa forma, os
japoneses criaram as cinco situações para definir os sensos:
a) 1º “S”- Seiri: senso de utilização;
b) 2º “S”- Seiton: senso de ordenação;
c) 3º “S”- Seiso: senso de limpeza;
d) 4º “S”- Seiketsu: senso de higiene/saúde;
e) 5º “S”- Shitsuke: senso de autodisciplina.

1º S: 2º S: 3º S: 4º S: 5º S:
Utilização Ordenação Limpeza Saúde Autodisciplina
Ter apenas o Ter um lugar certo Ter cuidado e Com organização Praticar
necessário e na para cada coisa. E limpar o e limpeza, temos diariamente todos
quantidade que cada coisa ambiente. Não um ambiente os “S” é melhorar
certa. fique em seu sujar para não melhor para a mais a cada dia.
lugar. ter que limpar. saúde.

5S

5S
Figura 53 -  Como utilizar cada “S”
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os benefícios em aplicar esse programa é o maior fluxo de informações, redução de custo, otimização
do tempo; aumenta a vida útil dos equipamentos, melhora a comunicação interna e externa, aumenta a
segurança dos envolvidos e promove um ambiente harmônico no trabalho. Esse programa é capaz de
promover os mesmos benefícios quando aplicado na vida pessoal.
Introdução a processos de caldeiraria
106

7.4 PDCA

O PDCA pode ser definido como a maneira pela qual se exerce uma determinada tarefa, com repetitivi-
dade, a fim de manter um aprimoramento cada vez mais eficiente e dinâmico ao atingir o resultado final.
Essa ferramenta foi criada, justamente, para permitir continuadamente uma melhoria constante dos
processos, trazendo assim uma condição de qualidade e lucratividade, através do planejamento, realizar,
checar e agir.

1 Identificação do problema
Padronização das
melhores prãticas 8 2 Análise do fenômeno
3 Análise do processo
Anãlise dos desvios
e implantação de ACT PLAN
ações corretivas 7 4 Planos de ação

CHECK DO

Validação dos resultados 6 5 Execução dos planos


e acompanhamento das ações

Figura 54 -  Ciclo PDCA e suas atribuições


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Partindo da origem inglesa, PDCA vem de: PLAN (planejar); DO (fazer); CHECK (checar) e ACT (agir), que
caracteriza a elaboração de um plano com base nas diretrizes da empresa, executar o plano, verificar e
avaliar os resultados e fazer ações corretivas baseadas nos resultados.

7.5 MASP

O método de análise e solução de problemas - MASP - é a forma pela qual a empresa busca, no seu cor-
po de especialistas, investigar e descobrir os motivos que ocasionaram determinados problemas de difícil
resolução, utilizando como base o ciclo PDCA.
Dentro de um processo produtivo, essa é uma ferramenta de muita utilidade, do ponto de vista racional
e organizacional, devido à sequência investigativa, aplicada. No conceito geral, o passo a passo definido
nessa ferramenta consiste em agilizar a busca e determinar a solução.
7 Qualidade
107

PDCA FASE OBJETIVO


Identificação do
problema Definir o problema e reconhecer sua importância

P Observação Investigar as características específicas do


problema
Análise Descobrir as causas
Plano de ação Definir um plano para bloquear as causas

D Execução Bloquear as causas


C Verificação Verificar se o bloqueio foi efetivo
Padronização Prevenir contra a reincidência do problema

A Rever o processo utilizado para solucionar o


Conclusão
problema e executar possíveis melhorias.

Quadro 18 - Passos de elaboração do MASP


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A grande virtude da ferramenta MASP é a conscientização dentro de um ambiente de trabalho, de que,


se existe o problema, tem que ser analisado e abolido para evitar reincidência e ocasione perdas de tempo
e custo.

7.6 FLUXOGRAMA

Caracteriza-se como um gráfico elaborado para descrever passo a passo uma atividade ou processo
utilizados na execução de um produto ou serviço. Consegue mapear todas as atividades de um processo.
Sempre que se pensa em um escopo de trabalho, o gráfico de fluxograma é considerado de muita uti-
lidade. Através dele, é possível ilustrar as etapas para a transição de informações entre os diversos setores
de uma empresa e, com isso, há o cumprimento das tarefas, conforme planejado.

Figura 55 -  Modelo ilustrativo de um fluxograma


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Introdução a processos de caldeiraria
108

A utilização do fluxograma facilita o entendimento do processo e, com isso, ajuda na eliminação de


ineficiência e redundâncias. Além disso, guia a produção da documentação, dos procedimentos e práticas
operacionais.

