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Série automotiva

fundamentos
da tecnologia
automotiva
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série automotiva

Fundamentos
da tecnologia
automotiva
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Núcleo de Educação – NED

FICHA CATALOGRÁFICA
_________________________________________________________________________
S491f
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Fundamentos da tecnologia automotiva / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina.
Brasília : SENAI/DN, 2012.
94 p. il. (Série Automotiva).

ISBN 978-85-7519-508-6

1. Automóveis. 2. Automóveis – Ignição – Sistema eletrônico. 3.


Conjuntos numéricos. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.

CDU: 629.331
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Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Homem das cavernas caminhando........................................................................................................14
Figura 2 -  Homem das cavernas sobre um animal................................................................................................14
Figura 3 -  Homem das cavernas criando..................................................................................................................15
Figura 4 -  Máquina a vapor............................................................................................................................................15
Figura 5 -  Locomotiva......................................................................................................................................................16
Figura 6 -  Ford....................................................................................................................................................................16
Figura 7 -  Diferença entre diesel e gasolina............................................................................................................17
Figura 8 -  Diferença entre os veículos movidos a diesel e a gasolina............................................................17
Figura 9 -  Calhambeque.................................................................................................................................................18
Figura 10 -  Ferrari..............................................................................................................................................................18
Figura 11 -  Caixa de câmbio..........................................................................................................................................24
Figura 12 -  Modelo de rolamento...............................................................................................................................25
Figura 13 -  Circuito elétrico...........................................................................................................................................26
Figura 14 -  Mecânico entre fios....................................................................................................................................27
Figura 15 -  Chassi de caminhão...................................................................................................................................28
Figura 16 -  Carroceria......................................................................................................................................................29
Figura 17 -  Veículo enfrentando a resistência do ar.............................................................................................29
Figura 18 -  Marginal Tietê e Marginal Pinheiros – SP...........................................................................................33
Figura 19 -  Representação geométrica dos números naturais N....................................................................34
Figura 20 -  Representação geométrica do conjunto Z........................................................................................34
Figura 21 -  Representação geométrica dos números racionais.......................................................................35
Figura 22 -  Representação geométrica dos números reais................................................................................36
Figura 23 -  Conjunto dos números naturais < conjunto dos números inteiros < conjunto dos
números racionais......................................................................................................................................36
Figura 24 -  Unidades de medida de comprimento...............................................................................................54
Figura 25 -  Unidades de medida de volume...........................................................................................................55
Figura 26 -  Representação da área de um quadrado...........................................................................................56
Figura 27 -  Representação da área de um retângulo...........................................................................................56
Figura 28 -  Representação da área de um triângulo............................................................................................58
Figura 29 -  Representação da área de um paralelogramo.................................................................................58
Figura 30 -  Representação da área de um trapézio..............................................................................................59
Figura 31 -  Representação da área de um círculo.................................................................................................59
Figura 32 -  Círculo.............................................................................................................................................................60
Figura 33 -  Paralelepípedo retângulo........................................................................................................................61
Figura 34 -  Paralelepípedo retângulo........................................................................................................................61
Figura 35 -  Paralelepípedo retângulo........................................................................................................................62
Figura 36 -  Cubo................................................................................................................................................................62
Figura 37 -  Cilindro...........................................................................................................................................................63
Figura 38 -  Tanque do LPG.............................................................................................................................................64
Figura 39 -  Esfera...............................................................................................................................................................64
Figura 40 -  Volume do cone..........................................................................................................................................65
Figura 41 -  Cone................................................................................................................................................................65
Figura 42 -  Representação de ângulos .....................................................................................................................66
Figura 43 -  Ângulo reto...................................................................................................................................................67
Figura 44 -  Ângulo de 45 graus....................................................................................................................................67
Figura 45 -  Ângulo de 135 graus.................................................................................................................................67
Figura 46 -  Ângulo de 180 graus.................................................................................................................................68
Figura 47 -  Transferidor...................................................................................................................................................68
Figura 48 -  Gráfico de linhas..........................................................................................................................................80
Figura 49 -  Gráfico de colunas (dados fictícios)....................................................................................................81
Figura 50 -  Gráfico de setores.......................................................................................................................................82

Quadro 1 - Módulo básico de cursos da automotiva. .........................................................................................11

Tabela 1 - Representação da venda de carros em três anos consecutivos....................................................40


Tabela 2 - Unidades de medida de comprimento..................................................................................................54
Tabela 3 - Unidades de medida de área.....................................................................................................................55
Tabela 4 - Unidades de medida de volume..............................................................................................................55
Tabela 5 - Representação da distância por minuto percorrida por um automóvel...................................72
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11

2 Veículos..............................................................................................................................................................................13
2.1 Histórico...........................................................................................................................................................14
2.2 A definição de automóvel.........................................................................................................................16
2.2.1 Particularidades .........................................................................................................................17
2.2.2 Tipos e formas de utilização dos veículos.........................................................................18

3 Sistemas Automotivos..................................................................................................................................................23
3.1Definição..........................................................................................................................................................24
3.2 Sistemas mecânicos....................................................................................................................................24
3.3 Sistemas eletroeletrônicos........................................................................................................................26
3.3.1 Chicote elétrico...........................................................................................................................27
3.4 Estruturas........................................................................................................................................................28
3.5 A integração dos sistemas automotivos..............................................................................................30

4 Conjuntos Numéricos....................................................................................................................................................33
4.1 Números naturais.........................................................................................................................................34
4.2 Números inteiros..........................................................................................................................................34
4.3 Números racionais.......................................................................................................................................35
4.4 Números reais ...............................................................................................................................................36

5 Operações Fundamentais............................................................................................................................................39
5.1 Adição e subtração de números naturais............................................................................................40
5.2 Multiplicação de números naturais ......................................................................................................41
5.3 Divisão de números naturais....................................................................................................................42
5.4 Potenciação de números naturais .........................................................................................................42
5.5 Soma e subtração de números inteiros ...............................................................................................43
5.6 Multiplicação de números inteiros .......................................................................................................44
5.7 Divisão de números inteiros ....................................................................................................................45
5.8 Potenciação de números inteiros ..........................................................................................................45
5.9 Soma e subtração de números racionais ............................................................................................46
5.10 Multiplicação de números racionais ..................................................................................................47
5.11 Divisão de números racionais ..............................................................................................................48
5.12 Potenciação de números racionais .....................................................................................................48
5.13 Radiciação de números racionais .......................................................................................................49
5.14 Números irracionais..................................................................................................................................49
5.14.1 Operações fundamentais.....................................................................................................50
6 Medidas de Grandezas Geométricas.......................................................................................................................53
6.1 Introdução às unidades de medida.......................................................................................................54
6.2 Unidades de medida de área...................................................................................................................55
6.3 Unidades de medida de volume ............................................................................................................55
6.4 Quadrado........................................................................................................................................................56
6.5 Retângulo........................................................................................................................................................56
6.6 Triângulo..........................................................................................................................................................57
6.7 Paralelogramo...............................................................................................................................................58
6.8 Trapézio............................................................................................................................................................59
6.9 Círculo...............................................................................................................................................................59
6.10 Volume...........................................................................................................................................................60
6.11 Paralelepípedo ...........................................................................................................................................60
6.12 Cubo...............................................................................................................................................................62
6.13 Cilindro..........................................................................................................................................................63
6.14 Esfera..............................................................................................................................................................64
6.15 Cone................................................................................................................................................................65
6.16 Ângulos.........................................................................................................................................................66
6.16.1 Classificação de ângulos.......................................................................................................67

7 Razão e Proporção..........................................................................................................................................................71
7.1 Razão.................................................................................................................................................................72
7.2 Proporção........................................................................................................................................................73
7.3 Regra de três simples .................................................................................................................................73

8 Tabelas e Gráficos...........................................................................................................................................................79
8.1 Os dados e as tabelas..................................................................................................................................80
8.2 Tipos de gráficos...........................................................................................................................................80

Referências............................................................................................................................................................................85

Minicurrículo dos autores...............................................................................................................................................89

Índice......................................................................................................................................................................................91
Introdução

Você está iniciando o estudo de Fundamentos de tecnologia automotiva, em que terá um


apanhado de diferentes áreas do conhecimento: veículos, sistemas automotivos, conjuntos
numéricos, operações fundamentais, medidas de grandezas geométricas, razão e proporção,
tabelas e gráficos, entre outras subáreas. Ao estudar esse conteúdo, você conhecerá os concei-
tos e as aplicações importantes para cada tema.
Com todos os conceitos e conhecimentos aqui apresentados, você terá fundamentos teó-
ricos e desenvolverá a competência para desempenhar tarefas técnicas, ligadas a esse vasto
universo, no seu dia a dia de trabalho.
A nossa expectativa é que o material seja o propulsor de novos conhecimentos!
A Unidade Curricular Fundamentos de Tecnologia Automotiva compõe o módulo básico
comum a dez cursos de qualificação da área Automotiva oferecidos pelo SENAI. São eles: Ele-
tricista de automóveis; Instalador de acessórios automotivos; Colorista automotivo; Pre-
parador de superfícies para pintura automotiva; Polidor automotivo; Mecânico de ma-
nutenção em motocicletas; Mecânico de manutenção em motores Ciclo Otto; Mecânico
de manutenção em transmissão automática; Mecânico de manutenção em transmissão
manual, e Mecânico de manutenção em freios, suspensão e direção automática.
O quadro a seguir apresenta o módulo básico dos cursos relacionados acima e a distribuição de sua
carga horária:

Módulo Básico de Cursos da Automotiva


Carga
Unidades Carga
Módulos Denominação horária do
curriculares horária
módulo
• Organização do Ambi-
30h
ente de Trabalho
Básico Básico 60h
• Fundamentos de Tecno-
30h
logia Automotiva

Quadro 1 - Módulo básico de cursos da automotiva.


Fonte: SENAI DN

Bons estudos!
Veículos

Você sabe definir o que é um veículo? Com certeza, ao ouvir essa expressão você faz um
quadro mental e pode até achar que essa é uma pergunta muito simples de ser respondida. No
entanto, quais são os elementos necessários para compor um veículo e como se chegou à con-
clusão de que esses eram os elementos corretos? Bem, para sabermos mais sobre esse assunto,
vamos estudar agora a história dos veículos e os diferentes sistemas que os compõem.
Veja os objetivos de aprendizagem que atingiremos nesse capítulo:
a) Conhecer o histórico dos veículos na vida da humanidade;
b) Entender a definição dos automóveis.
Pronto para começar? Vamos lá!
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
14

1 tração 2.1 HISTÓRICO


Ação exercida pelas rodas Desde os primórdios, o ser humano tem a necessidade de executar tarefas in-
motrizes e transmitida a
todo veículo, levando-o a dispensáveis à sua vida, dentre as quais pode-se ressaltar a de deslocamento em
deslocar-se.
busca de melhores condições para sobrevivência. As necessidades humanas são
o foco de qualquer invenção ou inovação desenvolvida para beneficiar a todos.

2 Êmbolo (Pistão)

Dispositivo que desliza


em um e em outro sentido
no interior de um cilindro.
O êmbolo é usado em
bombas, compressores e
motores.

