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INTRODUÇÃO A
PROCESSOS DE
CALDEIRARIA
Série Metalmecânica - Metalurgia
INTRODUÇÃO A
PROCESSOS DE
CALDEIRARIA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
INTRODUÇÃO A
PROCESSOS DE
CALDEIRARIA
© 2018. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autoriza-
ção, por escrito, do SENAI.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Introdução a processos de caldeiraria / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da
Bahia. - Brasília: SENAI/DN, 2018.
136 p.: il. - (Série Mecânica).
ISBN 978-852018032-7
CDU: 621
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Documentação técnica...............................................................................................................................17
Figura 2 - Características da documentação técnica............................................................................................18
Figura 3 - Conferência peça versus desenho...........................................................................................................19
Figura 4 - Exemplo de ordem de serviço . ...............................................................................................................20
Figura 5 - Catálogo de tubos e conexão...................................................................................................................21
Figura 6 - Manual de bomba para teste hidrostático...........................................................................................21
Figura 7 - Projeto de torninho mecânico..................................................................................................................22
Figura 8 - Pesquisa............................................................................................................................................................24
Figura 9 - Engrenagem pinhão....................................................................................................................................29
Figura 10 - Instrumentos de desenho técnico........................................................................................................31
Figura 11 - Exemplo de caligrafia técnica.................................................................................................................32
Figura 12 - Derivações das folhas dos formatos....................................................................................................34
Figura 13 - Leiaute de formatos...................................................................................................................................34
Figura 14 - Exemplo de dobramento de cópia para formatos A1 e A3.........................................................35
Figura 15 - Exemplo e composição da legenda.....................................................................................................36
Figura 16 - Projeção da vista no plano......................................................................................................................37
Figura 17 - Projeção das vistas essenciais ...............................................................................................................37
Figura 18 - Exemplos de simbologias........................................................................................................................38
Figura 19 - Representação das cotas..........................................................................................................................39
Figura 20 - Exemplos de alternâncias de ângulos.................................................................................................40
Figura 21 - Peça no esquema de projeções e em perspectiva..........................................................................40
Figura 22 - Conjunto de tubulação com flanges e reduções............................................................................45
Figura 23 - Mineral para obtenção do ferro-gusa e material fundente.........................................................46
Figura 24 - Tarugo de aço usinando...........................................................................................................................47
Figura 25 - Armazenamento de tubos .....................................................................................................................49
Figura 26 - Bloco de motor e virabrequim de ferro fundido.............................................................................50
Figura 27 - Luva roscada fabricada de ferro fundido maleável........................................................................50
Figura 28 - Engrenagens em bronze..........................................................................................................................51
Figura 29 - Liga não ferrosa: latão...............................................................................................................................52
Figura 30 - Estocagem de alumínio............................................................................................................................52
Figura 31 - Chapa para piso...........................................................................................................................................53
Figura 32 - Formatos de tubos.....................................................................................................................................54
Figura 33 - Montagem de uma torre de aço...........................................................................................................56
Figura 34 - Viga “H”............................................................................................................................................................57
Figura 35 - Fabricação de perfil U através do processo de laminação...........................................................57
Figura 36 - Caixa de ferramentas manuais...............................................................................................................60
Figura 37 - Conjunto de ferramentas manuais.......................................................................................................61
Figura 38 - Elementos de máquina.............................................................................................................................67
Figura 39 - Tipos de arruelas.........................................................................................................................................72
Figura 40 - Exemplo de aplicação de anel elástico...............................................................................................75
Figura 41 - Exemplo de aplicação de chavetas......................................................................................................77
Figura 42 - Engrenagens montadas com eixo e chaveta....................................................................................79
Figura 43 - Tipos de engrenagens...............................................................................................................................80
Figura 44 - Segurança no trabalho.............................................................................................................................89
Figura 45 - Comissão interna de prevenção de acidentes.................................................................................91
Figura 46 - Campanha de segurança ........................................................................................................................92
Figura 47 - Local de trabalho organizado................................................................................................................93
Figura 48 - Sinalização de segurança.........................................................................................................................93
Figura 49 - Coleta seletiva..............................................................................................................................................96
Figura 50 - Conscientização ambiental.....................................................................................................................97
Figura 51 - Qualidade................................................................................................................................................... 101
Figura 52 - Principais ferramentas da qualidade................................................................................................ 103
Figura 53 - Como utilizar cada “S”............................................................................................................................. 105
Figura 54 - Ciclo PDCA e suas atribuições............................................................................................................. 106
Figura 55 - Modelo ilustrativo de um fluxograma.............................................................................................. 107
Figura 56 - Exemplo de um histograma pré-elaborado................................................................................... 108
Figura 57 - Realização de brainstorming . ............................................................................................................ 109
Figura 58 - Ética.............................................................................................................................................................. 114
Figura 59 - Relacionamento interpessoal.............................................................................................................. 116
Figura 60 - Iniciativa...................................................................................................................................................... 118
2 Documentação técnica.................................................................................................................................................17
2.1 Características................................................................................................................................................18
2.2 Finalidades, aplicações e importância..................................................................................................19
2.3 Tipos..................................................................................................................................................................20
2.4 Pesquisa...........................................................................................................................................................24
2.4.1 Métodos........................................................................................................................................24
2.4.2 Estrutura........................................................................................................................................25
2.4.3 Fontes.............................................................................................................................................25
3 Desenho técnico.............................................................................................................................................................29
3.1 Instrumentos de desenho.........................................................................................................................31
3.2 Caligrafia técnica..........................................................................................................................................32
3.3 Normas técnicas...........................................................................................................................................33
3.4 Formatos de papéis e leiaute...................................................................................................................34
3.5 Vistas essenciais............................................................................................................................................37
3.6 Simbologia......................................................................................................................................................38
3.7 Cotagem..........................................................................................................................................................39
3.8 Ângulos . .........................................................................................................................................................40
3.9 Perspectivas....................................................................................................................................................40
4 Caldeiraria..........................................................................................................................................................................45
4.1 Materiais de caldeiraria..............................................................................................................................46
4.1.1 Obtenção......................................................................................................................................46
4.1.2 Aços.................................................................................................................................................47
4.1.3 Ferro fundido...............................................................................................................................49
4.1.4 Metais não ferrosos...................................................................................................................51
4.1.5 Chapas, tubos e perfis..............................................................................................................53
4.2 Produtos de caldeiraria..............................................................................................................................58
4.2.1 Processos construtivos: etapas.............................................................................................59
4.3 Ferramentas manuais.................................................................................................................................60
4.4 Ferramentas básicas de corte..................................................................................................................62
7 Qualidade....................................................................................................................................................................... 101
7.1 Princípio de organização e limpeza . ................................................................................................. 102
7.2 Ferramentas da qualidade .................................................................................................................... 102
7.3 5 S.................................................................................................................................................................... 105
7.4 PDCA.............................................................................................................................................................. 106
7.5 MASP . ........................................................................................................................................................... 106
7.6 Fluxograma.................................................................................................................................................. 107
7.7 Histograma.................................................................................................................................................. 108
7.8 Brainstorming . .......................................................................................................................................... 109
Referências......................................................................................................................................................................... 132
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Introdução a Processos de Caldeiraria.
O objetivo desta unidade curricular é propiciar ao aluno a familiarização com os conceitos
e princípios básicos da caldeiraria, especialmente quanto à terminologia e documentação téc-
nica, meios de produção e princípios de saúde, segurança e meio ambiente aplicáveis à área,
favorecendo o estabelecimento das bases para o posterior desenvolvimento das capacidades
técnicas, sociais, organizativas e metodológicas.
Veremos, nos capítulos a seguir, conceitos importantes para a sua formação. Você irá se
deparar com assuntos relacionados à documentação técnica, às normas básicas de desenho
técnico, aos materiais e produtos de caldeiraria. Conheceremos as ferramentas manuais, os
elementos de máquinas e de vedação, além dos lubrificantes e os tipos de manutenção.
Estes conhecimentos visam apresentar a área de caldeiraria ao aluno, tendo em vista o pla-
nejamento e execução das atividades, tão necessários ao desenvolvimento das competências
específicas para sua formação, uma vez que o profissional mal qualificado pode gerar impactos
nocivos aos negócios da empresa.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas. Queremos que você se preocupe com sua qualidade de vida e
com os resultados que a área de caldeiraria oferece à indústria e, consequentemente, à socie-
dade.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:
Introdução a processos de caldeiraria
14
CAPACIDADES TÉCNICAS
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.
Bons estudos!
Documentação técnica
DO SERVIÇO
2.1 Características
A documentação técnica deve apresentar características importantes, que favoreçam para facilitar a
compreensão dessa tipologia textual. Dentre elas, podemos citar:
Clareza
Baseado em Objetividade
Fatos
A documentação técnica tem diversas finalidades, mas a principal delas é conter informações que faci-
litem a tomada de decisão, registrem assuntos de interesse da empresa e comuniquem as decisões toma-
das.
A documentação técnica é aplicada em todos os segmentos produtivos, entre eles, o de fabricação e
montagem, operação e manutenção de equipamentos de caldeiraria.
Conforme o objetivo da ação, existe o documento apropriado para o tipo de informação que seja neces-
sária, para orientar a operação ou manutenção de um equipamento, verificar características de máquina
para definir aquisição, autorização de um serviço, procedimento para execução de uma manutenção, entre
outros.
Introdução a processos de caldeiraria
20
2.3 TIPOS
Os principais tipos de documentação técnica utilizada na condução dos serviços na área industrial são:
ordem de serviços, catálogos, manuais, desenhos e normas. A seguir conheceremos suas definições.
a) Ordem de serviço: refere-se a um documento emitido solicitando a prestação de serviço, que
tanto pode ser de fabricação, manutenção e reparo. Este documento tem informações a respeito
dos dados do serviço, como: qual o serviço a ser realizado, prioridade, quantidade, data de início,
aprovação, tipo de material, prazo de entrega e outras observações pertinentes.
b) Catálogos: são documentos produzidos pelas empresas para divulgar seus produtos. Além dis-
so, os profissionais utilizam para consultar informações técnicas sobre determinados itens que
serão utilizados na substituição ou fabricação de um componente ou equipamento, como na
fabricação de uma linha de tubulação, que na sua confecção terá: tubos, curvas, flanges, etc.
CATÁLOGO
ASTM
SIMPLIFICADO
A-178
DE PEÇAS
c) Manuais: é uma instrução tipo um roteiro, voltado para orientar o usuário sobre a forma correta
de executar o serviço. De posse do manual, o profissional poderá seguir a mesma sequência ló-
gica, com a mesma eficiência, garantindo a uniformidade na execução do serviço, seja de manu-
tenção ou operação.
InformaçõesTécnicas
Motorização: manual
Largura: 180mm
Peso: 10kg
Comprimento: 720mm
Conexão: ½”
Capacidade do reservatório: 12l
Dicas para segurança da bomba e usuário:
- Não opere abaixo do fluxo nominal mínimo;
- Observe os procedimentos corretos;
Não retire a conexão enquanto estiver
pressurizado.
FIQUE Ao começar um serviço, sempre dê uma lida no manual, para ver se o procedimento
que está seguindo é o correto ou se existe uma maneira mais produtiva para execu-
ALERTA ção.
d) Normas: as normas técnicas são estudos elaborados através de análises realizadas por institutos
de pesquisas, a fim de conduzir um processo de fabricação ou montagem de equipamento sem-
pre de uma mesma forma, em qualquer tempo e em qualquer lugar. As principais normas técni-
cas utilizadas no setor industrial são: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), utilizada
em território nacional; as normas do Instituto Alemão de Normalização (DIN); Instituto Nacional
Americano de padrões (ANSI) e Instituto Português da Qualidade (IPQ). Seguir uma norma técnica
significa reduzir a possibilidade de um retrabalho nos serviços executados.
SAIBA Para saber mais sobre as normas, acesse o site do Ministério do Trabalho e busque por
MAIS normas regulamentadoras.