7.7 HISTOGRAMA

É a ferramenta que organiza graficamente o número de vezes que cada valor medido ocorre através
do gráfico de colunas, posicionadas verticalmente, dados tabulados com antecedência e separados em
grupos de padrões idênticos ou não padronizados.

Figura 56 -  Exemplo de um histograma pré-elaborado


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Essa ferramenta, quando aplicada da forma correta, fornece a informação sobre como os dados estão
distribuídos, se estão concentrados em uma determinada faixa ou mais espalhados, para assim, ter base
para uma posterior tomada de decisão.
7 Qualidade
109

7.8 BRAINSTORMING

É uma ferramenta em que um grupo de pessoas, de diferentes conhecimentos, reúnem-se para pro-
mover uma tempestade de ideias, a fim de solucionar um problema, achar a causa raiz ou desenvolver
um projeto. Propor melhorias dentro do ambiente de trabalho, tomando como base o aproveitamento de
tudo que foi dito, durante os debates de ideias.
As reuniões têm um caráter altamente livre, sendo permitido que todos os presentes falem abertamen-
te o que pensam sobre o processo, em relação ao que possa ser melhorado ou desenvolvido. Um exemplo
de uso constante dessa ferramenta é o mercado publicitário, que utiliza não somente profissionais do
ramo, mas outras pessoas que enxerguem de fora uma nova ideia.

Figura 57 -  Realização de brainstorming


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O mais importante nessa ferramenta é a maneira como as pessoas encaram as atitudes uns dos outros,
isso porque, qualquer ideia expressada é analisada, não ocorrendo críticas, pois uma ideia não aplicada, em
momento posteriormente, poderá ser muito útil. Esse método de não descartar uma ideia é aplicado para
não ocorrer a censura e inibir os participantes de se expressarem, podendo perder uma grande resolução
de um problema.
Introdução a processos de caldeiraria
110

RECAPITULANDO

Neste capítulo falamos a respeito da dinâmica e desenvolvimento da qualidade no mundo atual.


Destacamos os fundamentos de uma organização e padronização, para obtermos uma qualificação
condizente no mundo atual.
Citamos a norma da ABNT NBR ISO 9001:2015, como um dos exemplos mais abrangentes dentro da
indústria moderna. Em seguida, o princípio de organização e limpeza, conscientizando a todos para
uma mudança de costume e de modos, contemplando o processo de descarte como fundamental,
em um novo projeto.
Falamos sobre as ferramentas da qualidade e seus objetivos, colocando de uma maneira bem sucinta
a questão da elaboração de um processo, onde não haja divergência de uma peça para outra. Relata-
mos o caso da mudança de costume com o uso de gráficos. Logo depois, a determinação japonesa,
no aperfeiçoamento do 5 S e a maneira como aplicar essa ferramenta no dia a dia.
Aprendemos sobre o comportamento do PDCA, quando se aplica ao processo de repetitividade,
a fim de eliminar os riscos de erro e garantir a qualidade no produto/serviço. Passamos, em segui-
da, para o MASP, que se trata de uma forma investigativa bastante dinâmica, para que não haja
repetição de uma não conformidade.
Estudamos acerca do fluxograma, com a sua dinâmica de gráfico; o histograma, com a sua utilidade
de planejamento e os grupos para se montar os brainstormings, onde aplica uma tempestade de
ideias para solução de um problema ou desenvolvimento de um projeto.
Finalizamos deixando claro que o sistema de qualidade total, atualmente, atende não somente as
necessidades no trabalho, mas também no relacionamento humano.
7 Qualidade
111
Aspectos comportamentais

Os profissionais necessitam obter capacidades que vão além do conhecimento técnico. Es-
sas capacidades estão relacionadas ao comportamento social e são de muita importância para
o desenvolvimento de um bom trabalho.
O ambiente de trabalho é também um ambiente social, onde existe a necessidade de man-
ter uma relação de interatividade, desenvolvendo a comunicação, o trabalho em equipe e a
cooperação.
A ética também é fundamental para a convivência no ambiente profissional. Por meio dela
aprendemos a respeitar as normas da organização, bem como as individualidades de cada um.
Outra característica importante para o ambiente profissional é a iniciativa. Ter proatividade na
execução de tarefas é essencial para a valorização do profissional.
Diante da relevância dos assuntos, neste capítulo estudaremos a ética, as habilidades bási-
cas do relacionamento interpessoal e iniciativa.
Introdução a processos de caldeiraria
114

8.1 ÉTICA

A ética é um segmento filosófico que estuda fatores relacionados ao comportamento moral do ser hu-
mano em sociedade. Em resumo, a ética estuda o que os seres humanos consideram correto ou incorreto
no seu comportamento.