Denis Pacher (2012)


3 centelha

Centelha elétrica, fenômeno


luminoso e crepitante, Figura 1 -  Homem das cavernas caminhando
devido a uma descarga
súbita e que se produz
quando se aproximam No passado, para se deslocar de um lugar a outro era necessário fazer longas
dois corpos eletrizados de
potenciais diferentes. viagens a pé, as quais eram cansativas e demoradas. Com o passar do tempo, o
homem aprendeu a utilizar os animais para realizar trabalhos e empregar a força
em seu lugar, mas os animais também se cansam. Denis Pacher (2012)

Figura 2 -  Homem das cavernas sobre um animal

O surgimento da roda marcou significativamente o progresso para transportar


cargas. Com o uso dessa nova tecnologia, somada ao esforço da tração1 animal,
o homem passou a não precisar mais realizar esforços para viajar e transportar
objetos. Entretanto, os animais ainda estavam sujeitos ao esgotamento físico.
2 Veículos
15

Denis Pacher (2012)


Figura 3 -  Homem das cavernas criando

Foi nesse momento que surgiu uma importante questão: como fazer com que
um “veículo” adquirisse movimento próprio, sem depender de tração animal? A
resposta veio com invenções de extrema importância para a sociedade, como a
máquina a vapor e o motor de combustão interna.
A máquina a vapor consiste em um mecanismo que aproveita a pressão do ar
para realizar trabalho mecânico. Para melhor compreender essa tecnologia, pen-
se em uma panela de pressão quente que libera vapor pela sua válvula de alívio. A
máquina a vapor aproveita essa energia para fazer com que um êmbolo (pistão)2
seja empurrado, levando um eixo a fazer movimentos circulares, realizando tra-
balho mecânico.
Dreamstime (2012)

Figura 4 -  Máquina a vapor

Com baseado no funcionamento da máquina a vapor, foi desenvolvido o


motor de combustão interna, movido a gasolina e a diesel. O motor de quatro
tempos com ignição por centelha3 foi desenvolvido por Nikolaus Otto, em 1876,
e o motor com ignição por compressão foi criado por Rudolf Diesel, por volta
de 1892. A ideia inicial era produzir uma máquina capaz de transformar energia
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
16

térmica, oriunda de uma reação química de queima, em energia mecânica. O re-


sultado de todos esses trabalhos de engenharia são os motores de combustão
interna que hoje movem a sociedade.

2.2 A DEFINIÇÃO DE AUTOMÓVEL

O motor a vapor foi utilizado inicialmente para comprovar que era possível
fazer a autolocomoção de um veículo e mostrou-se de grande utilidade nas loco-
motivas. No entanto, foi apenas com o motor de combustão interna que a ideia
do automóvel pôde ser materializada e disponibilizada a mais pessoas. A ideia
inicial era permitir que um veículo pudesse se mover sem necessitar de uma fonte
de energia externa – como a tração animal, que era largamente utilizada – substi-
tuindo-a por uma fonte de energia própria: o motor.

Dreamstime (2012)

Figura 5 -  Locomotiva
Dreamstime (2012)

Figura 6 -  Ford

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a co-


VOCÊ nhecer um protótipo do automóvel. Em 1871, antes de
Amédée Bollée, na França, dedicar-se à fabricação de
SABIA? veículos, a Bahia recebeu um carro que se movia utili-
zando uma fonte própria de energia.

Conhecer as curiosidades da história do automóvel é importante para a sua


profissão. Fique atento!
2 Veículos
17

Se você quiser obter mais detalhes sobre os motores de


SAIBA combustão interna, uma boa dica é o livro Motores de com-
bustão interna, de Jorge Martins. Veja mais informações
MAIS sobre o livro em <http://www.wook.pt/ficha/motores-de-
-combustao-interna/a/id/181611>.

2.2.1 Particularidades

Existe uma diferença básica entre os motores a diesel e a gasolina. De modo


geral, o motor a diesel é mais eficaz para realizar trabalhos que exijam torque
(força) e o motor a gasolina possui vantagens em trabalhos que necessitem de
velocidade. Dessa forma, pode-se classificar os veículos de acordo com sua finali-
dade, por exemplo, veículo para passeio ou para trabalho.

Denis Pacher (2012)

Figura 7 -  Diferença entre diesel e gasolina.

Conhecendo a diferença entre as características dos motores é fácil compreen-


der por que os ônibus, caminhões, tratores e as grandes embarcações são movi-
dos a diesel e os automóveis, as motocicletas, algumas caminhonetes e pequenas
embarcações são movidos a gasolina.
Denis Pacher (2012)

Figura 8 -  Diferença entre os veículos movidos a diesel e a gasolina.


FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
18

2.2.2 Tipos e formas de utilização dos veículos

Com o tempo, verificou-se que os veículos foram passando por processos de


aprimoramento relacionados a todos os aspectos, desde os componentes mecâ-
nicos e elétricos até o processo de fabricação. Observe, por exemplo, nas figuras
a evolução dos veículos.

Dreamstime (2012)
Figura 9 -  Calhambeque

Dreamstime (2012)

Figura 10 -  Ferrari

Os diferentes tipos de veículos diferenciam-se por vários itens, entre os quais


destaca-se a sua finalidade. Um automóvel destinado a vencer corridas tem sua
estrutura eletrônica e mecânica alterada, a fim de tornar-se mais veloz e possibi-
litar que o máximo de potência seja extraído de um motor. Quando uma mon-
tadora desenvolve um veículo de passeio, prioriza não só o desempenho, mas
também a estabilidade, o cuidado com a emissão de poluentes, a segurança, a
dirigibilidade, o conforto e vários outros fatores.

Não é à toa que a emissão de poluentes tem se tornado


uma preocupação e deixado a população em alerta. Os
gases poluentes lançados na atmosfera são danosos e pre-
FIQUE judicam a saúde da população. O Programa de Controle de
ALERTA Emissão Veicular (Proconve) é o responsável por incumbir
as montadoras de veículos de adotar tecnologias que re-
duzam as emissões de CO de 50mmg/km para 2mmg/km.
Fonte: PORTAL SÃO FRANCISCO (2012).

Carros, caminhonetes e caminhões off-road (fora de estrada) são construídos


para enfrentar as adversidades de um terreno acidentado e, por causa disso, não
possuem o mesmo conforto e a mesma estabilidade que um automóvel de pas-
2 Veículos
19

seio, que é feito para andar nas estradas. Portanto, as características de um veícu-
lo são definidas de acordo com a necessidade para a qual ele foi fabricado.

CASOS E RELATOS

O primeiro automóvel no Brasil


O primeiro automóvel a circular no Brasil foi importado pelo Sr. Francisco
Antônio Pereira Rocha, da cidade de Salvador, que na época era muito im-
portante e considerada chique. Eis como era o automóvel: uma máquina
enorme, pesada e barulhenta, parecida com os atuais rolos compressores
de pavimentação, mas com uma quinta roda – responsável pela sua dire-
ção – localizada na sua parte dianteira. Era movido a vapor e estava ligado
a um carro destinado a acomodar os passageiros, que, na sua roupa mais
elegante, levantavam a cabeça, soberbos do progresso de sua viatura.
O carro rodou por Salvador, para espanto do povo que enchia as ruas para
ver a novidade. Um dia alguém desafiou Dr. Rocha, dizendo que aquele
monstrengo só andava no plano, queria ver se subia ladeira.
O homem pulou na defesa de seu automóvel. O outro teimou. Então foi fe-
chada uma aposta: iria à Praça do Mercado, subiria a Ladeira da Conceição
da Praia e chegaria à Praça do Palácio.
A notícia correu célere. Todo mundo tomou conhecimento da aposta, e muitas
apostas mais surgiram, uns defendendo o carro do Dr. Rocha, outros achando
que ele, tão pesado e sem nada que o puxasse, não aguentaria a ladeira.
No dia combinado, o Dr. Rocha montou no veículo. O povo comprimia-se
ao redor do monstrengo. O bicho resfolegou e começou a andar. Encami-
nhou-se para a ladeira. Um momento de ‘“suspense”. Parece que o auto-
móvel nem foi afetado pela mudança de nível: foi subindo vagarosa, mas
firmemente. Quando despontou na Praça do Palácio, o povo que estava
nas janelas e enchia a rua, prorrompeu em aplausos.
Dr. Rocha ganhou a aposta e muita popularidade. Não se falou em outra
coisa durante muito tempo em Salvador.

Ao ler a narrativa acima, você não ficou com vontade de estar lá assistindo o
primeiro automóvel do Brasil? Pequenos fatos marcaram a nossa história e conhe-
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
20

cer esses fatos, mesmo tanto tempo depois, traz um conhecimento importante
para o seu dia a dia profissional.

RECAPITULANDO

Vimos aqui uma breve história do surgimento do automóvel. Agora você


também já consegue distinguir os diferentes veículos – seus tipos e suas
formas de utilização. Como você pode perceber, os veículos vêm passando
por constantes mudanças que não se referem somente aos seus formatos.
Alguns sites de noticias, como o R7, divulgaram este ano que o governo pre-
tende reduzir o IPI de carros menos poluentes – fique atento às novidades.
2 Veículos
21

Anotações:
Sistemas Automotivos

Quando uma pessoa leiga observa um veículo, ela consegue ver apenas sua estética, a parte
externa. No entanto, por toda a sua extensão, um automóvel evidencia detalhes de acabamen-
to e das diversas tecnologias que o compõe. Esses detalhes se tornam cada vez mais evidentes
à medida que a pessoa se aprofunda no estudo da mecânica.
Vamos conhecer os objetivos de aprendizagem desse capítulo?
No final desse capítulo, você:
a) Conhecerá o que é um sistema automotivo no âmbito da mecânica e da eletroeletrônica;
b) Entenderá a estrutura de um veículo;
c) Verá como ocorre a integração dos sistemas automotivos.
Pronto para prosseguir?
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
24

1 rolamentos 3.1 DEFINIÇÃO


Peça ou mecanismo Na fabricação de um veículo, existem diversas etapas, como: tapeçaria, carro-
utilizados para guiar um
movimento de rotação, a ceria, mecânica, elétrica, aerodinâmica, design, pintura, eletrônica e estrutura. O
fim de reduzir o atrito de
deslizamento e diminuir automóvel é o produto final resultante de diversas descobertas das engenharias
as perdas de energia: elétrica, mecânica e de software. Então, você conseguiria dizer agora quais são as
rolamento de esferas, de
agulhas etc. diferenças entre os sistemas que compõem um veículo? Vamos verificar?
O sistema mecânico é composto por todas as peças que realizam trabalho, nor-
malmente compostas de metal, como: caixa de câmbio, rolamentos1, molas etc. Os
sistemas elétricos atuam na parte de controle do funcionamento dos sistemas me-
cânicos – são as centrais eletrônicas, o sistema de partida, o sistema de iluminação
etc. A estrutura do automóvel é composta pela sua carroceria, na qual estão aloja-
dos os sistemas elétricos e mecânicos, e os ocupantes do veículo.

3.2 SISTEMAS MECÂNICOS

Em um automóvel, pode-se perceber a presença de diversos componentes


mecânicos, tais como: caixa de câmbio, componentes do motor, sistema de sus-
pensão e sistema de freio.
Nesse campo a indústria automotiva é beneficiada pelos produtos da indústria
metal mecânica, como: rolamentos, engrenagens, molas, parafusos, eixos, êmbo-
los (pistões) etc.
No caso da caixa de câmbio, por exemplo, temos o emprego da tecnologia das
engrenagens. Duas engrenagens unidas possuem uma relação entre si, podendo
ampliar o torque (força) ou a velocidade final de um determinado motor. Quan-
do o motorista seleciona uma marcha, ele está alterando essa relação. Por isso,
percebe-se um alto torque em primeira marcha (com baixa velocidade final) e um
baixo torque em quinta marcha (com elevada velocidade final).
FabriCO (2012)

Figura 11 -  Caixa de câmbio


3 SISTEMAS AUTOMOTIVOS
25

A fórmula matemática para determinar a relação entre duas


engrenagens é a seguinte:

SAIBA
MAIS

A engrenagem motora, ou motriz, é aquela que move a ou-


tra. A movida é aquela que é conduzida pela motora. Os va-
lores a serem colocados na fórmula se referem ao número de
dentes que cada engrenagem possui.

