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Série AUTOMOTIVA

sistemas de
conforto,
segurança e
conveniência
Série automotiva

SISTEMAS DE
CONFORTO,
SEGURANÇA E
CONVENIÊNCIA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

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Diretor de Operações
Série automotiva

SISTEMAS DE
CONFORTO,
SEGURANÇA E
CONVENIÊNCIA
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI
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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


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FICHA CATALOGRÁFICA
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S491s
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Sistemas de conforto, segurança e conveniência / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :
SENAI/DN, 2015.
126 p. : il. (Série Automotiva).

ISBN 978-85-7519-960-2

1. Automóveis – Equipamentos de som. 2. Automóveis – Equipamento


elétrico. 3. Automóveis – Equipamento e acessórios. 4. Automóveis – Equipamento
eletrônico. 5. Sistemas eletrônicos de alarme. I. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.

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Ilustrações
Figura 1 - Circuito elétrico simples...............................................................................................................................16
Figura 2 - Esquema elétrico simples............................................................................................................................17
Figura 3 - Diagrama elétrico técnico...........................................................................................................................18
Figura 4 - Esquema elétrico de ligação dos condutores......................................................................................19
Figura 5 - Multímetro........................................................................................................................................................22
Figura 6 - Caneta de polaridade....................................................................................................................................23
Figura 7 - Scanner...........................................................................................................................................................25
Figura 8 - Frequência e amplitude...............................................................................................................................31
Figura 9 - Classificação dos sons...................................................................................................................................32
Figura 10 - Reprodutores de mídia..............................................................................................................................33
Figura 11 - CD player......................................................................................................................................................33
Figura 12 - Chicote universal do sistema de som 16 vias.....................................................................................34
Figura 13 - Cabo RCA........................................................................................................................................................35
Figura 14 - Alto-falante.....................................................................................................................................................36
Figura 15 - Ligação de um alto-falante.......................................................................................................................37
Figura 16 - Alto-falante.....................................................................................................................................................37
Figura 17 - Exemplo de subwoofer.............................................................................................................................40
Figura 18 - Exemplo de woofer...................................................................................................................................41
Figura 19 - Exemplo de mid-range.............................................................................................................................41
Figura 20 - Exemplo de drivers......................................................................................................................................42
Figura 21 - Exemplo de coaxial......................................................................................................................................42
Figura 22 - Exemplo de triaxial......................................................................................................................................43
Figura 23 - Exemplo de quadriaxial.............................................................................................................................43
Figura 24 - Exemplo de full-range..............................................................................................................................44
Figura 25 - Exemplo de tweeters.................................................................................................................................44
Figura 26 - Esquema de instalação CD player........................................................................................................46
Figura 27 - Amplificador booster..................................................................................................................................49
Figura 28 - Amplificador de fonte chaveada............................................................................................................50
Figura 29 - Kit alarme original Fiat...............................................................................................................................55
Figura 30 - Kit alarme convencional............................................................................................................................56
Figura 31 - Kit Sistema keyless....................................................................................................................................57
Figura 32 - Interruptor de porta....................................................................................................................................59
Figura 33 - Sensor ultrassom..........................................................................................................................................60
Figura 34 - Sirene................................................................................................................................................................61
Figura 35 - Central de gerenciamento do alarme...................................................................................................61
Figura 36 - Caixa de fusíveis interna ao veículo e central do habitáculo.......................................................63
Figura 37 - Diagrama elétrico instalação de alarme..............................................................................................64
Figura 38 - Trava elétrica original na própria fechadura.......................................................................................66
Figura 39 - Trava elétrica universal, acionador mestre 5 condutores..............................................................67
Figura 40 - Motor do acionador escravo....................................................................................................................68
Figura 41 - Módulo gerenciador do sistema de travas convencional.............................................................69
Figura 42 - Kit convencional de travas.......................................................................................................................70
Figura 43 - Motor acionador da trava instalado......................................................................................................70
Figura 44 - Motor elétrico dos vidros..........................................................................................................................77
Figura 45 - Central elétrica dos vidros........................................................................................................................79
Figura 46 - Acionador pantográfico.............................................................................................................................80
Figura 47 - Botões de acionamento do retrovisor..................................................................................................81
Figura 48 - Motores do acionamento elétrico dos retrovisores.........................................................................82
Figura 49 - Rebatimento elétrico dos retrovisores.................................................................................................83
Figura 50 - Bolsas airbag frontais..................................................................................................................................90
Figura 51 - Bolsas airbag laterais...................................................................................................................................90
Figura 52 - Bolsas de airbag cortina.............................................................................................................................91
Figura 53 - Mola relógio ou contato rotativo...........................................................................................................95
Figura 54 - Pré-tensionador por cabo de aço...........................................................................................................97
Figura 55 - Pré-tensionador no enrolador automático.........................................................................................97
Figura 56 - Diagrama elétrico dos alto-falantes ao conector 16 vias/aparelho multimídia................. 103
Figura 57 - Diagrama elétrico para instalação de vidros elétricos com relés............................................. 108
Figura 58 - Diagrama elétrico dos retrovisores..................................................................................................... 109

Quadro 1 - Simbologia dos componentes................................................................................................................21


Quadro 2 - Normas de manutenção e procedimentos técnicos.......................................................................96
Quadro 3 - Processo de manutenção do sistema de som................................................................................ 102
Quadro 4 - Processo de montagem de alarme, antifurto e travas elétricas............................................... 105
Quadro 5 - Processo de manutenção do sistema alarme, antifurto e travas elétricas........................... 106
Quadro 6 - Processo de manutenção de vidros e retrovisores elétricos..................................................... 111

Tabela 1 - Tabela de espessura de condutores X corrente...................................................................................48


Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Eletricidade e Eletrônica...............................................................................................................................................15
2.1 Interpretações de diagramas elétricos e simbologias....................................................................16
2.2 Principais instrumentos de medição.....................................................................................................22
2.2.1 Multímetro...................................................................................................................................22
2.2.2 Caneta de polaridade...............................................................................................................23
2.2.3 Scanner automotivo.................................................................................................................24

3 Sistema de Som...............................................................................................................................................................29
3.1 Conceito aplicado ao sistema de som automotivo..........................................................................30
3.2 Princípios de funcionamento...................................................................................................................30
3.3 Tipos e características.................................................................................................................................32
3.3.1 Reprodutor de mídia................................................................................................................33
3.3.2 Chicote elétrico...........................................................................................................................34
3.4 Alto-falantes...................................................................................................................................................35
3.4.1 Construção base de um alto-falante...................................................................................37
3.5 Tipos e características do alto-falante...................................................................................................39
3.6 Instalações de sistema de som................................................................................................................45
3.6.1 Instalação do reprodutor de mídia......................................................................................45
3.6.2 Amplificador................................................................................................................................46
3.6.3 Tipos de amplificadores...........................................................................................................48

4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas...................................................................................................53


4.1 Sistemas antifurto........................................................................................................................................54
4.2 Alarme..............................................................................................................................................................54
4.2.1 Tipos e características...............................................................................................................55
4.2.2 Funcionamento do alarme.....................................................................................................57
4.2.3 Componentes do sistema.......................................................................................................58
4.2.4 Instalação......................................................................................................................................62
4.3 Travas elétricas..............................................................................................................................................65
4.3.1 Tipos e características...............................................................................................................65
4.3.2 Componentes e funcionamento..........................................................................................67
4.3.3 Instalação do sistema de travas............................................................................................69

5 Sistema de Acionamento dos Vidros e Retrovisores Elétricos........................................................................75


5.1 Vidros elétricos..............................................................................................................................................76
5.2 Tipos e características dos vidros elétricos.........................................................................................76
5.3 Componentes e funcionamento.............................................................................................................76
5.3.1 Motor elétrico..............................................................................................................................77
5.3.2 Botões de acionamento (interruptores)............................................................................78
5.3.3 Central de gerenciamento ou conjunto de relés............................................................78
5.3.4 Estrutura mecânica de acionamento..................................................................................79
5.4 Retrovisores....................................................................................................................................................80
5.5 Tipos, características e funcionamento dos retrovisores...............................................................81
5.5.1 Rebatimento elétrico................................................................................................................82
5.5.2 Sistema tilt-down.....................................................................................................................83

6 Airbag..................................................................................................................................................................................87
6.1 Definições e funcionamento do airbag..............................................................................................88
6.2 Tipos e características do airbag...........................................................................................................89
6.2.1 Airbag frontal...............................................................................................................................89
6.2.2 Airbag lateral................................................................................................................................90
6.2.3 Airbag de cortina........................................................................................................................91
6.3 Função dos componentes e características........................................................................................91
6.3.1 Sensores de impacto................................................................................................................91
6.3.2 Central de gerenciamento......................................................................................................92
6.3.3 Dispositivo pirotécnico............................................................................................................92
6.3.4 Gerador de gás nitrogênio.....................................................................................................92
6.3.5 Bolsas infláveis............................................................................................................................93
6.3.6 Inibidor de airbag do passageiro.........................................................................................93
6.3.7 Mola relógio ou contato rotativo.........................................................................................93
6.4 Diagnósticos, testes e substituições......................................................................................................93
6.5 Segurança e normas de procedimentos técnicos............................................................................96
6.6 Pré-tensionadores........................................................................................................................................96

7 Manutenção e Instalação.......................................................................................................................................... 101


7.1 Manutenção do sistema de som.......................................................................................................... 102
7.1.1 Instalação do sistema de som............................................................................................ 103
7.2 Instalação dos sistemas de alarme, antifurto e travas elétricas................................................ 104
7.2.1 Manutenção nos sistemas de alarme, antifurto e travas elétricas........................ 106
7.3 Instalação dos vidros e retrovisores elétricos.................................................................................. 107
7.3.1 Desmontagem e montagem do sistema de vidros elétricos.................................. 109
7.3.2 Desmontagem e montagem do sistema de retrovisores elétricos....................... 110
7.4 Manutenção do sistema de retrovisores e vidros elétricos........................................................ 110
7.5 Ética e habilidades básicas do relacionamento interpessoal.................................................... 112

Referências......................................................................................................................................................................... 117

Minicurrículo do Autor.................................................................................................................................................. 119

Índice................................................................................................................................................................................... 121
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Sistema de Conforto, Segurança e Conveniência!


Nesta unidade curricular, você irá conhecer os mais variados sistemas de conforto, segu-
rança e conveniência disponíveis para veículos.
Nos capítulos iniciais você irá estudar alguns pontos importantes da eletricidade e eletrô-
nica embarcada, tipos de equipamentos utilizados para leitura e interpretação de diagramas
elétricos de alguns diagnósticos de falhas.
Dando continuidade aos seus estudos, no terceiro capítulo, você conhecerá as caracterís-
ticas, definições e aplicações dos sistemas de som, com foco nos componentes utilizados, nas
particularidades e instalação do sistema convencional.
No quarto capítulo, você será apresentado ao sistema de alarme, antifurto e travas elétricas.
Serão abordados também quesitos importantes como gerenciamento do sistema, particulari-
dades e componentes aplicados à instalação do sistema.
Em seguida, você irá entender como funciona o sistema elétrico de acionamento dos vidros
elétricos, circuitos de ligação, gerenciamento e instalação.
Por fim, você conhecerá o sistema de segurança airbag, desde o seu princípio de funciona-
mento até testes e diagnósticos do sistema.
Bons estudos!
Eletricidade e Eletrônica

Você já deve ter se perguntado mais de uma vez de que forma um sistema eletrônico se
comporta em um veículo, certo? Pois bem. A partir desse questionamento é que você irá iniciar
seus estudos sobre as principais características dos sistemas eletroeletrônicos. Primeiramente
você estudará a interpretação de diagramas elétricos, pois para que o técnico possa fazer uma
instalação de determinado sistema em um veículo, analisar seu funcionamento ou até mesmo
diagnosticar alguma falha, precisa estar inteirado desses fatores importantes.
Além da interpretação de diagramas elétricos, você também conhecerá algumas ferramen-
tas de testes, diagnósticos em geral para entender de que forma o sistema está se comportan-
do. Esses diagnósticos são realizados por meio de testes simples, com utilização de equipamen-
tos básicos e/ou específicos.
Dessa forma, a partir dos conceitos estudados, ao final deste capítulo você terá subsídios para:
a) interpretar as informações do cliente e do fabricante quanto às anomalias do veículo;
b) selecionar as informações fornecidas pelo proprietário que apresentam elementos que
possam levar a um diagnóstico, tendo em vista a geração de uma ordem de serviço;
c) reconhecer diferentes tipos de ferramentas e equipamentos utilizados na manutenção;
d) interpretar procedimentos e normas técnicas aplicáveis à manutenção de sistemas de
conforto, segurança e conveniência;
e) selecionar, com base no manual técnico, as ferramentas específicas para testes e diagnóstico;
f) interpretar as indicações do fabricante quanto aos critérios de manipulação e uso das fer-
ramentas e equipamentos aplicáveis e desmontagem de componentes;
g) correlacionar, para fins de diagnóstico, as informações fornecidas pelo proprietário e o
histórico de manutenções com as especificações do manual do fabricante e manual de
instalação.
Você irá iniciar seus estudos aprendendo a interpretar diagramas elétricos e suas simbologias.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
16

2.1 Interpretações de diagramas elétricos e simbologias

Cada vez mais a eletrônica embarcada é aplicada nos veículos produzidos no mundo inteiro. A neces-
sidade de novas tecnologias, redução de custos, diminuição de emissões de poluentes e a preocupação
com segurança dos ocupantes se faz presente em razão de grande parte da população passar boa parte
do tempo dentro de um veículo.
O grande foco de toda marca automotiva é conquistar e fidelizar o cliente. Para isso, uma estratégia
bastante utilizada pelas montadoras é a inserção de acessórios nos veículos de entrada disponíveis no
mercado. Esses acessórios são atrativos que os clientes levam em consideração no momento da compra.
Alguns exemplos de acessórios oferecidos atualmente são câmera de ré, sensor de estacionamento, alar-
mes, centrais de conforto, entre outros.
Entretanto, é importante ressaltar que nem todos os veículos saem de fábrica com todas as instalações
elétricas disponíveis. Parte desses sistemas é opcional, muitas vezes instalado na própria concessionária ou
em empresas especializadas nesse tipo de trabalho.
Para fazer a montagem ou instalação de qualquer componente, seja eletrônico, elétrico, hidráulico ou
mecânico, o técnico precisa de informações técnicas específicas sobre o funcionamento dos sistemas. Você
irá estudar aqui o diagrama elétrico, denominado também de esquema elétrico.
Por mais que o técnico tenha conhecimento dos circuitos elétricos em geral, é indispensável que ele
saiba fazer a leitura e interpretação exata dos esquemas elétricos para que se torne possível montar algum
componente, instalar, reparar, diagnosticar falhas apresentadas pelo sistema ou até mesmo para entender
o seu princípio de funcionamento.
Os diagramas elétricos possuem símbolos específicos e padronizados e são utilizados na grande maio-
ria dos esquemas elétricos. A figura a seguir, por exemplo, mostra um circuito elétrico simples de ligação
de uma lâmpada. O circuito está na sua forma ilustrada, e não técnica, pelo fato de não mostrar caracterís-
ticas do circuito como espessura de condutores, potência da lâmpada no circuito, tensão, etc.

Interruptor

_ +
Paulo Cordeiro (2015)

L1
Lâmpada

Bateria

Figura 1 - Circuito elétrico simples


Fonte: adaptado de Montovani (2012)
2 Eletricidade e Eletrônica
17

No circuito mostrado na figura anterior, você pode interpretar onde está a fonte de energia ou o ge-
rador do sistema, neste caso uma bateria, os condutores, o interruptor e a lâmpada, que é a consumidora
do circuito. Por ser um circuito ilustrado e não técnico, para substituir a bateria ou a lâmpada ou refazer o
circuito de ligação seria preciso informações mais específicas do sistema, como você pode ver na imagem
que segue, em que se tem um esquema elétrico mais técnico. Você pode ver que quando é necessário um
diagnóstico ou uma verificação mais precisa do circuito, é preciso ter alguns valores técnicos básicos como
tensão, corrente, potência ou resistência para que se possa saber a exata aplicação da espessura do condu-
tor utilizado para a condução correta e livre da corrente elétrica existente no circuito.

Maicon de Oliveira Pereira (2015),


Paulo Cordeiro (2015)
12 Volts 21 Watts

Figura 2 - Esquema elétrico simples


Fonte: do Autor (2015)

Os dois exemplos anteriormente mostrados são geralmente utilizados nos diagramas elétricos dos veí-
culos de sistemas mais comuns.
Com o passar dos tempos, mais sistemas foram se transformando e somando ao veículo, o que tornou
os esquemas mais poluídos, com muita informação em uma mesma folha. Isso também ocorreria caso ti-
véssemos circuitos com os componentes ilustrados como no circuito elétrico simples: não haveria espaço
suficiente para mostrar determinados sistemas e ficaria pouco prático ter várias páginas de circuitos elétri-
cos, o que acaba por confundir e dificultar a leitura.

Você sabia que, na produção de veículos em geral, torna-se cada vez mais
comum existirem dados técnicos impressos nos manuais do proprietário,
capas plásticas em geral e em caixas de distribuição de energia mostrando
CURIOSIDADES a localização e utilização dos fusíveis e relés? Peças ilustram dados técnicos,
capacidades e especificações de dados como frequências de sinais, códigos
para desbloqueio de sistemas, entre outros.

Circuitos mais aplicados, como mostrado na figura do diagrama elétrico que segue, trazem um esque-
ma elétrico com símbolos padronizados e seus códigos ao lado. Esses símbolos podem variar de montado-
ra para montadora, entretanto todas elas trarão as descrições do diagrama e de todas as nomenclaturas.
Depois de analisados e demarcados no diagrama, seus detalhes podem ser vistos na parte de simbologia
ou glossário dos componentes do circuito publicado, por exemplo:
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
18

C
I2

Maicon de Oliveira Pereira (2015); Paulo Cordeiro (2015)


31
15 50 30

I1
A

L1

B
0,75 BK/WH

Figura 3 - Diagrama elétrico técnico


Fonte: do Autor (2015)

C = bateria 12 V.
L1 = iluminação interna (lâmpada 12 W).
I1 = interruptor da iluminação interna.
I2 = comutador de ignição.
0,75 = espessura do condutor.
BK/WH = cor do condutor elétrico (preto com branco).
A e B = terminais de ligação da lâmpada.
50 = positivo durante a partida.
31 = massa/terra.
15 = positivo pós-chave.
30 = positivo direto da bateria.
É muito importante que você tenha atenção na leitura e análise dos esquemas elétricos, pois um deles
pode ter vários circuitos, e uma interpretação errada pode levar a danos ao sistema.
Sempre que você for iniciar uma leitura para interpretação de um diagrama elétrico, inicie pela verifica-
ção do circuito por meio da bateria, dos fusíveis de alimentação ou terminais e ligações do componente.
Dessa forma, o processo ficará mais prático e rápido.
Pensando na relação dos condutores que passam para cima e para baixo em um diagrama elétrico, ob-
serve, na figura que segue, que existe um circuito misto, sendo um em série de dois resistores e um paralelo
a este com um resistor. Veja que o condutor do circuito de um resistor passa acima do circuito dos resistores
em série sem interligar o circuito, fazendo sua conexão somente após os outros dois resistores. Portanto, as
junções de condutores serão dadas com um ponto, mostrando que ali há uma junção de condutores.
2 Eletricidade e Eletrônica
19

Maicon de Oliveira Pereira (2015);


Paulo Cordeiro (2015)
Figura 4 - Esquema elétrico de ligação dos condutores
Fonte: do Autor (2015)

Dando continuidade à leitura e interpretação de circuitos elétricos, conheça, na sequência, alguns dos
símbolos mais utilizados nos diagramas elétricos.

Paulo Cordeiro (2015)


+

Corrente alternada:
_

Paulo Cordeiro (2015)


+

Corrente contínua:
_
Paulo Cordeiro (2015)

Acumulador de energia, bateria:


_
Paulo Cordeiro (2015)

Negativo, massa, terra: +

_
Paulo Cordeiro (2015)

Resistor: +

M
Paulo Cordeiro (2015)

Indutor: +

_ G
Paulo Cordeiro (2015)

Capacitor: +

_
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
20

Paulo Cordeiro (2015)


Transistor: +

Paulo Cordeiro (2015)


Diodo: +

_ G
M

Paulo Cordeiro (2015)


Diodo Zener: +

_ G
M

Paulo Cordeiro (2015)


Diodo Emissor de Luz (LED): +

_ G

Lâmpada: + Paulo Cordeiro (2015)

M
Paulo Cordeiro (2015)

Relé simples: +

_ G
Paulo Cordeiro (2015)

Interruptor (normalmente fechado): +

_
Paulo Cordeiro (2015)

Interruptor (normalmente aberto): +

_
Paulo Cordeiro (2015)

Motor: +
M
_
2 Eletricidade e Eletrônica
21

Paulo Cordeiro (2015)


Gerador: +
G
_

Paulo Cordeiro (2015)


Fusível: +

_ G
Quadro 1 - Simbologia dos componentes
Fonte: do Autor (2015)

Para conhecer os principais códigos aplicados aos circuitos automotivos referentes a


SAIBA normas DIN, acesse:
MAIS
<http://www.toprelay.com.br/pages/norma_din>.

Antes de chegar ao fim deste subcapítulo, lembre-se de entrevistar o condutor do veículo para que ele
possa lhe dar possíveis respostas que farão grande diferença no diagnóstico ou reparação do sistema.
Faça perguntas como: Quando a falha começou? A falha começou após algum tipo de adaptação ou
instalação? A falha era quase imperceptível e foi aumentando? O veículo retornou assim de outra oficina?
Além da falha verificada pelo técnico, acontece algo a mais?, etc. Essas perguntas são importantes para o
início de um diagnóstico automotivo, seja em qual tipo de sistema for.
Faça o levantamento do histórico de avarias indicadas pelo condutor do veículo e compare com as avarias
reais apresentadas pelo veículo. Essas avarias devem ser analisadas e registradas pelo técnico responsável,
para assim iniciar um planejamento de diagnóstico. Esse planejamento irá dar um embasamento para saber
que tipo de ferramentas, normas técnicas, manuais de reparação e procedimentos devem ser utilizados.
Confronte o histórico levantado pelo técnico com o manual técnico do veículo, analise e veja se há
relações com certos sistemas que possam gerar esses tipos de falhas e avarias no veículo. Certos manuais
técnicos já descrevem alguns tipos de avarias que os sistemas podem apresentar.
Normas técnicas são muito importantes ao se fazer manutenções em circuitos elétricos de conforto e
conveniência, muito aplicados também aos procedimentos de manutenção e padronização dos sistemas
de segurança, como airbags e ABS, principalmente.
As normas técnicas de procedimentos técnicos e padronizações de aplicação devem ser interpretadas
pelo técnico e seguidas tanto para a segurança na manutenção do veículo quanto para a segurança dos
ocupantes do veículo.
Nesta seção você aprendeu a interpretar diagramas elétricos e suas simbologias. Viu também que a
entrevista com o cliente é importante para se traçar um diagnóstico do veículo. Na sequência, você irá
conhecer os principais instrumentos de medição de circuitos. Confira!
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
22

2.2 Principais instrumentos de medição

Para testar, analisar e diagnosticar sistemas de conforto, segurança e conveniência, são utilizados dife-
rentes equipamentos denominados de instrumentos de medição.
Ao longo deste capítulo cada instrumento será apresentado e analisado, ressaltando suas característi-
cas, funções, particularidades na aplicação, além dos tipos mais comuns de erros que podem acontecer.
É importante ressaltar que a utilização inadequada de um instrumento, seja pelo manuseio errado ou
por algum defeito não percebido pelo técnico no instrumento, pode acabar por avaliar mal um sistema e
condenar circuitos ou componentes que estejam em perfeitas condições de uso e funcionamento.
É fundamental, também, para a escolha correta do equipamento que será utilizado na análise do sis-
tema, seja para um diagnóstico, teste ou instalação em geral, que o técnico conheça o sistema que será
analisado.
Na sequência, você irá conhecer os instrumentos utilizados para analisar, testar e diagnosticar circuitos.
São eles: o multímetro, a caneta de polaridade e o scanner automotivo. Acompanhe!