Ø16
Ø16 1X 45º
1X 45º
9
Ø6,5
9
Ø6,5
Ø13
12
Ø13
Ø16
12
Ø16
5
107±0.5
107 ±0.5
68
73
65
60
M10x1.5
M 10x1.5
4
1X 45º
3
8
1X 45º
15 15 Ø7,5
POS. 04
POS. 01
13
13
2
ø7,8
Ø16
8
M10x1,5
5
75 ±0.5
53
53
POS. 05
110 ± 0,5
110 ± 0,5
M10x1,5
ø11
32
Para que o profissional compreenda o que será realizado, é necessário que verifique sempre o projeto
antes de iniciar o serviço.
CASOS E RELATOS
Concluímos a explanação sobre a documentação técnica e, agora, partiremos para uma gama de infor-
mação muito importante para sua formação profissional.
Introdução a processos de caldeiraria
24
2.4 PESQUISA
É uma forma de buscar informações inerentes a um assunto citado ou até mesmo a uma curiosidade so-
bre um determinado assunto. Poderemos definir também como uma forma de enriquecimento dos nossos
conhecimentos sobre algo.
Figura 8 - Pesquisa
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Através da pesquisa podemos nos informar sobre assuntos diversos, por exemplo, a inclusão na NR 13
das tubulações, quando esta estiver interligada a vasos de pressão como: caldeira, forno, trocador de calor,
reatores e outros.
2.4.1 MéTODOS
Ao realizar a pesquisa é preciso definir o método que se adéqua ao objetivo e ao problema a ser in-
vestigado. Mas o que é método? O método pode ser definido como os procedimentos sistemáticos para
descrever e explicar fenômenos.
Quanto à abordagem, há métodos de investigação que se destacam, como: o quantitativo e o qualitativo.
A escolha do método levará em conta o tipo de problema abordado na pesquisa e o quanto será apro-
fundado.
2.4.2 ESTRUTURA
2.4.3 FONTES
As fontes de pesquisa são referências que subsidiam o encontro de informações. Por meio delas, o pes-
quisador poderá buscar conteúdos que contribuirão para o desenvolvimento de seu trabalho.
As fontes são, portanto, o ponto de partida para a pesquisa. Dentre as fontes de pesquisa, destacam-se:
livro, periódicos Capes e sites.
Introdução a processos de caldeiraria
26
RECAPITULANDO
Neste capítulo, enfatizamos a necessidade do uso da documentação técnica durante todo processo
de fabricação, montagem e recuperação de máquinas e equipamentos. Com isso, compreendemos
a necessidade de incluir o máximo de informação possível nos documentos, a fim de não deixar
dúvidas para o executante.
Conhecemos as características, finalidades, aplicações e importância da documentação técnica.
Abordamos sobre os tipos de documentação mais utilizada na área industrial: ordem de serviços,
catálogos, normas e manuais explicativos.
Compreendemos a importância da pesquisa como fonte de informação e conhecimento, vimos os
tipos de métodos, como as etapas são importantes para a estruturação da pesquisa. E, por último,
entendemos a relevância das fontes, visto que são referências, o ponto de partida para a pesquisa.
2 Documentação técnica
27
Desenho técnico
Ao ler e interpretar um desenho técnico, inicie pelo mais simples, tais como: qual aplicação,
importância, as vistas (planta, elevação e perfil), notas gerais. Depois, procure observar os deta-
lhes gráficos, a simbologia, os internos da peça na configuração através dos detalhes.
Introdução a processos de caldeiraria
30
CASOS E RELATOS
Ao iniciar qualquer trabalho de fabricação em uma área Industrial, temos várias alternativas de cons-
truirmos uma peça, seja conforme desenho (recomendado), seja conforme um croqui elaborado manual-
mente (à mão livre) ou pode ser conforme uma amostra (não recomendado), pois há grandes riscos de não
garantirmos sua montagem com a contra peça.
3 Desenho técnico
31
Os instrumentos de desenho são materiais utilizados na elaboração do desenho técnico, tais como:
prancheta com régua paralela, régua T, esquadros 45° e 60°, transferidor, compasso, escalímetro, borracha
e lapiseira.
g
a
b
h
f
d
e
c
g) Borracha macia: é um material auxiliar importante, serve para apagar erros e as linhas auxiliares
necessárias à construção do desenho técnico, devendo ser composto de materiais macios na cor
branca, ao apagar deverá ser executado com cuidado para não danificar o papel e, consequente-
mente, o desenho;
h) Lapiseira: são mais utilizadas do que o lápis devido à praticidade e comodidade, pois não há
necessidade em apontá-las. Os grafites utilizados pelas lapiseiras seguem a classificação dos lápis,
onde variam de H (duros) até B (macios), sendo o grafite recomendado o HB (intermediário), que
é bom tanto para elaborar os desenhos como para letras e algarismos necessários ao desenho.
FIQUE Quando for utilizar o escalímetro, fique atento em qual escala você está trabalhando.
Por ser triangular e dispor de seis lados, cada lado da face tem uma escala, ou seja,
ALERTA são seis graduações diferentes.
É fundamental a conservação e o uso dos instrumentos, evitar quedas e choques, mantê-los sempre
limpos antes e depois do seu uso e guardá-los sempre em seus respectivos estojos.
Consiste em uma técnica ou habilidade da escrita legível e uniforme, seguindo as normas técnicas, por
exemplo: a NBR 8402, onde possibilita a formação clara das letras, algarismos, símbolos e outros sinais grá-
ficos de acordo com os padrões, eliminando qualquer dúvida na interpretação.
ISO 81 ejAM
h
d a e a
R f
b
h
Embora a tecnologia computacional seja hoje o meio utilizado e aplicado ao desenho técnico o chama-
do CAD (Computer Aided Design ou Desenho Assistido por Computador), é indispensável este conhecimen-
to, pois é um item normalizado pela ABNT NBR 8402.
3 Desenho técnico
33
São documentos que regulamentam e fornecem regras que devem ser seguidas e permitem a unifor-
mização de determinadas atividades, tais como: composição de um material ou produto, regras de um
processo ou serviço, etc. São elaboradas e controladas por um órgão oficial, onde são estabelecidas regras
e diretrizes.
FIQUE Normas técnicas nunca deverão ser copiadas, apenas consultadas, pois sofrem revi-
ALERTA sões constantes e sem aviso prévio.
No Brasil, estas normas são elaboradas e fiscalizadas pela ABNT, no entanto, há uma organização inter-
nacional que controla a ABNT e outras entidades, que é a ISO (Organização Internacional para Padroniza-
ção). Veja algumas das normas ABNT/NBR e seus parâmetros:
a) NBR 6158: sistemas de tolerâncias e ajustes;
b) NBR 8403: aplicação das linhas em desenhos, tipos, larguras;
c) NBR 10126: cotagem em desenho técnico;
d) NBR 10582: apresentação da folha para desenho técnico.
Além das normas da ABNT citadas, existem outras NBR que regulamentam desenhos técnicos utilizado
na engenharia. Elas estão dispostas no catálogo da ABNT.
Introdução a processos de caldeiraria
34
São folhas de papel em tamanhos especiais, dimensionados e normalizados para a elaboração do dese-
nho técnico, conforme apresentado na figura a seguir.
Quando devemos utilizar um formato A0 ou um formato A4? O formato A0 é utilizado para desenhar
peças grandes, por exemplo, planta de uma casa ou desenho de um carro. Já o formato A4 é utilizado para
desenhar uma peça pequena, por exemplo, uma arruela. Como observamos, os formatos de papéis são
aplicados tanto na área da construção civil como na área da mecânica.
Na ilustração a seguir podemos visualizar um leiaute típico de um formato para desenho técnico onde
há o limite do papel, as margens, o sistema de referência por malhas que facilita a localização no momento
da leitura do desenho, o espaço da legenda e o espaço para construção do desenho.
Limite do papel
1 2 3 4 5 6
A A
Margem e quadro
B B
Espaço do desenho Marcas de centro
C C
Posição e dimensões
da legenda
D D
1 2 3 4 5 6
Como pudemos observar, a NBR 10068 determina e padroniza as dimensões e o leiaute das folhas a
serem empregadas na confecção dos desenhos.
DOBRAS
Existem algumas recomendações para dobramento de cópias. A norma NBR 13142 fixa as condições
exigíveis para dobramentos de cópias de desenho técnico, tais como:
a) O formato final do dobramento de cópias de desenhos formatos A0, A1, A2 e A3 deve ser o formato
A4;
b) As cópias devem ser dobradas de modo a deixar a legenda visível;
c) O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, ficando no final confor-
me o formato A4.
841 420
105
297
A3 297
d
594
A1
297
É importante que na dobra do desenho técnico a margem esquerda fique exposta para perfurar e ar-
quivar em pastas.
FIQUE A norma 13142:1999, embora não esteja em vigor, ainda é usada como referência
ALERTA para dobramento de papel.
Introdução a processos de caldeiraria
36
MARGENS
São os contornos externos da folha que limitam o espaço a ser elaborado o desenho.
Espaço para
desenho
Quadro
Limite do papel
Unid.: mm
A0 25 10 1,7
A1 25 10 1,0
A2 25 7 0,7
A3 25 7 0,5
A4 25 7 0,5
LEGENDAS
A legenda é o local onde são fixadas todas as informações do desenho técnico, tais como: nome da
empresa, nome do cliente, logotipo da empresa, executores (projetista, desenhista e aprovação), datas de
cada etapa, escala, material que será aplicado na peça a ser fabricada, etc.
As legendas devem ficar posicionadas no lado inferior direito, exceto no formato A4, que fica no centro
na parte inferior.
No desenho técnico, uma peça normalmente tem as projeções em três vistas, que chamamos de vistas
essenciais, porém há peças que poderão ser representadas por apenas uma vista, assim como, há casos
que são necessárias mais vistas cujo objetivo é a clareza, não deixando dúvidas ao observador sobre a ideia
completa da peça.
heiro Plano
Pin
VL
Figura 16 - Projeção da vista no plano
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Na figura a seguir visualizamos as três projeções ortogonais na forma bidimensional do objeto apresenta-
do na figura anterior. Cada vista fornece determinadas informações úteis à visualização e fabricação da peça.
PINHEIRO
Vista frontal (Elevação) Vista lateral (Perfil)
As vistas essenciais são: elevação ou vista frontal, planta ou vista superior e vista lateral (direita ou es-
querda) ou perfil, dispostas em posições normalizadas pela norma da ABNT NBR 10067.
3.6 SIMBOLOGIA
No desenho técnico, temos os símbolos gráficos e outras informações para representar e interpretar um
desenho de forma clara e objetiva. Para isso, utilizamos também as simbologias, tais como apresentadas
na figura a seguir.
1 2
3 4
5
Concentricidade Total
0,01 A
8 9
6 A
50 10
Dimensão
teoricamente correta
7
Os símbolos fazem parte do desenho técnico e são de fundamental importância na representação grá-
fica da imagem.
3 Desenho técnico
39
3.7 COTAGEM
Cota
Linha de cota
Linha auxiliar 50
de cota 50
É aconselhável evitar a duplicidade de cotas, pois poderá levar a erros durante a fabricação da peça,
assim como, melhora a organização na distribuição das cotas.
Introdução a processos de caldeiraria
40
3.8 ÂNGULOS
É o encontro de duas semirretas que possuem a mesma origem na região de um determinado plano, onde
no encontro das retas, ou seja, no vértice, é formado o ângulo. Normalmente são medidos em grau ( ° ). Os
ângulos se classificam como: agudo, reto, obtuso e raso.
Na figura anterior foi possível identificar os exemplos de ângulos: agudo 45º, reto 90º, obtuso 135º e
raso 180º.
3.9 PERSPECTIVAS
É uma técnica de representação gráfica de um objeto em três dimensões em um único plano. O objetivo
é facilitar a visão do objeto no espaço, na percepção do observador.
SAIBA Para conhecer mais detalhes de criação e tipos de perspectivas, consulte: SPECK, Hen-
MAIS derson José. Manual básico de desenho técnico. 9. ed. São Paulo: UFSC, 2016.
Os objetos desenhados em perspectivas (3D) proporcionam uma visão realística, principalmente para
quem não domina a técnica das vistas projetadas em um plano.
