Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Materiais
e ensaios
tecnológicos
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL
MATERIAIS
E ENSAIOS
TECNOLÓGICOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
MATERIAIS
E ENSAIOS
TECNOLÓGICOS
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491m
CDU 349.2(81)
SENAI - DN Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Construções em argila, madeira e pedra..............................................................................................19
Figura 2 - Colunas do templo de Karnac e esquema do rompimento da trave de pedra......................20
Figura 3 - Argila expandida...........................................................................................................................................22
Figura 4 - Mina de ferro...................................................................................................................................................28
Figura 5 - Mina subterrânea..........................................................................................................................................29
Figura 6 - Máquina triturando o minério..................................................................................................................29
Figura 7 - Máquina de classificação de minérios...................................................................................................30
Figura 8 - Extração de ouro por levigação...............................................................................................................30
Figura 9 - Flotação de minérios....................................................................................................................................31
Figura 10 - Máquina de separação magnética de minérios..............................................................................31
Figura 11 - Máquina de lavagem de minério..........................................................................................................32
Figura 12 - Forno de calcinação...................................................................................................................................32
Figura 13 - Aço-carbono.................................................................................................................................................33
Figura 14 - Aço inoxidável..............................................................................................................................................34
Figura 15 - Aço liga...........................................................................................................................................................34
Figura 16 - Exemplos de chapas galvanizadas.......................................................................................................35
Figura 17 - Folhas de flandres.......................................................................................................................................35
Figura 18 - Perfis de aço e estrutura metálica.........................................................................................................36
Figura 19 - Barras redondas...........................................................................................................................................36
Figura 20 - Barras de aço redondas encruadas.......................................................................................................36
Figura 21 - Pregos, arame recozido e parafusos....................................................................................................37
Figura 22 - Barra de metal reaquecida para tratamento.....................................................................................37
Figura 23 - Corpo de prova submetido a ensaio de tração................................................................................39
Figura 24 - Corpo de prova submetido a ensaio de dureza...............................................................................39
Figura 25 - Corpo de prova submetido a ensaio de torção...............................................................................40
Figura 26 - Corpo de prova submetido a ensaio de flexão................................................................................40
Figura 27 - Materiais plásticos......................................................................................................................................41
Figura 28 - Eletroduto rígido e flexível......................................................................................................................42
Figura 29 - Materiais termoplásticos na construção civil...................................................................................43
Figura 30 - Materiais termofixos..................................................................................................................................44
Figura 31 - Mantas para impermeabilização...........................................................................................................44
Figura 32 - Exemplos de cerâmicas............................................................................................................................48
Figura 33 - Aplicação da cerâmica com caulin.......................................................................................................49
Figura 34 - Exemplos de materiais cerâmicos.........................................................................................................49
Figura 35 - Telha com eflorescência...........................................................................................................................50
Figura 36 - Extração de argila.......................................................................................................................................51
Figura 37 - Argila pronta para ser moldada.............................................................................................................52
Figura 38 - Blocos cerâmicos moldados...................................................................................................................52
Figura 39 - Forno artesanal para queima de blocos.............................................................................................53
Figura 40 - Fabricação de tijolos de adobe adicionando fibras vegetais......................................................54
Figura 41 - Tijolo maciço comum................................................................................................................................55
Figura 42 - Bloco cerâmico............................................................................................................................................55
Figura 43 - Telhas cerâmicas..........................................................................................................................................56
Figura 44 - Tijoleiras cerâmicas....................................................................................................................................56
Figura 45 - Vaso sanitário...............................................................................................................................................56
Figura 46 - Azulejos..........................................................................................................................................................57
Figura 47 - Vidro sendo inflado....................................................................................................................................58
Figura 48 - Vidros...............................................................................................................................................................59
Figura 49 - Aplicação de gesso como reboco.........................................................................................................62
Figura 50 - Placas de gesso para forro de gesso e sancas de gesso para decoração................................62
Figura 51 - Placas de gesso acartonado e estrutura metálica de fixação das placas................................63
Figura 52 - Clinker..............................................................................................................................................................64
Figura 53 - Representação do processo de fabricação do cimento Portland.............................................68
Figura 54 - Armazenamento de sacos de cimento...............................................................................................69
Figura 55 - Britas para a construção civil..................................................................................................................70
Figura 56 - Agregados naturais e industrializados................................................................................................71
Figura 57 - Dimensões dos agregados......................................................................................................................72
Figura 58 - Componentes do concreto.....................................................................................................................73
Figura 59 - Brita fazendo lastro para trilhos.............................................................................................................73
Figura 60 - Lastro para rodovias..................................................................................................................................74
Figura 61 - Quebra mar com rochas...........................................................................................................................74
Figura 62 - Argamassa sendo aplicada......................................................................................................................75
Figura 63 - Reboco em argamassa..............................................................................................................................76
Figura 64 - Assentamento de blocos e cerâmicas.................................................................................................77
Figura 65 - Chapisco.........................................................................................................................................................77
Figura 66 - Contrapiso.....................................................................................................................................................78
Figura 67 - Aplicação manual de argamassa...........................................................................................................79
Figura 68 - Aplicação de argamassa projetada......................................................................................................80
Figura 69 - Concreto sendo despejado.....................................................................................................................81
Figura 70 - Madeira sendo transportada..................................................................................................................90
Figura 71 - Variedades de madeiras...........................................................................................................................92
Figura 72 - Madeira atacada por cupim....................................................................................................................93
Figura 73 - Madeiras reconstruídas............................................................................................................................94
Figura 74 - Estrutura do telhado..................................................................................................................................96
Figura 75 - Forro de madeira.........................................................................................................................................96
Figura 76 - Pisos de madeira.........................................................................................................................................97
Figura 77 - Pergolado de madeira...............................................................................................................................97
Figura 78 - Uso de rochas...............................................................................................................................................98
Figura 79 - Magma formando rocha..........................................................................................................................99
Figura 80 - Exemplos de aplicação de pedra....................................................................................................... 100
Figura 81 - Tintas............................................................................................................................................................ 102
Figura 82 - Pintura com rolo de lã............................................................................................................................ 105
Figura 83 - Passo a passo do ensaio de slump test............................................................................................. 113
Referências
Minicurrículo do autor
Índice
Introdução
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) promo-
ve o Curso Técnico em Edificações.