O rolamento é outro exemplo de componente industrial mecânico emprega-


do no automóvel. Foi idealizado e aprimorado por diversas civilizações antigas
para possibilitar que um componente preso a um eixo pudesse girar sem haver
excessivo desgaste. O rolamento pode apresentar diferentes formas, dependen-
do de sua aplicação, mas ele se refere a um componente mecânico dotado de
esferas ou roletes lubrificados que permite que as pistas, externa e interna, girem
de forma independente.
Dreamstime (2012)

Figura 12 -  Exemplo de rolamento

Os componentes mecânicos presentes em um automóvel possibilitam a realiza-


ção do trabalho, no entanto, não são a fonte de sua energia e nem são capazes de
realizar o controle sobre seu próprio funcionamento. Para isso é necessário incorporar
outras tecnologias que consigam possibilitar o funcionamento de todo o veículo.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
26

2 ALTERNADOR 3.3 SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS


Gerador de eletricidade que Os sistemas eletroeletrônicos automotivos, embora possuam algumas va-
possui correntes alternadas
riações, sempre estão associados com os conceitos da eletricidade básica de
tensão, corrente elétrica e resistência. Vale lembrar que todo o componente ou
consumidor é uma resistência elétrica. Toda a fonte de energia possui uma ten-
3 chicote elétrico
são elétrica (diferença de potencial elétrico entre seus dois polos) e um circuito
Esse jargão técnico elétrico que, quando fechado (ligando uma resistência entre o polo negativo e
refere-se aos diversos
fios que percorrem o
o polo positivo da fonte de tensão), permitirá a passagem de corrente elétrica
veículo interligando por meio da resistência.
os componentes
eletroeletrônicos.

interruptor
ligado

Lâmpada
acesa

Denis Pacher (2012)

bareria fornecendo corrente

Figura 13 -  Circuito elétrico

Para fazer o controle do funcionamento do veículo e de seus sistemas elétri-


cos, é necessário um sistema complexo de eletroeletrônica embarcada.
Os automóveis possuem um componente chamado alternador2 que aproveita
o giro do motor para produzir energia elétrica. Essa energia produzida é utilizada
para alimentar todo o circuito elétrico veicular e repor a carga que a bateria per-
deu no momento da partida.

A bateria automotiva é utilizada como um acumulador


VOCÊ de energia para dar a partida. Depois que o motor esti-
ver em funcionamento, tanto o sistema elétrico como
SABIA? a bateria serão alimentados pela energia produzida no
alternador.
3 SISTEMAS AUTOMOTIVOS
27

O funcionamento de um motor ocorre graças à presença de diversos compo-


nentes como ar, calor combustível e também de uma centelha, produzida a partir
de um acionamento elétrico. Esse sistema elétrico de ignição é composto basica-
mente por quatro componentes: bateria, bobina, distribuidor (ou central eletrôni-
ca) e vela de ignição. A bateria fornece energia elétrica, que percorre o distribuidor
ou fica à disposição de uma central. Essa energia é conduzida até a bobina correta,
na qual ocorre um aumento significativo de tensão, que depois de conduzida pelo
cabo de vela provoca um arco voltaico (centelhamento) na vela de ignição.
A bateria fornece 12 volts, e essa tensão é insuficiente para provocar um arco
elétrico. No entanto, a bobina de ignição aumenta esse valor para até 30.000
volts, tensão extremamente alta.
Para prestar manutenção em sistemas elétricos automotivos, é preciso ter co-
nhecimento técnico sobre os componentes, pois o sistema de ignição de um ve-
ículo é extremamente perigoso, uma vez que como trabalha com tensões elétri-
cas elevadas pode causar acidentes, caso uma pessoa entre em contato com essa
energia elétrica. A participação do sistema elétrico possibilita o funcionamento
de diversos componentes mecânicos, como o próprio motor, e também dos sis-
temas de iluminação e de acessórios, como vidros e travas elétricas. É importante
ressaltar que a tensão encontrada no automóvel é contínua, diferente da tensão
alternada encontrada nas residências. Por se tratar de um componente mecânico,
o motor do veículo não é capaz de “funcionar” por si só, ele precisa de uma fonte
de centelha e de um giro inicial, que é fornecido pelo sistema elétrico.

3.3.1 Chicote elétrico

Em um veículo convencional, pode-se encontrar cerca de 1000 metros de fio, fa-


zendo a ligação entre os componentes eletroeletrônicos embarcados. Para reduzir o
tamanho do chicote elétrico3, o terminal negativo da bateria é ligado à carcaça do ve-
ículo, possibilitando que vários pontos de massa (aterramento) sejam encontrados ao
longo do chassi. Desta forma, para ligar um componente é necessário obter um cabo
com alimentação positiva e aterrar a saída do componente na carcaça do veículo.
Denis Pacher (2012)

Figura 14 -  Mecânico entre fios


FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
28

Com o aumento dos componentes elétricos nos veículos modernos, a neces-


sidade de cabeamento deveria ter aumentado, mas ao invés disso vem diminuin-
do com as novas descobertas. As redes de comunicação veicular possibilitaram
uma redução no chicote elétrico. Alem desse beneficio, as redes veiculares, que
funcionam com comandos de código binário, compartilham as informações so-
bre o motor e os acessórios de conforto de forma extremamente rápida entre as
centrais do automóvel. A inovação chegou ao mundo automobilístico e a grande
tendência é que nenhum sistema opere de forma independente dos demais.
Como o chicote elétrico é um conjunto de fios que distribui a corrente elétrica
para os vários componentes e sistemas do automóvel, o seu desgaste pode pre-
judicar o isolamento dos fios e causar pane em diversos equipamentos (faróis,
setas, limpadores de pára-brisas). Assim, em casos mais graves, pode haver curto-
-circuito e consequente incêndio.

3.4 ESTRUTURAS

Você sabe qual a diferença entre uma carroceria e um chassi? Bem, o chassi é
um sólido sistema de perfis de aço que serve para proteger e suportar pesos. Os
caminhões possuem um chassi bem visível, ou seja, esses perfis de aço vão desde
a dianteira até a traseira, apoiando todo o peso carregado. Veja a figura a seguir:

Dreamstime (2012)

Figura 15 -  Chassi de caminhão

A carroceria é o monobloco metálico que abriga os ocupantes do veículo e até


mesmo cargas, conforme a figura a seguir:
3 SISTEMAS AUTOMOTIVOS
29

Dreamstime (2012)
Figura 16 -  Carroceria

Um automóvel, por mais que seja composto por vários sistemas, possui uma
estrutura única chamada de carroceria, que pode ou não estar montada sobre um
chassi, e tem a função de suportar todos os outros componentes, apoiada na sus-
pensão. Essa estrutura não pode oferecer deformações e nem dobrar no centro
– onde são concentradas as cargas –, por esse motivo seu processo de fabricação
é extremamente rigoroso.
Uma carroceria precisa ser resistente à flexão no centro devido à concentração
de peso, não pode ceder a torções excessivas que possam ser provocadas pelas
irregularidades do solo e precisa fornecer espaço para os ocupantes do veiculo,
suas bagagens e para os componentes elétricos e mecânicos. Outra função da
carroceria é absorver impactos para que eles não atinjam com intensidade total
os ocupantes do veículo.

A resistência do ar aumenta proporcionalmente à velo-


VOCÊ cidade do veículo. Sendo assim, o design do veículo é
projetado levando em consideração a resistência do ar
SABIA? que será aplicada sobre ele, que afeta sua estabilidade e
consumo de combustível, entre outros fatores.
Denis Pacher (2012)

Figura 17 -  Veículo enfrentando a resistência do ar


FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
30

A carroceria de um veículo, que normalmente é de aço, precisa oferecer resis-


tência às intempéries climáticas. Todo protótipo de chassi deve evitar o acúmulo
de água em qualquer ponto para que a ferrugem não se instale. Além disso, o aço
deve receber um tratamento para que não fique sujeito à corrosão.

3.5 A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS AUTOMOTIVOS

Como vimos até aqui, um veículo é o resultado da soma dos sistemas eletroe-
letrônicos, mecânicos e estruturais. Não se pode dizer que um veículo será algum
dia apenas uma coisa ou outra, ele sempre necessitará desses três sistemas ope-
rando em harmonia.
Os sistemas mecânicos de um veículo possibilitam a realização dos movimen-
tos e trabalhos pertinentes ao funcionamento do automóvel. Desse modo, a car-
roceria do veículo é a base de sustentação dos sistemas mecânicos e elétricos
instalados. Sendo assim, cada sistema está interligado a outro de maneira depen-
dente, ou seja, em alguns casos os sistemas dependem de outros para funciona-
rem adequadamente.
Com as modernas redes veiculares, os automóveis passaram a dispor de di-
versas centrais elétricas que estão frequentemente trocando informações. Todos
os componentes estão integrados permitindo ao próprio veículo conhecer o seu
funcionamento e fazer seu gerenciamento da melhor forma possível, no menor
tempo e com o mínimo de fios.

CASOS E RELATOS

Bateria descarregada
Sydnei deixou seu veículo na garagem e foi viajar durante três meses. Ao
retornar, foi dar a partida, mas o motor não entrou em funcionamento. Seu
mecânico foi chamado e fez um diagnóstico do problema, detectando que
a bateria estava descarregada.
O motor é um componente mecânico, acionado pelo motor de partida que
é alimentado eletricamente pela bateria do veículo. O automóvel de Sydnei
estava com um problema no sistema elétrico que afetou o funcionamento
de um componente mecânico.
3 SISTEMAS AUTOMOTIVOS
31

Interessante como um problema no sistema elétrico pode aparentar mecâ-


nico, não é mesmo? Fique atento às circunstâncias do problema. O diagnóstico
pode estar associado a isso.

RECAPITULANDO

Estudamos aqui os sistemas automotivos e agora você já conhece a fun-


cionalidade de cada um desses sistemas. Como já citamos, um automóvel
não tem um funcionamento correto se os sistemas eletrônicos, mecânicos
e estruturais não estiverem funcionando em sintonia. Agora deve estar
mais fácil responder à pergunta “o que é um veículo?”, não é mesmo? À
medida que seu conhecimento a respeito dos sistemas automotivos vai au-
mentando, você conseguirá enxergar não apenas um veículo, mas sim a
soma das diversas tecnologias que compõem o veículo. Vamos em frente!
Conjuntos Numéricos

Vamos agora unir esse contexto histórico e as definições relacionadas aos veículos e aos
sistemas automotivos com a parte lógica que rege o trabalho de um mecânico automotivo? A
primeira pergunta que surge é: você gosta de matemática? Lembra-se de algum tópico relacio-
nado a esta disciplina?
Alguma vez já pensou que a matemática está presente em todos os momentos da nossa
vida cotidiana? Já ponderou que ao chegarmos a uma cidade desconhecida normalmente nos
localizamos pela quilometragem do local? Por exemplo, ao chegarmos à cidade de São Paulo
nos guiamos pelas placas para sabermos com precisão quantos quilômetros temos de percor-
rer e quanto tempo levaremos para efetivamente chegar ao centro da cidade.