Introdução a processos de caldeiraria
42
RECAPITULANDO
Chegamos ao final de mais um capítulo. Aprendemos sobre o desenho técnico e a sua importância
na construção de uma peça. Vimos o quanto é importante a normalização, o que nos leva à organi-
zação, clareza e uniformização, chegando a ser universal.
Compreendemos que para a elaboração do desenho técnico precisamos definir o formato do papel,
os instrumentos que irão auxiliar na elaboração, bem como as vistas essenciais, que dependem da
complexidade da peça, sua forma de cotagem e seus símbolos aplicáveis à necessidade, etc.
Vimos que na elaboração do desenho técnico é fundamental garantir a certeza das informações e
que para isso teremos que recorrer a fontes confiáveis como as normas existentes, garantindo que a
construção de peças seja dentro dos padrões pré-estabelecido.
A compreensão dos conceitos do desenho técnico é essencial para o entendimento das próximas
disciplinas do curso e continuação da sua construção profissional.
3 Desenho técnico
43
Caldeiraria
4.1.1 OBTENÇÃO
Você sabe como os materiais de caldeiraria são obtidos? Veja a seguir como o aço, o ferro fundido e os
materiais não ferrosos são obtidos.
O aço pode ser obtido através de vários tipos de minérios. Os mais conhecidos são a hematita, siderita,
olixisto, limonita, sendo o carvão coque utilizado como material fundente.
4.1.2 AÇOS
É considerado aço todas as ligas de ferro e carbono com a quantidade de carbono inferior a 2%. Além
dos citados, outros elementos de liga são adicionados aos aços, que têm como objetivo melhorar as pro-
priedades mecânicas. Estes outros elementos adicionados são silício, manganês, fósforo, enxofre, entre
outros.
Conheceremos agora os tipos de aço e como são obtidos nos processos metalúrgicos.
TIPOS DE AÇO
A norma da ABNT 172/2000 classifica os aços ao carbono conforme tabela a seguir, em que os dois
primeiros números indicam a classe do aço e os dois últimos algarismos constituem a média de teor de
carbono neste aço.
Os aços são disponibilizados na forma de tarugos, chapas, tubos e perfis, com aplicação na construção
de peças, equipamentos, tubulações, estruturas, entre outras.
No processo de manuseio e estoque do aço, por ele ser um material que ocupa muito espaço e ser
muito pesado, devemos manuseá-lo sempre protegidos com os EPI básicos (luvas de vaqueta, óculos de
proteção, protetor auricular, entre outros).
Além disso, de acordo com o peso do material a ser movimentado, devem-se utilizar os equipamentos
de movimentação de carga, como empilhadeiras, pontes rolantes e talha elétrica ou mecânica.
Também é importante estocar o aço em uma sequência de dimensões e diâmetro, com a indicação dos
códigos e com a placa de identificação em local visível, para se ter fácil visualização. Por exemplo, tubos A
105, SCH 40, diâmetro nominal 2’’, S/C, 6 metros. Chapas A36, espessura 1/8’’, dimensão 2 m x 1 m.
4 Caldeiraria
49
As arrumações deverão ser realizadas sempre de forma que facilitem o acesso de pessoas e equipamen-
tos para a movimentação de cargas.
SAIBA Para conhecer mais sobre os aços, consulte o livro: CHIAVERINE, Vicente. Tecnologia
MAIS Mecânica. Volume I. Editora M C Graw. Hill Ltda, 2007.
Os materiais de aço inox devem sempre ser armazenados separados dos de aço-carbono, para não ha-
ver contaminação.
O ferro fundido é definido como ligas compostas de ferro, carbono e silício, em que o percentual de
carbono geralmente é acima de 2,5% podendo chegar até 5%, além de outros elementos químicos com
porcentagem muito pequena, como o silício, manganês, enxofre e fósforo, conforme veremos a seguir.
Os ferros fundidos são classificados seguindo as normas da ABNT/NBR, quanto a sua resistência à tração
e alongamento. Observe alguns tipos:
Introdução a processos de caldeiraria
50
a) Ferro fundido branco: possui de 2% a 3,5% de carbono, 0,5% a 2% de silício e 0,5% de manga-
nês. Apresenta elevada resistência à compressão e abrasão, sendo sua usinabilidade muito difícil.
Sua principal aplicação é na produção de ferro fundido maleável, utilizado também para cons-
trução das esferas de moinhos e rolos laminadores, peças sujeitas a elevada compressão e atrito;
b) Ferro fundido cinzento: possui de 2% a 4% de carbono e de 1% a 3% de silício. Apresenta eleva-
da fluidez, facilitando a usinabilidade e tem um custo baixo. É o ferro fundido mais usado, princi-
palmente na fundição em geral, engrenagens de grandes dimensões, bloco de motores, carcaças
de máquinas e tubulações;
c) Ferro fundido maleável: é obtido a partir do ferro fundido branco. Pode ser soldado e apresenta
alta resistência mecânica, o que facilita a confecção de itens com muitos detalhes, tipo conexões
para linhas elétricas, cubos de rodas, sapatas de freios, etc.
Por causa da sua fragilidade, é necessário manter os ferros fundidos em locais separados dos outros
metais a fim de evitar batidas. No caso dos tubos, ainda é preciso proteger a extremidade das bolsas para
que não haja trincas.
Normalmente, as peças saídas das fundições necessitam de usinagem devido às irregularidades e de-
formações apresentadas.
4 Caldeiraria
51
Os metais não ferrosos são todos os materiais isentos de ferro ou que têm um percentual pequeno
deste na sua estrutura. Os metais não ferrosos e suas respectivas ligas têm uso limitado devido ao seu alto
custo. Sua aplicação acontece quando não pode ser substituído por um material com custo menor.
Com os conhecimentos obtidos sobre os aços, os ferros fundidos e os metais não ferrosos, iremos agora
estudar sobre como se classificam as ligas não ferrosas.
A classificação das ligas não ferrosas se divide em pesadas, entrando nessa relação os materiais de co-
bre, bronze, chumbo e estanho; e as ligas consideradas leves, nas quais estão incluídos o alumínio e suas
ligas, como magnésio, titânio.
O cobre é uma das mais antigas ligas não ferrosas do mundo e foi muito utilizado antes do surgimento
ferro. Ele é um mineral extraído de calcopirita. Do cobre derivam outras ligas não ferrosas, como o bronze,
que é a composição do cobre com estanho; e o latão, que é uma composição do cobre com o zinco.
Introdução a processos de caldeiraria
52
O alumínio é obtido através do minério chamado bauxita, de onde se extrai a alumina. É da alumina, por
meio de um processo chamado de eletrólise, que se produz o alumínio.
Existem outros materiais ou ligas não ferrosas, como estanho, chumbo, antimônio, magnésio. São mui-
tos os casos da aplicação das ligas não ferrosas, que se devem, principalmente, pelo fato de alguns destes
metais terem boas propriedades, como alta condutibilidade elétrica, térmica, qualidade anticorrosiva1 e
antifricção2.
Podemos citar como exemplo a aplicação na fabricação de coroas de bronze utilizadas em mesas gira-
tórias e diferencial (eixo) de máquinas operatrizes, como tornos e fresadoras. O bronze é utilizado nesta
situação por ser resistente, não corrosivo e de fácil manuseio.
A movimentação e manuseio das ligas não ferrosas tem que ser feita com bastante cuidado para não
sofrerem avarias, principalmente os tubos de cobre, as chapas de alumínio e tubo de alumínio. Antes da
estocagem, devem ser protegidos com embalagem plástica.
Continuando com os nossos conhecimentos sobre materiais utilizados na fabricação de peças e equi-
pamentos de caldeiraria, nossa atenção estará voltada para as chapas, tubos e perfis usados para fabricar
esses produtos. Veremos agora como são disponibilizados os materiais utilizados na caldeiraria.
CHAPAS
As chapas são aços planos nos quais comprimento, largura e espessura têm diferentes dimensões, po-
dendo ser fabricadas com diversos tipos de materiais: metálico ou não metálico, ferroso ou não ferroso,
termoplástico e madeira.
A fabricação das chapas acontece através do processo de laminação, em sucessivos passes, dando ao aço,
com o preaquecimento adequado, a forma ou seção desejada. Esse processo também pode ocorrer a frio.
A chapa é um tipo de produto plano obtido através do processo de laminação, que consiste em passar
o lingote de forma sucessiva por dois cilindros ou rolos, até o material se transformar na forma desejada.
Na proporção em que a peça de aço diminuir sua espessura, seu comprimento irá aumentar. São incluídas
neste grupo as chapas e as bobinas de aço.
Introdução a processos de caldeiraria
54
Ela é dividida em duas categorias: grossas e finas. São consideradas chapas grossas as de espessura
igual ou superior a 3/16” (4,76 milímetros), esta espessura pode ser fornecida tanto em milímetro quanto
em polegadas; finas, quando possuem espessuras inferiores a 1/8’’ (3,175 milímetros), sendo comum no
Brasil utilizar a bitola chamada de MSG (Manufacturer’s Standard Gauge).
As chapas são ofertadas no mercado em placas com as dimensões de 1 metro por 2 metros, 1 metro por
3 metros ou com dimensões maiores sob encomenda.
Os tipos de aço com que são fabricadas as chapas são o aço ao carbono, aço-liga, aço inoxidável, além
da chapa de aço galvanizado, que é um aço ao carbono que recebe uma camada de banho de zinco nas
duas faces da sua superfície.
As chapas são utilizadas nos projetos de construção em todo ramo de produção: nas áreas industrial,
agrícola, na construção civil e naval, para fabricação de diferentes tipos de peças e equipamentos de cal-
deiraria, na construção de tanques, plataforma de petróleo, caldeiras, fornos, pisos de passarelas, piso de
escada, na construção de peças através de traçados de caldeiraria, etc.
TUBOS
Os tubos são elementos fechados, destinados à condução de fluidos líquidos ou gasosos quando se
trata de processo industrial.
Eles estão disponíveis no mercado nas espessuras fina ou grossa, podendo ser de aço ao carbono, aço
galvanizado e aço inox. Quanto ao formato, podem ser: quadrado, redondo, circular ou retangular.
Muitas são as aplicações para os tubos. Em geral, os tubos de formato redondo ou circular são utilizados
no processo de passagem de produtos líquidos e gasosos; enquanto o quadrado e o retangular são usados
na fabricação de estruturas metálicas.
Os tubos são comercializados nos padrões de comprimentos de 6 e 12 metros.
CASOS E RELATOS
Agora que já vimos as chapas e os tubos, nosso próximo assunto aborda acerca dos perfis com seus
tipos e aplicações.
Introdução a processos de caldeiraria
56
Perfis
Os perfis são estruturas fabricadas com diversos formatos geométricos, que podem ser cilíndricos, qua-
drados, redondos, H, I, U, T, W e cantoneira em L, podendo ser de abas iguais e desiguais.
a) Os perfis H, I, U: são produzidos em grupo, sendo os elementos de cada grupo de altura cons-
tantes e largura das abas variáveis;
b) Os perfis L (cantoneiras): são também fabricados com diversas espessuras para cada tamanho
das abas;
c) Os perfis U: são vigas apropriadas para médias e pequenas estruturas, apropriadas em ligações
de estruturas com outros tipos de perfil H e I;
d) Os perfis T: são outro tipo de perfil, muito utilizado nos serviços de caldeiraria na montagem de
suporte.
Os perfis mais utilizados na área de caldeiraria são as cantoneiras L e o perfil I. As cantoneiras L são utili-
zadas para corrimão de escada, guarda corpo de passarela, nas uniões de estruturas feitas com outros tipos
de perfil para garantir maior resistência à estrutura e, também, para fazer treliças metálicas.
Já os perfis I são utilizados na estrutura de pontes, como pilares de sustentação de edifícios, em suporte
para equipamentos como bombas, compressores, vasos, galpões, pontes rolantes, etc.
Os perfis são encontrados no mercado com a medida padrão de 6 metros de comprimento. Em dimen-
sões diferentes, somente sob encomenda.