A unidade curricular Materiais e ensaios tecnológicos tem como objetivo desenvolver
competências para a supervisão técnica do processo de construção de edificações, atendendo
aos critérios estabelecidos nas normas.
Para adquirir as competências necessárias à compreensão dos processos de construção de
edifícios, não só aprenderemos fundamentos técnicos e científicos, mas também aprendere-
mos a identificar os materiais construtivos, realizar dimensionamentos estruturais, coordenar
logísticas de canteiros e gestão de obras e pessoas, além de conhecer as principais leis de ges-
tão ambiental.
Durante nosso estudo, abordaremos assuntos que lhe permitirão desenvolver:
CAPACIDADES TÉCNICAS:
a) identificar as características e propriedades dos materiais empregados na construção de
edificações;
b) identificar componentes construtivos;
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
16
Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO
17
Anotações:
Materiais, componentes e sistemas
construtivos
De certa maneira, você deve conhecer a maioria dos materiais usados na construção ci-
vil; aliás, sem eles não seria possível construirmos nada. Já imaginou construir uma casa sem
blocos cerâmicos, telhas cerâmicas, madeiras, cerâmica para pisos e revestimentos, cimento e
argamassa?
Seria impossível, não é mesmo?
Pois bem, os materiais são elementos fundamentais na construção civil porque é a partir da
união deles que teremos uma obra civil pronta.
Muitos dos materiais usados hoje na construção civil são conhecidos desde os tempos da
antiguidade como a pedra, a madeira e até a argila. No entanto, para que possamos usá-los,
devemos antes conhecê-los e para isso vamos analisá-los a fim de melhor utilizá-los.
Muitos dos materiais que usamos na construção civil são conhecidos e utiliza-
dos desde as primeiras construções do homem. Alguns deles eram utilizados da
mesma forma que eram encontrados na natureza, sem nenhum trabalho para dar
forma ou modificar a sua propriedade, a exemplo das pedras. Mas na antiguidade,
principalmente na Mesopotâmia e no Egito, os homens começaram a transformar
esses materiais para que se adequassem às necessidades de sua construção.
É lógico que essas transformações eram feitas sem um estudo elaborado, ou
seja, à medida que transformavam o material, testavam na construção para ver se
era eficiente. Os egípcios, por exemplo, usavam a pedra como material para suas
construções, mas esta não suportava vãos muito grandes. Observe a figura para
melhor compreender.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Neste capítulo você conheceu os materiais e viu que eles sempre estiveram
presentes na história da humanidade. Pode ver que conhecer os materiais
para empregá-los adequadamente é importante e que desde a antiguida-
de o homem vem os aprimorando e definindo suas propriedades.
Aprendeu a reconhecer os materiais através de suas classificações, que po-
dem ser quanto a sua origem, sua função ou sua composição.
2 MATERIAIS, COMPONENTES E SISTEMAS CONSTRUTIVOS
25
Anotações:
Características e propriedades
dos materiais
Sabemos que os materiais construtivos sempre fizeram parte da história do homem. Este
os utilizava da mesma forma como encontrava na natureza e, com o passar dos anos, foi apri-
morando esses materiais de acordo com suas necessidades, dando a eles a funcionalidade ne-
cessária.
Pois bem, a partir de agora veremos que esses materiais têm características e propriedades
distintas, as quais os classificam tanto em relação à forma de obtenção quanto às suas aplica-
ções na construção civil, conforme veremos a seguir.
Conhecer as características e as propriedades dos materiais auxiliará o profissional da cons-
trução civil na identificação da melhor forma de especificá-los nas construções. E então, está
preparado? Vamos lá!
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
28
3.1.1 OBTENÇÃO
Neste tipo de exploração, o solo é escavado por máquinas pesadas que reti-
ram o solo junto com o minério para depois ser separado.
b) Colheita subterrânea: quando a jazida está em camadas mais profundas
do solo, conforme vemos na próxima figura.
2 INSUFLAÇÃO:
Injeção de ar. SAIBA Pela internet, utilize a palavra-chave mineração e faça uma
pesquisa sobre o assunto. Será enriquecedor para o seu
MAIS aprendizado.
3 CARBONO: 6º Lavagem: por fim, o minério passa por uma lavagem, a partir da qual é
separado das impurezas.
Elemento químico.
Agora que já sabemos como é obtido um dos materiais mais antigos da huma-
nidade, o metal, veremos como eles estão classificados.
3 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
33
a) Ligas ferrosas
Ligas ferrosas são os metais que têm na sua composição o carbono como ele-
mento diferencial, melhorando as suas propriedades.
Nas ligas ferrosas, o ferro é o elemento em maior quantidade. As ligas ferrosas
são os materiais mais produzidos e muito utilizados nas construções.
Existem dois tipos de ligas ferrosas, as quais se diferem de acordo com a quan-
tidade de carbono na sua composição. Denominamos aço o material que possui
teor de carbono3 menor que 2,11% e, ferro fundido o material que possui o teor
de carbono maior que 2,11%. A seguir, veja como eles estão classificados:
- aço com baixo carbono: com no máximo 0,30% de carbono;
- aço com médio carbono: com 0,30 a 0,60% carbono;
- aço com alto carbono: com 0,60 a 1,00% carbono.
