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EDITORIAL MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 3

É
DAQUELES
faz
Conselho de Fundadores Alberto da Ponte, César Branco,
Francisco Amaral, Hugo Correia Pires, José Villa de Freitas, Luís Filipe
Reis, Miguel Sousa Otto, Pedro Pereira da Silva e Ricardo Florêncio

QUE
Conselho Editorial Afonso Cruzeiro, Álvaro Covões, Álvaro
de Mendonça, Anabela Silva, Carla Cruz, Catarina Barradas,
Fernando Oliveira, Francisco Viana, Gonçalo Rebelo de Almeida,
Inês Veloso, Joana Garoupa, João Epifânio, João Mendes

listas?
Dias, João Santos, José Eduardo Nunes, Leonor Dias, Maria
João Matos, Miguel Magalhães Duarte, Miguel Rangel, Miguel
Salema Garção, Moez Sacoor, Nuno Pinto de Magalhães, Patricia
Fernandes, Paula Canada, Paulo Campos Costa, Pedro Mota
Carmo, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues, Ricardo Tomaz, Rita
Pinho Branco, Rita Torres Baptista, Rui Miguel Nabeiro, Rui
Piteira, Rui Rijo Ferreira, Sérgio Carvalho, Teresa Burnay, Teresa
Lameiras, Tiago Simões e Tomás Pinto Gonçalves
Director Editorial
Ricardo Florêncio (ricardo.florencio@marketeer.pt)
Directora de Redacção
Maria João Vieira Pinto (maria.joao@marketeer.pt)
Redacção e online
André Mendes (andre.mendes@multipublicacoes.pt), António
Sarmento (antonio.sarmento@multipublicacoes.pt), Beatriz
Caetano (beatriz.caetano@multipublicacoes.pt), Daniel

H
Almeida (daniel.almeida@multipublicacoes.pt), Fábio Nunes
(fabio.nunes@multipublicacoes.pt), Filipa Almeida (filipa.
almeida@multipublicacoes.pt), Filomena Nascimento (filomena.
nascimento@multipublicacoes.pt), Francisco Laranjeira (francisco.
laranjeira@multipublicacoes.pt), Maria João Lima (mariajoao.
lima@marketeer.pt), Margarida Lopes (margarida.lopes@
multipublicacoes.pt), Rita Paz (rita.paz@multipublicacoes.pt),
Sandra M. Pinto (sandra.pinto@multipublicacoes.pt), Simone Silva
(simone.silva@multipublicacoes.pt) e Carla Ferreira (revisão)
Colaboradores
Marcelo Lourenço e Sandra Alvarez
Acordos e exclusivos Amazon.com, Booz-Alen & Hamilton
Euromonitor, Forrester Research Harvard Business School,
Outlook Magazine da Accenture, Newsletter da Capgemini,
Newsletter da Hay Group e Wolf Ollins
Capa The Hotel
Projecto Gráfico The Hotel

Texto Arte The Hotel e Margarida Araújo


Fotografia ©gettyimages e Paulo Alexandrino

M.ª JOÃO Periodicidade Mensal


Tiragem média 18 500 exemplares

VIEIRA PINTO Impressão e acabamento Lidergraf – Artes Gráficas, SA; Rua


do Galhano, 15, 4480-089 Vila do Conde
Distribuição VASP – Distribuidora de Publicações Lda.; MLP
Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca, 2739-511
á quem faça listas de vida. To Do list e de Agualva-Cacém
Depósito Legal n.o 74.733/95 – Registo de Publicação n.o 119.592
supermercado. De compras e do que está Directora Assinaturas assinaturas@multipublicacoes.pt / tel.: 210 123 400

nas gavetas. De receitas e de vinhos. Via- de Redacção Preço das assinaturas: anual Portugal – 41 euros
marketeer.pt/estatuto-editorial-revista-marketeer/
da Marketeer
gens feitas e a fazer. Listas de intenções e Interdita a reprodução de quaisquer textos, ou ilustrações por
quaisquer meios. Todas as contribuições, críticas ou sugestões

desejos. Objectivos e crenças. De passos deverão ser remetidas à Editora.

em frente e a travar. De telefonemas a fa-


zer, abraços a dar, conversas a ter. Depois
há as famosas, entre a Lista de Schindler e
The Bucket List, com os geniais Jack Ni-
cholson e Morgan Freeman. para trás projectando para a frente, sem
Claro que há quem viva sem elas. Ou garantia que o mundo volte à pandemia Morada da sede, editor e redacção
quem as elabore mentalmente, num de- ou que os metaversos vieram para ficar. Rua Cidade de Rabat, n.º 41B, 1500-159 Lisboa
Tel.: 210 123 400; Fax: 210 123 444; e-mail: geral@multipublicacoes.pt

senho entre o sonho, o projecto, e o que Nesta edição da Marketeer, apresenta- NIPC: 506 012 905; CRCL: 11061

Conselho de Administração Ricardo Florêncio – CEO


pode materializar. mos, lá está, uma lista de nem mais que 22 Assistente de Direcção e Comercial
Eugénia Pires (comercial@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 400
Assumiu-se, não sei porquê, que Ja- tendências globais. Com a análise actual Comercial e Publicidade
(publicidade@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 413; Fax: 210 123 444
neiro é tempo de enumerar, perspectivar, da Trendwatching, partilhamos movi- Margarida Sousa (Directora de Publicidade)
(margarida.sousa@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 413
traçar a lápis ou caneta, declarar vontades mentos que já estão a acontecer e se po- Gestores de Conta
Joana Correia de Barros (joana.barros@multipublicacoes.pt)
para os meses que se seguem. Janeiro é dem destacar, cases que fazem diferença Tel.: 210 123 424
Mário Serra (mario.serra@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 450
tempo de balanço, de análise e projecção. e se virão a revelar, trabalhos de marcas Tânia Rodrigues (tania.rodrigues@multipublicacoes.pt)
Tel.: 210 123 411

É como se fosse o tudo ou nada. É o mês e de organizações que merecem um bater Marketing e Comunicação
marketing@multipublicacoes.pt; Tel.: 210 123 441
da esperança, quando acreditamos que de palmas… e acreditando que é muito Filipa Pereira (Communications Manager)
(filipa.pereira@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 412

vamos conseguir: estar mais com amigos por aqui que se fará a vida das marcas, Paula Rodrigues (Events Manager)
(paula.rodrigues@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 441

e agradecer ao sol, deixar de fumar ou das empresas, dos consumidores, de to- Sónia Almeida (Marketing Assistant)
(sonia.almeida@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 418
Joana Lagarto (Marketing Assistant)
respirar devagar, mudar de emprego ou dos nós, nos próximos 12 meses. (joana.lagarto@multipublicacoes.pt) Tel.: 210 123 432

de casa, começar a correr ou a caminhar. É uma lista. Esta, de tendências que,


Departamento Financeiro e Administrativo
Teresa Vultos (Manager) (teresa.vultos@multipublicacoes.pt)
Marisa Silvestre (Assistente) (marisa.silvestre@multipublicacoes.pt)
Só que a vida encarrega-se de se cru- como o próprio nome indica, não signifi- Pessoas e Organização Ana Florêncio (Manager)
(ana.florencio@multipublicacoes.pt) Tel. 210 123 440
zar com a vontade e nos trocar voltas. Ou ca mais que a propensão para determina- Proprietários com mais de 5% do capital social

algumas. Por isso é que fazer previsões de do caminho. Se poderemos seguir outros? AMLC, SA; Gonçalo Dias; Manuel Lopes da Costa; Ricardo Florêncio

tendências é também um misto de olhar Os próximos 12 meses o dirão!


4
CAPA
The Hotel

Pessoas «A Xiaomi quer conectar Portugal», entrevista


a Tiago Flores, country manager no mercado português, sobre a ambição
de ser líder em vendas de smartphones e de ligar 5 milhões de lares P. 20

Casos COMUNICAÇÃO
Sport Zone quer ser loja- Fazer reset à Torke CC é o
-destino do desporto P. 54 plano de André Rabanea P. 116

PRONTOS PARA
APROVEITAR COM
IMPACTO AS Surfar a onda da moda dos

TENDÊNCIAS DE
produtos sul-coreanos P. 76

CONSUMO DE 2022? Zumub: conquistar o mundo


do fitness P. 80

Revelamos 22 tendências de
consumo emergentes e oportunida-
des de negócio. Apresentamos
também conselhos para transfor-
Estratégias
mar cada uma delas em inovações Shell volta a sair da concha
próprias, para que 2022 possa ser o em Portugal P. 84
ano em que as marcas dão o salto.
Estar de olho nas comunidades
locais, mas sem esquecer o fenóme-
no da globalização, são algumas das

LIFESTYLE
tendências, a par do mercado de
segunda mão e da economia Lumen Hotel
circular. Garantir que os objectos + Volvo C40
têm uma nova vida é uma das Recharge
grandes preocupações a ter em + Gadgets
consideração no momento de P. 132 + 134 + 136
delinear planos e produtos.
Além da sustentabilidade, também
a responsabilidade social se afigura
um tema importante. Promover
a inclusão e mitigar a solidão são
tendências que algumas marcas
já estão a abraçar, sem esquecer Diz-me que meias usas
a importância da educação e dir-te-ei quem és P. 108
e da informação.

P. 34 Será o fim do escritório como


TEXTO TrendWatching o conhecemos? P. 110
6
CONSELHO EDITORIAL

Balanço
E PREVISÕES

F
propostas para a próxima edição anual num número cada vez mais alargado de
dos Prémios Marketeer, cujos potenciais áreas –, assim como a de perfis técnicos
nomeados teriam que ser partilhados e o abandono do trabalho. Consensual,
com a redacção até final do ano, para ainda, a questão do metaverso, já a ser
posterior avaliação. trabalhada por várias marcas.
Ainda tempo para um balanço sobre Presentes estiveram os conselheiros:
a mais recente Conferência, que aconte- Afonso Cruzeiro (L’Oréal), Carla Cruz
ceu em finais de Novembro no Campo (CTT), Francisco Viana (CGD), Inês Ve-
Pequeno, em Lisboa, assim como organi- loso (Randstad), Joana Garoupa (Galp),
oi o último almoço do ano aquele que reu- zação de uma nova edição de Tip Talks, a João Santos (WYGroup), José Eduardo
niu os conselheiros da Marketeer no Res- arrancar em breve. Nunes (CLC), Paula Canada (TAP), Pedro
taurante Il Gattopardo do Hotel Dom Pe- Previsões e tendências para 2022 Mota Carmo, Pedro Rodrigues (Desafio
dro, Lisboa, em início de Dezembro, num foi, contudo, o grande tema em cima da Global), Rui Piteira (PMI – Philip Morris
encontro feito de balanços e projecções. mesa, com a maior parte dos conselhei- International), Rui Rijo Ferreira (Jaba Re-
Como pontos da agenda inicial, al- ros a assinalar a actual falta de recursos cordati), Teresa Lameiras (SIVA/PHS) e
guns pontos a trabalhar como o envio de humanos – que se vai fazendo sentir Tiago Simões (Sonae MC).
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 7

PAULA CANADA AFONSO CRUZEIRO CARLA CRUZ PEDRO MOTA CARMO TIAGO SIMÕES
TAP L’Oréal CTT SONAE MC

RUI PITEIRA JOSÉ EDUARDO NUNES JOANA GAROUPA JOÃO SANTOS


PMI – Philip Morris CLC – Companhia Logística Galp WYGroup
International de Combustíveis

PEDRO RODRIGUES INÊS VELOSO TERESA LAMEIRAS RUI RIJO FERREIRA FRANCISCO VIANA
Desafio Global Randstad SIVA/PHS Jaba Recordati CGD
8
CONSELHO EDITORIAL

Ano novo, VIDA


NOVA? Texto
PEDRO
RODRIGUES

Director-geral
da Desafio Global

Q
uem nunca arrancou um novo ano com
um conjunto de promessas ou objecti-
vos, de comer melhor, praticar mais
exercício físico, ou mesmo ser melhor
dade do ser humano em lidar com pro-
blemas, adaptar-se a mudanças, superar
obstáculos ou resistir à pressão de situa-
ções adversas – choque, stress ou algum
organização de eventos terá sido o mais
afectado (mais do que a cultura) a par
das discotecas e da diversão nocturna.
Tantos anos de qualificação de um sec-
pessoa? Curiosamente tudo isso são ob- tipo de evento traumático. tor, profissionais fantásticos, prémios a
jectivos pessoais, mas a nova vida que Esse meu amigo dizia-me há uns nível mundial para acabarmos a concor-
todos ambicionamos neste novo ano, de anos que resiliência era uma palavra rer, ao nível da desgraça, com a fila dos
uma forma inédita, não tem a ver con- proibida no contexto corporativo. Que putos para entrar no Urban Beach.
nosco próprios, mas com a esperança, resiliência significava uma vivência em Tantas vezes mordi a língua nos úl-
ou o desespero, de querermos um re- esforço e sofrimento constante. E que timos meses ao sentir que apenas a des-
gresso à normalidade. ninguém aguentava viver dessa forma. prezada palavra resiliência se aplicava
Um trimestre é um período longo. Que a palavra devia ser substituída por ao contexto que vivemos actualmente.
Em breve vamos fazer oito trimestres consistência ou a capacidade de cada um Antes de falarmos em retoma do
em “contexto pandémico”. Nunca, ao de nós, nas suas organizações, fazer o sector dos eventos, vamos ter que falar
longo da nossa vida, ouvimos tantos melhor possível, dia após dia. da saúde mental dos seus profissionais é
clichés motivacionais como resiliência Fez-me tanto sentido este pensa- uma afirmação dura do sector, que re-
e superação. Nunca, infelizmente, estes mento na altura que passei a rejeitar a flecte o estado de espírito dos organiza-
clichés fizeram tanto sentido. palavra resiliência. Aliás, sempre que dores de eventos.
Aprendi com um bom amigo a não a ouvia sentia que um objecto físico, Que este novo ano nos traga final-
gostar da palavra resiliência. Primeiro ou um ser humano, se poderia partir a mente uma vida nova que até pode não
que tudo é uma palavra que nasce da qualquer momento. ser tão nova assim, mas apenas igual
física dos materiais, representando a Enquanto organizador de eventos, àquela que tínhamos num antigamente
“propriedade de um corpo de recuperar numa breve análise, é-me possível cons- não assim tão distante, e na qual dáva-
a sua forma original após sofrer choque tatar que, felizmente para os nossos mos tudo por garantido. Trabalho, saú-
ou deformação”. Num passado recente clientes, a pandemia teve pouco ou ne- de, amizade e até liberdade.
aplicou-se resiliência também à capaci- nhum impacto económico. Já o sector de Votos de bom ano!
10
CONSELHO EDITORIAL

O feitiço
DO TEMPO
Texto
TIAGO
SIMÕES

Director de Marketing
da SONAE MC

N
o “Feitiço do Tempo”, filme de 1993, Bill
Murray acordava todos os dias no mesmo
dia até conseguir ser perfeito e, num só
dia, passar de um tipo insuportável, ao
zer a nossa mensagem chegar aos nossos
targets tem que ser diferente.
Em 2021, a marca que giro com a mi-
nha equipa e com milhares de colegas
relevantes para si. Simples, muito eficaz e
de forma 100% personalizada. Todas as
semanas geramos (mesmo) mais de 1 mi-
lhão de folhetos diferentes, um para cada
mais adorável do mundo, capaz de seduzir teve os melhores resultados de sempre. A cliente. Ao que sabemos, este é um pro-
a belíssima Andie McDowell. Sempre gos- marca Continente atingiu um valor que duto único a nível mundial (ainda), sem
tei do filme... sempre me pareceu muito nunca nenhuma outra tinha atingido no qualquer GRP e já com milhares de fãs e
mais do que uma comédia romântica de nosso País – 15,2 pp de top of mind anual um incremento enorme na fidelidade.
domingo à tarde e nunca o esqueci. A his- acumulado, dados Publivaga, Marktest. O caso Mariana foi um momento úni-
tória envolve, o filme é bem feito, Bill Mur- Se estes valores têm que ver com a di- co e que vai ficar para a história do mar-
ray é brilhante na sua transformação e nâmica do sector, com os GRP e o traba- keting em Portugal (ou pelo menos para
Andie McDowell tem uma encantadora lho diário dos meus colegas das lojas, tem a nossa). A gestão de uma crise que nasce
beleza real. Mas o que me prendeu ao filme também que ver com a capacidade que a de um erro que atingiu mais de um mi-
foi a ideia central do tempo. Tinha 20 anos marca tem tido em comunicar de forma lhão de utilizadores da nossa app, e que,
quando o vi, e o tempo é uma variável cada sempre renovada neste tempo enfeitiçado. pela forma assumida, rápida e divertida,
vez mais relevante quando crescemos. É por isso com orgulho que este ano se tornou num movimento de apoio à to-
Nestes últimos dois anos esse feitiço dominou também os prémios Eficácia no lerância ao erro. A personalização, a pro-
aconteceu com a pandemia que nos pren- sector do retalho, arrebatando dois dos ximidade, a agilidade e a tolerância são
deu em casa e criou uma rotina nova, pa- três prémios em competição: o ouro e o fundamentais hoje. As marcas grandes
recendo que acordávamos no mesmo dia, bronze, com dois projectos inovadores e e tradicionais que abraçarem estes desa-
todos os dias. É aqui que o filme se torna que materializam o novo marketing: os fios e fizerem algo com eles são as que vão
realidade: estamos hoje a acordar no mes- folhetos personalizados e a Mariana. Os conseguir chegar aos seus targets, às nos-
mo dia há dois anos consecutivos, com- primeiros juntam os dados que os nos- sas Andie McDowells!
pletamente diferentes. sos clientes partilham no ecossistema do *Uma nota final para o júri Eficácia, que
Isto é relevante porque todos mudá- Cartão Continente, para os ajudar a co- leu bem estes novos tempos, onde as cam-
mos, pelo que a forma como temos que fa- nhecer as 20 promoções da semana mais panhas de sucesso são as que inovam.
12
TENDÊNCIAS

H&M COM Parfois entra


na decoração
PRODUTOS PARA
METAVERSO 03
A marca
portuguesa
Parfois
apresentou
duas colecções cápsula –

02
uma de decoração e outra de
A H&M é, perfumes. “Home Collection”
oficialmente, a é o nome escolhido para uma
primeira loja selecção de peças que vai de
de roupa a
PROFISSIO- entrar no metaverso. A marca
almofadas coloridas em
bombazine a peças de
NAIS DE sueca abriu portas no inspiração boho, até às
MARKETING mundo virtual, permitindo clássicas velas aromáticas. As
SEM DOMÍNIO aos consumidores desfrutar opções passam ainda por

DO DIGITAL de uma loja com todas as guardanapos de pano e anéis


características de um ponto em missangas para lhes dar

01
de venda convencional, mas um toque final.
Um estudo do
em realidade aumentada. Já os perfumes que a marca
Chartered
Andar pela loja, ver produtos, apresenta reflectem uma
Institute of
escolher e comprar – tudo tendência aconchegante.
Marketing revela
que os profissionais de isto será possível nesta Dividida em três colecções –
marketing não estão a versão digital da H&M através Les Numéros, Les Jours e Les
acompanhar as inovações e da Ceek City, uma plataforma Nuits –, esta edição de
desenvolvimentos da área de streaming de realidade fragrâncias tem como foco
em que trabalham. Com base virtual 3D. fusões cítricas, doces e fru-
nas respostas de mais de Contudo, há um senão: os tadas, florais e de especiarias.
sete mil marketeers, as bens aqui adquiridos só
conclusões demonstram
existem (pelo menos, para
que 67% dos profissionais
já) mesmo no digital, numa
está bastante abaixo das
espécie de concretização do
capacidades em relação à
análise de dados, por jogo “The Sims”. Ainda assim,
exemplo. A análise, levada a a marca de origem sueca re-
cabo entre 2018 e 2021, fere que, posteriormente,
colocou desafios aos será possível encomendar
inquiridos, inseridos em 12 esses mesmos itens na lojas
áreas de Marketing, com físicas da H&M.
especial foco no marketing
digital, calculando a
percentagem de sucesso em
cada. De acordo com os
resultados, o marketing de
conteúdo registou o
segundo maior declínio – DOIS MIL MILHÕES DE PESSOAS
menos 4%, totalizando (24%)
–, seguido das redes sociais
COMPRAM NAS REDES SOCIAIS
(passou de 34% para 32%). Já

04
o mobile marketing e o SEO
registaram uma queda de 1% Dados da Accenture uma compra directamente nas redes
cada, enquanto as outras indicam que as vendas sociais, ou seja, cerca de dois mil
áreas continuaram estagna- globais via social milhões de pessoas. 56% de quem
das, incluindo comércio commerce deverão opta por comprar no Instagram ou
online (37%), estratégia crescer de 492 mil milhões de dólares Facebook tem uma probabilidade
digital (34%) e publicidade no ano passado para 1,2 milhões de superior de adquirir produtos de
online (31%). A única que milhões de dólares em 2025. Olhando pequenos negócios quando navega
registou um crescimento foi para 2021, verifica-se já que 64% dos nestas plataformas do que em sites
o “marketing geral”. utilizadores de redes sociais fizeram tradicionais de comércio electrónico.
14
TENDÊNCIAS

APPLE É A EMPRESA MAIS VALIOSA


CHANEL
ESTREIA-SE

06
NO REFILL Se se juntar a Coca- dos produtos mais vendidos – em
-Cola, a Disney, a Setembro de 2021, as vendas deste

05
McDonald’s e a Netflix smartphone chegaram aos 190 mil
A Chanel tem
não é suficiente para milhões de dólares, quase mais
uma nova linha
igualar o valor da marca da maçã 40% do que no ano anterior.
dedicada à
que, desde 2007, quando lançou o A par disso, a pandemia parece ter
beleza que
primeiro iPhone, aumentou o seu levado a um aumento significativo
coloca a marca, pela primei-
valor em bolsa 5800%. das vendas de outros produtos da
ra vez, na categoria dos
Em 2007, a empresa valia 73,4 mil Apple, já que as pessoas passaram
produtos sustentáveis.
milhões de dólares e, 15 anos a utilizá-los para trabalhar, fazer
Intitulada “No. 1 de Chanel”,
depois, o iPhone continua a ser um exercício, estudar ou socializar.
a gama inclui produtos de
limpeza facial, maquilhagem
e perfumes e todos têm um
ingrediente em comum: a

RIVALIDADE ENTRE
camélia, uma flor que, alega-
damente, Coco Chanel
sempre admirou pela sua
resistência e encanto.
Depois de mais de dez anos
de investigação, os cientis-
NIKE E ADIDAS
tas do laboratório Open Sky

08
da Chanel, localizado no sul
A Nike e a Adidas
de França, descobriram
voltam a ser
aquilo que pode fazer
protagonistas
frente ao envelhecimento
de mais uma
da pele: o extracto da
situação de rivalidade,
camélia vermelha.
As embalagens podem ser
Embalagens desta vez com a primeira a

vermelhas, mas a sua produ- de plástico acusar a segunda de plágio


relativamente ao uso da

biodegradável
ção é verde: estão disponí-
tecnologia Primeknit em
veis no formato refill, permi-
diversos modelos de ténis
tindo que os clientes as
voltem a encher; o seu peso
e comestível da Adidas. A Nike garante
que é muito semelhante à
foi reduzido em 30%, o que

07
sua tecnologia Flyknit.
se traduz em menos custos
A startup britânica A Nike pediu à Comissão de
de transporte, logo, numa
Notpla está a Comércio Internacional de
pegada de carbono menor
desenvolver um Washington o bloqueio das
para cada produto; e a
plástico sustentá- vendas das gamas que
tampa do frasco do Revi-
vel, feito de algas marinhas, fazem uso desta tecnologia,
talizing Cream contém
que o torna não só biodegra- alegando que a insígnia
sementes de camélia
dável como comestível. A alemã copiou o modelo
esmagadas, tornando-a útil
concretizar-se, esta inovação patenteado da Nike,
após o fim da sua utilização.
pode vir a substituir o plástico nomeadamente, um “tecido
de uso único, um dos maiores de malha que reduz o
contribuidores para a poluição desperdício sem deixar de
do planeta. Os produtos lado o desempenho”, de
testados pela empresa acordo com descrição
incluem saquetas, película oficial reportada pelo site
aderente e embalagens de espanhol Marketing News.
take-away. Em todos, o Caso o requerimento seja
revestimento à base de aceite, a Adidas, que já
plástico foi substituído pelo garantiu que irá recorrer do
de algas. As saquetas da processo, poderá ser
startup, denominadas Ooho, já impedida de vender mode-
foram testadas em eventos los como Adidas by Stella
desportivos, como a Maratona McCartney Ultraboost ou
de Londres, onde foram Pharrell Williams Superstar
oferecidas aos corredores Primeknit Shoes em todo o
com bebidas energéticas. território norte-americano.
16
TENDÊNCIAS

PUBLICIDADE BMW terá


carro que
INCENTIVA A muda de cor
CAMINHAR
11
A BMW apresen-
tou o iX Flow,
que muda de
cor. Incorporado

10
com o sistema “E Ink”, este
Anúncios de veículo tem a capacidade de
automóveis alterar o seu aspecto exterior,
que incenti- caso o condutor assim o
vam as pes- deseje. A nova tecnologia
ESTOFOS soas a andar? Sim, vai passar traduz-se num revestimento
FEITOS DE a ser obrigatório em França, já que, quando estimulado por
a partir de 1 de Março. Todas
COGUMELOS as formas de publicidade a
sinais eléctricos, faz sobres-
sair diferentes pigmentos,

09
carros no país – seja televisi- como branco, cinzento ou
Para a Merce- va, digital, radiofónica ou preto. Segundo a marca, esta
des, o amanhã impressa – terão de promover opção permite aos clientes
está quase aí
alternativas mais sustentáveis expressarem-se melhor: é que
com a chegada
de deslocação como cami- o carro também pode
de um novo modelo, o EQXX,
nhar, andar de bicicleta ou apresentar mensagens ou
que tem muito mais na
bagagem do que somente andar à boleia. piscar caso o condutor não o
um aspecto futurístico. De acordo com a The Drive, as encontre num parque de
De acordo com a CNN declarações devem dizer “Em estacionamento. Embora o
Business, este novo veículo viagens curtas, caminhe ou carro já esteja disponível, a
eléctrico tem a capacidade ande de bicicleta”, “Pense em tecnologia que permite alterar
de viajar mil quilómetros sem ir à boleia” e “Utilize os trans- a sua cor não está. O objecti-
ser necessário recarregar a portes públicos diariamente”. vo é  despertar a curiosidade
bateria e conta com um
Além disso, as autoridades dos consumidores.
interior amigo do ambiente:
pretendem que os fabri-
o material dos bancos, que
cantes utilizem a hashtag
aparenta ser de pele, é, na
verdade, produzido a partir #SeDéplacerMoinsPolluer,
de cogumelos. Além disso, ou seja, uma sugestão para
os tapetes são compostos que as pessoas circulem sem
por fibra de bambu. poluírem tanto. Caso a em-
Onde não entra metal, a presa não cumpra, pode ser
marca preencheu o espaço multada até 50 mil euros.
com UBQ, um material criado
por uma startup israelita,
que inclui vários resíduos
como plástico, cartão e até
fraldas. Além disso, o
tejadilho do Mercedes EQXX
conta com painéis solares, SONY ENTRA EM NOVA
que auxiliam o fornecimento
de energia para o ar condi-
ÁREA DE NEGÓCIOS
cionado, os faróis e o painel

12
de controlo táctil do carro.
Ainda sem data de lança- A Sony revelou ter apresentou o protótipo de um carro
mento oficial, muito menos planos para entrar no desportivo – o Vision-S 02. «Com a
indicação de quando chega- mundo dos carros nossa imaginação, o 5G e as tecnolo-
rá aos stands, o novo mode- eléctricos com a criação gias de entretenimento combinadas
lo deverá ser testado nesta de uma nova empresa, a Sony com a nossa mestria de conteúdo,
Primavera. A marca revela Mobility Inc. O anúncio foi feito pelo acreditamos que a Sony tem tudo
que, até 2025, quer que CEO e presidente da tecnológica para, enquanto empresa de entrete-
metade das vendas seja japonesa, Kenichiro Yoshida, numa nimento criativo, redefinir a mobili-
apenas de carros eléctricos. conferência de imprensa, onde dade», diz Kenichiro Yoshida.
18
TENDÊNCIAS

Sabe Texto
o que FÁTIMA

é...
PINHEIRO

responsável pelo

OOH Sales
Departamento de
Planeamento, Data &
Research na MOP

Funnel?
Conheça como
o Out-of-Home
pode impulsionar cial nesta fase são os móveis (veículos)
o comportamento e o OOH digital (DOOH). Já na fase do
meio do funil é onde os consumidores
do consumidor nas ponderam fazer a compra, efectuam
diferentes etapas do comparações, pesquisas e partilham ex-
funil de vendas periências. É fundamental que as marcas
se destaquem da concorrência, optem
pela Frequência, dêem mais tempo ao
consumidor para Reter a Mensagem e
comuniquem para Targets específicos. A
eficácia da comunicação volta-se agora

E
para espaços como estações de transpor-
ste conceito existe há mais te público (metro, bus, eléctrico…) onde
de cem anos. Um plano de a permanência é mais elevada, em pai-
marketing integrado com néis de exterior e abrigos de transportes
estratégias de media Out of públicos onde os limites de velocidade
Home é agora mais eficaz são mais lentos e o nível de proximidade
na medição do seu impac- mais elevado. As mensagens devem ser
to (Outdoor Audience Measurement). mais criativas, utilizando novas tecnolo-
Comecemos pela parte superior do fu- gias (DOOH), QR Code, URL exclusivo
nil de vendas e como funciona o OOH e API. É no fundo do funil que os con-
nesta fase. É fora de casa que consegui- sumidores efectivam a compra. Há agora
mos alcançar um grande número de que apostar no facilitismo, demonstra-
pessoas num curto período de tempo ções face to face, no digital (DOOH), na
(Alcance), a custos comparativamente resposta mais imediata e na proximidade
baixos (CPM) e capitalização do Share aos pontos de venda. Em suma, não deve
of Voice (SOV). Os consumidores estão ser esquecida a vasta oferta OOH, com-
agora mais atentos ao meio exterior e os ponente-chave deste processo para um
formatos que apresentam mais poten- mix de marketing de sucesso.
QUE É REAL
A MÁXIMA VELOCIDADE

EXPERIMENTA
GRÁTIS
ATÉ 31 JANEIRO

Sabe mais em meo.pt/5G


20
PESSOAS Entrevista principal

Tiago
Flores
Texto
M.ª JOÃO

A Xiaomi
VIEIRA PINTO

Fotografia
PAULO
ALEXANDRINO
quer conectar
Portugal
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 21

Ainda não deu por ela?