2.2.1 Multímetro

O multímetro é uma ferramenta que deve fazer parte de qualquer autoelétrica ou oficina que receba
serviços relacionados a sistemas de som, iluminação, instalações, entre outros.
Com a utilização do multímetro, o técnico consegue fazer os mais diversos testes no veículo, como
resistência de uma bobina de alto-falante, continuidade e resistência de um chicote elétrico, análise do
consumo de corrente com o veículo em repouso e diferenças de potencial em geral, como quedas de ten-
sões em componentes relacionados a motores de vidros e espelhos elétricos, alimentações de sistemas de
gerenciamento, entre outros.
Konstik ([20--?])

Figura 5 - Multímetro
Fonte: Thinkstock (2015)
2 Eletricidade e Eletrônica
23

Quando você for medir a tensão que chega a determinado componente nos circuitos elétricos, sempre
faça o teste com tudo ligado e energizado, simulando uma ação real do sistema, pois caso não se tenha um
consumidor na linha e você medir somente o que chega de tensão nos condutores, não irá comprovar se
aquele circuito está realmente funcionando ou não.
O multímetro é a melhor ferramenta para testar falhas decorrentes de adaptações mal feitas, emendas
realizadas de forma errada e até mesmo do desgaste dos circuitos em razão do tempo, pois ele lhe dará a
resistência equivalente apresentada no circuito.
Outros testes importantes que podem ser feitos com o multímetro são os realizados em capacitores e
diodos, componentes comumente aplicados ao sistema.
A seguir você irá conhecer a caneta de polaridade.

2.2.2 Caneta de polaridade

A caneta de polaridade é pouco utilizada pelo técnico muitas vezes pela falta de conhecimento da sua
importância no uso técnico da oficina.
Constituída de dois ou três LEDs, a caneta de polaridade verifica o funcionamento de componentes
pela verificação da polaridade do circuito, como o acionamento de um vidro elétrico. Neste caso, a caneta
de polaridade verifica se o sinal de acionamento que está saindo do botão e chegando até o motor é posi-
tivo ou negativo. Essa indicação é realizada pela caneta pelo acendimento dos LEDs.

Evelin Bao (2015)

Figura 6 - Caneta de polaridade


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Cada um dos LEDs da caneta de polaridade tem uma cor, sendo que a cor verde representa o sinal
negativo; a cor amarela indica que o equipamento está ligado e com sinal neutro em sua ponta de testes;
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
24

e o LED de cor vermelha indica o sinal positivo. Quando a caneta de polaridade possuir apenas dois LEDs,
verde e vermelho, a indicação de ligada/sinal neutro será o acendimento simultâneo dos LEDs verde e
vermelho.
Torna-se prática a sua utilização para verificações de acionamento de sinais, pois consome uma baixa
corrente de trabalho e pode analisar se há ou não sinais provenientes de acionadores, centrais, relés, etc.
Um ponto a ser lembrado e verificado no dia a dia é que a caneta de polaridade é utilizada para deter-
minados trabalhos como os citados anteriormente; sendo assim, não é usada para verificar se os compo-
nentes estão recebendo alimentação positiva ou negativa de bateria para trabalhos que necessitem de
corrente de consumo.
Caso a tensão de alimentação de um sistema seja analisada com a caneta de polaridade, é importante
ficar atento, pois podem haver falhas de interpretação no diagnóstico do circuito elétrico. Isso porque mes-
mo que a caneta de polaridade indique uma tensão positiva acendendo o LED vermelho no sistema testa-
do, o técnico responsável não saberá dizer se essa tensão está realmente trabalhando conforme a tensão
que deveria, segundo manual técnico. Por exemplo, em um sistema que trabalha com tensão de bateria
12,6 V, a caneta de polaridade apenas indicará tensão positiva e não dará a informação de uma tensão es-
pecífica como o multímetro, que indica a tensão no visor do aparelho. Sendo assim, caso o conjunto tenha
uma queda de tensão de alimentação e tenha sido testado somente com a caneta de polaridade, pode ser
que haja má interpretação da falha.
A caneta de polaridade é mais utilizada em circuitos que necessitam de uma verificação de acionamen-
to de sinal, negativo ou positivo, em razão da facilidade de sua aplicação.

Utilize a caneta de polaridade somente em diagnósticos nos quais o fabricante indi-


FIQUE ca o uso do equipamento e sempre seguindo as orientações do manual de reparação
quanto à utilização. Além disso, ao realizar teste de polaridade com a caneta, nunca
ALERTA perfure a capa isolante do condutor elétrico, sempre realizando o teste no conector
ou em pontos indicados no manual de reparação.

Na sequência, você vai conhecer outro instrumento de medição: o scanner automotivo. Acompanhe!

2.2.3 Scanner automotivo

Parece soar um pouco estranho associar o sistema de conforto e conveniência à utilização de um scan-
ner automotivo, isso porque ele é mais utilizado em sistemas de segurança na realização de diagnósticos,
testes e leituras do sistema. Entretanto, cada vez mais ele vem sendo utilizado nos sistemas de conforto e
conveniência por ser um equipamento que se comunica com as centrais eletrônicas verificando possíveis
avarias no sistema. As informações sobre as possíveis falhas detectadas são mostradas ao técnico por meio
de códigos de avaria.
2 Eletricidade e Eletrônica
25

Evelin Bao (2015)


Figura 7 - Scanner
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Com o scanner automotivo também é possível realizar leitura dos sensores dos sistemas, acionamento
de atuadores e fazer certas calibrações de sensores, como a sensibilidade de um sensor volumétrico de
um alarme, e mostrar informações técnicas de reparo, diagnóstico, configuração de chaves de alarme e
apresentação de novos sistemas.
Em sistemas de segurança, assunto que ainda será abordado, para se fazer verificações dos sistemas
deve ser utilizado somente scanner habilitado para o serviço.
Como cresce dia a dia a tecnologia aplicada aos veículos em geral, fica fácil achar centrais eletrônicas que
façam o gerenciamento de todo o sistema de conforto e conveniência como travas, vidros, iluminação, etc.
Confira, na sequência, o Casos e relatos que mostra a importância dos testes corretos para o diagnóstico
de falhas.

CASOS E RELATOS

O teste correto
O senhor João Pedro, gerente da Autoelétrica Esperança, em Santa Catarina, recebeu em sua oficina
um veículo que anteriormente havia sido diagnosticado por outro técnico, que não havia identifica-
do a falha. O cliente, então, confiou ao senhor João Pedro o reparo de seu veículo.
O vidro elétrico do lado do passageiro apresentava dificuldades para subir. Sendo assim, o técnico
da autoelétrica anterior lubrificou o sistema mecânico de subida e descida dos vidros. Verificando
que a situação não havia sido resolvida com a lubrificação, o técnico trocou o motor do vidro elétri-
co, o que também não solucionou o problema. Como última tentativa, trocou a bateria do veículo,
o que de nada adiantou.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
26

O veículo, então, foi levado à Autoelétrica do senhor João Pedro. Lá o primeiro teste que foi execu-
tado, já conhecendo o histórico do veículo, foi o teste da tensão que chegava até o motor do vidro
durante o seu acionamento. Neste teste foi detectado que existia uma queda de tensão, em torno
de 5 volts. Foi testada então a tensão da bateria durante o acionamento do motor e na bateria a
tensão estava correta, dentro do padrão, aproximadamente 12,4 V. Fez-se o teste com uma lâmpada
de testes no lugar do motor e a tensão também tinha queda, fazendo que a lâmpada não acendesse
com 100% de sua potência.
Depois de tudo testado e analisado, em questão de poucos minutos o senhor João descobriu que
o problema era no chicote do veículo. Parte do chicote estava esmagado próximo à dobradiça da
porta. Ele reparou o chicote nessa área e o motor do vidro elétrico voltou a operar normalmente.

Chegou o momento de rever o que foi estudado neste capítulo. Para isso, leia o Recapitulando a seguir.

Recapitulando

Neste capítulo você pôde estudar o quanto a leitura e interpretação de esquemas elétricos são
importantes no momento da execução do serviço para diagnóstico ou instalação de algum com-
ponente no veículo. Viu também que, com a informação técnica dos manuais de manutenção
voltada à parte elétrica, é possível fazer qualquer instalação e manutenção dos mais diversos sis-
temas. Aprendeu o quanto a utilização das ferramentas corretas é importante para se realizar os
testes nos sistemas, sejam eles de avaria, diagnóstico, princípio de funcionamento ou instalação
do sistema, pois a utilização de ferramentas erradas pode acarretar incoerência nos testes.
Por fim, viu que com a aplicação desses conhecimentos somados pode-se fazer qualquer tipo de
serviço elétrico e eletrônico no meio automotivo com o máximo de qualidade e objetividade, de-
monstrando, ao fim do trabalho realizado, conhecimento técnico, padronização nos procedimen-
tos realizados e aplicação dos equipamentos corretos.
Sistema de Som

Será que o sistema de som no meio automotivo é tão complexo quanto se imagina? A princí-
pio, você pode imaginar que sim, no entanto, diferentemente do sistema multimídia, o sistema
de som é o sistema de entretenimento mais encontrado nos veículos, e de mais fácil acesso para
os veículos que ainda não possuem esse tipo de sistema, em razão do baixo valor agregado
em relação à instalação e aos aparelhos básicos instalados, como mídia reprodutora de som e
alto-falantes.
Com o estímulo e acesso ao crédito facilitado para compra de veículos, houve um grande
crescimento da frota no país. Segundo Cleide Silva do Estadão de São Paulo, “para cada cin-
co brasileiros, o país tem um automóvel, proporção que era quase o dobro há menos de duas
décadas”. Com esse crescimento da frota, o trânsito torna-se mais intenso, principalmente nos
grandes centros. A consequência disso é o aumento do tempo que as pessoas levam para se
deslocar para qualquer tipo de compromisso, seja ele social ou profissional. O trabalho, a rotina
e o trânsito fazem que o condutor venha a aumentar o seu nível de estresse. Pensando nisso,
engenheiros das fabricantes das mais variadas marcas de automóveis viram a necessidade de fa-
zer que condutores e passageiros relaxassem durante seus deslocamentos. Para isso, desenvol-
veram equipamentos e sistemas de entretenimento como o equipamento de som automotivo.
Neste capítulo, você vai conhecer os princípios de funcionamento do sistema de som au-
tomotivo, seus tipos e suas características, os alto-falantes e a maneira como são realizadas as
instalações de sistemas de som.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer tipos, características, funções, posicionamento e funcionamento dos diferentes
componentes que constituem o sistema de conforto como requisito para sua inspeção visual;
b) interpretar as indicações do fabricante quanto aos critérios de manipulação e ao uso das fer-
ramentas e equipamentos, das aplicações à reparação ou da substituição de componentes.
Inicialmente, você conhecerá o conceito aplicado ao sistema de som automotivo. Acompanhe!
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
30

3.1 Conceito aplicado ao sistema de som automotivo

As montadoras de veículos, com o passar dos anos, tornaram-se as maiores instaladoras de sistemas de
som simples no mercado. Entretanto, existe uma polêmica relacionada ao equipamento de som automo-
tivo instalado nos veículos. Muitos condutores e proprietários de veículos não se satisfazem apenas com o
equipamento de som original do veículo ou com alto-falantes de baixa potência, geralmente originais de
fábrica, e projetam sistemas de som de alta potência ou componentes de amplificação de som, que podem
incomodar e atrapalhar na condução do veículo. Fatores externos que exijam atenção do motorista, como
o apito de um guarda de trânsito, a buzina de outros veículos e, até mesmo, o som de outro veículo na via,
podem ser prejudicados, causando acidentes.
Na sequência, você irá conhecer os princípios de funcionamento do sistema de som automotivo. Confira!

3.2 Princípios de funcionamento

A emissão do som está relacionada com as vibrações de um ou vários materiais físicos. Quando você
ouve qualquer tipo de ruído ou som, você está ouvindo a reação do movimento de vibração em algum cor-
po. Essa reação emite um som característico conforme sua composição física e sua construção. A emissão do
som, seja ela da língua falada, de passos, objetos projetados, explosões diversas de tanques com materiais
combustíveis, dinamite, etc., é muito interessante, pois todos esses e os outros sons estão relacionados.
Qualquer tipo de som pode variar em frequência e volume, conforme sua absorção material. Quando
você balança uma folha de papel e uma chapa de lata fina, por exemplo, cada um desses materiais terá
um som diferente. Com a vibração, a chapa emitirá um som característico da chapa vibrando. Já a folha de
papel fará que você escute o barulho e restrição do ar na folha.
Um exemplo de tipo de som gerado por meio de vibração é o violão. Quando suas cordas vibram, isso
acontece de forma a emitir um som característico, de acordo com a espessura, a construção e o tamanho
das suas cordas – por exemplo, cordas finas geram um som agudo de maior frequência e cordas grossas
geram um som grave de menor frequência, e ambas podem ser construídas com aço ou náilon. É o que
acontece com as cordas vocais, que se assemelham muito a um violão. Conforme a frequência da fala em
uma conversa, grito ou cantoria, sempre que você emite um som por meio das cordas vocais, elas vibram
e, com a ajuda da língua e da boca, farão que se formem as sílabas e, posteriormente, as palavras. Assim é
emitido o som característico da sua fala.
O som necessita de uma base de massa ou elasticidade para se propagar; ele utiliza líquidos, sólidos e
gases, com objetivo de chegar até um receptor. Dessa forma, o som a ser emitido não pode se propagar no
vácuo, pois não é possível perceber o som caso não exista um meio físico material para que ele se propague.
3 Sistema de Som
31

A movimentação do ar formada por vibrações dos sons é representada por tipos de ondas longitudi-
nais, conhecidas como ondas sonoras. Elas são geradas por inúmeros tipos de objetos, como veículos,
aviões, explosões, etc.
A quantidade de oscilações dessas ondas em relação ao tempo é chamada de frequência, que é lida e
calculada em hertz (Hz), e é expressa em ciclos por segundo. Uma pessoa com audição considerada normal
tem a capacidade de captar frequências que podem variar entre 20 Hz e 20.000 Hz, ou seja, uma pessoa
consegue escutar o ciclo completo de uma onda relacionada ao som de 20 a 20 mil vezes no período de
um segundo.

t = 1 segundo Amplitude
+

0
1 Hz
_

Frequência = 1Hz
t = 1 segundo

Paulo Cordeiro (2015)


1 seg.

2 Hz

Figura 8 - Frequência e amplitude


Fonte: adaptado de Viola de Arco (2009)

A amplitude é a descrição da potência da onda sonora, como você pode ver na figura anterior. Quanto
maior o volume do som, maior será a amplitude da onda sonora. Dessa forma, é possível dizer, por exem-
plo, que uma música pode levar, na sua execução, diferentes aplicações de frequências e amplitudes.
Decibéis são a medida do nível sonoro percebido pelo ouvido humano. Contudo, para que ele seja per-
cebido, é necessário um mecanismo ou equipamento específico para medir a amplitude do som gerado, o
decibelímetro, que é usado para saber a amplitude da onda sonora.
O som possui três tipos de classificações que são baseadas na sua frequência. São eles:
a) tons graves, de 20 Hz a 300 Hz;
b) tons médios, de 300 Hz a 2.000 Hz;
c) tons agudos, de 2.000 Hz a 20.000 Hz.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
32

Baixa frequência
t = 1s

2 Hz

Média frequência
t = 1s

4 Hz

Paulo Cordeiro (2015)


Alta frequência
t = 1s

8 Hz
Figura 9 - Classificação dos sons
Fonte: adaptado de Izecksohn (2014)

Fatores relacionados à impedância1 acústica resumem-se a isto: a resistência mínima da bobina do alto-
-falante mais a reatância2 gerada pela energia alternada recebida criam uma resistência maior na bobina
do alto-falante do que a especificada. Por exemplo: um alto-falante de 4 ohms está no valor mínimo a que
a impedância vai chegar, podendo somente subir, chegando aos 20 ohms.
Na sequência, confira os tipos e as características dos sistemas de som automotivos.

3.3 Tipos e características

O sistema de som automotivo é composto basicamente por:


a) reprodutor de mídias diversas;
b) chicote elétrico e conectores de ligação entre componentes;
c) alto-falantes.

1 Consiste na medida da capacidade de resposta de um circuito elétrico percorrido por uma corrente alternada.
2 Se trata da oposição à corrente alternada, devida à indutância de um circuito elétrico, eletrônico ou uma bobina.
3 Sistema de Som
33

Dependendo da aplicação e do sistema, pode também conter um ou mais amplificadores de som.


Acompanhe, na sequência, a função e característica de cada um desses componentes dentro do siste-
ma de som veicular.

3.3.1 Reprodutor de mídia

Reprodutores de mídia, no meio automotivo, são comumente conhecidos como CD player, DVD player e
até os mais antigos toca-fitas.

iStock ([20--?])
Figura 10 - Reprodutores de mídia
Fonte: Thinkstock (2015)

A função de um equipamento reprodutor de mídia e receptor de rádio no sistema é reproduzir a mí-


dia selecionada pelos ocupantes do veículo, seja ela qual for. Algumas das opções existentes são blue-
tooth para sincronizações com telefonia e áudio, leitura de cartões de memória, possibilidade de utilizar
entradas auxiliares USB (Universal Serial Bus) conhecida também como porta universal para utilização
de pen-drive, CDs com diversos tipos de arquivos gravados WMA, WMV, MP3 ou ainda rádio AM/FM.
Tudo isso irá depender das configurações, dos modelos e das capacidades que o aparelho reprodutor
de mídia do veículo tiver. Quanto maior o valor agregado ao aparelho de reprodução de mídia, maiores
serão suas opções de mídias e mais diversificadas as configurações no aparelho.

SRC/OFF
Multi-control
(M.C) Slot de carregamento de disco
Ejetar Porta USB
Lista

SRS

-OFF
S

B DISP 1 2 3 4 5 6
BAND DIMMER
MIX XX
Paulo Cordeiro (2015)

Telefone DISP/DISP OFF 1/ a 6/ Botão


Voltar/DIMMER desencaixar
Band Conector de entrada AUX
(Controle de iPod) (conector estéreo de 3.5 mm)
Figura 11 - CD player
Fonte: adaptado de Loja melhor do Sul (2013)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
34

Você sabia que um dos primeiros aparelhos de rádio fabricado para veículos
foi o Motorola 5T71? Ele foi lançado no ano de 1930 pela Galvin Manufactu-
ring Company. Pela tecnologia da época, seu funcionamento era valvulado
e apenas disponibilizava AM. O conjunto de controles era afixado na coluna
de direção por meio de uma abraçadeira e ligado ao rádio por meio de dois
CURIOSIDADES cabos de aço, que acionavam os controles mecanicamente. O terceiro mó-
dulo era o alto-falante, muitas vezes colocado na parte interna do teto do
veículo.
O valor de um rádio na época poderia passar tranquilamente de 10% do
valor do veículo. Acesse o link <http://www.oversound.com.br/blog/moto-
rola-5t71-o-primeiro-nos-carros/> e fique por dentro.

Agora que você já conheceu os reprodutores de mídia, na sequência você irá estudar o chicote elétrico.
Acompanhe!

3.3.2 Chicote elétrico

O chicote elétrico é o responsável por interligar todos os componentes do sistema de som. Ele está dis-
ponível para todos os veículos dos mais variados sistemas. Muitas montadoras colocam o sistema de som
como opcional e, dependendo das configurações, o sistema de som pode não vir instalado.
Na grande maioria dos veículos comercializados já está predisposto o chicote elétrico do sistema de
som, ou seja, toda a parte de conectores e condutores já está montada aguardando o reprodutor de mídia e
alto-falantes para a reprodução do som – isso, claro, se o proprietário do veículo optar por fazer a instala-
ção do equipamento de som em outro momento.
Caso o chicote não seja predisposto pela montadora e o proprietário decida realizar a instalação do sis-
tema de som em outro momento, isso acarretará um tempo maior para a instalação do sistema, e também,
provavelmente, essa instalação agregará valor no orçamento final.
A seguir, veja a figura de um chicote universal para a instalação de reprodutores de mídia em geral, com
terminais utilizando cores de condutores e endereços padrões como alimentação, aterramento, remote
(controle remoto) sinal para ligar e desligar os módulos, além de saídas específicas para alto-falantes.
Evelin Bao (2015)

Figura 12 - Chicote universal do sistema de som 16 vias


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
3 Sistema de Som
35

O que deve ser levado em consideração é que os chicotes do sistema de som originais podem ter va-
riações não padronizadas para modelos e fabricantes. Antes de iniciar uma instalação de acessórios ou um
novo projeto de sistema de som, deve ser realizada uma análise para saber o que terá de ser feito ou usado
em específico para a instalação correta do sistema de som, como adaptadores ou componentes para auxi-
liar na instalação em relação ao chicote já definido pela fabricante.
Os cabos RCA (Radio Corporation of América) são muito aplicados não somente em veículos, mas
em vários sistemas de som e imagem em geral. Nos veículos, são utilizados para a comunicação entre o
reprodutor de mídia e o amplificador de som do veículo. Uma das vantagens de sua utilização é a qualida-
de em comparação com as saídas de potência. Saídas com aplicação de cabos RCA apresentam nível baixís-
simo de interferência e ruídos, pois recebem uma malha especial contra interferências paralelas, somando
respostas excelentes sob qualquer uma das frequências audíveis. Entre prós e contras, a única desvanta-
gem dos cabos RCA é o valor pago, pois o custo é maior; contudo, há de se ter um valor maior agregado
pela qualidade oferecida, pois alguns ainda disponibilizam conexões dos cabos banhadas em ouro – para
evitar maus contatos –, zinabre e uma melhor condução sob diferentes frequências.

stetsom ([20--?])

Figura 13 - Cabo RCA


Fonte: Repel (2015)

Você conheceu, aqui, a função do chicote elétrico. No próximo tópico, você irá conhecer a função do
alto-falante dentro do sistema de som. Confira!

3.4 Alto-falantes

O alto-falante é o componente que, dentro do sistema de som, tem a função de transformar a corrente
elétrica em som. Ele recebe uma corrente de onda alternada em seu núcleo no enrolamento da bobina, e
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
36

essa tensão gerada pelo aparelho reprodutor de mídia pode ir direto ao alto-falante ou pode passar por
um amplificador.
Assim que o alto-falante recebe essa tensão, é gerado um campo eletromagnético no seu núcleo e,
por meio físico, esse campo acaba por gerar energia mecânica, vibrando as partes móveis do alto-falante,
variando a pressão do ar e, consequentemente, gerando o som audível.

Evelin Bao (2015)


Figura 14 - Alto-falante
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Para saber um pouco mais sobre o alto-falante, acesse o link <http://altofalanteu-


SAIBA fes2007.blogspot.com.br/2007/12/montagem.html> e fique por dentro do passo a
MAIS passo da construção de um alto-falante e de como analisar seu funcionamento e diag-
nosticar falhas.

De certa forma, o alto-falante é um dos componentes mais fáceis para se instalar no veículo. Em alguns
modelos de veículo, sua instalação pode ser mais fácil, quando apenas tiram-se as capas protetoras para
colocar o alto-falante. Já em outros, o técnico terá que desmontar algumas partes da porta, como forros e
partes plásticas, somando mais tempo para a instalação e consequentemente tornando-a mais cara.
Em projetos mais elaborados, há de se fazer caixas com tamanho específico para uma melhor propaga-
ção do som gerado pelo alto-falante. Deve-se também dar muita atenção aos terminais de ligação da saída
do reprodutor de mídia ou amplificador até o alto-falante, pois ele possui polaridade negativa e positiva
para receber o sinal de corrente alternada. Esses terminais geralmente estão identificados por sinais + e –
ou por terminal vermelho para positivo e preto para negativo.
3 Sistema de Som
37

-
+

Sinal rádio ou
ampli cador

SENAI (2015)
Figura 15 - Ligação de um alto-falante
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Confira, na sequência, como se dá a construção-base de um alto falante.

3.4.1 Construção base de um alto-falante

Para que se tenha um ganho de som por meio do eletromagnetismo, transformando a energia elétrica
em energia mecânica, existem 12 componentes. São eles: ímã; conjunto polar (arruelas inferiores, supe-
riores e polo); entreferro; carcaça; bobina; centragem ou aranha; cone; suspensão; guarnição; terminais;
cordoalha; domo ou calota.

