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Sistema de Carga e Partida

SENAI CIMATEC®

1 ____________________________________________________________________________
Sistema de Carga e Partida

Salvador
2013
Copyright 2012 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados

Área de Mobilidade

Elaborador: Enoch Dias Santos Junior; Técnico.

Revisão Técnica: Pedro Bancillon Ventin Muniz; Gabriel Santana dos Santos

Revisão Pedagógica: Ana Cristina Luz Santos

Normalização: Rita de Cássia Machado da Silva

Catalogação na fonte (NDI – Núcleo de Documentação e Informação)

__________________________________________________________________________

SENAI- DR BA. Sistema de Carga e Partida. Salvador, 2013.

52 p. il. rev.01

1. Sistema de Carga e Partida. I.Título

CDD 629.254

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SENAI CIMATEC®
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Salvador – Bahia – Brasil
CEP 41650-010
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Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade


e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação profissional e
superior, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos. Essas atividades, com conteúdos
tecnológicos, são direcionadas para indústrias nos diversos segmentos, através de
programas de educação profissional, consultorias e informação tecnológica, para
profissionais da área industrial ou para pessoas que desejam profissionalizar-se visando
inserir-se no mercado de trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia a dia do profissional, e
apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de
forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do conteúdo apresentado no
módulo.

Por ser um material dinâmico, que merece constante atualização e melhorias, caso o
leitor encontre erros, inconsistências, falhas e omissão de algum conteúdo, favor entrar em
contato com a Área de Desenvolvimento de Produtos Industriais do SENAI CIMATEC.
Estamos sempre abertos para melhorar o nosso material didático.
SUMÁRIO

1 SISTEMA ELÉTRICO DE CARGA E 3.1 PARTES PRINCIPAIS ........................ 35


PARTIDA .......................................... 6 3.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA
GERAÇÃO DE ENERGIA .................... 35
1.1 AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS
3.3 CONSTRUÇÃO DO ALTERNADOR
BATERIAS ...................................... 6
..................................................... 37
1.2 AS PARTES PRINCIPAIS DA
3.4 RETIFICAÇÃO DA CORRENTE .... 40
BATERIA ........................................ 6
3.5 CIRCUITO ELÉTRICO GERAL DO
1.3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 6
ALTERNADOR ................................. 42
1.4 IDENTIFICAÇÃO DE UMA BATERIA
3.6 REGULADOR DE TENSÃO........... 46
..................................................... 11
3.7 DIAGNÓSTICO ELÉTRICO ........... 49
1.5 DIAGNÓSTICO E VERIFICAÇÕES
DA BATERIA ................................ 11 REFERÊNCIAS ..................................... 52
SISTEMA DE PARTIDA ........................ 25
2 SISTEMA DE PARTIDA ................. 25
2.1 PARTES PRINCIPAIS ........................ 26
2.2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ....... 26
2.3 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE
PARTIDA ......................................... 29
2.4 CUIDADOS GERAIS .......................... 31
SISTEMA DE CARGA ........................... 35
3 SISTEMA DE CARGA .................... 35

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Mecânico de Automóveis

Sistema Elétrico de Carga e


Partida 1

1 Sistema Elétrico de Carga e exceder a capacidade do sistema de


Partida carga.

1.1 AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS 1.2 AS PARTES PRINCIPAIS DA


BATERIAS BATERIA

Os diversos circuitos eletrônicos


Figura 1 - Bateria
dos veículos necessitam de uma fonte de
energia para alimentá-los. Esta energia
pode ser conseguida de duas maneiras
distintas: pelo alternador, acoplado ao
motor térmico ou pela bateria.
A bateria é um dispositivo de
armazenamento de energia química que
tem a capacidade de transformar essa
energia em energia elétrica quando
solicitada.
Logo, ao contrário do que
comumente se acredita, as baterias não
são depósitos de energia elétrica, mas sim Fonte: Apostila Fiat
de energia química, até que um circuito
seja conectado em seus polos dando 1. Caixa a prova de ácido (feito de
origem a uma reação química que ocorre
borracha rígida ou plástico).
em seu interior, convertendo essa energia
química em elétrica que é então fornecida 2. Elementos da bateria:
ao circuito.
• Fornecer energia para fazer funcionar (a) Placas positivas;
o motor de partida; (b) Placas negativas;
• Prover de corrente elétrica o sistema (c) Separadores.
de ignição e injeção durante a partida;
• Suprir de energia as lâmpadas das 3. Solução de Bateria ou eletrólito
lanternas de estacionamento, e outros
(mistura composta de ácido sulfúrico
equipamentos que poderão ser
usados enquanto o motor não está e água).
operando;
1.3 PRINCÍPIO DE
• Agir como estabilizador de tensão FUNCIONAMENTO
para o sistema de carga e outros O princípio de funcionamento da
circuitos elétricos; bateria consiste de placas positivas e
• Providenciar corrente quando a placas negativas compostas de metais
demanda de energia do automóvel

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Mecânico de Automóveis

quimicamente ativos, moldados sobre do elemento (conjunto positivo e o


uma chapa. conjunto negativo).

Construção dos elementos Figura 3 - Placas da Bateria

Cada elemento é composto


essencialmente de jogos de placas
positivas e negativas, separadores e de
partes necessárias para a montagem e
conexão. As placas são construídas em
forma de chapas, semelhantes a uma
peneira grossa, cobertas com material
ativo. Essa peneira grossa, também Fonte: Apostila Fiat
chamada de grade, é composta de uma
liga de chumbo e antimônio nas baterias
úmido-carregadas (com manutenção). Para a montagem dos elementos,
Nas placas positivas, de cor entrelaça-se as placas positivas e
marrom escuro, o material ativo é o negativas e introduz entre elas um
dióxido de chumbo (Pbo2), e nas separador isolante, o que impede que
negativas o material ativo é o chumbo ocorra curto entre as placas.
esponjoso (Pb), de cor cinza claro. Nas Esses jogos de placas montadas
baterias seco – carregadas (sem são chamados elementos da bateria e
manutenção), também chamadas de estão apoiados sobre pontes, sem tocar
híbridas, a grade positiva é feita de uma no fundo da caixa.
liga de antimônio (PbSb) e placa negativa
de liga de chumbo-cálcio (PbCa), que
propicia maior vida útil e baixíssimo Figura 4 - Elemento da Bateria
consumo de água, não exigindo
manutenção.

Figura 2 - Placa da Bateria

Material Ativo

Placa

Fonte: Apostila Fiat


Fonte: Apostila Fiat Deve se deixar um espaço para a
Essas placas são agrupadas e sedimentação de resíduos que se
ligadas em paralelo, formando uma parte

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Mecânico de Automóveis

fragmentam das placas, o que evita um Figura 6 - Densidade de Líquido


curto circuito entre elas.

Esses conjuntos são ligados entre


si, em série, por uma tira metálica, sendo
que os últimos polos dos conjuntos
externos projetam-se para fora da caixa e
vão constituir os polos positivo e negativo
da bateria.

Figura 5 - Conjunto de Elementos

Fonte: Apostila Fiat


Assim quando a bateria está com
carga total, o eletrólito é 26% mais pesado
Fonte: Apostila Fiat que a água.
Distingue se o polo negativo do Porém à medida que a bateria vai
positivo: se descarregando, a quantidade de ácido
sulfúrico (H2SO4) vai diminuindo,
enquanto aumenta a quantidade de água.
• Pelo tamanho, o polo
Desta forma a densidade do eletrólito
positivo geralmente é maior que o
também diminui durante o processo de
negativo;
descarga.
• Pelas marcas "+" (positivo)
A medida da densidade da solução
e "-" (negativo) estampadas na tampa
superior ou nos próprios polos; de uma bateria é um teste básico do seu
estado e carga, pois a densidade do
• Ou ainda, pela coloração eletrólito diminui quando a bateria está
dos polos: escuro (+), claro (-). descarregada.
Esse conjunto de placas Figura 7 - Densidade X Carga
(elementos) é imerso em solução de ácido
sulfúrico e água (eletrólito), que vai
provocar a reação entre metais ativos das Densidade a
Estado de carga
placas. 26,5° C
Quando a bateria está totalmente 1,260 – 1,280
carregada a solução fica com 100%
aproximadamente 36% ácido e 64% água g/cm3
(por peso) e é dito que sua densidade é 1,230 – 1,250
de 1,260g/cm3 à temperatura de 26,5° C. 75%
g/cm3
1,200 – 1,220
50%
g/cm3

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Mecânico de Automóveis

1,170 – 1,190 Quando um circuito externo é


25% conectado, entre os polos da bateria
g/cm3
inicia-se um fluxo de corrente que desloca
1,140 – 1,160 os elétrons das placas negativas até as
Baixa capacidade positivas, até que haja o equilíbrio elétrico.
g/cm3
Enquanto isso está se
1,110 – 1,130
Descarregada processando uma reação química de
g/cm3 descarga:

Fonte: Apostila Fiat Pb02 + 2H2S04 + Pb =>


PbSO4 + 2H20 + PbSO4
Funcionamento

Os sulfatos (SO4) vão para as


Entre o peróxido de chumbo das placas enquanto que os óxidos vão para o
placas positivas, o chumbo das placas ácido. Diz-se então que a bateria está
negativas e o eletrólito, ocorre uma reação descarregando. Enquanto isso ocorre,
química que provoca um desequilíbrio de uma parte do eletrólito rompe as ligações,
cargas entre as placas, tornando as desprende-se e deposita-se sobre as
carregadas, uma positivamente e outra placas formando uma cobertura de sulfato
negativamente e assim permanecem até de chumbo, que será tanto maior quanto
que possa ocorrer o equilíbrio através de maior for a corrente que flui através da
um circuito externo. bateria. A esse fenômeno dá se o nome
de Sulfatação da Bateria.
Figura 8 - Reação Química SULFATAÇÃO: formação de
rígidos cristais de sulfato de chumbo
sobre as placas, quando as baterias são
descarregadas. Eventualmente essa
sulfatação pode inibir as reações
químicas, quando a bateria é dita
descarregada.
A característica mais importante da
bateria é sem dúvida a capacidade de
reversão das reações químicas.
Desde que haja um gerador de
corrente elétrica, um dínamo ou alternador
ligados em paralelo com a bateria que
provoquem o fluxo de corrente no sentido
contrário, acontecerá a reação química
reversa que irá provocar uma diferença de
potencial entre as placas, quando
estiverem devidamente carregadas.
Cada elemento acumula
aproximadamente 2,1 volts. Se
conectarmos em série, 6 (seis) elementos
teremos uma bateria de 12,6 volts quando
Fonte: Apostila Fiat estiver totalmente carregada, e nesse

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Mecânico de Automóveis

caso, a densidade do eletrólito será de Figura 10 - Autodescarga das Baterias


1,260.