Figura 58 -  Ética
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A ética se desenvolve a partir de valores históricos e culturais, podendo ter diferentes pontos de vista de
acordo com a região em contexto. Ou seja, o que é ético em um país, pode ser antiético em outro.

A palavra ética é derivada do grego, ethos, que significa caráter ou modo


CURIOSIDADES de ser.

A seguir veremos como a ética está presente no ambiente profissional.

código de conduta

O código de conduta se constitui em um conjunto de regras aplicadas a um grupo de pessoas, visando


a orientação e disciplina do mesmo.
É comum que as empresas contenham seu código de conduta. Cada um deles possui particularidades,
logo, são diferentes de acordo com cada organização.
8 Aspectos comportamentais
115

Respeito às individualidades pessoais

Nas relações sociais, podemos nos deparar com diferentes tipos de pessoas. O ambiente de trabalho é
um exemplo e, para que seja mantida uma boa convivência, faz-se necessário o respeito às individualida-
des pessoais.
Cada pessoa possui uma história de vida, podendo ter diferentes culturas e costumes, tendo, conse-
quentemente, pontos de vista distintos que outras pessoas podem não concordar, mas precisam respeitar.
Também é preciso saber que cada pessoa possui diferentes capacidades, bem como diferentes limita-
ções, e isso também deve ser respeitado no ambiente de trabalho.

ética nas relações interpessoais

Ao nos relacionarmos com as pessoas, é importante apresentarmos um comportamento eticamente


correto, buscando nos colocar no lugar do outro e jamais fazer com o próximo o que não gostaríamos que
fizessem conosco.
Agindo eticamente com nossos colegas, colaboramos para que também sejamos tratados com ética,
criando assim um ambiente com mais harmonia e respeito.

Ética no desenvolvimento das atividades profissionais

No ambiente profissional, provavelmente, iremos nos deparar com situações em que deveremos tomar
decisões de acordo com o entendimento ético.
É importante lembrarmos que temos um compromisso moral, tanto com a empresa, quanto com os
nossos colegas de trabalho. Devemos desenvolver as atividades profissionais levando em conta nosso en-
tendimento sobre ética, além disso, não podemos esquecer do código de conduta da empresa. Não segui-
-lo se configura como uma postura antiética.

CASOS E RELATOS

Apresentando postura ética no trabalho


Luís Fernando, profissional da área de caldeiraria, trabalha há 2 anos na M&C Manutenção e Caldeiraria,
empresa especializada no trabalho com tubulações industriais.
Em mais uma jornada de trabalho, Luís Fernando, juntamente com Michel, outro profissional da em-
presa, dirige-se para atender ao chamado de um cliente que está com vazamento em uma de suas
tubulações. Com muita habilidade e agilidade, eles logo solucionam o problema.
Introdução a processos de caldeiraria
116

Michel fala para Luís Fernando que eles realizaram o trabalho muito rapidamente e propõe que
eles não informem à empresa que o trabalho já terminou, assim, eles poderiam ficar o restante do
dia sem fazer nada. Luís Fernando não concorda e explica a Michel que essa postura seria antiética,
uma vez que eles estariam mentindo e traindo a confiança depositada neles pela M&C Manutenção
e Caldeiraria.
Michel entende o ponto de vista apresentado por Luís Fernando, concorda e pede desculpas. Eles
voltam imediatamente para a empresa dispostos a realizar os demais serviços existentes, satisfeitos
por estarem apresentando uma postura ética no ambiente profissional.

Por mais que possam existir maneiras mais vantajosas de se desenvolver determinadas atividades, de-
vemos sempre refletir se tais maneiras estão infringindo nossa ética ou o código de conduta da empresa.
Agindo eticamente no desenvolvimento das atividades, estaremos cumprindo nosso papel pessoal e pro-
fissional.

8.2 Habilidades Básicas do Relacionamento Interpessoal

No ambiente de trabalho faz-se necessário o desenvolvimento de habilidades de relacionamento. Essas


habilidades colaboram para uma convivência saudável, bem como para obtenção de melhores resultados
profissionais, uma vez que o bom relacionamento interpessoal favorece à cooperação e ao trabalho em
equipe.