MARGINAL TIETÊ MARGINAL PINHEIROS


RODOVIA PRES. DUTRA RODOVIA CASTELLO BRANCO
RODOVIA AYRTON SENNA RODOVIA DOS IMIGRANTES

12 34
Denis Pacher (2012)

Figura 18 -  Marginal Tietê e Marginal Pinheiros – SP


Fonte: Adaptado de Revista Exame (2012)

E quando calculamos a quantidade de combustível que devemos colocar no nosso automó-


vel para irmos de um ponto ao outro? Todas essas informações estão ligadas a números, certo?
Estamos, portanto, nos referindo à matemática da vida diária. A matemática visa a dimensio-
narmos quantidades, medidas, espaços, estruturas e variações com o objetivo de estabelecer
padrões e resultados.
Bem, então vamos entender como a matemática está ligada ao trabalho do mecânico au-
tomotivo. Para tal, iniciamos com definições de algumas operações básicas sobre números na-
turais, inteiros, racionais, irracionais e reais. Esses itens pertencem aos conjuntos numéricos.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
34

1 velocidade média 4.1 NÚMEROS NATURAIS


É a relação entre uma Definição: Qualquer número que resulte de uma contagem de unidades. O
variação de espaço e o
intervalo de tempo no qual conjunto dos números naturais é representado por N .
ocorreu essa variação.

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
2 DENOMINADOR

Valor debaixo da fração. Se retirarmos o zero desse conjunto, obtemos o subconjunto:

3 periódica
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}

Repetição de valores após


a vírgula em um número
decimal. Representação Geométrica dos números naturais N.

0 1 2 3 4 5
Figura 19 -  Representação geométrica dos números naturais N

Observe que a reta numérica dos naturais cresce apenas para a direita

4.2 NÚMEROS INTEIROS

Definição: Reunião do conjunto dos números naturais, o conjunto dos opostos


dos números naturais é o zero e é representado pela letra Z.

Z = {…, -8, -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8…}

Uma forma de representar geometricamente o conjunto Z é construir uma


reta numerada e considerar o número 0 como a origem, a sua direita os números
positivos e a sua esquerda os números negativos. A seta indica a ordem crescente
dos números.

Z
-3 -2 -1 0 1 2 3 4

Figura 20 -  Representação geométrica do conjunto Z


4 CONJUNTOS NUMÉRICOS
35

Os números inteiros estão presentes em diversas situações do nosso cotidia-


no, como quilometragem percorrida, velocidade média1 de um automóvel, sal-
dos bancários, indicação de temperaturas, saldo de pontos de um campeonato,
entre outros.

4.3 NÚMEROS RACIONAIS

O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q, cujo significado


é quociente, já que um número racional é todo número que pode ser representa-
do por um quociente (fração) entre dois números inteiros, com o denominador2
diferente de 0 (zero) e é definido por:

a
Q= {b | a ∈ Z ; b ∈ Z*}

Lê-se: Q igual a “a” sobre (ou dividido por) “b”, tal que “a” pertence ao conjunto dos
números inteiros Z e “b” pertence ao conjunto dos números inteiros não nulos Z*.
Representação geométrica dos números racionais:

-1,5 ... -4 ... -0,25... 0... 1 ... 1... 5... 7


5 3 4 2
Figura 21 -  Representação geométrica dos números racionais

Entre dois números racionais existem infinitos outros números racionais. Sua
representação decimal pode ser finita, ou seja, a divisão de m/n deixa, em algum
instante, resto zero, encerrando a divisão, ou infinita periódica3 , quando há infini-
ta repetição de valores após a vírgula. Frequentemente usamos m/n para indicar
a divisão de m por n.

SAIBA Veja mais detalhes sobre os números racionais e os números


inteiros em <http://matematicarev.blogspot.com/2009/02/
MAIS intersecao-do-conjunto-dos-naturais-e.html>.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
36

4.4 NÚMEROS REAIS

É o conjunto formado pelos números irracionais e pelos números racionais e é


representado pela letra R. 

FIQUE Todas as distâncias representadas por eles sobre uma reta


preenchem-na por completo; isto é, ocupam todos os seus
ALERTA pontos.

Representação geométrica dos números reais:

A B C D

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-5 π
2

Figura 22 -  Representação geométrica dos números reais

VOCÊ Ordenar os números reais aritmeticamente é como or-


SABIA? denar as palavras em um dicionário.

O conjunto dos números naturais está contido no conjunto dos números intei-
ros, que por sua vez está contido no conjunto dos números racionais.
Para melhor entender, observe o desenho:

N Z I
Q
Denis Pacher (2012)

R
Figura 23 -  Conjunto dos números naturais < conjunto dos números inteiros < conjunto dos números racionais
4 CONJUNTOS NUMÉRICOS
37

CASOS E RELATOS

O conceito de números
Das primeiras necessidades de contagem até o conceito de número, muitas
gerações transcorreram deixando-nos sua contribuição. Parece que os si-
nais para números surgiram antes das palavras para indicá-los. Isso porque
é mais fácil indicar com os dedos das mãos o total de elementos de uma
coleção do que criar uma palavra para isso.
Quando os dedos da mão se mostraram insuficientes para registrar quan-
tidades maiores, nossos antepassados provavelmente começaram a usar
montes de pedrinhas, uma para cada objeto a ser representado. A neces-
sidade de conservar a informação deve ter levado à substituição das pe-
drinhas por marcas em ossos, bastões, paredes das cavernas, por nós em
cordinhas e outras diferentes formas de registro.
Comparando os elementos de duas coleções – por pareamento –, nossos
antepassados foram construindo as relações “mais que”, “menos que” e
“tanto quanto”, ampliando assim seu vocabulário relativo à quantificação,
que antes consistia em um, dois e muitos. Ao comparar ovelhas e pedri-
nhas, por exemplo, o pastor podia saber se faltavam ovelhas ou não.

A necessidade sempre motivou a humanidade a progredir. A busca pelo co-


nhecimento, assim como você está fazendo agora, fez com que as nossas solu-
ções para os problemas ficassem cada vez mais sofisticadas. Nessa busca, não
deixe de usar a tecnologia a seu favor.

RECAPITULANDO

Você já devia saber que a matemática está presente em todos os momen-


tos da nossa vida cotidiana, não é? Antes de começar a ver o que a matemá-
tica tem a ver com a tecnologia automotiva, era importante revermos es-
sas noções básicas sobre números naturais, inteiros, racionais, irracionais e
reais. Isso ficou claro para você? Se a resposta for positiva, vamos em frente!
Operações Fundamentais

Agora que já conhecemos as noções básicas sobre números naturais, inteiros, racionais, ir-
racionais e reais, está na hora de estudarmos um pouco sobre as operações fundamentais que
podem ser feitas com esses numerais. Fique atento às dicas e informações dadas aqui, pois
essas operações farão parte do seu cotidiano em diversas situações.
Assim, nessa etapa você:
a) Conhecerá as operações fundamentais da matemática em números naturais, inteiros, ra-
cionais e irracionais.
Vamos começar pela adição e subtração de números naturais. Vamos lá?
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
40

5.1 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS NATURAIS

A Adição é a operação que determina um número natural para representar a


junção de quantidades. Para indicar a adição, usamos o sinal + (mais).
Já a subtração  é a operação que determina um número natural para repre-
sentar a diminuição de quantidades. Para indicar a subtração, usamos o sinal -
(menos).
Exemplo:

356 1248 5689


- 22 + 345 - 4321
334 1593 1368

Exemplo:
1. Observe, na tabela 01, as vendas de quatro modelos de carros, em três anos
consecutivos:

Tabela 1 - Representação da venda de carros em três anos consecutivos

Modelo Popular Médio Luxo Utilitário


Ano 2002 33603 10022 2660 6500
Ano 2003 28556 6738 2250 5891
Ano 2004 32883 13451 6900 8022
Fonte: IEZZI (2005)

a) Quantos carros modelo luxo foram vendidos nos três anos?


b) Quantos carros dos quatro modelos foram vendidos no ano de 2002?
c) Responda sem calcular: qual dos quatro modelos foi o mais vendido nos três
anos?
Solução:
a) 2660 + 2250 + 6900 = 11810
b) 33603 + 10022 + 2660 + 6500 = 52785
c) popular (basta observar os maiores valores)
2. Quando Alberto nasceu, a mãe dele tinha 28 anos. Hoje, a mãe de Alberto
tem 41 anos. Quantos anos Alberto tem?
Solução: 41 – 28 = 13
Portanto, Alberto tem 13 anos de idade.
3. Carminha é 12 anos mais nova que Bela e 5 anos mais velha que Estela. Bela
tem 47 anos. Quantos anos Bela, Carminha e Estela têm juntas?
5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
41

Solução:
Bela: 47 anos
Carminha: 47 - 12 = 35
Estela: 35 - 5 = 30
Portanto, as três têm juntas 112 anos.

5.2 MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS NATURAIS

Multiplicação:  é a operação que determina a soma de parcelas iguais. Para


indicar a multiplicação usamos o sinal x ou . (vezes ou multiplicado por).
Exemplo:

234 1234
x4 x24
940 4936
+2468/
29616

Exemplo:
1. Doze pessoas ganharam na loteria. O prêmio foi repartido assim:
a) três pessoas receberam R$ 100 264,00;
b) duas pessoas receberam R$ 74 466,00;
c) as demais receberam R$ 32 182,00 cada uma.
Qual o total do prêmio?
Solução:

100264 74466 32182


x3 x2 x7
300792 148932 225274

ou
R$ 100 264,00 x 3 = R$ 300 792,00
R$ 74 466,00 x 2 = R$ 148 932,00
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
42

1 expoente R$ 32 182,00 x 7 = R$ 225 274,00

Valor sobrescrito à base. Total do prêmio:


R$ 300 792,00 + R$ 148 932,00 + R$ 225 274,00 = R$ 674 998,00.
2. Numa parede revestida com pastilhas quadradas, há 60 fileiras de 120 pasti-
lhas. Quantas pastilhas foram usadas para revestir a parede?
Solução: 60 x 120 = 7200
Portanto, foram usadas 7200 pastilhas.