Figura 9 - Bateria

Fonte: Apostila Fiat


Fonte: Apostila Fiat
Quando há superaquecimento do
eletrólito, uma certa quantidade destas
moléculas são liberadas para a atmosfera
Tanto a umidade como a sujeira
através dos furos de respiro da tampa.
sobre a bateria pode provocar uma fuga
Quando combinadas em forma de de corrente entre os terminais da bateria e
água, saem em forma de vapor. a carroceria do automóvel, que provocam
Também são liberados átomos de sua descarga.
hidrogênio puro, que é inflamável. O ácido que se desprende de
Portanto, não aproxime de chamas, pois bateria além de causar sua descarga pode
há perigo de explosão. também atacar as chapas do automóvel.
Portanto, é bastante importante manter os
polos e a bateria sempre limpos e secos.
Perda de carga:
Uma bandeja com dreno deve ser
prevista, para escoar possíveis
vazamentos.
As baterias armazenadas sofrem
uma perda constante de carga, mesmo
que não sejam solicitadas para nenhum Nível do eletrólito
uso. Essa autodescarga como é chamada,
varia em função da temperatura.
Por exemplo: Uma bateria à A evaporação e a ação química no
temperatura de 35˚ C poderá perder processo de carga libertam átomos da
totalmente sua carga em pouco mais de água. A eletrólise, que ocorre no processo
um mês, enquanto que uma bateria de carga, liberta átomos de hidrogênio e
armazenada à temperatura de 10˚ C de oxigênio que escapam pelos furos de
pouco perderá em um ano. respiros das tampas (como já foi dito).
O nível do eletrólito da bateria
deve ser verificado periodicamente (a
cada 15 dias) e se necessário ser
corrigido. Para isso, deve se adicionar
SOMENTE água pura, até completar 1,5

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Mecânico de Automóveis

cm acima das placas. Não confundir com 60Ah Capacidade


altura dos separadores. Nota: Os dados fornecidos
Muitas baterias trazem na tampa alfanuméricos aplicam-se a uma bateria
uma marca do nível correto do eletrólito. nova e totalmente carregada.
Classificação:
Figura 11 - Nível do Eletrólito

As baterias são classificadas


segundo vários critérios de desempenho.
Estes critérios são normalizados em
termos de tempo, grandeza elétrica e
temperatura.
• Ampère x hora (A.h): este é
o critério mais usado. Baseia-se na
corrente que a bateria pode fornecer
constantemente durante 20 horas de
descarga à temperatura de 26,5˚ C sem
que sua tensão "caia" abaixo de 10,5
volts. Por exemplo: Uma bateria que
Fonte: Apostila Fiat consegue fornecer 3,0 A continuamente
durante 20 horas, é classificada como
1.4 IDENTIFICAÇÃO DE UMA bateria 60 A.h (3A x 20 horas = 60 Ah);
BATERIA

• Watt: é a potência máxima


Existem algumas informações nas que pode ser consumida a 18˚ C pelo
baterias que classificam as mesmas. motor de partida;

Figura 12 - Identificação da Bateria


• Desempenho a frio
(corrente de partida a frio – C.C.A.):
Baseia-se na corrente máxima que a
bateria pode fornecer durante 30
segundos de partida, mantendo a tensão
maior que 7,2 volts;

• Reserva de capacidade: é o
tempo máximo que uma bateria pode
manter um fornecimento de 25 A a 26,5˚
C, sem ficar abaixo de 10,2 volts (é dado
em minutos).
Fonte: Apostila Fiat

1.5 DIAGNÓSTICO E VERIFICAÇÕES


12V Tensão da bateria DA BATERIA
590A Corrente que a bateria
fornece (CCA) Para economizar tempo, energia e
90RC Reserva de capacidade custo desnecessário, as verificações
preliminares devem ser feitas antes de

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Mecânico de Automóveis

testar a bateria. Geralmente, um mau • Luz do compartimento do


funcionamento pode ser determinado porta-luva fica ligada indefinidamente com
observando a condição física da bateria. a tampa fechada;
As seguintes inspeções visuais • Luz do compartimento do
devem ser feitas antes do teste: motor acesa continuamente;
• Verifique se a bateria do • Luz do porta-malas ou luz
veículo possui especificações compatíveis interna acesa constantemente;
com o modelo e acessórios instalados;
• Acessórios não originais
• Inspecione a caixa e a instalados inadequadamente, como
tampa da bateria quanto a rachaduras ou amplificadores que permanecem ligados
amassamentos. Essas condições podem mesmo com o som desativado, por
ser causadas por suportes de fixação exemplo.
muito apertados ou muito frouxos,
Procedimentos de teste
exposição a calor extremo no
compartimento do motor ou congelamento
do eletrólito. Acúmulos de ácido na tampa Os testes da bateria determinam o
da bateria podem indicar vazamento, estado da carga da bateria e sua
transbordamento ou formação de gases capacidade de acionar o motor. O objetivo
devido a uma taxa de carga elevada; desses testes é mostrar se a bateria está
• Inspecione as braçadeiras boa, precisa de recarga ou deve ser
do cabo quanto a depósitos excessivos de substituída. A causa de um mau
corrosão, ou conexões soltas dos funcionamento da bateria nem sempre é
terminais da bateria. Qualquer uma óbvia. Os procedimentos de teste a seguir
dessas condições poderá resultar em ajudam a indicar com precisão a origem
queda de tensão através dos cabos; do problema. Consulte o Manual de
Serviço do veículo apropriado quanto aos
• Verifique quanto ao
procedimentos mais detalhados.
aterramento seguro das conexões no
motor e na carroçaria. Verifique também
as conexões no alternador e no regulador Os testes mais comuns realizados
de tensão; em baterias são:
• Certifique-se de que os • O de densidade, executado
terminais da bateria não estejam com o auxílio de um densímetro;
quebrados e nem soltos. Essas conexões
também devem estar limpas e livres de • Os de descarga executados
acúmulos; com o auxílio de um Voltímetro e
Amperímetro com reostato (carga).
• Verifique a superfície
externa e os terminais da bateria quanto a
sinais de mau uso e abuso, tais como Teste de densidade
marteladas ou remoção incorreta do cabo.
Isso geralmente oferece dicas sobre o
mau funcionamento da bateria; Um dos testes práticos mais
utilizados para se verificar a carga de uma
Se a bateria descarregada for
bateria é o de medição da densidade do
relativamente nova, teste o consumo de
eletrólito. Para isso utiliza-se o
corrente. A seguir, algumas das áreas
densímetro.
mais comuns de problemas de consumo
de corrente: O teste de densidade deve ser
efetuado a temperatura de 26,5 C,
observando que as leituras das

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Mecânico de Automóveis

densidades de cada elemento não devem O teste deverá ser realizado


variar de 50 entre elas. Se isso acontecer conforme as informações contidas no
a bateria deverá ser substituída, pois manual do fabricante da bateria.
significa que está havendo desgaste
De modo geral, pode ser feito
químico desigual entre os elementos.
aplicando uma corrente de descarga à
bateria, igual a 3 vezes sua corrente em
Ah, durante 15 segundos. A tensão não
Figura 13 - Teste de Densidade
poderá cair abaixo de 9,6V.
Obs.: Após efetuado o teste de
descarga, recarregue a bateria por 3
minutos no mínimo, utilizando uma
corrente igual a 10% do valor da corrente
nominal em Ah.
Depois de efetuados os testes, a
bateria deverá receber no mínimo 3
minutos de carga de um aparelho externo,
não deixando a carga ultrapassar 40
Ampères.
Fonte: Apostila Fiat

Figura 14 - Densímetro Figura 15 - Carga de Bateria

Fonte: Apostila Fiat

Testes de descarga da bateria


(capacidade). Fonte: Apostila Fiat

Instrumentos de teste
O teste de descarga consiste em
determinar a capacidade de fornecimento
de corrente elétrica de uma bateria a um Vários dispositivos são utilizados
sistema elétrico, com a tensão mantendo- para testar e diagnosticar as baterias
se acima de determinado valor, de tal
automotivas. Esses dispositivos incluem o
forma que os demais sistemas elétricos
voltímetro, a lâmpada de teste, o
possam ser mantidos em funcionamento.
equipamento de teste de carga e partida
(visto anteriormente) e a pinça
amperimétrica.

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Mecânico de Automóveis

Voltímetro TESTES
Teste de tensão de circuito aberto
O voltímetro tem várias aplicações,
inclusive:
Figura 16 - Voltímetro
• Determinação da condição e do
estado de carga da bateria;
• Teste dos cabos da bateria;
• Teste dos sistemas elétricos
quanto a curtos e fugas de
corrente.

O voltímetro pode ser utilizado


para verificar o estado da carga das
baterias convencionais, de baixa
manutenção e sem manutenção.

Lâmpada de Teste
Fonte: Apostila Fiat

A lâmpada de teste é utilizada para Figura 17 - Estado de Carga


detectar fuga de corrente da bateria.
Consiste de uma lâmpada pequena
conectada entre dois cabos condutores. O
fluxo de corrente entre as conexões
causará o acendimento da lâmpada.
A lâmpada é um equipamento de
teste prático, mas bastante limitado,
devendo ser substituída por instrumentos
mais modernos caso possível.