Guarnição Suspensão
Cone Bobina móvel

Bornes de Centragem
ligação
Teófilo Manoel Silva Junior (2015)

Carcaça
Cordoalha

Ímã
Figura 16 - Alto-falante
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
38

Parte do sistema que gera força mecânica é constituída basicamente pelo conjunto magnético do ímã
permanente de dois polos, do enrolamento da bobina móvel e das placas dianteiras e traseiras.
A seguir, conheça mais detalhes de algumas das partes que constituem o alto-falante.

ÍMÃ

O ímã é uma das principais partes de um alto-falante. Seu tamanho interfere na potência que o alto-fa-
lante terá. Seu trabalho é gerar campo magnético permanente no entreferro, que é constituído basicamente
por ferrite. Possui um formato que acompanha a carcaça do alto-falante, redondo com um orifício ao meio.

CARCAÇA

A carcaça do alto-falante pode ser comparada ao chassi do veículo, pois é ali que todos os compo-
nentes do alto-falante serão instalados. A carcaça é definida pelo tamanho em polegadas e é constitu-
ída basicamente de aço ou alumínio. Esse tamanho pode variar de 8” até 18” (polegadas). A partir daí é
que se inicia o projeto de aplicação do restante dos componentes, pois já se tem a dimensão do alto-
-falante como base.

BOBINA

Essa bobina, que é móvel em relação ao entreferro, fica no meio de um campo magnético formado pelo
ímã permanente. Ela é constituída por um enrolamento de condutores de cobre conhecido também como
espiras. Essas espiras são enroladas em um material resistente de formato cilíndrico, que pode ser consti-
tuído de papel, alumínio, plástico, etc.
Dessa forma tem-se a bobina móvel do alto-falante, que é primordial na produção e para o melhor ren-
dimento do alto-falante, podendo ter ainda bobinas de resistências diferentes, com enrolamentos duplos
e com quatro saídas.

CENTRAGEM OU ARANHA

Formada por uma resina sintética junto a uma base de tecido de algodão especial ou linho, seu trabalho
junto ao alto-falante é centralizar, como o próprio nome já indica, e sustentar o conjunto da bobina móvel e
o cone. A centragem – ou aranha, como é conhecido – tem alta flexibilidade e ajuda a equilibrar o sistema.

CONE

Fabricado geralmente de papel ou polipropileno, entre outros materiais distintos, fica em contato di-
reto com a bobina móvel e, conforme o cone vibra e trabalha em relação ao magnetismo gerado, muda a
3 Sistema de Som
39

pressão do ar, resultando na geração do som. Conforme a sua formação cônica, ajusta-se melhor ao siste-
ma móvel. Sua fabricação e composição têm influência direta na qualidade do som gerado.

SUSPENSÃO

A suspensão do alto-falante é localizada na parte superior do cone. Pode ser parte do próprio cone ou,
ainda, uma extensão de borracha resistente e, ao mesmo tempo, muito flexível, permitindo o trabalho de
ida e volta do cone. A suspensão também auxilia na sustentação do conjunto do alto-falante, ajudando na
centralização da bobina móvel.

GUARNIÇÃO

Parte simples, mas importante para a performance de um alto-falante. A guarnição tem a função de
selar o alto-falante em relação ao seu alojamento na caixa de som, evitando vazamento de ar e os barulhos
que eles acarretam.

BORNES DE LIGAÇÃO

Os bornes de ligação são os terminais fixados junto à carcaça do alto-falante e têm a função de passar a
corrente alternada vinda do aparelho reprodutor ou amplificador para as cordoalhas do alto-falante.

CORDOALHA

A cordoalha é o componente que faz a comunicação direta dos terminais acoplados à carcaça até o
enrolamento da bobina. Esse condutor é altamente resistente e é instalado de forma que fique com parte
dos condutores sobrando, para que, quando o conjunto da bobina móvel e o cone se movimentarem, não
haja perigo de se arrebentar e danificar o conjunto.
No próximo tópico, você vai conhecer os tipos e as características do alto-falante. Confira!

3.5 Tipos e características do alto-falante

Quando se trata das principais características de um alto-falante, é inevitável não falar da impedância.
A impedância é a resistência da bobina móvel do alto-falante em relação à corrente de trabalho para a
geração do som.
Todo técnico que trabalha com manutenção ou reparação de sistemas de som precisa conhecer a sua
impedância, pois só assim poderá indicar qual a combinação mais adequada para a melhor utilização do
alto-falante. Essa combinação pode ser com alto-falantes em série ou em paralelo, utilizando a Lei de Ohm.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
40

A resistência dos alto-falantes é, em geral, medida em ohms (Ω) pelo multímetro. Esses valores de resis-
tência variam de acordo com fabricação, modelo e características de um alto-falante, podendo ser 2, 4, 6, 8
e até 16 ohms. É importante lembrar que a resistência lida pelo multímetro pode variar de acordo com fa-
tores externos como temperatura, cabos do multímetro e qualidade do equipamento, e deve-se procurar
arredondar para o mais próximo possível dos cinco valores descritos anteriormente.
Todo alto-falante traz suas características indicadas na embalagem, como sua impedância e sua potên-
cia em PMPO (Power Music Peak Output ou Potência de Saída de Pico Musical), que é basicamente a medida
de pico a pico, e RMS (root mean square, ou potência média quadrática), que é a medida eficaz. Algumas
poucas fabricantes ainda usam IHF (Institute of High Fidelity ou em tradução livre Instituto de Alta Fidelida-
de) que checa a tensão de pico.
Trabalhando apenas com potência, tem-se a PMPO e a RMS. A PMPO é a potência máxima de trabalho
de um alto-falante com reprodução de som com distorção, ultrapassando sua capacidade de trabalho real.
A potência RMS é a potência de som nominal em relação à tensão eficaz que a bobina do alto-falante rece-
be, ou seja, é o máximo de trabalho que o alto-falante suporta antes de distorcer. Para tais testes com rela-
ção à potência do alto-falante, é adotado o teste do ruído rosa3, que é a aplicação de frequências de 20 a
20 mil hertz. A grande diferença desse teste é que as frequências mais baixas são mais altas no ruído rosa,
e possuem maior força em comparação com as frequências altas.
Existem diferentes tipos de alto-falantes, cada um para uma utilização específica. Confira, na sequência,
os principais tipos e suas características.
Subwoofer: “resposta aos graves (baixas frequências). São falantes cuja faixa de resposta situa-se entre
20 Hz e 100 Hz, aproximadamente” (ROSS, 2009, p.119).
pterwort ([20--?])

Figura 17 - Exemplo de subwoofer


Fonte: Thinkstock (2015)

3 Teste que determina potência RMS, normatizado pela ABNT (NBR 10303), que todos os fabricantes nacionais devem seguir.
3 Sistema de Som
41

Woofer: “resposta aos graves (baixas frequências). São falantes cuja faixa de resposta situa-se entre 50
Hz e 3,5 kHz, aproximadamente” (ROSS, 2009, p.119).

nimnull ([20--?])
Figura 18 - Exemplo de woofer
Fonte: Thinkstock (2015)

Mid-range: “resposta aos médios. São falantes cuja faixa de resposta situa-se entre 200 Hz e 7 kHz, apro-
ximadamente” (ROSS, 2009, p.119).
Daniel Alexandre Gaertner ([20--?])

Figura 19 - Exemplo de mid-range


Fonte: Toko Speaker (2015)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
42

Driver: os drivers trabalham geralmente com frequências entre 700 Hz e 12 kHz, cobrindo a faixa dos
médios.

qualitySP ([20--?])
Figura 20 - Exemplo de drivers
Fonte: Qualitysp.com (2015)

Coaxial: o coaxial possui um woofer e um tweeter para poder reproduzir tipos de frequências médias-
-graves.
takamine acessorios ([20--?])

Figura 21 - Exemplo de coaxial


Fonte: Takamine acessórios (2015)
3 Sistema de Som
43

Triaxial: os alto-falantes triaxiais possuem um woofer, um tweeter e um mid-range na mesma estrutura,


reproduzindo frequências entre 50 Hz a 20 kHz.

loja do som automotivo ([20--?])

Figura 22 - Exemplo de triaxial


Fonte: Loja do som automotivo (2015)

Quadriaxial: alto-falante que reproduz qualquer tipo de frequência entre 40 Hz a 20 kHz, emitindo sons
de médio a grave, que são produzidos pelo woofer, e de médio e agudo produzidos no tweeter.
megalojabauru ([20--?])

Figura 23 - Exemplo de quadriaxial


Fonte: Mega loja parts (2015)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
44

Full-range: “resposta ampla. Caracteriza-se por cobrir uma faixa maior que a dos mid-range, normal-
mente entre 100 Hz e 10 kHz […]” (ROSS, 2009, p.119).

YavorKalev ([20--?])
Figura 24 - Exemplo de full-range
Fonte: Thinkstock (2015)

Tweeter: “resposta aos agudos (altas frequências). Sua frequência situa-se na faixa de 3 kHz, indo até o
final da faixa audível, em torno de 20 kHz” (ROSS, 2009, p.119). parts-express ([20--?])

Figura 25 - Exemplo de tweeters


Fonte: Parts express (2015)

Agora que você já conhece os tipos e as características dos alto-falantes, acompanhe, a seguir, como
devem ser realizadas as instalações de um sistema de som.
3 Sistema de Som
45

3.6 Instalações de sistema de som

É fundamental que, antes que o técnico responsável pela instalação de sistemas de som inicie qualquer
procedimento, até mesmo um diagnóstico, ele estude o tipo de sistema que irá instalar e elabore um projeto.
Nesse caso, para o sistema de som automotivo, o técnico deve saber qual é o objetivo do sistema de
som, ou seja, o que o cliente necessita e deseja, se é um som de qualidade para níveis baixos e médios,
ou médios a altos com componentes e valores mais elevados. O cliente também pode necessitar de um
sistema todo projetado para um melhor desempenho, para níveis profissionais e competições, o que pode
elevar o orçamento e componentes inseridos no projeto. Tendo visão e conhecimento dessas informações,
o técnico poderá chegar ao objetivo final de atender à solicitação do cliente.
O mercado de equipamentos de som automotivo se faz presente cada dia mais, com novas marcas,
modelos e características diferentes de seus produtos, sendo eles reprodutores de mídia, amplificadores,
alto-falantes, condutores, acessórios em geral. Para um melhor estudo do projeto a se fazer, o técnico,
junto das especificações técnicas dos componentes, poderá verificar o que melhor se aplica ao projeto de
instalação. Essas especificações devem estar disponíveis nas embalagens dos produtos, manuais de aplica-
ção do próprio produto ou ainda em sites da própria marca.
Tendo em mãos o aparelho reprodutor de mídia, os cabos de ligação, o amplificador e o alto-falante,
conforme estabelecido em projeto, o técnico poderá iniciar a instalação.

3.6.1 Instalação do reprodutor de mídia

Juntamente à instalação do sistema reprodutor de mídia, o técnico deve ficar atento para procedimen-
tos de diagnóstico, pois, para os mais variados diagnósticos, deve fazer uso de normas e procedimentos
de verificação, assim como manuais técnicos do veículo e do modelo do sistema aplicado. Dessa forma, o
técnico terá condições e informações técnicas para chegar a um diagnóstico das diversas falhas possíveis,
podendo concluir se a falha está no componente ou no circuito elétrico.
Para iniciar a instalação do sistema de som, deve-se verificar se o chicote elétrico está disponível. Caso
ele não tenha sido disponibilizado pela própria montadora, o técnico deve dar início à instalação das ali-
mentações do reprodutor de mídia internas ao painel. Para dar início a esse tipo de trabalho, conforme
citado nos capítulos anteriores, o técnico deve ter em mãos os diagramas elétricos do veículo junto do
sistema de reprodução de mídia que será aplicado, e dessa forma poderá fazer um correto planejamento
do que será executado no veículo. Com o auxílio de um checklist dos equipamentos, ferramentas e com-
ponentes para a instalação do equipamento de som no veículo, dependendo do projeto especificado, o
técnico deverá preparar o veículo para receber os componentes, fazendo alterações, caso seja necessário,
em painéis, forros e partes do veículo que irão receber o material de acordo com o manual de instrução do
próprio equipamento de som ou, ainda, o material técnico do veículo.
Fazem parte dos equipamentos e ferramentas: alicates de corte para desencapar e cortar condutores, ferro
de solda, entre outros, além dos materiais de consumo como termo retráteis e fitas isolantes para a isolação de
emendas de condutores. Outro material muito importante é o estanho, utilizado para emenda dos condutores
elétricos. Ele deixa os condutores com melhor condutividade, sem resistências e muito mais resistentes.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
46

Remoto Ampli cador

+ 12 V Bateria

Negativo

+ 12 V ACC

Antena Saída
Saídas
auxiliar
RCA

Saídas ampli cadas


Diant. Esq.

Paulo Cordeiro (2015)


Diant. Dir.

Tras. Esq.

Tras. Dir.

Figura 26 - Esquema de instalação CD player


Fonte: adaptado de Roxoonline (2015)

O terminal de saída, denominado na ilustração anterior como remoto amplificador, tem a função de
emitir um sinal para o módulo amplificador, para que ele ligue ou desligue.

Quando se faz a instalação de um sistema de som, o técnico precisa ter atenção


quanto aos condutores que irá utilizar no veículo. Ele deve ter cuidado para não utili-
FIQUE zar condutores de comunicação de rede e outros sistemas que podem fazer que haja
avarias nos demais sistemas do veículo. Outro ponto importante é que não passe as
ALERTA instalações, como condutores de alimentação e sinal de som, perto de relés, atuado-
res e sensores do veículo, evitando, assim, interferências para o funcionamento do
veículo e do sistema de som.

A seguir, você vai conhecer outro componente que pode fazer parte de sistemas de som: o amplificador.

3.6.2 Amplificador

O amplificador de som automotivo é o componente responsável por receber o sinal do som gerado
pelo reprodutor de mídia e amplificá-lo, gerando maior potência para ser, por fim, direcionado aos alto-
-falantes distribuídos pelo veículo.
Antes da instalação desse componente, que faz parte de alguns projetos de sistemas de som, deve ser
verificado o esquema elétrico de instalação do aparelho em seu manual de instalações, pois pode haver
diferenças de ligações de um aparelho para outro, por característica e marca, diferentemente do sistema
de reprodução de mídia que é padrão.
3 Sistema de Som
47

Como o amplificador utiliza fonte de energia proveniente da bateria do veículo, dependendo do proje-
to e da aplicação, pode vir a consumir alta corrente de trabalho em relação à solicitação de corrente para
suprir a necessidade de potência dos alto-falantes; dessa forma, o técnico que fará a instalação dos com-
ponentes do sistema de som deve planejar, por meio da utilização da Lei de Ohm, a corrente de consumo
do sistema, em geral em funcionamento.
Segundo a Lei de Ohm, se você tem a potência do circuito de um amplificador de 300 watts RMS a uma
tensão de alimentação da bateria com 100% de carga de 12,6 volts, fica fácil calcular a corrente de trabalho
do aparelho amplificador. Veja a seguir:

I = Corrente
P = Potência
V = Tensão

Para ter a corrente de trabalho do sistema, você deve calcular a corrente igual à potência do amplifica-
dor dividida pela tensão de trabalho, assim, você terá:

I= P
V
Paulo Cordeiro (2015)

I = 300
12,6
I = 23,81 A

O valor de 23,81 amperes, que é o que o módulo amplificador terá de consumo para poder fornecer
300 watts RMS. Caso a tensão de alimentação ou os cabos de ligação limitem essa corrente ou tensão, o
amplificador pode deixar de fornecer a sua potência nominal.
Outro fator importante é o que o valor do amplificador terá de trabalho em relação à sua corrente de
consumo. O ideal é multiplicar a corrente de 23,81 amperes por 1,5, que é valor preestabelecido para pre-
caução de picos e impede o rompimento da lâmina do fusível, obtendo um valor de 35,73 amperes. Esse
cálculo deve ser feito para evitar superaquecimento dos cabos de ligação e picos de trabalho do sistema.
Normas utilizadas para aplicação de fusíveis seriam as NBR 11842, 11840 e 11841, sem substituições de
novas para o setor. Tendo a corrente de trabalho do módulo amplificador em mãos, fica um pouco mais
fácil saber que tipo de condutor e conectores aplicar seguindo a tabela seguir:
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
48

Tabela 1 - Tabela de espessura de condutores X corrente

SELECIONANDO O CABO
CORRENTE A BITOLA (mm²)
1,0 a 1,5 A 0,50 mm²
1,6 a 2,5 A 0,75 mm²
2,6 a 3,5 A 1,00 mm²
3,4 a 4,4 A 1,30 mm²
4,5 a 5,9 A 1,50 mm²
6,0 a 6,9 A 2,00 mm²
7,0 a 7,9 A 2,50 mm²
8,0 a 9,9 A 3,00 mm²
10,0 a 11,9 A 3,50 mm²
12,0 a 13,9 A 4,00 mm²
14,0 a 15,9 A 5,00 mm²
16,0 a 17,0 A 6,00 mm²
Fonte: adaptado de Blog Santo Angelo (2015)

A seguir, confira os tipos de amplificadores.

3.6.3 Tipos de amplificadores

Como o nome mesmo já diz, o amplificador é uma peça fundamental para o ganho de potência e qua-
lidade no som automotivo. Sua função é receber a corrente elétrica do reprodutor de mídia, como um
CD player, DVD player, etc., e ampliar a potência do som, ou seja, torná-lo mais potente para chegar até os
alto-falantes e gerar um som com maior intensidade, mais potência e mais qualidade, equalizando faixas
nos terminais de saída sem qualquer tipo de influência no tipo de sinal enviado pelo reprodutor, apenas
amplificando o sinal sem distorcê-lo.
Quando se fala de som, a unidade de medida para projetos e análise é o watt. Dessa forma, assim como
o alto-falante, o amplificador utiliza como referência de potência o watt. No mercado, os dois amplificado-
res utilizados no sistema de som automotivo são os de fonte chaveada e os Booster. Confira as especifica-
ções de cada um deles a seguir.

BOOSTER

Esse tipo de amplificador só pode ser utilizado em sistemas cujo reprodutor de mídia possua um pe-
queno amplificador de sinal interno ao próprio aparelho, pois ele precisa de um sinal amplificado para fun-
cionar. Caso o aparelho de mídia não tenha esse amplificador interno, esse tipo de amplificador não terá
utilidade no sistema, pois não irá entrar em funcionamento. A principal função desse amplificador é pegar
o sinal amplificado do reprodutor de mídia e amplificá-lo novamente. Tem como características, além de
ter de receber um sinal amplificado, suas saídas de áudio, que possuem limitações de potência e liberam
3 Sistema de Som
49

poucos watts RMS, e cada canal tem tensão aplicada de aproximadamente 14,4 volts quando comparado
com amplificados de fonte chaveada.

ninjasom ([20--?])
Figura 27 - Amplificador booster
Fonte: Ninja Som (2015)

A seguir, conheça as características do amplificador de fonte chaveada.

FONTE CHAVEADA

As características desses amplificadores de fonte chaveada estão em possuir circuitos mais elaborados
e refinados, pois utilizam componentes eletrônicos como transistores mosfet4 junto à fonte de alimentação
do sistema e saídas no amplificador com estágios específicos.
A seguir, você pode verificar as principais características e vantagens de um amplificador do tipo Boos-
ter aplicado em um veículo:
a) não tem a necessidade de uma pré-amplificação como os amplificadores Booster, podendo ser usado
diretamente nas saídas RCA dos reprodutores de mídia;
b) tem índice baixo de THD (distorção harmônica total);
c) pode atingir potências de 20 watts até 2.000 watts RMS;
d) tem ajuste de sensibilidade da entrada de alta impedância (ganho);
e) pode ser ligado em ponte – ou bridge como é conhecido popularmente –, podendo otimizar tipos de
ligação em relação a diferentes alto-falantes.

4 Metal oxide semiconductor field effect transistor, ou transistor de efeito de campo metal–óxido semicondutor (TECMOS) é o
mais utilizado em campos de circuitos tanto digitais quanto analógicos.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
50

Evelin Bao (2015)


Figura 28 - Amplificador de fonte chaveada
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Agora que você já aprendeu o que é um amplificador de som, confira, no Casos e relatos a seguir, como
a retirada do aparelho de som pode afetar no funcionamento do veículo.

CASOS E RELATOS

O defeito
O gerente de uma concessionária do Rio Grande do Sul relata sobre a entrada de um veículo que
deixou de funcionar após a retirada do aparelho de som.
O proprietário do veículo pediu para retirar o aparelho de som do veículo para poder vendê-lo, mas
o técnico de uma autoelétrica da região, após fazer a remoção, viu que o veículo não entrava mais
em funcionamento. Analisou o que tinha feito e aparentemente estava tudo certo. Sem mais o que
fazer, o técnico Luiz Cláudio repassou o veículo para a concessionária.
Chegando o veículo à concessionária, o técnico Luiz Claudio informa ao eletricista o que havia feito.
Os técnicos da concessionária, como já possuem o conhecimento do dia a dia dos veículos da marca,
sem muito procurar, acham a falha do sistema em questão de segundos.
Alguns veículos possuem um circuito para ligação do reprodutor de mídia e, se forem retirados os
condutores de ligação do reprodutor e somente isolados, o veículo não entrará em funcionamento.
Há um condutor de alimentação linha 30 (positivo direto de bateria) para o reprodutor que, quando
ligado ao reprodutor de mídia, faz um jumper5 (ligação) para fazer a alimentação da BSI (unidade de

5 Uma ligação móvel entre duas partes de um circuito eletrônico.


3 Sistema de Som
51

comando do habitáculo), assim que o aparelho de som for desinstalado do sistema, o técnico precisa
fazer a ligação entre esses condutores para que a BSI fique corretamente alimentada.
Tendo o técnico da concessionária refeito essa ligação de alimentação, o veículo voltou a funcionar
normalmente.

Leia o Recapitulando a seguir e reveja o que foi estudado neste capítulo.

Recapitulando

Neste capítulo, você estudou o conceito de som automotivo, conheceu os diferentes tipos de apa-
relhos reprodutores de mídia e as características dos alto-falantes para a geração de som. Viu, ain-
da, que nem sempre há a necessidade de usar amplificadores para a geração do som. Estudou que
o ouvido humano pode ouvir diferentes tipos de frequências de som e também identificar baixas
e altas frequências audíveis. Aprendeu o princípio de funcionamento do sistema de som em geral,
construção e aplicabilidade dos alto-falantes automotivos.
Você aprendeu também como devem ser feitas as instalações do circuito do som e como calcular a
corrente de consumo do sistema. Para finalizar, pôde verificar a importância do diagrama elétrico
não somente para os componentes a ser instalados, como reprodutores de mídia, amplificador,
entre outros, mas também para que o veículo tenha uma instalação correta e sem prejuízos, bus-
cando sempre a qualidade e o conhecimento técnico para o melhor desenvolvimento do projeto.
Sistema de Alarme, Antifurto
e Travas Elétricas

Você sabe dizer quais as diferenças entre sistema de alarme e sistema antifurto? Neste ca-
pítulo serão esclarecidas as dúvidas sobre as diferenças desses sistemas, muito comuns nos
veículos atuais, podendo muitas vezes vir com os dois sistemas instalados.
Atualmente, os proprietários de veículos buscam cada vez mais comodidade, conforto e se-
gurança em seu veículo, pois com o trânsito da maioria das cidades, o proprietário passa bom
tempo do seu dia junto a ele. Dessa forma, fabricantes buscam cada vez mais atender às ne-
cessidades do proprietário do veículo, que muitas vezes busca, por exemplo, com um simples
aperto de botão, acionar o alarme e travar o carro sem precisar chavear manualmente a porta.
Portanto, neste capítulo você conhecerá as diferenças entre os sistemas de alarme e antifur-
to, sistemas que movimentam o grande mercado de conveniência e conforto.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) identificar, pela inspeção visual, possíveis falhas no sistema de conforto, segurança e con-
veniência, tendo em vista a consideração do diagnóstico na elaboração de relatórios, or-
dem de serviço ou solução do problema;
b) identificar, no plano de manutenção de conforto, segurança e conveniência, os requisitos
e parâmetros a ser considerados nos serviços de manutenção, tendo em vista a orientação
ao proprietário de eventuais necessidades;
c) interpretar as indicações do fabricante quanto à manipulação de componentes do siste-
ma de conforto, segurança e conveniência;
d) reconhecer os diferentes tipos de produtos aplicáveis à limpeza de componentes do sis-
tema de conforto, segurança e conveniência, bem como suas técnicas de aplicação, con-
servação e armazenagem;
e) reconhecer os diferentes tipos de equipamentos de proteção individual (EPIs) aplicá-
veis à remoção de sistemas de conforto, segurança e conveniência;
f) reconhecer os diferentes tipos de EPIs aplicáveis à limpeza de componentes do sistema
de conforto, segurança e conveniência, assim como suas finalidades, condições de uso,
conservação e orientação do fabricante.
Você irá iniciar seus estudos neste capítulo conhecendo o conceito de sistemas antifurto.
Acompanhe!
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
54

4.1 Sistemas antifurto

O sistema antifurto pode ter várias aplicações no veículo. Segundo a Portaria do Denatran nº 902, de 8
de novembro de 2011:

Denomina-se equipamento antifurto aquele que apresenta as funções de bloqueio au-


tônomo e bloqueio remoto de veículos.
Para veículos ciclomotores, motonetas, motocicletas, triciclos e quadriciclos, o bloqueio
pode ser opcionalmente substituído por dispositivo de alerta sonoro e visual autôno-
mo, e alerta sonoro e visual remoto (alarme sonoro e luzes de emergência).