5.3 DIVISÃO DE NÚMEROS NATURAIS

Divisão:  é a operação inversa da multiplicação e está ligada à ação de repartir


em partes iguais. Para indicar a divisão, usamos o sinal : ou ÷ (dividido por).
Exemplo:
1. Uma compra de um motor para um automóvel popular no valor de R$ 3
255,00 vai ser paga com uma entrada de R$ 995,00 e mais quatro prestações men-
sais de mesmo valor sem nenhum acréscimo. Qual o valor de cada prestação?
Solução:
R$ 3 255,00 - R$ 995,00 = R$ 2 260,00
R$ 2 260,00 : 4 = R$ 565,00.
O valor de cada prestação será de R$ 565,00.
2. Responda às seguintes perguntas:
a) Quantas semanas há em 210 dias?
b) Oito mil setecentos e sessenta horas corresponde a quantos dias?
Solução:
a) 210: 7 = 30 dias
b) 8760: 24 = 365 dias

5.4 POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS NATURAIS

Potenciação: a potência an do número natural a é definida como um produto


de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número n é o expoente1
an = a × a × a × a × ... × a, a é multiplicado por a n vezes.
Exemplos:
5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
43

1. Calcular:
a) (2)³ = (2) x (2) x (2) = 8,
b) (7)² = (7) x (7) = 49
c) 10³ = 1000
d) 50 = 1
Obs.: para qualquer número no expoente zero o resultado é 1 (um).
2. Na segunda-feira 10 pessoas ficaram sabendo de uma notícia. Na terça-feira
cada uma contou a notícia para outras 10, e estas, na quarta-feira, contaram, cada
qual, para outras 10. Nenhuma dessas pessoas sabia da notícia antes.
a) Quantas pessoas ficaram sabendo da notícia na quarta-feira?
b) Até quarta-feira, quantas pessoas já sabiam da notícia?
Solução:
a) 103 =1000, portanto 1000 pessoas.
b) 10 + 100 + 1000 = 1110, portanto 1110 pessoas.
E agora? Você está pronto para trabalhar com os números inteiros? Vamos lá?
Operações Fundamentais:

5.5 SOMA E SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS

Regra dos sinais na soma e subtração:


Sinais iguais: somam-se os números conservando o sinal.
Sinais diferentes: subtraem-se os números conservando o sinal do maior nú-
mero em módulo.
Exemplo:
1. Calcular:
a) + 15 - 8 = + 7
b) + 52 - 31 = + 21
c) - 33 + 25 = - 8
d) - 4 + 27 = + 23
e) - 11 -13 = - 24
f) - 34 -16 = - 50
g) (+ 12) + (+ 21) = + 12 + 21 = + 33
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
44

h) (- 12) + (- 11) = - 12 - 11 = - 23
i) (+ 10) + (- 13) = +10 - 13 = - 3
j) (- 40) + (+ 17) = - 40 + 17 = - 23
k) (+ 4) + (- 2 ) - (+ 3) = + 4 - 2 - 3 = + 4 - 5 = - 1
l) (+ 5) - (- 3) - (- 1) = + 5 + 3 +1 = + 9
m)  - (- 3 - 1) = - (- 4) = + 4
n) - (- 6 + 4 -1) = - ( - 7 + 4) = - (- 3) = + 3
o) -6 - (- 3 + 2) = - 6 - (-1) = -6 + 1 = - 5
2. Ana tem 700 reais em sua conta bancária e decide colocar um novo som em
seu automóvel. Então ela faz, sucessivamente, as seguintes movimentações:
Retira R$ 268,00
Deposita R$ 25,00
Retira R$ 321,00
Retira R$ 220,00
O saldo de Ana fica positivo ou negativo depois dessas movimentações? Em
quanto?
Solução: as retiradas são representadas por números negativos e os depósitos
por números positivos.
700 - 268 +25 - 321 - 220 =
= 700 + 25 - 268 - 321 - 220 =
= 725 - 809 =
= - 84
O saldo de Ana fica negativo em R$ 84,00.
3. Uma montadora de automóveis tem hoje em seu estoque 100 carros de
determinado modelo, devido a uma grande oferta, uma concessionária solicitou
150 carros. Utilizando números inteiros represente a situação dessa montadora.
Solução: (100) + (-150) = 100 - 150 = - 50
Portanto, a montadora fica devendo 50 carros para essa concessionária.

5.6 MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS

Regra dos sinais para a multiplicação:


Sinais iguais: o produto é um número positivo.
5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
45

Sinais diferentes: o produto é um número negativo.


Exemplo:
1. Calcular
a) (+ 5) . (+ 3) = +15
b) (+ 4) . (- 5) = - 20
c) (- 8) . (+ 4) = - 32
d) (- 6) . (- 7) = + 42
e) (- 2) . (+ 4) . (+ 3) . (- 1) = + 24

5.7 DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS

Regra dos sinais para a divisão: a divisão de números inteiros, no que se refere
à regra de sinais, obedece às mesmas regras vistas para a multiplicação.
Exemplo:
1. Calcular:
a) (+ 15) : (+ 3) = +5
b) (+ 20) : (- 4) = -5
c) (- 35) : (+ 7) = -5
d) (-40) : (- 5) = +8
e) (- 88) : (+ 11) = -8
f) 250 : (- 25 ) = -10
g) ( -630) : 10 = -63

5.8 POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS

Potenciação: potência an do número inteiro a, é definida como um produto


de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número n é o expoente.
an = a × a × a × a × ... × a, a é multiplicado por a n vezes.
Exemplo:
1. Calcular:
a) (-3)³ = (-3) x (-3) x (-3) = -27
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
46

2 numerador b) (-7)² = (-7) x (-7) = + 49

Valor de cima da fração. c) (4) 3 = 4 x 4 x 4 = 64


Observe que:
3 fração equivalente
a) base negativa e expoente par = resultado positivo.
Frações que representam a
mesma parte do todo. b) base negativa e expoente ímpar = resultado negativo.
Em nosso cotidiano, nem sempre é possível utilizarmos apenas os números
inteiros, pois podemos precisar representar parte de um todo. Um exemplo disso
é a quantidade de combustível a ser colocada no tanque de um automóvel.
Vamos então estudar esses números?

5.9 SOMA E SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS RACIONAIS

Para somar (ou subtrair) frações com denominadores iguais, basta somar (ou
subtrair) os numeradores e conservar o denominador.
Para somar (ou subtrair) frações com denominadores diferentes, uma solução
é obter frações equivalentes3 utilizando o m.m.c e depois somar (ou subtrair) nor-
malmente as frações, que já terão o mesmo denominador.
Exemplo:
1. Calcular:

4
_ + 2
_ = 6_ 5
_ - _2 = _3
7 7 7 7 7 7

17
__ + 5_ = 17
__ - _5 = ____
1.17 - 4.5 17-20 = - __
__ = _____ 3 =-1
_
24 6 24 6 24 24 24 24 8

m.m.c ( 24,6) = 24

24, 6 2
12, 3 2
6, 3 2 2 x 2 x 2 x 3 = 24
3, 3 3
1, 1
5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
47

4 1
2. Calcule o valor da expressão: 0,3 – + – 1,8 
5 2
Solução:

3 4 1 18
– + –
10 5 2 10

1 . 3 – 2 . 4 + 5 . 1 – 1 . 18
10
3 – 8 + 5 . – 18 9
= 18 = –
10 10 5

3. Um mergulhador passou de uma profundidade de -4,5m para -1m. Quantos


metros ele subiu?
Solução: (-1) - (-4,5) = -1 + 4,5 = +3,5

5.10 MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS RACIONAIS

Na multiplicação de números racionais, devemos multiplicar numerador2 por


numerador, e denominador por denominador.
Exemplo:
1. Calcular:

3
_ x 5_ = 3_____
x 5 = 15
__ = 15 : 3 = 5_
_____
4 6 4x6 24 24 : 3 8

8
_ x 5_ = 8_____
x 5 = 40
__
7 3 7x3 21

1
_ x 2_ x _5 = _________
1 x 2 x 5 = 10
__ = 10 : 2 = _5
_____
2 3 7 2x3x7 42 42 : 2 21
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
48

5.11 DIVISÃO DE NÚMEROS RACIONAIS

Na divisão de números racionais, devemos multiplicar a primeira fração pelo


inverso da segunda.
Exemplo
1. Calcular:

_6 : _3 = _6 x 2_ = 12
__ = 1
_
8 2 8 3 24 2

15 : 3 = 15
__ __ x 1_ = __
15 = _5
8 8 3 24 8

_3 : 15
_ = 3_ x _2 = ___
6 = __
1
8 2 8 15 120 20

2. José Luís foi à oficina e levou 4/5 de seu salário. Ao sair observou que havia gas-
tado 1/2 da quantia que levara. Que fração do seu salário José Luís gastou na oficina?
Solução: 4/5 . 1/2 = 4/10 = 2/5 ou 4/5 : 2 = 4/10 = 2/5
Portanto, José Luís gastou 2/5 de seu salário na oficina.

5.12 POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS RACIONAIS

Na potenciação, quando elevamos um número racional a um determinado


expoente, estamos elevando o numerador e o denominador a esse expoente.
Exemplo
1. Calcular

4_ 2 = 42 16
_ = __ 2_ 3 = 23 8
_ = __
3 32 9 3 33 27
5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
49

Fique atento aos expoentes com valor negativo, quando


FIQUE eles aparecem precisamos inverter a base, retirando o si-
ALERTA nal negativo do expoente. Fonte: <http://www.brasilesco-
la.com/matematica/calculo-numerico.htm>.

5.13 RADICIAÇÃO DE NÚMEROS RACIONAIS

Na radiciação, quando aplicamos a raiz quadrada a um número racional, esta-


mos aplicando essa raiz ao numerador e ao denominador.
Exemplo
1. Calcular

25 √25 = 5
__ = ____ _
64 √64 8

√1,44 = 144 = _____


___ √144 = 12
__ = 6_
100 √100 10 5

5.14 NÚMEROS IRRACIONAIS

Sua representação decimal é sempre infinita sem ser periódica.


Exemplo:
1. Calcular
a) √2 = 1,4142135...
b) √3 = 1,7320508...
c) π = 3,141592...

SAIBA Veja mais informações sobre as operações fundamentais,


além de alguns exercícios de fixação em <http://www.exatas.
MAIS net/operacaofundamental.htm>.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
50

5.14.1 Operações fundamentais

VOCÊ Alguns expoentes possuem nomes específicos, como


SABIA? quadrado (expoente dois), cubo (expoente 3) etc.

No conjunto dos números reais, efetuamos qualquer adição, subtração, mul-


tiplicação, potenciação e divisão com números reais (exceto a divisão por zero),
bem como extraímos raiz quadrada de qualquer número positivo.

CASOS E RELATOS

Surgimento das operações fundamentais


Além de reconhecer quantidades de objetos, o homem pré-histórico apren-
deu a contar quantidades abstratas como o tempo: dias, estações, anos. A
aritmética elementar (adição, subtração, multiplicação e divisão) também
foi conquistada naturalmente. Acredita-se que esse conhecimento é ante-
rior à escrita e, por isso, não há registros históricos.
O primeiro objeto conhecido que atesta a habilidade de cálculo é o osso
de Ishango, uma fíbula de babuíno com riscos que indicam uma contagem,
que data de 20000 anos atrás.
Muitos sistemas de numeração existiram. O Papiro de Rhind é um docu-
mento que resistiu ao tempo e mostra os numerais escritos no Antigo Egito.
O desenvolvimento da matemática permeou as primeiras civilizações e
tornou possível o desenvolvimento de aplicações concretas: o comércio, o
manejo de plantações, a medição de terra, a previsão de eventos astronô-
micos, e por vezes, a realização de rituais religiosos.