Equipamento para teste de


sistema de carga e partida

O equipamento de teste de carga e


partida é um equipamento de teste multi- Fonte: Apostila Fiat
uso, utilizado para testar a capacidade da
bateria de dar partida ao motor. O teste de tensão de circuito
aberto é utilizado para indicar o estado de
carga da bateria.
Pinça amperimétrica

1. Se a bateria acabou de ser


A pinça amperimétrica, conectada recarregada ou esteve em serviço, a
ao multímetro e instalada no circuito, carga superficial existente deve ser
determina o consumo de corrente. removida antes que seja possível fazer

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Mecânico de Automóveis

leituras precisas. Se em serviço, ligue o Figura 18 - Teste de Fuga e Corrente


facho alto dos faróis por dez segundos;
desligue os faróis. Em seguida, deixe o
veículo parado por dois minutos.

2. Com o motor e todos os


acessórios desligados, desconecte o cabo
negativo da bateria. Encoste a ponta preta
no terminal negativo (-) e a ponta
vermelha do voltímetro no terminal
positivo (+) da bateria. Em seguida, leia a
tensão no gráfico acima.
Nota: Se a leitura no voltímetro for
um sinal negativo (-), a bateria está com a
polaridade invertida e deve ser
substituída, ou o medidor foi Fonte: Apostila Fiat
incorretamente conectado.
Este teste indicará se há uma fuga
de corrente na bateria que possa estar
3. Uma bateria com plena carga ou causando a descarga da bateria.
quase, deve fornecer uma leitura de 12,50
V ou acima, nesse teste.
Nota: O OCV deve ser maior que
12,5 V para a execução dos testes de
4. Para determinar o peso fuga de corrente a seguir:
específico do eletrólito da bateria ou o
estado da carga, use o gráfico de estado
de carga da bateria. Procedimento de Teste
• Siga a tensão subindo na curva
linear a fim de determinar o estado de
carga ou o peso específico do eletrólito. Use uma lâmpada de teste para
acompanhar este procedimento de teste:
1. Certifique-se de que nenhum
5. Se o voltímetro não fornecer acessório esteja ligado. Lembre-se de
qualquer leitura, verifique se o mesmo desconectar a lâmpada do compartimento
está corretamente conectado. Verifique o do motor, uma vez que você tenha certeza
medidor e os cabos condutores de uma de que ela está desligando corretamente;
bateria boa. Se as conexões estiverem
corretas e você ainda não tiver qualquer 2. Desconecte o cabo negativo da
leitura, carregue a bateria para uma OCV bateria e conecte uma lâmpada de prova
maior que 12,5 V antes de prosseguir com à braçadeira do cabo. Coloque o cabo da
os testes da bateria. lâmpada de prova no terminal negativo da
bateria. Não ligue a chave de ignição.

Teste de fuga de corrente da


bateria com a lâmpada de teste Conclusão do teste

• A luz não deve acender. Se a luz


acender, isso indica uma fuga

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Mecânico de Automóveis

contínua de corrente que poderia partida, um por vez, para localizar


causar descarga da bateria. Os o circuito com problema.
principais suspeitos de problemas
de fuga de corrente são as luzes
do veículo (compartimento do Nota: Um voltímetro, às vezes, é
motor, porta-luvas, porta-malas, usado para um teste de fuga de corrente,
etc.) que não desligam porém irá reagir com fuga normal muito
corretamente. pequena causada por sistemas
eletrônicos "sempre ligados", como o
• Se a fuga de corrente não for bloqueio da partida, alarme anti-furto,
causada por uma luz do veículo, entrada iluminada e etc. Essas fugas são
remova os fusíveis um por vez até tão pequenas que não causam qualquer
que a causa da fuga seja problema durante o funcionamento
localizada. Se a fuga de corrente normal. A lâmpada de teste geralmente
ainda for indeterminada, indica apenas as fugas grandes o
desconecte os cabos no relé do suficiente para causar um problema.
motor de partida um por vez para
localizar o circuito com problema.
Teste de fuga de corrente da
bateria com pinça amperimétrica CC
Para verificar fugas eletrônicas que
são interrompidas quando o cabo da
bateria é desconectado. O teste de fuga da bateria
determina se há uma fuga de corrente da
bateria que possa fazer com que ela fique
1. Conecte a lâmpada de prova descarregada. Esse tipo de teste pode ser
como no teste anterior. feito usando uma pinça amperimétrica CC
conectada a um multímetro (mAcc).
2. Sem acionar o motor, gire o Nota: O OCV deve ser maior do
interruptor de ignição para a posição ON que 12,5 V para executar os testes a
(LIGADO) por alguns instantes e, em seguir:
seguida, para OFF (DESLIGADO). Se 1. Coloque a ignição na posição
aplicável, aguarde um minuto para que as OFF e certifique-se de que não há cargas
luzes da iluminação de entrada se elétricas. Após determinar que a lâmpada
apaguem. do compartimento do motor é desligada
adequadamente ao fechar o capuz,
desconecte a lâmpada;
Conclusão do teste

2. Fixe a pinça amperimétrica


• A luz não deve acender. Se a luz
firmemente em volta do cabo positivo ou
acender após alguns minutos, e
terra da bateria (todos os cabos, no caso
não tiver acendido no teste
de dois ou mais cabos condutores ao
anterior, a fuga muito
terminal).
provavelmente é mau
funcionamento de um componente
eletrônico. Remova os fusíveis, um Nota: Não dê partida ao veículo
por vez, até que a causa da fuga com a pinça no cabo.
de corrente seja localizada. Se a
fuga ainda for indeterminada,
desconecte os cabos no relé de

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Mecânico de Automóveis

• A leitura de corrente (fuga de 1.6 RECARGA DA BATERIA


corrente) deve ser menor que 0,05
A. Se exceder 0,05 A, indica uma
fuga contínua de corrente, que Caso seja necessário efetuar uma
poderia causar descarga da recarga, recomenda-se seguir as
bateria. As possíveis fontes de instruções prescritas no manual do
fuga de corrente da bateria são as fabricante de cada bateria.
lâmpadas do veículo De maneira geral, a corrente de
(compartimento do motor, porta- recarga deve ser igual a 10% da
luvas, porta-malas e etc.) que não capacidade de corrente nominal em Ah,
desligam corretamente. durante um tempo variável entre 4,5 a 15
horas, conforme a tabela abaixo:

• Se a fuga não for causada por uma


lâmpada do veículo, remova os Figura 19 - Tensão da Bateria X Tempo de
fusíveis, um por vez, até que a Carga
causa da fuga seja localizada.
TENSÃO DA TEMPO DE
BATERIA EM RECARGA (h)
Para verificar fugas eletrônicas que VAZIO(V)
são interrompidas quando o cabo da
bateria é desconectado. 12,0 a 12,2 4,5

11,8 a 11,99 7,0


1. Siga os Passos 1 a 5 do Teste
de fuga de corrente da bateria com 11,5 a 11,79 9,0
voltímetro.
11,0 a 11,49 11,0

2. Sem dar partida ao motor, gire o Descarregada 15,0


interruptor de ignição para RUN durante
Fonte: Apostila Fiat
alguns momentos e, em seguida, para
OFF. Se aplicável, aguarde um minuto
para que as luzes da entrada iluminada Para fazer a leitura da tensão da
sejam desligadas. bateria a vazio, de acordo com a tabela
anterior, deve-se aguardar
aproximadamente uma hora com a bateria
3. Conecte o multímetro e leia a em repouso, ou realizar uma descarga na
corrente. bateria com uma corrente de 200 A,
• A leitura da corrente (fuga de durante 15 segundos em média e logo em
corrente) deve ser menor que 0,05 seguida fazer a medição.
A. Se exceder da bateria 0,05 A
após alguns minutos, e se essa
fuga não foi revelada nos testes Cuidado: Instruções específicas
anteriores, a causa mais provável acompanham cada recarregador de
é um mau funcionamento de um bateria e devem ser seguidas na íntegra.
componente eletrônico. Como nos As instruções de segurança fornecidas
testes anteriores, remova os pelo fabricante não devem ser
fusíveis, um por vez, para localizar desconsideradas pelo operador.
o circuito com problema.

____________________________________________________________________________ 17
Mecânico de Automóveis

Antes de recarregar uma bateria • Uma bateria fria (abaixo de 5°C)


descarregada, inspecione e corrija as não aceitará prontamente uma
seguintes condições, se existentes: carga. Ao conectar um
recarregador rápido numa bateria
fria, a taxa de carga será baixa
- Correia do alternador solta; inicialmente e, em seguida,
- Chicote do alternador/regulador aumentará com o aumento da
de voltagem prensado ou aterrado; temperatura da bateria. Não tente
recarregar uma bateria congelada.
- Conexões soltas do chicote no Deixe-a alcançar
alternador e/ou regulador de tensão; aproximadamente 16°C antes de
- Conexões soltas ou corroídas na começar a recarregar.
bateria, relé do motor de partida e/ou terra • Uma bateria que esteja em estado
do motor. altamente descarregada (OCV
- Fuga excessiva de corrente da abaixo de 12,5 V) poderá ser lenta
bateria. para aceitar uma recarga a
princípio e em alguns casos
poderá não aceitar uma recarga
Os três princípios básicos de com o ajuste normal do
recarga da bateria são: recarregador. As baterias nessas
condições podem ser recarregadas
com o uso do interruptor de bateria
- Recarga lenta; inerte nos recarregadores
- Recarga rápida; equipados com o mesmo. As
baterias podem ser recarregadas
- Recarga de potencial constante. por qualquer um dos métodos a
seguir:
Em termos simples, a recarga lenta
envolve uma corrente aplicada durante um Recarga lenta
longo período. A recarga rápida é o
oposto (alta corrente durante um tempo
relativamente curto). O método de recarga lenta oferece
Se uma recarga rápida for duas vantagens importantes:
prolongada mais que 2 horas, sérios
danos poderão resultar à bateria.
- É o método preferencial para
restabelecer uma bateria a plena carga;
• A quantidade de carga exigida pela
bateria depende do tamanho da
- Uma vez que a corrente de carga
bateria e do estado descarga, a
é relativamente lenta, as probabilidades
inicial de carga. Por exemplo, uma
de danos por sobrecarga são
bateria com uma capacidade de
reserva de 120 minutos exigirá minimizadas.
duas vezes a quantidade de carga • A recarga lenta deve ser feita a
do que uma com 60 minutos de uma taxa igual a um por cento da
capacidade de reserva; e uma capacidade de partida a frio da
bateria completamente bateria (cerca de 3 a 5 A,
descarregada exigirá o dobro de dependendo do tamanho da
carga do que uma com meia bateria). A recarga não deve ser
carga. interrompida até que a bateria