Figura 13 - Aço-carbono
Fonte: SENAI, 2013.
Elemento químico. São as ligas ferrosas que possuem o cromo4 na sua composição. Estes aços
possuem um óxido protetor que impede o contato com a atmosfera. Por isso, eles
não oxidam em ambientes normais.
Podem possuir mais de 30% de cromo ou menos de 50% de Ferro.
5 ELETRÓLISE:
6 CORROSÃO:
Figura 14 - Aço inoxidável
Desgaste do ferro ou do Fonte: SENAI, 2013.
metal por oxidação.
c) Aços-liga
São os aços que possuem outros elementos de liga diferentes daqueles geral-
mente utilizados na fabricação dos aços comuns. Esses elementos têm o objetivo
de alterar as propriedades mecânicas e físicas do aço, tornando-o adequado para
usos específicos.
3.1.3 APLICAÇÕES
tos construtivos auxiliares, como arame recozido, pregos, parafusos, chapas me-
tálicas para formas de concretagem, além dos metais que são empregados como
elementos utilitários, como ferragens, fechaduras, gradis de proteção, escadas.
Os metais são utilizados na construção como:
a) chapas galvanizadas: chapas finas de aço com revestimento de zinco. Essa
galvanização é feita através de eletrólise5 ou por banho de zinco fundido.
Elas são muito resistentes à corrosão. Podem ser chapas lisas e também cha-
pas onduladas, essas usadas como telhas;
b) folhas de flandres: chapas de aço com as faces revestidas por uma camada
de estanho. Essa camada serve para proteger da oxidação;
c) aço inoxidável: ligas que recebem o cromo para dar maior resistência à cor-
rosão6;
São usados para diversos fins, mas em geral como elementos de acabamento,
como guarda corpo, corrimões de escada e esquadria;
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
36
e) barra redonda para concreto armado: são as barras metálicas com com-
primento de 12m. Existem em vários modelos e bitolas7e são usadas junta-
mente com o concreto armado;
8 RESFRIAMENTO BRUSCO: a) normalização: tem como finalidade eliminar as tensões internas. Este tra-
tamento torna o aço mais macio e é feito com a elevação da temperatura
Muito rápido.
crítica seguido de resfriamento ao ar livre e de maneira lenta;
b) recozimento: neste tratamento térmico, o metal é reaquecido até uma
temperatura determinada, geralmente próxima da temperatura crítica, que
é mantida por determinado tempo. Em seguida, começa o processo de res-
friamento lento. Este tratamento traz ao metal um aumento da sua qualida-
9 SALMOURA: de, tornando-o mais resistente e duro;
Salgado. c) têmpera: este processo consiste em reaquecer o metal a alta temperatura
durante um tempo variável, a depender da dureza que o aço necessite, e de-
pois submetê-lo a um resfriamento brusco8. Geralmente esse resfriamento é
com azeite, água ou salmoura9. Isto muda as estruturas moleculares do me-
tal, dando origem a cristais que serão diferentes, dependendo da velocidade
do resfriamento;
d) revenido: este é um processo semelhante ao do recozimento, no entanto a
elevação da temperatura fica menor do que a temperatura crítica. É utilizado
para corrigir defeitos que surgiram no processo da têmpera, como diminuir
a dureza excessiva resultante desse processo.
b) ensaios de dureza: alguns materiais podem ser moles ou duros. Neste en-
saio, o corpo de prova é colocado numa prensa que possui uma esfera de
aço temperado de alta resistência. A máquina aplica uma força empurrando
essa esfera contra a barra metálica, e à medida que é forçada, a esfera impri-
me uma marca na barra. O diâmetro dessa marca feita pela esfera informa a
dureza do metal;
c) ensaios de torção: neste ensaio, uma barra metálica, corpo de prova, é sub-
metida à torção por uma máquina que gira suas extremidades em sentidos
contrários, forçando-a;
d) ensaios de flexão: neste ensaio, uma barra metálica, corpo de prova, será
apoiada apenas pelas suas extremidades. Em seguida, uma máquina aplicará
força no vão central da barra, livre de apoio, empurrando-a para baixo. O
ensaio analisará o limite de flexão que a barra suporta.
Na construção civil, materiais poliméricos são utilizados para diversos fins. Te-
mos materiais como tubos de PVC, reservatórios de água, eletrodutos, acessórios
elétricos como caixas de passagem, caixas de tomadas, forros, revestimentos, te-
lhas, esquadrias etc.
Algum tempo atrás, os materiais plásticos eram considerados frágeis, sem du-
rabilidade ou sem resistência, sobretudo porque não suportaria o fogo. Porém
hoje, com o avanço da tecnologia, temos materiais com características aprimora-
das, altamente resistente ao fogo, adequado para um uso específico; como exem-
plo, os eletrodutos.
3.2.1 OBTENÇÃO
3.2.2 CLASSIFICAÇÃO
3.2.4 APLICAÇÕES
Muitos materiais poliméricos são utilizados na construção civil. Vamos ver al-
guns desses materiais.
a) materiais hidráulicos: o material utilizado na confecção de tubos para
distribuir água fria nas edificações é o PVC (Poli Cloreto de Vinila); o mais
indicado para tubulação para água quente, por ser mais resistente a altas
temperaturas é o CPVC (Poli Cloreto de Vinila Clorado). Esses materiais são
os mais indicados para a confecção de tubos e conexões;
b) materiais elétricos: os produtos fabricados com esses poliméricos são:
- eletrodutos corrugados flexíveis e eletrodutos rígidos;
- caixas de tomadas e de passagem;
- caixas de distribuição;
- materiais elétricos com conjunto de tomadas e de interruptores;
- revestimentos de cabos e fios elétricos.