Além desses dispositivos, ainda existe o sistema imobilizador de partida, que não deixa de ser um sis-
tema antifurto e que, nos dias atuais, sai da montadora como item de série, pois somente se pode dar
partida no veículo com sua chave habilitada. Essa mesma chave possui um código que é lido por meio
de frequência de rádio no comutador de ignição, e caso não seja a chave habilitada do veículo, o sistema
não irá entender esse código da chave, e o veículo não funcionará. Em razão dos veículos atuais já saírem
de fábrica com o sistema imobilizador, muitos clientes que não possuem esse sistema, com o objetivo de
garantir que seus veículos não sejam furtados, procuram um técnico para instalar um sistema antifurto.
Essa instalação, entretanto, requer do técnico uma manipulação cuidadosa dos componentes que serão
instalados, por isso é importante que sejam seguidas as orientações do fabricante, encontradas no manual
de instalação técnica.
Agora que você já conheceu as características dos sistemas antifurtos, na sequência você irá conhecer
outro acessório muito procurado por proprietários de veículos: o alarme. Acompanhe!

4.2 Alarme

O alarme é um dos tipos de acessório mais procurados pelos proprietários de veículos, e seu uso é indis-
pensável quando se trata do quesito segurança e conveniência. A utilização desse equipamento se tornou
comum, pois tem a função de proteger o veículo e dar maior comodidade e segurança ao condutor, com
as demais funções que podem ser somadas a ele.
Atualmente existem sistemas mais simples no mercado que acionam as luzes e a sirene do veículo em
caso de arrombamento de porta, capô ou porta-malas, vidro quebrado, além de acionamentos de alarme
via celular, como os antifurtos em que o proprietário recebe informações caso o alarme do veículo acione,
dando a opção de inibir seu funcionamento.
Para o conforto e a conveniência do proprietário do veículo, pode-se somar ao orçamento do alarme
outros item, como: fechamento automático de vidros e travas das portas; acionamento das luzes por de-
terminado período; travamento automático das portas com o veículo em movimento; acionamento do
som ao destravar o veículo; acionamento da climatização interna; acionamento do sistema por distância
do veículo em relação ao controle, entre outros.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
55

Tudo deve ser apresentado para o cliente levando em consideração sua real necessidade, que pode ir
de encontro ao valor que ele está disposto a investir, equilibrando sua necessidade real à segurança e ao
conforto a ser adquirido. Quanto mais sistemas agregados, maior o valor de investimento.
Na sequência, você vai conhecer os tipos e as características dos alarmes. Confira!

4.2.1 Tipos e características

Como foi citado, existem vários tipos de alarmes. A seguir você conhecerá as características dos dois
mais usados: o alarme original, que vem instalado de fábrica, muitas vezes com componentes específi-
cos de instalação que somente são vistos nesses modelos, e o alarme convencional, instalado quando o
veículo não vem com o alarme de fábrica. Esses modelos de alarme se aplicam aos mais variados tipos de
veículo. Confira a seguir as características de cada um.

Alarme original

O alarme original é instalado durante a fabricação do veículo ou na concessionária, com equipamentos


originais, geralmente levando a marca do veículo.
Esse tipo de alarme pode ter algumas configurações diferentes, como, por exemplo, o acionamento por
meio da fechadura da porta ou por botão em controle.
O acionamento desses alarmes se dá por sirene ou buzina, junto do acionamento das luzes de alerta. De-
pendendo do modelo, pode usar sensores volumétricos, que entre outras funções, podem ler a quebra dos vi-
dros. Grande parte deles utiliza somente interruptores para monitorar a abertura de portas, capô e porta-malas.
WILLSATUR ([20--?])

Figura 29 - Kit alarme original Fiat


Fonte: Mercado Livre (2015)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
56

É importante ficar atento, pois o fato de se ter um alarme original instalado no veículo não quer dizer
que ele tenha travamento automático das portas ou sensor volumétrico. Muitas vezes o alarme original
instalado é o mais simples, apenas com monitoramento de abertura de portas.

Você sabia que, segundo o Departamento Nacional de Trânsito, o núme-


ro de mulheres ao volante aumentou nos últimos anos? Pensando nisso,
empresas que desenvolvem sistemas de alarme entram no mercado para
CURIOSIDADES ganhar esse público feminino com sistemas de alarme com controles mo-
dernos e coloridos, como rosa, amarelo, roxo, fazendo da chave do veículo
não apenas um acessório, mas também um enfeite.

Você estudou aqui as principais características do alarme original. Na sequência você vai conhecer o
alarme convencional. Confira!

Alarme convencional

O alarme convencional pode ter as mais diversas configurações, como ligar o motor, acionar o carro à
distância, ligar o sistema de som, etc. Esse tipo de alarme pode ser aplicado em um veículo que não tenha
alarme, ou até mesmo em um veículo que já o tenha, mas o proprietário necessita de algumas configura-
ções a mais, como, por exemplo, o keyless, que você conhecerá na sequência.
Pode-se, com a aplicação desse sistema, configurar o tipo de alarme conforme a necessidade do cliente,
evidentemente custando mais. Isso mostra como a tecnologia aplicada a esses tipos de sistemas vem se
aprimorando cada vez mais para passar conforto e segurança ao condutor.
O kit básico do alarme convencional dispõe dos componentes básicos de instalação, acionamento e
desacionamento do sistema, como dois controles remotos, dois sensores ultrassom, sirene, central de ge-
renciamento do alarme e chicote.
Com seu sistema ligado, pode-se acioná-lo por abertura das portas, quebra dos vidros, acionamento da
sirene e luzes de alerta, inibindo a partida do veículo.
Teófilo Manoel Silva Junior (2015)

Figura 30 - Kit alarme convencional


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC - São José/Palhoça (2015)
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
57

A seguir você vai conhecer o sistema keyless. Acompanhe!

Keyless

Esse sistema (que na tradução para o português significa: “sem chave”) deve ser utilizado em veículos
que utilizam alarmes originais sem monitoramento volumétrico ou alarmes que não são originais e pos-
suem travamento das portas por controle remoto.
Esse sistema de alarme disponibiliza em seu kit dois sensores ultrassom, sirene, chicote e central de ge-
renciamento. Seu acionamento é feito pelo próprio controle remoto do veículo, pelo sistema que o veículo
já usava.
Além disso, o termo “keyless” vem sendo utilizado pelos fabricantes de veículos para denominar o sis-
tema de travamento e partida do veículo em que não se utiliza sua chave, sendo destravado apenas pela
proximidade entre ele e o controle. Já a partida é normalmente dada por um botão do tipo on/off (liga/
desliga). Para efetuar a partida, a unidade de gerenciamento do alarme precisa captar o sinal de radiofre-
quência emitido pelo controle, identificando sua presença no interior do habitáculo do veículo, bastando
o condutor pressionar o botão on/off para dar partida no motor.

ramsons ([20--?])

Figura 31 - Kit sistema keyless


Fonte: Mercado Livre (2015)

Agora que você já conhece os tipos de alarme e suas principais características, chegou o momento de
entender como ele funciona.

4.2.2 Funcionamento do alarme

O alarme funciona basicamente por meio de um sistema de monitoramento do veículo, que utiliza inter-
ruptores de porta, capô, porta-malas e sensores volumétricos para verificar sua segurança em caso de violação.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
58

Se o sistema interpretar informações de abertura de porta ou movimento interno do veículo, ele aciona
o sinal sonoro e o sinal das luzes de emergência, entre outros, como SMS ou vibração do controle, confor-
me o modelo do sistema.
Alguns sistemas ainda disponibilizam sensores de impacto que identificam situações nas quais o veí-
culo possa receber algum tipo de impacto ou ser guinchado. Tudo funciona por meio de sinais de tensão
elétrica e sinais de radiofrequência, como os sensores volumétricos.
Conheça a seguir os principais elementos de um alarme:
a) localizador e pânico, que piscam as luzes de seta e, em alguns sistemas, buzinam;
b) sistema antifurto, que pode acionar o alarme e até mesmo bloquear o veículo em movimento;
c) trava automática por velocidade atingida;
d) relatório por LED, indicando ao sistema o monitoramento das portas por frequência das piscadas;
e) autodiagnóstico feito em acionamento e desacionamento do alarme, que podem indicar alguma
avaria no produto;
f) check control, que verifica se alguma das portas está aberta;
g) desligamento do sistema de som e temporizador de faróis ao sair do veículo;
h) reativação automática caso o condutor tenha destravado o veículo mas não tenha aberto nenhuma
das portas; depois de algum tempo o sistema volta a travá-las sozinho;
i) reativação automática após disparo;
j) controle de disparo de sensores perimétricos;
k) controle de disparo de sensor ultrassom;
l) sinalizador de velocidade;
m) função de saída auxiliar;
n) inibição do sensor de ultrassom e monitoramento de lanterna.
Esses são os principais elementos de um alarme disponíveis no mercado. Lembre-se de sempre explicar
ao cliente suas opções e funções, a fim de facilitar sua escolha.
Agora você irá conhecer os componentes do sistema de alarme. Confira!

4.2.3 Componentes do sistema

Não são muitos os componentes de um sistema de alarme. Dentre eles, têm-se os interruptores de por-
ta, porta-malas e capô, módulo de comando, sensores volumétricos e sirene.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
59

Conheça na sequência as características de cada componente.

Interruptores

Os interruptores utilizados em sistemas de alarme automotivo são do tipo abre-fecha e enviam um sinal
positivo ou negativo para a central de gerenciamento do alarme. São simples, e alguns deles fazem parte
do próprio conjunto de travas das portas e porta-malas, não necessitando de dois componentes para veri-
ficar se a porta está aberta ou fechada.

Teófilo Manoel Silva Junior (2015)

Figura 32 - Interruptor de porta


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC - São José/Palhoça (2015)

Na sequência você vai aprender o que são e como funcionam os sensores volumétricos.

Sensores volumétricos

Os sensores volumétricos por ultrassom trabalham por frequência de onda de rádio. No sistema de alarme
automotivo, são utilizados dois sensores, localizados próximos do para-brisa, do teto do veículo, do meio jun-
to à luz de cortesia ou de suas extremidades. Um sensor emite o sinal, e o outro recebe. Caso essa onda seja
alterada por movimentação interna do veículo, o sistema entende como sinal incorreto e aciona o alarme.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
60

WILLSATUR ([20--?])
Figura 33 - Sensor ultrassom
Fonte: Mercado Livre (2015)

Bosch (2005, p. 56) trata da propagação do som:

Geralmente, o som se propaga esfericamente a partir da fonte. Num campo sem obstá-
culos, a pressão sonora diminui 6db cada vez que a distância entre o ponto considerado
e a fonte de som é dobrada. A presença de objetos no campo (refletores) influencia a
propagação do som e a taxa com que o nível de som é reduzido em função da distância
do ponto considerado à fonte de som é menor.

Agora que você já aprendeu como os sensores volumétricos funcionam, confira a seguir o papel da
sirene dentro do sistema de alarme.

Sirene

A sirene é responsável por emitir o som acionado pela central de gerenciamento do alarme. Essa central
é responsável por monitorar todo o sistema relacionado a interruptores e sensores e aciona a sirene e/ou
sinalizações junto de acessórios, dependendo do sistema aplicado.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
61

noriacessorios ([20--?])
Figura 34 - Sirene
Fonte: Noria acessórios (2015)

A seguir você vai conhecer como funciona a central de gerenciamento do alarme. Acompanhe!

Central de gerenciamento do alarme

O gerenciamento de sistemas de alarmes automotivos pode ser realizado desde uma central simples
para acionamentos básicos, como monitoramentos de interruptores, até acionamentos mais diversos,
como já foi citado. O sistema de alarme pode ainda ser gerenciado pela central do conforto do veículo ou
de habitáculo, controlando não somente o alarme, mas diversos outros sistemas do veículo, tudo por meio
de gerenciamento de sinais analógicos.
Veja a seguir a ilustração de uma central simples de gerenciamento do alarme.
ramsons ([20--?])

Figura 35 - Central de gerenciamento do alarme


Fonte: Ramsons (2015)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
62

Agora que você já conhece os tipos, as características, as funcionalidades e os componentes dos siste-
mas de alarmes automotivos, confira na sequência como esses sistemas são instalados.

4.2.4 Instalação

Para instalar um sistema convencional de alarme, o técnico irá precisar de uma alimentação positiva li-
nha 30 (direto da bateria), uma linha 15 (pós-chave) e uma linha 31 (negativo). Dessa forma, o sistema estará
pronto para operar. Para instalar um alarme, a própria fabricante já disponibiliza o esquema elétrico para li-
gar os componentes do sistema, que deve ser muito bem analisado antes da instalação. Cada condutor pos-
sui sua ligação específica, e caso seja instalado de forma incorreta, o alarme não irá funcionar corretamente.

FIQUE Sempre faça um checklist antes e depois do sistema instalado. Dessa forma a instala-
ção sairá de forma mais segura, e ao final todos os componentes poderão ser anali-
ALERTA sados para ver se estão em perfeito funcionamento.

Não se esqueça que desde uma instalação até um diagnóstico, deve-se usar EPIs, como luvas de prote-
ção, óculos e ferramentas em geral, para um melhor desempenho no trabalho a ser feito.
Com a utilização de um multímetro automotivo, o técnico deve encontrar os pontos a ser utilizados
como linha 30, 15 e 31, sinais das luzes indicadores de direção, interruptores de portas e capô, identifica-
ção de acionamento da bomba de combustível junto à caixa de fusíveis e relés. Para melhor localizar esses
sinais, o técnico pode desmontar partes plásticas da coluna de direção até chegar aos sinais necessários
para instalação internamente ao veículo, junto do comutador de ignição.
Para achar as luzes de setas, o técnico deve utilizar um multímetro ou uma caneta de polaridade. Com
a ferramenta escolhida, deve verificar a tensão indicada no equipamento. Se for utilizado o multímetro,
assim que a seta for acionada, a tensão irá aparecer no visor; se for utilizada uma caneta, o LED vermelho
acenderá. O técnico ainda pode medir a continuidade dos condutores para checar o circuito da chave de
seta até os relés de seta, fusíveis e soquetes das lâmpadas.
Procure esboçar um diagrama dos sinais e das tensões achadas no veículo para poder traçar um bom
planejamento de instalação.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
63

Body computer (BC)

Caixa de fusíveis

Teófilo Manoel Silva Junior (2015)


Figura 36 - Caixa de fusíveis interna ao veículo e central do habitáculo
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Para achar o sinal dos interruptores de porta, deve-se fazer como o sinal das luzes de posição: abra a porta
e identifique o condutor de sinal do interruptor que vai para a central de comando das travas. Caso o veículo
não possua esse condutor, é só instalar de acordo com o esquema mostrado pelo kit do alarme, lembrando
que o interruptor deve ficar em contato com a porta para fazer a leitura de porta aberta e fechada. Geralmen-
te abaixo do banco traseiro, você encontra o condutor de alimentação positiva da bomba de combustível.
Agora com tudo em mãos e devidamente registrado, desligue o polo negativo da bateria para iniciar a
instalação dos componentes. Encontre um local para colocar a central do alarme, mas ainda não a fixe no
local. Procure deixá-la escondida e longe de umidade e distribua o chicote elétrico pelos forros e colunas.
Instale os interruptores (se necessário), os sensores ultrassom e a frente do veículo no compartimento do
motor e da sirene.
Fixe o botão mestre em algum lugar oculto e em seguida conecte todas as saídas de travas elétricas e
vidros elétricos, seguindo o manual de instalação do kit de alarme. Por último, ligue as alimentações do
sistema de alarme como positivos e negativos e, por fim, religue o cabo da bateria.
Faça um teste de todo o sistema, seguindo o modelo do início da instalação.

FIQUE Somente instale o fechamento automático dos vidros caso a central de gerencia-
mento possua antiesmagamento, conforme o Anexo XI da Portaria 26 de novembro
ALERTA de 1996 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
64

Diagrama de instalação
Dependendo do modelo de alarme, alguns dos os mostrados no diagrama
abaixo não são fornecidos ou não estão alojados no conector de sinal.

PR
Bloqueio VM Terra
Vbat+12V

Seta direita

Seta esquerda

Saída sinal destrava

Auxiliar 2
Levantador de vidro
Monitoramento de lanterna

Saída auxiliar Porta negativa

Bloqueio Capô e porta-malas

Saída sinal trava

Ignição Porta positiva

PAN
Diego Fernandes (2015)

Botão mestre

Figura 37 - Diagrama elétrico instalação de alarme


Fonte: adaptado de Pósitron (2009)

SAIBA A empresa Pósitron disponibiliza em seu site dicas de instalação de alarmes e aces-
sórios em geral, com uma boa gama de sistemas abrangidos, facilitando o projeto e a
MAIS instalação do kit de alarme. Para conhecer, acesse <http://www.positron.com.br>.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
65

Um importante detalhe a ser lembrado pelo técnico que irá instalar um sistema de alarme é que alguns
sistemas ao longo do tempo podem precisar de manutenção. Os manuais de instalação, ou até mesmo a
empresa fabricante do componente adquirido para a instalação, informam ao técnico reparador formas de
manutenção e dicas de reparação dos sistemas instalados.
Durante o processo de reparação, o técnico deve sempre registrar os parâmetros referentes ao desem-
penho do sistema de alarme, que definem se o diagnóstico precisa ser mais aprofundado.
Os manuais de instalação e/ou reparação irão indicar ao técnico reparador a melhor disposição dos
componentes, tanto para sua armazenagem quanto para sua aplicação. Certos componentes, antes mes-
mo da instalação, podem requerer certos cuidados, portanto, sempre consulte o manual de instalação/
reparação no momento em que recebê-los.
O técnico também deve ter atenção às inspeções visuais dos sistemas e componentes em geral. Como
os sistemas possuem circuitos elétricos, eletrônicos e diversos componentes, sua inspeção visual é de vital
importância, até mesmo a pré-inspeção visual de componentes novos nas caixas, avaliando se eles não
sofrerão qualquer tipo de avaria na transportadora ou erros grosseiros na fabricação.
Com o estudo deste tópico, você pôde conhecer os procedimentos para a instalação de alarmes auto-
motivos. Conheça a seguir outro sistema de segurança utilizado em veículos: as travas elétricas.

4.3 Travas elétricas

A comodidade do proprietário do veículo em travar e destravar as portas apenas apertando um botão


no controle das chaves se torna comum nos veículos atuais, porque os projetistas tentam facilitar cada
vez mais a vida do condutor a bordo. Esse sistema de travamento por telecomando pode vir instalado de
fábrica no veículo. Quando isso não acontece, geralmente o proprietário acaba instalando-o mais tarde, na
própria concessionária ou em alguma oficina especializada em instalação de acessórios.

4.3.1 Tipos e características

Basicamente, são dois tipos de sistema que constituem as travas elétricas: o original e o convencional.
O modelo original, em sua maioria, é dotado do atuador elétrico ou motor. Ele pode vir instalado no
veículo direto de fábrica, podendo ser utilizado somente em certos modelos da marca pelo fato de não ser
intercambiável. Logo, não é necessária sua instalação em concessionária. Também pode conter estruturas
diferentes em relação às travas universais aplicadas na maioria dos modelos.
O modelo convencional, usado na maioria das instalações, utiliza apenas um motor elétrico e fica sepa-
rado do conjunto de abertura e fechamento da porta.
A seguir, você irá conhecer as características de cada um desses sistemas. Acompanhe!
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
66

Sistema de trava original

É o sistema instalado durante a fabricação do veículo. Esse tipo de trava não precisa de hastes de acio-
namento, que vão do meio da porta até a fechadura, ou cabos de ligação, assim como a trava convencio-
nal. Em alguns modelos, seu sistema é robusto pela quantidade de componentes e peso do conjunto. Esse
sistema é geralmente instalado junto à fechadura do veículo.

machineworks ([20--?])

Figura 38 - Trava elétrica original na própria fechadura


Fonte: Machine Workshop (2015)

A seguir você irá conhecer as características do sistema de trava convencional.

Sistema de trava convencional

Esse sistema é simples, pois utiliza apenas um motor elétrico e engrenagens redutoras. Ele pode ser
utilizado em qualquer veículo que saia de fábrica sem o sistema de trava elétrica e pode ser instalado em
diferentes pontos das portas. Seu acionamento é feito por cabos de aço e hastes. Suas funções em relação
ao conjunto de trava de porta são de trava e destrava, atuando também como interruptores que informam
a uma central de trava se a porta está aberta ou fechada.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
67

jocarautomotive ([20--?])
Figura 39 - Trava elétrica universal, acionador mestre 5 condutores
Fonte: Jocar automotive (2015)

Como o sistema universal é o mais utilizado no mercado automotivo, a seguir você irá estudar seu fun-
cionamento, suas características e sua instalação. Confira!

4.3.2 Componentes e funcionamento

Agora você vai conhecer os principais componentes que fazem parte do sistema de travas, suas prin-
cipais características e suas funções no sistema. Dentre esses componentes estão: o motor acionador das
travas, o chicote característico e a central de acionamento das travas.
A seguir, você irá conhecer cada componente. Acompanhe!

Motor acionador das travas

São dois acionadores disponíveis para o sistema convencional de travas elétricas, um chamado “mes-
tre”, e o outro, “escravo”. O acionador escravo possui apenas dois condutores em seu contato, sendo um
dos condutores sinal negativo, e o outro, positivo. Os sinais vêm da central de trava para acioná-la, e caso
a central queira destravar o sistema, essa polaridade é invertida.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
68

jocarautomotive ([20--?])
Figura 40 - Motor do acionador escravo
Fonte: Ferroto peças automotivas (2015)

O motor do acionador mestre é sempre instalado na dianteira. Ele possui cinco condutores, sendo que
dois deles fazem o acionamento do motor elétrico como o acionador escravo, um é negativo, e os outros
dois são sinais de trava e destrava para a central de travas.
A maior diferença entre o sistema mestre e o escravo é o sinal de trava e destrava, em que somente o
motor mestre pode informar a central para travar ou destravar o restante das portas. O motor acionador
mestre possui contato por arame entre sua haste de acionamento até a trava da porta. Caso o condutor
trave ou destrave uma porta pelo pino, o sinal é enviado até a central de trava, abrindo e fechando o res-
tante das portas.
É importante ter atenção a qualquer tipo de manutenção e também na inspeção visual dos siste-
mas, analisando cabos, hastes entre fechadura e motor elétrico. Deve-se também ficar atento à sanfona
que protege a haste do motor elétrico, pois caso essa parte de borracha esteja furada, pode danificar o
funcionamento do motor e, consequentemente, o funcionamento do sistema de travas. O sistema tam-
bém deve ser mantido lubrificado em seus pontos de atrito mecânico, e, se necessário, os componentes
desgastados devem ser substituídos.