18 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

esteja a plena carga. O tempo bateria; desta forma, recomenda-se à


médio de recarga é de 12 a 16 transferência para um recarregador com
horas, mas pode ser de até 24 carga lenta.
horas ou mais.
O método recomendado de
recarga rápida é usar o ajuste
"Automático" dos recarregadores
Recarga rápida
equipados com o mesmo. Esse ajuste
mantém a taxa de recarga dentro de
A recarga rápida tem o objetivo de limites seguros ao ajustar
trazer o estado de carga da bateria, dentro automaticamente a tensão e a corrente,
de um curto período de tempo, até um impedindo a formação excessiva de gases
nível que possibilite à bateria executar sua e respingos do eletrólito. Outra vantagem
função crítica: acionar o motor. A recarga desse método é que não é necessário
rápida, no entanto, não recarrega a conhecer a capacidade elétrica da bateria
bateria plenamente e, portanto, deve ser e nem o estado de carga, uma vez que a
seguida de um período de recarga lenta. bateria aceitará apenas a quantidade de
carga necessária. O tempo de recarga
Esse último requisito é dependerá do tamanho da bateria e do
normalmente satisfeito pelo sistema de estado de carga. Baterias automotivas
recarga do veículo. completamente descarregadas requerem
Uma bateria descarregada que aproximadamente de 2 a 4 horas para que
recebeu uma carga rápida, somente dará sejam recarregadas a um estado de
partida no motor por poucas vezes. serviço normal.
Portanto, voltará a ficar descarregada
rapidamente. O sistema de carga do
veículo demora de 6 a 8 horas de uso no Recarga de potencial constante
veículo para completar a carga de uma
bateria completamente descarregada.
Os recarregadores de potencial
Considerando que uma taxa constante iniciam a recarga a uma taxa
excessivamente rápida de recarga pode alta. À medida que a tensão da bateria
danificar a bateria, o tempo de recarga aumenta, a taxa de recarga é reduzida
deve ser cuidadosamente controlado. Os para um valor menor, dependendo do
equipamentos de recarga rápida podem desenho do recarregador e da condição,
variar amplamente quanto ao desenho e tempo de vida e temperatura da bateria.
operação. Desta forma, é importante Uma bateria em boas condições não é
seguir estritamente as instruções de prejudicada por esse tipo de recarga. Uma
operação do fabricante do equipamento. bateria muito sulfatada, no entanto, pode
Geralmente falando, uma carga "auxiliar" não atingir plena carga de maneira normal
a 30 A para uma bateria de 12 V (ou 60 A nesse tipo de recarregador.
para uma bateria de 6 V) durante até 30
minutos é mais comum.
Recarga de uma única bateria
Se a bateria estava profundamente
descarregada para começar e
posteriormente uma recarga rápida for
Nota: uma bateria convencional ou
necessária, a taxa deverá ser reduzida
de baixa manutenção deve ter o nível do
para 20 A para uma bateria de 12 V (40 A
eletrólito corrigido antes de recarregar.
para uma bateria de 6 V) e continuada por
mais até uma hora ou uma hora e meia. A
recarga rápida além de duas horas
aumenta em muito o risco de danos à

____________________________________________________________________________ 19
Mecânico de Automóveis

Para recarregar a bateria, siga Além de recarregar as baterias


estes procedimentos: individualmente, é prática comum
recarregar mais do que uma bateria no
mesmo recarregador. Dependendo do tipo
1. Meça o estado de carga da de recarregador utilizado, uma conexão
bateria; em série ou em paralelo funcionará para
2. Conecte a bateria ao recarga de várias baterias.
recarregador - positivo ao positivo e
negativo ao negativo. Tenha cuidado para
Conexão em Série
não inverter a polaridade;
3. Ligue a tomada do recarregador
na fonte de alimentação; Uma conexão em série (vide figura
abaixo) é feita quando o terminal positivo
4. Ajuste o recarregador na taxa
de uma bateria é conectado ao terminal
desejada. Se o recarregador não for do
negativo da bateria. Com esse tipo de
tipo potencial constante, consulte a Tabela
conexão, cada bateria recebe a saída total
de taxa de recarga e tempo quanto a
de corrente do recarregador. A quantidade
duração correta da recarga;
de baterias que podem ser recarregadas
5. Verifique periodicamente quanto em série depende da capacidade nominal
a borbulhamento, formação excessiva de do recarregador. Baterias com várias
gases e alta temperatura (acima de 50°C). capacidades nominais podem ser
Se qualquer uma dessas condições simultaneamente recarregadas numa
estiver presente, reduza a carga ou conexão em série, porém a recarga e a
interrompa a recarga temporariamente; taxa de recarga não devem ultrapassar
6. Desligue a tomada do aquelas especificadas para a unidade com
recarregador e desconecte os cabos a menor capacidade.
condutores quando a operação de recarga
tiver terminado.
Figura 21 - Recarga em Série

Figura 20 - Recarregador de Bateria

Fonte: Apostila Ford


Recarga deApostila
Fonte: várias baterias
Ford

20 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

Conexão em Paralelo Cuidados com a bateria durante a


recarga:

As baterias recarregadas em uma


conexão em paralelo terão todos os • Antes de conectar os cabos do
terminais positivos conectados um ao carregador, observe
outro em sequência. De maneira cuidadosamente as polaridades;
semelhante, os terminais negativos serão
• Se a temperatura do eletrólito
conectados um ao outro em sequência.
ultrapassar 50°C, desligue
Com uma conexão em paralelo, há imediatamente o carregador.
duas coisas que devem ser especialmente
• A tensão sobre a bateria não deve
lembradas:
ultrapassar 15,5 volts, uma tensão
- Todas as baterias no circuito de superior indica defeito interno na
recarga devem ser de mesma capacidade bateria;
(ou seja, todas de 12 V ou todas de 6 V);
• Sempre que houver tempo é
- A saída do recarregador será aconselhável usar somente carga
dividida entre todas as baterias no circuito. lenta, aplicada entre 5 a 15
Em teoria, essa divisão significaria Amperes durante até 24 horas
que a carga está sendo distribuída (10% de sua capacidade nominal).
igualmente a cada bateria. Na realidade, • Retirar todas as tampas dos vasos
os fatores como a capacidade nominal da (elementos);
bateria e o estado de carga quando a
mesma é introduzida no circuito • Limpar os polos da bateria para
controlarão a distribuição da carga. De evitar mal contato;
maneira semelhante às conexões em • Corrigir constantemente o nível do
série, a tensão nominal do recarregador eletrólito, se necessário;
determina a quantidade de baterias que
podem ser tratadas numa conexão em • Verificar periodicamente (a cada
paralelo. hora) a densidade do eletrólito
para evitar sobrecarga na bateria.
Advertência: Ao recarregar Quando for conectar ou
baterias, verifique periodicamente quanto desconectar as garras nos polos
a vazamento do eletrólito, formação da bateria, manter o carregador
excessiva de gases ou altas temperaturas. desligado para evitar faiscamento;
Observe todas as precauções de
segurança e siga as instruções do • Não provocar curto circuito na
fabricante. bateria para evitar faiscamento;
• Essas faíscas poderão causar uma
Figura 22 - Recarga em Paralelo
forte explosão na bateria,
provocada pelos gases que o
eletrólito libera durante o processo
de carga;
• Observar as temperaturas que não
devem estar abaixo de 10°C nem
acima de 50°C;
• Se a bateria receber carga externa
no próprio veículo, desconectar os
cabos para evitar danos ao

Fonte: Apostila Ford


____________________________________________________________________________ 21
Mecânico de Automóveis

sistema de carga e outros pequena camada de vaselina


acessórios; sobre os terminais.
• Nunca adicionar solução na bateria • Para fazer a limpeza dos terminais
que está em uso normal. Se for dos cabos e dos polos da bateria,
necessário, corrigir o nível do a fim de eliminar oxidações, utilize
eletrólito. Usar somente água pura lixa fina até que voltem à cor
ou destilada; original. Antes, retire os resíduos
de vaselina ou graxa dos terminais
• Não deixar que uma bateria se
e polos. Depois aplique uma
descarregue completamente;
solução de bicabornato de sódio e
• Não armazenar bateria sobre chão água para eliminar resíduos
ou solo de cimento por tempo ácidos. Finalmente, utilize vaselina
prolongado; nas partes superior e inferior
externa dos terminais e conecte-os
• Conservar os polos da bateria
corretamente.
limpos e secos para evitar a
autodescarga e a formação de • Verifique se os respiros da tampa
zinabre sobre os terminais e estão desobstruídos.
quadro suporte;
• Não acione o motor de partida por
• Quando colocar as tampas nos mais de 5 segundos. Se o motor
elementos, observar se não foi não funcionar na primeira tentativa,
esquecido nenhum plástico sobre espere no mínimo 10 segundos
os respiros. para tentar novamente.
• Antes de dar a partida no motor,
Cuidados Gerais desligue faróis amplificador de som
e etc, pois estariam drenando
corrente da bateria, além do motor
• Use somente água pura ou de partida. Evite deixar estes
destilada para corrigir o nível do equipamentos ligados por muito
eletrólito. As baterias seco- tempo com o veículo desligado.
carregadas nunca requerem água. • Ao manusear uma bateria, proteja
• Evite que a bateria se descarregue os olhos e a face. Use óculos de
completamente. proteção para sua segurança.