Em todos esses materiais há a presença de PVC, mas além dele ainda existem
outros poliméricos como PS (poliestireno), PE (polietileno), PPO (polióxifenileno),
PP (polipropileno) e o PCTFE (politrifluorcloroetileno).
c) materiais de acabamento: nos materiais de acabamento podemos ter
esquadrias de PVC, hoje muito usadas por terem vantagens em relação às
confeccionadas com outros materiais. O PVC é um material de grande resis-
tência às intempéries, à oxidação por salinidade e pela sua praticidade de
instalação.
Outras aplicações de poliméricos são encontradas em revestimentos, pisos e
coberturas de PC (policarbonato) e são muito empregadas para proteção de áreas
externas, pela sua resistência a impactos e à alta temperatura. Os pisos em PVC
são bem utilizados principalmente quando há a necessidade de aplicação com
agilidade, além de serem bastante resistentes ao tráfego.
Ainda temos os forros em PVC, cuja aplicação é mais frequente e possui uma
variedade de opções no mercado, sendo usado para dar acabamento aos telha-
dos para esconder as instalações elétricas ou mesmo para isolamento acústico.
A cerâmica é um dos materiais mais utilizados pela construção civil. Hoje, a ce-
râmica é usada para fazer o fechamento ou a vedação da construção em forma de
paredes, com os tijolos e blocos, como coberturas, com as telhas cerâmicas, como
material de acabamento com os revestimentos e pisos ou, ainda, na fabricação de
louças sanitárias.
A matéria-prima mais comum na formação da cerâmica é a argila, que é um
material formado a partir da decomposição de rochas argilominerais e a união
com outros elementos. A variação nessa composição, como quantidade ou mes-
mo tipo de argila, pode interferir nas características físicas da cerâmica. Basta
observarmos as variações de cores que possuem as telhas cerâmicas – podemos
encontrar desde a cor bege até o vermelho.
A fabricação da cerâmica é muito antiga. Desde a antiguidade o homem usa
a argila: inicialmente apenas a umedecia com água e criava uma massa moldável
que ao secar endurecia e podia ser utilizada como tijolos de adobe. No entanto,
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
48
10 CAULINITA: foi com a descoberta de que a argila moldada, ao ser cozida, endurecia e se torna-
va muito mais resistente e impermeável que se pode usá-la como utensílio para
Argila com teor de
alumínio muito elevado e uso cotidiano, como potes e pratos e ainda nas construções, como telhas e tijolos.
apresentando coloração
branca. Segundo fontes historiográficas, a primeira civilização a utilizar a cerâmica foi
a Mesopotâmia. Eles utilizaram tanto os tijolos em adobe, ou seja, cerâmica ape-
nas seca ao sol, como a cerâmica cozida – esta mais utilizada para confecção de
utensílios domésticos.
11 ROCHAS ÍGNEAS:
Capacidade de resistir à
altas temperaturas.
12 CAPACIDADE
REFRATÁRIA:
Figura 32 - Exemplos de cerâmicas
Fonte: SENAI, 2013.
Capacidade de resistir à
altas temperaturas.
3.3.1 MATÉRIAS-PRIMAS
Outra substância que está presente na argila é o óxido de ferro, muito encon-
trado nas rochas ígneas11, também chamadas de rochas vulcânicas. O óxido de
ferro presente nas argilas dá uma coloração mais avermelhada ou de cor amare-
lada. No entanto, o óxido de ferro diminui a capacidade refratária12 da cerâmica.
Esse tipo de argila avermelhada é a mias comum, principalmente em materiais
como blocos, tijolos e telhas.
13 CERÂMICA POROSA:
3.3.2 CLASSIFICAÇÃO
14 MALEÁVEL: como raízes e galhos. Pode-se também adicionar areia para melhorar as proprie-
dades da cerâmica.
Fácil de manusear, moldar.
3.3.4 APLICAÇÕES
d) telhas cerâmicas: as telhas também são um dos materiais mais presentes nas
construções, principalmente nas de pequeno porte, como residências. Desde
a antiguidade, se utiliza a telha como material para proteção de sol e chuva.
Existem vários modelos de telhas cerâmicas no mercado. Temos as telhas
coloniais, as paulistas, as francesas e as romanas;
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
56
g) Azulejos: assim como as louças, os azulejos são feitos com cerâmica caulin.
São cerâmicas de alta vitrificação, com uma característica externa lisa e com-
pacta, enquanto o interior apresenta uma textura porosa.
Figura 46 - Azulejos
Fonte: SENAI, 2013.
Existem alguns ensaios para materiais cerâmicos que podem ser feitos em vá-
rias etapas de fabricação, até mesmo depois de pronto o material.
De maneira geral, os ensaios de materiais cerâmicos podem ser divididos em
físicos e mecânicos.
Os ensaios físicos são:
a) ensaio de porosidade: analisa o índice de poros na cerâmica;
b) ensaio de permeabilidade: analisa a impermeabilidade do material;
c) dilatação térmica: neste ensaio se analisa o coeficiente de dilatação da cerâ-
mica.
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
58
3.4 VIDROS
O vidro é um material muito antigo que foi descoberto pelos Fenícios ou pelos
egípcios. Ainda hoje o vidro é utilizado em nossas construções e no nosso cotidia-
no. No início, ele era usado apenas para adornos, mas com o tempo sua utilização
foi ampliada. Hoje em dia o vidro é utilizado como vedações de esquadrias, como
blocos de vidros para iluminação, entre outras aplicações.
A sua composição é basicamente de soda-cal e sílica, obtidos facilmente na
natureza.
Para sua fabricação, aquece-se a sílica e a soda-cal, e quando ambas estiverem
incandescentes e em forma de pasta, começa o processo de manuseio através de
ar para inflar e esticar.