E, então, conseguiu acompanhar com clareza as explicações e os exemplos


dados sobre as operações fundamentais? Você deve ter percebido que costuma
utilizá-las no seu dia a dia, não é? A adição e a subtração são usadas em qualquer
compra que realizamos, por exemplo.
5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
51

RECAPITULANDO

Neste capítulo você viu como realizar as operações fundamentais da mate-


mática em números naturais, inteiros, racionais e irracionais.
Viu sobre a aplicabilidade desses cálculos no seu dia a dia e como eles po-
dem facilitar seu trabalho.
Não deixe de utilizar os conhecimentos adquiridos. Com o uso, os concei-
tos ficarão melhor compreendidos.
No próximo capítulo, veremos as medidas de grandezas geométricas.
Medidas de Grandezas Geométricas

Você já percebeu que diariamente utilizamos muitas unidades de medidas? Quando estamos
indo ao trabalho, temos uma distância a percorrer calculada em metros ou quilômetros, ao inter-
pretar contas de consumo de água usamos metros cúbicos (m3), que é a unidade de medida para
o cálculo de volume, o consumo de energia elétrica é medido em watts, para o diâmetro de polias
e engrenagens as unidades de medidas utilizadas são os centímetros ou os milímetros.
Vamos conhecer os objetivos de aprendizagem desse capítulo!
Ao final desse capítulo, você irá:
a) Relembrar conceitos de unidades de medida;
b) Interpretar e efetuar cálculos envolvendo as grandezas de comprimento, superfície, vo-
lume e ângulos.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
54

6.1 INTRODUÇÃO ÀS UNIDADES DE MEDIDA

Com o objetivo de você adquirir competências e habilidades necessárias para


interpretar e efetuar cálculos envolvendo as grandezas de comprimento, super-
fície, volume e ângulos, preparamos alguns exemplos e informações necessárias.
Vamos relembrar?
Exemplos:
1. Altura média de uma pessoa adulta: 1,70 metros (unidade de medida: metros).
2. Velocidade média de um automóvel de passeio em rodovias de pista dupla:
110 km/h = (unidade de medida: km/h).
3. Potência média do motor de um automóvel de 1.000 cilindradas: 60 CV (uni-
dade de medida: CV).
Algumas informações:
Unidades de medida de comprimento.

Figura 24 -  Unidades de medida de comprimento


Fonte: MUNDO EDUCAÇÃO (2012)

Tabela 2 - Unidades de medida de comprimento

Sigla Leitura
Km Quilômetro
Hm Hectômetro
Dam Decâmetro
M Metro
Dm Decímetro
Cm Centímetro
Mm Milímetro
Fonte: CASTRUCI (1998)

Exemplo:
1 km = 1000 m, pois 1x 10 x 10 x 10 = 1000 m
3 km = 3000 m, pois 3x 10 x 10 x 10 = 3000 m

6.2 UNIDADES DE MEDIDA DE ÁREA


6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
55

Tabela 3 - Unidades de medida de área

Sigla Leitura
km² Quilômetro quadrado
hm² Hectômetro quadrado
dam² Decâmetro quadrado
m² Metro quadrado
dm² Decímetro quadrado
cm² Centímetro quadrado
mm² Milímetro quadrado
Fonte: CASTRUCI (1998)

Exemplo:
1 m² = (100 x 100) cm² = 10 000 cm²
1 m² = (1000 x 1000) mm² = 1 000 000 mm²
1 cm² = (1 x : 100 : 100) m² = 0,0001 m²

6.3 UNIDADES DE MEDIDA DE VOLUME

Figura 25 -  Unidades de medida de volume


Fonte: MUNDO EDUCAÇÃO (2012)

Tabela 4 - Unidades de medida de volume

Sigla Leitura
km3 Quilômetro cúbico
hm3 Hectômetro cúbico
dam 3
Decâmetro cúbico
m3 Metro cúbico
dm 3
Decímetro cúbico
cm 3
Centímetro cúbico
mm3 Milímetro cúbico
Fonte: CASTRUCI (1998)

Exemplo:
1 m3 = (100 x 100 x 100) cm3 = 1 000 000 cm3
1cm3 = (1 : 1000 : 1000) = 0,000001 m3
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
56

6.4 QUADRADO

A área de um quadrado é igual ao produto da medida do lado por ela mesma:

Figura 26 -  Representação da área de um quadrado

A = L2
Exemplo:
1. A área de um quadrado de lado medindo 4 cm será L = (4 cm)2, L = 16 cm2.
2. A área de um quadrado de lado medindo 2 m será L = (2 m)2, L = 4 m2.

6.5 Retângulo

A área de um retângulo é igual ao produto do comprimento pela largura:

altura = h

base = b
Figura 27 -  Representação da área de um retângulo

A = a x b
Exemplo:
1. A área de um retângulo de comprimento medindo 7 cm e largura 9 cm será:
A = 7 cm x 9 cm
A = 63 cm2
2. A área de um retângulo de comprimento medindo 2 m e largura 3 m será:
A=2mx3m
A = 6 m2
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
57

3. Se um retângulo possui o comprimento igual ao quíntuplo da largura e a


área é igual a 80 cm², quais são as medidas de seus lados?
Solução:
a = 5b, então
A = b x 5b
A = 5b2, sabendo que a área é de 80 cm², temos
5b2 = 80 cm²
b2 = (80/5 cm2)
b = √16 cm2
b = 4 cm
Portanto, as medidas dos lados desse retângulo são de 4 cm e 20 cm.
4. Um feirão de carros usados foi realizado num campo de 240 m por 45 m.
Sabendo que por cada 2 m² havia, em média, sete pessoas, quantas pessoas havia
no feirão?
Área do campo
A = 240m x 45m
A = 10800m2
Como a cada 2 m² havia, em média, sete pessoas, temos:
(10800 : 2) x 7 = 5400 x 7 = 37800
Portanto, havia no feirão 37800 pessoas.

6.6 TRIÂNGULO

A área do triângulo é igual ao produto da medida da base pela medida da al-


tura relativa a essa base dividido por dois.

Base x Altura
A=
2
Altura
(h)
bxh
A=
base (b) 2

Figura 28 -  Representação da área de um triângulo

A = (b x h)/2
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
58

1 diretamente Exemplo:
proporcional
1. Uma das peças de sinalização para segurança de um automóvel é um triân-
À medida que uma gulo, supondo que esse triângulo tem base medindo 14 cm e a altura medindo 8
grandeza aumenta ou
diminui, a outra altera de cm, determine a área desse triângulo.
forma proporcional.
A = (14 x 8)/2
A = 112/2
A = 56 cm2

6.7 PARALELOGRAMO

A área do paralelogramo é igual ao produto da medida da base pela medida


da altura.

b h b

Figura 29 -  Representação da área de um paralelogramo

A=axh
Exemplo:
Se um paralelogramo tem 4 cm de base e 3 cm de altura sua área será de 12
cm2, pois A = 4 cm x 3 cm.

6.8 TRAPÉZIO

A área do trapézio é igual à média aritmética das medidas das bases multipli-
cadas pela altura.
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
59

h b

B
Figura 30 -  Representação da área de um trapézio

A = (b + B) . h/2
Exemplo:
Um trapézio tem a base menor igual a 2 cm, a base maior igual a 3 cm e a altura
igual a 10 cm. Qual a área desse trapézio?
Solução:
A = (2 + 3) . 10/2
A = 25 cm2

6.9 CÍRCULO

A área do círculo é diretamente proporcional1 ao raio, que é a distância entre


o centro e a sua extremidade. Para calcularmos a área do círculo, utilizamos a ex-
pressão matemática que relaciona o raio e a letra grega π (pi), que corresponde a,
aproximadamente, 3,14.

O r

Raio

Figura 31 -  Representação da área de um círculo

A=πxr : 2

Exemplo:
1. Para calcularmos a área de um círculo de 4 cm de raio, faremos A = 3,14 x 42,
que resulta em A = 50,24 cm2.
2. Determine quantos metros quadrados de grama são necessários para preen-
cher uma praça circular com raio medindo 20 metros.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
60

2 FACES

Lados do prisma.

Figura 32 -  Círculo

A = π x r²
A = 3,14 x 20²
A = 3,14 x 400
A = 1256 m²
Serão necessários 1256 m² de grama.

6.10 VOLUME

Definição: medida do espaço ocupado por um sólido geométrico. A unidade


padrão de volume é o metro cúbico (m3).
Metro cúbico: cubo cuja aresta mede 1 m.
Sabe-se que:
1 m3 = 1000 litros;
1 dm3 = 1 litro;
1 cm3 = 1 mililitro.

6.11 PARALELEPÍPEDO

Forma geométrica delimitada por seis retângulos cujas faces2 opostas são re-
tângulos idênticos. O volume de um paralelepípedo é igual ao produto do seu
comprimento pela sua largura e altura.
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
61

b
a
Figura 33 -  Paralelepípedo retângulo

FIQUE Ao rodar por ruas de paralelepípedo ou remendadas, fique


atento para barulhos vindos da parte inferior do carro.
ALERTA Qualquer folga na suspensão será percebida dessa forma.

V=axbxc
Exemplo:
1. Um reservatório de óleo possui o formato de um paralelepípedo com as se-
guintes dimensões: 10 metros de comprimento, 6 metros de largura e 1,8 metros
de profundidade. Determine o volume e a capacidade do reservatório.

1,5m

5m
8m

Figura 34 -  Paralelepípedo retângulo

V=axbxc
V = 8 x 5 x 1,5
V = 60 m³
Portanto, o volume desse reservatório é de 108 m³ e sua capacidade é de
C = 60 x 1000 = 60 000 litros.
2. Quantos litros de água são necessários para encher completamente uma
caixa d’água, com formato de um paralelepípedo retângulo (prisma reto qua-
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
62

3 arestas drangular), cujas dimensões (internas) são: 0,90 m de comprimento, 0,70 m de


largura e 0,80 m de altura?
Encontro de duas faces
“quina”.

Figura 35 -  Paralelepípedo retângulo

V = 0,90 × 0,70 x 0,80


V = 0,504 m3
Logo:
V = 0,504 × 1000
V = 504 litros.
Portanto, são necessários 504 litros de água para encher essa caixa d’água.

6.12 CUBO

O cubo é um paralelepípedo cujas arestas3 têm a mesma medida. O volume de


um cubo é igual ao produto de três fatores iguais à medida da aresta.

a
Figura 36 -  Cubo

V=axaxa ou v = a3
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
63

Exemplo:
1. Um cubo de aresta medindo 2 cm tem volume de 8 cm3, pois:
V = 2 cm x 2 cm x 2cm
V = 8 cm3
ou
V = a3
V = (2 cm)3
V = 8 cm3

6.13 CILINDRO

O cilindro possui a base superior e a base inferior no formato circular. Seu vo-
lume é dado pela multiplicação da área da base pela sua altura.

Figura 37 -  Cilindro

Ab = π x r²
V = π x r² x h
Exemplo:
1. Calcular o volume de certa peça de um motor que é feita de aço e tem a
forma de cilindro circular reto com raio da base medindo 30 cm e altura igual a
90 cm.
Solução:

V = 3,14 x 30² x 90
V = 3,14 x 900 x 90
V = 254340 cm³
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
64

Denis Pacher (2012)


Figura 38 -  Tanque do LPG
Fonte: Adaptado de Aliaba (2012)

6.14 ESFERA

A esfera é um corpo circular maciço, formado pela rotação de um semicírculo.


O volume da esfera é dado pela expressão:

Figura 39 -  Esfera

V = [(4 x π x r3)/3:
Exemplo:
1. Determine o volume da esfera que possui raio igual a 3 metros.
Solução:

4 x 3,14 x 33
V=
3
4 x 3,14 x 27
V=
3
339,12
V=
3
113,04 m3
V=
3
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
65

6.15 CONE

A base de um cone possui o formato circular. Para determinar o volume de um


cone, utilizamos a seguinte fórmula:

Figura 40 -  Volume do cone

V = [( π x r2 x h)]/3
Exemplo:
1. Um reservatório tem o formato de um cone circular reto invertido, com raio
da base medindo 5 metros e altura igual a 10 metros. Determine o volume do
reservatório.