• A bateria deve ser armazenada em


local seco e protegida dos raios Diagnóstico de Problemas
solares, com temperatura entre 10º Comuns.
e 35º C e dispostas na posição
horizontal sobre madeira (para
evitar fugas de corrente entre Figura 23 - Diagnóstico de Inconveniente
bateria e o piso).
PROBLEMAS CAUSAS
• Conserve os polos secos e limpos,
evitando a autodescarga e a A bateria está Adição de ácido
formação de zinabre (é uma descarregada, porém ao eletrólito
camada verde de hidrocarbonato a densidade lida pelo
de cobre ou outros materiais, densímetro está
quando expostas à umidade ou ao correta.
ar). Se possível, passe uma
Baixa densidade em Curto-circuito

22 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

um dos elementos e entre elementos.


Densidade do Sobre-tensão do
normal nos outros.
O elemento em eletrólito acima de alternador ou
curto não realiza 1,26g/cm3. adição de ácido
as reações sulfúrico (H2SO4).
químicas, não
alterando o A bateria não “aceita Impurezas na
eletrólito. carga”. solução, nível
baixo da solução,
Baixa densidade em Vazamento placas sulfatadas,
dois elementos interno de polos sujos ou
vizinhos e normais eletrólito entre com zinabre.
nos outros. eles.
Fonte: Apostila Ford
Baixa densidade em O defeito
todos os elementos. provavelmente
não é da bateria,
podendo ser
causado por:
- mau-contato nos
conectores dos
pólos;
- sistema de
recarga
ineficiente, por
exemplo, com
baixa tensão de
saída;
- consumo de
corrente da
bateria acima do
especificado, por
sobrecorrente ou
curto – circuito.
- fuga de corrente
do sistema
elétrico do veículo
quando em
repouso.

Superaquecimento da Sobre-tensão do
bateria alternador (defeito
no regulador de
tensão). A sobre
tensão acelera as
reações químicas,
aumentando a
temperatura e a
densidade.

____________________________________________________________________________ 23
Mecânico de Automóveis

SISTEMA DE PARTIDA 2

2 SISTEMA DE PARTIDA alta potência durante um curto período de


tempo.
Sua finalidade é transformar a
Os motores de combustão interna
energia elétrica proveniente da bateria em
necessitam de uma energia externa para
energia mecânica, que será transmitida à
que possam ser colocados em
cremalheira do volante do motor, fazendo
funcionamento.
girar a árvore de manivelas, colocando em
O sistema de partida tem a funcionamento o motor térmico.
finalidade de vencer as resistências
mecânicas do motor, como a inércia das Figura 25 - Motor de Partida
partes móveis e a taxa de compressão,
dando início ao movimento e atingindo um
número de rotações suficiente para que o
motor possa se manter em funcionamento
sem ajuda externa.
Os principais componentes do
sistema de partida são os seguintes:

1- Bateria;
2- Motor de partida; Fonte: Apostila Ford

3- Comutador de ignição;
Figura 26 - Vista Explodida de Motor de
4- Chave eletromagnética. Partida

Figura 24 - Sistema de Partida

Fonte: Apostila Ford


Fonte: Apostila Ford
O motor de partida é um motor de
corrente contínua, capaz de desenvolver

____________________________________________________________________________ 25
Mecânico de Automóveis

2.1 Partes principais Figura 28 - Relação de Redução Planetária


e Pinhão

O número de rotações do motor de


partida é superior ao mínimo necessário
para fazer o motor de combustão interna
entrar em funcionamento.
A redução da rotação do motor de
partida até a rotação requerida pelo motor
térmico é obtida por meio da relação de
redução entre as engrenagens do pinhão
(motor de partida) e da cremalheira (motor
térmico).

Figura 27 - Redução de Rotação Fonte: Apostila Ford

2.2 Princípio de funcionamento

O motor de partida realiza a


transformação de energia elétrica em
mecânica por meio de efeitos
eletromagnéticos.
Para compreendermos seu
funcionamento vamos rever um
importante conceito do eletromagnetismo:
Fonte: Apostila Ford no ano de 1820, o físico André-Marie
Esta relação de redução possibilita Ampère mostrou que um imã exerce força
o aumento do torque na árvore de sobre um condutor quando percorrido por
manivelas, pois, uma vez que a potência uma corrente elétrica.
de giro do pinhão é transferida para a Veja a descrição do fenômeno
cremalheira, que gira com menor número descoberto por Ampère:
de rotações, o torque na cremalheira será
Sempre que um condutor elétrico,
maior que no pinhão do motor de partida.
exposto a um campo magnético, for
Se a rotação for menor, o torque percorrido por uma corrente elétrica,
será maior, pois são grandezas atuará sobre ele uma força
inversamente proporcionais. eletromagnética.
Alguns motores possuem alta taxa Esta força é diretamente
de compressão, como é o caso dos proporcional, dentre outros fatores, às
motores diesel. Devido a isso necessitam intensidades da corrente e do campo
de um torque muito elevado para vencer a magnético.
maior compressão interna no cilindro e
fazê-lo entrar em funcionamento.
Os motores de partida utilizados
nesses motores possuem internamente
uma relação de redução de engrenagens,
tipo planetária, para que obtenham maior
torque de saída junto ao pinhão.

26 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

Figura 29 - Condutor Exposto a Campo Quando a direção da corrente for


Magnético paralela ao campo magnético (ângulo Ф) =
zero), o seno será zero, portanto a força
será nula. Veja na fórmula:
F = B.I.L. O → F = 0.
Figura 32 - Força Nula

Fonte: Apostila Ford

A direção da força é perpendicular


à direção do condutor e à direção do Fonte: Apostila Ford
campo magnético, e o sentido é dado pela O valor máximo da força é obtido
"regra da mão direita”. quando a direção da corrente for
Colocando-se o polegar no sentido perpendicular ao campo magnético, ou
convencional da corrente (do + para o -), seja, formarem um ângulo de 90°. Isto
com os demais dedos apontando para o porque o seno de 90° é igual a 1, então a
sentido das linhas do campo magnético, a força será F = B.i.L.
palma da mão dará o sentido da força Vejamos como funciona um motor
magnética criada, como se fosse um elétrico de corrente contínua de ímã
"tapa". permanente e somente uma espira, que
Figura 30 - Direção da Força tem o mesmo princípio de funcionamento
do motor de partida (considerando o
sentido convencional da corrente).

Figura 33 - Funcionamento de Motor


Elétrico

Fonte: Apostila Ford

Vejamos a fórmula de cálculo da


força magnética:
Figura 31 - Cálculo da Força Magnética

Fonte: Apostila Ford


O campo magnético (B) atravessa
a espira que é percorrida pela corrente (i),
fazendo surgir as forças magnéticas (F1 e
F2), que provocam um movimento de
rotação na espira.

Fonte: Apostila Ford


____________________________________________________________________________ 27
Mecânico de Automóveis

Figura 34 - Funcionamento de Motor Elétrico As bobinas de campo são ligadas


em série entre si e ao induzido.
Figura 37 - Bobina de Campo

Após um giro de 180º (meia volta),


Fonte: Apostila Ford
a corrente passa a percorrer a espira no
sentido inverso devido à ação do conjunto Fonte: Apostila Ford
escovas-comutador. Alguns motores de partida
Com isso as forças F1 e F2 possuem ímã fixo no lugar das bobinas de
também se invertem e a espira continua campo, proporcionando menor consumo
girando, no mesmo sentido. de corrente na partida e ocupando menor
volume.
Figura 35 - Funcionamento de Motor
Elétrico O conjunto porta-escovas deve
estar posicionado corretamente em
relação ao coletor do induzido (rotor).
As linhas de força do campo
magnético, produzido nas bobinas de
campo, formam um circuito fechado,
fluindo através das sapatas polares e do
induzido.
Então o comutador (coletor e
escovas) energiza somente as espiras
que estão passando pelo ponto de maior
Fonte: Apostila Ford
fluxo do campo magnético, conseguindo o
aproveitamento máximo. A interação
O motor de partida possui bobinas
deste campo magnético (B) com a
para criar o campo magnético do estator
corrente elétrica (i), que circula na bobina
e, naturalmente, também muitas espiras do rotor, produz uma força magnética (F),
no rotor. que faz o motor girar.
Figura 36 - Motor de Partida em Corte
Figura 38 - Funcionamento do Motor de
Partida

Fonte: Apostila Ford


Fonte: Apostila Ford
28 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

Agora vamos ver como acontece a A chave magnética possui duas


interação entre a bateria. O motor de bobinas internas, uma de atração e outra
partida, o comutador de ignição e a chave de retenção. Quando a chave de ignição é
magnética, para fazer com que o motor girada para dar a partida no motor, as
térmico entre em funcionamento. duas são energizadas simultaneamente.

2.3 Funcionamento do sistema de Figura 41 - Circuito do Motor de Partida


partida

O motor de partida tem um circuito


elétrico principal e outro de comando. No
circuito principal, a corrente que sai da
bateria circula pelo contato interno da
chave magnética, pelas bobinas de campo
e pelo induzido, voltando à bateria.
Figura 39 - Caminho da Corrente

Fonte: Apostila Ford


Quando energizadas, as duas
bobinas criam uma elevada força
magnética, que provoca o deslocamento
do núcleo móvel da chave magnética.