Mas não só está em
Portugal como quer
conectar cinco milhões
de lares a 10 anos.
E, pelo meio, ser líder

em vendas de smart-
phones. Tiago Flores,
country manager da
Xiaomi em Portugal,
confia que esses
resultados chegarão
em breve
22
PESSOAS Entrevista principal

C
omeçou por entrar com Como Tiago Flores diz uma e outra vez ao longo de um pe-
passos de lã. Mas em queno-almoço que se prolonga em Belém, com vista para o Tejo,
Abri l do a no passado a promessa da Xiaomi passa precisamente pela democratização
abriu escritórios no mer- da tecnologia a preços justos. Por isso, também repete, em vários
cado português, foi bus- momentos, que quer estar próxima dos consumidores.
car o principal responsá- E é precisamente esse trabalho que Tiago e restante equipa
vel – Tiago Flores, têm em agenda. «Em termos de marca, posicionamo-nos como
country manager da Xiao- querendo ser os melhores amigos dos nossos consumidores.
m i em Por t u ga l – à Não há nenhuma marca que consiga dizer isso desta forma tão
Huawei, fechou parcerias próxima. É um aproach muito one-to-one junto dos consumi-
com retalhistas e estabele- dores que faz um efeito de rede grande.»
ceu 17 lojas nas principais capitais de distrito, conseguiu ser se- Até porque, no final, e apesar de Tiago Flores garantir que
gundo em volume de vendas de smartphones por dois trimes- este não é nenhum mantra interno, acredita vir a chegar ra-
tres consecutivos e promete que vai conectar nem mais nem pidamente à liderança em vendas de smartphones no merca-
menos do que cinco milhões de casas nos próximos três anos. do português. «Acabámos 2021 quadriplicando o número de
Com apenas 10 anos, a chinesa Xiaomi já reclama hoje para unidades vendidas em smartphones. Estamos a conseguir ser,
si o facto de ser a marca com mais equipamentos conectados do consistentemente e de forma muito consolidada, a segunda
mundo – sem contar com smartphones, diz que hoje tem 324 marca mais vendida em Portugal e a mais procurada. Arrisco
milhões de equipamentos conectados no seu ecossistema – e, que em 2022 conseguiremos conquistar 25% do mercado por-
por cá, a estratégia em cima da mesa dá mesmo pelo nome “co- tuguês em smart­phones e, em termos de IoT, vamos duplicar
nectar Portugal”. as receitas.»
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 23

« Em termos de marca,
posicionamo-nos como querendo
ser os melhores amigos mento um pouco diferente das restantes. É uma empresa muito
jovem, que começou há 10 anos, e é a empresa que na história
dos nossos consumidores. Não da electrónica mais rapidamente cresceu. Primeiro, porque
nasceu no online e só depois deu o passo seguinte, para o of-
fline, ao contrário das marcas mais tradicionais. Isto deu-nos
uma ginástica e elasticidade no que diz respeito ao número de
há nenhuma marca que produtos que lançamos, ao número de categorias que vamos
criando, e tudo foi feito numa perspectiva inclusiva da tecno-
consiga dizer isso desta logia, o que é um posicionamento também diferente. O que os

forma tão próxima.» fundadores disseram foi que a tecnologia, aliada ao nosso mo-
delo de negócio, irá permitir que possamos trazer toda uma

A
perspectiva de inclusão nas diferentes categorias.
Em termos de marca, posicionamo-nos como querendo ser
os melhores amigos dos nossos consumidores. Não há nenhu-
ma marca que consiga dizer isso desta forma tão próxima. É um
X iaomi entrou em aproach muito one-to-one junto dos consumidores, que faz um
2021 em Portuga l. efeito de rede grande.
Como é que o conven- Quando conseguimos de forma constante e consistente ter
ceu a deixar a Huawei a promessa de preço justo para a melhor tecnologia, então tam-
para este desafio? bém conseguimos um word of mouth grande e uma maior fide-
Traba l ha ndo há 20 lização por parte dos consumidores.
anos no sector tecno- Temos uma preferência a rondar os 20%, o que está muito
lógico, quando che- alinhado com as nossas quotas de mercado. Fechamos o tercei-
gou o desafio de criar ro trimestre com 24% de quota.
de raiz um negócio
de uma empresa com Que valores lhe atribuem?
esta projecção, de ter a possibilidade de arrancar com o projec- Inovação e preço justo. O conceito de economia inclusiva.
to em Portugal, e olhando para o futuro ao nível da conexão e
da conectividade, entendi que tinha que estar. Porque a Xiaomi Em Portugal, e nestes últimos meses, têm registado bons ní-
se diferencia das restantes marcas precisamente pelo desafio de veis de vendas. Mas são-no também em valor, ou só em volu-
tornar este mundo mais inteligente e mais conectado. Com o me? Quem compra Xiaomi em Portugal, procura o quê?
grande chapéu do 5G e o da IoT – que vai explodir – , esta é a Quando começámos a nossa operação, a maior penetração
empresa que mais conecta no mundo. Neste momento, são já era na média gama, entre os 200 e os 400 euros. Esta é a fatia
400 milhões de equipamentos, sem considerar os smartphones. onde temos uma penetração maior. Espanha, como já trabalha
a marca há 4-5 anos, já começa a ter uma penetração nos topo
E um dos desafios que lhe lançaram foi que conseguisse conec- de gama, que é o que queremos. Queremos integrar cada vez
tar cinco milhões de casas a três anos, em Portugal! mais tecnologia e ter maior portefólio. Claro que são dois tipos
Sim, o que estabelecemos em termos de estratégia foi conectar de consumidores diferentes. Trabalhamos muito bem este tipo
Portugal. Acreditamos que, através do nosso ecossistema – smart- de consumidor de média gama, o consumidor Z, muito preo-
phones, televisões, smartlife (que pode ser exterior ou interior de cupado com a sustentabilidade, mas em ter acesso a tecnologia.
casa), mobilidade urbana –, podemos contribuir para uma vida Agora, claro que estamos a fazer o nossso caminho no segmen-
mais inteligente, mais eficiente e mais divertida. Em Portugal, se to de maior valor, onde continuamos a ser consistentes com a
conseguir ter pelo menos um Mi fã em cada família portuguesa, mensagem da marca em termos de preço justo, e acreditamos
e se esse Mi fã adquirir um equipamento Xiaomi, vamos conse- que em 2022 será um segmento onde vamos crescer.
guir conectar 5 milhões de equipamentos a três anos.
Mesmo sabendo que aí tem concorrentes ferozes?
Neste meio ano, o que é que já lhe diz o mercado? Neste momento, o nosso principal concorrente é a Samsung na
Olhando para a marca, o que percebemos quando começámos gama média e a Apple no premium. A nossa grande diferencia-
a trabalhar foi que ela, apesar de não ter qualquer investimento ção assenta no facto de estarmos a apresentar cada vez mais ca-
de marketing no mercado local, tinha notoriedade. tegorias que vão permitir expandir esta smart life. A procura de
electrodomésticos conectados – como aspiradores robôs – está
E era uma notoriedade positiva? a explodir e nós estamos muito bem posicionados a esse nível.
Muito positiva, porque é uma marca que tem um posiciona- Aliás, em mobilidade eléctrica urbana já somos o número 1 com
24
PESSOAS Entrevista principal

BI TIAGO FLORES

Desde 2017 director do


segmento de consumo da
Huawei em Portugal, Tiago
Flores deixou a empresa
chinesa quando foi
desafiado para lançar a
subsidiária da concorrente
Xiaomi no país, assumindo
o cargo de country director
de uma marca que tem um
portefólio que vai muito
para além de smartphones,
entre sensores, câmaras
e outros dispositivos
inteligentes para a era da
Internet das Coisas (IoT).
E que tem como ambição
conectar o mundo.
Com 20 anos de carreira
no sector, a última década
da carreira de Tiago Flores
foi em duas das principais
marcas de smartphones do
mundo. Em 2010 entrou na
Samsung Portugal como
responsável de marketing,
na área das televisões,
a que se seguiu a dos
smart­p hones. A partir de
2014, assumiu a liderança
de marketing de produto
da empresa, até
2017, ano em que muda para
a Huawei como director de
vendas do ramo de
consumo. Até ao ano
passado, que, em Abril,
receberia aquele que não
nega ser um dos seus maio-
res desafios de carreira.
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 25

trotinetes, com quotas de 60-70%, não só em Portugal. E tudo – e depois segue para outras compras. Durante a pandemia de-
isto funciona numa lógica de inclusão, com todos os equipamen- senvolvemos um estudo para tentar perceber qual era o tipo de
tos a serem controlados a partir de uma única app, da Xiaomi. Só relação e interacção que se tem em casa e que tipos de compor-
que os nossos equipamentos não são completamente fechados e tamentos tiveram.
há outros softwares de IoT com que são compatíveis. Um dos resultados que obtivemos foi que a geração Z mu-
Este é um grande passo para a IoT se desenvolver, porque dou pelo menos três vezes o quarto durante a pandemia – de
um dos grandes entraves até agora era o facto de os maiores fa- disposição, de equipamentos… Já entre os 30 e os 55 anos re-
bricantes terem softwares fechados. conheceram que a casa era aborrecida, que lhe faltava alguns
Agora, quando me pergunta como é que conseguimos ter tan- estímulos tecnológicos, e o que é facto é que as pessoas começa-
tos equipamentos, desde higiene pessoal, a beleza ou electrodo- ram a procurar equipamentos com que interagissem e que lhes
mésticos, é porque no nosso modelo de negócio participamos em permitissem ser divertido estar em casa.
mais de 300 empresas na China – o que nos permite ir alargando
o nosso ecossistema e procurar sempre categorias inovadoras e Diz que até agora o que estão a vender mais em termos de
que façam mais sentido do ponto de vista comportamental. smartphones são produtos de gama média, mas que já este
ano querem subir o patamar. Isso vai implicar alguma mu-
Cruzando tudo isto, o que é que a Xiaomi tem que outras dança de estratégia?
marcas não têm? Estabelecemos 2021 como ano zero em termos de avanços co-
Na China temos mais de 200 SKU, mas não há nenhuma marca merciais e de comunicação da marca. Até para estudar o mer-
que consiga juntar todo este mundo, conectando-o. cado e perceber o que é que faz mais sentido em termos deste
ecossistema, quais são as grandes oportunidades de negócio
Gerir um portefólio dessa abrangência e com produtos para para Portugal. Este ano, sem dúvida, vamos trabalhar a marca,
categorias tão diversas é um desafio ainda maior! queremos que ela seja cada vez mais próxima dos consumidores,
É de facto um grande desafio, mas acreditamos que a transfor- vamos trabalhar diferentes grupos de consumidores, pelo que
mação digital vai trazer tantas oportunidades que a Xiaomi um dos principais pilares do negócio será a construção de marca
tem que estar e que entregar valor ao cliente, já que tem uma e a comunicação dos nossos produtos.
plataforma única. Para nós, é fácil acoplar numa única house, Vamos ter um grando foco no digital e construir as nossas
numa única experiência, todos os equipamentos. principais plataformas de comunicação com conteúdo próprio
desenvolvido localmente.
E comunicá-los? Um consumidor que compra um smartpho-
ne Xiaomi poderá facilmente vir a pensar em comprar tam- Vão trabalhar com embaixadores, prescritores da marca?
bém uma máquina de lavar, da marca, quando há outros Vamos ter, acima de tudo, criatividade local. Os embaixadores
players no top of mind? serão apenas e só uma perna e entendemo-los como criadores
A nossa grande diferenciação é que tudo isto vai estar conecta- de conteúdo da marca... Além disso, ao longo de todo este ano
do. E vai ser mais difícil para as marcas tradicionais colocarem e sempre que acontecerem os lançamentos dos nossos princi-
no seu portefólio equipamentos conectados versus uma Xiaomi
que já pensa nisso desde a concepção do produto.
Uma das razões por que temos o maior footprint de lojas

« Uma das razões porque temos o


próprias é porque precisamos, de facto, de mostrar ao consumi-
dor todo este mundo conectado.
Acabámos 2021 com 17 lojas em Portugal e são espaços
onde temos cerca de 600 SKU (referências), além de que esta- maior footprint de lojas próprias
mos a trabalhar com os principais operadores de retalho para
é porque precisamos, de mostrar
ao consumidor todo este
que em 2022 possamos ter uma presença maior.
Claro que isto é um esforço grande ao nível da comunica-
ção, mas sabemos que a grande explosão de IoT vai começar.
A companhia estabeleceu investir 7 biliões de dólares (6 mil

mundo conectado. Acabámos


milhões de euros) nos próximos anos para 5G e IoT.

Mas em Portugal, qual é o nível de casas conectadas?


O mercado de IoT é difícil de mapear e não há muitos dados.
2021 com 17 lojas em
Mas é surpreendente o nível de procura. Portugal e são espaços onde
temos cerca de 600 SKU.»
Aquilo a que temos assistido é que o consumidor começa
com uma compra básica – como uma câmara de monitorização
26
PESSOAS Entrevista principal

« O nosso principal target são nativos


digitais e temos consumidores que
usam outras tecnologias mas que
procuram o nosso ecossistema
no sentido de enriquecer
a sua vida digital, como
é o caso das trotinetes.»

pais equipamentos, aí vamos ter campanhas dedicadas a esses


produtos e aos benefícios das suas tecnologias. Não vamos ter
campanhas internacionais, queremos criar localmente. Para já
num contexto ibérico, mas a ideia é que a nossa operação vá ga-
nhando independência.

E clientes finais, quem são e a quem querem chegar?


O nosso principal target são nativos digitais e temos consumi- perceber o que é que cada um procura. O que vimos foi que cerca
dores que usam outras tecnologias, mas que procuram o nosso de 70% das vendas nas lojas são em ecossistema. A Xiaomi tem 90
ecossistema no sentido de enriquecer a sua vida digital, como é milhões de utilizadores que compraram mais de cinco produtos.
o caso das trotinetes, que também podem ser conectadas com
os smartphones. Queremos capitalizar esta geração e conquis- Para 2022, que objectivos tem traçados?
tar consumidores que, do ponto de vista tecnológico, ainda não Acabámos 2021 quadriplicando o número de unidades vendi-
foram impactados pela actual transformação, mas que acredi- das em smartphones. Estamos a conseguir ser, consistentemen-
tamos que o irão ser. te e de forma muito consolidada, a segunda marca mais vendida
em Portugal e a mais procurada. Arrisco que em 2022 conse-
A marca fechou 2021 com 17 lojas em Portugal e três pop-ups. guiremos conquistar 25% do mercado português em smartpho-
Qual é o plano de expansão de rede e que critérios ditaram as nes e, em termos de IoT, vamos duplicar as nossas receitas.
actuais aberturas? Não temos como principal meta a liderança, mas – tendo em
Queremos estar perto do consumidor e, dada a natureza do nosso conta todos os nossos planos para o mercado português, em ter-
negócio, era fundamental ter este footprint de lojas. Entendemos mos de estratégia e de construção de marca, e olhando para as
que fazia sentido entrar nas capitais de distrito e, nas principais novidades que vamos lançar – estaremos na liderança dos smart-
cidades, como Lisboa e Porto, vamos duplicar a nossa presença. Já phones. Em 2021 já fomos número 1 várias semanas, em número
estamos a cobrir todo o território nacional, mas vamos continuar de unidades vendidas.
a aumentar o nosso parque de lojas. Não com o mesmo ritmo, Estamos muito optimistas que vamos alcançar a liderança
mas prevemos abrir entre cinco a seis ao longo do ano. mas, acima de tudo, vamos manter esta nossa consistência em
Em cidades mais pequenas como Castelo Branco e Bragança, termos de missão e que passa por trazer cada vez mais consumi-
aí temos pop-ups. dores para uma tecnologia mais inteligente, contribuir para um
Portugal mais digital e mais inclusivo.
Nenhuma loja é própria! O conceito de transformar uma casa num “smartphone” só
Não, entrámos com parceiros. São exclusivas na venda de Xiao- nós é que conseguimos cumprir.
mi, mas não são nossas. Era a única forma de conseguirmos en-
trar mais rapidamente. Na China temos lojas próprias, mas cá Este é o seu grande desafio de vida?
não sei se é um projecto a considerar. Pela natureza da própria empresa, pela rapidez com que a
Para já, permitem-nos testar a proximidade com o consumi- transformação digital está a acontecer, será sem dúvida um dos
dor, seja em Lisboa como em Bragança, além de nos ajudarem a maiores desafios.
O IMPULSO
DE UMA NOVA GERAÇÃO
NOVO CUPRA BORN. As novas gerações desafiam o status quo ao seguirem os
seus impulsos. O Novo CUPRA Born é um desportivo
100% ELÉTRICO 100% elétrico, com tecnologia de ponta e autonomia de
até mais de 540 km. Tão inesperado que só poderia
começar com um impulso.Tão arrojado que só poderia
significar o início de uma nova era.

CONFIGURE-O.
DESCUBRA MAIS EM CUPRAOFFICIAL.PT

Consumo (KWh/100km): 15,5 - 16,7. Emissões CO2 (g/Km): 0.


28

perfil
PESSOAS

TERESA LAMEIRAS
Na vida de...
Idade
58 anos

Formação
Direito

Música
Toda, desde que
seja boa

Livro
“Memórias
de Adriano”,
Marguerite
Yourcenar

Filme
“A Vida é Bela”,
Roberto Benigni

Série
Policiais

Hobbies
Viajar

Marca
Vhils
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 29

Realizada
e bem
tempos guarda também a capacidade de trabalhar em equipa, de
resolver as situações quando elas surgem e a resiliência. A pro-
fissional não fica à espera dos outros para pensar e resolver. «Há

resolvida
que criar diferenciação neste mundo onde vivemos, com as mar-
cas que temos, com a nossa cabeça, para atingirmos os públicos
que nos acompanham, que compram as nossas marcas, ou que
queremos que as comprem», comenta.
E foi com esse espírito que, em Dezembro de 1989, abraçou
o mundo dos automóveis onde, desde então, tem passado por
áreas que vão das Relações Públicas à Comunicação, Formação,
Recursos Humanos e Marketing.
Texto Depois de muitos anos ligada à marca SEAT, Teresa Lamei-
ras é agora directora de Comunicação e Marca da SIVA|PHS
(Volkswagen, Audi, SEAT, ŠKODA, Bentley, Lamborghini,
Volkswagen Veículos Comerciais e CUPRA) e garante que,
MARIA como com a chegada de novos filhos, há espaço para todas as
JOÃO LIMA marcas. «Tenho toda a parte institucional de comunicação das
marcas com a imprensa. Somos um todo e temos de ter uma es-
tratégia alinhada, preservando o espaço de cada uma das mar-
cas, mas fazendo valer a enorme valia de termos tantas num
grupo. Há sinergias de gestão e de recursos e espero dar aí o
meu contributo», confidencia.
Apesar de várias vezes desafiada a fazer carreira internacio-
nal, Teresa Lameiras conseguiu sempre resistir e progredir sem
deixar Portugal. Por um lado, por muito que garantissem que
A Rádio Renascença e o curso voltava, não podia ter essa certeza. Por outro, não tem o comple-
xo de que se tem de ir lá para fora para se ser bom. «Os que vão
de Direito deram-lhe uma mescla
lá para fora podem ser ou não muito bons. Há maus lá fora como
de capacidade de síntese e de há excelentes que quiseram cá ficar. Escolhi aquilo que eu quis.
ouvir os outros, que determinaram Sinto-me altamente realizada, bem resolvida. Na carreira o que
temos é de tentar encontrar um bom equilíbrio entre aquilo que
o que é como profissional
é importante para nós.» E no seu caso, a família é muito impor-
tante, tal como a realização profissional. Sendo a mais nova de
seis irmãos, Teresa não quis deixar a mãe que, quando os convi-
tes para sair começaram a surgir, já passava dos 80 anos. Além

E
disso, tem dois filhos (hoje a Constança tem 28 anos e o Francis-
co 23), que eram pequenos, e o marido tem a sua carreira tam-
ntrou na Renascença quase que por bém em Portugal. «Tenho procurado esse equilíbrio com o apoio
acaso, depois de ter dado uma entre- da família. Sou muito sortuda porque consegui tê-lo, até agora.»
vista como responsável nacional dos Mas não esconde que gosta muito da parte do seu trabalho
jovens de um movimento de leigos que implica apresentações à imprensa e eventos. «O mundo é glo-
de solidariedade social. Desafiada a bal, mas as formas de interpretar a marca em cada país são dife-
fazer testes para um processo de re- rentes, embora a essência seja a mesma. A partilha internacional
crutamento acabou por ser uma das é muito importante, porque ensina a conhecer outras abordagens
escolhidas e ficar nessa casa sete que nos ajudam a desenvolver o nosso trabalho de forma diferen-
anos, durante os quais terminaria o te. É enriquecedor do nosso conhecimento», comenta, lembrando
curso de Direito. que há que ter humildade na aprendizagem «para conseguirmos
«Sou muito grata por esta opor- ir mais além e nos reinventarmos».
tunidade porque me ajudou numa altura decisiva da minha E viajar é uma das suas actividades de eleição na vida pes-
vida a desenvolver competências que ainda hoje acho que são soal, havendo planos para conhecer a zona dos lagos no Canadá e
diferenciadoras e muito importantes», salienta Teresa Lameiras, o sonho de ir ao Japão. Gosta de ler, ver filmes e documentários,
destacando a capacidade de síntese, a ausência de floreados, que ter a casa cheia com a família e amigos, e de dar passeios com as
juntou àquelas desenvolvidas na sua área de formação. Desses suas duas cadelas.
30

músicas
PESSOAS

as MIGUEL LAFFAN

do chef
Texto M.ª JOÃO VIEIRA PINTO
1
Tem o hábito de
ouvir música,
enquanto cria?
Prefiro o silêncio,
gosto de imaginar o que
seria um prato ou combina-
ção, recorro muito à me-
mória degustativa, a sítios,
a aromas e a emoções. O
processo de criar é um
estado entre a realidade
e o subconsciente, que
pode ser provocado por
catalisadores, nomeada-
mente uma música que nos
remete para determinado
sítio ou local do passado e
que cria automaticamente
uma peça imaginária em
bruto, a ser trabalhada.

2
E há músicas
para tarefas?
Claramente que
sim, imaginem um C

dia no ginásio que começa


M
com uma aula de spining
com música de motivação, Y

rítmica e cheia de força,


CM
e que vai encontrando o
caminho para uma aula de MY

ioga no final, com música


CY
de relaxamento, de foco
e bem-estar. No primeiro CMY

exemplo estamos a prepa-


K
rar o mise en place (prepa-
ração antes do serviço) e no
segundo estamos prontos
para dar serviço bem or-
questrado pelo seu chef.

3
Muda em função
da pressão
do trabalho?
Tudo muda, tudo
está em evolução e mudan-
ça, mas o que não pode
mudar é a percepção do
que é bom e genialmente
bem feito, seja que tipo
de música for. Gosto
desde rock, transe, bossa
nova, jazz, clássica, Adele,
All Green, Pearl Jam ou
Beatles, Dino Santiago,
Jonh Mayer, Ana Moura,
Mariza, Elton John... A mú-
sica tem de ser como a co-
zinha: honesta, limpa, pura,
inteligente e com emoção.

BILHETES À VENDA EM WWW.UAU.PT


E WWW.TICKETLINE.PT
32
PESSOAS

movimento
em

ANA CLARA
MARTINES
A nova directora de Comunicação &
Engagement do cluster L’Oréal Portugal e
L’Oréal Espanha chega a este cargo após
10 anos na liderança da área de Comuni-
cação Corporativa da L’Oréal Portugal. A
carreira de Ana Clara Martines na L’Oréal
começou em 2002 na equipa de Marke-
ting na L´Oréal Professionnel. Em 2007
assume a responsabilidade da Comuni-
cação da Divisão dos Produtos Profissio-
nais (DPP). Quatro anos depois foi
nomeada directora de Comunicação da
DPP e responsável de Comunicação
Corporativa da L’Oréal Portugal, cargo
que passou a assumir, em exclusivo,
como directora, em 2012. Em 2017,
acumulou a função de Comunicação com
a pasta de Ética e Sustentabilidade e pas-
sou a integrar o Comité Executivo da
L’Oréal Portugal. Com a nova posição de
directora de Comunicação & Engage-
ment integra o Comité Executivo do
cluster L´Oréal Portugal e Espanha.

Vera Carrondo
A VisionWare escolheu Vera Carrondo
como responsável para liderar
o Departamento de Comunicação &
Marketing. Passa agora a ter como
principais responsabilidades a
dinamização das áreas de comunicação
interna e externa, marketing digi-
tal, parcerias estratégicas e
organização de eventos e projectos
especiais da empresa. Licenciada
em Relações Internacionais, com
especialização em Relações Políticas
e Culturais, conta com mais de 15
anos de experiência profissional.
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 33

JORGE TEIXEIRA
É o mais recente reforço do Grupo LPM.
O profissional – que deixou a Direcção
Criativa da Fuel em Setembro – assume
agora um novo desafio com o cargo de
Chief Creative Officer (CCO) da LPM.
Além disso, Jorge Teixeira vai liderar o
Ideation, projecto recém-lançado que
descreve como um «iluminador de
ideias». Do percurso de Jorge Teixeira
destaque para a experiência internacio-
nal, tendo estado na Alemanha (nas
agências One Digital, AKQA e Ogilvy &
Mather) e no Brasil (Agência Click Isobar
e Havas Worldwide). No mercado
nacional destacam-se a Excentric, DDB,
Euro RSCG, Y&R, BBDO e a Lintas.

CARLOS
Bruno Maruta MARTÍNEZ
Chegou ao sector imobiliá-
rio em 2020 e iniciou o seu
O novo VP country manager
percurso na Carlton
da ViacomCBS Networks
Signature, como country
International para a Península
manager, tendo passado
Ibérica será responsável por
também pela Riviera
liderar a estratégia local em
Lifestyle Real Estate
Portugal e Espanha. A carreira
Portugal. Agora é o
de Carlos Martínez na
director de Expansão da
ViacomCBS conta já com
Zome e vai ajudar a empresa
20 anos, tendo começado
a manter a trajectória de
na equipa internacional de
crescimento. «É com
vendas de publicidade em
orgulho que abraço este
Londres. Antes, passou por
desafio, numa equipa e
outras no sector dos media,
cultura sólidas e com um
como a Eurosport, a BBC
foco grande no acompanha-
Worldwide e a Bloomberg TV.
mento do cliente», diz.

ANA
Adriano Prates BALEIZÃO Susana Victor
O Grupo Republica 45 A Comunicação Corporativa & Engage- Foi nomeada Marketing
escolheu um novo Chief ment da L’Oréal em Portugal fica a cargo manager da Fiat e Abarth
Operating Officer, que irá de Ana Baleizão, respondendo directa- em Portugal, ficando
ocupar ainda o cargo de mente à Direcção de Comunicação & responsável pela estraté-
CEO da agência BYD, ajudan- Engagement do Cluster, cuja sede será gia de produto e comunica-
do a impulsionar o caminho em Madrid. «Estou entusiasmada com ção das marcas no mercado
de crescimento. Adriano o novo desafio, cujo objectivo é gerir nacional. Susana Victor
Prates já passou pela a reputação da empresa em Portugal iniciou a sua carreira
McKinsey como consultor, trabalhando de perto com as equipas de profissional no departa-
pela EDP Comercial como activação das diferentes marcas e com mento de frotas da Fiat
Marketing & Sales director os nossos stakeholders, para fortalecer- em 2006. Desde 2016 era
B2C e pela ZON como Digital mos a proximidade local e a reputação responsável pela gestão
Channels director. da L’Oréal em Portugal», comenta. de produto e comunicação.
34
TEMA DE CAPA Perspectivas

Prontos para aproveitar


com impacto as

TENDÊNCIAS
Texto

TRENDWATCHING

CONSUMO
DE 2022?
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 35

Revelamos 22 tendências Estar de olho nas comu- vos produtos e serviços.


de consumo emergentes nidades locais, mas sem Além da sustentabilidade,
e oportunidades de esquecer o fenómeno da também a responsabi-
negócio que não pode globalização, são algu- lidade social se afigura
perder. Apresentamos mas das tendências, a um tema importante
também conselhos para par do mercado de se- quando falamos de
transformar cada uma gunda mão e da econo- consumo em 2022.
delas em inovações mia circular. Garantir Promover a inclusão e
próprias, para que 2022 que os objectos têm uma mitigar a solidão são
possa ser o ano em que nova vida é uma das tendências que algumas
as marcas dão o salto e grandes preocupações a marcas já estão a
encontram respostas ter em consideração no abraçar, sem esquecer
para aquilo que os con- momento de delinear a importância da educa-
sumidores procuram. planos e desenvolver no- ção e da informação.
36
TEMA DE CAPA Perspectivas

OPORTUNIDADES
A APROVEITAR EM 2022
Revelamos 22 tendên-
cias de consumo
emergentes e oportu-
nidades de negócio
que não podem perder,
além de conselhos
para as transformar
em inovações próprias
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 37

1.
MORAL LOCAL ambiental e social das cidades. Os con- nicipais. Numa tentativa de tornar o
Melhoramentos sumidores estão a fazer a sua parte. Um governo local mais apelativo, John Le-
comunitários que são terço (32%) dos consumidores globais gend lançou a HUMANLEVEL. A or-
feitos à medida afirmam que a sua vizinhança se aproxi- ganização irá ajudar líderes comunitá-
Depois de efectuar inquéritos a consumi- mou durante a pandemia. A vossa mar- rios de áreas desproporcionadamente
dores em todo o Reino Unido, a ASICS ca consegue melhorar a vida urbana, de afectadas pelo racismo instituciona-
decidiu que a cidade de Retford devia ser mais do que uma forma? lizado a criar mudanças duradouras.
motivada. Em colaboração com a Mind, Comecem por u ma comunidade À medida que a pandemia percor-
lançou o Uplifting Retford, um evento onde a vossa marca já esteja estabelecida. reu o globo, a confiança em instituições,
para realçar os benefícios do exercício Quais as suas necessidades? Alinham-se corporações e até líderes religiosos dimi-
físico na saúde mental. Os cidadãos exer- com os vossos valores fundamentais? Fa- nuiu. A nível mundial, quase dois terços
citavam-se 20 minutos, registando o que çam um inquérito antes de avançarem. (62%) das pessoas confiam mais nos líde-
sentiam antes e depois na página web da res comunitários locais do que em CEO

2.
marca Mind Uplifter – uma ferramenta GLOBAL COM BASE LOCAL e políticos. Colmatem esta falta de con-
de feedback que usa uma combinação de Impulsionar as fiança com iniciativas que fortalecem os
auto-relatos e reconhecimento facial. compras offline e as agentes locais de mudança. Os consumi-
Os recentes confinamentos reforça- ligações locais dores esperam que as marcas se pronun-
ram o apoio a uma melhoria no tecido Nada demonstra o apoio aos pequenos ciem sobre as questões mais sonantes,
negócios como o papel de parede de uma mas, para criar um impacto mensurável,
marca local. A Yelp e a marca de interio- é crucial apoiar a transformação nas ba-
res Chasing Paper produziram uma co- ses. A vossa marca tem os recursos ne-
lecção inspirada em pequenas empresas cessários para amplificar essas vozes?
de Austin, São Francisco e Nova Iorque

4.
– cujos lucros reverterão a favor de orga- MOEDAS COMUNITÁRIAS
nizações sem fins lucrativos que apoiam Manter dentro
o empreendedorismo. O melhor disto na comunidade
tudo? Os primeiros 50 compradores ti- As comunidades locais dependem de moe-
veram o seu papel de parede instalado das nacionais para as transacções. Mas
gratuitamente (por decoradores encon- e se o xelim, o rand ou o dólar não forem
trados via Yelp, é claro). fidedignos? As moedas de inclusão comu-
As pequenas empresas não têm a nitária (MIC) são uma alternativa: moedas
vida fácil nesta era de compras com um regionais que complementam a moeda le-
clique e envios gratuitos. Mas à medida gal. Dissociadas das políticas monetárias
que o consumo consciente ganha terre- nacionais e das f lutuações do comércio
no, as lojas locais têm a oportunidade de global, as MIC estão ligadas à produção e
dar luta. De facto, um inquérito de Mar- comércio locais, proporcionando uma for-
ço de 2021 mostrou que 53% das pessoas ma estável de fazer negócios. O UNICEF
inquiridas estavam agora mais interessa- Venture Fund apoiou a Grassroots Econo-
das em fazer compras localmente do que mics, organizadora de MIC.
antes da pandemia. A crescente insatisfação com a cor-
Quer a vossa marca abranja cidades rupção capitalista está a reforçar o desejo
ou nações, conseguem reunir proprietá- de autonomia local, com as comunidades
rios de pequenas empresas e trabalhado- de crowdsource a funcionar como ins-
res locais? Que recursos podem fornecer trumento para a autodeterminação. Qual
para os ajudar a prosperar? a perspectiva aproveitável? Incentivar os
consumidores a apoiar a sua região e a

3.
ZONA DE EQUIDADE manter fundos na sua comunidade.
Sejam um catalisador
comunitário OS CONSUMIDORES PROCURAM
A política nacional pode estar nas pri- RECUPERAR O LOCAL
meiras páginas, mas os recursos são
atribuídos e as prioridades estabele- A celebração de um lugar centra-se fre-
cidas nos conselhos escolares e mu- quentemente na autenticidade, no or-
38
TEMA DE CAPA Perspectivas

E lembrem-se: quanto maior for o


player, maior será a responsabilidade!

6.
CIRCULARIDADE
SUBSCRITA
Lidar de forma susten-
tável com as dificuldades
Para fornecer acesso generalizado a
energia limpa e fiável, a Reeddi aluga
baterias alimentadas por energia solar
em pequenas lojas de bairro em Lagos.
Numa cidade propensa a cortes de ener-
gia, os consumidores podem levar as ba-
terias Reeddi para casa para ligarem lu-
zes, telefones e computadores portáteis.
Para uma recarga fácil, a startup tencio-
na instalar painéis solares nos telhados
das lojas participantes.
Apesar dos avanços modernos, o
acesso a electricidade estável não é um
dado adquirido por muitos consumido-
res. Como as alterações climáticas con-
Camaïeu tinuam a perturbar o seu fornecimento
(mesmo em países altamente desenvol-
vidos), espera-se que o número de cortes
de energia em todo o mundo aumente.
O que podem aprender com as comu-
nidades que já lidam com os efeitos do
aquecimento global? Podem aplicar essas
lições para criar soluções convenientes
gulho local e na narração de histórias. Para ter em conta as flutuações na cintu- que garantam que os consumidores não
Enquanto os consumidores apreciam ra, cada par pode ser trocado com um ta- serão apanhados quando a situação se
marcas que abraçam um lugar, terão manho maior ou menor no prazo de um tornar difícil?
afecto pelas marcas que trabalham para ano. As calças de ganga devolvidas são

7.
tornar esses locais melhores – especifica- vendidas através do programa Comeback PARAÍSO DA
mente, mais sustentáveis e equitativos. da Camaïeu, ou transformadas em novas PRODUTIVIDADE
A combinação de conectiv idade peças de vestuário pela Vestali, uma or- Quando a eficiência e a
constante, novas tecnologias imersivas e ganização sem fins lucrativos. tranquilidade convergem
trabalho remoto continuará a esbater os O apoio pós-venda tem ido muito A Trainhugger está a levar os comboios a
horizontes. Mas, para muitas pessoas, a além de aliviar questões problemáticas. um nível ainda mais verde: por cada bi-
vida quotidiana ainda gira em torno de Trata-se agora de encorajar os consu- lhete vendido, é plantada uma árvore no
um local fixo, quer seja uma cidade, uma midores a criar uma relação duradoura Reino Unido. Oferecendo as mesmas ro-
província ou um país. Os confinamentos e sustentável com os produtos que com- tas aos mesmos preços que outros vende-
pandémicos apenas reforçaram os apelos pram. Perguntem sempre: o vosso mo- dores de bilhetes, a plataforma de reser-
para melhorar estas localidades e torná- delo de negócio actual coloca alguma vas britânica oferece aos consumidores
-las mais habitáveis, focadas na comuni- pressão desnecessária nas pessoas e no a conveniência a que estão habituados,
dade e resilientes. planeta? Em caso afirmativo, o que po- com benefícios de armazenagem de car-
dem fazer para proporcionar uma conve- bono verde, sem custos adicionais.

5.
SEGUNDA ALMA niência consciente? Perante as manchetes apocalípticas,
Reutilizar e Embora os consumidores se tenham os consumidores esperam que a susten-
reimaginar a compra habituado a tudo a pedido, muitos estão tabilidade seja incorporada em todos os
Os jeans da marca de moda francesa interessados em absolver a sua culpa so- produtos ou serviços. É uma questão de
Camaïeu incluem uma “garantia yoyo”. cial e ecológica. bem-estar mental. Quase metade dos jo-
40
TEMA DE CAPA Perspectivas

vens (46%) afirma que a eco-ansiedade absolver a sua culpa (social e ecológica), gada à depressão e ao declínio cognitivo,
afecta a sua vida diária e o seu funciona- muitos não vão querer desistir de solu- está na altura de as marcas começarem a
mento. A Trainhugger incentiva os con- ções que poupam tempo. enfrentar esta pandemia muito mais sub-
sumidores a envolverem-se em viagens Em suma: o objectivo económico til. O antídoto mais poderoso para a so-
lentas – com benefícios comprovada- iminente está em rota de colisão com as lidão é uma ligação humana na vida real
mente positivos para a saúde mental –, exigências de conveniência universal, – que não é assim tão fácil de encontrar
incorporando um serviço de compensa- porque tudo o que é instantâneo tem no mundo saturado de tecnologia de hoje.
ção de carbono em cada bilhete. Podem frequentemente custos ambientais e so- Será que conseguem tirar as pessoas das
ajudar os consumidores a aproveitar ao ciais. Os consumidores sentem-se cada suas bolhas do confinamento e ajudá-las a
máximo o seu tempo, introduzindo com- vez mais em conf lito, e experimentam ligarem-se de formas relevantes?
plementos que aliviam a culpa e aumen- essa tensão entre a compra e o objectivo.