Figura 48 - Vidros
Fonte: SENAI, 2013.
Em locais de segurança são utilizados vidros à prova de balas. Esses vidros são
feitos com várias lâminas intercaladas por uma lâmina de acrílico que absorve o
impacto da bala e não permite que ela o ultrapasse.
Existe também o vidro temperado. Estes são submetidos a tensões para torná-
-los mais resistentes, no entanto, quando se rompem, tendem a quebrar em pe-
daços bem pequenos. Os vidros temperados existem nas cores marrom, verde e
transparente.
3.5 AGLOMERANTES
a) cal
É o material aglomerante formado a partir da calcinação de rochas calcárias
em fornos com altas temperaturas.
Existem três tipos de cal:
-- cal virgem: toda cal se origina da queima de rochas calcárias a altas tem-
peraturas, no entanto, a cal virgem acontece à temperaturas menores
que a temperatura de fusão do material, que varia entre 850º a 950ºC. A
cal virgem ainda não é o material aglomerante que é usado na construção
civil. Quando adicionada água, ela vai formar a cal extinta ou queimada.
A cal virgem deve ser colocada num tanque e misturada com água
no próprio canteiro de obras para começar o processo de hidrata-
ção. Nesse processo, muito calor é liberado. Em seguida, é deixada
para descansar durante 48 h para então ser usada na construção civil.
Essa cal serve para fazer argamassa com característica fluida, mas quando
exposta ao ar perde sua fluidez e começa a endurecer, por isso é chamada
de cal aérea.
-- cal hidratada: este aglomerante é formado pela cal que foi hi-
dratada e depois triturada até formar um pó seco muito fino.
É muito usada na construção civil e geralmente é comercializada em sacos
3 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
61
Aplicação do gesso:
a) o gesso pode ser utilizado na construção civil como aglomerante na arga-
massa para acelerar a pega da massa;
b) pode ser usado como reboco. Este procedimento está sendo muito utili-
zado pelas construtoras por facilitar o acabamento, reduzindo as etapas e
também a quantidade de materiais para o reboco. Outra vantagem do gesso
como reboco é o acabamento muito liso ao final do processo, diminuindo a
quantidade de massa corrida para a pintura;
Figura 50 - Placas de gesso para forro de gesso e sancas de gesso para decoração.
Fonte: SENAI, 2013.
Hoje temos o gesso acartonado, que são placas de gesso revestidas por uma
espécie de cartolina para dar maior resistência à placa, uma vez que as placas
3 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
63
são maiores que as placas de gesso comum. Essas placas são fixadas em tirantes
metálicos por parafusos e depois podem receber massa corrida e em seguida a
pintura.
Os tirantes metálicos são os perfis metálicos que servem de apoio para a fixa-
ção das placas de gesso acartonado. Observe na figura a seguir.
Este é o sistema drywall e serve para fazer paredes e divisórias, assim como
forros para rebaixamento de pé direito. Esse sistema drywall vem sendo muito
usado na construção civil pela praticidade e rapidez, sem contar a economia den-
tro da obra. Mas, a maior desvantagem do gesso é falta de resistência à umidade
e a impactos.
CASOS E RELATOS
Gesso Acartonado
Rodrigo resolveu comprar um apartamento. Foi buscando informações e
visitando apartamentos decorados que um dia encontrou um empreendi-
mento que estava sendo lançado com um custo muito bom em relação aos
apartamentos com mesma área que este.
Ficou curioso, então, para saber o porquê deste custo. Desconfiado, imagi-
nou logo que a obra seria de péssima qualidade. Mas ao consultar o corre-
tor do stand, descobriu que o apartamento seria entregue com as paredes
internas em drywall, e que poderia fazer qualquer modificação no aparta-
mento. Como Rodrigo não conhecia o drywall, achou melhor não comprar
o apartamento.
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
64
16 AGREGADO: Mas curioso como sempre, resolveu pesquisar e, buscando na internet, des-
cobriu que o drywall, apesar de parecer frágil, é muito resistente e reduz os
Material ou componente
que se mistura a outro. custos da obra, e por isso houve a redução do custo do apartamento.
Agora Rodrigo entende que a falta de informação muitas vezes impede de
fazermos bons negócios.
17 POZOLANA:
c) cimento Portland
O Cimento Portland é o aglomerante mais importante da construção civil.
Com o cimento é possível fazer o concreto que está presente em quase todas as
18 ESCÓRIA: obras de construção civil. O cimento é um pó muito fino de cor acinzentada que
em contato com água reage e endurece. Depois de endurecido, apresenta uma
Resíduo de queima em
fornos com aspecto de característica muito dura, semelhante a uma pedra, e não se decompõe. Mesmo
grãos. triturado ele não serve para ser reutilizado, a não ser como agregados16. É bastan-
te resistente à compressão, no entanto, não resiste muito à tração e flexão.
Encontramos o cimento nas obras em alvenaria de tijolos ou em construções
mistas com madeira e alvenaria e aço e alvenaria. Com exceção de construções
feitas unicamente de madeira ou de aço; nestas o cimento não é utilizado.
Figura 52 - Clinker
Fonte: SENAI, 2013.
3 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
65
3.6 AGREGADOS
b) pedra britada: são britas que possuem uma graduação de tamanho bem
definida para ser utilizada em concretos e cada tamanho tem a indicação
adequada;
c) pó de pedra: é a brita mais fina do processo de trituração. Não chega a ser
fina como o grão de areia, mas é considerada pó de pedra por ter pequena
dimensão;
d) areia de brita: é o resultado da trituração das britas. A fração menor que
não pode ser usada como brita e nem como pó de brita. Tem dimensões
menores que 0,15 mm;
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
72
19 ROCHAS VULCÂNICAS: e) rachão: é a brita que tem tamanho maior que 76 mm. É conhecida como
pedra de mão pelo seu tamanho.