Figura 59 -  Relacionamento interpessoal


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
8 Aspectos comportamentais
117

A seguir, conheceremos as principais habilidades do relacionamento pessoal aplicáveis ao ambiente de


trabalho:
a) Respeito: é um dos principais pilares do relacionamento interpessoal, pois sem ele é impossível
obter uma boa convivência. Através do respeito são estabelecidos limites na relação interpessoal.
Desacatar uma ordem de um superior, ofender um colega, não cooperar com um trabalho em
equipe são exemplos de falta de respeito. O primeiro passo para se estabelecer uma relação de
respeito é aprender a respeitar;
b) Cordialidade: caracteriza-se por um comportamento que preza pela manutenção da boa re-
lação interpessoal. Ser gentil, educado e bem-humorado são exemplos de um comportamento
cordial;
c) Disciplina: no ponto de vista social, a disciplina pode ser definida como o cumprimento de re-
gras e normas estabelecidas por uma organização, grupo, etc. Ser disciplinado significa ter bom
comportamento, mantendo a ordem e harmonia do ambiente;
d) Empatia: significa se colocar no lugar do outro, ou seja, tentar enxergar as situações ou viven-
ciar problemas a partir do ponto de vista de outra pessoa. É importante utilizar a empatia, pois
cada pessoa pode ter diferentes motivos pelos quais tomaram uma decisão ou executaram uma
ação, não cabe realizar julgamentos segundo o nosso próprio ponto de vista, mas sim procurar
entender os motivos que influenciaram tal escolha. Essa prática pode ajudar a preservar uma boa
convivência;
e) Responsabilidade: tem por característica cumprir com as obrigações atribuídas. Em um ambien-
te de trabalho, tarefas são deixadas sob a responsabilidade de cada um, cabendo a este não dei-
xar de cumpri-las, pois pode acabar afetando um colega e gerar um problema de relacionamento
na equipe;
f) Comunicação: é um fator de extrema importância em uma organização. Sem a comunicação não
há relação interpessoal e as pessoas não se conheceriam. As empresas, cada vez mais, procuram
profissionais com boa capacidade de comunicação, pois essa habilidade contribui tanto na re-
lação social, quanto profissional, uma vez que por meio dela podemos conhecer características
pessoais e profissionais de cada um;

FIQUE No ambiente de trabalho devemos prezar por uma linguagem mais formal e respei-
ALERTA tosa na comunicação.

g) Cooperação: sob o ponto de vista social, a cooperação é uma forma de interação, uma maneira
de desenvolver o trabalho em equipe e estreitar as relações interpessoais. Em toda organização,
os objetivos gerais devem ser prioridade. Para isso, deve existir a cooperação, pois possibilita que
os objetivos sejam atingidos com maior facilidade e agilidade.
Introdução a processos de caldeiraria
118

Após conhecermos as principais habilidades do relacionamento pessoal aplicáveis ao ambiente de tra-


balho, prosseguiremos com o estudo sobre a iniciativa, uma importante característica desejada por todo
empregador.

8.3 iniciativa

A iniciativa é uma característica muito requerida pelas empresas na atualidade. Demonstrar iniciativa
significa estar comprometido com a empresa, com os colegas de trabalho e, acima de tudo, consigo mes-
mo, pois ter iniciativa colabora para o próprio desenvolvimento profissional através da busca constante
por novas atividades e do aprimoramento das capacidades já adquiridas.

Figura 60 -  Iniciativa
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Mas você conhece o conceito de iniciativa? Aprenderemos sobre ele a seguir.

conceito

Podemos definir iniciativa como a capacidade de iniciar uma ação a partir de uma análise própria de
necessidade. Em outras palavras, quando a pessoa enxerga a necessidade de realizar algo, ela realiza sem
que seja necessária uma ordem prévia.
8 Aspectos comportamentais
119

Importância e valor

Ter iniciativa é demonstrar comprometimento com a atividade profissional em geral, um profissional


com iniciativa ganha tempo na execução de atividades, resolve problemas antes que eles tomem maiores
proporções, busca informações extras para se aprimorar, etc.

SAIBA Para saber mais sobre iniciativa no ambiente de trabalho, consulte o livro: NELSON,
MAIS Bob. 1001 maneiras de tomar a iniciativa no trabalho. Editora GMT, edição 1, 2008.

Um profissional com iniciativa visa sempre estar um passo à frente, estando sempre preparado para agir
em prol de atender as necessidades ao qual é designado. Esse perfil de profissional é visto com muito valor
pelas organizações.

FORMAS DE DEMONSTRAR INICIATIVA

As principais formas de demonstrar iniciativa no ambiente de trabalho são:


a) Ter proatividade: é sempre buscar se antecipar na realização das atividades, ir atrás do serviço
a ser realizado;
b) Não ser reativo: não executar uma ação apenas quando for solicitado;
c) Ser observador: estar atento ao aparecimento das necessidades.

Ao demonstrar iniciativa no ambiente de trabalho, estamos sujeitos a consequências favoráveis e des-


favoráveis, conforme veremos a seguir.