Figura 42 - Bobinas Energizadas

Fonte: Apostila Ford


O circuito de comando é
responsável por projetar para frente o
pinhão, e ainda energizar o circuito
principal, através do fechamento do
contato interno da chave magnética.
Figura 40 - Contatos Internos

Fonte: Apostila Ford

Ao se deslocar, o núcleo móvel


movimenta a alavanca de comando
(garfo), que projeta para frente o pinhão
logo em seguida, fechando o contato
interno para permitir a energização do
motor de partida. Por uma questão de
segurança, o motor de partida somente é
energizado depois que o pinhão é

Fonte: Apostila Ford


____________________________________________________________________________ 29
Mecânico de Automóveis

projetado para frente, pois não seria do conjunto pinhão/roda livre. Se o dente
possível o acoplamento com o rotor do pinhão coincidir com o espaço da
girando. cremalheira, ocorre o engrenamento.
O pinhão do motor de partida gira Figura 44 - 1ª Etapa
no sentido horário e, quando acoplado à
cremalheira, faz com que ela gire no
sentido anti-horário.
Após o fechamento do contato
interno da chave magnética, o terminal "B"
do motor de partida passa a receber
alimentação de tensão de 12 V pela linha
30, e a bobina de atração é
desenergizada. A corrente continua
fluindo pela bobina de retenção, que gera
uma força magnética suficiente para
manter o conjunto acoplado até que seja
desenergizada pelo comutador de ignição.

Figura 43 - Desligamento da Bobina de


Atração

Fonte: Apostila Ford

2ª etapa - Se os dentes não


coincidirem, a alavanca de comando
comprime a mola de engrenamento do
pinhão até fechar o contato interno da
chave magnética, energizando o motor de
partida e forçando o pinhão a girar. Com o
rotor girando, o pinhão encontra um vão
na cremalheira e engrena. O fuso de
avanço completa o engrenamento até que
o pinhão se apoie no batente que há no
eixo do induzido. Assim o motor térmico
Fonte: Apostila Ford
passa a ser impulsionado pelo pinhão.
O engrenamento entre o pinhão e
Figura 45 - 2ª Etapa
a cremalheira ocorre em duas etapas. A
primeira pela ação da chave magnética,
alavanca de comando e fuso de avanço, e
a segunda pela ação do efeito rotativo do
induzido. É o que veremos a seguir.

1ª etapa - Ao ser acionado o


comutador de ignição, a chave magnética
desloca a alavanca de comando contra a
ação da mola de retrocesso. O circuito de
partida continua aberto e o induzido
permanece parado. Através do anel de
guia, a alavanca empurra o pinhão contra
a cremalheira e o fuso provoca a rotação
Fonte: Apostila Ford
30 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

O motor térmico atinge um alto nova partida, aguarde no mínimo


número de rotações logo após a partida. 10 segundos.
Se o acoplamento não for desfeito
imediatamente, o motor de partida poderia
sofrer avarias. Porém, há um dispositivo  Desligue o condutor de massa da
de segurança para prevenir danos se a bateria antes de realizar qualquer
chave continuar na posição de partida serviço no motor de partida.
após o início do funcionamento.
Esse dispositivo é a roda livre, a  Não dê partida com as peças em
qual permite que o torque somente seja movimento, para evitar danos ao
transmitido no sentido do induzido para a pinhão e à cremalheira.
cremalheira, e nunca no sentido contrário,
para proteger o motor de partida contra
rotações excessivas.  Observe se o induzido e as
Quando a chave de ignição é bobinas de campo não estejam em
retirada da posição de partida, o circuito é curto-circuito.
desenergizado e a mola de retrocesso
provoca o retorno do pinhão,
 Não lave o conjunto pinhão/roda
desacoplando-o da cremalheira. O pinhão
livre (conhecido como Bendix) com
permanecerá retraído mesmo se houver
solventes.
trepidações.

Figura 46 - Roda Livre


 Coloque as buchas do motor de
partida em banho de óleo
lubrificante (SAE 10W) por uma
hora, antes da montagem. Não use
graxa.

 Lubrifique os canais helicoidais e


os dentes do pinhão com graxa à
base de lítio.

 Evite umidade durante a


montagem para que não ocorra
Fonte: Apostila Ford
oxidação (ferrugem).

2.4 Cuidados gerais


 Coletor e escovas devem estar
limpos e secos. Não use óleo ou
 Somente acione o motor de partida
graxa. O produto "clorothene" é
com a alavanca de câmbio em
recomendado para a limpeza de
ponto morto e, preferencialmente,
peças elétricas.
continue acionando a embreagem.

 Não deixe o motor de partida


funcionando por mais de 5
segundos e, se for necessário dar

____________________________________________________________________________ 31
Mecânico de Automóveis

2.5 Diagnóstico Figura 49 - Comparação X Inconveniente

Verifique inicialmente as condições


da bateria e as ligações elétricas.
Para fazer os testes no veículo,
ligue um amperímetro (em série) e um
voltímetro (em paralelo) com o circuito
principal do motor de partida, a fim de
medir a tensão e o consumo de corrente.
Em seguida acione a partida
durante 10 segundos com o cabo da
bobina desconectado e faça as leituras de
tensão e corrente, comparando os valores
medidos com os valores da tabela abaixo.
Figura 47 - Teste no Motor de Partida

Fonte: Apostila Ford

O inconveniente pode ser


mecânico. Veja os problemas mais
comuns e suas possíveis causas.

Figura 50 - Inconveniente X Causas

Fonte: Apostila Ford

Figura 48 - Especificações Técnicas

Se os valores não coincidirem, veja


na tabela abaixo as prováveis causas.

Fonte: Apostila Ford

Fonte: Apostila Ford


32 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

Figura 51 – Motor de Partida de Corte

Fonte: Apostila Ford

01 - Pinhão 13 - Mancal do lado do coletor

02 - Arraste 14 - Porta-escovas

03 - Mancal dianteiro 15 - Coletor

04 - Mola de engrenagem 16 - Escova

05 - Alavanca de comando 17 - Carcaça

06 - Mola de retrocesso 18 - Sapata polar

07 - Bobina de retenção 19 - Induzido

08 - Bobina de atração 20 - Bobina de campo

09 - Chave magnética 21 - Anel de guia

10 - Contato 22 - Batente

11 - Borne de ligação 23 - Roda livre

12 - Ponte de contato 24 - Eixo do induzido

____________________________________________________________________________ 33
Mecânico de Automóveis

SISTEMA DE CARGA 3

3 SISTEMA DE CARGA 3. Regulador de tensão - sistema


eletrônico que controla a corrente
de excitação de campo do
As funções do sistema de carga alternador.
são: recompor a carga da bateria gasta
durante a partida e fornecer energia
elétrica aos componentes elétricos Figura 53 - Esquema Elétrico do Sistema de
durante o funcionamento do motor, Carga
mantendo uma carga constante para
garantir o bom funcionamento, bem como,
uma maior vida útil de todo o sistema
elétrico.

Figura 52 - Alternador

Fonte: Apostila Fiat

3.2 Fundamentos teóricos da


geração de energia

A energia elétrica pode ser gerada:


• por atrito;
Fonte: Apostila Fiat • reação química;
• por um campo magnético variável
3.1 Partes principais sobre um condutor.
O sistema de carga é formado
pelas seguintes partes principais:
Sempre que um condutor elétrico
1. Bateria - armazena energia elétrica for "cortado" ou "corta" um campo
em forma de energia química e magnético, aparece sobre esse condutor
estabiliza e carga do alternador; uma corrente elétrica.
2. Gerador de corrente (alternador) -
transformam a energia mecânica
fornecida pelo motor em energia
elétrica, utilizando se para isso dos
efeitos eletromagnéticos;

____________________________________________________________________________ 35
Mecânico de Automóveis

Figura 54 - Criação da Corrente Elétrica

A intensidade desse campo


depende da quantidade de corrente
elétrica que flui sobre o condutor. Quanto
maior for a corrente elétrica, maior será a
intensidade do campo magnético, contudo
esse campo é muito fraco e não pode ser
usado para esse propósito. Se
embobinarmos esse condutor as linhas de
força do campo magnético de cada espira
se combinarão e se juntarão, formando
um campo mais denso e forte.
Fonte: Apostila Fiat

Lembrete:
Figura 55 - Corrente Alternada
Quanto maior a corrente numa
bobina, maior será o campo magnético.
Quanto maior o número de espiras, maior
será o campo magnético.
A produção do campo magnético,
através de corrente elétrica, é um
fenômeno reversível e graças a esse
fenômeno de reversibilidade é que foi
possível a criação do alternador.
Fonte: Apostila Fiat
Geração de energia elétrica no
O campo magnético pode ser automóvel
conseguido de duas maneiras:

Com o intuito de carregar a bateria


• Através de ímãs permanentes que e de alimentar diversos componentes
são criados a partir de materiais, elétricos no automóvel, é utilizado um
como o aço enrijecido, que tem a gerador elétrico. Durante muitos anos
propriedade de reter o campo utilizou-se o dínamo, que fornecia corrente
magnético quando submetido a contínua, única compatível com as
ele; baterias.
• Através de eletroímãs, isto é, ímãs
criados por meio de corrente
A partir da década de 80, a
elétrica. Sempre que uma corrente
necessidade de potências maiores, aliado
elétrica flui através de um
a vantagem dos alternadores, permitiu
condutor, aparece ao seu redor um
que estes se tornassem parte integrante
campo magnético. As linhas de
da quase totalidade dos veículos. Em
campo magnético têm forma
comparação com um dínamo equivalente,
circular e podem ser visualizados
um alternador:
como um cilindro cheio, tendo a
extensão do fio. • Consegue carregar a Bateria em
marcha lenta;

36 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

• Suporta maiores rotações; • Não ligar o alternador sem carga


ou retirar a carga com o alternador
• Produz carga máxima com menor
em funcionamento;
rotação;
• Não fazer solda elétrica sobre o
• Ocupa menor espaço;
veículo, nem carregar a bateria
• Tem menor peso; com aparelhos externos com o
alternador conectado;
• Suporta maior variação na rotação
de acionamento; • Não fazer excitação de espécie
nenhuma no alternador ou
• Dispensa uso de disjuntor;
regulador de tensão.
• Dispensa elemento regulador de
corrente dos reguladores.
3.3 CONSTRUÇÃO DO
ALTERNADOR
Figura 56 - Comparação entre Alternador e
Dínamo

As partes principais do alternador


são as seguintes:

1. Rotor com polos magnéticos tipo


garra, anéis, coletor (bobina de
campo).
2. Estator com enrolamento trifásico
(induzido);
3. Diodos retificadores, responsáveis
pela retificação da corrente
alternada em contínua;
4. Tampas, mancais.