Rochas originadas a partir
do magma que aflora na
superfície e resfria.
20 DORMENTES:
O agregado no concreto
Os agregados fazem parte da composição do concreto, sendo responsáveis
por cerca de 80% do seu peso. Uma das características dos agregados é de não
3 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
73
3.7 ARGAMASSAS
Material tão antigo que é usado desde a antiguidade. Naquela época, os gre-
gos, os romanos e os egípcios usaram muito a argamassa formada por cal e gesso,
uma vez que o cimento como conhecemos hoje ainda não tinha sido descoberto.
Inicialmente era usado como material aglomerante que tinha a função de
assentamento, unindo rochas ou tijolos de adobe para a formação de alvenaria.
Com o tempo, a argamassa passou a ser utilizada como material de revestimento
por criar uma camada protetora que cobre as pedras ou os tijolos e confere um
acabamento mais liso, ao mesmo tempo que protege os materiais das intempé-
ries.
Hoje nas construções civis sempre teremos as argamassas, seja para as alvena-
rias de blocos, para os rebocos, emboços e chapiscos como para o assentamen-
to de pisos e revestimentos. A tecnologia entra como um aliado na indústria da
construção, pois cria argamassas com propriedades específicas para cada tipo de
material e de condição.
Figura 65 - Chapisco
Fonte: SENAI, 2013.
Figura 66 - Contrapiso
Fonte: SENAI, 2013.
Componentes da argamassa:
a) aglomerantes: entre os aglomerantes que já vimos anteriormente, temos o
cimento Portland, a cal hidratada ou a cal virgem e o gesso;
b) agregados: os agregados que entram na composição das argamassas são
sempre os miúdos, ou seja, a areia. No entanto, temos dimensões variadas
de grãos de areias. Essa variação do grão interfere nas propriedades das ar-
gamassas e por isso elas são empregadas em situações específicas para cada
material;
c) aditivos: estes aditivos geralmente são substâncias químicas que têm a fi-
nalidade de melhorar o desempenho das argamassas para, entre outras pro-
priedades, atribuir a ela mais flexibilidade, mais elasticidade, mais rapidez
ou até mesmo mais poder de cola e mais impermeabilidade;
d) água: a água tem a finalidade de misturar os componentes, iniciar o proces-
so de pega da argamassa e torná-la mais fluida e trabalhável.
b) agregados:
-- dar o poder de retração, ou seja, permitir que a argamassa diminua sem
interferir nas suas funções;
-- diminuir o custo da argamassa, uma vez que os agregados preenchem tam-
bém os espaços vazios.
c) aditivos:
-- retenção da água;
-- estanqueidade à água, ou seja, tornar a argamassa mais impermeável;
-- tornar a argamassa coesa, ou seja, mais uniforme e sem muitos espaços
vazios.
3.8 CONCRETO
1:X:A:B
1 – cimento
X – água
A – areia
B – brita
RECAPITULANDO
Neste capítulo, podemos ver sobre as classificações dos materiais e sua im-
portância para o entendimento dos materiais, como podemos obter os ma-
teriais na natureza ou produzidos em fábricas, as suas aplicações no mundo
das construções, e sobre os ensaios que os materiais devem passar para
verificar as características deles e a sua eficiência. Vimos os materiais mais
usados na construção civil, que são os materiais metálicos; os poliméricos,
conhecidos como plásticos; os cerâmicos, que são bastante utilizados nas
obras; os vidros, que servem como material de vedação; os aglomerantes,
usados como reboco e como material de liga; os agregados, que servem
para compor outros materiais como o concreto; e a importância do concre-
to na construção civil.
3 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
87
Anotações:
Outros Materiais
Além dos materiais vistos anteriormente, ainda temos materiais que não deixam de ter a
sua importância na construção civil. A exemplo disso, temos a madeira, as pedras e as tintas.
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
90
4.1 MADEIRA
Isso não é verdade. Madeira tipo eucalipto e pinho, que são madeiras utiliza-
das para a extração de celulose para produzir o papel, se forem tratadas servem
perfeitamente para serem usadas na construção civil.
Vantagens da madeira
A madeira apresenta uma boa resistência à tração e à compressão. Pela pró-
pria constituição de suas fibras, também possue uma grande flexibilidade, o que
pode ser uma vantagem e também desvantagem, a depender do seu emprego.
É um bom isolante elétrico e possui uma baixa condutibilidade térmica.
Desvantagens da madeira
É um material bastante inflamável. Possui uma facilidade de absorver água e
de transferir a água. Com a absorção de água, a madeira tem um aumento do seu
volume, e quando seca tem uma grande retração. Este processo denominamos
de higroscopicidade.
Suas dimensões são sempre determinadas pelo tamanho da árvore e pela se-
ção da peça, uma vez que a madeira pode flexionar e não resistir ao esforço a que
foi submetida.
Outra desvantagem da madeira é a facilidade de deterioração, isso porque a
madeira é um material orgânico.
Propriedades mecânicas:
a) compressão: a madeira não tem uma boa resistência à compressão. Quan-
do submetida a este esforço, as fibras tendem a se separar e flambar;
b) tração: quanto ao esforço de tração, a madeira tem uma boa resistência;
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
92
c) flexão: para este esforço, a madeira não tem uma boa resistência. Quando
uma peça de madeira é submetida a uma força na região central, ela tende a
flambar, fazendo uma curva.
Outro elemento que pode vir a danificar a madeira é a água. A umidade pro-
picia os ataques de fungos que digerem a madeira.
Podemos preservar as madeiras utilizadas como materiais de construção atra-
vés da aplicação de produtos químicos que mantenham afastados qualquer tipo
de organismo que as deteriore.