4 Caldeiraria
57
Os perfis são estruturas laminadas, calandradas ou soldadas, construídas com diferentes espessuras. Os
perfis laminados seguem os padrões americanos, de acordo com a norma ASTM A-36.
Até o presente momento, estudamos sobre os tipos de perfilados. Em seguida, conheceremos alguns
produtos de caldeiraria.
Introdução a processos de caldeiraria
58
Há uma diversidade de produtos de caldeiraria, dentre os quais podemos destacar os tubos e conexões,
que são equipamentos estáticos, com seus componentes externos e internos, usados na construção de
estruturas metálicas para indústria, comércio, agroindústria, na construção de tanques e silos de armaze-
namento, entre outros.
Entre os diversos tipos de produtos de caldeiraria, podemos citar os trocadores de calor, caldeira, for-
nos, reatores de processo (utilizados em processo), tubulações (utilizadas em transporte), estruturas metá-
licas (suporte/sustentação), tanques de armazenamento, esferas para armazenamento de gases (armaze-
namento), entre outros.
CARACTERÍSTICAS
Esses produtos de caldeiraria se diferenciam em razão do seu tamanho, forma, função, etc.
a) Quanto ao tamanho, podem ser de pequeno, médio e grande porte. Um exemplo de equipa-
mento de caldeiraria de grande porte são os reatores de craqueamento de petróleo e torre de
destilação com altura, que podem chegar a mais de 90 metros. Um exemplo de equipamento de
médio porte é um tanque de armazenamento de água para uso industrial. E um exemplo de equi-
pamento de pequeno porte é um vaso acumulador de ar comprimido de um compressor de ar;
b) Quanto à forma podem ser cilíndricos, esféricos e quadrados:
-- Cilíndricos: temos os trocadores de calor, as tubulações que transportam os fluidos, torres e
reatores, entre outros;
-- Esféricos: temos as esferas que armazenam gases obtidos nos processos industriais;
Chegamos à conclusão dos tipos e características dos produtos de caldeiraria. Agora, vamos conhecer a
função deste produto nos processos produtivos.
FUNÇÕES
Cada produto exerce uma função diferente, dependendo do seu tipo. Dentre eles, podemos destacar:
a) Os tanques: elementos cilíndricos utilizados no armazenamento de produtos líquidos;
b) As caldeiras: têm a função de gerar vapor para o processo da indústria;
c) Torres: tem a função de destilação e fracionamento de produtos;
d) Vasos: no formato de esferas, armazenam grandes volume de gases;
4 Caldeiraria
59
e) Conexões na montagem das tubulações: nas quais as válvulas, a depender do tipo, podem ter
a função de bloqueio, regulagem, controle do fluido e pressão, sentido de fluido;
f) Curvas e joelhos: têm a função de fazer a mudança de direção de um tubo;
g) Conexão em T ou Y: tem como função fazer derivações que podem ser a 90°, 45°;
h) Trocadores de calor: a depender do processo, podem ter a função de aquecedor, condensador,
refervedor, resfriador e refrigerador;
i) As estruturas metálicas: são fabricadas com diversos tipos de perfis, para sustentar grandes
equipamentos e cobertura na área industrial.
Para a fabricação de peças, componentes e equipamentos de caldeiraria, são necessárias algumas eta-
pas até o produto final. Conheceremos esse processo no tópico seguinte.
Inicialmente, o setor de projeto realiza a elaboração com o detalhamento do projeto, levando em con-
sideração a pressão de operação, o tipo de fluido armazenado ou circulante no recipiente, o tipo do mate-
rial a ser empregado para fabricação, a temperatura do fluido, e a facilidade para montagem, operação e
manutenção após instalação.
O setor de material se envolve com a compra do material, o seu recebimento, a gestão do estoque e o
armazenamento no almoxarifado.
Já o setor de planejamento é responsável pela elaboração da ordem de serviço, detalhamento das eta-
pas de construção, cronograma de execução, projeção de recursos humanos e materiais para execução
das tarefas.
E, por fim, o setor de construção e controle da qualidade é o setor responsável pela fabricação das
peças, subconjuntos e conjunto de caldeiraria e sua montagem. Esta etapa envolve os profissionais de tra-
çagem de caldeiraria, caldeireiros e encanadores responsáveis pelo corte e dobra de perfil, tubos e chapas.
Também, ensaio não destrutivo para verificação de descontinuidade nas soldas aplicadas nos conjuntos
de caldeiraria e o teste de estanqueidade.
Finalizamos mais uma etapa de conhecimento e partiremos, agora, para conhecer um pouco mais so-
bre as ferramentas manuais, seus tipos, caraterísticas e aplicações.
Introdução a processos de caldeiraria
60
As ferramentas manuais servem para folgar, apertar e fixar peças, cortar chapas, perfis e tubos, fabri-
cadas de acordo com suas características de utilização, com diferentes composições químicas e formas
geométricas.
São ferramentas essenciais para a execução das tarefas inerentes à função do profissional da área de
caldeiraria. Elas podem ser confeccionadas com vários tipos de materiais, desde o aço-carbono simples,
até as fabricadas com aços especiais, com cromo e vanádio, podendo ser obtidas através de fundição e
forjamento, passando por tratamento térmico para melhorar suas propriedades mecânicas e, com isso,
aumentar sua vida útil.
É importante que as ferramentas estejam arrumadas dentro de um recipiente adequado para facilitar a
organização e a alocação.
TIPOS E CARACTERÍSTICAS
Dentre as ferramentas manuais, nos aprofundaremos sobre as chaves, visto que essa ferramenta é bas-
tante utilizada nos serviços de montagem e desmontagem de qualquer componente.
Há uma diversidade de chaves para vários tipos de atividades, tendo como principal característica as
variedades de tamanho, peso, tipo de material que são fabricadas, funções que exercem nos serviços, fala-
remos somente sobre as chaves mais usuais nos serviços de caldeiraria.
A chave de boca combinada com estria, a extremidade da estria serve para quebrar o aperto, enquan-
to a parte de boca serve para retirada total da porca ou parafuso de fixação e, conforme aumentamos a
medida da chave, o comprimento do cabo também aumenta. As chaves espina servem para realizar o
4 Caldeiraria
61
alinhamento entre dois furos. As espátulas mecânicas para abertura entre dois flanges, espátulas flexíveis
para retirada das juntas da face dos flanges; já as chaves soquetes utilizadas no cabo catraca manual para
retirada de parafusos e porcas.
APLICAÇÕES
As chaves são utilizadas em todas as atividades que precisam de retirada ou colocação de elementos
de máquinas de fixação, como uma porca ou parafuso e para realizar o corte de um anel de gaxeta ou uma
junta de vedação.
São também utilizadas para o alinhamento de furos de flanges de uma tubulação, para abertura de dois
componentes que estão unidos, nos ajustes manuais de peças, entre outras situações.
As ferramentas, antes de serem manuseadas, devem passar por inspeção para que sejam observadas
suas condições de uso. Veja o que deve ser observado em cada ferramenta:
a) Chaves combinadas: deve-se verificar as condições da boca fixa e estria, quando for apertar ou
folgar um parafuso ou porca;
b) Chaves ajustáveis: deve-se observar as mandíbulas e mordentes, sempre quando utilizar a fer-
ramenta para segurar uma peça;
c) Alicates: deve-se ver seu isolamento, principalmente quando estiver trabalhando com elemento
energizado;
Introdução a processos de caldeiraria
62
d) Martelos e marretas: deve-se observar os cabos nos serviços de impacto de fixação ou retirada
de elementos de caldeiraria, mecânica e outros.
Após a atividade do dia, é preciso armazenar as ferramentas sempre em local adequado, preferencial-
mente em armários ou caixas apropriadas, e mantê-las sempre limpas, preservando sua durabilidade.
As ferramentas básicas de corte são aquelas utilizadas no processo de corte de qualquer tipo de mate-
rial, seja metálico ou não metálico, ferroso ou não ferroso, plástico, borracha ou tecido, e que exige a ação
humana para fazer esta operação.
TIPOS
As ferramentas de corte mais utilizadas nos processos de corte são os arcos de serra para corte de cha-
pas e tubos, cortador a frio de tubos, tesoura de chapa manual, vazador manual para confecção de juntas,
estilete e canivete para cortar juntas.
Para cada tipo de operação, é usada uma ferramenta. Os materiais usados para fabricação dessas ferra-
mentas podem ser aço-carbono, aço ferramenta, aço rápido e metal duro.
CARACTERÍSTICAS
As ferramentas de corte se caracterizam pelo tipo de corte que realizam, pelo seu comprimento total e
largura.
O arco de serra pode ser caracterizado pela quantidade de dentes por polegadas, pela profundidade
do dente e forma da sua lâmina. As tesouras de chapas manuais possuem os tamanhos de 6”, 8”, 10” e
12”, a lâmina estreita é utilizada para cortes em curvas de pequeno raio e lâminas largas para cortes retos
e curtos.
O canivete é ferramenta construída com lamina de aço cortante e perfurante, por isso, faz-se necessário
cuidado ao manusear. Sua dimensão varia de tamanho desde o mais comum de 4”, utilizado no corte de
gaxeta para vedação, podendo ter um sistema de abertura manual ou automático.
O estilete é outra ferramenta cortante utilizada no corte de gaxeta e cortiça para vedação. Tem a lâmina
de corte mais fina do que o canivete, portanto, com resistência menor. O esforço no momento do corte
também deve ser menor do que o esforço utilizado no canivete. Apresentado com diversas dimensões,
é vendido em estojo ou separado, e o material do estilete é composto pela lâmina em aço e o corpo em
plástico ou alumínio.
Ao manusear essas ferramentas, faz-se necessário seguir algumas recomendações. Em relação às te-
souras, as lâminas devem estar corretamente afiadas e as articulações devem estar bem ajustadas, com o
mínimo de folga. No caso do canivete e estilete, tomar cuidado com a aresta cortante.
No caso dos arcos de serra, ao colocar a lâmina é preciso verificar a posição da seta, que deve estar no
sentido de corte e ajustada perfeitamente.
Para que não haja desgaste, quebra ou defeito nas tesouras manuais, é preciso evitar o choque e queda
das lâminas, manter o gume de cortes das lâminas protegido, evitar cortar chapas de aço duro ou arame e
outros materiais de aço temperado.
Já no caso dos arcos de serra, é preciso utilizar a lâmina de serra com a quantidade de dentes adequada
para o corte de cada material e seguir as recomendações dos fabricantes. O canivete pode ser afiado em
pedra de esmeril manual, por pessoa qualificada para o serviço. Os estiletes só devem ser utilizados para
corte de material compatível com sua resistência, para evitar quebras.
Introdução a processos de caldeiraria
64
ARMAZENAMENTO
As ferramentas devem ter um adequado armazenamento, por exemplo, os arcos de serra devem ser
fixados na parede, em quadros de madeira ou em maletas de aço juntamente com as outras ferramentas,
sendo sugerida a retirada da lâmina de serra para evitar a quebra.
As tesouras manuais, após o uso, devem ser limpas e lubrificadas com óleo ou graxa para evitar oxida-
ção.
O canivete e estilete devem ser transportados fechados, por se tratar de uma ferramenta cortante e per-
furante. Após a sua utilização, devem ser limpos para evitar oxidação e armazenados em local sem outras
ferramentas em cima.
4 Caldeiraria
65
RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos sobre o conceito de caldeiraria, que abrange os serviços de fabricação,
construção e montagem. Conhecemos os principais tipos de materiais ferrosos e não ferrosos,
aprendemos que os ferrosos se dividem em aço ao carbono e ferro fundido e os não ferrosos em
alumínio, chumbo, cobre e suas ligas, como o latão e o bronze, entre outros.
Vimos também a forma de obtenção destes materiais ferrosos e não ferrosos, os principais tipos de
ferros fundidos, tubos, chapas e perfis.
Conceituamos cada tipo desses materiais, definimos também as suas características e suas apli-
cações na construção de peças de caldeiraria, a classificação do aço-carbono conforme a norma da
ABNT, seu manuseio e arrumação na área de armazenagem.
No que diz respeito às chapas, vimos como se dá seu processo de fabricação e sua forma comercial.