Figura 41 -  Cone

Solução:

3,14 x 52 x 10
V=
3
3,14 x 25 x 10
V=
3
V= 785 m 3

V= 785000 litros
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
66

4 colineares 2. A entrada do tanque de combustível de um carro tem o formato de um cone


com diâmetro da base medindo aproximadamente 80 mm e altura de 400 mm. Se
Que não pertencem a uma
mesma reta. colocássemos esse cone com a base voltada para cima e enchêssemos de com-
bustível, qual seria a capacidade (em litros) de combustível nesse cone?

5 origem ou vértice de
Solução:
um ângulo
Transformando as unidades de medidas para metros, temos: 40 mm = 0,04 m
Ponto de encontro de duas (raio) e 400 mm = 0,40 m.
semirretas.
Agora vamos calcular o volume desse cone:
V = (3,14 x 0,042 x 0,40)/3
V = (3,14 x 0,0016 x 0,40)/3
V = (0,0020096)/3
V = 0,000669866 m3
Como 1m3 = 1000 litros, a capacidade de combustível nesse cone é de
0,669866666 litros, ou seja, aproximadamente 0,67 L.

SAIBA Você pode obter mais informações sobre o cone em <http://


pessoal.sercomtel.com.br/matematica/geometria/cone/
MAIS cone.htm>.

6.16 ÂNGULOS

Considere três pontos não colineares4 A, O e B (figura 42).

A
B

C
0
Figura 42 -  Representação de ângulos

O ângulo geométrico AÔB é a figura formada pelas semirretas OA e OB deter-


minadas de lados do ângulo e O a origem ou vértice do ângulo5.
O ângulo geométrico BÔC é a figura formada pelas semirretas OB e OC deter-
minadas de lados do ângulo e O a origem ou vértice do ângulo.
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
67

6.16.1 Classificação de ângulos

Classificações do ângulo de acordo com sua medida:


Ângulo reto: ângulo cuja medida é exatamente 90º. Assim os seus lados estão
localizados em retas perpendiculares6.

90º

Figura 43 -  Ângulo reto

Ângulo agudo: ângulo cuja medida é maior do que 0 grau e menor do que 90
graus. Ex: ângulo de 45 graus.

45º

Figura 44 -  Ângulo de 45 graus

Ângulo obtuso: ângulo cuja medida está entre 90 graus e 180 graus. Ex: 135
graus.

135º

Figura 45 -  Ângulo de 135 graus

Ângulo raso: ângulo que mede exatamente 180º, os seus lados são semirretas
opostas. Neste caso os seus lados estão localizados sobre uma mesma reta.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
68

6 perpendicular
180º
Que forma um ângulo de
90º.

Figura 46 -  Ângulo de 180 graus

VOCÊ O instrumento mais utilizado para medir ângulo é o


SABIA? transferidor.

O transferidor tem como unidade de medida o grau representado por “1º”.

D C

B
Denis Pacher (2012)

E
O A
Figura 47 -  Transferidor
Fonte: Adaptado de Matemárica Essencial (2012)

CASOS E RELATOS

História da geometria
De acordo com Carl Boyer em História da Matemática:
Afirmações sobre as origens da matemática, seja da aritmética seja da geome-
tria, são necessariamente arriscadas, pois os primórdios do assunto são mais
antigos que a arte de escrever. [...] Heródoto e Aristóteles não quiseram arriscar
a propor origens mais antigas que a civilização egípcia, mas é claro que a geo-
metria que tinham em mente tinha raízes mais antigas. Heródoto mantinha
6 MEDIDAS DE GRANDEZAS GEOMÉTRICAS
69

que a geometria se originava no Egito, pois acreditava que tinha surgido da


necessidade prática de fazer novas medidas de terras após cada inundação
anual do rio. Aristóteles achava que a existência no Egito de uma classe sacer-
dotal com lazeres é que tinha conduzido ao estudo da geometria. [...] O fato de
os geômetras egípcios serem às vezes chamados “estiradores de corda” (ou
agrimensores) pode ser tomado como apoio de qualquer das duas teorias, pois
cordas eram indubitavelmente usadas tanto para traçar as bases de templos
como para realinhar demarcações apagadas de terras. [...] O homem neolítico
pode ter tido pouco lazer e pouca necessidade de medir terras, porém seus de-
senhos e figuras sugerem uma preocupação com relações espaciais que abriu
caminho para a geometria. [...] para o período pré-histórico não há documen-
tos, portanto é impossível acompanhar a evolução da matemática desde um
desenho específico até um teorema familiar.

A necessidade de “medir coisas” é algo antigo em nossa sociedade. Usar as


ferramentas específicas para isso pode garantir ganho de tempo e de recursos.

RECAPITULANDO

Conhecemos aqui algumas unidades de medidas e aprendemos a efetuar cál-


culos envolvendo as grandezas de comprimento, superfície, volume e ângulos.
Você está cada vez mais preparado para lidar com as tecnologias automotivas.
Vamos em frente!
Razão e Proporção

Você já observou que a todo momento estamos fazendo comparações entre quantidades
ou entre medidas de grandezas? Pois bem, muitas vezes, apenas números não nos dão informa-
ções significativas. Porém, quando escritos na forma de razão (fração) ou em percentuais (usan-
do o símbolo %), conseguimos analisar e avaliar melhor algumas situações. Ao relacionarmos
duas razões dentro de uma igualdade, criando assim um elo entre elas, estamos diante de uma
proporção, que é a base para a compreensão de conceitos diversos como fração, porcentagem,
densidade, velocidade etc.
Veja os objetivos a serem alcançados nesse capítulo:
a) Conhecer como se trabalha com razão e proporção;
b) Entender como utilizar a regra de três simples.
Está na hora de saber mais sobre o tema razão. Siga em frente e bons estudos!
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
72

1 INVERSAMENTE 7.1 RAZÃO


PROPORCIONAL
Você já observou que razões e proporções são utilizadas em análise de dados,
Situações nas quais
ocorrem operações pesquisas, projeções e estimativas das mudanças e transformações que poderão
inversas, isto é, se
dobramos uma grandeza, a ocorrer no Universo da automotiva?
outra é reduzida.
Vamos então revisar o assunto?
A proporção entre a/b e c/d é a igualdade: a/b = c/d.

2 REGRA DE TRÊS SIMPLES

É um processo prático para A velocidade média de um objeto em movimento é a


resolver problemas que razão entre o espaço percorrido pelo objeto e o tempo
envolvam quatro valores gasto para percorrê-lo.
dos quais conhecemos três
A densidade demográfica de uma região é a razão entre
deles.
VOCÊ o número de habitantes e a área dessa região.
SABIA? A densidade de um material é a razão entre certa quan-
tidade de massa e seu volume.
A escala de um desenho é a razão entre o comprimento
considerado no desenho e o correspondente compri-
mento real, medidos com a mesma unidade.

Exemplo:
1. Um carro A consumiu R$ 45,00 de combustível para fazer uma viagem de São
Paulo ao Rio de Janeiro, um carro B consumiu R$ 30,00 para fazer a mesma viagem.
Qual desses dois carros gastou mais em combustível para fazer essa viagem?
Solução: calculando o quociente (razão) entre os totais gastos pelo carro A e
pelo carro B, temos:
(Carro A)/(Carro B) = 45/30 = 1,5
Portanto, o carro A consome uma vez e meia (1,5) o que consome o carro B.
2. Um automóvel está percorrendo uma estrada à velocidade de 120 km/h
(que equivale a 2 km/min). O passageiro que vai ao lado do motorista começa
a anotar, de minuto em minuto, a distância percorrida que aparece no painel. O
resultado pode ser observado na tabela a seguir:

Tabela 5 - Representação da distância por minuto percorrida por um automóvel

Instante no momento da leitura (min) Distância (km)


0 0
1 2
2 4
3 6
4 8
5 10
6 12
Fonte: IEZZI (2005)
7 RAZÃO E PROPORÇÃO
73

A cada instante corresponde uma única distância percorrida. Dizemos, por


isso, que a distância é função do instante (tempo). A essa situação damos o nome
de velocidade média que é a razão entre o espaço percorrido pelo objeto e o
tempo gasto para percorrê-lo.

7.2 PROPORÇÃO

No estudo científico de qualquer fato, sempre se procura identificar grandezas


mensuráveis ligadas a ele e, em seguida, estabelecer as relações existentes entre
essas duas grandezas. Uma sentença matemática que expressa uma igualdade
entre duas razões é chamada proporção.
Quando duas grandezas variam sempre na mesma razão, dizemos que essas
grandezas são diretamente proporcionais.
Exemplo: Uma montadora de automóveis produz 200 veículos em oito dias, se
quiser produzir mais veículos sem aumentar o número de funcionários ou carga ho-
rária de serviço, levará mais dias, ou seja, para aumentar a produção terá de aumentar
o número de dias trabalhados, portanto, são grandezas diretamente proporcionais.
Quando duas grandezas são inversamente proporcionais, os números que
expressam essas grandezas variam um na razão inversa do outro.
Exemplo: O tempo que se leva para fazer uma viagem é inversamente pro-
porcional1 à velocidade do veículo usado: dobrando-se a velocidade do veículo,
o tempo gasto na viagem cai para a metade.

SAIBA Veja mais detalhes sobre a proporção em <http://www.brasi-


MAIS lescola.com/matematica/proporcao.htm>.

7.3 REGRA DE TRÊS SIMPLES

Podemos resolver problemas que envolvam proporcionalidade entre duas


grandezas com uma regra prática, que chamamos de regra de três simples2.
Exemplo:
1. A miniatura de um avião foi construída na escala 1: 400. O comprimento real
do avião é 32 m. Qual é o comprimento correspondente da miniatura?
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
74

Solução: São grandezas diretamente proporcionais, pois quanto maior for o


comprimento real, maior será sua escala, temos então:
Escala = 1:400
Comprimento real: 32 m = 3200 cm
Comprimento da miniatura: X
1/400 = X/3200
400 . X = 1 . 3200
400X = 3200
X = 3200/400
X = 8 cm
Portanto, o comprimento da miniatura é 8 cm.
2. Um carro, com velocidade média de 75 km/h, percorreu 600 km. Qual foi o
tempo gasto para percorrer essa distância?
Solução:
Tempo gasto: X
Velocidade média = distância/tempo
75 = 600/x
75 . X = 600
X = 600/75
X=8
Portanto, o tempo gasto foi de oito horas.
3. Em uma prova que valia oito pontos, Júnior obteve nota seis. Se a prova
valesse 10 pontos, qual seria a nota de Júnior?
Solução: Duplicando-se o valor da prova, a nota também dobra. As grandezas
são diretamente proporcionais.
Temos:
8/10 = 6/x
8x = 60
x = 7,5
Portanto, a nota de Júnior seria 7,5.
4. Com a velocidade de 75 km/h, um carro faz um percurso em 40 min. Devido
a um pequeno congestionamento, esse carro fez o percurso de volta em 50 min.
Qual a velocidade média desse carro no percurso de volta?
7 RAZÃO E PROPORÇÃO
75

Solução: As grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto maior for


o tempo gasto para o mesmo percurso, menor será sua velocidade.
Teríamos: 75/X = 40/50, mas como são inversamente proporcionais, invertere-
mos uma das frações, temos então:
75/X = 50/40
50X = 3000
X = 60
Portanto, a velocidade média desse carro no percurso de volta foi de 60 km/h.

Quando for calcular a velocidade média do seu veículo em


FIQUE determinado percurso, saiba que a variação da velocida-
ALERTA de de um automóvel depende de uma grandeza chamada
aceleração. 