Estes agentes químicos de preservação são nocivos aos organismos e insetos,
mas também podem ser nocivos ao homem. Por isso, a aplicação desses produtos
deve acontecer com bastante cuidado.
Madeira industrializada
Nos canteiros de obra da construção civil, ainda é comum o uso de madeira
no processo de construção. Geralmente usamos madeira para fazer formas de
concretagem, tapumes, escoras de lajes, entre outras.
Alguns elementos de madeira como os compensados são bastante utilizados
para formas de lajes e fechamento com tapumes. Esses compensados são feitos
de madeira, mas é o que chamamos de madeira transformada.
Transformada por quê? Porque são feitos nas indústrias a partir de restos de
madeiras que não foram aproveitadas nas serrarias onde as árvores foram corta-
das em peças menores e comercializadas.
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
94
Esquadrias:
Nas esquadrias, a madeira está presente nas seguintes peças:
a) caixões ou caixilhos de porta: são as peças de madeira em que as folhas de
porta estão presas e que também seguram a porta na hora em que se fecha
essa passagem. Também encontramos esquadrias nas janelas, nas quais te-
mos os caixões ou caixilhos e as folhas das janelas.
Forros:
Réguas de madeira de 15 a 20 cm de largura são utilizadas como forros de
teto.
Pisos:
As madeiras são usadas como assoalho de tábuas corridas ou como tacos, que
são peças de madeiras de 8 x 15 cm.
4 OUTROS MATERIAIS
97
Artefatos de decoração:
Para criação de pergolados, ou seja, de peças de madeiras posicionadas com
distância igual entre elas.
4.2 PÉTREOS
Materiais pétreos são as rochas. Sabemos que as rochas fazem parte da cros-
ta terrestre e que cobrem toda a superfície da terra, mesmo abaixo dos mares e
oceanos.
Essas rochas são formadas pela solidificação do magma expelido pelos vul-
cões.
Sabemos, pelo que foi estudado nos capítulos anteriores, que as rochas for-
mam os agregados que entram na composição de argamassa e concreto.
Na construção civil, podemos usar as rochas em seu estado bruto sem ter
passado por processo de trituração. Desde a antiguidade as rochas são usadas
como elementos construtivos para levantar paredes, muros e templos. Um bom
exemplo disto são as pirâmides do Egito ou a cidade de Machu-Picchu nos Andes
peruanos.
Aplicação de rochas:
a) as rochas são usadas, como dito anteriormente, como material construtivo
pesado em alicerces, muros de arrimo e quebra-mar;
b) podem ser usadas como agregados em argamassa e concreto;
c) algumas rochas podem ser usadas como material de revestimento e, em de-
terminados casos, as rochas são perfeitas quando se sabe aproveitar as suas
características;
d) rochas ornamentais, como os granitos, são utilizadas para confecção de ban-
cadas de cozinha e sanitário;
e) são usadas também como calçamento para ruas e como estrado para rodo-
vias e ferrovias.
Figura 81 - Tintas
Fonte: SENAI, 2013.
Tintas:
A aplicação de uma tinta, ou então de um verniz, com a finalidade estética
ou de proteção, cria um filme que impede o ataque de agentes externos à uma
superfície. A aplicação consiste em mais de uma demão de tinta e cada demão
4 OUTROS MATERIAIS
103
significa que a superfície foi pintada em toda a sua extensão sem deixar nenhuma
parte sem tinta.
A quantidade de demãos é determinada:
Pela superfície que deverá ser protegida.
Pelo tipo de tinta que está sendo aplicada.
Pela necessidade dos agentes externos ao qual a superfície está exposta.
Pintura exterior:
Por estar em ambiente externo, a resistência às intempéries é o mais importan-
te. Tem de ter também uma boa aderência, manter sempre a cor, mesmo quando
exposta à radiação solar e não reagir quimicamente com a superfície.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você pode conhecer mais sobre a madeira como material
de construção, suas características e propriedades e a importância da sua
aplicação na construção civil em estruturas de telhados, em esquadrias,
acabamento de forros. Além disso, verificou a importância da utilização de
madeiras com certificação para defesa do meio ambiente. Conheceu sobre
as pedras, que são um material utilizado desde a Antiguidade pelo homem
e ainda hoje usado como material para fundação e acabamento. Outro
material estudado foram as tintas e os vernizes, que são utilizados como
material de acabamento, ou seja, para finalizar a obra dando proteção e
acabamento estético – vimos suas características e propriedades.
4 OUTROS MATERIAIS
107
Anotações:
Controle tecnológico dos materiais
Para a execução de uma obra é necessário escolher os materiais adequados para a função
desejada. E como identificar o mais adequado?
Todos os materiais aplicados na construção civil têm que atender à sua finalidade. Atender
com qualidade e com o melhor desempenho que ele pode oferecer. No entanto, para que a
sua aplicação seja eficiente é necessário respeitar as suas propriedades.
Para isto temos as normas que determinam quais os ensaios realizados para se conhecer o
material e assim descobrir as propriedades desses materiais. Conhecendo as propriedades dos
materiais, especificá-los passa a ser uma tarefa mais fácil.
As normas são um grande aliado para termos o controle tecnológico dos materiais, porque
ela assegura de maneira técnica e científica que os ensaios realizados estão todos parametra-
dos, garantindo a qualidade do material ensaiado.
Essa garantia é a certeza da qualidade, mesmo que algum fabricante, por negligência, ve-
nha produzir determinado material fora das especificações estabelecidas pelas normas e de
repente houver a necessidade de verificar se o material utilizado está adequado, basta realizar
os ensaios, e se obtiverem os mesmos parâmetros então está correto, caso contrário, será ates-
tado material inadequado fora da norma vigente.