Conhecemos os variados tipos de perfil e tubos, sua forma comercial, os produtos de caldeiraria que
são obtidos através deles, suas características físicas e funções.
No item relacionado às ferramentas manuais, falamos sobre os tipos, caraterísticas e aplicação de
cada uma delas, as técnicas e recomendações de uso dessas ferramentas e sua conservação.
Conhecemos também algumas ferramentas básicas de corte, seus tipos, características, técnicas e
recomendações para sua utilização, além do seu desgaste, quebras e defeitos e, finalizando, falamos
sobre o seu armazenamento.
Elementos de máquina e mecânica básica
É de suma importância para a sua atuação profissional que você conheça os elementos de
máquina, compreenda suas funções e características.
Os elementos de máquina são componentes que têm como principal função: fixar, unir e
transmitir força e movimentos, além de promover a vedação e servir de guias e apoio para ei-
xos de máquinas e equipamentos industriais. São de extrema importância e contribuem com a
manutenção, na oferta de sobressalentes para condicionamento e reposição de componentes
mecânicos.
em geral; apresentaremos também o conceito de manutenção e cada uma de suas classificações, sendo
elas: preventiva, corretiva, preditiva e manutenção autônoma e operacional.
Os elementos de fixação são utilizados em união e fixação entre componentes que incluem o uso de
itens como rebites, parafusos, porcas, arruelas, entre outros, que utilizam métodos específicos.
5.1.1 REBITES
Os rebites são elementos de fixação capazes de unir e fixar estruturas metálicas, tais como: fuselagem
de avião, pontes, etc.
No ambiente doméstico os rebites podem ser encontrados na fixação de cabos de panelas e canecas
de alumínio. Na área industrial podemos encontrar rebites nas estruturas metálicas. As ligações podem ser
feitas por meio de rebites e soldas. Esses dois tipos de junções originam estruturas de elevadas resistências
em comparação com as junções feitas por parafusos ou pinos. Além do mais, quando a junção deve ser
estanque, é decisiva a utilização de solda ou rebites. Caso, por exemplo: das caldeiras, reservatórios e tubos
sujeitos a altas pressões.
Tipos de Rebites
Existe uma variedade de rebites, com aplicações diversas. Podemos encontrar os tipos normalizados
pela norma DIN 123, que fala sobre os rebite de cabeça redonda que é utilizado na vedação e força em
união estanque como caldeiras.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
69
Outro tipo de rebite é o de cabeça estreita regido pela norma DIN 124, utilizado em uniões de estruturas
metálicas que suportam grandes esforços, utilizados nas construções navais e aeronáuticas.
Outro muito utilizado e popular é o rebite chamado de Pop, regido pela norma NBR 9580.
No quadro seguinte podemos visualizar os tipos de rebites normalizados pela ABNT/NBR 9580.
Como vimos, os rebites, a depender de sua forma e aplicação, são regulamentados por diferentes nor-
mas. Há também grandes vantagens de uso em relação a outros tipos de fixação, pelo seu baixo custo, é
de fácil aplicação em reparos, sendo utilizados onde a união por solda é de difícil soldabilidade. A maior
desvantagem é o não reaproveitamento após a desmontagem.
SAIBA Para aprimorar seus conhecimentos e saber mais sobre rebites e suas especificações,
MAIS consulte a norma da ABNT NBR 9580.
Como pudemos observar, a utilização dos rebites é uma fixação permanente, ou seja, após a monta-
gem, não podemos desmontar sem que não sejam inutilizados.
Introdução a processos de caldeiraria
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5.1.2 PARAFUSOS
Os parafusos são elementos de fixação muito utilizados na área comercial, doméstica e industrial. Exis-
tem parafusos para atender diversos tipos de demandas específicas.
TIPOS DE PARAFUSOS
Os parafusos são os principais elementos de fixação utilizados na indústria em geral e podem se apre-
sentar de vários tipos. Veremos os mais comuns a seguir.
Os parafusos são aplicados na fixação de madeiras, plásticos, estruturas metálicas e na união e fixação
de conjuntos mecânicos utilizados na indústria naval, de petróleo, gás e energia, petroquímica, química,
entre outras áreas.
5.1.3 PORCAS
Assim como os parafusos, as porcas são os principais e mais usados elementos de fixação, normalmente
fabricadas em materiais metálicos como: aço-carbono, alumínio, latão, bronze, e em alguns casos, plásti-
cos.
TIPOS DE PORCAS
Temos uma variedade de porcas e as mais utilizadas são: as porcas sextavadas de utilização comum,
Parlock ou autotravante, quadradas e a borboleta.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
71
5.1.4 ARRUELAS
As arruelas têm a função de distribuir, proporcionalmente, a força de aperto entre parafuso e porca em
conjuntos mecânicos montados ou em estruturas metálicas. São aplicadas nas uniões entre parafusos e
porcas com o objetivo de distribuir uniformemente o aperto. Atuação destacada na área industrial.
TIPOS DE ARRUELAS
As arruelas têm funções múltiplas que vão além de terem atuação contínua em uma união parafusada
que mantém a pré-carga, evitam a folga espontânea do parafuso devido a vibrações ou cargas em movi-
mento, atuando assim com eficiência em possíveis folgas.
5.1.5 PINOS
Os pinos são elementos cilíndricos ou cônicos, ocos ou maciços, que servem para alinhamento, fixação
e transmissão de potência. Os pinos têm por finalidade alinhar ou fixar os elementos de máquinas, permi-
tindo uniões mecânicas, uniões em que se juntam duas ou mais peças.
TIPOS DE PINOS
Existe uma variedade de pinos: os cônicos se destacam pela ação de centragem; o cilíndrico demanda
um furo com tolerâncias rigorosas e são aplicados quando o conjunto onde atua sofre esforços cortantes.
Já os pinos elásticos têm elevada resistência ao corte e podem ser tubulares partidos assentados em
furos, ou com variações de diâmetro. O pino guia serve para alinhar elementos de máquina. A distância
entre os pinos deve ser bem calculada para evitar o risco de ruptura.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
73
Pino cônico Pino cônico com rosca Pino cilíndrico Pino elástico
Os pinos são elementos bastante utilizados no meio industrial, nas ações de travamento e na centrali-
zação de peças, assim como, têm grande atuação como guias de tampas de redutores, facilitando o alinha-
mento dos furos.
Os elementos elásticos têm papel fundamental atuando e contribuindo para o perfeito funcionamento
de máquinas e equipamentos, em alguns sistemas ou conjuntos mecânicos a exemplo dos automóveis,
amortecendo os impactos e propiciando maior conforto para seus usuários.
Os elementos elásticos têm grande importância, pois atuam nos sistemas de amortecimentos de eleva-
dores, amortecedores dos veículos automotores, em tubulação mecânica, entre outros.
Introdução a processos de caldeiraria
74
5.2.1 MOLAS
As molas são elementos elásticos de grande importância, empregados para absorver energia, como em
suspensão de automóveis; acumular energia, como em relógios; manter elementos sob tensão controlada,
como no caso das válvulas; medir, como em balanças e outros instrumentos.
TIPOS DE MOLAS
As molas são elementos de máquinas que realizam esforços de tração, compressão, torção e flexão. A
seguir conceituaremos alguns tipos de molas mais comuns:
a) Mola helicoidal: nas formas cilíndricas, ou cônica. Trabalha para compressão ou tração;
b) Mola espiral: trabalha para torção. É fabricada de arame ou fita de aço, enrolada em espiral plana
e deforma-se sob a aplicação de um momento torsor3;
c) Mola de torção: fabricada com fios de seção circular ou prismática, para travas, esperas ou molas
de retorno;
d) Mola de flexão: consiste em uma ou várias lâminas de aço, levemente curvas ou planas, sus-
tentadas em uma ponta e carregadas na outra. Uma forma especial de mola de flexão é formada
por feixes de molas, que utiliza várias lâminas de comprimentos diferentes, conseguindo grande
resistência.
As molas são aplicadas para armazenamento de energia, como exemplo dos relógios, brinquedos, re-
torno de válvulas, amortecimento de choques, suspensão automotiva, acoplamentos de eixos, proteção
de instrumentos, distribuição de cargas, estofamento de veículos e colchões.
3 Torsor: é um esforço com tendência ao giro de um objeto em torno do eixo longitudinal, provocando tensões, podendo levar
até a sua quebra.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
75
Os anéis elásticos são usados para impedir o deslocamento axial4, posicionar ou limitar o curso de uma
peça deslizante sobre um eixo.
Os anéis elásticos são amplamente utilizados em manutenção de máquinas e equipamentos, sua mon-
tagem pode ser diretamente em um canal no eixo para garantir a fixação e limitar o deslocamento longitu-
dinal ou pode ser montado no interior de caixas de mancais, entre outras aplicações.
São elementos que formam sistemas capazes de transmitir potência e movimento, transmitindo ener-
gia ou simplesmente alterando sentido da rotação ou variando as rotações para aumentar ou diminuir sua
potência.
Nas ilustrações seguintes, podemos ver exemplos de diversos sistemas de transmissão:
Com esses elementos são montados os sistemas de transmissão que transferem potência e movimento.
5.3.1 Chavetas
As chavetas são imprescindíveis e indispensáveis para os eixos, pois será o principal elemento na liga-
ção e fixação dos acoplamentos entre eixos.
O seu corpo tem um formato peculiar, é prismático5, podendo ter faces paralelas ou inclinadas, em
função da grandeza do esforço e tipo de movimento que deve transmitir. Normalmente, são fabricadas em
aço-carbono.
Tipos e aplicações
Chaveta de disco ou
meia-lua tipo Woodruff
5 Prismático: no caso das chavetas, deverão ser paralelas e na sua aplicação devem seguir uma linha geratriz, que chamamos de
linha de simetria.
Introdução a processos de caldeiraria
78
Existem outros tipos de fixação de ligação entre elementos mecânicos, porém, a união de componen-
tes por chavetas garante o sincronismo das peças, é de baixo custo, fácil fabricação e fácil montagem e
desmontagem.
Para transmitir potência de uma árvore à outra, alguns dos elementos mais antigos e mais usados são
as correias e as polias. Este tipo de transmissão por correias e polias apresenta as seguintes características:
a) Podem transmitir grande quantidade de energia;
b) Possuem custos relativamente baixos;
c) Tendem a proteger a unidade motora;
d) Possuem rendimento entre 0,96 a 0,98, pois podem apresentar escorregamentos.
As polias e correias são aplicadas em sistemas de transmissão de força e movimento para acionar algum
equipamento, ou inverter rotação, e para decompor um esforço.
Polias
Polias e
e correias
correias trapezoidais
trapezoidais ou
ou em
em “V”
“V” Polias
Polias e
e correia
correia plana
plana
As maiores vantagens das polias e correias comparadas aos outros meios de transmissão são: possui
baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevada resistência ao desgaste e funcionamento silencioso.
5.3.3 Engrenagens
As engrenagens são rodas dentadas padronizados que servem para transmitir movimento e força entre
dois eixos.
As engrenagens são aplicadas em sistemas de transmissão de força e movimento para acionar máqui-
nas e equipamentos, ou inverter rotação, e para decompor esforços.
Tipos de engrenagens
Existem vários tipos de engrenagens, que são escolhidas de acordo com sua função:
a) Cilíndricas de dentes helicoidais: podem ser utilizadas para transferir energia entre eixos não
paralelos e quando requer redução de ruídos;
b) Com dentes internos: quando requer captar altas velocidades de um do motor, convertendo
em grandes torques (força) e ocupar poucos espaços;
c) Cremalheira: mudar o sentido do movimento de circular em movimento retilíneo;
d) Com dentes retos: transmissão de elevada potência com menor esforço sobre os mancais;
e) Com dentes em V: quando requer segurança na utilização em serviços de maior exigência sem
riscos a grandes demandas de trabalhos;
f) Cônica com dentes em espiral: quando requer serviços com baixo ruído e grande potência,
podendo ser aplicadas para eixos que podem ou não ser perpendiculares;
Introdução a processos de caldeiraria
80
g) Parafuso sem-fim (pinhão) e coroa: este conjunto é usado quando requer grande relação de
transmissão, suavidade da transmissão sem geração de vibrações ou ruído em consequência do
permanente contato entre as peças;
h) Cônica com dentes retos: é uma engrenagem com uma face angulada, com os dentes dispostos
ao longo do lado do cone, aplicada quando requer a montagem com outra engrenagem forman-
do um ângulo reto (90º).