No alternador temos basicamente


dois componentes eletromagnéticos
Fonte: Apostila Fiat principais: o rotor que é movimentado por
uma polia acoplada ao motor do veículo, e
Os alternadores são auto o estator, que como o próprio nome
limitadores de corrente e seus diodos indica, fica estático e é composto por um
retificadores, por permitirem a passagem conjunto de enrolamentos.
da corrente elétrica num único sentido,
dispensam disjuntor.
O uso dos diodos nos alternadores
implicam numa série de cuidados, tais
como:

• Não ligar a bateria com polaridade


invertida;

____________________________________________________________________________ 37
Mecânico de Automóveis

Figura 57 - Alternador em Corte Figura 59 - Rotor

Fonte: Apostila Fiat

Figura 60 - Polos do Rotor

Fonte: Apostila Fiat

O campo magnético é produzido


no rotor pela bobina de excitação e as
linhas de força magnética fluem através
do ferro com polos tipo garras, que
envolvem a bobina. Um dos conjuntos de Fonte: Apostila Fiat
Circundando o rotor está montado
garras de um dos lados da bobina será o estator, com as bobinas enroladas e
considerado como polo sul. onde será induzida a energia elétrica
Figura 58 - Rotor trifásica. Três bobinas defasadas em 120°
formam as três fases do alternador.

Figura 61 - Estator
Erro!

Fonte: Apostila Fiat


As linhas de força fluem sobre o
ferro e saltam pelo ar do polo Norte para o
polo Sul, fechando um circuito magnético.

Fonte: Apostila Fiat


38 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

A corrente alternada é induzida em Figura 63 - Corrente Gerada no Estator


três fases distintas U, V, W, arranjadas
convenientemente de tal forma que a
soma das correntes instantâneas será
sempre nula. Uma fase está defasada da
outra de 120°.

Figura 62 - Circuito do Estator

Fonte: Apostila Fiat

A utilização de três fases garante


uma maior suavidade na geração de Fonte: Apostila Fiat
energia elétrica, permitindo uma
transformação para corrente contínua
Frequência da corrente fornecida
(retificação) mais perfeita, conforme
pelo alternador
veremos mais adiante. Na figura seguinte,
podemos ver o comportamento da
corrente elétrica em cada uma das três A corrente alternada fornecida pelo
fases durante o funcionamento do alternador pode ter sua frequência
alternador. determinada pela seguinte fórmula:
Figura 64 - Frequência

pn
f =
60
Fonte: Apostila Fiat

Onde,
f – frequência em Hz;
n – rotação do alternador em
rotações por minuto (rpm);

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Mecânico de Automóveis

p – número de par de polos (um Os diodos são montados em


rotor de 12 garras, possui 6 pares de chapas dissipadoras de calor que têm boa
polos). condutibilidade térmica, pois os mesmos
têm um limite de temperatura de trabalho
Um alternador, quando acionado
de cerca de 130°C.
por um motor em marcha lenta, gira a
cerca de 2.000 rpm, o que com 12 polos, Para garantir uma temperatura
corresponde a uma frequência de 6x adequada, os diodos possuem aletas de
2000/60 = 200 Hz. refrigeração, sendo que alguns
alternadores possuem sistema de
Alguns alternadores possuem uma
refrigeração líquida.
conexão para instalação do tacômetro
(conta-giros) do motor. Essa saída é Figura 66 - Placa Retificadora
retificada em meia onda e serve
principalmente para motores Diesel, que
não possuem sistema de ignição para
serem utilizados para gerar sinal de
rotação. Essa saída geralmente é
identificada pela letra W.

3.4 RETIFICAÇÃO DA CORRENTE

Por ser o alternador um gerador de


corrente alternada, foi necessário
introduzir os diodos, que têm por
finalidade converter essa corrente em Fonte: Apostila Fiat
corrente contínua. Cada fase da corrente alternada
A principal característica dos depois que atravessar os diodos fica
diodos é permitir a passagem de corrente convertida em corrente contínua pulsante,
elétrica em um único sentido, ou seja, no um fenômeno que chamamos de
sentido que indica o seu símbolo. retificação da corrente.

Figura 65 - Diodos Retificadores


Figura 67 - 1 Onda Antes da Retificação

Fonte: Apostila Fiat

Fonte: Apostila Fiat

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Mecânico de Automóveis

Figura 68 - 1 Onda Após Retificação


Figura 70 - 3 Ondas Após Retificação

Fonte: Apostila Fiat

A retificação de um período
Fonte: Apostila Ford
completo da corrente trifásica fornecida
pelo alternador fica levemente ondulada e
Mesmo com esse cuidado,
pode ser considerada como corrente
ondulações podem ser observadas com o
contínua, como mostra a figura.
uso de um osciloscópio, conforme se vê
Figura 69 - 3 Ondas Antes da Retificação na figura a seguir. Essas ondulações, no
entanto, não representam problema, pois
as variações são pequenas.

Figura 71 - Ondulações

Fonte: Apostila Ford

Para que se consiga suavizar essa


ondulação, pode-se utilizar um capacitor
ligado entre a massa e linha positiva. Este Fonte: Apostila Ford
componente armazena energia elétrica na
subida e descarrega nas descidas,
suavizando a onda mostrada no gráfico. Utilizando-se um osciloscópio,
pode-se visualizar que a retificação não é
perfeita.
Para a retificação, utilizam-se 6
diodos retificadores, que pela forma como
são ligados correspondem a 3 diodos
positivos e 3 negativos. Os enrolamentos
do estator podem ser ligados em triângulo
ou estrela.

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Mecânico de Automóveis

pré-excitação externa, através da chave


Figura 72 - Estator em estrela de ignição e lâmpada indicadora de carga.

3.5 Circuito elétrico geral do alternador

Para analisarmos o funcionamento


geral do alternador, vamos ver
separadamente os circuitos de pré-
excitação, carga, excitação e regulador da
tensão.
Primeiro, observe o esquema
Fonte: Apostila Ford
elétrico interno completo do alternador.

Figura 73 - Estator em Triângulo Figura 74 - Circuito Elétrico do


Erro! Alternador

Fonte: Apostila Ford

Controle da tensão gerada no


alternador

A corrente induzida no estator é


proporcional ao campo magnético e à
velocidade do rotor.
O campo magnético do rotor é
proporcional ao número de espiras e à
corrente de excitação, portanto através da
corrente de excitação podemos controlar o
rendimento do alternador e isso é feito
através do regulador de tensão.
Circuito de Pré-Excitação
Em alguns alternadores (com nove
diodos), a corrente de excitação do campo Fonte: Apostila Ford
magnético é desviada do seu próprio A lâmpada piloto deve ter no
estator, retificada pelos diodos mínimo 3 watts de potência para não
retificadores de excitação e os diodos acusar uma demora no início de
negativos. Por isso, seu início de funcionamento do alternador. Assim, no
funcionamento deve ser feito com uma

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Mecânico de Automóveis

alternador pode se considerar três Figura 75 - Circuito de Pré-Excitação


circuitos, que são:

Circuito de pré-excitação
• Bateria;
• Chave de ignição;
• Lâmpada piloto;
• Regulador de tensão;
• Rotor;
• Bateria.

Sabe-se que para o alternador


começar a gerar a tensão que irá
alimentar os componentes elétricos do
veículo e recarregar a bateria, é
necessário fazer sua pré-excitação,
através da alimentação do rotor com
tensão da bateria. A corrente que irá
surgir no rotor fará com que apareça neste
um campo eletromagnético "constante".
Com o giro do rotor será criado um campo
magnético de intensidade variável no
estator e, dessa forma, será gerada uma
tensão induzida trifásica alternada que
será posteriormente retificada.
Vamos seguir o caminho
percorrido pela corrente elétrica no
circuito. Fonte: Apostila Ford
Com o comutador de ignição na
posição “MAR, a corrente sai do polo
positivo da bateria (sentido convencional),
passa pela lâmpada indicadora de carga e
pelo resistor, que estão em paralelo,
entrando no terminal D+ do regulador de
tensão.
Daí, passa pelo resistor R1, diodo
D1, junção base-emissor do transistor
TR1, retornando ao polo negativo da
bateria (massa). Quando a corrente flui
através da junção base-emissor do
transistor TR1, este entra em condução,
liberando a passagem de corrente no
sentido coletor-emissor.

____________________________________________________________________________ 43
Mecânico de Automóveis

Dessa forma a corrente irá Circuito de Carga


percorrer a bobina de campo do rotor,
A carga do alternador é controlada
fazendo a pré-excitação do alternador.
em função da corrente de excitação pelo
Figura 76 - Circuito de Pré-Excitação regulador de tensão, que por sua vez
funciona em função da tensão de carga,
portanto:
O regulador de tensão controla a
corrente de excitação do campo do
alternador em função da tensão de carga.
A tensão alternada trifásica
produzida no enrolamento do estator é
transformada em contínua pulsativa por
meio da ponte retificadora trifásica,
composta dos 3 diodos retificadores
positivos e dos 3 negativos. Essa tensão
retificada faz surgir a corrente que é
levada através da linha B+ para ser
utilizada na recarga da bateria e no
funcionamento dos componentes
eletroeletrônicos do veículo.
Se a tensão do alternador estiver
menor que a da bateria, os diodos
positivos bloqueiam passagens de
corrente no sentido da bateria para o
alternador.

Fonte: Apostila Ford

O resistor ligado em paralelo com


a lâmpada funciona como “by pass”,
oferecendo um caminho alternativo para
acorrente de pré-excitação caso a
lâmpada queime.
Além disso, a ligação em paralelo
entre a lâmpada indicadora e o resistor
diminui a resistência total do circuito,
aumentando a corrente de pré-excitação e
a tensão inicial na partida do motor.