Nas suas próximas saídas de carro, anote sua velocidade, quilometragem per-
corrida e o tempo levado para chegar ao seu destino. Faça cálculos como o apre-
sentado acima. Isso estimula o raciocínio e pode se tornar algo bem interessante.

CASOS E RELATOS

Ideias sobre razões e proporções


A matemática é uma das ferramentas mais importantes do homem, pois,
por meio dela, buscamos compreender o mundo e a nós mesmos. Todas
as leis da Física só são possíveis graças ao entendimento do universo pela
matemática. Nossa estrutura psicológica requer um conceito de ordenação
e de harmonia, nós obtemos esse conceito por meio da matemática, mais
especificamente por meio dos sistemas de proporções matemáticas. Logo,
podemos ter na matemática a linguagem humana mais abstrata e que uti-
lizamos para entender a tudo que nos cerca.
Uma questão que precisa ser explicitada é a diferença entre razão e propor-
ção. Basicamente, razão é uma divisão, o quociente de dois números. Já um
sistema proporcional consiste em relacionar duas razões dentro de uma
igualdade, criando assim um elo entre elas.
Euclides de Alexandria (365 a.C. - 300 a.C.) teve grande importância para
a história da geometria. Ele elaborou a teoria da proporção áurea, na qual
dois números (X e Y, por exemplo) estão em proporção áurea se a razão
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
76

entre o menor deles sobre o maior for igual ao maior sobre a soma dos dois
(ou seja, X/Y = Y/X+Y). Essa proporção estabelece um coeficiente áureo, no
qual se pode analisar que, basicamente, tudo que se encontra na natureza
está inscrito nessa proporção, seja o corpo humano, uma colmeia de abe-
lhas, uma estrela do mar, uma concha, etc.

Interessante esse padrão encontrado em nossa natureza, você não acha? Fi-
que atento! Faça alguns cálculos e pratique o aprendeu até aqui.

RECAPITULANDO

Vimos aqui como se trabalha com razão e proporção. Com o tempo, você vai
observar que além das informações adquiridas aqui servirem para análise de
dados ou estimativas também serão muito úteis no universo da automotiva.
Estamos quase finalizando essa parte dos nossos estudos. Siga em frente!
7 RAZÃO E PROPORÇÃO
77

Anotações:
Tabelas e Gráficos

As tabelas fazem parte do nosso dia a dia. Neste capítulo, veremos brevemente como elas
funcionam.
Veja agora os objetivos de aprendizagem que atingiremos aqui:
a) Conhecer a relação entre dados e tabelas;
b) Entender como as tabelas podem gerar gráficos para análises estatísticas.
Pronto para começar? Vamos em frente!
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
80

1 variável 8.1 OS DADOS E AS TABELAS


Questão de estudo. A partir da análise de dados coletados e organizados, é possível, em muitos
casos, prever determinadas tendências que auxiliam a tomada de decisões, per-
mitindo elaborar um planejamento mais adequado. Por exemplo, ao analisar uma
2 IPCA tabela, pode-se identificar se o número de automóveis revisados numa oficina
está em declínio ou não. Desta forma, é possível se preparar para eventuais que-
Índice nacional de preço ao
consumidor amplo. das de rendimento financeiro da oficina e planejar outras estratégias para repor
essa perda financeira.
Para tal, utilizamos uma tabela denominada de tabela de distribuição de fre-
quência, que deve conter apenas dados essenciais. Os gráficos são um dos meios
mais utilizados para representar e analisar esses dados, pois permitem a repre-
sentação de uma relação entre variáveis1 e facilitam a compreensão. Naturalmen-
te, esses dados devem ser apresentados de forma clara e objetiva, assim como
são explorados pelos meios de comunicação para divulgar processos naturais,
sociais, econômicos, entre outros.

Para organizar um grupo de dados em tabelas e construir


FIQUE gráficos a partir desses dados, utilizaremos conteúdos estu-
ALERTA dados anteriormente, tais como: fração, porcentagem, pro-
porcionalidade, regra de três simples, ângulo, entre outros.

8.2 TIPOS DE GRÁFICOS

Você já utilizou gráficos para representar números ou dados? Sabe quais gráfi-
cos são mais comumente utilizados? Vejamos então!
Os gráficos mais utilizados são:
Gráfico de linhas: são utilizados, em geral, para mostrar a variação de algum
fenômeno durante certo tempo. Exibe uma série como um conjunto de pontos
conectados por uma única linha.
Exemplo:
Veja a evolução do IPCA nos últimos 12 meses (em %)
0,78

0,75

0,57

0,52 0,43
0,41
Denis Pacher (2012)

0,37
0,24
0,28

0,15
0,01
0
AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
2009 2010

Figura 48 -  Gráfico de linhas


8 TABELAS E GRÁFICOS
81

Análise: houve uma queda considerável do IPCA2 de abril para junho, oscila-
ções variadas nos demais meses etc.

SAIBA Saiba mais sobre a criação e a interpretação de gráficos de


MAIS linhas em <http://alfaconnection.net/graficos/linha.htm>.

Gráfico de barras ou colunas: são utilizados, em geral, para comparar coisas


da mesma natureza. Desenhamos todas as barras ou colunas com a mesma largu-
ra, mesma distância e com o comprimento proporcional à frequência.
Exemplo: O gráfico a seguir representa a quantia em reais relacionada à venda
de automóveis no primeiro semestre deste ano. Na horizontal temos os meses e na
vertical seus valores respectivos de vendas expressas em milhões de reais (figura 49).

Vendas Bimestrais

900
800
700
600
500
400
Denis Pacher (2012)

300 Vendas (milhões R$)


200
100
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN

Figura 49 -  Gráfico de colunas (dados fictícios)

Análise: fevereiro foi o mês de maior venda, aproximadamente 800 milhões


de reais, março o de menor venda, aproximadamente 250 milhões de reais etc.
Gráfico de setores: são utilizados para representar as relações entre partes de
um todo. Em geral, usamos as taxas percentuais para relacionar as partes. A área
de cada setor é proporcional à frequência.
Para determinar cada setor, calculamos o ângulo central aplicando a frequên-
cia relativa proporcional ao total de 360º.
FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA
82

Exemplo:

Tipos de Acidentes

8%
9%
Col/Abalr.
Tomb/Capot.
18% 61% Atropelam.

Denis Pacher (2012)


Choque
Não inform.
4%

Figura 50 -  Gráfico de setores

Análise: no período observado, a colisão foi o tipo de acidente que ocorreu


com maior frequência (61%), a capotagem com menor frequência (4%), o atrope-
lamento foi o intermediário, etc.

Você conhece alguma ferramenta para a criação de gráfi-


VOCÊ cos? O Microsoft Excel é um software com muitas opções
para este fim! Veja alguns modelos em <http://www.te-
SABIA? cmundo.com.br/1745-saiba-qual-tipo-de-grafico-repre-
senta-melhor-os-seus-dados-no-excel-2007.htm>.

A estatística está presente desde muito tempo antes de Cristo. Veja no caso a
seguir um relato sobre isso.

CASOS E RELATOS

História e estatística
A estatística surgiu há muitos anos, quando as pessoas sentiram necessi-
dade de saber o número de habitantes de uma determinada região. O pri-
meiro dado estatístico disponível nasceu dos registros egípcios a partir da
contagem de presos de guerra datado de 5000 a.C. Também existem regis-
tros egípcios de 3000 a.C. onde se relata a falta de mão de obra relacionada
à construção de pirâmides. No ano de 2238 a.C., o imperador da China, Yao,
ordenou que fosse feito o primeiro recenseamento com fins agrícolas e co-
merciais. Em 600 a.C., no Egito, todos os indivíduos tinham que declarar
anualmente ao governo de sua província a sua profissão e suas fontes de
rendimento - caso não o fizessem, seria declarada a pena de morte. Perce-
8 TABELAS E GRÁFICOS
83

beu que a estatística faz parte da nossa vida diária? Pois é, ela está presente
desde os primórdios da história.

Apesar de a estatística existir há tanto tempo, ela permanece sendo usada pe-
las pessoas diariamente. Com essas análises, podemos estimar quantas pessoas
existirão no mundo daqui a alguns anos. Interessante, não?

RECAPITULANDO

Para concluir, você percebeu como as tabelas e gráficos utilizam-se de dados.


Os dados podem ser analisados para fins estatísticos e que são melhor ana-
lisados quando apresentados em formato de gráfico.
Os gráficos podem ter formato de linhas, barras ou setores (a famosa pizza).
Não deixe de utilizar os gráficos em seu dia a dia. É um excelente recurso
para a comunicação.
REFERÊNCIAS

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<http://alfaconnection.net/graficos/linha.htm>. Acesso em: 25 jan. 2012.
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br/agrale/website/website.nsf/TEMP?ReadForm&SECA=IMPRENSA&PAGI=BANCOIMAGENS&CATE=
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3D ARTES. Imagem – modelo de rolamento. Disponível em: <http://www.3darts.com.br/imagens/
portifolio_imagens/rolamento-02-imagem-3darts.jpg>. Acesso em 25 jan. 2012.
MINICURRÍCULO Dos autores

Allesse Carvalho Rodrigues é graduando em administração pela Universidade Federal de San-


ta Catarina, técnico em Manutenção Automotiva formado pelo SENAI e atua como instrutor em
cursos técnicos e de qualificação profissional na área da mecânica automotiva e náutica. Possui
cursos e certificações de qualificação profissional nas áreas automotiva, náutica e gestão, além de
ser formado no curso técnico em Transações Imobiliárias pelo CEBREP.

Vanessa Fuchter Goedert da Silva, formada em Licenciatura Plena em Matemática pela Universi-
dade Federal de Santa Catarina (UFSC), com Especialização em Gestão e Metodologia de Ensino
com ênfase em Educação Matemática pela Universidade de Cascavel (UNIVEL). Atua no SENAI há
8 anos nas disciplinas de Cálculos nos cursos superiores de Tecnologia em Eletrônica Industrial
e Tecnologia em Processos Industriais. Fundamentos de Matemática/Matemática Básica para os
Cursos de Aprendizagens e Cursos Técnicos de Mecânica, Segurança no Trabalho e Logística. Pro-
fessora efetiva de matemática do Ensino Fundamental e Médio do Estado de Santa Catarina.
Índice

A
Alternador 26
Arestas 62

C
Centelha elétrica 15
Chicote elétrico 27, 28
Colineares 66

D
Denominador 35, 46, 47, 48, 49
Diretamente proporcional 59

E
Êmbolo (pistão) 15
Expoente 42, 43, 45, 46, 48

F
Faces 60
Frações equivalentes 46

I
Inversamente proporcional 73
IPCA 81

N
Numerador 46, 47, 48, 49

O
Origem ou vértice do ângulo 66

P
Periódica 35
Perpendicular 67

R
Regra de três simples 71, 73
Rolamentos 24
T
Tração 14

V
Variáveis 80
Velocidade média 35
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Simone Moraes Raszl


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Maristela de Lourdes Alves


Coordenação do Projeto

Allesse Carvalho Rodrigues


Vanessa Fuchter Goedert da Silva
Elaboração

Patrick da Silva
Revisão Técnica

Luciana Effting
CRB14/937
Ficha Catalográfica

FabriCO

Design Educacional
Revisão Ortográfica, Gramatical e Normativa
Ilustrações
Tratamento de Imagens
Normalização
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico

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