Consequências favoráveis e desfavoráveis

Como vimos ao longo desse capítulo, a iniciativa gera consequências positivas para o profissional, al-
gumas delas são o desenvolvimento profissional e o reconhecimento da empresa. Porém, é preciso saber
usar a iniciativa para não gerar consequências desfavoráveis.
Ao aplicar a iniciativa, é preciso respeitar a hierarquia e a organização, realizar atividades do ambiente
de trabalho que não estejam autorizados pelo superior pode gerar consequências desfavoráveis. Outra
situação delicada é realizar um trabalho que estava previsto para um colega realizar.
As informações no ambiente de trabalho devem estar bem alinhadas, é preciso aplicar a iniciativa sa-
bendo respeitar os colegas, a hierarquia e a organização.
Introdução a processos de caldeiraria
120

RECAPITULANDO

Neste capítulo pudemos aprender sobre o comportamento adequado no ambiente de trabalho.


Iniciamos falando sobre ética, que está relacionada ao comportamento moral, estudando os fatores
que levam as pessoas a discernir o certo do errado. Vimos que devemos apresentar postura ética no
ambiente profissional, tanto com a empresa, quanto com os colegas.
Em seguida, falamos sobre as habilidades básicas do relacionamento interpessoal, que ajudam na
manutenção de uma convivência saudável. São exemplos: cordialidade, disciplina, empatia, respon-
sabilidade, comunicação, cooperação.
Por fim, falamos sobre iniciativa, uma importante característica cada vez mais requerida pelas em-
presas. Ela se caracteriza por iniciar ações de maneira proativa, sem que haja necessidade de uma
ordem prévia. Possuindo iniciativa, o profissional colabora tanto para o crescimento da empresa,
quanto para o próprio crescimento profissional.
8 Aspectos comportamentais
121
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STIPKOVIC FILHO, Marco. Engrenagens, geometria e projetos. São Paulo: Printon, 2001.
TELES, Pedro Silva. Tubulações industriais. 9. ed. São Paulo: LTC, 1999.
VIANA, Herbert Ricardo Garcia. PCM: Planejamento e controle da manutenção. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2006
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

GREGÓRIO DE SOUZA
Gregório de Souza é pós-graduando em Educação de Jovens e Adultos na Faculdade Afonso
Cláudio. Graduado em pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Cursou Nível
Técnico de Eletromecânica na Escola Técnica de Eletromecânica da Bahia em Salvador - Bahia.
Atua na área Metalmecânica há 26 anos. Tem experiência na área de Tubulações, Caldeiraria e
Estrutura Metálica. Atuou no setor de manutenção industrial na CEMAN – Central de Manutenção
de Camaçari. Foi examinador do CEQUAL – Bahia na parceria SENAI – DR/BA e ABRAMAN - Asso-
ciação Brasileira de Manutenção.

HILDEBRANDO SANTOS PINTO


Hildebrando Santos Pinto é tecnólogo em Manutenção Mecânica, pelo CENTEC (Centro de Edu-
cação Tecnológico da Bahia), licenciado em Física pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB,
Licenciatura Plena, Programa Especial de Formação Pedagógica para Formadores da Educação
Profissional pela UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina). Atuou na área industrial em
fabricação mecânica durante 18 anos; na área de projetos mecânicos e estrutural durante 7 anos;
na área de educação há 19 anos. Atualmente, trabalha na área petrolífera há 12 anos; e no SENAI
ITED na elaboração e revisão de material didático para cursos a distância.
Índice

A
anticorrosiva 52
antifricção 52
axial 75, 87

P
prismático 77

T
torsor 74
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – Departamento Regional da bahia

Ricardo Santos Lima


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Gregório de Souza
Hildebrando Santos Pinto
Elaboração

Tiago Oliveira dos Santos


Revisão Técnica

Solano Cristovão da Silveira


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto

Bruno Pinheiro Fontes


Márcia Cristina Souza Santos
Design Educacional
Mariane Oliveira da Silva
Estagiária

Regiani Coser Cravo


Revisão Ortográfica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
FabriCO
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Nelson Antônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Vinicius Vidal da Cruz
Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo

Taise Oliveira Santos CRB 5 /1853


Normalização - Ficha Catalográfica

Daiane Amancio
Revisão de Padronização e da Diagramação

Carlos Tadeu Coelho Benevides


Edgar Steglich Olzewski Junior
Ideval Alves Filho
Lucas Landriny Costa Filgueira
Rafael George Gomes dos Santos
Solano Cristovão da Silveira
Comitê Técnico de Avaliação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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