Os diversos tipos de engrenagens são utilizados de acordo com a finalidade, que pode ser devido à
necessidade de redução de ruídos, grandes reduções de transmissão, mudança de direção, combinação
redução no espaço físico, etc.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
81
5.3.4 Acoplamentos
Os acoplamentos são componentes normalizados, como elementos de conexão e união entre os eixos
do equipamento acionador e acionado.
Os acoplamentos são usados na união de peças em especial nos eixos de máquinas e equipamentos,
para compensar desalinhamentos, absorver choques e vibrações, transmitir esforço de torques e atuar
como dispositivo de segurança.
TIPOS DE ACOPLAMENTOS
Existem diversos tipos de acoplamentos, que são selecionados de acordo com a sua necessidade, tais
como: fixos e rígidos; elásticos e plásticos e móveis, conforme pode ser observado no quadro a seguir.
Acoplamento
Acoplamento fixo Acoplamento móvel
elástico/flexível
Os acoplamentos são normalizados pela ABNT, são comercializados já fundidos, cabendo ao usuário
apenas usinar o furo interno e montar no eixo.
São acessórios auxiliares que protegem o funcionamento de máquinas e equipamentos. Um dos mais
importantes são os mancais de rolamento, que são elementos de apoio que funcionam conjuntamente en-
tre os apoios móveis e fixos, cuja principal vantagem é a redução dos esforços sobre as caixas de mancais
ou alojamentos, contribuindo com a redução do atrito entre as partes e, consequentemente, o desgaste
prematuro.
5.4.1 ROLAMENTOS
São elementos de máquina que servem de guia em que se apoiam os eixos e funcionam como um
dispositivo, cuja finalidade dentro do equipamento é reduzir o atrito dos eixos com a caixa de mancal,
fazendo com que toda carga de contato seja transferida para o próprio rolamento.
Introdução a processos de caldeiraria
82
TIPOS DE ROLAMENTOS
Os rolamentos podem ser de esferas, de rolos e de agulhas, conforme pode ser visualizado no quadro
a seguir:
Os rolamentos têm como principal característica a função de proteger os eixos e as buchas de contato
direto, pois se entrarem em contato direto sofrerão desgaste pelo atrito.
CASOS E RELATOS
O que nos leva esta lição? Se o motorista fosse ouvido, pelos mecânicos que são os especialistas e
tivesse ocorrido a manutenção preventiva, que seria simplesmente a substituição do anel de vedação
e a sua lubrificação, não haveria o agravamento do desgaste, levando a necessidade da manutenção
corretiva devido ao dano do rolamento até a quebra dos parafusos e desprendimento da roda, com
prejuízos à produção, maior custo da manutenção e o risco se causar acidentes graves a humanos e
maiores prejuízos materiais à usina.
Os rolamentos são componentes que têm aplicações diretas e constantes em conjuntos ou equipa-
mentos rotativos. O seu objetivo é dar uma condição de equilíbrio e segurança durante o funcionamento.
Os elementos de vedação são peças mecânicas, geralmente à base de borracha, náilon, teflon, juntas de
papelão, cortiças, etc., utilizadas com o objetivo de não permitir vazamentos de fluidos.
São aplicados em regiões geralmente de passagem de óleo ou outro produto líquido. Todos e qualquer
equipamento industrial de qualquer seguimento, que tenham circulação de óleo ou outros fluidos, usam
esses tipos elementos de vedação.
Tipos
Os anéis O’rings são bastante eficientes nas vedações, porém, devemos tomar bastante cuidado com a
peça que irá acomodar a vedação, para que estejam em bom estado de conservação, com bom acabamen-
to superficial, isenta de limalhas e outras sujeiras a fim de não cortar a borracha.
Introdução a processos de caldeiraria
84
5.6. Lubrificantes
Aplicação de graxa
Os lubrificantes têm como principal finalidade evitar o contato entre as partes móveis e fixas, reduzindo
atritos, refrigerando, preservando e evitando a penetração de impurezas nos componentes industriais,
agrícolas, etc., podendo ser oferecidos no estado sólido (grafite), pastoso (graxa) e líquidos (óleos lubrifi-
cantes e o fluido para refrigeração).
5.7 Manutenção
Toda e qualquer manutenção deve ser uma prática constante em qualquer processo e/ou equipamen-
to, pois uma interrupção inesperada da produção traz problemas, tanto de ordem econômica, como de
qualidade do produto, no entanto, a manutenção planejada traz menos transtornos, pois evita desgaste
com atrasos na entrega de produtos aos clientes, reduz os índices de acidentes de trabalho e os custos com
os reparos são reduzidos.
5 Elementos de máquina e mecânica básica
87
RECAPITULANDO
Neste capítulo falamos sobre os elementos de máquina utilizados na indústria em geral, os tipos de
manutenção básica com seus lubrificantes.
Compreendemos a finalidade de utilizarmos os componentes de fixação, nos serviços com chapas,
os componentes de aperto e fixação com grande diversificação de dispositivos, como: parafuso, por-
ca, arruela, anéis elásticos e rebites.
Vimos os variados tipos de pinos com seus perfis e aplicações específicas, também os elementos
elásticos dando maior flexibilidade e conforto em seus amortecimentos e concedendo dilatações
quando solicitados, os anéis elásticos propiciando maior segurança na fixação de componentes
móveis, tanto no sentido longitudinal como no transversal.
Estudamos sobre os elementos de transmissão dos mais variados e com suas aplicações específicas
transferindo potência e movimentos, as chavetas na união e no seu poder de transferir torques a
seus componentes.
Entendemos o uso de polias e correias na transmissão silenciosa e de baixo custo em comparação
às engrenagens, mesmo com sua enorme gama de diferentes tipos e construções complexas e de
alto custo.
Vimos acerca dos acoplamentos na união e alinhamento de peças, em especial nos eixos de máqui-
nas e equipamentos rotativos. Os rolamentos com suas diversas configurações que são montados
em mancais onde são apoiados os eixos, reduzindo o atrito e desgastes prematuros.
Estudamos os elementos de vedação com seus variados materiais na sua composição para evitar
fugas de fluídos e proteção de entrada de contaminantes nos equipamentos.
Aprendemos sobre os lubrificantes que tanto são usados para refrigerar, lubrificar, proteger contra
a oxidação, etc.
Por fim, vimos os tipos de manutenção existentes para serem aplicados onde melhor convier na
preservação e conservação dos equipamentos.
Saúde, segurança e meio ambiente
Assim como houve bastante evolução nas questões envolvendo saúde e segurança, ocor-
reu o mesmo em relação às questões ambientais.
Introdução a processos de caldeiraria
90
Cada vez mais a sociedade preocupa-se com os impactos gerados ao meio ambiente. Nos processos
industriais, a destinação de resíduos, coleta seletiva, reciclagem e produção mais limpa são temas cada vez
mais presentes, tendo como objetivo a preservação ambiental.
Neste capítulo estudaremos os aspectos relacionados à saúde e segurança do trabalho, bem como à
preservação do meio ambiente.
6.1 NR
conceito
As normas regulamentadoras (NR) consistem em uma série de medidas padrão obrigatórias relaciona-
das à saúde, segurança do trabalho e meio ambiente. Elas têm como principal objetivo garantir a saúde e
integridade física dos trabalhadores no exercício de suas profissões, bem como colaborar com a preserva-
ção ambiental.
aplicação
As normas regulamentadoras são divididas de acordo com o tipo de trabalho realizado. Para os traba-
lhos com caldeiraria, por exemplo, podem ser aplicadas as seguintes normas:
a) NR 13 - Caldeiras e vasos de pressão: estabelece requisitos de saúde e segurança dos trabalhos
com vasos de pressão e tubulações;
b) NR 20 - Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis: estabelece requisi-
tos de segurança contra os riscos apresentados nos trabalhos com inflamáveis e combustíveis;
c) NR 25 - Resíduos industriais: estabelece os métodos para manuseio e destinação dos resíduos
gerados na indústria;
d) NR 33 - Segurança e saúde em ambientes confinados: estabelece requisitos para monitora-
mento e controle de riscos existentes nos trabalhos em espaços confinados;
e) NR 35 - Trabalho em altura: estabelece medidas de proteção para os trabalhadores envolvidos
nesta atividade.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
91
Observe que a norma regulamentadora 13 é comum a todo tipo de trabalho de caldeiraria; já as demais
poderão ser aplicáveis de acordo com a natureza do serviço, por exemplo, se o trabalho será em ambiente
confinado, em altura elevada ou com a presença de inflamáveis ou combustíveis.
acesso
As normas regulamentadoras possuem extrema importância, logo, é importante que todos saibam
onde consultá-la a fim de se aprofundar nos conhecimentos sobre os requisitos de segurança.
A lista completa das normas regulamentadoras está disponível no site oficial do Ministério do Trabalho,
tendo fácil acesso para consulta e aprofundamento de conhecimentos.
A CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - é composta por representantes dos emprega-
dos, escolhidos por votação e por representantes dos empregadores, indicados diretamente.
Todas as empresas com vinte ou mais funcionários devem, obrigatoriamente, possuir uma CIPA. Todo o
regulamento relacionado a esta comissão está descrito na norma regulamentadora 5.
O objetivo da CIPA é desenvolver trabalhos preventivos que promovam a saúde e a segurança de todos
os trabalhadores da organização.
Dentre os principais trabalhos realizados pela CIPA, podemos citar a elaboração do mapa de riscos am-
bientais, que identifica os tipos e intensidade de riscos existentes em cada setor de trabalho através de um
gráfico; divulgação e promoção do cumprimento das normas regulamentadoras.
Introdução a processos de caldeiraria
92
Esse grupo é responsável por desenvolver treinamentos visando a conscientização dos trabalhadores
em relação ao conhecimento e cumprimento das medidas preventivas de acidentes adotadas.
Ele pode ser composto por especialistas da própria empresa e coordenado pela Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA).
Uma campanha de segurança é um método utilizado para reforçar a conscientização dos trabalhadores
em relação às responsabilidades que devem ser adotadas para a execução de um trabalho com segurança
e saúde.
As campanhas de segurança se utilizam de técnicas diferenciadas para promover um maior foco nesse
assunto. A demonstração de vídeos, materiais escritos ou relatos de acidentes e doenças decorrentes do
exercício do trabalho são exemplos de técnicas utilizadas nessas campanhas.
Nas campanhas de segurança pode ser demonstrado o histórico de acidentes em determinados perío-
dos, bem como as melhorias implementadas e as metas para os próximos períodos.
A organização do local de trabalho é um fator que colabora de diversas formas para com o trabalhador.
Um ambiente organizado irá colaborar com a saúde através da promoção do bem-estar, da diminuição do
estresse e de uma melhor ergonomia, visto que em um ambiente desorganizado perde-se tempo procu-
rando e movimentando itens para a execução de um trabalho.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
93
Um ambiente organizado também ajuda a evitar acidentes. Um ambiente onde os materiais de traba-
lho ficam espalhados gera riscos para o trabalhador, podendo ocasionar acidentes. Logo, é importante que
cada coisa esteja em seu devido lugar, proporcionando um ambiente saudável, seguro e produtivo.
Manter o local de trabalho limpo também é um fator que colabora para a saúde. Ambientes sujos po-
dem proliferar bactérias que prejudicarão a saúde do trabalhador, por isso, é importante reservar um tem-
po para colaborar com a manutenção da limpeza do ambiente.
A iluminação do ambiente e a sinalização de segurança também estão ligadas à organização do am-
biente de trabalho. Uma boa iluminação possibilita um ambiente salubre, evitando desconfortos na visão.
Ela também ajuda a evitar acidentes, uma vez que os trabalhadores poderão visualizar bem os riscos, bem
como as sinalizações de segurança existentes.