44 ____________________________________________________________________________
Mecânico de Automóveis

Figura 77 - Circuito de Carga


Quando o alternador está em
funcionamento, a própria tensão gerada
no estator é utilizada para excitar o campo
do rotor. Veja o sentido da corrente de
excitação
A tensão alternada trifásica é
retificada pelos diodos de excitação, e a
corrente que surge passa pela bobina de
campo do rotor, terminal DF do regulador,
transistor TR1 e daí até a massa. Para
fechar o circuito, essa corrente de
excitação retorna ao estator passando
pelos diodos retificadores negativos
(D4,D5 e D6).
A tensão retificada também
alimenta o regulador de tensão, através
do terminal D+, e servirá de referência
para sua atuação.

Figura 78 - Circuito de Excitação

Fonte: Apostila Ford

Circuito de Excitação

• Diodos de excitação;
• Regulador de tensão;
• Rotor;
• Diodos negativos;
• Estator;
• Diodos de Excitação

Fonte: Apostila Ford

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Mecânico de Automóveis

Logo que o gerador começa a excitação do alternador começará


gerar, a lâmpada indicadora de carga se novamente a subir, e assim também a sua
apaga, pois fica submetida à mesma tensão, até que o valor prescrito seja
tensão em ambos os terminais, não novamente ultrapassado. E aí se repete o
havendo diferença de potencial entre eles. ciclo.
Isso se passa com tanta rapidez,
Figura 79 - Lâmpada Indicadora de que a tensão do alternador fica
Carga praticamente ajustada a um valor
constante. Esta variação é tão rápida que
se faz necessário o uso de reguladores
eletrônicos, por não possuírem contatos
móveis que se desgastariam com o
tempo.
O campo magnético do rotor, que
corta as espiras do estator, varia muito
devido às alterações constantes na
rotação do motor.
Assim, as tensões induzidas nas
bobinas do estator também tendem a
variar de amplitude.
O regulador de tensão, que
Fonte: Apostila Ford
normalmente é um circuito integrado, tem
a finalidade de corrigir estas variações,
3.6 REGULADOR DE TENSÃO mantendo constante a tensão na saída do
alternador, independente das solicitações
dos consumidores elétricos e das
O princípio de regulagem de alterações na rotação do motor.
tensão consiste em comandar a corrente
de excitação do rotor. As etapas de atuação do regulador
são as seguintes:
Como visto na teoria do
eletromagnetismo, quanto maior a
corrente que circula numa bobina, maior - A tensão na linha D+ aumenta
será a intensidade do campo magnético quando o rotor do alternador gira mais
produzido por ela. Esta variação de rápido, elevando as tensões nos
campo é que causará a variação da resistores R2 em paralelo com R5 e R3.
tensão produzida no alternador.
- Quando a tensão em R3 atingir o
Quando a tensão ultrapassar o valor de tensão zener (Vz) mais a queda
valor máximo indicado, o regulador de de tensão da junção base-emissor (VBE)
tensão causará, segundo o regime de do transistor TR2, o diodo zener Z2 passa
funcionamento, uma redução ou a conduzir simultaneamente ao transistor
interrupção total da corrente de excitação. TR2, causando o corte de TR1.
A excitação do alternador diminuirá, e
- A passagem de corrente na
consequentemente diminuirá a tensão
bobina de campo do rotor cessa com o
produzida por ele.
corte de TR1, fazendo diminuir a tensão
Se, em seguida, a tensão gerada no alternador e,
produzida ficar abaixo do valor prescrito, a consequentemente, a tensão em D+.

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Mecânico de Automóveis

- Assim a tensão em R3 diminui,


Figura 80 - Energização do Campo
levando ao corte o diodo zener Z2, que
corta TR2. Nesse momento, TR1 volta a
conduzir levando novamente alimentação
à bobina do rotor.

Na prática não percebemos


nenhuma variação na tensão de saída,
independente da rotação, pois o regulador
faz o controle rapidamente.
Alguns outros componentes
complementam o circuito interno do
alternador. São eles:
• Capacitor C1- retarda variações
bruscas de tensão em R3;
• Resistor R4 – evita excesso de
corrente em TR1 quando em altas
temperaturas;
• Diodo D3 – elimina efeitos da Fonte: Apostila Ford
força contra eletro-motriz gerada
na bobina de campo quando O regulador eletrônico não possui
ocorre o corte de corrente de contatos móveis, a tensão é regulada
excitação. eletronicamente. Para esse fim servem os
• Resistor R2 – é um resistor diodos, transistores, resistores e
térmico, ou termistor, e varia a capacitores montados numa placa de
tensão regulada em função da circuito impresso. Com o uso do regulador
temperatura. Permite obter a eletrônico não existe, pois, nenhum
tensão ideal para recarga da componente sujeito ao desgaste
bateria. mecânico, com exceção das escovas do
rotor.

Figura 81 - Regulador Eletrônico

Fonte: Apostila Ford

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Mecânico de Automóveis

Vamos agora tentar entender o vida útil. O dispositivo, no entanto, por não
funcionamento do regulador eletrônico de ter nenhum circuito de compensação de
uma maneira mais simplificada. temperatura, apresenta grandes variações
na tensão de saída, a depender da
Assim que o alternador começa a
temperatura de trabalho. Com o intuito de
girar a tensão de saída estará inferior ao
obter maior precisão, confiabilidade e
valor pré-ajustado (em torno de 14,2
velocidade, reguladores de tensão mais
Volts). Nessas circunstâncias, o transistor
atuais utiliza-se de um circuito integrado
T2 estará polarizado pela base através do
que possui, dentre outras vantagens,
resistor R3. Isso permite que a corrente
proteção mais apurada contra sobre
flua para o rotor, gerando um acréscimo
tensão e variações de temperatura.
de tensão. Assim que o valor de tensão é
atingido, o diodo zener conduzirá. Esse
valor de tensão de 14,2 Volts é ajustado Figura 83 - Circuito Integrado
através de um divisor de tensão formado
pelos resistores R1 e R2. Assim que o
diodo Zener conduza, o transistor T1 será
polarizado e aterrará a base de T2,
fazendo com este deixe de conduzir,
desligando o campo. O desligamento do
campo fará a tensão cair, o que faz com
que ZD deixe de conduzir, despolarizando
T1, o que permite a polarização de T2, de
forma que um novo ciclo se inicia. O diodo
convencional D1 impede que a corrente
gerada pela reatância indutiva provoque
danos ao circuito.
Figura 82 - Esquema Regulador
Eletrônico

Fonte: Apostila Ford

Especificação do alternador

Nas características dos


alternadores são três os pontos
fundamentais:
• Rotação para 2/3 da carga
máxima;
• Rotação na qual o alternador
atinge;
Fonte: Apostila Ford
• A carga máxima;
• Rotação máxima.
O regulador de tensão descrito
equipa a maioria dos alternadores
disponíveis no mercado. Não apresenta Exemplo de especificações
componentes móveis, garantindo longa técnicas:

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Mecânico de Automóveis

• Correia do alternador, etc.


Figura 84 - Especificação Técnica

Este teste deve ser efetuado


mediante uso do aparelho de diagnóstico
de carga e partida.
O equipamento deve ser ligado de
tal forma que o voltímetro indique a tensão
sobre a bateria e o amperímetro a
corrente de carga fornecida pelo
alternador.

Figura 85 - Circuito Alternador

Fonte: Apostila Ford

3.7 DIAGNÓSTICO ELÉTRICO

Antes de efetuar qualquer teste no


veículo, inspecione detalhadamente:

• Todas as conexões elétricas.


Fonte: Apostila Ford
• O estado dos cabos e polos da
bateria;
• As condições e o nível da solução Os alternadores de um modo geral
da bateria; não exigem manutenção periódica, porém,

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Mecânico de Automóveis

limpeza e troca de escovas a cada 40.000


km aproximadamente. O desgaste Figura 87 - Irregularidade X Causa
máximo das escovas será indicado pela
lâmpada indicadora de carga.

Figura 86 - Alternador em Corte

Fonte: Apostila Ford


Fonte: Apostila Ford

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Mecânico de Automóveis

Referências

REFERÊNCIAS
VOLKSWAGEN. Apostila de
Treinamento de Assistência Técnica:
LANCELLOTTI, Sílvio. O livro do Eletricidade: Sistema de Carga e Partida
automóvel. São Paulo Editora: Reader´s de automóveis. São Bernardo dos
digest. 1981. Livro Campos. VOLKSWAGEN BRASIL, 2006.
FORD. Apostila automotiva Ford: Apostila.
Sistema de Carga e Partida. São FIAT. Apostila Automotiva: Injeção e
Bernardo dos Campos. FORD MOTORS Ignição Eletrônica. São Paulo. FIAT
S.A., 2004. Apostila. AUTOMÓVEIS S.A 2000. Apostila
Apostila FIAT. Apostila Automotiva: FORD. Apostila automotiva Ford:
Eletricidade. São Paulo. FIAT Controle Eletrônico de Emissões. São
AUTOMÓVEIS S.A 2000. Bernardo dos Campos. FORD MOTORS
Oficina Brasil – Disponível em http:// S.A., 2004. Apostila.
www.oficinabrasil.com.br
O Mecânico – Disponível em http://
www.omecanico.com.br, último acesso
15-07-2010
CHOLLET, H.m. Curso Prático e
profissional para mecânicos de
automóveis: o motor e seus
acessórios. São Paulo: Hemus, 1996.
Livro
BOSCH. Gasoline-engine Management.
Warrendale: SAE, 1999. Livro
STONE, Richard. Introduction to Internal
Combustion Engines. Warrendale: SAE,
1999. Livro
HEISLER, Heinz. Advanced engine
Technology. Warrendale: SAE, 1995.
Livro
FORD. Apostila automotiva Ford:
Sistema de Ignição Eletrônica. São
Bernardo dos Campos. FORD MOTORS
S.A., 2004. Apostila.

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