Nas obras, alguns ensaios podem ser realizados para controle da qualidade e
verificação se o material está respeitando o que foi especificado. A exemplo disto
temos os ensaio realizados com o concreto usinado que chega na obra:
O concreto é um dos principais materiais utilizados na obra, e por isso, um con-
trole rigoroso de sua qualidade é sempre necessário. Atualmente temos normas
que regulamentam o critério de desempenho das estruturas e sistemas constru-
tivos de uma edificação, e é muito importante conhecê-las. Uma dessas normas é
a NBR 15.575:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Ela é subdividida
conforme a tabela abaixo:
NORMA
Nas obras, alguns ensaios podem ser realizados para controle da qualidade e
verificação do desempenho do matéria,l quanto à norma supracitada. A exemplo
disto, temos os ensaio realizados com o concreto usinado - aquele que chega na
obra, pronto para utilização. O passo a passo desse ensaio é encontrado na ABNT
MATERIAIS E ENSAIOS TECNOLÓGICOS
112
a) ensaio de consistência:
Para o concreto elaborado pelo próprio executor da obra, devem ser realiza-
dos ensaios de consistência, conforme ABNT NBR NM 67: 1998 toda vez que fo-
rem observadas as seguintes condições:
-- ocorrerem alterações na umidade dos agregados;
-- na primeira amassada do dia;
-- ao reiniciar o preparo após interrupção da concretagem por pelo menos 2hs;
-- quando houver troca de operários;
-- toda vez que forem moldados corpos de prova.
CASOS E RELATOS
Material novo
Novos materiais surgem a cada dia e são utilizados na construção civil, mas
sabe-se que todo material novo é necessário ser testado para verificar se é
eficiente a sua aplicação e se é seguro para não causar nenhum tipo de pro-
blema relacionado a acidentes ou problemas de saúde nos operários ou no
consumidor. Sabendo disso, a técnica em edificações Marina, trabalhando
numa construtora, precisou ter um relatório dos ensaios dos materiais que
foram especificados no projeto principalmente do concreto.
Em muitas obras, os ensaios de concreto são realizados no próprio cantei-
ro, mas alguns ensaios também foram realizados no laboratório contratado
pela construtora para garantir que o concreto fosse produzido obedecen-
do às exigências do projeto com relação à resistência.
Marina ficou tranquila quanto à execução dos ensaios, sabendo que as em-
presas são obrigadas a fazê-los seguindo os critérios determinados pela
norma. Então, os relatórios chegaram e Marina analisou se todos os ensaios
estavam dentro do padrão da Norma e constatou que estavam.
Assim, Marina pode observar que o concreto pedido pela construtora es-
tava dentro das especificações do projeto e então garantia a qualidade do
concreto utilizado na obra.
O Supervisor de Marina ficou satisfeito com o seu trabalho e com a preo-
cupação de Marina em verificar se os ensaios estavam seguindo as orienta-
ções da norma.
RECAPITULANDO
Anotações:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM33: Concreto - Amostragem de concreto
fresco. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.
________. NBR NM 45: Agregados – Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de
Janeiro: ABNT, 2006.
________. NBR 67: Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone.
Rio de Janeiro: ABNT, 1998.
________. NBR 5738: Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003.
________. NBR 5739: Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2007.
________. NBR 5738: Concreto: procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003.
________. NBR 5739: Concreto: ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2007.
________. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto — Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT,
2014.
________. NBR 12655: Concreto de cimento Portland: preparo, controle e recebimento:
procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
________. NBR 15.575: Edificações Habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013
SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -- Brasília: Departamento Regional da
Bahia. SENAI/ DN, 2013.
SHUTTERSTOCK. Britas para construção civil. 2013 Disponível em: http://www.shutterstock.com/
pt/pic-116792863/stock-photo-details-of-gravel-for-construction.html?src=EMhdcGbNjOSsjIcUfK6
nmg-1-10. Acesso em: 10 set. 2013.
WIKIMEDIA COMMONS. Telha com eflorescência. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Terracotta_roof_tiles.jpg. Acesso em: 10 set. 2013.
WIKIMEDIA COMMONS. Madeira atacada por cupim. 2013 Disponível em: http://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Isoptera_%28Termiti%29_-_foto_1.JPG. Acesso em: 10 set. 2013.
WIKIMEDIA COMMONS. Magma formando rocha. 1998. Disponível em: http://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Aa_large.jpg. . Acesso em: 02 fev. 2013
ZAVAGLIA , Cecília A.C.; GALDINO André G. S. EM833- Seleção de- Seleção de Materiais. 2004
Disponível em: http://www.scribd.com/doc/151596332/EM-833-selecao-de-ligas-ferrosas. Acesso
em 10 jan 2013.
MINICURRÍCULO DO AUTOR
A
Agregados 64, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 78, 79, 81, 82, 83, 85, 86
B
Bitolas 36
C
Capacidade refratária 49
Carbono 33
Caulinita 48
Cerâmica porosa 51
Cisalhamento 58
Corrosão 35
Cromo 34, 35
D
Dormentes 73
E
Eletrólise 35
Escória 65, 70
I
Insuflação 31
J
Jazidas 28, 67, 72
M
Maleável 41, 45, 52, 61, 66, 81
P
Pozolana 65, 66
Produtos siderúrgicos 23
R
Resfriamento brusco 38
Rochas ígneas 49
Rochas vulcânicas 49, 72
S
Salmoura 38
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Costa
Coordenação de Produção
FabriCO
Design Educacional
Iranildes Cerqueira
Tatiane Carvalho
Revisão Ortográfica e Gramatical
Pollyanna Farias
Revisão de Diagramação e Padronização
i-Comunicação
Projeto Gráfico