A DO CUIDADO
CUID O USO DE E.P.I.
UE É PARA SUA
CHOQ CO SEGURANÇA
RI
ELÉT
O
CUIDAD MAN
EM
TOR UTEÇ
CONDU ÃO
ICO
ELÉTR
As empresas têm por obrigação desenvolver metodologias para garantir a saúde e segurança dos tra-
balhadores, frente aos agentes agressores existentes.
Os resíduos são substâncias sólidas, líquidas, gasosas ou combinação dessas, provenientes de deter-
minadas atividades. No caso da indústria, eles provêm dos processos industriais e podem ser nocivos aos
seres vivos e ao meio ambiente.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
95
CASOS E RELATOS
Devido a essas características nocivas, os resíduos não podem ser descartados livremente na natureza.
A norma regulamentadora 25 – Resíduos Industriais, apresenta uma série de medidas, métodos, equipa-
mentos, dispositivos, medidas de saúde e segurança para o correto manuseio e destinação dos resíduos.
SAIBA Para aprofundar seus conhecimentos sobre destinação de resíduos, consulte a norma
MAIS regulamentadora 25 – Resíduos Industriais, no site oficial do Ministério do trabalho.
Cada tipo de resíduo terá particularidades na sua forma de manuseio e destinação correta. Dentre tais
resíduos, podemos citar os tóxicos, radioativos e de alto risco biológico.
Introdução a processos de caldeiraria
96
A coleta seletiva consiste em separar todo o material que será descartado de acordo com sua composi-
ção. Essa técnica é aplicada para materiais recicláveis, justamente para facilitar o processo de reaproveita-
mento e, consequentemente, o impacto ambiental.
NÃO L
LÁVE
RECIC
L
META
VIDRO
ICO
PLÁST
PAPEL
As cores utilizadas para representar cada tipo de material seguem um padrão, facilitando o processo de
coleta seletiva.
Assim como existem as campanhas voltadas para a saúde e segurança, existem também as campanhas
para conscientização ambiental.
Por muito tempo o meio ambiente sofreu com impactos gerados descontroladamente pelo homem, o
foco estava apenas no desenvolvimento econômico e pouco se importava com a preservação ambiental.
Com o passar dos anos, percebeu-se a consequência dos impactos gerados ao meio ambiente: poluição,
destruição da camada de ozônio, diminuição de mananciais, extinção de animais, agravamento do efeito
estufa, etc.
A partir desse momento, até os dias atuais, vários acordos foram desenvolvidos visando um desenvolvi-
mento sustentável, com medidas que preservem o meio ambiente e que punam todos aqueles que gerem
degradações ao mesmo.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
97
Além das empresas, também é preciso transmitir às pessoas a importância de se preservar o meio am-
biente. Para isso, é necessário mostrar como cada um pode contribuir na diminuição dos impactos gera-
dos. As campanhas de conscientização devem alertar a todos no que diz respeito ao papel individual e
coletivo para a preservação do meio ambiente.
A qualidade ambiental estuda condições, tanto do ambiente natural, quanto do ambiente construído,
que afetam diretamente a qualidade de vida dos seres vivos, especialmente os seres humanos. Dentre as
principais condições estudadas, podemos citar: a qualidade do ar e da água.
No Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), junta-
mente com o Ministério do Meio Ambiente, ficam responsáveis por propor as normas e padrões de quali-
dade ambiental.
O poder público, juntamente com a polícia ambiental, fica responsável pela fiscalização, punindo todos
que descumprirem as normas.
A reciclagem dos resíduos contribui diretamente para a qualidade ambiental, uma vez que resíduos
lançados na natureza podem comprometer a qualidade da água, do ar e do solo. Alguns desses resíduos
podem durar dezenas ou centenas de anos antes de se decompor, logo, o reaproveitamento contribui
consideravelmente para a diminuição dos impactos ao meio ambiente.
Introdução a processos de caldeiraria
98
Com a evolução da consciência ambiental ao longo dos anos, foi desenvolvida a norma ISO 14000. Ela
foi criada para reforçar, estimular e orientar as empresas a respeito dos cuidados ambientais a serem to-
mados.
CONCEITO
A norma ISO 14000 determina diretrizes para que as empresas possam implementar o Sistema de Ges-
tão Ambiental (SGA). Desta forma, a empresa deve implementar os melhores métodos visando uma pro-
dução com práticas sustentáveis, pensando sempre na preservação ambiental.
aplicação
A norma ISO 14000 pode ser aplicada em diversos tipos de indústria, apresentando diretrizes para que
os impactos ambientais gerados a partir do processo produtivo sejam minimizados ao máximo.
Para que os resultados apresentados sejam satisfatórios, é preciso que a empresa e seus funcionários
estejam alinhados no mesmo objetivo, seguindo as diretrizes de forma correta. Treinamentos e palestras
são desenvolvidas a fim de conscientizar cada um a respeito do cumprimento do seu papel.
As empresas que conseguem implementar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) recebem o certificado.
Isso significa que ela possui responsabilidade ambiental.
Atualmente, a certificação na norma ISO 14000 é um requisito solicitado por muitas empresas que de-
sejam iniciar uma relação comercial.
A produção mais limpa consiste em uma metodologia para a execução de um processo eficiente, uti-
lizando o mínimo de matéria-prima e energia possíveis, visando a diminuição da geração de resíduos e
emissões.
Para que a geração de resíduos seja minimizada, é adotada a prática de reciclagem. Para os resíduos e
emissões não recicláveis, realiza-se o tratamento e a destinação correta.
6 Saúde, segurança e meio ambiente
99
O tipo de energia utilizado no processo também deve seguir o contexto, devendo ser a mais limpa pos-
sível. São exemplos de energia limpa: eólica, solar e nuclear.
RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos saúde, segurança e meio ambiente, importantes assuntos que obtiveram
muito desenvolvimento ao longo dos últimos anos.
Vimos que as normas regulamentadoras desenvolvem medidas relacionadas à saúde, segurança do
trabalho e meio ambiente. Estas medidas devem ser seguidas obrigatoriamente pelas empresas.
Em seguida, conhecemos a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), uma equipe for-
mada por funcionários da empresa que fica responsável por desenvolver trabalhos preventivos para
promover a saúde e segurança dos trabalhadores. Associado à CIPA, o Grupo de Educação em Pre-
venção de Acidentes (GEPA) fica responsável por desenvolver treinamentos de saúde e segurança
para os trabalhadores.
Aprendemos acerca da importância das campanhas de segurança para a conscientização.
Estudamos sobre organização no local de trabalho e que um ambiente limpo, organizado e ilumi-
nado colabora para a prevenção de acidentes e para a saúde do trabalhador.
Conhecemos os agentes agressores, dos tipos físicos, químicos e biológicos, podendo causar doen-
ças ao trabalhador, caso esteja desprotegido.
Em relação à preservação do meio ambiente, vimos: destinação de resíduos coleta seletiva, campan-
has de conscientização, qualidade ambiental e norma ISO 14000, importantes temas para promover
a realização de um desenvolvimento sustentável.
Qualidade
QUALIDADE
Figura 51 - Qualidade
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Algumas empresas começaram a entender que apenas entregar o produto ou serviço con-
tratado não era o suficiente para motivar o cliente e passar uma boa imagem da empresa. Além
disso, faz-se necessário fidelizar o cliente e manter a equipe interna motivada, mantendo o
mesmo padrão em todos os produtos. Diante disso, é importante desenvolver um padrão para
segui-lo em todos as etapas de fabricação ou prestação de serviço, com isso, obter a qualidade.
A norma ABNT NBR ISO 9001:2015 estrutura como implantar um sistema de gestão da qua-
lidade em uma organização, para que todos os serviços/produtos tenham o mesmo padrão de
qualidade.
SAIBA Para conhecer mais sobre o assunto, no que tange à norma ABNT NBR ISO
9001:2015, consulte o livro: PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualida-
MAIS de, teoria e prática. 3ª Edição, Ed. Atlas, 2012.
O que possibilita essa universalidade da norma são os princípios que ela adota, que estão
de acordo com a ABNT NBR ISO 9000, que são: foco no cliente, liderança, engajamento das pes-
soas, abordagem de processo, melhoria, tomada de decisão baseada em evidências e gestão
Introdução a processos de caldeiraria
102
de relacionamento. Sua base se concentra em 02 itens: o primeiro é no ciclo PDCA, o segundo é manter o
foco na mentalidade de risco, tirando proveito das oportunidades e prevenindo resultados indesejáveis.
Nesse capítulo, vamos estudar as ferramentas que auxiliam para manter a qualidade em todos os setores
da organização.
Podemos começar a falar desse tema definindo como uma maneira de limpar um determinado ambien-
te, aplicando uma sistemática de descarte e utilidade, a fim de manter o local apropriado para o exercício
da atividade.
A base da organização, propriamente dita, está contida dentro de um organograma, elaborado preven-
tivamente, buscando chegar a uma condição de trabalho confortável e produtiva. Dessa forma, consegui-
mos atingir o objetivo de desenvolver qualquer tipo de tarefa que seja solicitada, com o menor tempo e
evitando desperdício.
Na condução de um trabalho de limpeza, é sempre importante um trabalho em equipe, devido a va-
riedades de situações que podem ocorrer e a atenção aos procedimentos de execução de cada atividade,
principalmente no que se refere à organização. As ideias vão surgindo e alguém vai elaborar os planos para
o passo seguinte.
As ferramentas da qualidade foram instrumentos criados com a finalidade de atender dentro dos cam-
pos profissionais, a uma exigência de se garantir antes, durante e depois de um processo de confecção de
um produto ou prestação de serviço, um padrão de qualidade em todos os itens fornecidos.
As ferramentas da qualidade mais utilizadas nas organizações são:
a) Carta de controle: é um gráfico com limite de controle que permite o monitoramento dos pro-
cessos;
7 Qualidade
103
Além das ferramentas citadas, temos outras como o histograma e o fluxograma. O histograma é um
gráfico de frequência, que tem como finalidade apresentar uma variação de valores. Já o fluxograma é um
tipo de diagrama que representa esquematicamente um processo passo a passo. Mais adiante falaremos
mais sobre eles.
CASOS E RELATOS
Efeitos da organização
Na cidade de Mata de São João tem uma pequena empresa na área de caldeiraria, porém, com um
fluxo bom de trabalho. A empresa, de nome Bahia Solda, tem 18 funcionários. Almir era o único ins-
petor de qualidade e atuava além das liberações dos serviços, também no recebimento de material.
Muitas vezes, acumulando as atividades e, sempre que podia, um ajudante prático vinha auxiliá-lo.
Com o passar do tempo, Dona Carmem, única proprietária, colocou sua filha Nancy, recém-formada
em engenharia de produção, como gerente de planejamento, a fim de melhorar o desenvolvimento
das tarefas.
Com uma visão moderna, a nova gerente começou atacando justamente pelo controle de quali-
dade, colocou um estagiário para auxiliar Almir, principalmente no recebimento de materiais, ca-
bendo a ele a emissão dos relatórios, já que o estagiário Orlando lhe passava tudo alinhado. Em
seguida, fixou um quadro negro na sala de inspeção e pediu que, todo final de tarde, ele escrevesse
todas as suas atividades do dia seguinte, deixando sempre um espaço aberto para os contratempos.
A partir desse momento, a empresa teve mais dinamismo e bastante organização. Enquanto Almir
se organizava melhor, Nancy, com muita habilidade, partiu para elaboração de um fluxograma, para
organizar melhor, não só o controle de qualidade, mas todos os setores da empresa.
Em cinco meses de gestão, ela conseguiu desenvolver projetos de melhoria em todos os setores da
empresa. Com isso, todos passaram a melhorar suas atividades e o resultado final foi um acréscimo
no faturamento na ordem de 35%.
Conforme vimos, a utilização das ferramentas da qualidade auxilia as empresas na antecipação dos
problemas que possam ocorrer, proporcionando um maior controle sobre os processos.
7 Qualidade
105
7.3 5 s
O 5 S é definido como um programa de qualidade criado para revitalização dos processos industriais e
humanos, a fim de melhorar as rotinas com o local de trabalho ordenado, limpo e saudável, sempre evitan-
do o desperdício, com o pensamento de multiplicar essas práticas na vida pessoal.