10
tam o bem-estar? O que é que vocês devem fazer? Aplacar . EXPRESSÃO SOCIAL
os seus dilemas e oferecer conveniência Redes locais para a

8.
DEFINIÇÃO DA TERRA sem culpa. era digital
Pequenas intervenções Enquanto o TikTok permite que as pes-

9.
fazem enorme diferença MENOS SOLIDÃO soas se sintam próximas, independen-
O streaming de vídeos em Ultra HD Preparar o mundo para temente da localização geográfica, a
gera mais de oito vezes mais emissões do a ligação humana aplicação gémea chinesa Douyin fez o
que a Definição Padrão. E nos pequenos “Sente-se aqui se não se importa que al- oposto, ajudando os utilizadores a liga-
ecrãs dos smartphones, é um exagero. É guém pare para dizer olá!” É este o con- rem-se a pessoas próximas. Ao abanarem
por isso que EARTHDAY.ORG está a pe- vite – em polaco, hebraico e inglês – para o telefone, os utilizadores podem encon-
dir que a Definição Padrão seja renomea- se relacionarem com estranhos nos no- trar outros na mesma cidade e adicioná-
da Definição da Terra e a pedir às plata- vos bancos do parque de Cracóvia, co- -los à sua lista de amigos. Uma funciona-
formas de vídeo que acrescentem a DT nhecidos localmente como Gaduławka. lidade que o Douyin copiou do seu rival
como uma opção fácil para um tempo de Os bancos para conversas aleatórias fo- WeChat, diga-se de passagem...
visualização de ecrã sustentável. ram levados para a Polónia por Krzysiek Os consumidores desejam novas ex-
Quase um terço (32%) dos consumi- Sabuda, especialista em marketing da periências e ligações. E isso não significa
dores a nível mundial afirma que a falta Fulco System, que produz mobiliário de (necessariamente) aventuras internacio-
de opções é o principal factor para não exterior e patrocina a iniciativa. nais. Os consumidores mais locais do
fazer compras de forma sustentável. As Um terço dos adultos do mundo re- futuro vão querer ligar-se aos que estão
pessoas podem querer melhorar os seus latou sentir-se só em 2021, chegando a por perto, mas com a segurança de uma
hábitos de consumo – ambiental, social, 50% em certas regiões. Com a solidão li- interface digital.
ou outro – mas não se pode ser o que não
se consegue ver.
É aí que vocês entram. Descubram
qual é a “Definição da Terra” da vossa
oferta ao consumidor e tragam-na para
o mercado antes que outra pessoa o
faça. Comecem por enfrentar as partes
menos éticas da vossa CX. Mais tarde
irão agradecer-nos.

A EMERGÊNCIA DE UMA
CONVENIÊNCIA CONSCIENTE

A pandemia colocou a transformação


digital em frenesim. E embora os receios
de segurança tenham impulsionado o
comércio electrónico e a entrega a pedi-
do, a conveniência que oferecem pode
transformar uma mudança a curto pra-
zo num legado pandémico. Embora os Fulco System
consumidores estejam interessados em
42
TEMA DE CAPA Perspectivas

Aviso: esta oportunidade não é ape-


nas para os gigantes da tecnologia. Po-
dem aproveitar a vossa lista de redes so-
ciais, aplicações ou email para criarem
novas ligações, próximas de casa?

11.
AJUDAR O PÚBLICO
A AJUDAR OS OUTROS
Para pessoas com pouca
visão, estar num novo ambiente urbano
pode ser um desafio. A Travel Hands em-
parelha-os com um voluntário nas proxi-
midades para caminharem juntos até um
destino. A funcionar como centro de cha-
madas, a Travel Hands lançará em breve
uma aplicação baseada na localização.
Algumas das inovações mais ambi-
ciosas de 2020/21 foram as que apoiam e
protegem os cidadãos mais vulneráveis.
Em 2022, espera-se que esta mudança
positiva progrida, com os consumidores
que se orientam por valores a procura-
rem marcas empáticas que facilitam liga-
ções sem atritos a vizinhos necessitados.
O simples acto de pedir e oferecer
ajuda pode criar laços significativos, se-
jam eles temporários ou mais permanen-
tes. A ajuda pode assumir muitas formas
– desde a partilha de conhecimentos téc-
nicos a uma simples conversa de circuns-
tância. Como é que vocês podem facilitar
a ajuda dos cidadãos?

12.
DIVERSÃO “FIGITAL”
Vamos lá começar
a festa (virtual)
Outubro de 2021 viu o Electric Daisy
Carnival trazer o seu festival EDM para
a plataforma de jogos Roblox. Alojado
num espaço apelidado World Party, a
experiência imersiva coincidiu com a
sua homóloga física em Las Vegas. Além
de mais de 50 concertos ao vivo – artis-
tas entraram no Roblox para encontros e
cumprimentos – os participantes virtuais
puderam fazer batalhas de dança com
amigos, ganhar produtos tangíveis e vir-
tuais, e construir casas no Camp EDC.
Plataformas como o Roblox e o Fort-
nite tornaram-se balões de oxigénio
sociais para consumidores de diferen-
tes demografias. Mais do que jogos, são
espaços para habitar com amigos – as
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 43

primeiras manifestações do metaverso


de amanhã. Como aproveitar isto? Mo-
dificar novos espaços virtuais a partir do
zero não sai barato. Porque não se jun-
tam a uma marca mais estabelecida e se
apresentam gentilmente aos jogadores
com produtos digitais ou artigos para
festas patrocinados?

13.
LIGAR E APRENDER
Envolver a educa-
ção entre pares
Através de aulas online ao vivo, o Get-
SetUp encoraja os adultos mais velhos
a ligarem-se e a envolverem-se com os
seus pares. A plataforma foi concebida
para facilitar a qualquer pessoa ensinar
ou juntar-se a uma pequena turma, in-
teragindo enquanto cozinha, dança ou
aprende a tocar guitarra. Lançado na
Índia, o GetSetUp é agora utilizado por
mais de quatro milhões de pessoas em
mais de 160 países.
A pandemia deu origem a uma nova
onda de convertidos digitais (mais ve-
lhos), muitos dos quais estão interessados
em procurar a sua tribo virtual. Tendo
reconhecido os seus benefícios para a
saúde mental, todos, de governos locais
a prestadores de cuidados de saúde, têm
colaborado com o GetSet­Up.
Os consumidores que escaparam à
vossa métrica de envolvimento online
estão agora curiosos. Provem que a inter-
net pode ser uma força positiva, ligando-
-os a iniciativas interactivas de aprendi-
zagem entre pares.

ENCONTRAR LIGAÇÕES RELEVANTES


NUM MUNDO SOLITÁRIO

As tecnologias e plataformas de encon-


tros digitais continuam a remodelar a
forma como nos ligamos. Ainda assim,
cada vez mais pessoas sentem-se solitá-
rias e isoladas. Mesmo antes dos confi-
namentos da Covid-19, a solidão e a an-
siedade social estavam a aumentar, em
parte devido a um aumento na utilização
das redes sociais e a um declínio nas in-
teracções offline.
A pandemia exacerbou os nossos es-
tilos de vida digitais e redefiniu noções
44
TEMA DE CAPA Perspectivas

LEGO

16.
sobre indicadores tradicionais de suces- o seu potencial de aprendizagem. Con- PERSPECTIVAS
so – um lar, uma família, um emprego seguem chamar a atenção das pessoas DA JUVENTUDE
estável. À medida que os consumidores com uma colaboração interprofissional Um novo ângulo
navegam num futuro incerto, forjar li- que proporcione emoções inesperadas e Demonstrando que mesmo os locais
gações significativas online e na vida real que estimule novas competências? mais mundanos podem fomentar uma
tornar-se-á mais importante. O que pode sensação de diversão, a LEGO construiu

15.
a vossa marca oferecer? Criar oportuni- DIVERTISÃO uma Lavandaria de Sonhos no leste de
dades para as pessoas promoverem liga- Transformar Londres. Com entrada gratuita, o inte-
ções que sejam genuínas e relevantes. coisas melhor ractivo espaço lúdico foi concebido pela
Com os transportes públicos a caírem artista Yinka Ilori, usando mais de 200

14.
EMOÇÕES E em desuso num Japão na era da pande- mil peças de LEGO. Máquinas de venda
COMPETÊNCIAS mia, a Shinki Bus Co., Ltd, está a repen- automática davam brinquedos em vez de
Aprender-divertir sar os seus veículos como bens imóveis sabonete, e os visitantes foram convida-
Para lançar a sua linha Hard Seltzer Li- móveis. A sua inovação? Um autocarro dos a (re)construir uma parede gigante.
monada, a Corona associou-se à apli- convertido numa sauna a lenha: o Sa- Os consumidores estão em movi-
cação de aprend i z agem de l í ng uas bus, com bancos de sauna tradicionais mento: estão a questionar o “velho nor-
Duolingo para uma máquina de venda em madeira e características de auto- mal” e a tentar descobrir o que se segue.
automática activada por voz que pedia carro como correias suspensas e botões A frivolidade pura é uma parte séria do
às pessoas para encomendarem em es- de paragem, agora premidos para largar processo, ajudando as pessoas a descon-
panhol: “Dame una Corona Hard Seltzer vapor. O serviço do Sabus deverá come- trair-se e ver o mundo com novos olhos.
Limonada, por favor.” Os que tinham çar a funcionar em Fevereiro de 2022. A maioria das crianças (85%) afirma
uma pronúncia correcta foram recom- Esqueçam o higienizador de mãos, divertir-se com ideias para melhorar o
pensados com uma lata de Limonada, os consumidores de amanhã precisam mundo, enquanto 58% gostam de apre-
enquanto os que necessitavam de prática de marcas que os ajudem a libertar algu- sentar ideias para tornar o mundo menos
receberam uma subscrição gratuita de ma pressão. Dediquem-se a proporcio- aborrecido. Convidem-nos a entrar na
um mês do Duolingo Plus. nar alívio e relaxamento e a vossa marca sala de reuniões para ajudarem a criar
As pessoas estão a voltar à era pós- pode muito bem ganhar o respeito geral. iniciativas que dêem às pessoas permis-
-pandémica com um apetite por diver- Antes de transformarem o vosso es- são para brincar.
são. Mas a diversão não tem de ser frívo- critório numa sauna, identifiquem que

17.
la. Os consumidores apreciarão marcas partes do vosso negócio beneficiariam MICROMOVIMENTOS
que proporcionem novidade e encorajem de uma mudança lúdica. Podem reciclar Dar oportunidade
o crescimento pessoal. recursos subutilizados para proporcio- de acção
A Corona × Duolingo funciona por nar um relaxamento não mitigado – uma Antes de fazer chegar a sua colecção ve-
duas razões: proporciona um elemento oferta que os consumidores de amanhã gan Co-Exist Story às lojas, a H&M pra-
de surpresa e recorda aos consumidores realmente desejam? ticamente recriou 11 peças e lançou-as
Sabemos
o que os
empresários
esperam
de nós.
Durante os tempos difíceis
que passámos, as empresas
não ficaram à espera.
Os nossos empresários puseram
mãos à obra quando foi preciso
e fizeram a sua parte.
E agora, sabemos o que esperam
de nós: soluções Caixa PRR | PT2030,
apoio à exportação e internacionalização,
financiamento sustentável e muito mais.
Saiba como podemos apoiar
a sua empresa em cgd.pt ou junto
de um gestor Caixa Empresas.

Diogo Lopes
Enólogo AdegaMãe

Caixa. Para todos e para cada um.

Caixa Geral de Depósitos, S.A.


46
TEMA DE CAPA Perspectivas

em Animal Crossing: New Horizons,


onde construiu a Ilha Looop no início
deste ano. Uma versão actualizada da
ilha é exclusivamente habitada por ani-
mais que não foram prejudicados para
fazer a Co-Exist Story, como gansos, pa-
tos e vacas, fazendo eco dos princípios
veganos do projecto.
À medida que as marcas procuram
chamar a atenção dos consumidores,
cada vez mais movidos por valores, a co-
municação é fundamental. Marcas que
simplesmente destacam questões éticas
são muito 2021. Em 2022, os consumi-
CareersCraft
dores esperam que os ajudem a desem-
penhar um papel no sentido de tornar o
mundo um lugar melhor.
Não se limitem a dizer aos consu-
midores qual é a solução, mostrem-lhes
e deixem-nos fazer parte dela. E fazer

19.
melhores escolhas não tem de ser só tra- nem o seu MO e dêem um salto criativo PORTAIS DE
balho, sem diversão. Tal como a H&M, para o desconhecido. Acreditamos que POSSIBILIDADE
tentem rodear essas mensagens sérias de pode compensar. Transportar
uma camada de diversão. pessoas para novas dimensões
FREEDONISMO, diversão como Para repensar o aconselhamento tradi-

18.
INFORMAÇÃO antídoto supremo contra o medo cional de carreiras no ensino secundá-
IMERSIVA rio, a Careers Wales acabou por lançar o
Mudar a comunicar Os consumidores pré-pandémicos en- CareersCraft – nem mais que um mundo
O Jabu’s Homecoming é uma pequena frentavam desafios diários – das alte- virtual, alojado no Mine­craft, concebido
série dramática sobre a família Mobani rações climáticas e o aumento da desi- para ajudar os estudantes a identificar os
baseada no Zimbabué, que se debate com gualdade de rendimentos até ao perigo seus pontos fortes.
a morte súbita do seu ganha-pão – um do terrorismo. Mas a Covid-19 foi uma Os utilizadores vagueiam por vários
imigrante económico na África do Sul. ameaça extra e a ansiedade global au- pontos de referência no País de Gales,
Os espectadores escrevem “olá” para um mentou para proporções épicas. completando e respondendo a uma sé-
número designado do WhatsApp, são Só que nem tudo é desgraça e tristeza rie de desafios e actividades ao longo de
adicionados ao chat de grupo da família – há também uma vontade crescente de todo o percurso. No final, são-lhes apre-
Mobani, e o drama desenrola-se num reconstruir melhor, assim como o desejo sentados os eventuais percursos de car-
fluxo de mensagens. de elevar a sociedade, e um anseio de op- reira que melhor se devem adequar às
Newsletters. Campanhas sociais. timismo e prazer. suas competências transversais.
Anúncios em banners. Bocejo. É cada Se existe um remédio poderoso con- O metaverso está repleto de oportu-
vez mais difícil conseguir atrair a aten- tra o sentimento de languidez, é a Diver- nidades – sim, para brincar, mas também
ção dos consumidores. são! A diversão pode assumir muitas for- para o desenvolvimento pessoal. À medida
No mercado ainda mais saturado de mas – uma nova abordagem lúdica para que começa a tomar forma, as marcas de-
amanhã, o truque será causar disrupção o trabalho e a educação, um desafio que vem perguntar: como será o nosso legado?
nos seus canais de comunicação de for- encoraja os consumidores a usar os seus No caso particular do CareersCraft,
mas inesperadas. Como o fornecedor de músculos criativos, ou uma actividade o que procura é entusiasmar os estudan-
seguros (para funerais) Zimnat a ence- de grupo que empurra as pessoas para tes sobre o seu futuro, elevando-os para
nar um mini-drama no WhatsApp. fora das suas zonas de conforto (da me- fora da sala de aula e para um ambiente
O Jabu’s Homecoming pode ser “ape- lhor maneira). que é interactivo.
nas” um anúncio, mas transforma um Ajudem os consumidores a desblo- Conseguem usar o metaverso para
chat do WhatsApp num teatro virtual. quear as suas tendências hedonistas e a alargar os horizontes dos consumidores
Qual dos vossos canais tem um desem- trocar um estado de preocupação por um – para lhes apresentar ideias e conceitos
penho consistentemente baixo? Abando- estado de liberdade. que normalmente não encontrariam?
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 47

20.
TU-TOPIA das pessoas no mundo da vida real? Para um tema – quer seja a situação dos re-
Construir uma Web criarem bases no metaverso de amanhã, fugiados ou o impacto dos rufias no re-
3.0 mais justa comecem a criar as bases com iniciativas creio – e apresentem uma narrativa que
Novos segmentos para o metaverso? de RV ou RA amigas da mobilidade. mostre o outro lado.
O Fabricant Studio facilita a qualquer

22.
pessoa a criação, o comércio e o uso de DISTOPIAS METAFÍSICO, ou uma internet
moda digital – sem serem necessárias DIDÁCTICAS que é evoluída
competências de design 3D. Os utiliza- O amor virtual
dores personalizam uma peça de vestuá- Como se pode transmitir o impacto de- A Covid-19 acelerou a transformação
rio, estampam-na como um NFT único e sastroso do declínio dos insectos? Situa- digital, com anos de progresso amon-
usam-na no “verso”. O vestuário também do em 2050, o Pollinator Park é uma ex- toados em meses. O que antes era incó-
pode ser vendido por $FBRC, a moeda da periência em RV que explora um futuro modo, nicho, ou mesmo inimaginável,
plataforma, com os royalties divididos sem abelhas e outros disseminadores de tornou-se subitamente normal: reuniões
igualmente entre todos os criadores. pólen. Depois de comprarem mercearias por Zoom, conferências e salas de aula
Se aprendemos alguma coisa com os num mundo sem polinizadores, os uti- online, amigos puramente digitais, com-
primeiros anos da internet, é que o poder lizadores podem repovoar o planeta. O pras online, e sim... trabalhar em casa,
precisa de ser distribuído (ou descentra- projecto foi concebido pela Iniciativa Po- ou onde quer que o portátil esteja. Em-
lizado). À medida que os consumidores linizadores da UE em colaboração com o bora possa parecer que já estamos no
entram na Web 3.0, vão olhar favoravel- “archibiotect” Vincent Callebaut. auge do digital, esperam-se possibilida-
mente para as marcas que usam a sua Fala-se muito em criar utopias no des completamente imprevistas.
influência para criar um mundo digital metaverso, mas pouco em distopias À medida que os mundos físico e di-
mais igualitário. criadas de propósito. Olhando para o gital convergem, assistimos à próxima
Podem dar poder aos consumidores, futuro, as marcas utilizarão o meta- evolução da internet. Enquanto a web de
com ferramentas e competências para verso para rectificar os comportamen- ontem foi dominada por websites e pela
criarem o metaverso de amanhã? Não tos anti-sociais, permitindo às pessoas exploração infinita das redes sociais, a
precisam de um percurso educacional (literalmente) ver o mundo a partir de próxima iteração será definida por mun-
próprio. Por que não patrocinar um já uma nova perspectiva. Por vezes é pre- dos virtuais, metaversos e realidades fi-
existente, como a Zepeto fez no Instituto ciso ser cruel para ser gentil. Escolham gitais aumentadas. Preparem-se!
Marangoni Miami?

21.
PSIQUE-E
Terapia virtual e
benefícios reais
O EndeavorRx é um videojogo de trata-
mento para crianças com PHDA, cria- Pollinator Park
do por uma equipa de neurocientistas e
criadores de jogos. Como muitos jogos,
os jogadores percorrem mundos virtuais
épicos – completando desafios à medida
que vão avançando – mas o EndeavorRx
foi especificamente concebido para me-
lhorar a função de atenção. Está disponí-
vel por receita médica nos EUA.
Nos últimos anos, os efeitos de tec-
nologias imersivas que alteram a percep-
ção, como a RV, têm sido utilizados para
tratar tudo, da ansiedade ligeira à de-
mência em fase tardia. À medida que nos
aproximamos do metaverso, esperamos
que estes conceitos iniciais se tornem so-
luções médicas estabelecidas.
Como marca, podem dar ferramen-
tas virtuais que facilitem a existência
48
TEMA DE CAPA Tendências para 2022

Viveram felizes

PARA SEMPRE Texto


INÊS VELOSO

Marketing and
Communications
director, da Randstad


E
ra uma vez...” Esta é a grande likes, sessões, tempo de duração na pági-
tendência do marketing para na, referalls… Tudo se conta e tudo conta
2022. Histórias em que as le- para avaliar o sucesso. O que não se con-
tras se transformam em sons, ta fica de fora e não é marketing é outra
memes, vídeos ou realidade coisa qualquer.
aumentada. Conteúdos que Em 2022, a tecnologia vai dar um a proximidade física vai continuar a fazer
passam de superproduções boost à criatividade dos marketeers, vai a diferença, mesmo que seja com distan-
para a vida real, com directos deixar alguns loucos pela exigência do ciamento social. Em 2022, a experiência
e falsos directos e com nomes always on, pela pressão de serem os pri- de loja vai ser reinventada e os meios tra-
exigindo ainda mais investimento, mais meiros, por conseguirem chamar a aten- dicionais vão andar de mãos dadas com
“shots” de conteúdos para conseguir che- ção e nenhuma plataforma parece sen- a estratégia digital, garantindo a sua so-
gar a mais pessoas, de forma personaliza- tir-se abandonada: Tik Tok, Telegram, brevivência e demonstrando a sua rele-
da, próxima e real. Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTu- vância. Porque por vezes é bom desligar,
Para cada história um argumento be, LinkedIn… Do lado do consumidor, porque um postal impacta mais do que
trabalhado à palavra, garantindo rankin- o poder. O poder de ficar ou de fazer swi- um email e porque a caixa mágica ou o
gs de performance. Nada é dito ou escrito pe aos conteúdos. O poder de escolher, a papel continuam a viver nas nossas casas.
ao acaso, a autenticidade é planeada e fei- liberdade de mudar. Para os marketeers Nas tendências de um novo ano ve-
ta à medida das personas e da jornada do fica a gestão da experiência, desde o pri- mos ainda o papel dos colaboradores,
consumidor, o verdadeiro protagonista meiro olhar até ao fim, que nunca se quer que finalmente entram pela porta do
da estratégia de marketing. A exigência que chegue. Com estratégias contínuas marketing, reconhecendo o seu poder de
de conteúdos é tão elevada que a tenta- para saber se estão a gostar, se mante- advocacy. No mundo do “era uma vez”,
ção para os influenciadores vai aumentar, mos a relação, se querem comprar mais, o difícil vai ser a gestão de budget (nada
não porque seja uma garantia de sucesso, se nos recomendam… Uma insegurança novo), ou melhor dizendo, o desafio vai
mas porque são cada vez mais profissio- que se procura reduzir com a implemen- ser o ter budget para que se equilibre o
nais, há mais mercado e parece ser uma tação de estratégias que transformem a investimento em marca e em produto, em
boa solução a curto prazo. experiência numa história de amor. engagement e em conversão, sem que se
O sucesso não está no “ficaram felizes Tal como num romance, não vale fa- tenha de escolher, porque o sucesso de
para sempre”, mas nos números que ava- zer sempre o mesmo, é preciso surpreen- qualquer estratégia de marketing está
liam o retorno: partilhas, engagement, der. O digital não matou o tradicional, e sempre na combinação dos dois.
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 49

De “água com
açúcar” está...

O MUNDO CHEIO... Texto


JOÃO EPIFÂNIO

A
Chief Sales
Officer B2C
da Altice

s alterações de hábitos que manter-se-á em 2022 e continuará a im-


se impuseram durante o pe- pulsionar o triunfo do digital, como uma
ríodo pandémico vieram das mais fortes tendências no marketing,
acelerar tendências que já se onde a tecnologia desempenha um papel
faziam sentir há alguns crucial na entrega da mensagem preten-
anos, nomeadamente na dida, ao consumidor alvo, no momento
evolução muito positiva da em que esta é relevante e em tempo real.
literacia digital, na dinami- A permanência durante maior perío-
zação do comércio elec- do de tempo das famílias em casa acele-
trónico em Portugal a um ritmo difícil rou ainda mais a transição para o con-
de imaginar antes do surgimento da sumo de TV não linear e de streaming contexto e momento específico, entre
pandemia. Os hábitos de compra online de conteúdos nas mais diversas plata- outros disponiveis.
e consumo em mobile registaram um formas, como são exemplo as Gravações A realidade é que o consumidor se
crescimento verdadeiramente assinalá- Automáticas (disponibilizadas pelos vá- transformou numa espécie “mutante”,
vel, com crescente prevalência e relevân- rios operadores de pay-TV) e as platafor- que consome conteúdos em múltiplas
cia no quotidiano dos consumidores. mas de streaming (Netflix, HBO, Ama- plataformas e devices de forma indife-
O mercado publicitário, se isolarmos zon, entre outros), trazendo renovados renciada, o que aumenta a complexidade
os meios dominantes – TV e Digital –, desafios às marcas e aos anunciantes que do desafio para marcas e meios.
em termos de investimento divide-se têm de procurar novas formas de chegar A criatividade e a inovação são as
sensivelmente em 50%/50% (os núme- aos consumidores. ferramentas que nos permitem acompa-
ros em valor absoluto divergem, mas em O PLAYCE em Portugal (https:// nhar a evolução dos hábitos de consumo
valor relativo não), no entanto o investi- www.playce.pt) disponibiliza este po- e comportamentos das pessoas.
mento publicitário em TV tem tendência tencial de “targetização”, sendo um for- Steve Jobs, de forma assertiva quan-
a erodir enquanto o digital cresce a um mato de elevada visibilidade e impacto, do tentava convencer John Sculley, CEO
ritmo de dois dígitos. integrando o ecrã da TV no portefólio de da Pepsi Co., a assumir a Apple disse-
A compra de publicidade programá- ferramentas de publicidade endereçada, -lhe: «Você quer passar o resto da vida
tica, segmentada por perfis de utilização de acordo com os objectivos definidos, a vender água com açúcar, ou quer ter
e contexto, amplamente disponíveis no sob múltiplos critérios, sejam eles geo- uma hipótese de mudar o mundo?»...
ecossistema digital (entenda-se de web), gráficos, etários, poder de compra, em Agora é consigo...
50
TEMA DE CAPA Tendências para 2022

Amplificar a

VENDA ONLINE Texto


JORGE AGUIAR

C
Director de Marketing
e Comunicação da
Mercedes-Benz Portugal
om o desenvolvimento posi- A Mercedes-Benz, em Portugal, irá
tivo em torno da pandemia, focar a sua actuação na consolidação da
em Portugal, é de esperar marca Mercedes-EQ, com a introdução
que 2022 surja como o ano de novos modelos 100% eléctricos. A ten-
da transição para uma dência será fazer a transição para a neu-
maior normalidade social e tralidade carbónica através dos modelos
profissional. No entanto, Plug-In e 100% eléctricos, que já hoje re-
este será mais um ano de presentam cerca de 40% do portefólio da
reorganizações nas empre- marca em Portugal.
sas e respectivos negócios, de modo a fa- Esta viagem em torno da sustenta-
zer face a todo um novo mundo que sur- bilidade das marcas em geral será ainda
girá pós-pandemia. mais forte no mercado automóvel, mas
2022 continuará a ser um ano de falta naturalmente que todas as marcas já es-
de capacidade de produção em variadís- tão ou irão reforçar investimentos nesta
simas indústrias (em especial na indús- área da transformação para um mundo Para terminar, a forma como as em-
tria automóvel, onde os ‘’microships’’ mais limpo. presas se irão organizar em torno do
continuarão a rarear, levando a uma in- É uma obrigatoriedade, mas, mais teletrabalho é ainda uma incógnita, se
capacidade de produzir os automóveis do que isso, é já um novo “mindset” das por um lado há uma pressão para o te-
que o mercado procura). Esta incapa- populações em geral, em toda a Europa, letrabalho continuar gerando enormes
cidade produtiva levará a que a procura e em particular dos que são chamados vantagens, há também muitas dúvidas e
mundial de determinados bens continue “novos consumidores”. desvantagens e esse equilíbrio terá de ser
acima da possibilidade da oferta, com A tendência verificada em 2021 para encontrado. No entanto, é clara a tendên-
consequente incremento de custos/pre- se vender online será amplificada por to- cia de manter, no futuro, por um ou dois
ços, que levarão a um aumento da infla- das as marcas em geral, e no mercado au- ou três dias, os colaboradores a desenvol-
ção generalizada (bens essenciais, trans- tomóvel, em particular, será ainda mais ver o trabalho a partir de casa, ficando o
portes, hardware, automóveis…). reforçada, permitindo ao potencial clien- escritório como um ponto de reencontro
As grandes marcas irão (e com uma te, sem sair de casa, adquirir o seu novo e de partilha de ideias de trabalho em
menor capacidade de entrega de bens) automóvel, marcar um test-drive online equipa. Este será certamente um dos te-
focar toda a sua actuação em reforçar e receber uma proposta online. Esta será mas mais interessantes de se analisar nos
a Imagem da Marca em detrimento de naturalmente uma tendência que veio próximos meses e anos e construir novos
campanhas ou mensagens mais tácticas para ficar e todas as indústrias irão refor- modelos de gestão de Recursos Humanos
de “forcing” de vendas. çar as suas plataformas de e-Commerce. nas organizações.
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 51

Grandes tendências
que vão

MARCAR 2022 Texto


RUI MIGUEL NABEIRO

O
CEO do Grupo
Nabeiro-Delta
Cafés
contexto actual tem obriga- É esta aproximação efectiva e intensa que
do as marcas a adaptarem- irá construir as pontes da confiança entre
-se muito rapidamente às pessoas e marcas.
alterações dos consumido-
res e aos efeitos económicos 2. LOCAL É O NOVO GLOBAL
e sociais recentes. Nesse Nada de novo, mas intensificado. “Pensar
sentido, destaco quatro ei- global e actuar local” e o foco nas comu-
xos que considero merecer nidades torna-se mais relevante. A cons-
a nossa atenção este ano: trução de pontes relacionais e emocionais
entre marcas e consumidores é crucial, e
1. HUMANIZAÇÃO DAS MARCAS a proximidade é chave, seja física, através Se juntarmos a isto os efeitos em ter-
A humanização da comunicação das mar- de experiência de marca e produtos, ou mos de saúde mental que uma crise eco-
cas, a afirmação dos seus valores e propó- digital, activando conteúdos que tenham nómica acarreta, teremos uma aceleração
sito, tem sido um fenómeno crescente. relevância nas comunidades. Por outro tremenda dos negócios que contribuam
Sendo que será alvo de maior escrutínio: lado, a consistência ao longo do tempo. O para o bem-estar físico e emocional. Isto,
em situações de crise as pessoas tendem novo consumidor não é receptivo a posi- a par do protagonismo que a saúde men-
a rever o seu sistema de crenças e de va- cionamentos tácticos, fruto de estratégias tal tem representado no contexto organi-
lores e apenas as marcas que, de facto, se de marketing temporárias. Marcas com zacional, com as empresas preocupadas
comportem de acordo com os valores que carácter, cujas acções reflictam os seus em dar as condições e ferramentas aos
comunicam serão reconhecidas. valores corporativos e que superem o seus colaboradores.
O comportamento dos consumido- próprio discurso, irão perdurar.
res está a mudar. Gerações com forte 4. TECNOLOGIA
interacção social digital, preocupações 3. SAÚDE MENTAL, DESAFIOS Se o e-Commerce atingiu valores recordes
emergentes ao nível ambiental e equida- Angústia e ansiedade são a nova pande- na pandemia, brevemente assistiremos ao
de social são mais dominantes e globais. mia. O possível optimismo que se possa uso massificado da inteligência artificial e
E é neste contexto que os novos consu- sentir não faz face às fake-news, para as de avanços na área da robótica, tornando
midores procuram marcas verdadeiras e quais ainda não há sensibilidade nem o e-Commerce no centro de novas formas
genuínas, com discursos e acções consis- instrumentos suficientes para serem mi- de fazer negócio. A procura de interacções
tentes, e que contribuam para aquilo que nimizadas, sobretudo num contexto de sem contacto físico, mas com toque hu-
são os grandes desafios das comunidades. medo, incerteza e angústia. mano, veio para ficar.
52
TEMA DE CAPA Tendências para 2022

UMA SUSTENTÁVEL

LONGEVIDADE Texto
SÉRGIO CARVALHO

2
Director de Marketing
da Fidelidade

022 chega envolto em ex- mecanismos para, por um lado, informar


pectativa, esperança, mas e até “educar”, mas também para conse-
certamente em muitos de- guir desenvolver um conjunto de solu-
safios, nacionais e globais. ções simples que apresentem respostas
Após dois anos marcados para uma sustentável longevidade, quer
pela pandemia, as incerte- em termos de qualidade de uma vida que
zas ainda nos convidam a se prevê longa, mas também em termos
alguma contenção, mas os económicos e financeiros.
cenários apontam para um Pensar o futuro tem de ser um tema
crescimento económico, embora este ve- presente e é imperativo começar a incutir
nha acompanhado pela perspectiva do na população a importância da saúde, fí-
aumento das taxas de juro, o que poderá sica e mental, e da adopção constante de
comprometer a capacidade de empresas um estilo de vida saudável que permita
e famílias recuperarem a sua estabilida- viver mais anos com dignidade e quali-
de económica. dade de vida. nologia e analytics, caso contrário não
De qualquer modo, há tendências Não menos relevante é a necessida- terão a eficácia necessária.
visíveis e que nos exigem actuação ime- de de consciencializar as pessoas para a É imperativo um conhecimento pre-
diata, não apenas para preparar os 300 e importância de poupar e investir, com ciso dos clientes, das suas jornadas, dos
muitos dias que temos pela frente, mas os soluções atractivas e simples de utilizar. seus interesses e motivações. E isso re-
próximos anos. Não se trata apenas de apresentar os tra- quer o uso de Big Data e Inteligência Ar-
Com o índice de longevidade a alcan- dicionais complementos de reforma que tificial. Esta veio para ficar e temos que
çar recordes numa sociedade ocidental durante anos constituíram um bom re- usá-la de forma muito responsável, mas
que não está preparada, a nível de gestão forço deste rendimento que a maioria ti- tendo presente que é uma realidade e já
de política social, para dar resposta a este nha como certo. Temos de evoluir e con- não uma tendência.
exponencial aumento e a uma popula- seguir pensar além disto. Criar hábitos Acima disto, o propósito da comu-
ção que será muito mais exigente, não de poupança e aprender a gerir o nosso nicação deve reflectir o leitmotiv global,
apenas nos recursos sociais que pode- dinheiro de forma eficaz deve ser uma pelo que certamente sustentabilidade e
rá consumir após o final da vida activa preocupação de todos desde cedo. longevidade marcarão o posicionamento
profissional, mas também em termos de Em relação a marketing trends, 2022 das marcas, assim saibamos fazê-lo com
saúde e cuidados, cumpre a todos, mas será um ano de conteúdos que terão verdade e responsabilidade para que as
muito a nós, seguradoras, enquanto pi- de provar a sua relevância contextual e nossas palavras correspondam de facto à
lares de uma sociedade sustentável, criar oportunidade e, para isso, casar com tec- forma como actuamos.
54
CASOS Retalho

do
SPORT ZONE
QUER SER
LOJA-DESTINO

des-
porto
P
ratica alguma actividade fí-
Desde 2019 que a Sport Zone está sica? Faz caminhadas? Ou
a mudar. E não é só o layout das gosta de usar roupa confor-
lojas, como a própria oferta e a tável em casa? Então talvez
faça parte do target de
forma de comunicar. Para chegar clientes da Sport Zone. E,
a outros consumidores, que não então, talvez também já te-
nha percebido que a marca
o atleta profissional está a investir na remodela-
ção de todo o seu parque de lojas, que tem vindo a investir onli-
ne e a trabalhar a proximidade nas suas campanhas. Tudo isto
porquê? Porque se quer afirmar «como principal loja de destino
– física ou online – para quem quer ter actividade física ou pra-
ticar desporto». De resto, é mesmo Jorge Simões, head of
Texto Marketing and e-Commerce da Sport Zone, quem o confirma e
M.ª JOÃO que garante mesmo que não faltará muito para lá chegar.
VIEIRA PINTO Ora o que a Sport Zone – uma das maiores empresas de re-
talho desportivo em Portugal, que faz parte do grupo ibérico
ISRG, composto pela Sport Zone, JD Sports e Sprinter – perce-
Fotografia beu foi que para crescer tinha que se diferenciar. Sendo que essa
PAULO diferenciação se faria na sua maior zona de conforto: traduzin-
ALEXANDRINO do, deixando cair a oferta para atletas de nível superior – em
qualquer tipo de desporto – e investindo em produtos e porte-
fólio para quem quer praticar uma actividade física ou iniciar-se
em qualquer desporto. «Por exemplo, deixámos de ter 25 mode-
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 55

Jorge Simões, head of


Marketing and e-Commerce
da Sport Zone
56
CASOS Retalho

los de bicicletas e passámos a ter cinco, sendo que os que abdicá- A operação está a correr bem, comprámos a Deporvillage
mos foram os de estrada, de competição e elevado valor, que são em Espanha, e estamos com uma operação na Holanda…
procurados por outro tipo de praticantes», exemplifica.
Este é um trabalho que tem vindo a acontecer desde 2019 O trabalho em Portugal está alinhado com os restan-
e que, segundo Jorge Simões, está no «bom caminho». Mesmo tes mercados?
sem partilhar números e índices de vendas, diz que o cresci- Trabalhamos a nível europeu. Temos um escritório no Porto e
mento anual continua a ser uma realidade e que a ambição é um outro em Alicante, que trabalham os três mercados, mas te-
que «a marca seja o destino de todos os que praticam desporto». mos uma regionalização necessária que é implementada pelas
equipas locais. Tentamos ter sinergias e rentabilidades, como
A Sport Zone é uma das maiores empresas de retalho numa sessão fotográfica.
desportivo em Portugal, e já declarou querer ser o
maior retalhista de desporto online do País. Como tem Entretanto, também lançaram as Sport Zone Tips. O
evoluído a marca e quais os trabalhos a este nível? digital é de facto determinante?
Acima de tudo, queremos afirmar-nos como a principal loja de Todos nós estamos cada vez mais digitais e, isso, reflecte-se no
destino – física ou online – para quem quer ter actividade física consumo e está para ficar cada vez mais. As Tips foram uma
ou praticar desporto. E acreditamos que estamos quase a ser. consequência natural do trabalho da equipa em pensar o que é
Actividade física é algo que qualquer um pode fazer, e é nis- que poderíamos fazer para ajudar alguém que quer começar a
to que estamos apostados. O marketplace apareceu por isso, a fazer desporto. Começámos no primeiro confinamento e a ideia
nossa evolução de marca nos últimos três anos – de tentar falar é ajudar, aconselhar, e a melhor forma de o fazer é em vídeo.
e chegar a outras pessoas – tem tudo que ver com isso: apontar a
consumidores que acreditamos existirem e que no seu dia que- A Sport Zone trabalha há anos com alguns embaixado-
rem encaixar algum desporto. Por isso, tivemos que alterar algu- res. Vai manter?
mas coisas, como a própria gama de loja, que passou a ter menos Olhamos para os embaixadores como forma de chegar a alguns
produtos mais especializados para quem faz desporto de forma targets com que queríamos conversar. Têm que encaixar na for-
mais intensa ou profissional. ma como entendemos o desporto e na capacidade de manter re-
lações duradouras, com quem conseguimos construir histórias e
Como é que foi essa gestão? entre ela e o seu target, como é o caso de Cláudia Borges, Fran-
Fomos perceber o que é que as pessoas pesquisavam e o que é cisca Pereira, Miss Fit, Beatriz Silva… Temos que ter o cuidado
que procuravam, tanto na loja física como no online, e fomos de escolher pessoas que olham para o desporto e para a activida-
abdicando de algumas referências. Por exemplo, deixámos de de física como nós.
ter 25 modelos de bicicletas e passámos a ter cinco, sendo que
os que abdicámos foram os de estrada, de competição e elevado Como é que o consumidor português percepciona
valor, que são procurados por outro tipo de praticantes… hoje a marca?
O atleta olhará para a Sport Zone com alguma tristeza, porque
Esse trabalho de mapeamento de escolha de portefó- deixámos de ser o seu destino de heavy user. Quem está a ini-
lio e definição de perfis de clientes começou… ciar a prática desportiva sentir-se-á mais identificado e quem
Em finais de 2018, mas não está completo, porque nunca está. tem um estilo de vida mais desportivo também nos considera
O padel, por exemplo, continua numa curva de crescimento em loja de destino – para a sua prática e para o dia-a-dia.
Portugal e estamos muito atentos para tentar perceber qual é o Neste momento há dois olhares.
comportamento do consumidor.
Foi uma forma de se afastarem de outros players?
Perante esta mudança, quem são os vossos clientes? Se estivermos a falar de concorrentes com marcas próprias, a
São desportistas, alguém que faz desporto três-quatro vezes por nossa diferenciação faz-se com as marcas internacionais que
semana, são jovens famílias que mantêm a prática regular, jovens os outros não têm. Se forem concorrentes directos que também
com algum poder de compra e residentes nos centros urbanos. têm marcas internacionais, mas com propostas mais casual, nós
também somos diferentes porque investimos na prática do des-
A estratégia de readaptação de portefólio e mudança porto. O nosso espaço está bem definido.
de lojas como é que se repercutiu nas vendas?
Não podendo partilhar valor de vendas, os últimos três anos No que diz respeito às lojas físicas, e depois das mu-
têm sido positivos. danças de layout e organização de produto, está pre-
Desde 2018 que estamos sempre em crescimento. Na pan- vista alguma abertura?
demia, o digital teve um papel importante, e quando as lojas Para já, não. Desde 2019 que temos vindo a fazer uma série de
começaram a abrir, o digital baixou, mas não desceu aos níveis remodelações de lojas, umas 50, e investimos também em algu-
onde estava. ma tecnologia. Abrimos uma loja nova em Aveiro, temos 10 re-
58
CASOS Retalho

modelações previstas para este ano, mas não fazemos planos a tra na loja quer, por exemplo, uns leggings e é-lhe indiferente se
mais de três-quatro meses. são de running ou fitness. O que quer é encontrar facilmente a
oferta e ser-lhe simples decidir. E isto fez-nos olhar para as lojas
O investimento mantém-se nos centros comerciais! e a dividi-las entre Homem, Mulher e Criança.
É uma característica dos portugueses, é aí que compram. Em Agora, temos sempre o cuidado, em qualquer tipo de comu-
Espanha é o oposto. nicação que fazemos, de não deixar ninguém de fora.
Nos Açores abrimos uma loja de rua, mas em regime de
franchising e porque aí não há grandes centros comerciais. Têm apostado em lançamentos especiais, como a co-
lecção Wonder Woman. É relevante para as vendas?
A marca tem como principais mensagens motivar os Em termos de vendas não, porque são quantidades pequenas.
portugueses a uma vida mais activa. Mas não é isto Mas em termos de identificação com o nosso público, sim. São
que os outros players também partilham? Houve al- licenças que conseguimos a nível europeu e que nos ajudam a
gum ajuste? passar mensagens de diversidade, de inclusão, de capacidade. A
Sim, de coisas simples. O facto de tratarmos o cliente por “tu”, da Wonder Woman, foi impressionante a diversidade de pessoas
que é algo que tem que ver com proximidade, mantivemos. Mas que a procuraram. Tentamos humanizar mais a comunicação.
tentámos trazer uma linguagem ainda mais próxima e abrangen-
te. Por isso utilizamos expressões como “actividade desportiva” Com alinhamento europeu?
ou “movimento”, que tem que ver com a nossa tentativa de chegar Sim, mas customizado ao nosso mercado.
a pessoas que não se consideram atletas. Mesmo nos scripts dos
Tips tivemos o cuidado em incluir uma série de expressões, para Para este ano, há objectivos claros!
que quem seja principiante perceba que temos espaço para elas. Que a marca seja o destino de todos os que praticam desporto.
Foi a grande mudança de comunicação que tivemos! Quando alguém pensar em fazer uma actividade, tenha o estí-
Pelo meio, arrumámos as lojas de outra forma. Era por des- mulo de ir à Sport Zone porque sabe que lá vai encontrar o que
porto e agora é por género – é uma grande mudança. Quem en- precisa.É um caminho que vamos continuar a fazer!
60
CASOS Cosmética natural

COM O
ALENTEJO

na
pele
Texto

FILIPA
ALMEIDA

ID Velit e Âmbar têm em comum


as raízes alentejanas e a
vontade de cuidar da pele a
partir de ingredientes naturais.
Partilham também a convicção
de que a colaboração é a chave
para crescer, seja ao lado do SL
Benfica ou da Adega Mayor
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 61

U
m cabaz de produtos alente-
janos poderá ter azeite vir-
gem extra, enchidos de por-
co preto, vinho de casta
Trincadeira, pão de trigo
e… cremes para o rosto. As
planícies da região estão a
inspirar a criação de marcas
de cosmética natural, assen-
tes em ingredientes que permitem adaptar uma das principais
tendências no mundo gastronómico: em vez de “do prado para o
prato”, estamos perante o conceito “do prado para o frasco”.
É o caso da ID Velit, que se apresenta como uma marca
100% alentejana, nascida e criada em Montemor-o-Novo, e
que, sempre que possível, investe na utilização de matérias-
-primas regionais para dar vida aos produtos de rosto (como
é o caso do bálsamo labial e creme), barba (sabão, aftershave
e óleo), cabelo (champô e condicionador) ou corpo (creme de
mãos e sabão). No total, são cerca de 10 as referências que com-
põem o portefólio, que está muito próximo de ser totalmente
vegan. Porém, alguns ingredientes – como o mel do Alentejo,
que faz parte do sabão de barbear, ou a cera de abelha, presente
no bálsamo labial – impedem que conquiste este título. Ainda
assim, Anabela Jorge, a fundadora, garante que nenhum dos
ingredientes é prejudicial para os animais e que os produtos
não são testados nos mesmos.
Em termos ecológicos, a ID Velit demonstra a sua preocupa-
ção com o futuro do planeta através de frascos de plástico PET
reciclado, latas de alumínio e da elaboração de formulações e
embalagens que «não irão provocar danos ambientais graves,
como desflorestações, tal como acontece com o óleo de palma»,
segundo a fundadora da marca.
Para já, o principal ponto de venda da marca é a sua própria
loja online, mas também é possível encontrar os artigos da ID
Velit no marketplace KuantoKusta. O próximo passo será abrir
a porta das lojas de produtos naturais, barbeiros e outros esta-
belecimentos comerciais, com os quais possa fazer sentido esta-
belecer uma parceria, aumentando a presença física da insígnia,
tanto a nível regional como nacional.
Foi no âmbito desta estratégia de colaboração, aliás, que sur-
giu um dos grandes trunfos da ID Velit em termos de visibilida-
de: uma linha especial com a chancela do Sport Lisboa e Benfica
(SLB), que também está à venda nas lojas do clube. «Acredita-
mos que, neste mercado globalizado e muito veloz, somos mais
fortes se não estivermos sozinhos. Sendo o SLB uma das maiores
marcas nacionais, pensámos que seria um bom aliado», conta
Anabela Jorge, explicando que é a primeira parceria do género e
que, neste momento, a preocupação é cimentar e fortalecer os la-
ços que unem as duas partes. A responsável não exclui, contudo,
outras possibilidades que possam ajudar a alavancar a marca e o
negócio, fazendo-a chegar até mais pessoas.
O público masculino e consumidores preocupados com
o meio ambiente são os principais focos da ID Velit e é nesse
62
CASOS Cosmética natural

sentido que está a delinear a estratégia de comunicação: «A ID mos deste conceito a ideia da própria autopreservação da pele,
Velit distingue-se no seu público-alvo. Os produtos são para dando-lhe as ferramentas necessárias para que ela o possa fazer.
homens e mulheres, embora a identificação da baixa produção Como se os nossos produtos fossem apenas uma ajuda para a
nacional de produtos masculinos tenha influenciado a decisão pele se equilibrar e preservar ela própria», acrescenta.
de ter mais produtos destinados a este género.» Tudo acontece a partir de Cabrela, uma vila alentejana com
A ID Velit existe desde Dezembro de 2019, depois de um cerca de 400 habitantes, que serve de palco ao culminar de uma
longo processo que teve início no centro de emprego. antiga amizade entre a designer de produto Telma e a licenciada
Durante muitos anos, Anabela Jorge trabalhou na área de em Farmácia Vanessa. Depois de mais de 20 anos de histórias
inspecção de gás, mas a crise fez com que ficasse desempregada em comum, embarcaram numa aventura que materializa a von-
e empurrou-a para várias formações, nomeadamente na área tade mútua de criar para as pessoas e de lhes proporcionar pro-
da cosmética. O gosto foi crescendo e, embora tenha tido ou- dutos de que precisam de facto. E que lhes façam bem.
tras experiências profissionais pelo meio, aos 52 anos, a von- As primeiras experiências aconteceram pelas mãos de
tade de mudar de vida em direcção à cosmética natural falou Telma, que tinha, na altura, uma pele hiper-reactiva e que,
mais alto. por isso, não parecia ser compatível com os produtos dispo-
O nome escolhido vem do latim e significa “bem parecer” níveis nas prateleiras. Daí até ser criado um negócio bastou o
ou “bem parecido”, a escolha ideal para um negócio que tem empurrão de Vanessa, que tinha o conhecimento científico do
como ambição ajudar a cuidar do corpo e da pele. seu lado e que ajudou a colocar de pé a Âmbar, que foi lançada
oficialmente no final de Outubro do ano passado, ao lado da
PRESERVAR A PELE Cooperativa Integral Minga, que apoia negócios que se pautem
pela sustentabilidade económica e regeneração ambiental.
O Alentejo e a cosmética natural são também os pilares da Âm- As responsáveis contam que os principais desafios foram
bar, marca que vai buscar a sua designação à ideia de preser- burocráticos e legais, «já que fundar um laboratório certifica-
vação. «De podermos encontrar elementos naturais e fósseis, do e lançar uma marca de cosmética dentro de todos os requi-
preservados em resina de âmbar há milhões de anos», explicam sitos legais é um processo moroso, complicado e extremamen-
as fundadoras Telma Barrelas e Vanessa Zorrinho. «Recolhe- te dispendioso». Agora, os desafios são outros, aquilo a que
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 63

chamam de “dores de crescimento” e que são sinal de sucesso:


a gestão e a produção tornaram-se mais complexas, mas ainda
não têm capacidade de adicionar à equipa todos os elementos
que são necessários. No entanto, as responsáveis pela Âmbar
acreditam que esta é uma fase importante e que estará prestes
a ser ultrapassada.
Um elemento fundamental para esse salto será o interesse
do público pelos produtos da marca, que vão desde hidratan-
te para lábios a óleo de rosa mosqueta, desodorizante, creme
de corpo ou pasta de dentes, entre outros, num total de 12 ar-
tigos de cosmética e dois acessórios (como a caixa de cortiça
para guardar o champô sólido). Todos estão pensados tanto
para homens e mulheres como para crianças a partir dos dois
anos, já que a Âmbar acredita que a pele tem capacidade de se
equilibrar a si própria, precisando apenas de uma pequena aju-
da que chega através dos ingredientes certos. Dando primazia a
matérias-primas com uma pegada de carbono mais reduzida, a
insígnia trabalha com azeite produzido em Montemor-o-Novo,
por exemplo, mas nem sempre é possível circunscrever os in-
gredientes à região sem comprometer a qualidade dos produtos
ou infringir requisitos regulamentares.
Ainda assim, a Âmbar «é uma marca que se distingue pelo
amor e respeito à natureza e à ciência, às coisas simples e verda-
deiras», pelo que só recorre a matérias-primas de origem vege-
tal e que são usadas em processos manuais, num laboratório a
partir do qual os produtos partem para os clientes. Neste mo-
mento, as várias referências estão disponíveis directamente no
site da marca, bem como em algumas lojas Wells e em espaços
multimarca de vários pontos do País por onde vão sendo apre-
sentadas as novas apostas.
É o caso da parceria com a Adega Mayor, motivo de orgulho
para toda a equipa e que tem como fruto a marca Or. Telma e
Vanessa explicam que a colaboração teve início num contacto
por parte da empresa de vinhos do Grupo Nabeiro, no sentido
de perceber se seria possível desenvolver uma linha de produtos
cosméticos com base no óleo de grainha de uva (um excedente
da produção dos vinhos da Adega Mayor).
«Este projecto foi agarrado por nós com toda a alegria e de-
voção, uma vez que se trata também de uma empresa alenteja-
na, com uma postura e valores irrepreensíveis, que pudemos
vir a comprovar ao longo de todo o processo de trabalho», su-
blinham. Com foco na economia circular, a marca Or é cons-
tituída, numa fase inicial, por um creme de mãos e um creme
de corpo, sendo que todo o processo – desde a formulação dos
cremes ao embalamento e rotulagem – foi feito no laboratório
de Cabrela.
«Lançamos novos produtos apenas em resposta a necessi-
dades genuínas expressas pelos nossos clientes e, somente de-
pois de muita pesquisa, oferecemos formulações que acredita-
mos que sejam de grande qualidade», garantem as fundadoras.
Em qualquer dos casos, chegam em embalagens feitas a partir
de materiais recicláveis ou reciclados, em linha com o respeito
pela natureza, que faz parte da alma da marca.
64
CASOS Sustentabilidade

mu-
DAR
FERRAMENTAS
PARA A

dança
de Texto MARIA JOÃO LIMA

atitu-
des
A
umentar a conscienciali-
zação dos visitantes para
a moda sustentável e
Criar awareness para o tema como esta pode conti-
da sustentabilidade na nuar a responder às ne-
moda, informando, educando, cessidades dos consumi-
dores, bem como às do
relacionando e inspirando planeta. Este foi, a par
os consumidores é o grande com o fito de informar e
educar, o grande objectivo da criação da Re.Love, a primeira
objectivo da loja Re.Love. loja de moda do Freeport Lisboa Fashion Outlet inteiramente
Conheça-a dedicada à sustentabilidade.
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 65
66
CASOS Sustentabilidade

sign exclusivo da pulseira reciclada da Fundação #togetherband/


Re.Love associando a ONU com o Objectivo de Desenvolvimen-
to Sustentável 12 – Responsabilidade da Produção e Consumo. E
ainda durante o mês de Janeiro, Pepe Jeans, Karl Lagerfeld, Desi-
gual e Hugo Boss irão realizar uma formação aos alunos da Escola
de Comércio de Lisboa, na área da sustentabilidade.

MAIS SUSTENTÁVEL E PREMIUM

«Como líderes da indústria, devemos dar aos consumidores as


ferramentas necessárias para mudarem os seus comportamen-
tos, construindo a mudança de paradigma para o consumo res-
ponsável de forma o mais consistente possível», explana Nata-
cha Villas Boas.
O lançamento do Re.Love faz parte da missão geral da VIA
Outlets de redefinir o conceito de compras outlet, proporcio-
Natacha Villas Boas, nando a todos os visitantes uma experiência de compra simul-
Group Retail director na VIA Outlets taneamente mais sustentável e premium. Natacha Villas Boas
assevera que «o lançamento da Re.Love é um passo ousado na
promoção das políticas de sustentabilidade do grupo e das mar-
cas parceiras, tornando-as mais visíveis para os consumidores».
Para o grupo é também uma forma de aumentar a consciencia-
lização e informar os visitantes sobre as iniciativas sustentáveis
Para quem ainda não passou pelo espaço – que abriu por- em curso, e de como estas podem contribuir para um futuro
tas em Setembro –, saiba que se trata de uma loja multimarca mais sustentável para a moda.
e fornece uma plataforma para mostrar diferentes iniciativas «A VIA Outlets tem feito um caminho muito relevante no
de moda sustentável. Aqui podem ser encontradas colecções que diz respeito ao tema da sustentabilidade e não apenas ligado
sustentáveis de marcas como Karl Lagerfeld, Desigual, United directamente às colecções de moda das marcas parceiras», co-
Colors of Benetton, Hugo Boss, Bottletop, LoveBrand, Osklen, menta Natacha Villas Boas, salientando que se tem diferenciado
Pepe Jeans, Not-Yet-Famous, A-Line, We The Knot, Foursoul, através do envolvimento com o Global Real Estate Sustainability
entre outras. Também presente está a Trend Circle com o con- Benchmark (GRESB), por exemplo. Aliás, a VIA Outlets alcan-
ceito de aluguer/compra de produtos de luxo em segunda-mão. çou uma classificação de 5 estrelas na última avaliação GRESB
Na Re.Love, os visitantes podem encontrar colecções de de 2020.
roupa e acessórios, assim como conteúdos informativos so- Está também a criar uma estrutura consistente e coerente
bre a forma como as peças foram criadas e posicionamento de nos centros VIA Outlets, no que diz respeito ao consumo ener-
cada uma face ao tema da sustentabilidade. «Desde o início que gético, materiais de construção e de decoração, entre outros.
as marcas nacionais – A-Line, Four Soul, Not Yet Famous ou O compromisso do grupo está baseado em pilares concretos
We the Knot – tiveram a maior aceitação por parte dos nossos de informar, educar, conectar e inspirar os consumidores quan-
convidados, pela novidade, criatividade do seu design, inova- to ao tema da sustentabilidade na moda, e conseguem fazê-lo
ção nos materiais, ou por se identificarem com o storytelling de com diferentes iniciativas. A Re.Love é uma dessas iniciativas,
desejo de contribuir para um planeta melhor», conta Natacha mas têm e tiveram outras no decorrer deste tempo, nomeada-
Villas Boas, Group Retail director na VIA Outlets. mente workshops contra o desperdício alimentar (com os Kit-
A promoção foi feita através das narrativas de cada marca so- chen Dates), ou de costura (com a Re:Costura) para saber pro-
bre os esforços que estão a fazer na área da sustentabilidade. As longar a vida de peças de vestuário. A extensão da Re.Love até
marcas enviaram à VIA Outlets conteúdos e imagens para que ao final de Janeiro (inicialmente estava previsto encerrar em
pudessem informar quem visita a loja. Todo o staff da loja teve Novembro) foi também uma forma de poderem incentivar os
formação das 13 marcas, sobre o design, a produção, os materiais visitantes a terem um Natal mais sustentável.
usados e a devida certificação. De referir ainda outros exemplos Actualmente a Re.Love está aberta no Freeport Lisboa
de promoção, como a Karl Lagerfeld, Desigual e Tommy Hilfiger, Fashion Outlet e no Batavia Stad Fashion Outlet, em Ames-
que promoveram a acção Re.Love como best practice nas suas se- terdão. No decorrer de 2022, este será um conceito para apli-
des, na Alemanha, Espanha e Holanda. A Tommy Hilfiger lançou car noutros mercados onde a VIA Outlets está presente. Além
de forma exclusiva na Holanda a sua colecção Repurposed, na loja disso, segundo Natacha Villas Boas, também poderá voltar com
Re.Love no centro, em Batavia. A Bottletop contribuiu com o de- novidades ao Freeport Lisboa Fashion Outlet.
2021
Europe's Leading
Adventure Tourism
Destination
68
CASOS Moda desporto

ORDEM PARA…
ESTAR

confor-
tável
A palavra athleisure
chegou de mansinho,
mas depressa tomou
conta das páginas das
revistas, das contas de
Instagram e das gavetas
de quem se viu obrigado
a passar mais tempo em
casa com a pandemia.
A IouIou é uma marca
portuguesa que quer dar
resposta à procura

Texto

FILIPA
ALMEIDA
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 69

T
entou visitar a Accessorize no
Centro Vasco da Gama, em
Lisboa, ou no Oeiras Parque e
deu de caras com outra mar-
ca? Há uns meses que os espa-
ços ocupados pela insígnia de
origem britânica passaram a
apresentar um novo projecto
português, focado no bem-es-
tar e na missão de equilibrar mente e corpo. Chama-se IouIou
e é a grande aposta do Grupo Top Challenge no mundo do
athleisure, conceito que combina exercício e lazer, e que ga-
nhou maior expressão com a chegada da pandemia e os confi-
namentos, tendo vindo a alargar-se.
«Somos um grupo nacional, sempre tivemos e continuamos
a ter ambição de crescer e é a nossa cultura interna olhar, ouvir,
analisar o mercado regularmente para tentar detectar oportu-
nidades. Durante a pandemia, como sabemos, a alteração de
hábitos dos consumidores foi significativa», sublinha Cláudia
Antunes, directora de Marketing do Grupo Top Challenge. A
casa transformou-se em escritório, ginásio e escola. Mudámos a
forma como comemos e passamos o tempo, mas também como
nos vestimos. Além disso, conta, dados da Google mostram
que, em 2020, a palavra “happiness” foi mais pesquisada do que
nunca e que a procura por termos como “self-care” ou “mental
health” aumentou. Ao analisar estas informações e ao reconhe-
cer necessidades, a Top Challenge considerou que havia espaço
para uma marca que olhasse para o bem-estar como um todo,
unindo o interior (saúde, forma física) ao exterior (roupa con-
fortável, mas com estilo), sem esquecer a mente. A isto, o grupo
juntou ainda o facto de não ter uma marca forte para mulher.
Por isso mesmo, era ponto assente que a história deste novo
projecto se escrevesse essencialmente no feminino. o exterior, a IouIou sugere roupa confortável, amiga do ambien-
O Grupo Top Challenge está no mercado da moda há quase te e feita em Portugal, ao passo que para a mente foram criados
20 anos, tanto através de marcas próprias como da representa- produtos de aromaterapia, spa e cuidado corporal, velas e home
ção de insígnias internacionais. Era o caso da Accessorize, que spray. Ainda na vertente da mente, propõe desafios de desenvol-
entretanto perdeu popularidade junto dos consumidores por- vimento pessoal, em áreas como amor-próprio ou forma física.
tugueses, levando ao encerramento das lojas. Porém, os espaços «Queremos que uma mulher que tem o desejo de melhorar a
onde antes morava a marca não ficaram vazios por muito tempo. sua forma física entre na IouIou e possa escolher a roupa certa,
Agora, além da Mr. Blue ou da Mark Bellucci, entre outras, a os pesos, tapete de ioga ou corda “cordless”, bem como um cre-
Top Challenge conta no seu portefólio com a IouIou, assente em me hidratante energizante e levar o desafio de fitness», explica.
soluções de materiais, tecidos e cortes que são simultaneamente Por outro lado, quem está a precisar de relaxar também poderá
confortáveis, bonitos e com características técnicas importan- encontrar conjuntos confortáveis de calças e hoodie de materiais
tes para a prática desportiva, como a secagem rápida. Apesar de 100% reciclados, juntar um esfoliante e espuma de banho de jas-
não estarem pensadas para desporto de alta competição, as pe- mim ou um organizador da semana para planear melhor os dias
ças estão aptas para caminhadas ou aulas de Pilates. «Para con- pela frente. «É este o nosso conceito, pensar na mulher como um
cretizar a promessa da marca, desenvolvemos um catálogo de todo, para passar de Iou a IouIou», acrescenta. E é desta lógica
produtos que se complementam para responder ao conceito de que nasce o nome e o conceito da marca.
“bem-estar” nas suas três vertentes: interior, exterior e mente», Segundo Cláudia Antunes, o primeiro passo foi criar um
sublinha Cláudia Antunes. No que ao interior diz respeito, sur- propósito e uma personalidade para a marca. Só depois – e com
gem peças de vestuário athleisure, acessórios de fitness e suple- a tarefa já facilitada pelas bases daquilo que se pretendia – é que
mentos nutricionais (incluindo vitaminas em forma de goma e surgiu o nome. A responsável explica que queriam algo mais do
feitas 96% de fruta verdadeira, vegan e sem conservantes). Para que uma mera marca de roupa. «Uma marca que respondesse a
70
CASOS Moda desporto

esta crescente busca individual que cada um de nós faz pelo seu
bem-estar geral (…). Pretendemos criar uma marca positiva e
optimista, mas também desafiante.» A intenção é que contribua
para a construção de uma melhor versão de nós mesmos, levan-
do as portuguesas (e não só) a olharem para si próprias, mas não
com o «olhar crítico que costumamos ter». Ao invés, é proposto
«um olhar leve, pois sabemos que podemos ter metas, mas que
elas podem ser flexíveis». O nome IouIou visa representar toda
esta complexidade que também define as mulheres: Cláudia An-
tunes explica que “IouIou” é foneticamente semelhante à repe-
tição da palavra “you”, porque a intenção é que «comeces por ti
– Iou – para potenciar o melhor de ti e te tornares IouIou».
Todo o processo foi relativamente rápido. A ideia da mar-
ca começou a ser pensada no início deste ano e, desde então, as
equipas da Top Challenge não pararam até que a IouIou visse a
luz do dia. Em cerca de oito meses, foi definido o conceito, de-
senvolvido o portefólio de produtos, identificados os fornecedo-
res, desenhadas as lojas e definido o plano de comunicação. A 8
de Setembro, abria a primeira loja no Centro Comercial Colom-
bo, em Lisboa. Logo depois, seguiam-se inaugurações no Amo-
reiras Shopping Center, Oeiras Parque e Centro Vasco da Gama.
As próximas aberturas estão previstas para o segundo se- Loja IouIou, uma das actuais quatro da marca
mestre de 2022, em território nacional, mas ainda sem certeza
das localizações nem do número certo de lojas. Mas desengane-
-se quem acredita que tem de esperar até à inauguração de uma
IouIou na sua cidade para conhecer os produtos da marca. Num
mundo mais digital, o arranque da IouIou fez-se com um site
com plataforma de comércio electrónico integrada: «Hoje, e no o portefólio, até porque querem que «a marca esteja sempre a
futuro, a componente online de qualquer negócio de retalho ga- acompanhar tendências e a apresentar novidades». Esta vontade
nha extrema importância e para nós assim será», afiança a di- está também ligada ao investimento na sustentabilidade: «Que-
rectora de Marketing, sublinhando, porém, que a principal prio- remos não só ir ao encontro das preocupações dos nossos con-
ridade são mesmo as lojas físicas. Ainda assim, à medida que a sumidores, como também contribuir para um planeta mais sus-
marca vai crescendo, também a aposta no online deverá evoluir. tentável. Temos consciência de que não nos podemos assumir,
desde já, como uma marca 100% sustentável, mas temos muitos
NACIONAL E SUSTENTÁVEL produtos em materiais 100% reciclados, tecidos plant based,
produtos fabricados em economia circular. É o nosso caminho e
Mulheres a partir dos 20 anos, preocupadas com o seu bem-es- ambição ser cada vez mais sustentável.»
tar, são o público-alvo da IouIou, por isso, não é de estranhar A estratégia parece estar a dar frutos. De portas abertas des-
que produção nacional e sustentabilidade sejam dois dos princi- de Setembro, a IouIou conta já com cliente fiéis, que regressam
pais pilares. De acordo com Cláudia Antunes, a ambição é que a e repetem compras, «o que é muito importante numa marca
produção da IouIou tenha lugar, maioritariamente, em Portugal, nova». O feedback tem sido positivo, tanto em termos de qua-
reforçando o compromisso com o País. «Neste momento, ainda lidade dos produtos, como de percepção da marca, conceito e
temos uma série de produtos fabricados internacionalmente, imagem. Para isso, poderá ter contribuído a parceria com 15 in-
mas também temos muitos feitos em Portugal», conta, destacan- fluenciadores, de áreas tão distintas como fitness, saúde mental,
do as peças de roupa feitas a partir de tecido reciclado na região ioga ou nutrição, que integram o plano de comunicação online.
Norte. Junta-se ainda a Signature Collection, com leggings e Tudo para garantir que o público feminino sabe que tem à
tops, a par de produtos como velas e home spray. Além disso, disposição uma nova marca portuguesa de athleisure, que conti-
toda a linha de aromaterapia foi pensada localmente. «A última nuará por perto mesmo no pós-pandemia. «Se há tendência que
novidade, as vitaminas, são criadas na Suíça e produzidas na veio para ficar é esta preocupação geral com o bem-estar indivi-
Alemanha, mas estamos nesta área a trabalhar em novos produ- dual», afirma Cláudia Antunes, lembrando que o trabalho remo-
tos de origem nacional», adianta a responsável. to e as aulas online são uma realidade, bem como a realização de
E por falar em novos produtos, Cláudia Antunes garante exercício físico na sala de estar. Ingredientes que fazem com que
que já estão a ser pensadas outras referências para fazer crescer a procura por este tipo de produtos não fique por aqui.
72
CASOS Gastronomia

ESTA VAN
É UM
LABORATÓRIO

gastro
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 73

nómico
D
iego Ponce é argentino;
Valeria Bernhardt tam-
bém. Ele diz-se aventurei-
ro; ela, sonhadora. Cresce-
ram e conheceram-se na
Europa ao longo de 10 anos
de trabalho em restauran-
tes, por terras de Espanha;
Texto desenvolveram trabalhos
de investigação no Basque Culinary Center e, ainda antes da
pandemia, venderam tudo para pôr na estrada um sonho: uma
van que partisse pelo mundo à procura do melhor que cada País
M.ª JOÃO tem para oferecer em termos de gastronomia. Para conhecer,
VIEIRA PINTO partilhar e divulgar, fundindo num só sítio viagens e alimentos,
histórias e receituários. «Aos 40 anos sonhámos ter um projecto
próprio. Havia sempre a hipótese de um restaurante, mas isto é
algo que tem sempre muitos prós e contras. Então, pensámos
que podíamos cumprir um sonho: viajar e, ao mesmo tempo,
manter a nossa paixão, que é a gastronomia, os alimentos, per-
ceber os produtos, desde que se criam até que chegam à mesa»,
conta Diego.
Mas, verdadeiramente, este é um projecto que nasce quase
há 20 anos. «Quando nos conhecemos», lembra, «uma das pri-
meiras perguntas que fizemos foi “o que é que tu queres fazer”».
Estavam mais do que alinhados, ou não quisessem os dois via-
Quando dois argentinos amantes jar pelo mundo e não estivessem desde sempre ligados à gastro-
da gastronomia, do produto e nomia, à alimentação. Entregam-se ao desenho de um projecto
que apresentam ao Basque Culinary Center, sendo que o prin-
de viagens cozinham tudo num cípio inicial passava por viajar ao longo de um ou dois meses
panelão de vontade, a receita por cada país, começando por Portugal. A Van Kitchen seria a
materialização do sonho.
final é uma van que é kitchen, Para isso, venderam a casa e investiram tudo na carrinha
saiu de Espanha, rolou para – 45 mil euros para compra e adaptação num misto de casa e
laboratório/cozinha sobre rodas –, com a verba sobrante a ser
Portugal e quer levar o que de orçamento a gerir ao longo de dois anos. A partir daí, avançam
melhor se faz no mundo, ao mundo para a conquista de sponsors e chegam mesmo a ter a marca
74
CASOS Gastronomia

Carmencita – empresa de Alicante de especiarias –, que aca-


baria por ficar pelo caminho com a chegada da pandemia. E,
com a mesma pandemia, obrigados são os dois a repensar via-
gem e tempo. Já a caminho de Portugal, percebem que, afinal,
têm mais espaço e menos ruído para se entregarem à procura
de produtores, das suas histórias, de aromas e sabores. Entram
pelo Algarve, sendo que a primeira paragem daria pelo nome
de Salmarim, de Jorge Raiado. Na altura, conheciam pouco da
gastronomia portuguesa, entre meia dúzia de vinhos, pratos de
bacalhau e o pastel de nata. Mas Jorge Raiado, como amante e
bom embaixador que também é do que de melhor se produz em
Portugal, haveria de lhes traçar todo um roteiro impensável, de
fazer pontes e abrir portas. «Não pensávamos que iríamos pes-
car atuns, apanhar ostras ou assistir a uma matança do porco.
Tudo era uma novidade e, quando nos apercebemos, tinham
passado seis meses. Havia que aproveitar tudo o que estávamos
a ter», conta Diego, enquanto Valeria recorda terem entrado na
Conserveira do Sul onde, pela primeira vez, aprenderam como
se faz uma conserva de peixe.
Mas nem só de produtores se fizeram os dias. Cientistas,
biólogos, arqueólogos ou investigadores cruzaram-se com a
dupla, numa partilha de conhecimentos e saberes, para que no
fundo possa agora já ser possível espelhar toda a informação re-
colhida, compilada e editada.
Ainda, entretanto, fecham parcerias e criam como que uma
verdadeira corrente de levantamento e elogio ao produto.
Hoje, confessam-se rendidos a Portugal e numa vontade de
comunicar e levar mais longe a marca, que é nossa. Apesar de,
como frisam, ainda lhes faltar a Madeira, o Porto, o Minho… se
bem que também já perceberam que haverá sempre coisas por
fazer, e a acontecer. «Ainda há dois dias nos ligaram para irmos
visitar uma queijaria», partilha Valeria.
Objectivo final? Vir a distribuir os produtos portugueses no
mundo. De que forma? A partir do momento em que vão viajar
pela Europa – a Portugal seguir-se-á França e toda uma série de
outros destinos –, acreditam que lhes será possível chegar aos
sítios certos para apresentar e comercializar referências e sabo-
res. Tudo sob a marca Van Kitchen, que poderá «ajudar a valo-
rizá-los», confia Diego.
De resto, e tendo em conta a rede de contactos e conheci-
mentos com que contam na área, já conseguiram vender alguns
produtos a restaurantes com lojas gourmet, lá fora.
Claro que para que tudo isso seja exequível, têm um busi-
ness plan desenhado que procurarão apresentar a eventuais considera Valeria, partilhando que o que gostava mesmo era
sponsors. «Precisamos do apoio de um patrocinador que aju- que a van fosse veículo da marca Portugal. «Temos que dar vi-
de a manter o projecto, e esse apoio não tem necessariamente sibilidade aos produtos e aos produtores! Mas também temos
que ser financeiro, podendo chegar sob a forma de gasolina ou de diluir a ideia de que somos hippies porque viajamos numa
pneus. Queremos que este projecto continue a viajar e acredita- carrinha, ou de que somos uma simples food truck. Somos, sim,
mos que à medida que formos avançando com as vendas, come- um laboratório gastronómico ambulante, com uma cozinha de
çaremos a suportar o projecto», explana Diego. barco que pode garantir o catering de 20/30 pessoas.»
Contas feitas, diz que 25 a 30 mil euros por ano será verba Depois de Portugal seguirão então para França, Europa
suficiente para que a Van Kitchen não deixe de rolar. «O ideal fora, até África… Até quando? Uns 10 anos. Que o mundo é
seria conseguirmos uma marca que patrocinasse a carrinha», grande, como dizem.
1992 - 2022

30 Anos
OmnicomMediaGroup
Portugal
76
CASOS Retalho

SURFAR A ONDA
DA MODA DOS
PRODUTOS

sul-co
Com mais de 1200 lojas, a Yoyoso Texto
está já nos quatro cantos
do mundo e Portugal não quis
MARIA
ficar de fora. Conheça a JOÃO LIMA
estratégia da marca que conta
já com nove lojas no País e vai
abrir mais três este ano
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 77

reanos
A
pesar da distância geo- brinquedos, alimentos típicos coreanos, artigos sazonais, como
gráfica, ao longo dos últi- material escolar, de Natal, Halloween, festas. Os artigos que
mos anos e muito por in- têm mais procura e representam um maior volume de negócio
f luência dos meios são os cosméticos, brinquedos (com ênfase na categoria dos pe-
digitais e tecnológicos, a luches) e artigos para o lar. Entre os best-sellers estão ainda os
cultura asiática tem vindo snacks e bebidas asiáticas e tudo o que é da marca Disney.
a ficar mais enraizada no A nível global, a Yoyoso procura ter todos os mercados uni-
dia-a-dia dos portugue- formizados e isso passa, também, pelo stock disponível. «Existe
ses. É principalmente na a questão da sazonalidade ou de referências geográficas, no en-
faixa etária dos 10 aos 25 anos que se tem registado um gosto tanto e na grande maioria, se formos a uma loja, por exemplo,
particular pela k-pop – cultura popular sul-coreana – e interesse no Brasil iremos encontrar grande parte dos produtos que te-
em mercados com influência asiática. Daí que para Luís Ye, di- mos em Portugal, no Verão», explana o mesmo responsável.
rector-geral da Yoyoso Portugal, tenha sido uma decisão fácil a
de trazer a marca, até porque, salienta, «existia uma certa lacu- CRESCIMENTO DO PARQUE DE LOJAS
na, principalmente nos centros comerciais de grandes dimen-
sões». Em 2018 abria a sua primeira loja, no Dolce Vita Tejo Depois de em 2021 ter crescido, em termos de facturação, mais
(UBBO), e considera ter sido um primeiro grande passo para o de 30% face a 2020, os objectivos para 2022 são optimistas e de
sucesso das restantes. Hoje – com lojas no UBBO, Alegro Se- crescimento acentuado, tendo em consideração a estratégia da
túbal, Rio Sul, Aqua Portimão e Algarve Shopping, LoureShop- Yoyoso, que inclui também novas aberturas, de forma a chegar
ping, Madeira Shopping, 8.ª Avenida e Nova Arcada –, diz sem a ainda mais pessoas em diferentes localizações.
dúvidas: «Tomei a decisão certa em ter a Yoyoso em Portugal.» «2021 foi um ano de verdadeiro sucesso. No início do ano
Luís Ye assegura que a marca de origem coreana contagia gosto de estabelecer metas e definir todo o meu plano estraté-
pela boa energia que transmite nos artigos que expõe. Atenta gico e de implementação, seja a nível pessoal como profissional.
às tendências do mercado internacional, procura dar resposta Tinha um objectivo claro: ter a Yoyoso de norte a sul de Portu-
às necessidades dos consumidores, com artigos que se diferen- gal continental e ilhas. Uma meta ambiciosa, mas que se con-
ciam pela qualidade, design, inspiração e diversidade através cretizou na totalidade e ainda conseguimos abrir mais lojas do
da renovação rápida de stocks, comenta. «Marcamos pela dife- que as que tínhamos inicialmente planeado. Em menos de seis
rença no design, com desenhos “fofinhos” bastante procurados meses abrimos seis lojas, duas delas no Algarve, voámos para
pelos mais novos, as cores pastel, nos tons verdes, azuis, rosas e a ilha da Madeira e terminámos o ano com duas aberturas no
amarelos, uma cosmética diferenciadora que não se vê nas lojas norte do País. Braga foi uma surpresa boa, que estava destinada
“comuns”. Temos um espírito jovem, com gosto por artigos co- a acontecer apenas em 2022 e que conseguimos antecipar para
loridos e de qualidade, com preços apelativos e justos.» Dezembro. Terminei o ano com a sensação de querer mais. O
A Yoyoso disponibiliza em Portugal acessórios de moda, plano já não passa apenas por ter a Yoyoso em todos os cantos
utensílios de uso diário, de casa, cozinha, utilitários, decoração, de Portugal, mas nos principais centros comerciais do País», re-
tecnologia, saúde e bem-estar, desporto, beleza, cosméticos, vela Luís Ye. Actualmente com mais de 100 pessoas a trabalhar
78
CASOS Retalho

na Yoyoso Portugal, o número irá certamente aumentar com o O NOME YOYOSO


crescimento de novas lojas em 2022. As iniciais do nome
Este ano estão a trabalhar para que o projecto de expansão Yoyoso revelam bastante sobre a sua identidade e resu-
se amplifique, ainda mais, havendo a previsão de mais três lo- mem aquilo que querem transmitir aos consumidores e
jas. «O que posso revelar é que uma delas será a nossa maior àqueles que ainda não a conhecem:

loja, num dos centros mais movimentados de Portugal. As ou-


(Y)es, ao reconhecimento pessoal: «Devemos dar-nos
tras duas serão um reforço da zona Norte de Portugal, que tão um grande sim, todos os dias, quando acordamos», explica
bem nos recebeu», diz levantando um pouco a ponta do véu. Luís Ye, director-geral da Yoyoso Portugal;
O profissional garante que todo este processo é logisticamente (O)ptimal, o agora é que é importante: «O momento
exigente, por implicar a gestão de tantas lojas e num tão cur- mais precioso é o que temos no presente»;
(Y)oung: o público-alvo, a juventude que gosta de ir além-
to espaço de tempo. «Mas tem tudo corrido muito bem e temos
-fronteiras e de estar sempre na moda;
um número de clientes assíduos cada vez maior.» (O)nly, primeira e única: «Focamo-nos nas tendências
para sermos os líderes no nosso sector»;
LOW COST VS. SUSTENTABILIDADE (S)weet: a maioria dos artigos faz sorrir e torna a vida mais
carinhosa e doce;
(O)ptimistic: «Ser positivo e aproveitar as coisas peque-
A marca apresenta-se como uma “fast fashion designer brand” e
nas que o dia-a-dia nos proporciona.»
quem a procura gosta de ver as novidades e de não ter de esperar
muito, de ter acesso às últimas tendências no mundo da moda,
cultura, música, decoração e lifestyle juvenil. Todos os meses as
lojas recebem novos artigos contando, actualmente, com uma
média de 3000 expostos em loja. «É a nossa prioridade estar a lidade. «Temos várias opções com matérias mais amigas do am-
par das novidades do mercado e produzir artigos que vão ao biente e cujo impacto ambiental seja menor, materiais recicla-
encontro daquilo que os consumidores querem», justifica o di- dos, bambu, madeira, vidro, alumínio… Não podemos afirmar
rector-geral. Mas é inegável que as tendências de consumo estão que sejamos uma marca 100% sustentável, no entanto, também
cada vez mais viradas para a sustentabilidade e alternativas mais estamos a fazer o nosso caminho para esta mudança e alertar
ecológicas e na Yoyoso sentem que também têm essa responsabi- para esta problemática com opções menos poluentes», assume.
A sua energia muda tudo
Hoje é um bom dia para mudar.
Para virar a página e focar a energia nas famílias e nas gerações futuras.
Em novos hábitos. Para criar um Mundo 100% sustentável e cada vez mais verde.
A transição está na energia de cada um de nós, nos pequenos gestos de todos os dias e numa
marca que quer estar sempre ao lado de quem muda, para, juntos, sermos mais felizes.
Descubra tudo em galp.com
80
CASOS e-Commerce

do CONQUISTAR
O MUNDO

fitness Texto

DANIEL
ALMEIDA
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 81

A plataforma portuguesa Zumub


garante ter o maior catálogo
de suplementos desportivos do
mercado europeu, respondendo às
necessidades de todos os atletas
– dos profissionais aos amadores.
Hoje, exporta os seus produtos
para todo o mundo

É
uma espécie de centro comercial Contudo, o negócio da empresa portuguesa ganhou escala in-
digital para os adeptos do fitness: ternacional sobretudo a partir de 2015, ano em que criou uma
em Zumub.com pode escolher subsidiária na área da logística, a Delnext, o que veio permitir
entre mais de 15 mil produtos de baixar significativamente os custos de envio para o estrangeiro.
um total de 800 marcas de nutri- «Este é também um dos nossos pontos fortes. Desenvolvemos
ção desportiva e suplementos ali- uma solução para a logística internacional que foi tão eficaz que
ment a res. A plat a for ma de criámos a Delnext, que agora trata dos transportes de mais de
e-Commerce portuguesa garante 100 empresas de e-Commerce», refere o fundador.
mesmo ter o maior catálogo do Desde então, as vendas internacionais têm musculado o ne-
seu segmento no mercado europeu. «Fazemos envios para todo gócio da Zumub, que estima ter encerrado o ano de 2021 com
o mundo e já entregámos em quase todos os países. Mais de me- um volume de negócios acima de 14 milhões de euros, um cres-
tade do volume de negócios é internacional e os maiores merca- cimento superior a 40% em relação ao ano passado.
dos são Espanha, França, Itália e Alemanha», adianta Urbano
Veiga, CEO da Zumub. INOVAÇÃO BEM TREINADA
Fundada em 2010, a Zumub apresenta desde logo um por-
tefólio que combina produtos de marca própria – que repre- Urbano Veiga é licenciado em Gestão pelo Iscte – Instituto Uni-
sentam mais de 1/3 das vendas – com algumas das marcas in- versitário de Lisboa e começou a carreira, em 2007, como tra-
ternacionais de suplementos desportivos mais conhecidas do der de acções. Três anos depois, decidiu investir num negócio
mercado, entre uma Biotech USA, Scitec Nutrition, Universal, próprio, apostando as fichas todas na área emergente da nutri-
Optimum Nutrition e MuscleTech. Mas a oferta da plataforma ção desportiva. «Em 2002, quando comecei a treinar e a tomar
estende-se a outras áreas para além da nutrição desportiva, da suplementos, quase ninguém sabia o que eram nem para o que
saúde e bem-estar à beleza, passando pela cosmética, vestuário, serviam. Em 2010, quando fundei a Zumub, já havia mais mer-
tecnologia e até nutrição animal. cado e conhecimento, mas ainda existia muita confusão sobre
«Ao comercializar marcas de terceiros há mais de 10 anos, o que era e para o que servia», recorda. «Hoje, os suplementos
sabemos o que o cliente procura: produtos de qualidade, com já estão bastante massificados, já ninguém faz essa confusão, há
ingredientes de excelência, nas concentrações eficazes, excelen- mais conhecimento e adesão por parte do consumidor», salienta
tes sabores e um packaging apelativo, tudo a um preço competi- o empreendedor.
tivo. É isso que desenvolvemos e oferecemos aos nossos clientes. Sediada no Cacém, onde está situado também o seu ar-
Focamo-nos em oferecer a melhor relação qualidade/preço do mazém, a Zumub começou por disponibilizar as marcas in-
mercado», afirma Urbano Veiga. ternacionais mais populares e que foram acompanhando o
Com mais de 900 mil encomendas realizadas até ao mo- crescimento deste mercado. Mais recentemente, tem vindo a
mento, cujo cesto médio ronda os 40 euros, a Zumub garan- combinar essa estratégia com uma forte aposta no desenvolvi-
te entregas em 24 horas em todo o País (incluindo nas ilhas). mento da sua marca própria Zumub, que só desde o ano passa-
82
CASOS e-Commerce

do foi reforçada com mais de 300 referências. «Se há três anos


havia um produto da marca Zumub no nosso Top 10 de vendas,
agora esse top é composto exclusivamente por produtos de mar-
ca própria», revela Urbano Veiga. Proteínas, vitaminas, Óme-
ga 3 e creatinas são alguns dos produtos da gama Zumub mais
vendidos, sendo que «um cliente que compra produtos da mar-
ca Zumub acaba por repetir a compra três vezes mais do que o
cliente que compra produtos de outras marcas», sublinha.
E se a aposta na marca própria começou pelo desenvolvi-
mento de «fórmulas semelhantes aos produtos mais procurados
pelos clientes, com algumas melhorias», hoje a estratégia pas-
sa pelo desenvolvimento de produtos «realmente inovadores e
que não existem no mercado, que respondem às necessidades e Urbano Veiga, CEO da Zumub
dores dos nossos clientes», refere. É o caso do Integrity Shake,
substituto de refeição vegan que a marca garante satisfazer to-
das as necessidades nutricionais.
Tendo recebido recentemente um financiamento na ordem
dos dois milhões de euros (veja caixa), o objectivo da Zumub
passa por continuar a investir em Investigação & Desenvolvi- FINANCIAMENTO
mento (I&D) para consolidar a sua posição no mercado nacio- PARA O FUTURO
nal e internacional. «Desde sempre que nos consideramos uma A Zumub recebeu recente- produtos, lançamento de
empresa inovadora. Estamos a apostar cada vez mais em I&D mente um investimento de novos e um grande foco
e, depois dos produtos mais básicos terem sido lançados, esta- dois milhões de euros por na internacionalização da
mos agora a lançar produtos cada vez mais diferentes e inova- parte do fundo ActiveCap marca», afirma Urbano
I – Portugal Growth Fund. Veiga, CEO da Zumub.
dores no mercado», assevera Urbano Veiga.
O capital angariado será «Queremos continuar a
canalizado para o desen- lançar produtos cada vez
DOS AMADORES AOS PROFISSIONAIS volvimento de novos mais inovadores e avança-
produtos e o crescimento dos, com melhores fórmu-
A estratégia de construção e credibilização da marca própria nacional e internacional las, melhor sabor e melhor
da empresa. «Este investi- packaging. E crescer inter-
Zumub tem passado também pelo desenvolvimento de pro-
mento será aplicado sobre- nacionalmente para nos
dutos para atletas profissionais – para os quais disponibiliza a tudo a nível de aceleração tornarmos numa referência
gama profissional, a qual é submetida a testes anti-doping – e do crescimento, através europeia de suplementa-
o estabelecimento de parcerias com clubes de futebol e associa- de inovação, melhorias de ção», conclui.
ções desportivas.
Actualmente, no território do futebol, a Zumub é parceira
oficial de nutrição dos clubes portugueses SL Benfica e Spor-
ting CP, além do AS Monaco e Montpellier HSC e do congénere
espanhol Valencia CF. «É um orgulho e um grande reconheci-
mento sermos parceiros destas grandes instituições e termos cos e mais por aminoácidos e BCAA [aminoácidos de cadeia
futebolistas de renome mundial a consumir os suplementos da ramificada], que respondem a estas necessidades», explana.
marca Zumub. Mas também outros desportistas de elite (como Para a comunicação, e seguindo a tendência do sector, tam-
medalhados olímpicos) tomam os nossos produtos», frisa Urba- bém a Zumub tem investido em marketing de influência e em
no Veiga. «Queremos ser a marca de eleição, tanto do atleta de cupões/códigos de promoção, para chegar a um número cada
elite como do desportista do dia-a-dia», reitera. vez maior de consumidores. «Apostamos nesses canais, anga-
O objectivo, garante, passa sempre por acompanhar as ten- riando embaixadores que realmente conhecem e consomem o
dências de consumo, até porque uma grande parte da popula- produto e o dão a conhecer às suas audiências. A nível de pro-
ção portuguesa frequenta o ginásio e preocupa-se em estar em moções, é algo que o consumidor valoriza, sobretudo cá em
forma e ter um estilo de vida mais saudável. «Por exemplo, ao Portugal, pelo que temos sempre campanhas a decorrer», refe-
longo dos últimos anos, a nível dos objectivos, de forma geral, re Urbano Veiga. «Fundamentalmente, o objectivo é continuar
tem havido menos interesse em maximizar o volume de massa este caminho de construção de marca, de forma a sermos reco-
e uma maior preocupação em ter um corpo musculado, mas nhecidos como a escolha inteligente, por parte do consumidor,
definido. A nível de produtos procurados também se nota esta que alia o produto de melhor qualidade ao preço mais competi-
tendência, em que tem havido menos procura por hipercalóri- tivo e que presta o melhor serviço», conclui.
84
ESTR ATÉGIAS Combustíveis

Shell volta

concha em Portugal
a sair da
1
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 85

7 anos depois, Portugal volta a ter postos


de combustível Shell. Em 2004, a petro-
lífera anglo-holandesa vendeu a sua rede
de 303 postos de abastecimento à congé-
nere espanhola Repsol, mas continuou a
operar no mercado português através do
negócio de lubrificantes e do negócio Eu-
roShell para o sector do transporte rodo-
viário internacional.
Desde Agosto de 2021, a marca da
concha voltou a operar uma rede de pos-
tos de combustível no mercado nacional,
através do grupo espanhol DISA, que
em 2020 já tinha adquirido a marca Prio
em Portugal. Por enquanto, a Shell conta
com uma rede de 14 estações de serviço,
que se estendem desde Braga até Tavira,
mas o objectivo passa por aumentar a ca-
pilaridade em 2022, através de um mode-
lo de franchising.
Em entrevista à Marketeer, Guilher-
me Marques, administrador da Prio e re-
Se for na estrada presentante da DISA para a Shell em Por-
tugal, garante que o objectivo da marca é
e reparar numa «ficar em Portugal durante muitos anos»,
estação de serviço até porque continua presente no imagi-
da Shell, não pense nário de muitos portugueses.

que voltou atrás no Depois de 17 anos sem postos de abas-


tempo. A marca da tecimento em Portugal, a Shell regres-
sa agora pelas mãos do Grupo DISA. O
concha está mes- que motivou este regresso da marca? E
mo de regresso ao quais os objectivos traçados?
A DISA, enquanto licenciatária da marca
mercado português,
Shell em Portugal, está a apostar tam-
depois de uma pau- bém no nosso mercado dos combustíveis
sa de 17 anos através do modelo de negócio que regista
para o resto do mundo e que assenta num
regime de franchising.
O objectivo para o futuro é ficar em
Portugal durante muitos anos e procurar
chegar cada vez mais perto dos clientes.
Tudo dependerá das oportunidades e dos
parceiros para o desenvolvimento do ne-
Texto gócio em conjunto.

Nesta segunda vida, a primeira estação


DANIEL de serviço da marca foi inaugurada em
ALMEIDA Agosto de 2020, em Gondomar. Mas
este foi um regresso “silencioso”, pelo
menos em termos mediáticos…
Este primeiro posto representou para nós,
equipa da DISA em Portugal, a oportu-
86
ESTR ATÉGIAS Combustíveis

nidade para testarmos a nossa oferta en- valorizar a sua oferta com a excelência de de inovações tecnológicas e alianças com
quanto licenciatários da marca Shell, com qualidade da marca Shell. marcas como a Ferrari e a Ducati.
toda a oferta que caracteriza esta marca, Oferecemos inovação e também di-
baseada em qualidade e excelência, adap- Qual o conceito de loja implementado? versificação de fontes de energia alterna-
tada agora ao mercado nacional e ao con- São pontos de venda que caracterizam a tivas aos combinados tradicionais, por
sumidor português. oferta da Shell na qualidade dos produ- exemplo nas estações de GNL (gás natu-
tos e serviços da marca. As estações têm ral liquefeito) que estamos a desenvolver
Nesta fase, o que é que a Shell vem apor- todos os produtos da marca e garantem para o tráfego intenso e também outros
tar ao mercado português? E qual a es- todas as normas de funcionamento, ima- combustíveis mais limpos, como o GTL
tratégia de diferenciação? gem, segurança e qualidade. (gas-to-liquid) e o hidrogénio, este últi-
Em 2021, a estratégia da Shell Global as- Destaco a gama Shell V-Power e o mo inclusivamente testado na ecomara-
sentou no mote “Powering Progress”, que serviço das lojas Shell Select. tona Shell, onde participam as principais
representa o seu compromisso no cami- universidades portuguesas.
nho para a transição energética e para as A expansão da marca em Portugal pas-
emissões net zero. sará por um modelo de franchising. Como irão diferenciar as marcas Prio e
Através dos objectivos base do pro- Qual o plano de expansão para os pró- Shell para garantir que não existe cani-
grama “Powering Progress”, apoiando o ximos anos? balização de vendas?
propósito da marca, conseguimos forne- Em termos de propriedade, hoje, quando As duas marcas têm produtos e ofertas
cer mais energias, energias mais inovado- olhamos para um posto de combustível da diferenciadas e serão uma mais-valia para
ras e sustentáveis, num caminho que nos marca Shell em todo o mundo, a maioria os diferentes segmentos de clientes.
leva à transição energética. deles opera sob um modelo de franchising
Em Portuga l não será diferente. com um master que gere a marca, e este é No mercado dos postos de combustível,
Aproveitaremos todas as sinergias e ex- o modelo que iremos seguir em Portugal. as parcerias – nomeadamente com em-
periência de uma marca global como a A expansão passará muito pelas presas da Grande Distribuição – têm
Shell, que está focada em desenvolver oportunidades encontradas no futuro. sido uma parte importante da estraté-
diferentes alternativas para a energia do gia das marcas para angariar e fidelizar
presente e do futuro. O mercado dos combustíveis é hoje clientes. Quais os planos e trunfos da
muito diferente em relação ao que era Shell nesta área?
Qual o investimento até ao momento no em 2004. Como é que a oferta da marca Nesta área também somos inovadores e
mercado português? E qual o plano de reflecte as preocupações actuais com a temos já implementado o nosso programa
investimentos para o futuro? mobilidade sustentável? de captação e fidelização, que em Portugal
Até ao momento, temos 14 postos de abas- A Shell continua a ser uma empresa líder estamos a lançar como Shell First. Tem
tecimento, distribuídos pelo norte, centro e responsável a nível internacional. como suporte uma base digital e é um
e sul de Portugal. É uma empresa centrada em oferecer programa com vantagens de fácil acesso,
A estratégia do Grupo DISA em Por- novas soluções energéticas para a mobili- sem complicações nem obrigações.
tugal passa por desenvolver o negócio em dade sustentável, com recursos eficientes
linha com as parcerias estratégicas que e de qualidade comprovada, que permite O preço é também um factor preponde-
temos vindo a estabelecer com parceiros reduzir o consumo de combustíveis e as rante neste mercado. Qual a abordagem
locais, porque eles conhecem melhor do emissões de CO2 . Como empresa licen- a este nível?
que ninguém os nossos clientes e podem ciatária da marca Shell, aproveitamo-nos Em linha com o mercado, seremos sempre
competitivos. Vamos gerar valor aos nos-
sos clientes com base na melhor relação
preço-qualidade.

A marca Shell chegou pela primeira vez


O objectivo para o futuro é ficar ao mercado português em 1910, tendo-
-se popularizado sobretudo nos anos 80
em Portugal durante muitos e 90. Quais os principais marcos?
Confiança, excelência e qualidade, sempre
anos e procurar chegar cada vez com prioridade na segurança dos nossos
mais perto dos clientes. Tudo clientes. As três “regras de ouro” da mar-
ca são: cumprir (com as regras e procedi-
dependerá das oportunidades mentos estabelecidos), respeitar (os nos-
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 87

BI GUILHERME
MARQUES
Formado em Engenharia
de Máquinas pelo Instituto
Superior de Engenharia de
Lisboa e com um mestrado
em Gestão pelo IESE,
Guilherme Marques iniciou
o seu percurso profissional
na Setenave/Lisnave, onde
desempenhou funções
de Project manager durante
nove anos. Em 1990 mudou-
se para a Shell, onde duran-
te quase 15 anos ocupou
cargos de gestor de Projecto
entre Portugal, Espanha,
Itália, Suíça e Inglaterra.
Em 2004, com a venda da
rede Shell à Repsol, aceita
o convite da petrolífera
espanhola para ocupar
a função de director de
Cartões, Marketing e
Fidelização do negócio de
retalho. Porém, dois anos
depois regressa à Shell,
onde assume a posição de
presidente da companhia
em Portugal e gestor do
contrato com o Grupo DISA
em Espanha.
Entretanto, criou a sua
própria empresa, a CRT
– Commercial Road Trans-
ports, que passaria a ter a
representação exclusiva do
Grupo DISA em Portugal
para o desenvolvimento do
negócio Shell Card. Foi
simultaneamente consultor
da Prio, entre 2014 e 2019,
onde deu início ao negócio
Prio Card. Hoje, mantém-se
como membro do comité
executivo da Prio e integra
a equipa da divisão
internacional do Grupo DISA.
88
ESTR ATÉGIAS Combustíveis

sos parceiros) e intervir (perante situações Temos comunicado sobretudo nas


potenciais de causar um incidente). localidades onde abrimos postos, com co- QUAIS OS
Manter-nos-emos fiéis aos nossos municação de proximidade (out of home RESULTADOS
princípios e às nossas regras de ouro. e jornais locais), fizemos alguma comu- NO MERCADO
nicação nas praias e na rede Multiban- PORTUGUÊS?
Que imagem é que a marca ainda pre- co, bem como durante o Moto GP (TV e
serva junto dos portugueses? OOH), além de comunicação em ponto Os resultados para um primeiro ano
A Shell é uma marca internacional que de venda, incluindo campanhas de pre- de operação, com todas as contin-
não altera o seu ADN na hora de oferecer miação de cliente. gências da Covid-19 e início de opera-
ção, são bons para o regresso de uma
confiança aos seus clientes e parceiros. A marca Shell é reconhecida. Vamos
marca que ainda está bem presente
Acreditamos que esta percepção está in- ajustando a nossa comunicação consoan- na maioria dos portugueses. Contu-
tacta entre os consumidores portugueses te as ferramentas digitais existentes, as- do, temos consciência de todos os
que já nos conhecem do passado e preten- sim como as necessidades que identifica- desafios provocados pela pandemia.
demos o mesmo para os consumidores mos enquanto marca. Como plano a longo prazo, temos uma
visão sustentável e responsável.
das novas gerações.
O nosso futuro faz-se no dia-a-dia e
Quando se confia numa marca ou Com mais de 600 estações de serviço em os nossos planos imediatos são de
numa pessoa essa relação não é efémera. Espanha, o Grupo DISA tem investido fechar 2022 com uma maior presença
fortemente no mercado português. O no nosso mercado.
Como é que a Shell tem vindo a comuni- grupo continuará atento a oportunida-
car este regresso ao mercado português des de expansão em Portugal?
dos combustíveis? No Grupo DISA temos no ADN a proxi-
O mundo de hoje não é mais programá- midade e o foco no nosso cliente. O nosso
tico. Vivemos num “emergent change desenvolvimento será sempre em linha
world” em que tudo acontece em espiral e com as oportunidades que apareçam e um grupo com 88 anos de experiência e
não mais em diferentes fases. A base é ir que permitam servir cada vez melhor os vocação de serviço e crescimento. E con-
desenvolvendo à medida que se vai cres- nossos clientes. tinuamos sempre a prestar atenção a no-
cendo e assim ajustando o budget ao de- Estamos não só no mercado espanhol vas oportunidades que criem valor para
senvolvimento do negócio. como também na América Latina. Somos os nossos clientes.
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com o 5G
ESTR ATÉGIAS

Criar emoções

Quando se pensa em 5G, pensa-se em tecnolo-


gia. Mas a nova geração de comunicações é mui-
to mais do que isso e a NOS tem trabalhado para
demonstrar todo o seu potencial na construção de
experiências que geram emoções
O
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 91

5G já não é uma realidade distante, algo


que poderíamos encontrar somente em
filmes de ficção científica. Embora ainda
em desenvolvimento, a quinta geração de
comunicações começa a dar os primeiros
passos em Portugal, à boleia de empre-
sas como a NOS, que não poupa esforços
para demonstrar as potencialidades desta
nova tecnologia.
«O 5G é futuro e presente», garante
Rita Torres Baptista, directora de Marca
e Comunicação da NOS. Por um lado, fu-

TELMO MILLER
turo porque é a tecnologia que permitirá
escrever os capítulos que ainda estão por
vir, «inovando, expandindo possibilida-
des, tornando-as inclusivas», sendo um
«verdadeiro factor de progresso e sus-
tentabilidade». Por outro lado, presente Rita Torres Baptista, directora
porque esse trabalho já começou a ser de- de Marca e Comunicação da NOS
senvolvido, não só pela NOS, que assegu-
ra a rede 5G, como também por todo um
ecossistema de parceiros e clientes.
Segundo a responsável, a empresa de
telecomunicações há muito que entrega e
implementa, de forma piloto, a tecnologia se estivessem no estádio. A mais de 340
5G junto de parceiros que têm oportuni- quilómetros de distância, as emoções do
dade de conhecer em primeira mão as vá- duelo foram sentidas na região do Por-
rias vantagens que esta tecnologia ofere- to com a ajuda do 5G, mas também de
ce. Um desses parceiros é o Sport Lisboa óculos de realidade virtual, que faziam a
e Benfica (SLB) que, em Abril de 2021, se ponte com a bancada.
assumiu como o clube com o primeiro Para esta acção, foi colocada uma
estádio com cobertura 5G em Portugal. câmara Panasonic BGH-1 no lugar 5, da
O objectivo é possibilitar uma experiên- fila G do Estádio da Luz, que transmitiu
cia de acesso à internet móvel em média o jogo em directo para os Oculus Quest
10 vezes mais rápida, com velocidades 2 usados pelas crianças e outros adeptos
superiores a 1 Gbps. Os adeptos e restan- que se encontravam na Casa do Benfica
tes pessoas presentes no estádio poderão, de Paredes. As velocidades ultra-rápidas
por exemplo, fazer downloads e uploads do 5G da NOS, bem como a sua baixa
de fotografias ou vídeos de forma quase latência, garantiram uma experiência
instantânea. As videochamadas, por seu imersiva e muito próxima da realidade.
turno, não sofrerão falhas, mesmo com a «A NOS cumpriu o sonho de trans-
Luz na sua máxima capacidade. portar virtualmente crianças e adultos
No dia 19 de Dezembro, com o Natal que nunca pisaram o Estádio do Sport
quase à porta, o SLB foi precisamente o Lisboa e Benfica. Todos puderam “sen-
parceiro escolhido para uma acção que tar-se” no lugar 5 da fila G do estádio
permitiu exemplificar o tipo de experiên- – o Lugar 5G – e experimentar, num
cias que o 5G tem reservadas para os por- momento de ligação inédito, o que o 5G
tugueses. A propósito de um jogo entre o pode fazer pelo desporto e pela comuni-
clube lisboeta e o Club Sport Marítimo, dade como um todo», explica Rita Torres
da Madeira, a NOS decidiu surpreen- Baptista, sublinhando ainda que se tratou
der as crianças da Fundação Benfica e de uma experiência tão distintiva e emo-
da Escola de Futebol de Paredes com a cional que nada a descreve melhor do que
possibilidade de assistirem ao jogo como as expressões dos participantes, que pu-
92
ESTR ATÉGIAS Branded content

deram acompanhar os sete golos do SLB tanto as crianças como os adultos fica-
como se estivessem perto dos jogadores. ram «estupefactos com a instantaneidade
«É por isso que lhes chamamos ligações da rede 5G, que lhes permitiu ver, antes
imaginárias, ligações que sem o 5G da de todas as outras pessoas presentes, os
NOS não se inscreveriam do lado das golos do seu clube». Além disso, também
possíveis. E que com o 5G todos os dias exemplo da riqueza desta experiência fo-
se enriquecem», acrescenta. Segundo a ram os testemunhos que a NOS gravou
directora de Marca e Comunicação, uma antes e depois do momento e que com-
experiência como esta não seria possível provaram a alegria e emoção de quem o O PRIMEIRO
sem uma solução de realidade virtual viveu. Não faltaram sorrisos, interjei- ESTÁDIO 5G
assente em velocidade ultra-rápida e bai- ções, gestos de quem passou por uma
xíssima latência, tendo sido este um dos experiência inesquecível e que valem por O estádio do Sport Lisboa e Benfica
foi o primeiro com cobertura 5G em
factores verdadeiramente determinantes mil palavras.
Portugal, através de uma parceria
para o sucesso da acção. Logo no primei- com a NOS. A cobertura dedicada
ro golo, conta Rita Torres Baptista, quan- O poder do 5G assegura maior fiabilidade de rede
do as crianças com os óculos de realidade A experiência será, de facto, uma das e um alto desempenho de conec-
virtual começaram a festejar, as restantes principais mais-valias da rede 5G, que tividade em ambientes com muitas
pessoas: os 65 mil adeptos que o es-
pessoas presentes tiveram de esperar lar- se apresenta como mais robusta e versá-
tádio pode receber terão oportuni-
gos segundos para poderem compreen- til em relação àquelas a que a sociedade dade de aceder a internet móvel, em
der o que se passava e assistir ao mesmo e as empresas têm tido acesso ao longo média, 10 vezes mais rápida e com
golo – mas na televisão. «Este momento dos últimos anos. Senão vejamos: a velo- velocidades superiores a 1 Gbps.
foi a prova de como o 5G (e o seu tempo cidade é até 100 vezes superior, enquanto Além disso, num jogo com assistên-
cia tradicional, a média do volume
de resposta e altíssima velocidade) foi a latência é até 10 vezes inferior; permite
de dados processados ultrapassa
imprescindível no contexto de uma expe- ligar até um milhão de dispositivos por habitualmente 1 Terabyte. Com o
riência única como esta.» quilómetro quadrado; e, além disso, ga- 5G, é expectável que este número
O resultado? Surpresa e emoção por rante maior densidade. duplique ou triplique, dependendo
parte de todos os envolvidos. São estes os Só o 5G, afiança Rita Torres Baptis- da adesão dos adeptos à tecnolo-
gia. Ao dotar o estádio com a nova
sentimentos de quem vivencia pela pri- ta, permite transportar todo o volume de
geração de comunicações, a NOS
meira vez algo pioneiro e que, há alguns dados que é necessário para experiências está a preparar-se para dar resposta
anos, talvez nem admitíssemos que fosse como a do Lugar 5G, ou seja, estar no es- ao aumento exponencial previsto
possível. Rita Torres Baptista refere que tádio, poder conversar ou interagir com relativamente ao tráfego de dados.
alguém que parece estar ao nosso lado, como saúde, educação ou indústria, en- nicações foi demonstrando o impacto
mas que na verdade está a centenas de tre outros. que o 5G pode ter, desde o envolvimen-
quilómetros de distância. «Esta tecnolo- Também a um nível mais pessoal, os to no primeiro estádio 5G, ao lado do
gia tem o potencial de proporcionar uma portugueses deverão ser capazes de sen- SLB, à apresentação também do primeiro
experiência altamente imersiva e inte- tir o poder do 5G e usufruir de todas as hospital, porto, escola, fábrica e, até, da
ractiva. Vale por aquilo que podemos fa- vantagens desta nova geração de comu- primeira praia com esta geração. Isto ao
zer com ela. Este caso ilustra bem como nicações nas próprias casas e em mobi- mesmo tempo que foi investindo em pe-
pode potenciar algo que nos é verdadei- lidade. Segundo Rita Torres Baptista, dagogia, «tão essencial ao conhecimento
ramente querido e relevante – as emo- «mais do que experiência, o 5G é uma de uma nova e tão disruptiva tecnologia».
ções», remata. realidade da qual tiraremos partido ex- Este ano, porém, está na altura de
Para lá da experiência, o 5G tem tam- ponencial nos próximos anos». «não só a NOS, mas todos fazerem “o
bém outros poderes a levar em conside- No entanto, enquanto essa nova fase que ainda ninguém fez”, colocar a tecno-
ração e que poderão ser muito úteis nas não chega, a aposta vai para acções es- logia nas mãos das pessoas, das empre-
mais variadas áreas. A directora de Mar- peciais que possam ajudar a vislumbrar sas, da sociedade» e apresentar projectos
ca e Comunicação da NOS não tem dú- todo o arsenal que o 5G tem escondido na concretos que tornem o 5G mais palpá-
vidas de que a transformação alimentada manga. «Aos poucos, e já hoje, o 5G está a vel. Exemplo disso é a disponibilização
pelo 5G irá chegar a todo o lado, com o tornar-se real e a fazer parte do dia-a-dia do 5G a todos os clientes NOS para que
desporto a representar apenas um dos de cada vez mais portugueses. Tal como possam experimentar a nova rede, gra-
eixos dessa universalidade: «A nova rede em outros países, este caminho é progres- tuitamente, até 31 de Janeiro. «Quere-
móvel é uma força motriz de inclusão na sivo e exponencial. Em Portugal, estamos mos, sem dúvida, continuar o caminho
sociedade, permitindo conectar pessoas, na fase de experimentação para, muito de liderança na entrega plena do 5G a to-
espaços e desejos e superando as barrei- em breve, transitarmos para um usufruto dos os portugueses e na construção deste
ras de distância. Seja qual for o sector, mais alargado da tecnologia, onde em- ecossistema de expansão de possibilida-
a experiência será sempre um conceito presas, cidades e pessoas poderão estar des, que promete ligações cada vez mais
transversal e que a NOS pretende propor- conectadas e usufruir desta nova rede em surpreendentes, relevantes e poderosas.
cionar, uma vez que se trata da base para total sinergia», explana a responsável. Afinal, o nosso propósito», lembra a res-
a transformação digital da sociedade.» Rita Torres Baptista frisa ainda que a ponsável, acrescentando que o 5G abre
Entre as várias potencialidades, des- NOS está preparada para entregar a rede um novo capítulo na história da marca.
taque para a importância do 5G no sen- a todos os portugueses, na sequência da Especialmente pelo potencial que tem de
tido de dar resposta aos desafios tecno- liderança conquistada em 2021. Ao longo transformar tudo e de abrir possibilida-
lógicos da próxima década, em sectores do ano passado, a empresa de telecomu- des até aqui nunca antes imaginadas.
94
ESTR ATÉGIAS Alimentação

não se vende
Nestes talhos

carne Texto

DANIEL
ALMEIDA

Talho vegan. Pode parecer um paradoxo mas


é um conceito que já chegou a Portugal para
responder ao número crescente de vegans,
vegetarianos e flexitarianos. No Capim Talho
Vegan e no Asoka Veggie Market, todos os
produtos na montra são de origem vegetal
H
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 95

á vários anos que os irmãos Tomás e Marta, é formada em Design de Comuni-


Marta Penaguião deixaram de consumir cação pela Faculdade de Belas-Artes.
carne. No entanto, tinham dificuldade No menu do Capim existem mais de
em «encontrar alternativas saudáveis, 15 opções, entre almôndegas de aveia e
com preços acessíveis e uma experiência espinafres, Wellington de castanhas com
de compra conveniente». Para colmatar espinafres e queijo vegetal, hambúrgue-
aquilo que consideram uma lacuna no res de beterraba e nozes ou de cogumelos
mercado, os dois irmãos, ainda abaixo e feijão, panados de grão-de-bico, cro-
dos 30 anos, criaram o Capim Talho Ve- quetes de feijão e lima, asinhas de couve-
gan, que pretende reinventar o conceito -flor, entre outras. Todos os produtos dis-
de talho tradicional ao comercializar ape- poníveis têm por base ingredientes como
nas produtos à base de plantas e legumes. leguminosas, vegetais, farinhas integrais
O Capim arrancou no início de 2020 e frutos secos, e são acompanhados por
como uma plataforma online com entre- instruções de preparação.
ga ao domicílio de produtos frescos e pré- Além do espaço físico em Telheiras,
-confeccionados. Contudo, no Verão pas- o Capim Talho Vegan faz entregas ao do-
sado o negócio deu o salto para o mundo micílio na Grande Lisboa (Lisboa, Ama-
físico ao entrar no Gaya Veggie Market, dora, Odivelas, Loures, Margem Sul, Oei-
mercearia vegetal localizada em Telhei- ras, Cascais e Sintra), sendo que o envio é
ras, Lisboa. gratuito para compras acima de 30 euros.
«Decidimos criar um talho porque Até ao momento, a empresa já chegou a
achamos que é uma experiência de com- mais de 4000 lares e produziu cerca de
pra diferenciadora para o cliente, que per- 40 mil unidades de alimentos. «As ven-
mite encontrar e seguir o ritual de com- das estão a superar todas as expectativas
pra dos produtos alimentares como se faz iniciais. Começámos o negócio com uma
e fazia tradicionalmente. Queremos dar base de clientes familiar e de amigos pró-
oportunidade e opção às pessoas de ad- ximos e já temos clientes em toda a Gran-
quirirem produtos frescos alternativos à de Lisboa», refere o co-fundador.
carne e tornar essa prática num hábito», De acordo com Tomás Penaguião,
explica Tomás Penaguião, formado em apesar de contar com uma oferta 100%
Gestão pela Nova SBE, enquanto a irmã, vegan, o serviço tem sido procurado por
96
ESTR ATÉGIAS Alimentação

Marta e Tomás Penaguião, co-fundadores do Capim Diogo Borges, Frederico Neves, co-fundadores
Talho Vegan do Asoka Veggie Market, com o chef Luccas Oliveira

diferentes tipos de consumidores. «Temos 2021, este talho diferente do habitual ofe- tos, que são extremamente processados e
todo o tipo de clientes, desde os estrita- rece produtos pré-preparados sem proteí- de qualidade baixa, para além de difícil
mente vegan aos chamados flexitarianos na animal e feitos apenas com ingredien- acesso, apesar da crescente procura.»
que abrem algumas excepções a uma die- tes orgânicos. A abertura de um talho físico, onde
ta vegan, sendo que temos também pes- Na oferta do Asoka Veggie Market são disponibilizados os produtos já pré-
soas que seguem uma dieta variada (in- encontram-se produtos maioritariamente -preparados, pareceu-lhes a melhor op-
cluindo carne)», garante o empreendedor. vegan, mas também vegetarianos. Entre ção, não só para facilitar o acesso a este
Aproveitando o facto de esta ser uma as estrelas da companhia estão os ham- tipo de produtos, como a sua confecção
tendência global, o Capim já iniciou o búrgueres (de lentilhas; seitan fumado final por parte dos clientes. «Damos
seu processo de expansão internacional e legumes; seitan fumado, beterraba e grande importância à vertente educa-
e desde há cerca de três meses que está aveia; chilli e feijão; e feijão preto e cogu- cional do nosso projecto. O conceito de
no mercado espanhol, onde criou a pla- melos fumados), a lasanha vegetariana, o ‘’talho’’, apesar de controverso, ajuda-nos
taforma online Capim Veganeria, que já Beet Wellington (com tofu fumado e be- neste âmbito, pois cria uma relação de
está a fazer entregas em todas as zonas de terraba) e os croquetes de cogumelos ou proximidade com o cliente e uma fami-
Madrid. Escusando-se a fazer um balan- tremoços. Mas há outras refeições à esco- liaridade ao conceito e ao produto», es-
ço numa fase tão prematura, Tomás Pe- lha, assim como sobremesas, para quem clarece o co-fundador.
naguião refere apenas que «é um merca- opta por uma dieta sem carne nem peixe. Além da loja própria na Parede, o
do distinto com uma dimensão bastante O negócio foi criado em plena pan- Asoka Veggie Market já comercializa os
superior e onde a nossa rede local é bas- demia de Covid-19 pelos primos Diogo seus produtos de origem vegetal nalguns
tante mais limitada. De qualquer forma, Borges, formado em Marketing e Even- restaurantes e mercearias da especialida-
temos a vantagem de ter uma oferta de tos, e Frederico Neves, piloto, que se de. Além disso, faz entregas ao domicílio
produtos já testada e aprovada e alguns juntaram ao chef Luccas Oliveira para em Cascais, Oeiras, Sintra, Lisboa e Mar-
clientes que já conhecem a nossa marca». criar o menu e conceito do Asoka. «O gem Sul, que em altura de pandemia têm
Quanto aos planos para o futuro, conceito nasceu da vontade de contribuir contribuído para um crescimento médio
passam por alargar o raio de entregas para formas de alimentação e consumo mensal a rondar os 10% desde a abertura
ao domicílio no mercado português e, mais conscientes e sustentáveis. O apa- do negócio. «Ao contrário do que inicial-
«quem sabe, abrir a operação noutras ci- recimento da pandemia deu-nos o tem- mente achávamos, 70% dos nossos clien-
dades este ano». po necessário para avaliar as hipóteses tes não são vegan ou vegetarianos, mas
e percebemos que a alimentação seria o sim pessoas que procuram alternativas à
ASOKA VEGGIE MARKET meio de podermos melhorar a nossa saú- alimentação tradicional», revela.
de e pegada ambiental», conta à Marke- Olhando para o futuro, os objecti-
Também na vitrine do Asoka Veggie teer Frederico Neves, enquanto explana: vos do Asoka Veggie Market passam por
Market, a carne é a principal ausência. De «Identificámos uma falha no mercado alargar as parcerias no canal do retalho e
portas abertas na Parede desde Janeiro de em termos de oferta deste tipo de produ- restauração, mas também por abrir novos
talhos vegan, começando por Cascais e
Lisboa, já em 2022. «A longo prazo, e con-
soante a necessidade de produção, criar
uma cozinha central para chegar a outras
zonas do País», revela Frederico Neves.

DIGERIR O CONCEITO

Até ao momento, e fora do canal Horeca,


a oferta de produtos vegan e vegetarianos
no mercado português centra-se sobre-
tudo nas inovações lançadas por empre-
sas multinacionais (como, por exemplo,
a Beyond Meat) ou grandes retalhistas,
estando disponível sobretudo nas gran-
des superfícies. Um movimento que tem
acompanhado o crescimento do segmen-
to veggie (termo que designa a soma dos
vegans, vegetarianos e flexitarianos), que
já representa 11,9% da população portu-
guesa, de acordo com os dados da consul-
tora Lantern.
O conceito de talho vegan surge tam-
bém como resposta a esta tendência, an-
corada no factor da conveniência e pro-
ximidade. «O nosso conceito é inovador,
com uma oferta de produtos bastante
mais diversificada [em relação ao retalho
alimentar tradicional], saudável e com
uma experiência de compra convenien-
te para o cliente final», salienta Tomás
Penaguião. Não obstante, o jovem em-
preendedor lembra que este é um «con-
ceito desconhecido e que ainda está a
construir a sua audiência», pelo que exige
um esforço adicional em comunicação,
que tem passado sobretudo pelas redes
sociais. «O nosso maior desafio é mostrar
ao público o quão democrático e inclusi-
vo é o Capim – somos um talho para to-
dos», sublinha.
Também o Asoka Veggie Market
tem apostado nas redes sociais para dar
a conhecer o conceito de talho vegan,
partilhar receitas ou dicas de nutrição.
«Acreditamos que ainda estamos muito
no início e que o surgimento de novos
players só vai ajudar a aumentar o con-
sumo e procura por estes produtos. Por
outro lado, acreditamos vivamente na
qualidade do nosso produto e no cresci-
mento da nossa marca», conclui Frederi-
co Neves.
98 Branded content

Ir mais longe
ESTR ATÉGIAS

e elevar o compromisso
de sustentabilidade
O Santander fomenta um cres-
cimento inclusivo e sustentável
através de iniciativas e progra-
mas que melhoram o acesso à
educação, o empreendedorismo
social, a empregabilidade e o
bem-estar nas comunidades
S
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 99

er um Banco Responsável é ser um ban-


co em que se pode confiar, um banco que
tem a preocupação de desenvolver a sua
actividade de forma correcta, uma ins-
tituição que trabalha de forma simples,
próxima e justa, dando à sociedade um
retorno com impacto real na vida das
pessoas. É esta a visão de Inês Oom de
Sousa, responsável ESG no Santander a
nível europeu e presidente da nova Fun-
dação Santander Portugal. A profissional
explana que isso passa por aspectos tão
diferentes como ajudar os empresários a
fazer crescer o seu negócio e a contribuir
para os objectivos de descarbonização,
financiar as energias renováveis, conce-
der crédito à habitação de forma clara ou
apostar na diversidade e inclusão, contra-
tando, por exemplo, pessoas com vários Inês Oom de Sousa, responsável
tipos de deficiência. ESG no Santander a nível
O Santander tem vindo a fomentar europeu e presidente da nova
um crescimento inclusivo e sustentável Fundação Santander Portugal
através de uma panóplia de iniciativas e
programas. Em 2021, investiu em Por-
tugal cerca de 7,5 milhões de euros em
projectos de apoio à comunidade, através
de acções de sustentabilidade e do San-
tander Universidades. Apoia anualmente No Ensino Superior, a estratégia foca-
mais de 300 associações, em projectos li- -se em três áreas principais: na educação,
gados à educação, protecção de menores, ajudando os estudantes universitários
saúde, incapacidade, inclusão social e no desenvolvimento das suas competên-
cuidado a idosos, alcançando um impac- cias; no empreendedorismo, apoiando
to directo em 89 mil pessoas na comuni- os empreendedores universitários a par-
dade local no ano 2021. tilhar soluções, dar visibilidade a novos
«No acesso a serviços financeiros, projectos, encontrar investidores; e na
apoiamos pessoas vulneráveis economi- empregabilidade, através da oferta de es-
camente ou excluídas. Queremos pro- tágios, programas de formação e serviços
mover a transformação social através de orientação profissional a estudantes
da educação financeira, uma vez que o universitários. «Temos protocolos com
empoderamento financeiro é uma das 50 das principais instituições de Ensino
ferramentas essenciais para erradicar as Superior em Portugal e, em 2021, atribuí-
diferenças económicas e sociais», justifi- mos cerca de 4000 bolsas de mérito.»
ca Inês Oom de Sousa. Por exemplo, para O Santander dá também particular
apoiar os clientes vulneráveis, lançaram destaque à integração social e profissio-
o serviço “Aqui e Agora”, através do qual nal das pessoas com deficiência, tendo
apoiam os clientes nos procedimentos de integrado também diversos elementos nas
registo e operação dos canais digitais. suas equipas. «A inclusão de pessoas com
A estratégia climática é outro pilar deficiência acrescenta valor às empresas,
fundamental. As principais linhas de ac- o que se traduz num impacto altamente
tuação são alinhar a carteira com o Acor- positivo na cultura dessas instituições e
do de Paris, apoiar os clientes na transi- nos seus colaboradores», sublinha a res-
ção para uma economia descarbonizada e ponsável. Nesse sentido, têm colaborado
continuar a reduzir o impacto ambiental. com instituições como a APSA – Associa-
100
ESTR ATÉGIAS Branded content

ção Portuguesa de Síndrome de Asperger,


a Associação Salvador, o Inclusive Com-
munity Forum da Nova SBE.
Recentemente apoiaram a abertura
do primeiro Café Joyeux em Portugal,
um projecto que promove a empregabi-
lidade de pessoas com Dificuldades Inte-
lectuais e de Desenvolvimento. Para além
do apoio social, o Santander promoverá
este projecto junto dos seus clientes.
Assumiu, no último ano, um papel re-
levante em tempos de pandemia, apoian-
do a instalação de equipamentos hospita-
lares cuja necessidade era muito urgente,
no valor de meio milhão de euros, nos
hospitais de Amadora-Sintra, Beatriz Ân-
gelo e de Vila Real de Trás-os-Montes. O Santander tem também adoptado pamentos mais eficientes e sustentáveis»,
Mas a pandemia pôs a nu outras ne- medidas concretas como a eliminação enumera a responsável. No mercado de
cessidades. Nesse sentido, Inês Oom de plásticos de utilização única, acções capitais, participa na emissão de 750 mi-
de Sousa destaca a campanha solidária voluntárias de reflorestação ou recolha e lhões de euros e 1.250 euros de dívida
#Nunca Desistir, da qual o Santander reciclagem de equipamentos electrónicos híbrida verde da EDP e actua como joint
Portugal foi parceiro financeiro, e que em balcões de todo o País. O Santander bookrunner  nos 300 milhões de euros de
mobilizou os portugueses a angariar Portugal é o primeiro Banco do Grupo, green bonds da REN.
fundos para alimentar as famílias mais na Europa, a reciclar cartões de crédito Mas, para além de soluções para em-
carenciadas através da Cruz Vermelha e débito expirados, os quais dão lugar a presas, tem o crédito de energias renová-
Portuguesa e da Rede de Emergência mobiliário urbano. veis para particulares, com a finalidade
Alimentar. Além disso, participou na Disponibiliza também um parque de de aquisição de equipamentos fotovoltai-
campanha “Todos Juntos”, na qual os bicicletas e autocarros para colaborado- cos e é também líder no IFRRU, instru-
principais bancos do País e 30 empresas res, reduziu as impressões, eliminou car- mento financeiro de reabilitação urbana
se associaram para uma iniciativa de so- tões-de-visita em papel e instalou postos assente na eficiência energética.
lidariedade centrada no apoio alimentar de carregamento de veículos eléctricos. Em 2022, quer ir ainda mais longe no
às famílias mais desprotegidas. A instituição tem consciência de que propósito de contribuir para ajudar as
E, no âmbito da pandemia, destinou as medidas que implementar nesta déca- pessoas e as empresas a progredirem de
dois milhões de euros às Instituições de da serão fundamentais para enfrentar a uma forma justa, inclusiva e sustentável.
Ensino Superior para apoiar iniciativas emergência climática e que tem um pa- Recentemente, criou a Fundação Santan-
que mitigassem o impacto da Covid-19. pel relevante na transição para uma eco- der Portugal, com uma dotação inicial de
nomia mais sustentável. «Temos que ir 22,5 milhões de euros, através da qual vai
COM OS OLHOS NO FUTURO mais longe e elevar o nosso nível de com- desenvolver programas com elevado im-
Desde 2005 que o Santander mede a sua promisso. Estamos a trabalhar para que pacto nas áreas da educação, do emprego,
Pegada de Carbono e implementa planos toda a actividade do grupo seja neutra da ecologia e social.
de eficiência energética para garantir o em emissões de carbono em 2050», conta «Queremos “embeber” todo o Ban-
menor impacto ambiental possível. O Inês Oom de Sousa. co neste propósito ESG, ser reconheci-
banco é neutro em carbono desde o ano Daí que garanta que o Banco vai con- dos pelos nossos clientes e colaborado-
2020 e compra 100% da electricidade de tinuar a apoiar os clientes na transição res como uma instituição que apoia as
fontes de energia renováveis. verde, oferecendo cada vez mais produtos acções visando a transição energética.
«A nossa sede operacional conta com e serviços que integram critérios ESG. Queremos ser igualmente identificados
sistemas de iluminação e climatização de «Estamos a desenvolver novos produtos como uma instituição com papel muito
elevada eficiência energética, bem como financeiros verdes. No âmbito das empre- relevante na empregabilidade, nos pro-
um sistema de aproveitamento de águas sas, apresentámos soluções diferenciadas jectos com verdadeiro impacto social e
da chuva, elevadores com sistema de re- de crédito automóvel para viaturas eléc- que se preocupa em reduzir as desigual-
generação de energia e sistemas de video- tricas. No sector Agro, lançámos o Plano dades sociais e económicas e em contri-
conferência em todos os andares», salien- de Renovação de Equipamento Agrícola, buir para uma comunidade mais inclusi-
ta a responsável. promovendo a sua substituição por equi- va», assegura.
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102 Comércio

Bater à porta
ESTR ATÉGIAS

do mundo digital
A
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 103

pesar da pandemia de Covid-19 e dos cui-


dados reforçados com o distanciamento
social, o sector das vendas directas tem
aproveitado o contexto para acelerar a
transição digital, num canal de distribui-
ção que poderia ser encarado como pura-
mente tradicional e relacional. Hoje, pelo
contrário, o digital é visto como um canal
complementar à demonstração presencial
de produtos e serviços – geralmente em
casa dos consumidores –, trazendo até
maiores oportunidades de contacto.
E os números comprovam-no. De
acordo com os dados mais recentes, di-
vulgados em Novembro passado, em
2020 as vendas directas cresceram 13,9%
no mercado português face ao ano ante-
rior, para 238 milhões de euros, enquanto
o número de novos agentes (revendedo-
res) cresceu 12%.
Reinventar é palavra Em entrevista à Marketeer, Gertrudes
de ordem no sector Soares, presidente do Instituto Português
de Venda Directa (IPVD) – que repre-
das vendas directas, senta as empresas Amway, Herbalife, LR
que tem vindo a evo- Health & Beauty Systems, Mary Kay e
luir das vendas porta Oriflame –, explica como o sector se tem
vindo a reinventar.
a porta para os ser-
viços e plataformas Em 2020, o sector português das vendas
directas verificou um aumento de 13,9%
online. E, fruto dessa da facturação e de 12% dos novos agen-
estratégia, a crescer tes. Como se explica este crescimento
em resultados em contexto de pandemia?
A adaptação ao mundo digital já era uma
realidade antes da pandemia e veio aju-
dar ainda mais a fomentar o negócio da
venda directa. A formação dos empresá-
rios de venda directa, o plano de vendas e
a relação com os clientes fortaleceram-se
ainda mais.
A abrangência do mundo digital fa-
cilitou o contacto com novos clientes e
potenciais empresários de venda directa,
o que teve um impacto muito positivo no
Texto volume de vendas das empresas.

Quais as perspectivas do IPVD para


para 2022?
DANIEL
O negócio de venda directa tem vindo a
ALMEIDA
consolidar-se cada vez mais, sempre com
transparência, confiança e apoio ao clien-
te. É um mercado em constante evolução
e atento às tendências, que se preocupa
104
ESTR ATÉGIAS Comércio

Gertrudes Soares,
faixas etárias mais jovens. A possibili-
presidente
do Instituto dade de conciliar a vida familiar e social
Português de com a carreira profissional é uma opção
Venda Directa que tem atraído muitos jovens adultos,
mas também pessoas numa fase mais ma-
dura a nível profissional, situação que foi
potenciada com a necessidade do teletra-
balho e alterações no panorama laboral.

O sector ainda é muito conotado com os


chamados “esquemas em pirâmide”, ou
essa imagem tem vindo a desaparecer?
Que trabalho tem vindo a ser realizado
nesse sentido?
Ao longo dos últimos anos, tem sido fei-
to um trabalho de esclarecimento e des-
mistificação do sector da venda directa
e do marketing de rede, essencialmente
assente na promoção do Código de Con-
duta Europeu e das suas boas práticas
comerciais, assim como na protecção ao
consumidor, junto das empresas de venda
directa e dos seus empresários.

O IPVD celebrou 20 anos de actividade.


Que balanço faz deste percurso?
Ao longo dos 20 anos de existência do
IPVD, o principal objectivo foi, e conti-
com a diferenciação dos seus produtos e conta que este é um negócio de relações nua a ser, o de promover um elevado pa-
em ter um serviço personalizado. e proximidade. Durante a pandemia, as drão de práticas comerciais entre as em-
As perspectivas para os próximos ferramentas digitais mantiveram os utili- presas de venda directa que operam em
anos são optimistas, pois as característi- zadores ligados em todo o mundo e facili- Portugal, assim como assegurar sempre a
cas do negócio de venda directa – produ- taram a interacção comercial. protecção do consumidor.
tos diferenciados e experiências persona- A transparência nas relações comer-
lizadas – estão totalmente alinhadas com Que benefícios é que a venda directa ciais entre os empresários de venda direc-
as tendências de mercado. apresenta hoje face a outros canais? ta e os consumidores, e a capacidade de
As maiores vantagens da venda directa inovação e adaptação às exigências num
Como é que este canal se tem vindo a são os produtos diferenciados e a expe- mercado em rápida mudança, têm con-
adaptar à pandemia de Covid-19 e às riência e serviço personalizados ofereci- tribuído para uma crescente confiança do
novas tendências de consumo? dos aos clientes, algo que o consumidor consumidor no sector.
A venda directa passou a recorrer mais procura cada vez mais. Actualmente, o
a apresentações de produtos e serviços consumidor quer ter experiências ex- Quais os planos do IPVD para o futuro?
online – semelhante ao live streaming clusivas e personalizadas, e não apenas Continuar a promover a profissionali-
e-Commerce, que enriquece a experiên- adquirir produtos de consumo, e os em- zação do sector da venda directa, pois
cia de compra online – e também a plata- presários de venda directa fazem exacta- é uma questão que se impõe nos dias de
formas de vendas online, de forma a po- mente isso: proporcionam experiências hoje, em que o consumidor é cada vez
der continuar a assegurar o contacto com únicas aos seus clientes. mais exigente e tem mais conhecimento.
os seus clientes. A promoção dos benefícios socioeco-
A transformação digital sentida no E como tem vindo a mudar o perfil do nómicos da venda directa e do elevado
comércio foi evidente a nível geral, mas profissional de venda directa? padrão das suas práticas comerciais e a
também foi uma mais-valia para o cres- A importância da criação do próprio em- protecção ao consumidor permanecem
cimento da venda directa, ao contrário prego é uma tendência que tem crescido os principais objectivos do IPVD para os
do que as pessoas pensavam, tendo em em Portugal, principalmente junto das próximos anos.
Parceiro Tecnológico
106
ESTR ATÉGIAS Moda

Diz-me que

dir-te-ei quem és
meias usas e
A
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 107

ntes um presente temido no Natal, agora


um verdadeiro acessório de moda. Com
diferentes padrões, cores atrevidas ou
discretas, fibras sustentáveis ou motiva-
ções solidárias, as meias ganharam reno-
vado lugar de destaque no guarda-roupa.
Deixaram de ser (apenas) um artigo es-
sencial para passarem a dizer uma pa-
lavra sobre o estilo de cada pessoa. E as
marcas acompanham a tendência.
Nas lojas de qualquer gigante de
moda já é possível encontrar meias que
vão além dos tons e modelos mais clás-
sicos, mas há também insígnias mais
pequenas a apostar nesta peça e a nasce-
rem especificamente para dar resposta à
procura. É o caso da Chulé, que permite
aos portugueses caminharem com vacas,
matraquilhos, galos de Barcelos e, até,
pastéis de nata. A portugalidade é um
dos pilares da marca, criada em Dezem-
Pintar o cabelo, bro de 2019 por três amigos. Mesmo an-
tes do início da pandemia, João, Miguel e
fazer uma tatua- Gonçalo perceberam que as meias se es-
gem, visitar um tavam a tornar um acessório que permi-
alfaiate, ou só com- te expressar a personalidade e que estava
na altura de criar uma marca que aju-
prar acessórios em dasse nessa missão, sem esquecer o País
segunda mão. São que a viu nascer. «É um mercado com
muita concorrência. O grande desafio é
muitas as opções conseguirmos destacar-nos dos demais
que tomamos para players», adianta a equipa da Chulé, ex-
nos expressarmos plicando que a receita que encontraram
passa pela elaboração de uma proposta
através da forma de valor única. Além de investir na qua-
como nos apresen- lidade e produção em Portugal com algo-
dão orgânico certificado, a Chulé aposta
tamos ao mundo. Da em designs 100% originais, criados in-
cabeça... às meias -house e inspirados no que de melhor
há no País. Esses desenhos são, depois,
transferidos para meias sem costuras na
biqueira e com o logo da marca bordado.
A Chulé propõe destacar-se pelo sen-
tido de consciência ambiental e social,
Texto ao procurar, por exemplo, minimizar o
impacto da operação ao longo da cadeia
de valor: ao algodão orgânico juntam-se
a reutilização e reciclagem de materiais e
FILIPA a promoção de acções de sensibilização,
ALMEIDA como a actividade de limpeza de praia,
no Seixal, que organizou em parceria
com a Liga da Protecção da Natureza e
que permitiu recolher mais de 100 quilos
108
ESTR ATÉGIAS Moda

de lixo. A nível social, garantem que to- nomeadamente com os museus MAAT e A marca foi criada em Outubro do
dos os packs e kits contribuem com uma Bordallo Pinheiro, as marcas Vegan Nata ano passado, por e para apaixonados por
refeição para o projecto SOUMA. Além e Lush, a plataforma de comunicação futebol. A ideia era pegar na “febre” que
disso, os clientes têm a opção de adicio- New Men e a cadeia de fast-food francesa os adeptos sentem e transformá-la em
nar ao carrinho de compras uma caixa Furahaa. Empresas que queiram perso- produtos que «marcassem momentos em
solidária com o mesmo propósito, ou nalizar meias também podem recorrer à que as pessoas se abraçaram, vibraram e
comprar um Chulecas – boneco feito a Chulé. «Achamos que é uma moda que choraram». Daí que não faltem episódios
partir de meias Chulé que não estão aptas veio para ficar, pois os designs e possibi- como o “Milagre de Istambul” (quando
a ir para o mercado e são transformadas lidades são quase infinitos.» o Liverpool foi pentacampeão da Cham-
por voluntários da SOUMA. Também pions em 2005), ou o “Golo do Século”
não esquecidos foram os amigos de qua- BOLA NOS PÉS de Diego Maradona. «O objectivo é ma-
tro patas, através do contributo de um terializar momentos icónicos através das
euro para a Animalife sempre que é ven- Visão semelhante tem Inês Oliveira, co- meias, uma vez que os pés são o principal
dido um par de meias Sancho. -fundadora da Memoraball Socks. «Já veículo do futebol», explica Inês Oliveira.
Neste momento, o catálogo tem cer- não se compram meias apenas para que Todos os modelos são desenhados por
ca de 30 modelos, incluindo opções para aconcheguem os pés e fiquem “escondi- pessoas que se arrepiam quando o tema
os mais novos e um pack surpresa, cujo das”, até porque as bainhas estão cada vez é futebol, sendo que há também espaço
conteúdo só é conhecido no momento em mais curtas», aponta a responsável por para projectos em parceria com clientes.
que a encomenda chega a casa do clien- uma marca que se foca no mundo do fu- Co-criação é outra das palavras de ordem
te. Cliente esse que procura mais do que tebol: todos os modelos são inspirados em da Memoraball, que está disponível para
um simples par de meias, é alguém que clubes ou momentos emblemáticos desta criar modelos a meias (trocadilho não in-
«acredita em conceitos inovadores que modalidade, a nível mundial. tencional), tirando partido de sugestões
defendam causas sociais e ambientais». É possível sair de casa com o estádio partilhadas nas redes sociais, por exem-
A equipa da Chulé revela ainda que, em La Bombonera a aconchegar os tornoze- plo, e que podem chegar de diferentes
termos de modelos mais procurados, há los, ou com uma homenagem à vitória pontos do mundo. A Memoraball apre-
variações sazonais – como as dos baca- de Portugal no Euro 2016. Segundo Inês senta-se como uma digital native brand,
lhaus, que são mais pedidas por altura do Oliveira, há «uma procura por meias co- estando em mais de 55 países, o que é um
Natal –, mas as meias dos pastéis de nata loridas, para mostrar, combinar e com- desafio acrescido em termos de escala.
têm estado no topo das preferências. pletar looks», pelo que não tem reservas «Fazemos vários testes por mês de
A par das colecções principais, a em dizer que existe, de facto, uma moda comunicação, campanhas, testes A/B de
Chulé conta com parcerias no currículo, das meias e que a mesma veio para ficar. entrada em mercados, com vista a encon-
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 109

trar o ângulo mágico que nos dê cresci-


mento rápido e sustentável. Na verdade,
este é o desafio de todas as marcas nati-
vas online», indica Inês Oliveira.
As meias que compõem o catálogo
da marca são unissexo e têm dois tama-
nhos (36-40 e 41-46), fazendo com que
seja mais fácil chegar a um número cres-
cente de adeptos. Além das meias, e que
somam já mais de 100 modelos e que
constituem a principal aposta da Me-
moraball, a marca está de olho noutras
oportunidades. Já lançou t-shirts e bonés
bordados, a par de posters, packs, másca-
ras de protecção ou wallpapers. O futuro
poderá passar por continuar a explorar
novas opções e, ainda, parcerias que vi-
sem «aproximar ainda mais os fãs dos
relvados», como é o caso de pop-up sto-
res. Para já, no campo das colaborações,
destaque para os projectos desenvolvidos
com a Federação Portuguesa de Futebol,
o Sport Lisboa e Benfica e com o antigo
jogador Paulo Futre. «Queremos ter cada
vez mais produtos oficiais e estamos sem-
pre abertos a parcerias ou licenciamento
de equipas, clubes ou jogadores», revela.

NEGÓCIO A MEIAS

Os laços familiares estão, muitas vezes,


na base de negócios e com a Kinda Socks
foi assim. Cláudia e Bianca Silva são ir-
mãs gémeas, de Vila Nova de Gaia, e que-
riam ter um projecto em conjunto. Como
sempre gostaram de meias, pensaram
que esta podia ser a área ideal para dar que o produto tem a qualidade necessária “Rock Own”, “Babe you got this”
o passo. «Queríamos ter uma marca que para durar vários anos e promover, as- e “Trouble Maker” são expressões nas
tivesse um impacto positivo e que trans- sim, um ciclo de vida mais prolongado e meias da Kinda Socks, que tem cerca de
mitisse uma mensagem de auto-estima, amigo do ambiente. uma dezena de opções. Este ano, a ambi-
de felicidade e empoderamento», contam Hoje, quase dois anos volvidos, os ção é alargar a novas categorias de moda,
as duas fundadoras. Estavam encontra- obstáculos são outros: «Encontrar o nos- garantindo sempre que, seja qual for a
dos os ingredientes para lançar a Kinda so lugar. Sabíamos o que queríamos fa- peça da marca escolhida, esta será a pe-
Socks em Junho de 2020, ainda que te- zer, faltava-nos dar-nos a conhecer.» Mas ça-chave do look. «Podemos dizer que
nham encontrado alguns obstáculos. também para este problema foi traçado no Verão de 2022 iremos dar um grande
Conseguir um fornecedor que corres- um plano, desta feita com foco em mo- salto!», adiantam as fundadoras, subli-
pondesse às expectativas foi um dos de- delos diferenciadores, design irreverente nhando que «toda a gente pode comprar
safios, mas que acabou por ser superado e causas solidárias, como é o caso da As- Kinda Socks, pessoas que gostem de ar-
quando descobriram uma pequena fá- sociação Acreditar (à qual foi doado um riscar no seu vestuário e na vida». E, de
brica – também ela familiar – em Barce- euro por cada venda até ao final de 2021) acordo com Cláudia e Bianca, esta é, cada
los. Segundo Cláudia e Bianca, «só faria e da Thirst Project (parceria que já con- vez mais, a caracterização generalizada
sentido conceber as meias em Portugal, tou com um giveaway e que se irá esten- dos portugueses, em linha com o que já
apoiando negócios locais» e garantindo der ao longo deste ano). se verificava noutros pontos do mundo.
110
ESTR ATÉGIAS Mobiliário

Será o fim
do escritório como o conhecemos?

A pandemia acelerou
uma tendência que
já se vinha a sentir
em todo o mundo: o
crescimento do tra-
balho à distância. Mas
na Vitra permanece
a certeza de que o
escritório está longe
de estar morto
P
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 111

romover o ambiente colaborativo será


esse o principal foco dos escritórios de
amanhã. Pelo menos é nisso que acredi-
ta a Vitra, empresa que se dedica ao de-
senho e produção de peças de mobiliário.
E se é certo que, por ora, muitos es-
critórios e salas de reunião permanecem
vazios, importa reflectir quem são aque-
les que regressarão às empresas e o que
esperam lá encontrar. A Vitra fez, pre-
cisamente, esse exercício e apresentou o
seu primeiro “Club Office”, um espaço de
trabalho que visa reinventar o conceito
de escritório como um ambiente colabo-
rativo focado nas necessidades emergen-
tes do trabalho.
Instalado na sede da Vitra em Birs-
felden, perto de Basileia, o Club Office foi
desenvolvido pela equipa de pesquisa e
design da Vitra e responde às mudanças
que ocorreram no mundo do trabalho.
É um modelo de escritório em open
space, com espaços públicos, semipúbli-
cos e privados, oferecendo três modelos
de trabalho diferentes que podem ser vis-
tos e usufruídos por visitantes e funcioná-
rios. A ideia é que seja um centro produti-
vo, um local de debate, partilha de ideias
e aprendizagem mútua, onde os funcio-
nários se sintam parte de um todo maior.
Até porque são muitas as empresas cria-
tivas que reportaram problemas durante
a pandemia por as equipas não estarem
juntas e não haver o contacto informal.
«O factor social sempre foi um as-
pecto importante de um ambiente de
trabalho. Depois das nossas experiências
durante a pandemia, o desejo de um lu-
gar onde as pessoas se possam reunir e
interagir parece ser maior do que nunca.
É por isso que esse espaço é essencial – é
o ponto de partida para a produtividade
colectiva», comenta Tim Reusch, head of
the Consulting & Planning Studio da Vi-
Texto tra, à margem de uma das Vitra Sessions,
em Madrid.
«O trabalho puramente individual
pode ser realizado em casa ou qualquer
MARIA
outro lugar. Por isso o escritório de hoje
JOÃO LIMA
tem de fornecer valor acrescentado. Tem
de ser mais do que apenas um lugar para
trabalhar», acrescenta. Segundo este pro-
fissional, empresas com ambições estraté-
112
ESTR ATÉGIAS Mobiliário

VITRA/EDUARDO PEREZ
gicas reconhecem a dimensão do interior Alcove Plus (desenhado por Ronan & da empresa e deve apelar a trabalhar de
como uma ferramenta. «O escritório não é Erwan Bouroullec). forma informal. Pode ainda ter pontos de
apenas um local de produção. É uma pla- electricidade para permitir terminar ta-
taforma para as pessoas – para viver a cul- CLUB OFFICE refas entre reuniões, por exemplo. Nesta
tura da empresa, para serem visíveis como zona podem ainda encontrar-se o rooftop,
funcionários, para implementar ideias vi- No Club Office uma parte da empresa a biblioteca, o bar ou o jardim para outras
sionárias. Resumindo: trabalhar juntos e torna-se pública para as pessoas de fora trocas pessoais dos colaboradores.
ajudar a alcançar o sucesso da empresa.» poderem estabelecer contacto, sendo um Na área semipública, a agilidade deve
E vai mais longe dizendo que «o escritório convite à interacção, durante algum tem- ser o mote: os espaços devem ser modifi-
tem que ser um íman que atrai as pessoas po. Pode estar aberta a colaboradores, a cáveis rápida e facilmente – especialmen-
e as aproxima – dentro e fora da empresa». parceiros e a colaboradores externos. Na te com a Dancing Wall –, até várias vezes
Tudo para ganhar relevância. área semipública promove-se a interacção por dia se for necessário. É o ambiente
Daí que na Vitra se defenda que a dis- entre os internos e os externos. E na área onde se realizam reuniões agendadas,
tribuição do espaço de escritório tenderá privada encontra-se o mais parecido com workshops e trabalho de equipa, onde
a mudar. Haverá menos necessidade de aquilo que é hoje o home office. os colaboradores constroem o ambiente
ambientes de escritório com locais fixos Para muitos colaboradores, trabalhar para resolver os problemas do momento
para trabalho individual, mas, por outro a partir de casa fará parte da rotina. Daí ou da semana. Permite videoconferên-
lado, as áreas de colaboração para reu- que a empresa deva ser mais do que ape- cias com elementos que não estejam a
niões e trocas de ideias vão tornar-se cada nas mais um espaço de trabalho. E é aqui partilhar o espaço físico. Aqui poderá
vez mais importantes e flexíveis. Espaços que entra a parte social dos colaborado- estar uma sala de formação, ideal para
para onde as pessoas confluem. E as reu- res. Os colaboradores deslocar-se-ão ao workshops e onde boas-práticas podem
niões não são apenas as tradicionais reu- escritório muito pouco para actividades ser partilhadas com grupos.
niões formais. Muitas – e muitas vezes as que impliquem concentração e trabalho Por último, a área privada da empre-
mais importantes e decisivas – são mes- individual, e muito mais para se sentirem sa será uma extensão do home office com
mo as informais, enquanto se vai à copa parte de um todo, para aprenderem, para estações de trabalho pensadas para o tra-
beber uma bebida quente, por exemplo. ter novas experiências. balho individual e de concentração. Tam-
Neste contexto surgem apostas por Na zona pública, o foco deverá es- bém é aqui que estarão os colaboradores
parte da Vitra em produtos também tar em mobília confortável, convidativa, que, pela natureza do seu trabalho, não
eles flexíveis e adaptáveis como a Dan- como o sistema Soft Work Sofa ou a Alco- podem estar remotamente. São os traba-
cing Wall (um móvel que permite divi- ve Plus, que permite criar uma sala dentro lhadores residentes. Mas atenção que em
dir open spaces, ter prateleiras, expor de outra. Aqui é onde as pessoas se encon- nenhum dos espaços se quer uma invasão
ideias), o Soft Work (um sistema de sofá tram de forma espontânea, trocam ideias, de tecnologia. Procura-se um espaço ana-
modular com funções ergonómicas,  de debatem de forma informal e aprendem. log human being. Consegue imaginar o
Edward Barber e Jay Osgerby) e o sofá É uma área que deve expressar a cultura que seria trabalhar num espaço assim?
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MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2021 115

Corta
para PACKSHOT

Cartoon Depois de fundar a Fuel em 2006, a começar de novo», diz o criativo, que
agência de publicidade que começou em 2018 começou o seu próprio
com quatro pessoas e hoje é uma das projecto, a Coming Soon. Nesta nova
maiores e mais premiadas agências do fase, Marcelo garante: «Começar a sua
país, Marcelo Lourenço decidiu que agência é uma aventura que vai render
era hora de mudar – «fazer uma agência óptimos cartoons.» E que os leitores da
MARCELO é como fazer um desenho - de vez Marketeer podem acompanhar todos
LOURENÇO em quando é preciso apagar tudo e os meses na série “Corta para packshot”.
116
COMUNICAÇÃO Agência

À Fazer reset

TORKE CC
Texto Criada em 2005 por André Rabanea,
a Torke foi uma pedrada no charco
da comunicação em Portugal. Depois
MARIA
JOÃO LIMA de muita água passar, o fundador
está de volta à agência e decidido a
começar (quase) do zero
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 117

A
Com o aparecimento de várias agên-
cias a fazer brand activation, a Torke
juntou-se com a Cabra Cega e tornou-se
Torke CC. Apesar de se manter na lide-
rança, o fundador da Torke tinha agora
mais sócios (oriundos da Cabra Cega).
É nesta fase que é criada a metodologia
Ideators (começou com um brainstor-
ming, hoje é uma metodologia, aprovada
em Harvard) e que a Torke CC começa a
ser uma agência de co-criação. «Nunca
ndré Rabanea está de volta à Torke CC. mais pegámos num briefing normal para
«Como assim de volta? Ele tinha saído?», pensar na activação. Pegávamos no brie-
perguntarão muitos dos que nos lêem. fing, chamávamos os clientes para traba-
A resposta é… mais ou menos. Na ver- lhar em conjunto, juntávamo-nos numa
dade, nunca saiu como sócio da agência sala e resolvíamos o problema.»
que fundou em 2005, um ano depois de Em 2017, André Rabanea começou a
ter deixado o Brasil e se ter instalado em afastar-se da gestão operacional da Torke
Portugal. Mas esteve afastado da gestão CC, que ficou com Rodrigo Rodrigues zer em 2021, sabia que já não queria estar
operacional e da criatividade durante (seu sócio), na liderança. na operação da Beta-i.
cerca de dois anos, o tempo em que este- No ano seguinte, dá-se a fusão da Depois de firmados os termos da sua
ve de corpo e alma na Beta-i. empresa de análise de comportamento e saída (como sócio e como funcionário)
Agora, tendo como sócio apenas inovação Couture (que tinha André Ra- da Beta-i, volta a focar a sua atenção na
Pedro Alegria, André Rabanea prome- banea, Assunção Loureiro, Diogo Tei- Torke CC. «A empresa dava dinheiro,
te trazer a criatividade de volta ao cen- xeira e Alisson Ávila como sócios) com mas tornou-se numa agência que não
tro da agência e apresenta a assinatura a Beta-i (com Pedro Rocha Vieira e Ri- era onde eu queria trabalhar. Não tinha
“Creativity at the core”. Além disso, ga- cardo Marvão entre os sócios). «Estava vontade de ser o director criativo, nem
rante que os sócios vão estar envolvidos empolgado. Era uma coisa nova e toda a sequer de ser estagiário ali», conta. Co-
em todos os projectos. «Não deixaremos gente falava de startups. Sentia que podia meçava assim o processo de reset da
os clientes e parceiros com o estagiário.» fazer a diferença, levar criatividade para Torke, que passaria por uma reestrutu-
o mundo dos negócios, do empreende- ração total. «Já tive várias empresas, mas
A CRIAR DISRUPÇÃO DESDE 2005 dorismo e das startups», conta André nunca tinha feito um reset. Achei que
Rabanea, que fica como o sócio para a o faria em três meses, mas demorei um
Mas recuemos um pouco no tempo para área de criatividade (no total eram oito ano», conta, lembrando que compraram
perceber como é que a Torke CC chega sócios) e pela primeira vez experimenta as participações dos sócios Diogo Teixei-
ao ponto de reset que os dois sócios estão o que é não ser CEO de uma empresa. ra, Ricardo Fonseca, Hugo Tornelo e Ro-
agora a fazer. Descreve a experiência como algo gigan- drigo Rodrigues, ficando André Rabanea
André Rabanea chega a Portugal em tesco, já que viajavam para todo o lado e com 80% da Torke CC e Pedro Alegria
Agosto de 2004 e a 19 de Abril de 2005 falavam com startups do mundo intei- com os restantes 20%.
abre a Torke para trabalhar os canais ro. No terceiro mês de Beta-i, «disse ao Além da saída dos ex-sócios, ao lon-
FOX, apresentando-se como a primeira Rodrigo Rodrigues que não conseguia go de 2021 foi mantido o barco a andar
agência de marketing de guerrilha em participar em qualquer briefing ou em e foi implementada a mudança de estra-
Portugal. Começou sozinho, mas a pas- qualquer Ideator e que ele ia ter de gerir a tégia, tendo a agência trabalhado alguns
so e passo a agência começou a crescer e Torke CC», recorda. fees mensais (AXN, PlayStation, ESC
a trabalhar grandes clientes. Ao fim de Mas a chama de André Rabanea na Online, PNB Paribas, Cartão Continen-
quatro anos, em 2009, João Duarte, da Beta-i não tardaria a extinguir-se. «Não te, Paladim) e complementando com os
YoungNetwork, compra 15% da Torke. tocava em criatividade. Era muito ne- workshops de co-criação.
Com o capital dessa venda, André Ra- gócio. Eu era outra pessoa. O meu sem-
banea monta uma série de outras empre- blante estava diferente. Tornei-me ape- UMA NOVA FASE PARA A TORKE CC
sas – que viriam a ser agrupadas no Billy nas homem de negócios. Comecei a não
The Group (onde estavam a Mustard, a gostar e a não me sentir bem», confessa. Agora, o que move os dois sócios – An-
Ponny Tail, a Black Milk) –, mas conti- No final de 2020 comunica aos seus só- dré sediado em Lisboa e Pedro em Díli
nua à frente da Torke. cios que, apesar de não saber o que ia fa- (Timor-Leste) – não é trabalhar com a
118
COMUNICAÇÃO Agência

marca X ou Y, mas sim com pessoas in-


teressantes e que acreditem que a criati-
vidade vai levar alguma diferença para
o negócio. «Tenho muito mais prazer
em quem é o director de marketing ou
de inovação com quem vou falar do que
se ele está numa empresa chata ou inte-
ressante!» Nestes 16 anos de história, a
Torke CC já fez mais de 300 projectos,
incluindo para as marcas mais cool do
mercado. Mas de quais mais gostaram?
«Gostei de quando eram determinadas
pessoas. Pessoas que acreditavam nas
ideias e faziam ir para a frente.» Certo
para André Rabanea, nesta nova fase, é
que se a pessoa for “chata”, não vai que-
rer trabalhar com ela. Acreditam que ha-
verá menos escala, mas é nesta forma de
trabalhar que vão buscar a felicidade.
Nada impedirá a Torke CC de traba-
lhar com outras agências. O único requi-
sito é que sejam projectos bons e diverti-
dos. «Se é aqui, no Brasil, em Timor, se é
misturado com uma agência… tudo está
em aberto», assegura, sublinhando que tregar o relatório do problema resolvido. «Imagine que a PepsiCo me diz que quer
os dois sócios estão numa fase de matu- Já fizemos mais de 250 no mundo intei- que os colaboradores sejam mais criati-
ridade profissional «que talvez parte do ro e em Portugal já com quase todos os vos. Usam a ferramenta, vêem a pontua-
mercado não entenda, mas os que enten- clientes», explica. Enquanto a agência ção, depois é feita uma formação na em-
derem vão ter muito mais prazer, vai ser trabalha com directores de marketing, presa e vamos medindo o seu potencial
mais gostoso trabalhar». Certo é que não o Ideators é contratado por directores de criativo. Isso para quê? Para as pessoas
vão trabalhar clientes fixos, nem partici- inovação, recursos humanos, tecnologia, serem mais criativas e para as empresas
par de pitches com proposta (apenas com gestão, liderança. «Resolver o problema é serem mais criativas», explica salientan-
propostas financeiras). o desafio, mas é fazer com que a empre- do que já usam a ferramenta há dois anos.
sa esteja alinhada sobre aquele desafio A área da formação é precisamente
CREATIVITY AT THE CORE e todos em conjunto chegarem a uma a quarta área de trabalho da Torke CC.
conclusão. Isso tem muito mais valor do Denominada Creative Academy foca-se
Neste renascimento da Torke CC, a em- que um rasgo criativo», comenta André na formação criativa incluindo palestras,
presa vai focar-se em cinco grandes Rabanea. A sessão de co-criação passa, cursos, aulas e creative retreats. André
áreas. A área da agência de criatividade + muitas vezes, por juntar áreas diferentes Rabanea conta que, em 2021, deu 25 pa-
guerrilha vai responder a briefings. Aqui, na mesma sala, enquanto o responsável lestras em empresas. «O que me pedem?
os sócios poderão chamar a participar da Torke CC facilita e todos em conjunto A área de vendas está bloqueada. Vou lá
pessoas de várias áreas. «Depois, apre- resolvem o problema. «Saindo de lá toda e dou consultoria para as pessoas serem
sento a solução ao cliente, vou para uma a gente sabe o que vai acontecer. Não há mais criativas e como pensar em solu-
central de produção produzir, para uma mais problema de desentendimentos», ções. Para empresas cobro; para univer-
produtora de fotos ou de filmes e faze- explica, garantindo que os clientes gos- sidades e escolas faço de graça.»
mos», descreve André Rabanea, assegu- tam muito do formato. Por último, mas não menos relevan-
rando que não vão entrar em concursos e A área que se segue dá pela designa- te, está a Creative Builder. «Eu e o Pedro
que não vão roubar clientes. «Não quere- ção de Creative-You. Trata-se de uma levantámos um fundo de 250 mil euros
mos contas, queremos projectos», reforça. ferramenta online em parceria com a para investir em novas ideias, em criado-
A segunda área core da Torke CC é a Ordem dos Psicólogos para medir o po- res de conteúdo da área da criatividade
que se dedica à metodologia de co-cria- tencial criativo das pessoas e das organi- na fase embrionária.» A ideia é apoiarem
ção Ideators. «Temos um preço tabelado zações. A partir daí, explica o fundador pequenos projectos, um apoio que passa-
para resolver o problema num dia e en- da Torke, pode-se trabalhar a formação. rá muito por mentoria dos dois sócios.
120
COMUNICAÇÃO Branded content

NAS
Recorde
à vista

CARAÍBAS
A água é uma das fontes de energia renovável
a que a EDP está a dedicar os seus esforços.
E, além do investimento em produção
energética, a empresa aposta também noutras
áreas, tendo estado ao lado de Francisco
Lufinha na sua aventura rumo às Caraíbas
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 121

A
safio que Francisco Lufinha aceitou ao senvolvimento do barco, da preparação
longo da sua carreira. Sozinho, o atleta da travessia, até aos 47 dias em missão,
partiu num veleiro adaptado à tracção foram muitos os momentos de tensão e
do kite com o objectivo de sensibilizar a um enorme teste à minha resiliência»,
sociedade para a necessidade de preser- comentou o kitesurfer à chegada.
var os oceanos. Além disso, Francisco «A missão chegou ao fim. Eu, a EDP
Lufinha e a EDP esperam bater o recorde e uns milhares de portugueses conse-
do Guinness na categoria “Fastest Solo guimos, juntos, atravessar o Atlântico.
Atlantic Crossing por Kite Board”. A Realizei mais um sonho, mais uma con-
missão, na sua totalidade, foi completada quista extrema e não podia estar mais
em 28 dias, sendo que a travessia subme- satisfeito e com o sentimento de missão
EDP não é estranha às praias portugue- tida a apreciação por parte do Guinness cumprida», concluiu.
sas, mas decidiu que estava na altura de World Records diz respeito ao percurso A missão teve início a 3 de Novem-
deixar a sua bandeira também em águas entre La Palma – onde foi realizada uma bro, seguindo as previsões meteorológi-
mais distantes. Para isso, juntou-se a paragem técnica – e Martinica. O per- cas favoráveis avançadas pelo Instituto
Francisco Lufinha, detentor de três re- curso, que poderá ser considerado um Hidrográfico, com ventos Norte que per-
cordes mundiais de kitesurf, para pôr em recorde mundial por ter sido a travessia mitiriam empurrar o navegador rumo
marcha um projecto que fez a ponte en- mais rápida do Atlântico, a solo, num ki- a Sul. Momentos antes de partir e de se
tre Portugal e as Caraíbas: na companhia teboat, teve a duração de 20 dias. fazer ao mar, Francisco Lufinha explica-
da EDP, o atleta percorreu um total de Francisco Lufinha chegou às Ca- va: «Surgiu uma janela de vento que nos
cerca de 6700 quilómetros em direcção raíbas no dia 20 de Dezembro, tendo fez antecipar a largada para esta traves-
às águas quentes deste arquipélago do avistado terra por volta das 12h, hora sia, que é sem dúvida a mais arrojada da
continente americano, num barco adap- de Portugal Continental. Cerca de duas minha vida. Estou ansioso por estar no
tado por si em colaboração com a sua horas depois, pisaria finalmente terra meio do mar e levar esta missão a bom
equipa técnica, puxado por um kite e ali- firme, tendo chegado ao seu destino: «A porto, mas vai ser uma viagem muito
mentado pela energia do vento e do sol­. EDP Atlantic Mission foi de longe o de- exigente a nível físico e psicológico.»
Designada EDP Atlantic Mission, a safio mais exigente física e psicologica- Apesar de partir sozinho nesta aven-
viagem apresentou-se como o maior de- mente que superei até hoje. Desde o de- tura, o navegador levou consigo, a bordo,
122
COMUNICAÇÃO Branded content

mais de 3200 pessoas. Antes da partida, acordo com a EDP, são comportamentos 2030 – quando a empresa espera produ-
para dar energia extra e demonstrar o e atitudes simples, mas que podem fazer zir energia apenas a partir da água, do
seu apoio ao projecto, os portugueses fo- a diferença se forem adoptados por cada sol e do vento. A EDP Atlantic Mission
ram convidados a inscrever o seu nome, vez mais cidadãos. é também, por isso, uma das iniciativas
de um amigo ou familiar no site da EDP, «A EDP Atlantic Mission provou que dão vida à assinatura “Changing To-
para que o mesmo constasse na embarca- que a força do vento, da água e do sol é morrow Now”.
ção que Francisco Lufinha viria a chamar inesgotável também para cumprirmos Segundo a EDP, está a ser criada uma
casa. Já que o objectivo era envolver todos objectivos que, à partida, podem parecer nova energia. Mais verde e amiga do
os cidadãos, nada melhor do que chamar inalcançáveis. Ao longo destas semanas, ambiente, mas também mais inclusiva e
a população a fazer parte da travessia. o Francisco e esta missão foram sinóni- partilhada, já que a intenção é promover
Sob o mote “Põe o teu nome no barco mos de resiliência, audácia e de esforço as opções de origem renovável a partir
do Lufinha”, o convite envolvia também pela protecção do planeta, valores que dos três continentes onde a empresa está
um desafio: para garantir que os seus no- partilhamos. Não podíamos estar mais presente, rumo à neutralidade carbónica.
mes eram colocados no barco, os parti- orgulhosos do Francisco e da missão a Para isso, a empresa anunciou um inves-
cipantes tinham de se comprometer com que demos nome», salienta Catarina Bar- timento de 24 milhões de euros na tran-
pequenas missões em prol de um ocea- radas, directora de Marca da EDP. sição energética, bem como a duplicação
no limpo e de um planeta saudável. Po- A viagem e o kiteboat contaram com da capacidade em energia eólica e solar,
dia ser apanhar plástico numa praia ou o Alto Patrocínio do Presidente da Re- a aposta em novas tecnologias (como o
rio, escolher produtos com certificação pública e representam um dos quatro hidrogénio verde) e a expectativa de con-
ambiental ou evitar a utilização de em- projectos que materializam a ambição tinuar a liderar os índices de sustentabi-
balagens descartáveis, por exemplo. De da EDP de se tornar 100% verde já em lidade. O plano passa ainda por eliminar
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 123

o carvão já até 2025 e ter mais 20 GW re-


nováveis no mesmo ano.
“Changing Tomorrow Now” é a assi-
natura global que reflecte este compro-
misso com a sustentabilidade do planeta
e com as energias renováveis. Trata-se
também de um novo posicionamento
que dá corpo à ambição da EDP de li-
derar esta revolução, no seguimento do
plano estratégico divulgado em Feverei-
ro do ano passado.

DE PRANCHA NA MÃO
Além de apelar à transição energética
através de uma viagem via kiteboat pro-
tagonizada por Francisco Lufinha, a EDP
também navega por outros desportos
marítimos. Desde 2010 que a empresa é
presença assídua no mundo do surf, com
esta modalidade a representar uma das
principais apostas, tendo em vista a pro-
moção de hábitos de vida saudável, mas
também a adopção de comportamentos
ecológicos. A EDP propõe um contacto
mais próximo com a natureza, seja em
prol do bem-estar, seja como reforço da institucionalizadas pudessem experi- com a vontade de ajudar mais atletas a
importância da preservação dos oceanos. mentar dar algumas braçadas em cima chegarem ao grupo de elite do surf a ní-
O surf tem ainda a vantagem adicio- de uma prancha. O convite foi lançado a vel global, apostando nas novas gerações
nal de ser um excelente veículo de expor- jovens de 12 IPSS, que sentiram como é que se apresentam mais atentas e exigen-
tação e de promoção de Portugal a nível ser um surfista em contacto com o mar, tes. Para isso, propõe viagens e estágios
internacional, a par de um canal propí- a partir de aulas nas praias de Carcave- internacionais, treinos com uma equipa
cio ao contacto com uma camada de pú- los, Peniche e Porto. técnica especializada, presença em cir-
blico mais jovem. Algumas destas lições ficaram a car- cuitos juniores nacionais e mundiais, en-
É neste cenário que surge o apoio go de surfistas do projecto EDP Surf for tre outras actividades que ajudam a de-
a diversos campeonatos de surf profis- Tomorrow, com o objectivo de aproxi- senvolver competências e que promovem
sional, a organização da maior aula de mar os mais novos de atletas das suas a experiência.
surf do mundo (recorde do Guinness de gerações. Isto porque os cinco surfistas Este programa tem como objecti-
2018), a criação da iniciativa EDP Surf envolvidos nesta iniciativa têm entre 13 vo diferenciar e posicionar a EDP como
Sport (aulas de surf abertas ao público) e 17 anos, representando, por isso, uma uma marca sustentável, através de apoio
e das EDP Open Sessions (disponibiliza- faixa etária mais jovem. estruturado a atletas e embaixadores da
ção de aulas a crianças de instituições de No total, são três portugueses (Ga- marca, permitindo a evolução dos mes-
solidariedade social). briela Dinis, João Mendonça e Matias mos para que casos como o de Tiago
Em 2021, apesar da pandemia, a EDP Canhoto) e dois espanhóis (Kai Odrio- Pires (Saca) ou de Frederico Morais não
não cruzou os braços nem deixou de zola e Hans Odriozola) que, durante um sejam excepções. A EDP considera que
continuar a proporcionar experiências ano, estão a passar por uma formação in- Portugal tem todas as condições – das
relacionadas com o surf, especialmente tensiva de surf, com paragem em alguns ondas ao talento – para ser um nome for-
a quem nem sempre tem oportunidade dos principais destinos mundiais da mo- te do surf a nível mundial.
de conhecer novas modalidades. Enqua- dalidade: das Maldivas ao Havai, passan- Também este projecto – que conta
drada na estratégia de responsabilidade do pela piscina de ondas do País Basco com uma série documental com 10 epi-
social, a iniciativa EDP Open Sessions ou por Marrocos. sódios disponíveis no canal de YouTube
permitiu que, durante três fins-de-se- O EDP Surf for Tomorrow nasce do da EDP – ajuda a materializar a assina-
mana de Setembro, mais de 200 crianças compromisso da EDP com o futuro e tura “Changing Tomorrow Now”.
RepScore™ 2022
Reputação das Marcas em Portugal EXCELLENT
EXCELLENT BRANDS 2022 EXCELLENT BRANDS 2022
ROBUST
MODERATE
DELTA 83,5 LEGO 80,8
VUNERABLE
GOOGLE 82,3 LUSO 80,7
MICROSOFT 82,3 DISNEY 80,4
WEAK
NESTLÉ 82,2
OLÁ 82,0

PSI 20 2022 FINANCIAL BANK 2022 FINANCIAL INSURANCE 2022 HEALTH INSURANCE 2022
EDP 74,0 BANCO BPI 64,5 FIDELIDADE 63,3 MULTICARE 62,6
EDP RENOVAVEIS 73,7 CGD - CAIXA GERAL DEPÓSITOS 62,7 TRANQUILIDADE 63,0 MÉDIS 61,7
NOS 73,6 SANTANDER TOTTA 62,0 ALLIANZ 62,5 ADVANCECARE 56,3
THE NAVIGATOR COMPANY 73,5 MILLENNIUM BCP 61,6 AGEAS 62,0 SAÚDE PRIME 54,0
CTT 73,3 BANCO CTT 61,0 ZURICH 61,1 MEDICARE 52,4

FINANCIAL CONSUMER CREDIT 2022 CREDIT CARDS & PAY SYSTEM 2022 ENERGY & UTILITIES 2022 TECHNOLOGY 2022
CETELEM 52,3 MULTIBANCO 75,9 EDP 74,0 GOOGLE 82,3
COFIDIS 51,9 MB WAY 73,6 EDP RENOVÁVEIS 73,7 MICROSOFT 82,3
CREDIBOM 49,2 VISA 72,0 GALP ENERGIA 72,0 IBM 74,2
WIZINK 44,6 MASTER CARD 62,5 REPSOL 67,3 HUAWEI 67,0
ONEY 42,3 AMERICAN EXPRESS 50,4 BP 66,5 CISCO 66,6

APPS 2022 CONSUMER ELECTRONICS 2022 MEDIA & TELECOM 2022 MEDIA & TRADITIONAL CHANNELS 2022
INSTAGRAM 78,8 SAMSUNG 77,6 MEO 75,7 SIC 75,3
WHATSAPP 78,6 APPLE 76,4 VODAFONE 75,1 RFM 75,1
ZOOM 77,2 LG 76,3 NOS 73,6 RÁDIO COMERCIAL 74,9
FACEBOOK 66,7 SIEMENS 73,9 ALTICE 68,4 RTP 73,8
TIK TOK 63,4 SONY 71,2 SAPO 68,3 TVI 72,0

MEDIA & STREAMING 2022 RETAIL FOOD 2022 RETAIL TECHNOLOGY 2022 RETAIL HOME 2022
NETFLIX 76,2 LIDL 77,7 WORTEN 78,6 IKEA 78,7
YOUTUBE 76,1 CONTINENTE 77,2 FNAC 76,4 AREA 74,4
HBO 67,2 PINGO DOCE 76,6 MEDIA MARKT 62,7 GATO PRETO 66,2
FOX 66,8 AUCHAN JUMBO 73,8 RÁDIO POPULAR 60,3 HOMA 65,6
DISNEY+ 65,1 MERCADONA 62,4 PHONE HOUSE 60,1 CONFORAMA 62,0

RETAIL BRICOLAGE & ACCESSORIES 2022 RETAIL TEXTILE 2022 RETAIL RESTAURANTS 2022 RETAIL SPORTS 2022
LEROY MERLIN 78,0 ZARA 72,4 McDONALD’S 74,6 SPORT ZONE 71,3
STAPLES 68,8 MO 70,4 PORTUGÁLIA 67,5 DECATHLON 73,0
AKI 66,1 SACOOR 70,3 H3 67,1 SPORTS DIRECT 55,5
MAXMAT 61,5 SALSA 68,5 PADARIA PORTUGUESA 64,9 JD SPORTS 53,2
BRICOMARCHÉ 60,4 SPRINGFIELD 65,3 BURGER KING 62,6 DEPORVILLAGE 50,1

RETAIL HEALTH & WELLNESS 2022 RETAIL SHOPPING MALLS 2022 RETAIL ONLINE 2022 RETAIL OTHERS 2022
FARMÁCIAS PORTUGUESAS 79,4 NORTE SHOPPING 71,6 AMAZON 76,5 BERTRAND 73,7
WELLS 71,5 CC COLOMBO 71,3 DOTT 66,1 PERFUMES & COMPANHIA 71,1
MAIS BEM ESTAR 66,3 EL CORTE INGLÉS 70,8 OLX 64,6 MULTIOPTICAS 70,6
SAÚDE E BEM ESTAR 63,7 FREEPORT 68,0 EBAY 64,2 BOUTIQUE DOS RELÓGIOS 68,3
PLACE SANTÉ 61,8 UBBO 66,9 ALIEXPRESS 61,4 OPTIVISÃO 66,2

FOOD & BEVERAGE 2022 PET FOOD 2022 FMCG PERSONAL HYGIENE 2022 FMCG HOUSEHOLD DETERGENTS 2022
DELTA 83,5 ROYAL CANIN 72,1 L’ORÉAL 78,3 FAIRY 71,3
NESTLÉ 82,2 PURINA 71,5 NIVEA 77,0 SKIP 71,2
OLÁ 82,0 FRISKIES 69,7 RENOVA 76,6 AJAX 69,7
LUSO 81,5 PEDIGREE 67,4 COLGATE 76,4 VILEDA 68,6
DANONE 79,8 WHISKAS 67,3 GILLETTE 75,1 NEOBLANC 67,4

PHARMACEUTICALS 2022 HEALTH & WELLNESS PRIVATE 2022 HEALTH & WELLNESS PUBLIC 2022 HEALTH LABORATORIES 2022
PFIZER 73,8 FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD 78,0 HOSPITAL SÃO JOÃO 74,4 GERMANO DE SOUSA 72,6
BAYER 72,7 HOSPITAL CUF 74,6 HOSPITAL SANTA MARIA 74,1 JOAQUIM CHAVES 71,7
NOVARTIS 72,2 CRUZ VERMELHA 72,6 HOSPITAL SÃO JOSÉ 72,8 CUF 70,5
BIAL 72,1 HOSPITAL LUSIADAS 71,9 HOSPITAL CURRY CABRAL 70,7 UNILABS 67,4
ASTRAZENECA 70,1 HOSTIPAL DA LUZ 71,7 HOSPITAL EGAS MONIZ 70,2 REDELAB 65,1

TRAVEL & LEISURE 2022 TRAVEL AGENCIES 2022 AIRLINES & AEROSPACE 2022 MOBILITY 2022
POUSADAS PORTUGAL 71,8 VIAGENS ABREU 70,2 EMIRATES 70,6 VIA VERDE 73,2
PESTANA 70,1 TOP ATLÂNTICO 66,6 KLM 69,4 METRO 69,6
VILA GALÉ 69,4 BOOKING.COM 68,8 LUFTHANSA 69,3 CP 69,3
SANA 67,2 E-DREAMS 68,3 AIR FRANCE 69,0 CARRIS 67,0
TIVOLI 66,5 BEST TRAVEL 65,4 BRITISH AIRWAYS 68,1 BRISA 65,8
AUTOMOBILE SUPPORT &
AUTOMOBILE 2022 2022 CAR RENTING 2022 REAL ESTATE 2022
SERVICES
MERCEDES 75,4 CARGLASS 70,8 AVIS 70,7 REMAX 70,0
PORSCHE 74,2 CONTROLAUTO 68,2 EUROPCAR 68,5 AIRBNB 68,4
BMW 74,0 MICHELIN 67,9 SIXT 65,6 ERA 67,2
AUDI 73,7 STAND VIRTUAL 66,3 HERTZ 65,1 CENTURY 21 65,4
FERRARI 72,8 CONTINENTAL MABOR 65,1 LEASEPLAN 63,2 SOTHEBY'S 64,7

HOLDINGS 2022 INDUSTRIAL PRODUCTS 2022 PROFESSIONAL SERVICES 2022 CONSTRUCTION & ENGINEERING 2022
SONAE 70,2 VISTA ALEGRE 78,6 CTT 73,3 MOTA-ENGIL 55,9
JERÓNIMO MARTINS 69,5 THE NAVIGATOR COMPANY 73,5 ACP 73,1 TEIXEIRA DUARTE 53,5
JOSÉ DE MELLO 67,6 CORTICEIRA AMORIM 71,9 SANTA CASA 69,4 CIMPOR 52,7
VISABEIRA 64,4 REVIGRÉS 69,6 DHL 67,8 SOARES DA COSTA 52,2
SEMAPA 62,3 ROBBIALAC 68,5 SECURITAS DIRECT 67,5 SOMAGUE 48,1

BETTING 2022 SPORTS 2022 TOYS & ENTERTAINMENT 2022 SOLIDARITY & SOCIAL ACTION 2022
EUROMILHÕES 67,3 FED PORTUGUESA FUTEBOL 72,5 LEGO 80,8 BANCO ALIMENTAR 77,6
PLACARD 61,4 NIKE 72,3 DISNEY 80,4 SANTA CASA DA MISERICÓRDIA 74,8
BETCLIC 48,4 ADIDAS 72,3 PLAYSTATION 74,3 APAV 72,3
BETANO 49,4 NEW BALANCE 70,2 CHICCO 74,1 AJUDA DE MÃE 71,7
ESC ONLINE 49,2 PUMA 68,8 XBOX 73,6 OPERAÇÃO NARIZ VERMELHO 70,9

SCHOOLS & UNIVERSITIES 2022 ARTS & CULTURE 2022 LUXURY 2022 FASHION ACCESSORIES 2022
NOVA SBE 77,2 MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS 72,3 OMEGA 75,4 SWATCH 67,7
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO 77,0 MOSTEIRO DE ALCOBAÇA 72,2 ROLEX 75,1 HAVAIANAS 67,3
UNIV CATÓLICA PORTUGUESA LSBE 74,7 FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN 71,8 PRADA 74,2 SAMSONITE 66,8
FAC DE CIÊNCIAS DA UNIV DE LISBOA 73,4 FUNDAÇÃO DE SERRALVES 71,3 CHANEL 73,9 PARFOIS 66,1
ISCTE 72,7 MUSEU NACIONAL DOS COCHES 70,7 MONTBLANC 73,6 RAY-BAN 66,4

CITIES 2022 TOURISM REGIONS 2022 AUDIT & CONSULTING 2022 LEGAL 2022
LISBOA 74,7 TURISMO DO PORTO E NORTE 75,8 DELOITTE 76,8 VDA VIEIRA DE ALMEIDA 74,8
PORTO 73,0 TURISMO DO CENTRO 74,3 EY 76,3 PLMJ 73,3
MORAIS LEITÃO, GALVÃO TELES, SOARES
BRAGA 72,5 TURISMO DOS AÇORES 73,6 MCKINSEY 76,2 DA SILVA & ASSOCIADOS 71,2
COIMBRA 72,3 TURISMO DE LISBOA 73,5 ACCENTURE 74,6 ABREU 70,5
AVEIRO 72,1 TURISMO DA MADEIRA 73,1 PWC 73,9 CUATRECASAS 70,1
STAKEHOLDER: B2B STAKEHOLDER: B2B

EVENTS 2022 CELEBRITIES & SOCIAL LEADERS 2022 POLITICAL LEADERS 2022 ECONOMY & BUSINESS LEADERS 2022
WEB SUMMIT 71,6 ALMIRANTE GOUVEIA E MELO 79,4 MARCELO REBELO DE SOUSA 72,1 RUI NABEIRO 74,9
ROCK IN RIO 71,1 CRISTIANO RONALDO 78,4 PAULO PORTAS 61,6 PAULO MACEDO 72,3
NOS ALIVE 70,8 CRISTINA FERREIRA 72,1 ANTÓNIO COSTA 50,5 ALEXANDRE FONSECA 71,5
MEO SUDOESTE 70,3 RICARDO ARAÚJO PEREIRA 71,3 LUIS MARQUES MENDES 47,2 MIGUEL STILWELL DE ANDRADE 68,3
VOLTA A PORTUGAL BICICLETA 70,0 MIGUEL OLIVEIRA 71,2 RUI RIO 41,5 PEDRO SOARES DOS SANTOS 68,0

TUDE BEHAVIOR
ATI
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A TIO ON
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ION EP
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• Mais de 50.000 cidadãos (representativos da sociedade


EM

Portuguesa) online e telefone.


REPUTATION
MANAGEMENT • Mais de 2.000 marcas selecionadas espontaneamente
e auditadas ao longo de 52 semanas.
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e auditados.
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126
COMUNICAÇÃO Branded content

QUEBRA
GENERALIZADA
na reputação

E
M

CM

Os sectores com maior destaque estão MY

«associados à saúde e bem-estar e nesse CY

sentido devem ser considerados numa CMY

perspectiva de investimento em cidadania


e responsabilidade social das marcas».
K

A Delta volta à liderança reputacional


(83,5 pontos), seguida pela Google e Mi-
crosoft (ambas com 82,3 pontos). A Olá e
a Nestlé completam o Top 5. A EDP Re-
nováveis registou o maior crescimento, e,
ste ano há uma quebra generalizada no ín- para a OnStrategy, «destaca-se também a
dice de reputação das marcas, segundo a relevância das marcas alimentares e tec-
OnStrategy. A quebra traduz-se na dimi- nológicas no nível de excelência». No que
A consultora OnStra- nuição do número de marcas de excelên- toca a personalidades, Rui Nabeiro (Del-
tegy divulgou o estu- cia (+ 80 pontos) face à edição de 2021, de ta) mantém-se o líder empresarial com
17 para oito. «Juntando as dimensões melhor reputação. Paulo Macedo (CGD)
do de Reputação das emocionais e racionais afectas à reputa- e Alexandre Fonseca (Altice) surgem logo
marcas RepScore®, que ção, podemos afirmar que existiu um efei- atrás. Marcelo Rebelo de Sousa está à fren-
reflecte os atributos to boomer­a ng negativo no sentido em que
em 2020 as marcas até criaram relações
te no ranking da reputação dos líderes po-
líticos, com António Costa na terceira po-
de relevância, consi- emocionais fortes e elevaram os indicado- sição e Rui Rio na quinta. E em reputação
deração, confiança, res emocionais, mas em 2021 as soluções de celebridades e líderes sociais, o almi-
racionais associadas a serviço, inovação e rante Gouveia e Melo em primeiro lugar, à
admiração, preferên- cidadania não acompanharam as expecta- frente de Cristiano Ronaldo.
cia e recomendação tivas dos cidadãos, facto que impactou O estudo anual de Reputação das
negativamente os indicadores racionais e marcas RepScore® processa-se junto de
das marcas junto dos consequentemente os indicadores emo- mais de 50 mil cidadãos de forma contí-
cidadãos em Portugal cionais», observa a OnStrategy. nua, ao longo do ano.
128
COMUNICAÇÃO Branded content

O
Centro de Congressos e Reuniões
do CCB é o espaço para

TEMPO DE
EMPRESAS

M
sonalizado, a equipa do CCB está pronta
O Centro de para aconselhar nesse sentido e ajudar de
forma decisiva à concretização dos ob-
Congressos e Reuniões jectivos e desejos dos clientes.
do Centro Cultural Desde sempre que o CCB demonstra
de Belém está de ainda flexibilidade para a adaptação de
horários às necessidades.
portas abertas para O Centro de Congressos e Reuniões
receber todos os contempla 17 salas – baptizadas com os
nomes de alguns dos principais nomes
eventos de empresas, nacionais da cultura –, dois auditórios e
independentemente ais conhecido pelo lado institucional espaços que oferecem diferentes capaci-
do seu cariz. A dos eventos que recebe, esta é apenas
uma das facetas do tipo de evento que
dades e estão dotados de equipamentos
que asseguram o melhor nível de qua-
diversificação é uma pode decorrer no Centro de Congressos lidade. Embora seja um espaço amplo,
palavra-chave nos e Reuniões, que tem capacidade tanto as várias salas de que dispõe estão pró-
para eventos grandes como para outros ximas umas das outras, o que se revela
espaços que o CCB tem mais pequenos, e que não se restrin- uma mais-valia.
para oferecer, assim ge a formatos e a conceitos, dando asas Também não faltam espaços ao ar li-
à imaginação e à criatividade do que as vre que podem ser ideais para determi-
como nos eventos que empresas pretendem organizar. Se dese- nados eventos e que contam com vistas
pode acolher jarem criar um conceito de evento per- privilegiadas e desafogadas sobre o rio
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 129
130
COMUNICAÇÃO Branded content

Presidência portuguesa do Conselho da União


Tejo, mas também para alguns dos prin-
cipais monumentos da cidade de Lisboa,
como é o caso do Mosteiro dos Jeróni-
mos ou do Padrão dos Descobrimentos.
Deve ser assinalado que, sendo um
ponto de referência cultural e social de
Portugal, o Centro Cultural de Belém
tem ainda um espaço de leitura que é

Europeia/Pedro Pina
aberto ao público.
De forma a que as empresas não te-
nham de se preocupar com qualquer
questão relativa à organização destes
eventos, o CCB apresenta um modelo
chave na mão, garantindo todas as co-
modidades necessárias à execução do
mesmo (incluindo um serviço de cate-
ring) e disponibilizando uma equipa
para receber, encaminhar e assistir os
participantes nestes momentos impor-
tantes das empresas. No contexto sanitário pandémico As questões ambientais, que são tão
Para dar resposta a eventos de natu- que atravessamos, o Centro Cultural de prementes como sabemos, também estão
reza diferente, acompanhando a evolução Belém cedo concebeu um plano de res- no topo das prioridades do CCB. Com o
tecnológica e ciente da crescente impor- posta à pandemia de Covid-19 e está pre- intuito de responder a este desafio ecoló-
tância da comunicação no mundo actual, parado para assegurar o cumprimento gico, o CCB aderiu ao compromisso Lis-
o CCB oferece uma ampla gama de solu- das medidas sanitárias e a segurança de boa Capital Verde Europeia 2020, tendo
ções na área audiovisual e cénica, desde quem frequenta as instalações do CCB. como objectivo implementar uma série
os eventos digitais, em live stream, grava- Para além de possuir o selo Clean de medidas de sustentabilidade ambien-
dos ou híbridos, até grandes congressos e and Safe com a chancela do Turismo de tal até 2030 de forma a reduzir a pegada
apresentações de marcas ou produtos in- Portugal, o CCB também foi distinguido ecológica, principalmente através de uma
ternacionais em regime presencial. com o selo Covid Out. Trata-se de um gestão racional da climatização e da ilu-
Todo o edifício é funcional, dotado selo de garantia emitido pelo ISQ (Insti- minação. Por isso, a organização de um
de infraestruturas que assentam sobre tuto de Soldadura e Qualidade) com cri- evento nas salas e espaços do CCB tam-
cobre e fibra óptica, através de sistemas térios de avaliação apertados, nomeada- bém obedece sempre a uma série de preo-
de gestão de sinais, permitindo grande mente no que concerne à qualidade do ar cupações ecológicas.
flexibilidade e comunicação nas áreas do e aos procedimentos diários. Como se pode constatar, o Centro de
áudio, vídeo e dados. Convém referir ainda que a maio- Congressos e Reuniões do CCB é um es-
Os vários espaços do CCB partilham ria das salas do Centro de Congressos e paço versátil para a promoção de negó-
recursos entre si, interligando-se os audi- Reuniões do CCB tem portas e janelas, cios e projectos, e o palco ideal para para
tórios, as salas de reunião ou foyers, entre que podem ser abertas para permitir o contribuir para o sucesso dos eventos
outros, e permitindo que haja uma utili- seu arejamento. das empresas.
zação simultânea.
As salas de reunião possuem cabines
de intérpretes que estão arquitetonica-
mente integradas, e que fornecem um
serviço de tradução para qualquer idioma
pretendido e adequado à especeficidade
de cada evento.
O apoio técnico providenciado pelo
Café Único
CCB e indispensável à realização de
Em 2022, o Centro Cultural de Belém vai ser a ‘casa’ de um projecto entusiasmante
eventos com estas características é de
de responsabilidade social. O café Único é um projecto conjunto da Semear e do
excelência. Trata-se de uma equipa expe- Este Oeste, que visa dar a oportunidade a pessoas com dificuldades intelectuais
riente e criativa, reforçada por uma rede e de desenvolvimento de terem uma vida melhor. A abertura do café Único está
de parceiros complementar. prevista para Abril.
132
LIFESTYLE Lumen Hotel & The Lisbon Light Show

O BRILHO
O Lumen. Poderia ser o
nome de um feitiço do
hotel Harry Potter, mas é um

com hotel lisboeta que leva a


magia a quem o visita.

MAIS INTENSO
É que, aqui, todas as
noites há um espectá-
culo de videomapping

Texto DANIEL ALMEIDA


MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 133

D
e portas abertas desde Julho de 2021, em Picoas ranja e vermelho; e Pure Light, com uma palete de cinzentos.
(Rua Sousa Martins, 20), o Lumen Hotel & The Com uma dimensão média de 25 metros quadrados e camas
Lisbon Light Show é um quatro estrelas superior double de 220 cm, os quartos distinguem-se, em termos de de-
que pretende homenagear e captar ao máximo coração, pelos tons cromáticos das cabeceiras ou dos tapa-pés,
a luz da capital. Das sombras de dois edifícios enquanto nas casas de banho predominam os tons claros – e os
devolutos nasceu esta unidade hoteleira cujo amenities da portuguesa Benamôr.
conceito, assinado pelo arquitecto Frederico O sexto, e último, piso é dedicado aos clientes do segmen-
Valsassina e pelos designers de interiores Nuno to corporativo, incluindo sete quartos executivos, quatro suítes
Gusmão e Bárbara Neto, é inspirado na “ora master (com terraço) e quatro suítes executivas, bem como um
d’oro” – aquele período mágico em que o sol está espaço partilhado para cowork e fast meetings (Executive Zéni-
a nascer ou a pôr-se –, e que dá o mote a todos os te), que é exclusivo para os clientes deste piso.
elementos decorativos e acabamentos. O Pátio Fotossíntese é a grande atracção do Lumen Hotel
E isso é visível, desde logo, pela ampla facha- & The Lisbon Light Show. Com uma esplanada com 42 lugares
da envidraçada que enche de luz natural a recepção e os quar- sentados num espaço verde, é também aqui que decorre todas
tos, e que contrasta com a estrutura exterior em betão barra- as noites, pelas 22h, um espectáculo de videomapping com cer-
do e pintado em tons quentes. Porque aqui o que se pretende é ca de 15 minutos de duração e que celebra a cidade de Lisboa e
também criar um jogo de luz que dança e se complementa. a sua história, espelhada em elementos como os Descobrimen-
Já no interior deste hotel, que resulta de uma parceria entre tos, o eléctrico 28 ou o fado. A ideia é também personalizar este
o Fátima Hotels Group e a construtora Alves Ribeiro, são vários serviço, potenciado por seis projectores, para eventos corpora-
os pormenores pensados para maximizar a luminosidade nas tivos, festas de aniversário ou até pedidos de casamento.
zonas comuns, como os cortinados em burel com reentrâncias Do restaurante Clorofila, com lotação para 130 pessoas, é
para que a luz natural possa reflectir nas paredes cerâmicas ou também possível assistir ao espectáculo enquanto se degusta
os LED diagonais que conduzem os clientes pelos corredores. o menu de partilha e fusão do chef Celso Dias. Além disso, o
Os 160 quartos que compõem o Lumen Hotel estão dividi- hotel dispõe de quatro salas de reunião, bar interior, piscina e
dos em três temas que brincam com os ciclos do sol: Golden rooftop bar, sala multiusos para eventos até 200 pessoas, giná-
Dawn, em tons degradé amarelados; Copper Nightfall, em la- sio e parque de estacionamento com 44 lugares.
134
LIFESTYLE Volvo C40 Recharge

RECARGA
A partir de 2030,
cada novo automó-
vel vendido pela
Volvo será 100%
eléctrico. Uma reali-

DE INOVAÇÃO
dade que começa a
ganhar forma com o
novo Volvo C40
Recharge, que tem
argumentos para se
afirmar no segmen-
to pure electric

Texto

DANIEL
ALMEIDA,
em Bruxelas
(Bélgica)
MARKETEER # 306 JANEIRO DE 2022 135

É
o primeiro modelo 100% eléctrico construído de
raiz pela Volvo Cars e apenas o segundo do géne-
ro, a seguir ao XC40 Recharge. O novo Volvo C40
Recharge é, por isso, uma promessa de sustentabi-
lidade, mas também de inovação, conforto e segu-
rança, como é apanágio da marca escandinava.
A Marketeer viajou até à Bélgica, onde está se-
diada a fábrica do novo C40 Recharge, para con-
ferir estes e outros atributos. Logo à chegada ao
Aeroporto de Zaventem, perto de Bruxelas, co-
nhecemos o novo modelo e o primeiro impacto é
– como não poderia deixar de ser – visual. Com a
agressividade natural de um crossover, mas conti-
da e sem sacrificar a elegância, o novo C40 Recharge não deixa
ninguém indiferente, seja pelos faróis com tecnologia Pixel de
última geração, pela linha do tejadilho prolongada que torna o
design mais fluido, ou pela hipnotizante cor escolhida para o
lançamento do modelo (Fjord Blue).
Assim que entramos no automóvel, o primeiro instinto pas-
sa por testar algo para o qual já estávamos avisados pela mar-
ca sueca e que é um compromisso para o futuro: nenhum dos
componentes no seu espaçoso interior, desde os bancos à con-
sola, contém pele de origem animal. Em alternativa ao couro,
foram utilizados têxteis provenientes de materiais reciclados
(como garrafas PET) ou rolhas igualmente recicladas. A dife-
rença nota-se no toque, mas não no conforto.
Hora de ligar os motores (são dois, nos eixos dianteiro e
traseiro) e arrancar em direcção a Ghent, onde fica então lo-
calizada a fábrica, e surge um dilema: condução tradicional
ou “one pedal drive”? Embora relutantes, porque nunca o tí-
nhamos experimentado, optámos pelo sistema de pedal único,
que permite abrandar/travar ao levantar o pé do acelerador. O
sistema mostrou-se eficaz e intuitivo e, ao fim de alguns (pou-
cos) solavancos causados pela inexperiência, já estávamos per-
feitamente habituados à pressão e ao timing necessários para
controlar o automóvel. Em duas horas de viagem – onde foi
possível atestar a potência deste modelo, que acelera até aos 100
km/h em apenas 4,7 segundos –, nunca nos ocorreu voltar ao
sistema de condução normal.
De acordo com a Volvo, o sistema “one pedal drive” desper-
diça menos energia. Não que seja necessário, ou não tivesse o
novo Volvo C40 Recharge uma autonomia de cerca de 420 km
(WLTP) garantida por baterias com capacidade de 78 kWh e
que, em corrente contínua (150 kW), podem ser carregadas até
80% em menos de 40 minutos. Além disso, a autonomia poderá
vir a ser optimizada ao longo do tempo com recurso a actualiza-
ções de software remotas (over-the-air), graças ao sistema de in-
fotainment desenvolvido em conjunto com a Google, tendo por
base o sistema operativo Android, que dá acesso a aplicações
como o Google Maps, o Google Assistant e a Google Play Store.
O novo Volvo C40 Recharge já está disponível através de
encomenda pelo website da marca (com um preço que começa
nos 47.376 euros s/ IVA) e deverá chegar ao mercado português
no final de Fevereiro.
136

GADGETS
LIFESTYLE

Texto FILIPA ALMEIDA

KOHLER
PERFECTFILL
O novo sistema da Kohler permite
dar ordens à banheira através de
comandos de voz ou alguns cliques.
Além disso, é também inteligente,
uma vez que aprende o volume de água
necessário, bem como a temperatura
ideal para cada pessoa.

SAMSUNG THE
LG TIIUN FREESTYLE
Tiunn significa “brotar” em coreano, razão pela qual é a palavra escolhida
para a nova solução desenvolvida pela LG Electronics assente no Um projector que também pode ser
conceito de green living. A ideia é que qualquer pessoa consiga cultivar um ecrã portátil, uma coluna inteligente
vegetais, ervas aromáticas e flores em casa, durante todo o ano. e um dispositivo de iluminação. Com
Sem infestações ou preocupações com o clima. apenas 830 gramas, permite rotação de
O LG Tiiun tem duas prateleiras para até seis pacotes de sementes 180 graus para exibição de vídeos em
multifuncionais, sendo que cada um tem 10 orifícios para germinação. mesas, pavimentos, paredes ou tectos.
Isto significa que é possível cultivar diferentes vegetais em simultâneo,
que deverão estar prontos a consumir no prazo de quatro a oito
semanas – já que o sistema ajusta, automaticamente, a temperatura
e a luz para criar as condições ideais de crescimento orgânico.
Desta forma, é imitado o ciclo natural do dia: complementado
com um sistema de jardinagem inteligente que fornece água
oito vezes a cada 24 horas.
Através da app, é possível monitorizar à distância, verificar ou alterar
as configurações da horta e receber notificações quando o reservatório
de água precisa de ser reabastecido, por exemplo.
138
COMUNICAÇÃO Opinião

AUMENTAR VALOR,
PELA GESTÃO DA ENERGIA
e não do tempo
absentismo, a altas taxas de rotatividade,
de distracção e menor motivação.
É por isso que se fala tanto no equilí-
brio entre a vida pessoal e profissional. É
fundamental que as pessoas consigam re-
Texto
carregar a sua energia para melhor direc-
SANDRA
cioná-la para o trabalho, ou, mais cedo ou
ALVAREZ
mais tarde, a valorização das aparências

U
acima dos resultados vai ter implicações
na produtividade. O bem-estar, de um
Directora-geral modo geral, é mesmo o caminho mais
da PHD fácil para a produtividade. Pessoas mais
felizes são mais produtivas e criativas. Se
determinada pessoa não tem vida para
além do trabalho, há fortes possibilidades
de se tornar cada vez menos produtiva.
Daí o direito a desligar, fomentado pelas
empresas para que os colaboradores não se
sintam culpados, seja um grande passo na
gestão das pessoas.
Mais do que nunca, há que abrir es-
ma das perguntas que mais me fazem é: nizações da “velha guarda” continuam a paço nas nossas vidas para termos uma
“Como consegues tantas coisas num dia?” privilegiar e a gratificar quem aparenta alimentação saudável, praticar exercício
Gestão de tempo é um conceito cada vez trabalhar mais. físico, aprender a respirar bem, fazer pau-
mais banal, ainda mais quando é um dos Actualmente, o esperado por grande sas e ter boas práxis de sono. Nem sempre
bens mais preciosos que temos. Sabendo parte das organizações é que os colabora- é uma tarefa fácil, é certo, mas quando es-
que é um recurso finito, uma das habili- dores atinjam o máximo de resultados, o tes hábitos se tornam parte do nosso dia-
dades que podemos ter está relacionada mais rápido possível, e que depois sigam -a-dia é muito mais simples mantermos
com a forma como gastamos o nosso tem- em frente para o próximo objectivo. As níveis de energia saudáveis que são direc-
po, ou seja, como gerimos a nossa energia pessoas acabam esgotadas, em vez de en- cionados, tanto para os objectivos profis-
no dia. A energia do corpo, das emoções riquecidas e isto é autodestrutivo. As orga- sionais como para os pessoais.
e da mente, pois, ao contrário do tempo, a nizações são forçadas a contentar-se com Agora, imaginem um contrato entre
energia não é finita e pode ser recarregada. colaboradores que não estão motivados e as partes que beneficie o todo: as organi-
Os portugueses são conhecidos por a contratar e formar novas pessoas para zações investem nos colaboradores, em
trabalharem muitas horas, mas isso não substituir aqueles que optam por sair. todas as dimensões das suas vidas, para
quer dizer que sejam mais produtivos. Os Apesar desta cultura organizacional ajudá-los a construir e manter o seu va-
estudos revelam que somos um dos paí- ainda estar muito enraizada em Portugal lor. Os indivíduos respondem aplicando
ses da Europa onde se trabalha mais ho- e de ainda haver muitas organizações a toda a sua energia multidimensional no
ras por semana e um dos que apresentam privilegiar os workaholics, é sabido que trabalho, todos os dias. Como resultado,
menores índices de produtividade. E isto a médio/longo prazo há fortes possibili- ambos aumentam de valor. É tão simples
é preocupante, pois é sabido que as orga- dades de este comportamento induzir ao quanto isto, não?
Há 10 anos que damos voz aos
consumidores portugueses.
Há 10 anos que comunicamos as
tuas Escolhas.
Através de centenas de milhares de
avaliações, anualmente,
consumidores e marcas interagem
– os consumidores experimentam,
as marcas são avaliadas. Tudo isto
num ambiente real de consumo,
transparente, sem intervenção de
ninguém, apenas consumidores e
marcas frente-a-frente. Porque o
nosso propósito é contribuir para a
melhoria contínua das marcas e
dos consumidores.
É por isto que somos o sistema de
avaliação de marcas nº1 em
Portugal. Ao longo de 10 anos
premiámos 1.254 marcas.
Em 2022, estas são as Escolhas que
te Marcam.

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