Chicote elétrico e/ou condutores

O chicote do sistema de travas e alarme é simples e vem junto com o kit para instalação. Ele deve, assim
como o sistema de alarme, ficar em local que não receba umidade e seja de fácil acesso para a instala-
ção. Geralmente o chicote elétrico e/ou os condutores localizam-se abaixo do painel do veículo, ao lado
esquerdo do condutor.
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
69

Central do sistema de travas

A central do sistema de travas é responsável por ler o sinal dos interruptores de porta e também o co-
mando do acionamento do motor elétrico das travas, podendo mudar a polaridade do que chega até elas
podendo travar ou destravar as portas. Sua construção é simples e de tamanho reduzido.

Evelin Bao (2015)


Figura 41 - Módulo gerenciador do sistema de travas convencional
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Veja a seguir como se instala o sistema de travas.

4.3.3 Instalação do sistema de travas

Sabendo de que forma cada componente trabalha no sistema, sua aplicação no veículo fica mais clara.
A única coisa que se deve levar em consideração no início do projeto é se o veículo possui duas ou quatro
portas para se instalar as travas elétricas. É importante também seguir o manual de instalação do pró-
prio kit convencional de travas.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
70

MECPEÇAS ([20--?])
Figura 42 - Kit convencional de travas
Fonte: Mec peças (2015)

Possuindo um kit para quatro portas, por exemplo, você terá: quatro motores acionadores, central de
gerenciamento, chicote, parafusos, quatro trilhos, hastes e um manual de instalação e utilização.
Vale lembrar que deve-se seguir as instruções de instalação do manual, fazer um esboço do sistema,
planejar antes de executar o serviço e criar um checklist antes e depois do trabalho, pois qualquer tipo de
erro pode acarretar falhas no sistema de travas e também no funcionamento do veículo.
Inicie a instalação tirando os forros de porta e fixando o motor acionador das travas, deixando uma boa
posição para o travamento e destravamento do sistema.
Evelin Bao (2015)

Figura 43 - Motor acionador da trava instalado


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
4 Sistema de Alarme, Antifurto e Travas Elétricas
71

Com a central instalada abaixo do painel do veículo (como foi citado), é só conectar os condutores para
interligar o circuito, tendo cuidado para não esmagar e danificar os condutores de ligação. Verifique se sua
disposição não terá mau contato com o tempo.

Plano de manutenção

O plano de manutenção do veículo orienta o técnico a seguir os prazos e as quilometragens específicas


determinadas pelo fabricante. O serviço de manutenção executado é de vital importância e deve seguir o
manual técnico, utilizar equipamentos, ferramentas e peças de qualidade para garantir que a manutenção
atenderá aos requisitos técnicos do fabricante. A manutenção irá garantir não somente a qualidade do
serviço, mas também o diagnóstico automotivo, que deve ser feito por um técnico que tenha um grau de
instrução e conhecimentos necessários para detectar possíveis problemas. Isso é fundamental no momen-
to de diagnosticar falhas com precisão, pois esse técnico já tem em mente o planejamento correto para
sanar o problema em relação ao veículo.
Entretanto, mesmo seguindo todos os passos descritos, não se pode garantir um bom resultado final se
não forem utilizados componentes de qualidade, o que pode comprometer todo o processo.
O Casos e relatos a seguir traz a história do senhor Roberto, proprietário de um veículo com proble-
mas em seu sistema de trava elétrica.

CASOS E RELATOS

Analisar para diagnosticar


Roberto, proprietário de um veículo com quatro portas, há pouco tempo instalou nele um kit de
travas, e toda vez que ele travava a porta do veículo, ela destravava logo em seguida. Isso foi o que
nos relatou Leonardo, da Autoelétrica e Acessórios Silva.
O primeiro procedimento que Leonardo adotou foi uma entrevista com o senhor Roberto para
saber o histórico do veículo. Sem mais, Leonardo iniciou os testes. O primeiro teste foi para ver
se algum dos motores dos acionadores das portas dianteiras não estava travado mecanicamente,
fazendo assim o sistema destravar as portas em seguida do comando de trava.
Sem sucesso, Leonardo foi conferir os sinais de trava e destrava que chegavam até o módulo ge-
renciador das travas. Foi aí então que Leonardo descobriu a falha. A porta do lado do motorista
estava com os condutores de sinal de trava e destrava em curto. Por isso, ao acioná-la, a central
entendia que o condutor queria destravar o veículo em seguida do comando de trava.
Analisando todo o chicote, Leonardo pôde chegar à conclusão de que o mesmo estava em perfei-
tas condições; a falha era interna ao motor do acionador do lado do motorista. Após trocar o motor
do acionador, o sistema voltou a operar normalmente.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
72

Confira na sequência os conceitos que você estudou neste capítulo.

Recapitulando

Neste capítulo você pôde aprender sobre os sistemas de alarme e travas, cada vez mais procurados
pelos motoristas, em razão da comodidade, do conforto e da segurança que oferecem.
Você conheceu aqui os elementos que compõem cada sistema, como eles funcionam, suas carac-
terísticas, suas funções, além de certas particularidades e aplicações nos veículos em geral.
Por fim, aprendeu que para instalar kits de alarme e travas, é necessário fazer um bom planejamen-
to, seguir o passo a passo do manual de instalação do fabricante e sempre ter muito cuidado para
não danificar nenhum outro sistema do veículo.
Sistema de Acionamento dos
Vidros e Retrovisores Elétricos

Você já se imaginou instalando um vidro elétrico ou fazendo diagnóstico e reparo nos sis-
temas de levantamento e decida dos vidros elétricos? Neste capítulo, você vai poder analisar
o funcionamento do sistema de levantamento elétrico dos vidros e conhecer as características
dos componentes para um possível diagnóstico no seu dia a dia.
Vai estudar, ainda, sobre o funcionamento do sistema de retrovisor elétrico e algumas fun-
ções específicas, que podem vir configuradas direto de fábrica ou instaladas paralelamente.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) selecionar, com base no manual de reparação, as ferramentas e os equipamentos indi-
cados para o processo de limpeza de componentes do sistema de conforto, segurança e
conveniência;
b) reconhecer os diferentes tipos de EPIs aplicáveis à manutenção, desmontagem e instala-
ção do sistema;
c) selecionar, com base no manual de reparação, as ferramentas e os equipamentos indica-
dos para o processo do sistema de conforto, segurança e conveniência;
Você irá iniciar seus estudos conhecendo a origem dos vidros elétricos. Confira!
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
76

5.1 Vidros elétricos

Há registros de que por volta do ano de 1981, segundo Toledo (2014), foram fabricados os primeiros
veículos que tinham como opcional o acionamento dos vidros por motor elétrico, não somente de forma
mecânica, ou seja, com o auxílio do motor elétrico.
O acionamento elétrico dos vidros já é bastante popularizado e pode ser encontrado na grande maioria
dos veículos fabricados. Assim como o alarme, as travas elétricas e outros acessórios, entretanto, ele nem
sempre sai de fábrica instalado nos veículos. Isso acontece justamente para baratear a venda do veículo.
Caso o condutor queira instalar, assim como os demais acessórios, esse acionamento é oferecido como
opcional com um custo maior.

5.2 Tipos e características dos vidros elétricos

Com o passar dos anos, o sistema de acionamento elétrico dos vidros foi evoluindo e agregando novas
tecnologias, objetivando a redução de custos e o melhor desempenho dos sistemas de acionamento.
O que antes dava sustentação aos vidros e que era movimentado pelo sistema pantográfico atualmente
leva cabos de aço para o sistema mecânico, diminuindo o atrito, o ruído e resultando em outros benefícios,
como um sistema justo e compacto.
Antes, o acionamento elétrico se dava por dois relés comuns, um para fazer o acionamento de subida
e o outro para o de descida. Em alguns modelos específicos esse acionamento é feito por uma diferença
de resistência no conjunto de botões, conforme a tensão de sinal que uma central dos vidros recebe em
função do circuito com resistores internos ao botão no momento em que é acionado pelo ocupante do
veículo. Essa central, então, comanda a atuação do motor do vidro para subir ou descer.
Com a redução do tamanho dos motores elétricos com potência suficiente para obter melhor desem-
penho, centrais de gerenciamento dos vidros que fazem leitura do sinal pela diferença de tensão em rela-
ção aos resistores do botão de acionamento do vidro reduzem a quantidade de condutores elétricos. Isso
acontece porque apenas um condutor é o suficiente para saber o que o condutor quer fazer, por exemplo:
subir ou descer o vidro do condutor ou do passageiro. Há sistemas ainda que usam comunicação de dados,
e em dois condutores são emitidos todos os sinais para acionamento dos vidros.

5.3 Componentes e funcionamento

É possível entender como é realizado o acionamento dos vidros elétricos a partir de quatro componentes
principais. São eles: o motor elétrico, os interruptores e botões de acionamento, a central de gerenciamento
ou conjunto relé e a estrutura mecânica. Agora você vai conhecer e estudar as características de cada com-
ponente, sua função para o conjunto e seu funcionamento.
Para que você possa verificar os componentes e seu funcionamento, é preciso ter acesso a algumas
ferramentas e equipamentos, sendo alguns equipamentos mais necessários que outros, conforme o diag-
nóstico realizado no veículo.
5 Sistema de Acionamento dos Vidros e Retrovisores Elétricos
77

Esses equipamentos e ferramentas se tornam muito importantes no dia a dia, auxiliando o técnico au-
tomotivo no correto e rápido diagnóstico em relação à falha apresentada. Existem diversos tipos de ins-
trumentos para o diagnóstico automotivo, tais como caneta de polaridade e equipamento de diagnóstico
eletrônico (scanner automotivo), que são instrumentos que você já conheceu anteriormente, ou ferramenta
para desmontagem dos acessórios ou componentes.
Nas instalações de vidros elétricos, os técnicos devem sempre utilizar EPIs, como luvas de proteção e
óculos, pois ao serem desmontadas, certas partes das portas podem apresentar partes cortantes para o téc-
nico. Além disso, existe, em algumas situações, a necessidade de fazer algum tipo de solda para adaptação.
As fabricantes dos kits de vidros elétricos apresentam ao técnico que irá fazer a instalação da adaptação
nos veículos as ferramentas que serão necessárias e quais procedimentos devem ser adotados no momen-
to da instalação para melhor instalação do kit.

5.3.1 Motor elétrico

O motor elétrico é uma peça fundamental para o sistema, e sua força de acionamento dos vidros se dá
por reduções de engrenagens do sistema do motor como um parafuso sem fim, aumentando a força de
acionamento e trabalhando como calço, pois suas engrenagens helicoidais6 permitem um alto torque.
Mesmo que alguém o force para descer, a restrição gerada pela força do motor é alta.
Trabalha, assim como o motor de trava elétrica, invertendo a polaridade em seus dois terminais no mo-
tor. Assim, um dos seus terminais tem um sinal de tensão positiva, e o outro recebe o sinal negativo. Caso o
condutor queira descer ou subir os vidros, a central de gerenciamento inverte a polaridade da tensão que
chega até o motor.
Para a verificação do motor, deve-se checar as vedações que impedem que sujeira entre nas engre-
nagens e no motor e danifique os componentes. Deve-se também limpar o excesso de graxa ao abrir as
capas de proteção do motor elétrico e passar graxa suficiente sem excessos ao remontar o componente,
cuidando para deixar capas de proteção bem encaixadas e sem orifícios que comprometam o sistema do
conjunto do motor.
Motor elétrico
Evelin Bao (2015)

Figura 44 - Motor elétrico dos vidros


Fonte: Adaptado de Atrasom (2015)

6 Construção em formato de hélices, engrenagem com dente em formato diagonal.


SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
78

A seguir, confira as características e funções dos botões de acionamento, outro componente necessário
para o acionamento de vidros elétricos.

5.3.2 Botões de acionamento (interruptores)

Existem dois tipos de botões para serem utilizados nos sistemas de acionamento de vidro elétrico: o
simples de contato abre e fecha e o resistivo.
Na aplicação dos botões do tipo simples de contato abre e fecha, chega uma tensão positiva até o botão
de acionamento do vidro e ele fecha ou abre o contato em um dos dois terminais de saída. Esses contatos
servem para mandar a informação de descer ou levantar os vidros para um conjunto de relés ou central.
O outro tipo de botão utilizado no sistema é o resistivo, em que o conjunto dos botões recebe uma ten-
são positiva. Esse botão possui dois resistores, sendo que cada queda de tensão encontrada pela central no
seu único terminal de saída em relação ao resistor aplicado mostra se o condutor quer descer ou levantar
os vidros. Sempre ao remontar os sistemas após uma verificação ou reparação, devem-se limpar os termi-
nais do chicote utilizando produto para limpeza de contatos elétricos e, se necessário, fazer a limpeza de
zinabre nos terminais dos botões, raspando com uma espátula específica.

5.3.3 Central de gerenciamento ou conjunto de relés

Esse componente de acionamento dos vidros tem a função de receber o sinal dos interruptores dos
vidros e fazer o acionamento para o motor elétrico do vidro.
Os dois sistemas de gerenciamento para acionamento dos vidros elétricos são as centrais de aciona-
mento e o acionamento por relés.
As centrais de acionamento podem receber tanto sinais comuns de acionamento dos vidros vindo dos
interruptores quanto o sinal por interruptores de resistência.
Muitos dos sistemas que vêm de fábrica com o acionamento elétrico dos vidros possuem a central lo-
calizada no sistema de conforto do veículo, executando várias funções como de travas e alarme também.
O sistema de acionamento por relés só pode receber sinais comuns dos interruptores, ou seja, não iden-
tifica acionamento pelos interruptores que trabalham com resistência.
5 Sistema de Acionamento dos Vidros e Retrovisores Elétricos
79

arsenalcar ([20--?])
Figura 45 - Central elétrica dos vidros
Fonte: Arsenalcar (2015)

SAIBA Para saber mais sobre cuidados durante o procedimento de instalação de vidros elétri-
MAIS cos, acesse o portal “Oficina Brasil”<http://www.oficinabrasil.com.br/>.

Lembrando ainda que outros componentes, como o chicote elétrico, vêm no kit para fazer a ligação elé-
trica dos componentes. Todo o passo a passo de instalação elétrica e mecânica acompanha os kits, assim
como botões de acionamento, parte mecânica de acionamento do vidro e motor, chicote elétrico, central
ou conjunto de relés e manual de instalação.

5.3.4 Estrutura mecânica de acionamento

São dois os sistemas de acionamento mecânico dos vidros: um é pantográfico, que trabalha com hastes
metálicas e engrenagens dentadas; o outro sistema trabalha com polias e cabo de aço para acionamento
do vidro. O sistema geralmente utilizado é o de cabo de aço pelo fato de se adaptar melhor à parte interna
da porta, pelo esforço mecânico reduzido e, ainda, pelo custo.
Conheça agora o mecanismo pantográfico.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
80

MECANISMO PANTOGRÁFICO

No sistema pantográfico, “o pinhão do motor de acionamento move um segmento de engrenagem


ligado ao mecanismo pantográfico. O uso deste sistema de levantamento de vidro está regredindo” (BOS-
CH, 2005, p. 1046).

Evelin Bao (2015)


Figura 46 - Acionador pantográfico
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

FIQUE Para fazer a desmontagem de qualquer componente para a instalação, como forros
de porta e tapeçaria em geral, use EPI e ferramentas específicas, pois os materiais
ALERTA podem trazer riscos ao técnico por conterem componentes cortantes e pontiagudos.

Uma dica importante para manutenções em sistemas de vidros elétricos é que, caso a bateria venha a
descarregar, alguns sistemas necessitam de uma configuração para o levantamento automático por um
toque no botão de acionamento do vidro. Geralmente essa configuração se dá por pressionar o botão do
vidro elétrico na posição de decida e aguardar uns segundos. Após isso, acione o botão de subida até seu
curso final e aguarde uns segundos, em média 10 segundos. Depois desse procedimento, o sistema volta
a seu funcionamento normal.
A seguir, você verá quando os retrovisores começaram a ser utilizados. Confira!

5.4 Retrovisores

Há muito tempo, os retrovisores não existiam. Caso o condutor quisesse ver o que estava acontecendo
na via atrás do seu veículo, tinha que olhar para trás do veículo. Imagine o veículo em movimento e o con-
dutor tendo que olhar para trás; é difícil e perigoso.
5 Sistema de Acionamento dos Vidros e Retrovisores Elétricos
81

As primeiras utilizações foram entre os anos 1910 e 1915, mas a primeira utilização dentro da história
desse componente, que nos dias atuais é um item obrigatório, foi em 1911 em uma corrida muito conhe-
cida, as 500 milhas de Indianápolis. Ray Harroun, piloto de um dos carros, utilizou o retrovisor para saber a
localização dos outros pilotos, ganhando, então, certa vantagem em relação a eles na corrida.
Empregados em capôs, para-lamas, painel interno ao veículo e posições diferenciadas, o retrovisor era
aplicado em várias localizações diferentes nos veículos, levando o estilo e projeto de cada montadora. Já nos
dias de hoje, são padronizados próximos ao para-brisa, geralmente acoplados na própria porta do veículo.
Sua maior evolução, além da localização para melhor visão e ajuste ao alcance do condutor, foi a sua
regulagem elétrica, apenas utilizando botões para posicionar melhor o retrovisor, como um joystick7.

algre ([20--?])

Figura 47 - Botões de acionamento do retrovisor


Fonte: Thinkstock (2015)

Na sequência, você irá conhecer os tipos, as características e o funcionamento dos retrovisores. Confira!

5.5 Tipos, características e funcionamento dos retrovisores

A base do funcionamento dos retrovisores elétricos é a mesma para vários sistemas aplicados. Alguns se
diferenciam com sistemas de rebatimento automático ao travar o veículo, e outros com o chamado tilt-down8.
Seu acionamento elétrico é feito basicamente por dois motores elétricos que fazem a movimentação de
uma base que sustenta o espelho.
Com a mesma ideia de funcionamento dos vidros elétricos e das travas elétricas, o acionamento dos moto-
res do espelho elétrico é realizado por inversão de polaridade dos motores para o acionamento dos espelhos.

7 Dispositivo dotado de uma alavanca ou botões com os quais se controla o movimento do cursor ou outro elemento na tela
do monitor ou físico, usado frequentemente em jogos de vídeo e em algumas outras aplicações.
8 Palavra em inglês que significa “inclinar para baixo”.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
82

O botão de acionamento para o direcionamento dos espelhos emite um sinal que vai diretamente ao
motor elétrico, fazendo que os espelhos se movimentem para cima ou para baixo ou de um lado para o
outro. Esse sinal pode ainda, em alguns sistemas, ir a uma central que irá gerenciar o conjunto.

Evelin Bao (2015)


Figura 48 - Motores do acionamento elétrico dos retrovisores
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

A seguir, você vai conhecer o funcionamento do retrovisor com sistema por rebatimento elétrico.

5.5.1 Rebatimento elétrico

Na grande maioria dos veículos encontrados, o rebatimento elétrico já vem instalado direto de fábri-
ca, sendo um motor que atua no conjunto do retrovisor rebatendo de encontro ao vidro lateral da porta.
Existe a possibilidade de fazer a instalação de um kit, mas é pouco usado no mercado pelo custo elevado.
Seu acionamento pode ser feito por meio de um interruptor interno ao veículo (pouco usado) ou ainda, o
que mais é aplicado nos veículos, ao acionar a trava os retrovisores se rebatem, diminuindo o espaçamento
total entre retrovisores, protegendo o conjunto do retrovisor ao estacionar em vias ou ainda em estacio-
namentos em geral.
5 Sistema de Acionamento dos Vidros e Retrovisores Elétricos
83

Evelin Bao (2015)


Figura 49 - Rebatimento elétrico dos retrovisores
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Agora que você já conheceu o funcionamento do retrovisor com sistema por rebatimento elétrico, veja
seu funcionamento com o sistema por tilt-down.

5.5.2 Sistema tilt-down

Esse sistema é gerenciado por uma central eletrônica de conforto. Geralmente, é acionado por meio da
posição de marcha à ré, ou seja, quando a marcha à ré é engatada, rebate automaticamente o espelho. A po-
sição de acionamento do espelho retrovisor elétrico pode ser regulado conforme a necessidade do cliente.
Na grande maioria dos veículos, esse item já vem de série, mas caso o cliente queira colocar, há essa
possibilidade com kits específicos para instalação. Lembre-se sempre de utilizar EPI e ferramentas espe-
cíficas para o procedimento, acompanhando sempre o manual de instalação do produto e o diagrama
elétrico do veículo.
A função desse sistema é simples. Ao acionar a marcha à ré, o espelho retrovisor lateral do lado direito
se posiciona automaticamente para baixo, fazendo que o condutor tenha melhor visibilidade de pontos e
obstáculos baixos, assim como a extremidade do meio fio ao estacionar o veículo.
Veja, no Casos e relatos a seguir, como é fundamental o técnico sempre consultar os manuais técnicos
disponíveis antes de iniciar um procedimento de instalação, reparação, manutenção, etc. nos sistemas de
conforto, segurança e conveniência dos veículos.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
84

CASOS E RELATOS

Consultando o manual
O senhor Anderson é técnico em uma instaladora de som e acessórios no Vale do Itajaí, em Santa Ca-
tarina. Ele recebeu em sua oficina um veículo para troca de bateria e lubrificação do sistema mecâni-
co dos vidros, que tinha restrição para a sua subida e descida. Ao terminar o procedimento e acionar
os vidros para fechar, eles subiram até o final e depois desceram em torno de dois a três centímetros.
Depois de várias tentativas de ajuste dos vidros, Anderson procurou um manual técnico para verificar
se havia algum tipo de procedimento especial, como a utilização de equipamento de diagnóstico.
Ao achar o manual técnico, o senhor Anderson viu que havia um procedimento específico usando
uma chapinha pequena de plástico para não danificar trilhos e vidros com cinco milímetros; ela de-
veria ser colocada na canaleta superior ao acionar o vidro até o seu limite superior total. Quando o
vidro tivesse o contato com a chapinha, o condutor deveria continuar com o botão pressionado por
cinco segundos na posição de subida. Dessa forma, o reconhecimento do sistema é completado.
Fazendo o mesmo procedimento nas quatro portas, os vidros voltaram a funcionar e fechar nor-
malmente.

Leia o Recapitulando a seguir, e reveja os conceitos estudados neste capítulo.


5 Sistema de Acionamento dos Vidros e Retrovisores Elétricos
85

Recapitulando

Ao estudar este capítulo, você pôde ver que, para fazer manutenções e diagnósticos nos sistemas
citados, você deve ter conhecimento do funcionamento do sistema e da importância dessas utili-
dades no dia a dia do condutor, visando ao conforto e à segurança não somente do condutor, mas
de todos os ocupantes.
Foi visto também cada tipo de sistema relacionado aos vidros elétricos e retrovisores, suas funções
para cada tipo de componente e suas características de funcionamento, muito parecidas com ou-
tros sistemas já vistos, mas com aplicabilidade diferente.
Outro fator importante estudado e que sempre deve ser uma prioridade, ao se realizar uma ins-
talação ou até mesmo uma análise nos sistemas, é a informação técnica. Como demonstrado no
Casos e relatos, é fundamental se ter um material técnico, independentemente do procedimento
ser simples ou não. Você também viu que é indispensável para qualquer instalação sempre utilizar
os EPIs, pois isso dará segurança ao técnico que fará os trabalhos no veículo.
Airbag

Você já se perguntou o porquê de um sistema de airbag num veículo que possui o cinto de
segurança, que já faz a proteção dos ocupantes? Ao acompanhar e estudar este capítulo, você
terá uma série de informações de grande importância relacionadas ao sistema de proteção dos
ocupantes durante um impacto forte.
Conhecerá as características do sistema e a função e o funcionamento dos componentes
que nele se fazem presentes. Verá como a manutenção, e até mesmo um diagnóstico, é de
extrema importância para a segurança do condutor e do ocupante do veículo, além da própria
segurança do técnico que fará a manutenção do sistema.
Terá acesso a informações de possíveis falhas e diagnóstico e principalmente da forma com
que é acionado, recebendo informações específicas de particularidades do sistema.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer os diferentes tipos de proteção aplicáveis ao veículo nos serviços de manu-
tenção do sistema de segurança, assim como sua finalidade, pontos de proteção e formas
de aplicação;
b) fundamentar tecnicamente a necessidade de manutenção em outros sistemas em função
das anomalias apresentadas pelo veículo no sistema de segurança, tendo em vista a orien-
tação ao proprietário;
c) reconhecer os requisitos da legislação a serem considerados no descarte de resíduos ge-
rados nos processos de limpeza de componentes do sistema de segurança;
d) identificar, no manual de fabricante, as características dimensionais dos componentes do
sistema de segurança tendo em vista a verificação de compatibilidade dos componentes
inspecionados;
e) selecionar, com base no manual de reparação, as ferramentas e os equipamentos indica-
dos para o processo de inspeção de componentes do sistema de segurança;
f) interpretar as normas e os critérios de segurança aplicáveis à reparação ou substituição e
à ajustagem de componentes do sistema de segurança;
g) interpretar os procedimentos e as normas técnicas aplicáveis à montagem de componen-
tes do sistema de segurança;
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
88

h) reconhecer os diferentes tipos de testes de simulação, sua forma de aplicação e avaliação de resulta-
dos tendo em vista a verificação de conformidade de funcionamento do sistema.
Para iniciar, você irá conhecer as definições e o funcionamento do airbag. Vamos lá!

6.1 Definições e funcionamento do airbag

Inventado em 1952 pelo americano John W. Hetrick pela falta de tecnologia e até mesmo pelo aprimo-
ramento e evolução lenta do sistema e da tecnologia a ser aplicada, o airbag começou a ser utilizado em
veículos de fabricação americana em meados dos anos 1970.
Ele foi inicialmente instalado no Oldsmobile Toronado, mesmo ainda com dúvidas em relação a sua real
segurança. Nos anos 1980 foi reconhecido como fator de extrema segurança para o condutor do veículo com
o uso do cinto de segurança. Na Europa, sua padronização ocorreu por volta do ano 2000, e no Brasil se tor-
nou item obrigatório a partir do ano de 2014, mesmo período em que o ABS também se tornou obrigatório.
Sua definição se dá por um sistema de bolsa geralmente construída de polímero de náilon que é alta-
mente resistente. Essa bolsa infla pela criação de nitrogênio, gás criado pela combustão de um combustí-
vel sólido que você estudará mais à frente; em uma batida, dependendo da força do impacto, uma central
manda um comando para acionamento dessa bolsa.
Sua força e velocidade de acionamento são tão rápidas que antes mesmo dos ocupantes do veículo
chegarem a ter contato com a bolsa, ela já está 100% inflada. Sua principal função é minimizar o impacto
dos ocupantes, diminuindo lesões que poderiam ser graves e distribuindo as forças recebidas pelo corpo
mais uniformemente.
O airbag do condutor será disparado em ocorrência de uma colisão, enquanto o acionamento do airbag
do passageiro é feito somente se o sistema identificar que o usuário está usando o cinto de segurança. As-
sim, quando uma batida forte é detectada por sensores de impactos distribuídos pelo veículo ou ainda por
sensores de aceleração internos a uma unidade de gerenciamento do sistema airbag, tais sensores fazem
um cálculo específico de desaceleração acima dos 30 km/h. Caso haja ainda projeção ou capotamento do
veículo que utiliza várias bolsas de airbag, como frontais, laterais e de cortina, algumas bolsas podem não
ser acionadas pelo fato de o veículo ainda continuar em projeção, por exemplo, numa batida de um obstá-
culo frontal com o veículo acima dos 30 km/h que continua andando, as bolsas não irão ser acionadas. Os
sensores mandam um sinal para a central de gerenciamento, que manda um comando para acionamento
de um dispositivo pirotécnico. Em volta desse dispositivo inflador existe um combustível sólido formado
por pastilhas de um conjunto de reagentes em que há azida de sódio, nitrato de potássio e óxido de silício.
A uma temperatura de aproximadamente 300 graus, as três substâncias reagem entre si, gerando o nitro-
gênio gasoso no tempo de impressionantes 25 milésimos de segundos a uma velocidade de 300 km/h com
e em torno de 0,6 segundos para ter a bolsa completamente inflada.
6 airbag
89

Após inflar e para reduzir o impacto ainda mais, furos dispostos na traseira das bolsas fazem que ela
inicie seu esvaziamento.

Você sabia que a reação entre os compostos químicos que geram o gás ni-
trogênio reagem e criam o sódio metálico que deve ser inibido no sistema?
Para isso se adiciona o potássio e a sílica, inibindo o sódio e ficando inerte
CURIOSIDADES na atmosfera, protegendo os ocupantes do veículo. Quando o airbag é
acionado, libera um pó branco, que nada mais do que um talco ou amido de
milho. Ele serve para conservação e desdobramento da bolsa.

A seguir, conheça os tipos e as características do airbag.

6.2 Tipos e características do airbag

Os tipos de airbag aplicados nos veículos são vários. Aqui, você irá conhecer os três modelos básicos
mais aplicados, que têm ao todo seis bolsas infláveis. Há variações de veículos e modelos que ainda podem
fazer uso de mais de dez bolsas, todos com a mesma base de funcionamento, podendo somente mudar de
tamanho e localização. Dentre os tipos de airbag, existem: bolsas frontais, laterais e de cortina.

SAIBA Para saber mais sobre o funcionamento e o processo de manutenção do sistema de


MAIS airbag, acesse o portal “O mecânico” <http://www.omecanico.com.br/>.

Há ainda disponíveis no mercado veículos com fabricação que disponibilizam sistemas de airbag de
joelho, centrais, para pedestres e traseiros para absorção de impacto dos ocupantes traseiros laterais.

6.2.1 Airbag frontal

Seguindo a ideia do próprio nome, o airbag frontal é localizado no volante do condutor e tem aproxi-
madamente 60 litros. A outra bolsa se localiza no painel do lado do passageiro, e tem em torno de 90 litros.
Ao ser acionada, tampas específicas que escondem as bolsas se rasgam ou abrem por encaixes para dar
passagem livre à bolsa. Seu acionamento é realizado caso haja batidas de desaceleração frontal.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
90

thierry vialard ([20--?])


Figura 50 - Bolsas airbag frontais
Fonte: Thinkstock (2015)

Agora que você já sabe onde se localiza o airbag frontal, confira a seguir a localização e características
do airbag lateral.

6.2.2 Airbag lateral

Com capacidade aproximada de 10 a 15 litros, sua localização nos dias atuais é no banco do passageiro e
do motorista, ao lado da porta. No início, em carros mais antigos, era instalado na própria coluna do veículo,
mas com colisões laterais seu desempenho não era satisfatório, pois comprometia a estrutura e, consequen-
temente, o acionamento da bolsa. Seu acionamento se dá por batidas laterais ou frontais que englobam a
parte lateral do veículo, protegendo tórax, ombro e alguns ainda a cabeça do condutor e passageiro.
lcswart ([20--?])

Figura 51 - Bolsas airbag laterais


Fonte: Thinkstock (2015)
6 airbag
91

Conforme você viu, o airbag lateral se localiza atualmente no banco do passageiro e do motorista, ao
lado da porta. A seguir, você vai conhecer o airbag de cortina e sua principal função. Confira!

6.2.3 Airbag de cortina

Sua principal função é proteger a cabeça do condutor, de passageiros traseiros e do passageiro dianteiro.
Possui aproximadamente 35 litros e está localizado dentro do arco interno superior lateral do teto do veí-
culo. Seu acionamento, assim como o airbag lateral, pode se dar por batidas laterais e por capotamentos.

Piergiov ([20--?])

Figura 52 - Bolsas de airbag cortina


Fonte: Thinkstock (2015)

Você conheceu aqui os três modelos básicos de airbag. Na sequência, irá estudar as funções dos seus
componentes e suas características. Confira!

6.3 Função dos componentes e características

Todos os componentes do sistema precisam estar em perfeitas condições de trabalho para o funcio-
namento correto do sistema de airbag. A seguir, você conhecerá os principais componentes do sistema,
suas características de funcionamento e como cada um atua no sistema de gerenciamento e acionamento.
Você iniciará seus estudos conhecendo a função dos sensores de impacto.

6.3.1 Sensores de impacto

Sua função é monitorar a carcaça do veículo em relação a sua posição, podendo ser lateral, caso o veí-
culo possua bolsas laterais, e ainda frontal, para monitoramentos de impactos frontais. Nos veículos atuais,
quase não é mais aplicado.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
92

Os sensores de impacto geralmente ficam em um local protegido, para que não haja interferências por
impactos de baixo nível de deformação, evitando acionamento indevido da bolsa.

6.3.2 Central de gerenciamento

É a responsável por fazer o gerenciamento do sistema de acionamento dos dispositivos pirotécnicos


das bolsas, pré-tensionadores dos cintos de segurança e controle da lâmpada de avarias no airbag. Sua
estrutura interna baseia-se em memória para ter os cálculos e números de acionamentos e comparação,
processador para execução dos dados, capacitores para reserva e amplificação de energia para os aciona-
dores pirotécnicos, dois sistemas de monitoramento de aceleração, sendo um mecânico por esfera e mola
e outro eletrônico por piezo elétrico, no qual com um impacto gera-se tensão de sinal. Caso haja sinal do
sensor mecânico e eletrônico, o sistema ativa o monitoramento de erros do sistema. Caso faça alguma
manutenção no sistema, preste muita atenção em seu posicionamento, pois há uma seta de indicação na
carcaça do módulo que deve ser direcionada para frente do veículo.

6.3.3 Dispositivo pirotécnico

O dispositivo pirotécnico é o responsável por iniciar o acionamento do sistema de inflação da bolsa ou


pré-tensionador. Esse dispositivo fica em contato com a câmara de combustão, na qual é encontrado o
combustível sólido por pastilhas. O dispositivo pirotécnico pode criar uma pré-combustão empurrando
uma esfera por um caminho até se chocar com outro material químico e gerar uma combustão para gerar
calor e, consequentemente, a reação e deliberação do gás. Em alguns sistemas, o próprio dispositivo de
pré-combustão já inicia o trabalho na câmara.
O chicote, quando é desconectado dos seus contatos, automaticamente vira um jumper para evitar
fugas de correntes, picos, mau contatos e poder acionar involuntariamente a bolsa.

6.3.4 Gerador de gás nitrogênio

Dentro da câmara de combustão do airbag existe um composto de azina de sódio, nitrato de potássio
e óxido de silício, que quando aquecidos em torno de 300 graus pelo sistema de ignição desencadeiam
uma reação química e geram o gás nitrogênio e sódio metálico, que mais tarde é inibido com adição de
nitrato de potássio e sílica, vitrificando o sódio e filtrando para que o mesmo não passe à bolsa e inibindo
a ação do sódio metálico. Sua velocidade de saída da câmara de combustão chega aos 300 km/h e pode
desencadear a reação química em menos de 25 milésimos de segundos.
6 airbag
93

6.3.5 Bolsas infláveis

Para receber tanto o impacto de acionamento da bolsa quanto o impacto do condutor ou passageiro, as
bolsas são constituídas de polímero de náilon altamente resistente com adição de talco específico ou, ainda,
de amido de milho, conservando a bolsa, evitando umidade, melhor desdobramento e ainda minimizando
o contato direto do náilon com a pele. As bolsas possuem aberturas traseiras para que no mesmo momento
em que ficam totalmente infladas, comecem a murchar para a melhor absorção de impacto da pessoa.

6.3.6 Inibidor de airbag do passageiro

Chave disponível geralmente no painel do veículo do lado do passageiro, entre o painel e a porta, para
fazer a inibição de acionamento do sistema de airbag. Em alguns veículos, esse mesmo procedimento
pode ser feito pelo computador de bordo, que avisa no painel que o airbag do passageiro está desligado.
Essa inibição é geralmente utilizada por mulheres em fase de gestação e para cadeiras de bebês acomo-
dadas nos bancos frontais quando o veículo utilizado é uma picape para dois ou três ocupantes.

6.3.7 Mola relógio ou contato rotativo

Localizado atrás do volante do veículo, para se ter acesso ao contato rotativo é necessário retirar o
volante do veículo. Inicia-se pela retirada da bolsa, que pode mudar de veículo para veículo, por isso, veri-
fique a informação técnica para saber qual é a forma correta de se retirar a bolsa e depois o volante, se por
porca de fixação ou parafuso de fixação. Alguns sistemas possuem ferramentas específicas para a retirada.
Alguns sistemas de contato rotativo são individuais, já outros fazem parte da chave de seta.
O contato rotativo tem a função de fazer a ligação do chicote do airbag que vem da central até a bolsa
de acionamento do airbag do motorista. Essa fita é enrolada de acordo com as voltas do volante e lubrifi-
cada, evitando, assim, com o tempo, que resseque e acabe sendo danificada por desgaste ou interrupção
do contato.

6.4 DIAGNÓSTICOS, TESTES E SUBSTITUIÇÕES

Sempre que for fazer qualquer tipo de manutenção no sistema de airbag, troca de componentes e tes-
tes específicos, desconecte o conector negativo da bateria e aguarde o tempo determinado no manual de
reparação do veículo para então iniciar os procedimentos. Outro procedimento que pode fazer que o téc-
nico tenha total segurança para fazer as verificações do sistema é por meio de um equipamento scanner,
fazendo a inibição do sistema airbag.
Esses dois procedimentos devem ser adotados para que o técnico tenha segurança no momento da
desmontagem do sistema e não tenha nenhum problema de ativação inesperada de alguma bolsa.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
94

Quando um veículo passa por alguma colisão que faz o acionamento das bolsas, elas devem ser troca-
das junto com o módulo de gerenciamento do airbag. Alguns módulos possuem contadores eletrônicos
e, com a utilização de um scanner habilitado, pode fazer um reset do módulo de gerenciamento. Outros,
ainda, podem fazer o bloqueio da partida e do sistema de combustível, dando segurança aos ocupantes
do veículo em caso de colisão, evitando incêndios por combustível. Esse bloqueio pode ser desbloqueado
por procedimento específico ou equipamento de scanner.
Sempre que há alguma avaria no sistema de airbag, uma lâmpada no painel indicará tal avaria no siste-
ma. A lâmpada pode ser específica com a sigla airbag, SRS ou ainda um desenho indicando o airbag.

Nunca utilize o multímetro para testar a continuidade ou resistência do circuito de


FIQUE uma bolsa de airbag, pois o multímetro, ao fazer esse tipo de teste, injeta uma ten-
ALERTA são baixa que, mesmo assim, pode acionar a bolsa. Para evitar o acionamento inde-
sejado da bolsa, faça a verificação com um equipamento de diagnóstico.

Para saber ao certo onde tal avaria se encontra no sistema, o correto é utilizar um equipamento de diag-
nóstico e verificar em qual componente a falha se encontra, lembrando sempre que se a falha especificar
uma bolsa do airbag do lado do passageiro, não significa que a falha esteja na bolsa, mas que ela pode
estar em conectores intermediários e no chicote.
Sempre, para verificar e testar os componentes, utilize somente o scanner, pois ele vai verificar as re-
sistências dos dispositivos pirotécnicos e outros sistemas como sensores e chicote, dando parâmetros de
valores que devem ser lidos.
Faça sempre o uso do manual técnico do veículo para usar ferramentas, equipamentos e EPI necessários
para fazer manutenções do sistema.
Dois sistemas que mais apresentam falhas no conjunto airbag são conectores intermediários, geral-
mente abaixo dos bancos para veículos, com pré-tensionadores dos cintos de segurança, bolsas laterais
e o contato rotativo, em que ao fazer alinhamentos de rodas, em certos veículos, é necessário fazer o ali-
nhamento do volante. Dessa forma, o volante muda de posição, fazendo que o contato rotativo fique no
mesmo lugar que estava antes. Assim, ao esterçar o volante para um lado e outro, o contato rotativo pode
ser rompido, sendo que o contato rotativo irá dar mais voltas para um lado do que para outro.
6 airbag
95

Teófilo Manoel Silva Junior (2015)


Figura 53 - Mola relógio ou contato rotativo
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Por isso, sempre que tiver que fazer manutenções que impliquem remover o volante, alinhe as rodas e
faça a contagem de quantas voltas completas o contato rotativo dará. Por exemplo, gire o volante para um
dos lados até ao final, em seguida retorne contando as voltas. Se tiver dado seis voltas completas, volte três
voltas, assim ficará centralizado para instalar o volante novamente. Mas lembre-se: determinados veículos
podem possuir particularidades quanto a seus procedimentos; dessa forma, sempre consulte o manual de
reparação antes e durante a realização de qualquer procedimento técnico.
Caso você tente conectar o equipamento de diagnóstico e ele não se comunique com o sistema de air-
bag, o módulo de gerenciamento pode estar com avarias, suas alimentações positivas e negativas podem
estar defeituosas ou ainda a comunicação entre o conector de diagnóstico e a central do airbag pode estar
com problemas.
Um detalhe importante é que o armazenamento de todos os componentes deve ser disposto em pra-
teleiras seguras, longe de umidade e calor excessivo. O descarte de componentes pirotécnicos só pode ser
realizado em lixos comerciais e já deflagrados. Caso esteja deflagrado, ou seja, já tenha sido acionado e seja
necessária a substituição, o mesmo deve ser colocado em embalagem original para auxiliar a proteção e
despachado por meio de transportadora com informação de embalagem contendo produto frágil para a
fabricante do componente, ou empresas responsáveis por reciclagem específicas.
Agora que você já sabe como realizar diagnósticos, teste e substituições de airbags, conheça suas nor-
mas de segurança de procedimentos técnicos.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
96

6.5 Segurança e normas de procedimentos técnicos

Em manutenção, diagnósticos, limpeza, desmontagens e montagens dos sistemas de conforto, segu-


rança e conveniência, em geral, são poucos os EPIs utilizados. Entretanto, seu uso é importante e indispen-
sável para determinados diagnósticos em relação à segurança e proteção do seu usuário.
A máscara de proteção individual descartável é a mais acessível pelo seu custo, e pode ser utilizada em
aplicações de produtos químicos, para limpeza dos sistemas abordados, para a soldagem de componentes
eletrônicos e, principalmente, em emendas de condutores em que o excesso de fumaça liberado pelo aque-
cimento do estanho mais chumbo possam dificultar e prejudicar a respiração, caso seja inalada em excesso.
Outro EPI muito utilizado é a luva de proteção, pois nessas manutenções, em geral, o técnico se encon-
tra em diversos momentos com partes cortantes, pontiagudas e contaminadas por produtos químicos, até
mesmo o próprio chumbo do estanho, pó de materiais lixados etc.
Os óculos de proteção são outro equipamento que deve fazer parte dos equipamentos de proteção do
técnico, pois em desmontagem de componentes, certos materiais estão friccionados por molas, chapas de
pressão, entre outros, que podem se desprender e se projetar em direção à visão do técnico.
Por isso, antes de qualquer tipo de manutenção dos sistemas descritos nesse livro, faça uso de normas
de manutenção e procedimentos técnicos para se ter um planejamento de que tipos de proteção usar e
preestabelecer uma linha de execução de trabalho.

NORMA OBJETIVO
NBR 14040-3 03/98 Essa norma especifica como deve ser feita a inspeção de segurança veicular.
Essa norma especifica como deve ser feita a inspeção de segurança veicular na utilização de equipamento
NBR 14040-1 03/98 obrigatório e proibido; iluminação; sinalização; sistema e componentes complementares e estação de inspe-
ção de segurança veicular.
Inspeção de segurança veicular – veículos leves e pesados: equipamento de diagnóstico, manutenção e
NBR 14040-12
ensaio.

Quadro 2 - Normas de manutenção e procedimentos técnicos


Fonte: do Autor (2015)

6.6 Pré-tensionadores

Esse sistema, que trabalha com o airbag, não é aplicado a 100% dos veículos que fazem uso das bolsas
infláveis, mas está presente na maioria deles. Há dois tipos de pré-tensionadores: aqueles localizados no
enrolador automático do cinto de segurança, junto à coluna lateral do veículo, e os localizados no encaixe
do cinto de segurança, entre os cintos do passageiro e do condutor.
A função do pré-tensionador no veículo é de fazer com que os ocupantes dos bancos dianteiros mante-
nham maior contato com o banco, tirando, assim, a folga do cinto de segurança e evitando o choque seco
da batida, pressionando o cinto contra o tórax e diminuindo o impacto sofrido. A retração da folga do cinto
em alguns modelos pode ser superior a dez centímetros de recuo, com limitadores de força para não aper-
6 airbag
97

tar muito o ocupante em relação ao banco. Seu funcionamento nos enroladores se dá pelo acionamento
de dispositivo pirotécnico, como nas bolsas, gerando pressão para empurrar uma cremalheira que se move
a fim de rotacionar uma engrenagem. O centro, por sua vez, está ligado ao cinto de segurança, enrolando,
assim, parte do cinto. Já o sistema pré-tensionador, localizado no encaixe do cinto, recebe o acionamento
de um dispositivo pirotécnico e puxa um cabo de aço, diminuindo o comprimento do encaixe do cinto.

Paulo Cordeiro (2015)

Figura 54 - Pré-tensionador por cabo de aço


Fonte: adaptado de Vermelho’S Car (2015)
Paulo Cordeiro (2015)

Figura 55 - Pré-tensionador no enrolador automático


Fonte: adaptado de How Stuff Works (2002)
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
98

Seus componentes podem variar, como no sistema de enrolador automático que possui: dispositivo
pirotécnico, câmara de combustão para empurrar cremalheiras ou esferas, engrenagens e enrolador. Já o
pré-tensionador, no encaixe do cinto, tem: cabo de aço, câmara de combustão e dispositivo pirotécnico.
Alguns ainda possuem interruptores no pré-tensionador para indicar se o condutor está ou não com o
cinto de segurança.
A remoção deve ser feita acompanhando detalhes do manual técnico do veículo, desligando os bornes
da bateria ou inibindo o sistema pelo scanner. Tanto os testes quanto a análise do dispositivo pré-tensiona-
dor devem ser feitos por um scanner de diagnóstico, visto que é o scanner que vai dar o valor de resistência
do pré-tensionador. Já a análise visual também deve ser feita para checar se não há avaria física por choque
mecânico ou o trancamento do enrolador ou do encaixe do cinto.
As substituições devem ser feitas assim que o técnico concluir um diagnóstico de falhas, avaliando se o
componente está avariado ou não em relação aos valores de resistência apresentados e pela análise visual,
acompanhando procedimentos e aplicações de peças conforme indica o manual técnico.
Para executar os procedimentos de manutenção e reparação do sistema, o técnico deve seguir as nor-
mas de segurança utilizando os EPIs necessários para os procedimentos e seguindo o passo a passo do
manual técnico, de forma a oferecer tanto segurança ao técnico quanto ao condutor do veículo. Cabe
salientar que a realização dos procedimentos conforme instrui o manual técnico garante a segurança do
sistema, além de evitar possíveis avarias em outros componentes durante a realização do reparo.
Confira, no Casos e relatos a seguir, a importância da manutenção do sistema de airbag.

CASOS E RELATOS

Manutenção do sistema de airbag


Na Mecânica e Autoelétrica Silva, de São Paulo, o senhor Luiz recebeu um veículo vindo de um
leilão para fazer a manutenção do sistema de airbag. Ao tentar tirar o veículo do guincho, viu que
ele não entrava em funcionamento e que as luzes piscavam ao tentar dar a partida.
Buscando informações técnicas com as concessionárias da região, informaram-lhe, por meio de
nota técnica, que havia um procedimento manual para fazer a liberação da partida e que ela havia
bloqueado o sistema de partida pelo fato do acionamento das bolsas de airbag.
Ao ler o procedimento, o senhor Luiz viu que, ao ligar a ignição, deveria acompanhar com a chave de
seta as luzes de direção que piscavam. Caso piscassem para a esquerda, devia posicionar a alavanca
de seta para a esquerda; assim que as luzes mudassem de posição para a direita, devia posicionar a
alavanca para a direita. A confirmação do procedimento foram algumas piscadas das setas, como se
fosse o acionamento das luzes de emergência. Foi só dar a partida e o veículo pegou na hora!
Assim, o senhor Luiz pôde realizar todas as trocas dos componentes necessários e fazer todas as
verificações do sistema com equipamento de diagnóstico e entregar o veículo em perfeito funcio-
namento do sistema de airbag.
6 airbag
99

Reveja o que foi estudado neste capítulo lendo o Recapitulando a seguir.

Recapitulando

Neste capítulo você viu como um sistema de airbag funciona, qual é a sua aplicação nos veículos
e por que ele é tão importante.
Estudou, ainda, que os componentes possuem funcionamento específico e que alguns, se manu-
seados de forma incorreta, podem fazer o acionamento involuntário das bolsas ou pré-tensiona-
dores. Além disso, você aprendeu que para fazer verificações nos sistemas deve-se sempre utilizar
informações técnicas e equipamentos específicos.
Ao final do capítulo, você conheceu o sistema de pré-tensionadores que atuam com o airbag obje-
tivando salvaguardar a vida dos ocupantes do veículo, conhecendo os diferentes tipos e compre-
endendo o funcionamento dos componentes.
Assim, ao se deparar com um veículo com avaria no sistema de airbag, você poderá fazer verifica-
ções de diagnóstico, testes e troca de componentes do sistema, se fizer uso de material técnico e
equipamentos certos. Vale salientar, ainda, que para tais procedimentos deve-se analisar o sistema
de maneira a conhecer seu funcionamento e as características do conjunto utilizado.
Manutenção e Instalação

Existirão diagramas e materiais técnicos para a instalação de sistema de som, alarme, travas e vi-
dros? Neste capítulo, você conhecerá a manutenção e instalação de sistemas relacionados ao con-
forto e conveniência, desde sistemas de som e alarme, passando pelas travas e incluindo os vidros.
Você terá acesso a informações de montagem e desmontagem de componentes, diagnós-
ticos de falhas e diagramas elétricos de instalação, assim como terá conhecimento de ajustes e
preparação do veículo para iniciar os procedimentos.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) selecionar ferramentas, instrumentos e equipamentos em função do diagnóstico e da ma-
nutenção a serem realizados nos sistemas, de acordo com o manual de reparação;
b) analisar se os resultados obtidos durante os testes de diagnóstico nos sistemas estão de
acordo com os parâmetros estabelecidos pelo fabricante;
c) aplicar as orientações preconizadas nos procedimentos e nas normas técnicas e de segu-
rança de acordo com a montagem, desmontagem, limpeza, reparação, instalação, substi-
tuição e teste dos componentes ou dos sistemas.
Pronto para iniciar este capítulo? Então, vá em frente!
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
102

7.1 Manutenção do sistema de som

Dentro da eletricidade e eletrônica, o técnico deve ter responsabilidade e aplicar as normas de segu-
rança, tanto para a sua segurança pessoal com o uso de EPIs como para a segurança do veículo, seguindo
o manual técnico de instalação do componente ou o kit para a segurança do sistema do veículo. Nesse
sentido, deve-se sempre obedecer às normas aplicadas a cada tipo de procedimento de instalação ou re-
paração, assim como aos procedimentos técnicos.
Na manutenção dos sistemas de som, conforme já foi visto anteriormente, para trabalhar no aparelho
reprodutor de mídias e alto-falantes, o técnico deve ter cuidado com detalhes e seguir os procedimentos a
serem realizados no veículo, como mostra o quadro a seguir.

TIPO DO PROCEDIMENTO EXECUÇÃO

Todo diagnóstico deve ser realizado pelo técnico assim que o sistema de som apresentar falha no seu
Diagnóstico
funcionamento.

Esse procedimento, realizado pelo técnico, inclui: troca de algum conector que esteja frouxo; troca
de condutores que apresentam desgastes ou que estão dobrados/quebrados; checagem de todos
Manutenção preventiva
os alto-falantes para verificar se possuem seus parafusos de fixação e passando limpa-contato em
contatos elétricos.

Reparações são necessárias em circuitos elétricos que apresentarem avaria, assim como condutores
Reparação
ou conectores danificados.

A desmontagem e montagem do sistema devem ser realizadas com cuidado, para não danificar os
Desmontagem e montagem
acabamentos do veículo, procurando seguir o manual técnico para dar início ao trabalho.

A limpeza deve ser feita em módulos e alto-falantes, evitando acúmulo de poeira e possíveis conta-
minações por líquidos. Podem ser executados ajustes tanto no aparelho reprodutor de mídia quanto
Limpeza e ajuste
ajustes de impedâncias por módulos de som. Ajustes em acabamentos para a instalação do alto-
-falante também são possíveis.

Testes no sistema de som devem ser feitos assim que o técnico achar necessário por se tratar de algu-
ma avaria presente, sendo fundamental o uso de ferramentas e equipamentos como multímetro e até
Teste
mesmo osciloscópio para verificação de frequência e onda, para chegar ao diagnóstico em testes em
alto-falantes de vários tipos.

Quadro 3 - Processo de manutenção do sistema de som


Fonte: do Autor (2015)

No manual técnico do aparelho reprodutor de mídia, e até em alguns alto-falantes, o reparador técnico
pode encontrar informações importantes como os diagramas elétricos para a instalação do sistema. Veja
um exemplo a seguir.
7 Manutenção e Instalação
103

iStock ([20--?]);Paulo Cordeiro (2015)


Figura 56 - Diagrama elétrico dos alto-falantes ao conector 16 vias/aparelho multimídia
Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define algumas normas que devem ser seguidas
pelos fabricantes de sistemas de som, com procedimentos de fabricação e instalação. A NBR 10303:1988,
por exemplo, determina a potência elétrica máxima que um alto-falante suporta antes da queima da bobi-
na. Os procedimentos técnicos para manutenção, instalação e diagnóstico de falhas dos alto-falantes são
informados em manuais técnicos, os quais devem estar dentro do mesmo invólucro9 do alto-falante que
chega para o técnico ou, ainda, em manuais e procedimentos técnicos para instalação do aparelho
reprodutor de mídia.
Estude, a seguir, sobre a instalação do sistema de som automotivo.

7.1.1 Instalação do sistema de som

Conforme você já estudou, o reparador deve fazer uso de um planejamento antes de fazer a instalação
do sistema de som no veículo; logo, ele deve preparar o veículo para receber o sistema de som, fazendo
ajustes em acabamentos e passando os condutores entre o aparelho reprodutor de mídia e os alto-falantes
por dentro dos acabamentos.

9 Revestimento aquilo que envolve, cobre ou reveste; envoltório. Embrulho. Fonte: Michaelis (2009).
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
104

Para fazer a instalação do sistema de som no veículo, o técnico deve ter em mãos também o diagrama
elétrico do veículo em questão, preferencialmente, o diagrama de distribuição de energia, para saber quais
condutores de alimentação positiva ou negativa usar. Além disso, o técnico deve conhecer cada ponto do
chicote elétrico do veículo, evitando, assim, qualquer tipo de transtorno, tais como erros na instalação, os
quais podem prejudicar algum sistema do veículo.
Os manuais técnicos de procedimentos orientam o reparador sobre quais ferramentas e equipamen-
tos ele deve usar, bem como lâminas plásticas para desmontagem e montagem de componentes e aca-
bamentos do sistema de som, alicates, ferro de solda, multímetro entre outras, como chaves de fenda e
isolantes de condutores.
Os diagnósticos de falhas são realizados ao final da instalação, para verificar se algum procedimento
não foi executado corretamente. Caso algum componente instalado apresente falhas, o reparador deverá
iniciar um diagnóstico em relação à falha apresentada, revisando o que foi feito e corrigindo qualquer erro
que possa ter cometido.

7.2 Instalação dos sistemas de alarme, antifurto e travas elétricas

Além de ter o planejamento em mãos para iniciar a instalação no veículo contendo as ferramentas
necessárias para os procedimentos, o reparador deve ler e interpretar a ordem de serviço a ser executada.
Entre as ferramentas mais utilizadas, pode-se mencionar o alicate de corte para desencapar os condutores,
o ferro de solda, caso haja necessidade de realizar uma emenda, o multímetro para teste de funcionamen-
to do sistema ou componentes, as espátulas ou as lâminas de silicone rígido para evitar deformações nos
acabamentos e outras ferramentas em geral, como as chaves de fenda e Philips e os insumos como solda
estanho, termo retrátil e fita isolante.
Nessa ordem de serviço consta todo o serviço que deve ser realizado no veículo, por isso, antes mesmo
de iniciar o trabalho, o reparador deve verificar o que consta na ordem de serviço para execução do traba-
lho no veículo e seguir o planejamento, fazendo uso e tendo como base normas-padrão de execução de
serviço e procedimentos técnicos e de segurança. Dessa forma, ele estará cuidando da sua segurança e da
segurança do veículo como um todo. Procedimentos e normas técnicas podem ser encontrados no site da
ABNT, ou ainda parte dos procedimentos, em manuais técnicos dos próprios kits de instalação, conforme
você já estudou.
Todos os procedimentos de instalação dos sistemas de alarme antifurto e travas devem ser realizados
mediante o uso do diagrama elétrico, tanto do veículo quanto do componente a ser instalado, assim o
reparador terá todas as informações e endereços dos condutores do veículo e do sistema a ser instalado.
Acompanhe, a seguir, os processos de montagem dos componentes dos sistemas de alarme, antifurto
e travas elétricas.
7 Manutenção e Instalação
105

SISTEMAS PROCEDIMENTOS

a) utilizar ferramentas e equipamentos conforme indicações do manual técnico;


b) cuidar com travas plásticas para não quebrar quando for passar o chicote elétrico pelos acabamentos do
veículo;
Sistema de alarme c) disponibilizar a central elétrica do alarme logo abaixo do painel para melhor instalação nas alimentações
positivas e negativas da caixa de fusíveis e relés do veículo, assim como o comutador de ignição;
d) acomodar todos os componentes de forma que não venham a ocasionar barulhos em estradas irregulares;
e) instalar os componentes do kit de alarme, depois do veículo preparado.

a) usar ferramentas e equipamentos conforme indicações do manual técnico;


b) cuidar com travas plásticas para não quebrar quando for passar o chicote elétrico pelos acabamentos do
veículo;
c) disponibilizar a central elétrica do sistema antifurto ou do interruptor de corte de ignição logo abaixo do
Sistema antifurto painel para melhor instalação nas alimentações positivas e negativas da caixa de fusíveis e relés do veículo,
assim como o comutador de ignição. Acomodar todos os componentes de forma que não venham a ocasio-
nar barulhos em estradas irregulares;
d) instalar os componentes do kit do sistema antifurto ou do botão chamado de sistema “corta corrente”,
depois do veículo preparado.

a) usar ferramentas e equipamentos conforme indicações do manual técnico de instalação do próprio kit de
travas;
b) cuidar com travas plásticas das portas e parafusos para não quebrar acabamentos quando for passar o
chicote elétrico ou instalar o acionamento mecânico por hastes;
Travas elétricas c) disponibilizar a central elétrica das travas logo abaixo do painel para melhor instalação nas alimentações
positivas e negativas da caixa de fusíveis e relés do veículo, assim como o comutador de ignição, acomodar
todos os componentes de forma que não venham a ocasionar barulhos em estradas irregulares, podendo
proteger com uma fita de espuma;
d) instalar os componentes do kit de travas elétricas, depois do veículo preparado.

Quadro 4 - Processo de montagem de alarme, antifurto e travas elétricas


Fonte: do Autor (2015)

Lembre-se de, ao final de qualquer procedimento de instalação, realizar os testes de funcionamento do


sistema, a fim de garantir a funcionalidade de todas as funções.

Existem aplicações de sistemas antifurto em que um único botão faz o corte ou


a ligação do circuito da linha 50 (positivo durante a partida) para o motor de
partida. Caso o botão não seja ligado, o carro nem vira o motor. Esse botão cos-
CURIOSIDADES tuma ficar escondido e somente o condutor do veículo sabe onde localizá-lo. Há
casos em que se pode determinar um sistema antifurto com central específica
de modo a fazer esse tipo de acionamento, ou ainda sistemas antifurto propria-
mente conhecidos, como imobilizadores de partida do veículo.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
106

Veja, a seguir, como realizar a manutenção dos sistemas de alarme, antifurto e travas elétricas.

7.2.1 Manutenção nos sistemas de alarme, antifurto e travas elétricas

Tanto para a manutenção quanto para a instalação dos sistemas de conforto e conveniência em geral, o
reparador deve adotar sempre as normas-padrão e fazer uso de procedimentos, conforme indica o manual
técnico do veículo ou do kit a ser instalado. Nesse contexto, é importante fazer uso também de procedi-
mentos de segurança, como uso de EPIs, a saber: luvas, sapatos fechados, protetor auricular e óculos de
proteção. Além disso, também faz-se necessário a utilização de normas de segurança para acompanhar as
instalações, dando proteção ao técnico e também segurança para os itens instalados no veículo, evitando
a queima de componentes e danos em circuitos elétricos e eletrônicos.
Veja, no quadro a seguir, como realizar a manutenção nesses sistemas.

TIPO DO PROCEDIMENTO EXECUÇÃO

Todo diagnóstico deve ser realizado pelo reparador assim que o sistema de alarme parar de ser
acionado ou apresentar falhas intermitentes, quando o sistema de antifurto apresentar falha no
Diagnóstico
funcionamento ou algum dos motores elétricos das travas apresentarem avarias ou mau desem-
penho no que tange ao travamento ou destravamento das portas do veículo.

Reparações são imprescindíveis nesses sistemas, principalmente em circuitos elétricos como


Reparação
condutores elétricos que apresentarem avaria ou conectores danificados.

Esses procedimentos incluem manutenções como: troca de algum conector que esteja frouxo;
Manutenção preventiva troca de condutores que apresentam desgastes ou que estão dobrados/quebrados; checagem
para verificar se os conjuntos mecânicos das travas estão engraxados e livres.

A limpeza deve ser feita em módulos eletrônicos de alarme e sistema antifurto, a fim de evitar
acúmulo de poeira e possíveis contaminações por líquidos. Pode-se também passar limpa
contato nos conectores elétricos. Ajustes podem ser executados em configurações do sistema de
Limpeza e ajuste
telecomando do alarme por controle remoto para equalizar a frequência e ajustes em acionamen-
to mecânico das hastes do sistema de travas elétricas. Ajustes em acabamentos para a instalação
dos sistemas também são possíveis.

Testes no sistema de alarme, antifurto e travas devem ser realizados sempre que o reparador
considerar necessário por ter observado alguma avaria. Nesse sentido, é fundamental o uso de
ferramentas e equipamentos como multímetro, alicate universal e de corte, chaves de fenda e
Teste
Philips, espátulas ou lâminas de silicone, caneta de polaridade para verificação de acionamentos
de interruptores ou sinais dos sensores para a central, assim como central de alarme, interruptores
ou sensor do sistema antifurto e interruptores de porta do sistema de travas.

Quadro 5 - Processo de manutenção do sistema alarme, antifurto e travas elétricas


Fonte: do Autor (2015)

A substituição de qualquer componente ligado a esses sistemas de alarme, antifurto ou trava elétrica
deve ser feita pelo técnico assim que identificar avaria em determinado componente como sensores volu-
métricos do alarme, central do sistema antifurto ou motor elétrico da trava da porta, por exemplo.
7 Manutenção e Instalação
107

O reparador deve acompanhar os procedimentos técnicos ou até mesmo o manual técnico de instalação
do produto, ler e interpretar as informações para saber como executar corretamente os testes e não somen-
te trocar o componente por achar que está com falha. O reparador sempre deve ter certeza do que está
executando tendo um relatório final do motivo pelo qual a falha ocorreu no componente, se foi instalado
de forma incorreta, mau uso pelo condutor do veículo ou mesmo desgaste natural de algum componente.
Para a desmontagem e montagem desses sistemas, deve-se acompanhar o manual técnico do veículo
e o manual de instalação do kit a ser instalado, a fim de acompanhar os procedimentos para uma desmon-
tagem e montagem das partes do veículo como acabamentos e forros de porta, sem ocasionar danos ao
veículo e fazendo o uso de ferramentas e EPIs necessários para determinados procedimentos.
Conheça, a seguir, os procedimentos básicos iniciais de desmontagem e montagem de componentes
dos sistemas de alarme, antifurto e trava elétrica.
a) Alarme: analisar o kit de alarme a ser instalado, retirar acabamentos das colunas dianteiras laterais
do veículo para a preparação do chicote e instalação dos sensores volumétricos, a sirene do kit é
instalada no vão do motor. Alocar os condutores e sensores e montar os componentes desmontados,
como acabamentos e isolação de condutores que foram mexidos.
b) Antifurto: verificar qual o modelo do sistema a ser instalado, desmontar partes inferiores do painel
do lado do motorista presas por travas plásticas ou parafusos para ter acesso à caixa de fusíveis e relés
junto do comutador de ignição. Após concluir o procedimento de instalação, montar novamente os
acabamentos inferiores do painel.
c) Travas elétricas: para instalar o kit de travas elétricas, é necessário fazer a desmontagem dos forros
de portas, geralmente presos por travas plásticas, bem como os apoios de braço e da maçaneta de
abertura da porta devem ser presos por parafusos. Dessa forma, o reparador terá que utilizar as ferra-
mentas necessárias para a remoção dos referidos componentes. O técnico deve ter cuidado para não
quebrar as travas plásticas, executar a instalação e, em seguida, refazer a montagem dos forros de
porta. Acabamentos laterais próximos às portas também devem ser desmontados para a disposição
dos chicotes elétricos e partes plásticas abaixo do painel para a disposição da central eletrônica.
Veja, a seguir, como realizar a instalação dos vidros e retrovisores elétricos.

7.3 Instalação dos vidros e retrovisores elétricos

Para a realização da instalação dos vidros elétricos e dos retrovisores elétricos nos veículos que não
possuem o sistema de acionamento elétrico, o reparador deve ficar atento e seguir as normas e também os
procedimentos técnicos e de segurança na realização dos serviços, uma vez que por meio desses procedi-
mentos ele é informado sobre detalhes da execução da instalação, além dos procedimentos de segurança
que orientam a utilização de EPIs necessários.
É muito importante também, durante a realização dos procedimentos de instalação, ler e interpretar a
ordem de serviço criada para a instalação do sistema de vidros ou retrovisores elétricos, com especifica-
ções em relação ao modelo do veículo e do kit de instalação utilizado, sabendo assim exatamente qual tipo
de instalação e de serviços será realizado.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
108

O reparador deve acompanhar também os manuais técnicos dos kits de instalação, visto que eles con-
têm não somente informações, dicas e procedimentos técnicos de instalação, mas também quanto à uti-
lização das ferramentas adequadas para a instalação. Em ambas as instalações, o técnico deve dispor de
ferramentas e equipamentos imprescindíveis, como alicate universal, alicate de corte, multímetro, ferro de
solda, chaves de fenda e Philips além de materiais de consumo específicos, como condutores, terminais de
ligação, fita isolante, solda estanho, fita isolante e termo retrátil.
Seguindo com o processo de instalação, o reparador deve fazer a preparação do veículo para receber
os novos componentes. Essa preparação pode englobar desde a disposição de chicotes elétricos pelo ve-
ículo para a instalação dos espelhos e vidros elétricos como também a desmontagem de acabamentos e
forros de porta. Para isso, o técnico precisa ter em mãos o manual técnico do veículo para seguir os pro-
cedimentos de desmontagem dos forros de porta, acabamentos e desmontagem do conjunto do espelho
retrovisor. Outro detalhe importante na mão do técnico é o diagrama elétrico do veículo em questão com
vistas a saber quais circuitos ele poderá utilizar para fazer as alimentações positivas e negativas do sistema
a ser instalado no veículo. Diagrama de extrema importância e que também não pode faltar é o do kit de
instalação dos vidros elétricos ou do espelho elétrico. Observe exemplos de diagramas a seguir.

Interruptor do vidro
ou
os do motor

85 85
Positivo
Positivo
87 87a 30 87a 30
Negativo 87 Negativo
86 86

85 85
Paulo Cordeiro (2015)

87 87a 30 87 87a 30
Motor
86 86

Figura 57 - Diagrama elétrico para instalação de vidros elétricos com relés


Fonte: adaptado de 4X4 BRASIL (2009)
7 Manutenção e Instalação
109

FIAT (2007)
Figura 58 - Diagrama elétrico dos retrovisores
Fonte: adaptado de FIAT (2007)

Alguns veículos possuem centrais de gerenciamento do habitáculo logo abaixo do


FIQUE painel, próximo do local onde serão instaladas diversas centrais de gerenciamento
eletrônico, como centrais de travas, vidros e alarmes. Por isso, fique atento no mo-
ALERTA mento da leitura e interpretação do diagrama elétrico do veículo para saber exata-
mente qual circuito utilizar.

O diagnóstico de falhas sempre deve ser feito assim que o reparador identificar alguma avaria no acio-
namento do retrovisor elétrico ou na subida e descida dos vidros elétricos. Ao realizar o diagnóstico, é
necessário procurar saber o porquê da causa do problema e promover a reparação, manutenção ou subs-
tituição do componente avariado.
Veja, a seguir, a desmontagem e montagem do sistema de vidros elétricos.

7.3.1 Desmontagem e montagem do sistema de vidros elétricos

Seguindo orientações do manual técnico do veículo, o reparador deve iniciar o procedimento de des-
montagem tirando os parafusos de fixação da maçaneta da porta e depois do apoiador de braço. Em se-
guida, o reparador pode retirar essas partes individualmente ou com todo o forro de porta que é fixado por
travas plásticas. Ele deve ter cuidado ao fazer manutenções em veículos que já possuem vidro elétrico ou
sistema de som, pois há os condutores dos botões dos vidros elétricos e dos alto-falantes. Dessa forma, ao
desencaixar o forro de porta ou os botões dos alto-falantes, é necessário desconectar o conector do chico-
te elétrico preso ao alto-falante e aos botões. Deve também desprender as hastes que fazem a abertura da
porta presa à maçaneta de abertura da porta.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
110

A montagem do sistema deve começar pela retirada da máquina de vidro mecânica, depois disso, o
reparador deve colocar a nova máquina de vidro específica para acionamento elétrico por um motor que
deve ficar acoplado à máquina de vidro.
O reparador deve dispor dentro da porta, do chicote elétrico devidamente fixo, a fim de não causar
barulhos ao rodar por estradas irregulares. Após a colocação do chicote vindo das portas, montar os bo-
tões de acionamento dos vidros na porta, no console central ou no painel do veículo conforme modelo do
veículo e, por fim, fazer a montagem do módulo de gerenciamento dos vidros abaixo do painel e realizar
as ligações dos sistemas.
Veja, a seguir, como realizar a desmontagem e montagem do sistema de retrovisores elétricos.

7.3.2 Desmontagem e montagem do sistema de retrovisores elétricos

A maioria dos retrovisores é fixado à porta do veículo; portanto, o técnico precisa iniciar a desmon-
tagem do sistema do retrovisor externo, começando pela parte plástica de proteção do retrovisor que é
presa por encaixe de travas, aquela parte plástica ou de fibra que geralmente vem na mesma cor do veí-
culo ou em cor preta. Desmontando essa parte plástica, o reparador terá acesso a toda a parte mecânica
do retrovisor, podendo fazer as manutenções ou instalações necessárias. Como o sistema de retrovisor na
maior parte das vezes está localizado na porta do veículo, para passar o chicote elétrico na instalação ou
verificação dos condutores durante uma manutenção, o reparador terá que desmontar o forro de porta
visando ter acesso à parte inferior dela por onde o chicote elétrico passa. Cabe salientar que é necessário
sempre seguir as normas e procedimentos técnicos para esses procedimentos, além de fazer uso de EPIs.
Para a instalação do sistema de espelhos retrovisores elétricos, o reparador irá trocar a parte interna do
retrovisor montando a parte nova, contendo a máquina que irá rotacionar o espelho, e os dois motores
elétricos fixos no conjunto dos espelhos retrovisores.
Outra montagem que deve ser feita é dos botões de acionamento dos espelhos retrovisores na porta do
motorista ou no console central, assim como a disposição dos condutores elétricos.
No próximo item, você verá como realizar a manutenção do sistema de retrovisores e vidros elétricos.

7.4 Manutenção do sistema de retrovisores e vidros elétricos

A manutenção dos sistemas de acionamento elétrico dos vidros e retrovisores visa à manutenção do
bom desempenho do sistema dos acionamentos feitos pelo condutor ou passageiro. Para isso, é necessá-
rio realizar o diagnóstico de falhas, por meio do qual ele irá executar testes de acionamento do sistema e
verificar onde determinada falha se encontra no sistema do retrovisor elétrico ou levantamento do vidro
elétrico para, posteriormente, procurar a solução do problema.
Visando a executar os procedimentos de manutenção, faz-se necessário que o profissional tenha em
mãos as normas e os procedimentos técnicos e de segurança para o correto desenvolvimento da manu-
tenção, prosseguindo com cautela nas orientações informadas nos manuais técnicos. Ademais, ele deve
7 Manutenção e Instalação
111

usar ferramentas e equipamentos adequados para a manutenção, assim como os EPIs necessários, confor-
me a manutenção a ser feita. Por exemplo, na retirada de um motor elétrico do vidro, deve-se usar luvas de
proteção para evitar lesões nas mãos em partes cortantes internas da porta.
Veja, no quadro a seguir, o processo de manutenção de vidros e retrovisores elétricos.

TIPO DO PROCEDIMENTO EXECUÇÃO

Reparações são necessárias em circuitos elétricos que apresentem avaria, assim como con-
dutores ou conectores danificados. Manutenções podem ser feitas lubrificando as canaletas
Reparação e manutenção dos vidros para descerem e subirem sem restrições. Devem-se lubrificar também as polias do
cabo de aço da máquina de vidro e engraxar a haste do motor elétrico e a engrenagem. Nos
espelhos elétricos, a manutenção pode ser feita engraxando os motores elétricos.

Esse procedimento pode ser feito pelo reparador ao realizar manutenções como: troca de
algum conector que esteja frouxo; troca de condutores que apresentam desgastes ou que
estão dobrados ou quebrados. Nos vidros elétricos pode haver a substituição de cabos de
Substituição de componentes
aço da máquina de vidro, polias de enrolamento do cabo ou até mesmo do motor elétrico.
No caso dos espelhos elétricos, pode haver substituições de um ou dois motores elétricos do
espelho elétrico.

A limpeza deve ser feita em canaletas dos vidros e nos cabos de aço da máquina de vidros, as-
sim como limpeza de graxa acumulada nos motores elétricos dos espelhos e vidros elétricos.
Limpeza e ajuste
Ajustes podem ser feitos em relação aos cabos de aço da máquina de vidro e, ajustes internos
das portas e retrovisores para montar os kits elétricos dos vidros e retrovisores.

A desmontagem e montagem do sistema sempre devem ser executadas assim que for
iniciada uma instalação ou manutenção em relação a uma revisão do sistema para saber se
Desmontagem e montagem na
tudo está funcionamento normalmente ou para diagnóstico de falhas em relação a alguma
manutenção dos vidros e retrovi-
avaria presente nos sistemas. Para isso, siga os passos estudados nos itens Desmontagem e
sores elétricos
montagem do sistema de vidros elétricos e Desmontagem e montagem do sistema de
retrovisores elétricos.

Quadro 6 - Processo de manutenção de vidros e retrovisores elétricos


Fonte: do Autor (2015)

A seguir, no Casos e relatos, conheça a história de Rodrigo, que recebeu em sua oficina um veículo com
problemas nos vidros elétricos.

CASOS E RELATOS

Esse vidro tem problema!


Certo dia, o sr. Rodrigo, dono de uma autoelétrica e instaladora de som e acessórios, recebeu no
seu estabelecimento um veículo cujo vidro elétrico subia com lentidão. Além disso, notava que no
momento em que os faróis estavam acesos, a intensidade de luz era diminuída quando o condutor
acionava o vidro elétrico.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
112

Iniciando um diagnóstico de falhas, Rodrigo fez a desmontagem do forro da porta e viu que tanto o
motor elétrico quanto as polias dos cabos de aço da máquina de vidros estavam totalmente secos.
Então, ele fez uma lubrificação com graxa específica para esse tipo de material e acionou novamente
o vidro elétrico, momento em que notou uma pequena melhora. Testou, também, a tensão elétrica
que o motor recebia e observou que estava tudo dentro do especificado pelo manual técnico.
Depois de várias verificações, Rodrigo desmontou parte das canaletas dos vidros, o que fez eles su-
birem sem restrição alguma.
Por fim, concluiu que as canaletas dos vidros estavam causando uma restrição excessiva na subi-
da dos vidros, aumentando a corrente elétrica de consumo do motor do vidro elétrico por estar
forçando-o a trabalhar. Depois da limpeza e lubrificação das canaletas, a subida dos vidros voltou a
funcionar normalmente sem restrições de força.
O cliente do sr. Rodrigo ficou satisfeito com o resultado e se tornou um cliente fiel à oficina autoelé-
trica, além de indicá-la para os amigos que tinham algum problema elétrico com o veículo.

Após conhecer a história da autoelétrica do sr. Rodrigo, entenda como a ética e habilidades básicas de
relacionamento interpessoal interferem no trabalho de um reparador automotivo.

7.5 Ética e habilidades básicas do relacionamento interpessoal

Você já ouviu falar em ética? Segundo Moita (2008), esse termo se origina do grego ethos, e pode signi-
ficar caráter, costumes ou conduta; tendo plena relação com tudo que é bom ou moralmente aceito. Já, se-
gundo o dicionário Michaelis (2009), ética é “parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
ideais da conduta humana”. Logo, segundo Goldim (2000), quando se diz que determinada pessoa está
tendo um comportamento ético ela está procedendo de forma a não prejudicar o próximo, cumprindo
com os valores estabelecidos pela sociedade em que vive.
A ética deve ser praticada tanto na vida pessoal quanto profissional. As decisões tomadas, também
como as praticadas por você, profissional, serão a sua marca registrada. As pessoas se lembrarão de você
mais pelo seu comportamento e sua conduta do que pelo serviço ou atendimento que foi prestado. Ho-
nestidade, responsabilidade e competência são elementos básicos na conduta profissional.
Os códigos de conduta são amplamente adotados por empresas e profissionais com vistas a estabele-
cer um padrão de comportamento. De acordo com o site Ideas (2015, s. p),

[o] conteúdo do código de ética é formado de um conjunto de políticas e práticas es-


pecíficas, abrangendo os campos mais vulneráveis. Este material é reunido em um re-
latório de fácil compreensão para que possa circular adequadamente entre todos os
interessados. Uma vez aprimorado com sugestões e críticas de todos os envolvidos, o
7 Manutenção e Instalação
113

relatório dará origem a um documento que servirá de parâmetro para determinados


comportamentos, tornando claras as responsabilidades.

Você pode analisar que o código de ética, depois de formalizado, traduzirá parâmetros de condutas e
relacionamentos, estabelecendo diretrizes para uma boa convivência interpessoal com o grupo, seja de
colaboradores ou com clientes na prestação de serviços.
Surgirão situações nas quais você deverá decidir o que deve ser feito. Nesse momento, entram em cena
outros valores, como justiça, honradez, espírito de sacrifício, lealdade, comprometimento, disciplina e ho-
nestidade, que formarão o que se pode chamar de senso moral e consciência moral, conceitos que você
pode traduzir como opções entre o que é tido como bom e o que seria ruim como conduta dos indivíduos
em uma sociedade. Você pode entender que esses conceitos partem mais de uma percepção individual
do que de um conceito coletivo.
Como indivíduo de uma sociedade que busca oportunizar condições de igualdade a todos, você deve
nortear sua prática com exercício da cidadania, no qual cada um possui direitos e deveres civis, políticos e
sociais, de maneira que haja a preocupação coletiva com o respeito e cumprimento dos direitos e deveres,
na busca do equilíbrio social.

Para conhecer mais sobre seus direitos e deveres, leia a Constituição da República
SAIBA Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional
MAIS Constituinte, que em seus artigos 5º e 6º são estabelecidos os deveres e direitos do
cidadão.

Quando os integrantes de um grupo social preservam os valores individuais e universais na busca de


uma sociedade mais justa e equilibrada, na qual todos possuem as mesmas condições de progresso social
e econômico, você identifica o verdadeiro conceito de cidadania.
Ser ético é conduzir sua carreira profissional despertando a confiança das pessoas em suas tarefas, de
tal modo que seus princípios morais sejam preservados.
O trabalho executado de forma honesta trará credibilidade que você merece. A paixão pela profissão
faz o profissional doar-se de tal maneira que, por mais simples que venha a ser a tarefa, esta será executada
com total dedicação. É importante tratar todas as pessoas com cordialidade e empatia, de forma a gerar
cooperação mútua e melhor comunicação entre os indivíduos envolvidos no ambiente.
A atenção e o cuidado ao lidar com a eletricidade nunca são demais para um bom profissional. A mani-
pulação de grandezas elétricas, quando não executada de forma adequada, pode colocar em risco a vida
das pessoas. Quando uma tarefa deve ser realizada, principalmente em conjunto com outros profissionais,
certifique-se de que equipamentos e instrumentos de medição estão sendo manipulados de forma correta,
não oferecendo qualquer risco ao companheiro.
O seu conhecimento deve ser utilizado a favor das pessoas, jamais com o objetivo de atender apenas a
suas necessidades pessoais, ao contrário, utilizá-lo para o bem da sociedade.
SISTEMAS DE CONFORTO, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA
114

Lembre-se: Para que você possa ganhar o respeito das pessoas, primeiro deve agir com respeito e
honestidade.
O indivíduo que possuir uma boa consciência moral e excelente conduta social, respeitar os deveres
individuais em uma sociedade com referências éticas compromissadas com o desenvolvimento coletivo
tende ao sucesso profissional e pessoalmente.
Fazendo uma conexão com a história do sr. Rodrigo, do Casos e relatos anterior, pode-se dizer que ser
“ético” é diagnosticar e resolver o problema do cliente com honestidade e cobrar o valor justo para o ser-
viço, sem levar vantagens sobre o problema ou fazer um serviço mal executado.

Recapitulando

Neste capítulo do livro Sistemas de conforto, segurança e conveniência, você pôde estudar os
procedimentos de manutenção, instalação e diagnóstico de falhas, assim como a desmontagem e
montagem dos sistemas.
Você também viu que deve seguir os procedimentos técnicos dos manuais dos veículos e dos kits
de instalação, assim você estará apto a realizar manutenções e instalações em sistemas de som,
vidros, travas e retrovisores elétricos, bem como sistemas antifurto.
Por fim, você pôde também aprender a realizar o diagnóstico de falhas em relação a testes direcio-
nados aos sistemas que apresentam falha no funcionamento.
REFERÊNCIAS
4X4 BRASIl. Tópico: Sportage “conserto” vidros elétricos. Fórum. 2009. Disponível em: <http://
www.4x4brasil.com.br/forum/kia-sportage/26387-sportage-conserto-vidros-eletricos-7.html>.
Acesso em: 20 jun. 2015.
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MINICURRÍCULO DO AUTOR
Maicon de Oliveira Pereira possui graduação pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci
(UNIASSELVI) em 2007. Curso técnico em Manutenção automotiva pelo SENAI de Palhoça em
2013. É consultor técnico da empresa Doutor-IE Tecnologia Automotiva, desde 2009, atuando
no Departamento de consultoria técnica a reparadores automotivos para soluções e desenvolvi-
mento de tecnologia da informação para diagnóstico automotivo.
Índice

A
ABS, 21, 88
Acessórios, 16, 35, 42, 45, 54, 56, 60, 61, 64, 65, 71, 76, 77, 84, 111
Acionadores, 24, 67, 70, 71, 92
Acionamento, 6, 9, 13, 23, 24, 25, 26, 54, 55, 56, 57, 58, 62, 66, 67, 68, 69, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81,
82, 83, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 97, 98, 99, 105, 106, 107, 109, 110
Aço, 6, 30, 34, 38, 66, 76, 79, 97, 98, 111, 112
Acústica, 32, 117
Adaptações, 23
Airbag, 117
Alarme, 5, 6, 9, 10, 13, 25, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 68, 72, 76, 78, 101, 104,
105, 106, 107
Alimentação, 18, 24, 34, 46, 47, 49, 50, 51, 62, 63, 104
Alto-falante, 37
Alumínio, 38
Amplificação, 30, 92
Amplificador, 5, 9, 35, 36, 39, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51
Amplitude, 5, 31
Antifurto, 6, 9, 10, 13, 53, 54, 58, 104, 105, 106, 107, 114
Aranha, 37, 38
Áudio, 33, 48, 117
Automotivo, 9, 21, 22, 24, 25, 26, 29, 30, 32, 33, 43, 45, 46, 48, 51, 59, 62, 67, 71, 77, 103, 112, 119
Auxiliares, 33

B
Básicos, 15, 17, 29, 56, 61, 89, 91, 107, 112, 117
Bateria, 17, 18, 19, 24, 25, 26, 47, 50, 62, 63, 80, 84, 93, 98
Bobina, 22, 32, 35, 37, 38, 39, 40, 103
Bolsa, 88, 89, 90, 92, 93, 94
Botões, 6, 9, 76, 78, 79, 81, 109, 110

C
Cabos, 5, 6, 34, 35, 40, 45, 47, 48, 63, 66, 68, 76, 79, 97, 98, 111, 112
Calota, 37
Capacidade, 31, 40, 90
Capô, 54, 55, 57, 58, 62
Carcaça, 37, 38, 39, 91, 92
Centragem, 37, 38
Chicote, 5, 9, 22, 26, 32, 34, 35, 45, 56, 57, 63, 67, 68, 70, 71, 78, 79, 92, 93, 94, 104, 105, 107, 109,
110
Circuitos, 5, 13, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 45, 47, 49, 50, 51, 62, 65, 71, 76, 94, 102, 105, 106,
108, 109, 111
Coaxial, 5, 42
Comando, 51, 58, 63, 69, 71, 88
Combustível, 62, 63, 88, 92, 94
Componentes, 6, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24, 26, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 45,
46, 47, 49, 51, 53, 54, 55, 56, 58, 59, 62, 63, 65, 66, 67, 68, 69, 71, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 85, 87,
91, 93, 94, 95, 96, 98, 99, 101, 102, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 111, 117
Condutores, 5, 6, 16, 17, 18, 19, 23, 29, 30, 34, 38, 39, 45, 46, 48, 50, 51, 62, 67, 68, 71, 76, 96, 102,
103, 104, 106, 107, 108, 109, 110, 111
Conectores, 32, 34, 47, 94, 102, 106, 111
Conforto, 1, 13, 15, 16, 21, 22, 24, 25, 29, 53, 54, 55, 56, 61, 72, 75, 78, 83, 85, 96, 101, 106, 114
Convencional, 5, 6, 13, 55, 56, 62, 65, 66, 67, 69, 70
Conveniência, 1, 13, 15, 21, 22, 24, 25, 53, 54, 75, 83, 96, 101, 106, 114
Cordoalha, 37, 39
Corrente, 6, 17, 19, 22, 24, 35, 36, 39, 47, 48, 51, 105, 112
Cortina, 6, 10, 88, 89, 91

D
Decibéis, 31
DENATRAN, 54, 117
Diagnóstico, 15, 17, 21, 22, 24, 25, 26, 45, 53, 62, 65, 71, 75, 76, 77, 84, 87, 94, 95, 96, 98, 99, 101,
102, 103, 104, 106, 109, 110, 111, 112, 114, 119
Diagramas, 9, 13, 15, 16, 17, 19, 21, 45, 101, 102, 108
Drivers, 5, 42

E
Elétricos, 5, 6, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 32, 34, 35, 45, 46, 51, 62, 63, 64, 65,
66, 68, 69, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 85, 92, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110,
111, 112, 114, 117
Eletromagnetismo, 37, 117
Eletrônico, 4, 15, 16, 26, 77, 92, 109
Embarcada, 13, 16
Entreferro, 37, 38
Entretenimento, 29
EPI, 80, 83, 94, 96
Epis, 53, 62, 75, 77, 80, 83, 85, 94, 96, 98, 102, 106, 107, 110, 111
Equipamentos, 13, 15, 22, 23, 24, 26, 29, 30, 31, 33, 34, 40, 45, 53, 54, 55, 62, 71, 75, 76, 77, 84, 87,
93, 94, 95, 96, 98, 99, 101, 102, 104, 105, 106, 108, 111, 113
Especificado, 45, 112

F
Fábrica, 16, 30, 54, 55, 65, 66, 75, 76, 78, 82
Fechadura, 5, 55, 66, 68
Ferramenta, 22, 23, 62, 77
Fibra, 110
Fonte, 5, 17, 47, 48, 49, 50, 60
Frequências, 5, 17, 30, 31, 35, 40, 41, 42, 43, 44, 51, 54, 58, 59, 102, 106
Frontal, 10, 88, 89, 90, 91
Full-range, 5, 44
Funcionamento, 9, 10, 13, 15, 16, 22, 23, 26, 29, 30, 34, 36, 46, 47, 48, 50, 51, 54, 57, 62, 67, 68, 70,
75, 76, 80, 81, 82, 83, 85, 87, 88, 89, 91, 97, 98, 99, 102, 104, 105, 106, 111, 114
Fusíveis, 5, 17, 18, 47, 62, 63, 105, 107

G
Gasoso, 88
Gerenciamento, 5, 9, 10, 13, 22, 25, 56, 57, 59, 60, 61, 63, 70, 76, 77, 78, 88, 91, 92, 94, 95, 109, 110
Guarnição, 37, 39

H
Habitáculo, 5, 51, 57, 61, 63, 109
Hertz, 31, 40

I
Iluminação, 18, 22, 25, 96
Ímã, 37, 38
Impedância, 32, 39, 40, 49
Instalação, 5, 6, 9, 10, 13, 15, 16, 21, 22, 26, 29, 34, 35, 36, 45, 46, 47, 51, 54, 55, 56, 62, 63, 64, 65,
67, 68, 69, 70, 72, 75, 77, 79, 80, 82, 83, 85, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 110, 111, 114
Instalações, 9, 16, 22, 29, 44, 45, 46, 51, 65, 77, 106, 108, 110, 114
Instrumento, 22, 24
Interpretação, 13, 15, 16, 18, 19, 24, 26, 109
Interruptor, 5, 17, 18, 20, 59, 63, 82, 105
Interruptores, 9, 55, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 66, 69, 76, 78, 98, 106
L
Lâmpada, 16, 17, 18, 20, 26, 92, 94
LEDS, 20, 24, 58, 62
Luvas, 62, 77, 96, 106, 111

M
Manutenção, 6, 10, 15, 21, 26, 39, 53, 65, 68, 71, 75, 83, 87, 89, 92, 93, 96, 98, 101, 102, 103, 106,
109, 110, 111, 114, 119
Manutenções, 15, 21, 80, 85, 94, 95, 96, 106, 109, 110, 111, 114
Materiais, 30, 38, 45, 80, 96, 101, 108
Mecânico, 4, 16, 25, 68, 76, 79, 84, 89, 92, 98, 105, 106
Memória, 33, 92
Mídia, 5, 9, 29, 33, 34, 35, 36, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 102, 103
Monitorar, 55, 60, 91
Montadora, 17, 34, 45, 54, 81
Multímetro, 5, 9, 22, 23, 24, 40, 62, 94, 102, 104, 106, 108
Música, 31

N
Negativo, 19, 23, 24, 36, 59, 62, 63, 67, 68, 77, 93
Nitrogênio, 10, 88, 89, 92
Nível, 29, 31, 35, 60, 92

O
Óculos, 62, 77, 96, 106
Oscilações, 31

P
Pantográfico, 6, 76, 79, 80
Papel, 30, 38, 60
Para-brisas, 59, 81
Passageiro, 10, 25, 76, 88, 89, 90, 91, 93, 94, 96, 110, 117
Pirotécnicos, 10, 88, 92, 94, 95, 97, 98, 117
Plástico, 38, 84
PMPO, 40
Polaridade, 5, 9, 22, 23, 24, 36, 62, 67, 69, 77, 81, 106
Polímero, 88, 93
Portas, 5, 26, 33, 36, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 62, 63, 65, 66, 68, 69, 70, 71, 77, 79, 80, 81, 82, 84, 90,
91, 93, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112
Potência, 16, 17, 26, 30, 31, 35, 38, 40, 46, 47, 48, 76, 103
Pressão, 36, 39, 60, 96, 97
Pré-tensionadores, 10, 92, 94, 96, 99
Projeto, 35, 38, 45, 47, 51, 64, 69, 81, 127, 128
Propagação, 36, 60
Proprietários, 30, 53, 54
Proteção, 53, 62, 77, 87, 95, 96, 106, 110, 111

Q
Quadriaxial, 5, 43

R
RCA, 5, 35, 49
Reprodutor, 9, 32, 33, 34, 35, 36, 39, 45, 46, 48, 50, 102, 103
Resistores, 18, 76, 78
Retrovisores, 6, 9, 10, 75, 80, 81, 82, 83, 85, 107, 109, 110, 111, 114
RMS, 40, 47, 49
Rotativo, 6, 10, 93, 94, 95

S
Scanner, 5, 9, 22, 24, 25, 77, 93, 94, 98
Segurança, 1, 10, 13, 15, 16, 21, 22, 24, 25, 53, 54, 55, 56, 57, 65, 72, 75, 83, 85, 87, 88, 92, 93, 94,
95, 96, 97, 98, 101, 102, 104, 106, 107, 110, 114, 117, 118
Sensores, 10, 25, 46, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 63, 88, 91, 92, 94, 106, 107
Símbolos, 16, 17, 19
Sincronizações, 33
Sirene, 5, 54, 55, 56, 57, 58, 60, 61, 63, 107
Sistema, 5, 6, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 38, 39, 44, 45, 46,
47, 48, 49, 50, 51, 53, 54, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 75, 76, 77, 78,
79, 80, 82, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107,
108, 109, 110, 111
Sistemas, 1, 5, 6, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 38, 39, 44, 45,
46, 47, 48, 49, 50, 51, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 75,
76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 101, 102, 103, 104,
105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 114, 118
Sódio, 88, 89, 92
Som, 5, 6, 9, 10, 13, 22, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 39, 40, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 54,
56, 58, 60, 84, 101, 102, 103, 104, 109, 111, 114, 117
Subwoofer, 5, 40
Suspensão, 37, 39
T
Tecnologias, 2, 4, 16, 25, 34, 56, 76, 88, 117, 119
Tensão, 16, 17, 23, 24, 26, 36, 40, 47, 49, 58, 62, 76, 77, 78, 92, 94, 112
Terminais, 18, 34, 36, 37, 39, 48, 77, 78, 108
Trânsito, 29, 30, 53, 56, 63, 117
Triaxial, 5, 43
Tweeters, 5, 42, 43, 44

U
Ultrassom, 5, 56, 57, 58, 59, 60, 63

V
Vibração, 30, 58
Vibrações, 30, 31
Vidros, 6, 9, 10, 13, 22, 23, 25, 26, 54, 55, 56, 63, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 84, 85, 101, 107, 108,
109, 110, 111, 112, 114, 117
Volante, 56, 89, 93, 94, 95
Volumétrico, 25, 56, 57

W
Watts, 47, 49
Woofer, 5, 41, 42, 43

Z
Zinabre, 35, 78
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Pinto Morgado


Gerente Executivo de Educação Profissional e Tecnológica

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Maicon de Oliveira Pereira


Elaboração

Teófilo Manoel da Silva Júnior


Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Coordenação do Projeto

Sabrina Paula Soares Scaranto


Design Educacional

Paulo Lisboa Cordeiro


Ilustrações e Tratamento de Imagens

Thinkstock
Freeimages
Banco de imagens
Allesse Carvalho Rodrigues
Edison Bonifácio
Felipe Leonardo Reis dos Anjos
Francisco David de Lima e Silva
Sérgio Luis Carvalho Flor
Comitê Técnico de Avaliação

Tatiana Daou Segalin


Diagramação

Tatiana Daou Segalin


Revisão e Fechamento de Arquivo

Luciana Effting Takiuchi


CRB – 14/937
Ficha Catalográfica

Tikinet
Revisão Ortográfica e Gramatical

Tikinet
Normalização

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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