O 5 S surgiu após a segunda guerra mundial. Os japoneses, com o país em ruínas, foram orientados
pelos nortes americanos a se reorganizarem, utilizando um sistema de qualidade total. Dessa forma, os
japoneses criaram as cinco situações para definir os sensos:
a) 1º “S”- Seiri: senso de utilização;
b) 2º “S”- Seiton: senso de ordenação;
c) 3º “S”- Seiso: senso de limpeza;
d) 4º “S”- Seiketsu: senso de higiene/saúde;
e) 5º “S”- Shitsuke: senso de autodisciplina.
1º S: 2º S: 3º S: 4º S: 5º S:
Utilização Ordenação Limpeza Saúde Autodisciplina
Ter apenas o Ter um lugar certo Ter cuidado e Com organização Praticar
necessário e na para cada coisa. E limpar o e limpeza, temos diariamente todos
quantidade que cada coisa ambiente. Não um ambiente os “S” é melhorar
certa. fique em seu sujar para não melhor para a mais a cada dia.
lugar. ter que limpar. saúde.
5S
5S
Figura 53 - Como utilizar cada “S”
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Os benefícios em aplicar esse programa é o maior fluxo de informações, redução de custo, otimização
do tempo; aumenta a vida útil dos equipamentos, melhora a comunicação interna e externa, aumenta a
segurança dos envolvidos e promove um ambiente harmônico no trabalho. Esse programa é capaz de
promover os mesmos benefícios quando aplicado na vida pessoal.
Introdução a processos de caldeiraria
106
7.4 PDCA
O PDCA pode ser definido como a maneira pela qual se exerce uma determinada tarefa, com repetitivi-
dade, a fim de manter um aprimoramento cada vez mais eficiente e dinâmico ao atingir o resultado final.
Essa ferramenta foi criada, justamente, para permitir continuadamente uma melhoria constante dos
processos, trazendo assim uma condição de qualidade e lucratividade, através do planejamento, realizar,
checar e agir.
1 Identificação do problema
Padronização das
melhores prãticas 8 2 Análise do fenômeno
3 Análise do processo
Anãlise dos desvios
e implantação de ACT PLAN
ações corretivas 7 4 Planos de ação
CHECK DO
Partindo da origem inglesa, PDCA vem de: PLAN (planejar); DO (fazer); CHECK (checar) e ACT (agir), que
caracteriza a elaboração de um plano com base nas diretrizes da empresa, executar o plano, verificar e
avaliar os resultados e fazer ações corretivas baseadas nos resultados.
7.5 MASP
O método de análise e solução de problemas - MASP - é a forma pela qual a empresa busca, no seu cor-
po de especialistas, investigar e descobrir os motivos que ocasionaram determinados problemas de difícil
resolução, utilizando como base o ciclo PDCA.
Dentro de um processo produtivo, essa é uma ferramenta de muita utilidade, do ponto de vista racional
e organizacional, devido à sequência investigativa, aplicada. No conceito geral, o passo a passo definido
nessa ferramenta consiste em agilizar a busca e determinar a solução.
7 Qualidade
107
7.6 FLUXOGRAMA
Caracteriza-se como um gráfico elaborado para descrever passo a passo uma atividade ou processo
utilizados na execução de um produto ou serviço. Consegue mapear todas as atividades de um processo.
Sempre que se pensa em um escopo de trabalho, o gráfico de fluxograma é considerado de muita uti-
lidade. Através dele, é possível ilustrar as etapas para a transição de informações entre os diversos setores
de uma empresa e, com isso, há o cumprimento das tarefas, conforme planejado.
7.7 HISTOGRAMA
É a ferramenta que organiza graficamente o número de vezes que cada valor medido ocorre através
do gráfico de colunas, posicionadas verticalmente, dados tabulados com antecedência e separados em
grupos de padrões idênticos ou não padronizados.
Essa ferramenta, quando aplicada da forma correta, fornece a informação sobre como os dados estão
distribuídos, se estão concentrados em uma determinada faixa ou mais espalhados, para assim, ter base
para uma posterior tomada de decisão.
7 Qualidade
109
7.8 BRAINSTORMING
É uma ferramenta em que um grupo de pessoas, de diferentes conhecimentos, reúnem-se para pro-
mover uma tempestade de ideias, a fim de solucionar um problema, achar a causa raiz ou desenvolver
um projeto. Propor melhorias dentro do ambiente de trabalho, tomando como base o aproveitamento de
tudo que foi dito, durante os debates de ideias.
As reuniões têm um caráter altamente livre, sendo permitido que todos os presentes falem abertamen-
te o que pensam sobre o processo, em relação ao que possa ser melhorado ou desenvolvido. Um exemplo
de uso constante dessa ferramenta é o mercado publicitário, que utiliza não somente profissionais do
ramo, mas outras pessoas que enxerguem de fora uma nova ideia.
O mais importante nessa ferramenta é a maneira como as pessoas encaram as atitudes uns dos outros,
isso porque, qualquer ideia expressada é analisada, não ocorrendo críticas, pois uma ideia não aplicada, em
momento posteriormente, poderá ser muito útil. Esse método de não descartar uma ideia é aplicado para
não ocorrer a censura e inibir os participantes de se expressarem, podendo perder uma grande resolução
de um problema.
Introdução a processos de caldeiraria
110
RECAPITULANDO
Os profissionais necessitam obter capacidades que vão além do conhecimento técnico. Es-
sas capacidades estão relacionadas ao comportamento social e são de muita importância para
o desenvolvimento de um bom trabalho.
O ambiente de trabalho é também um ambiente social, onde existe a necessidade de man-
ter uma relação de interatividade, desenvolvendo a comunicação, o trabalho em equipe e a
cooperação.
A ética também é fundamental para a convivência no ambiente profissional. Por meio dela
aprendemos a respeitar as normas da organização, bem como as individualidades de cada um.
Outra característica importante para o ambiente profissional é a iniciativa. Ter proatividade na
execução de tarefas é essencial para a valorização do profissional.
Diante da relevância dos assuntos, neste capítulo estudaremos a ética, as habilidades bási-
cas do relacionamento interpessoal e iniciativa.
Introdução a processos de caldeiraria
114
8.1 ÉTICA
A ética é um segmento filosófico que estuda fatores relacionados ao comportamento moral do ser hu-
mano em sociedade. Em resumo, a ética estuda o que os seres humanos consideram correto ou incorreto
no seu comportamento.
Figura 58 - Ética
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
A ética se desenvolve a partir de valores históricos e culturais, podendo ter diferentes pontos de vista de
acordo com a região em contexto. Ou seja, o que é ético em um país, pode ser antiético em outro.
código de conduta
Nas relações sociais, podemos nos deparar com diferentes tipos de pessoas. O ambiente de trabalho é
um exemplo e, para que seja mantida uma boa convivência, faz-se necessário o respeito às individualida-
des pessoais.
Cada pessoa possui uma história de vida, podendo ter diferentes culturas e costumes, tendo, conse-
quentemente, pontos de vista distintos que outras pessoas podem não concordar, mas precisam respeitar.
Também é preciso saber que cada pessoa possui diferentes capacidades, bem como diferentes limita-
ções, e isso também deve ser respeitado no ambiente de trabalho.
No ambiente profissional, provavelmente, iremos nos deparar com situações em que deveremos tomar
decisões de acordo com o entendimento ético.
É importante lembrarmos que temos um compromisso moral, tanto com a empresa, quanto com os
nossos colegas de trabalho. Devemos desenvolver as atividades profissionais levando em conta nosso en-
tendimento sobre ética, além disso, não podemos esquecer do código de conduta da empresa. Não segui-
-lo se configura como uma postura antiética.
CASOS E RELATOS
Michel fala para Luís Fernando que eles realizaram o trabalho muito rapidamente e propõe que
eles não informem à empresa que o trabalho já terminou, assim, eles poderiam ficar o restante do
dia sem fazer nada. Luís Fernando não concorda e explica a Michel que essa postura seria antiética,
uma vez que eles estariam mentindo e traindo a confiança depositada neles pela M&C Manutenção
e Caldeiraria.
Michel entende o ponto de vista apresentado por Luís Fernando, concorda e pede desculpas. Eles
voltam imediatamente para a empresa dispostos a realizar os demais serviços existentes, satisfeitos
por estarem apresentando uma postura ética no ambiente profissional.
Por mais que possam existir maneiras mais vantajosas de se desenvolver determinadas atividades, de-
vemos sempre refletir se tais maneiras estão infringindo nossa ética ou o código de conduta da empresa.
Agindo eticamente no desenvolvimento das atividades, estaremos cumprindo nosso papel pessoal e pro-
fissional.
FIQUE No ambiente de trabalho devemos prezar por uma linguagem mais formal e respei-
ALERTA tosa na comunicação.
g) Cooperação: sob o ponto de vista social, a cooperação é uma forma de interação, uma maneira
de desenvolver o trabalho em equipe e estreitar as relações interpessoais. Em toda organização,
os objetivos gerais devem ser prioridade. Para isso, deve existir a cooperação, pois possibilita que
os objetivos sejam atingidos com maior facilidade e agilidade.
Introdução a processos de caldeiraria
118
8.3 iniciativa
A iniciativa é uma característica muito requerida pelas empresas na atualidade. Demonstrar iniciativa
significa estar comprometido com a empresa, com os colegas de trabalho e, acima de tudo, consigo mes-
mo, pois ter iniciativa colabora para o próprio desenvolvimento profissional através da busca constante
por novas atividades e do aprimoramento das capacidades já adquiridas.
Figura 60 - Iniciativa
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
conceito
Podemos definir iniciativa como a capacidade de iniciar uma ação a partir de uma análise própria de
necessidade. Em outras palavras, quando a pessoa enxerga a necessidade de realizar algo, ela realiza sem
que seja necessária uma ordem prévia.
8 Aspectos comportamentais
119
Importância e valor
SAIBA Para saber mais sobre iniciativa no ambiente de trabalho, consulte o livro: NELSON,
MAIS Bob. 1001 maneiras de tomar a iniciativa no trabalho. Editora GMT, edição 1, 2008.
Um profissional com iniciativa visa sempre estar um passo à frente, estando sempre preparado para agir
em prol de atender as necessidades ao qual é designado. Esse perfil de profissional é visto com muito valor
pelas organizações.
Como vimos ao longo desse capítulo, a iniciativa gera consequências positivas para o profissional, al-
gumas delas são o desenvolvimento profissional e o reconhecimento da empresa. Porém, é preciso saber
usar a iniciativa para não gerar consequências desfavoráveis.
Ao aplicar a iniciativa, é preciso respeitar a hierarquia e a organização, realizar atividades do ambiente
de trabalho que não estejam autorizados pelo superior pode gerar consequências desfavoráveis. Outra
situação delicada é realizar um trabalho que estava previsto para um colega realizar.
As informações no ambiente de trabalho devem estar bem alinhadas, é preciso aplicar a iniciativa sa-
bendo respeitar os colegas, a hierarquia e a organização.
Introdução a processos de caldeiraria
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MINICURRÍCULO DOS AUTORES
GREGÓRIO DE SOUZA
Gregório de Souza é pós-graduando em Educação de Jovens e Adultos na Faculdade Afonso
Cláudio. Graduado em pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Cursou Nível
Técnico de Eletromecânica na Escola Técnica de Eletromecânica da Bahia em Salvador - Bahia.
Atua na área Metalmecânica há 26 anos. Tem experiência na área de Tubulações, Caldeiraria e
Estrutura Metálica. Atuou no setor de manutenção industrial na CEMAN – Central de Manutenção
de Camaçari. Foi examinador do CEQUAL – Bahia na parceria SENAI – DR/BA e ABRAMAN - Asso-
ciação Brasileira de Manutenção.
A
anticorrosiva 52
antifricção 52
axial 75, 87
P
prismático 77
T
torsor 74
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Gregório de Souza
Hildebrando Santos Pinto
Elaboração
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
Daiane Amancio
Revisão de Padronização e da Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico