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SÉRIE AUTOMOTIVA

TAPEÇARIA E
VIDRAÇARIA
AUTOMOTIVA
SÉRIE AUTOMOTIVA

TAPEÇARIA E
VIDRAÇARIA
AUTOMOTIVA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE AUTOMOTIVA

TAPEÇARIA E
VIDRAÇARIA
AUTOMOTIVA
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação – GEDUC

FICHA CATALOGRÁFICA

S491f

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Tapeçaria e Vidraçaria Automotiva / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília: SENAI/DN, 2015.
84 p. il. (Série Automotiva)
ISBN 978-85-7519-946-6
1. Automóveis – Equipamento e acessórios 2. Manutenção e reparos I.
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de
Santa Catarina II. Título III. Série

CDU 629.3.0236

SENAI Sede

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Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Ilustrações
Figura 1 - Processo de interpretação de inconvenientes.....................................................................................12
Figura 2 - Exemplo de ficha............................................................................................................................................15
Figura 3 - Exemplo de ordem de serviço...................................................................................................................17
Figura 4 - Exemplo de ordem de execução de serviço.........................................................................................18
Figura 5 - Exemplo de catálogo.....................................................................................................................................21
Figura 6 - Exemplo de manual para reparos em oficinas.....................................................................................22
Figura 7 - Exemplo de normas técnicas......................................................................................................................23
Figura 8 - Quadro de ferramentas................................................................................................................................24
Figura 9 - EPI – Equipamentos de proteção individual.........................................................................................26
Figura 10 - Veículo com componentes externos da tapeçaria automotiva...................................................32
Figura 11 - Componentes internos da tapeçaria automotiva............................................................................33
Figura 12 - Ferramentas de usos múltiplos...............................................................................................................34
Figura 13 - Ferramentas especiais – espátulas para retirar anteparos e forrações.....................................34
Figura 14 - Exemplo de instruções de uso de adesivos........................................................................................36
Figura 15 - Ferramentas corretas para uso na tapeçaria......................................................................................40
Figura 16 - Fábrica de vidro automotivo....................................................................................................................44
Figura 17 - Estoque de vidro temperado...................................................................................................................46
Figura 18 - Vidro temperado totalmente estilhaçado...........................................................................................47
Figura 19 - Vidro laminado danificado grudado na lâmina plástica interna.................................................47
Figura 20 - Vidro encaixado............................................................................................................................................48
Figura 21 - Vidro colado...................................................................................................................................................49
Figura 22 - Ferramentas especiais para reparo de vidraçaria automotiva.....................................................50
Figura 23 - Ferramentas especiais para reparo de vidraçaria automotiva.....................................................51
Figura 24 - Airbag acionado apoiado no para-brisa do veículo ........................................................................53
Figura 25 - Exemplo de refil de adesivo de para-brisa..........................................................................................53
Figura 26 - Aplicador manual.........................................................................................................................................54
Figura 27 - Cuidados com o acabamento e qualidade do serviço executado ............................................57
Figura 28 - Retirada do espelho retrovisor interno................................................................................................58
Figura 29 - Retirada dos limpadores do para-brisa................................................................................................59
Figura 30 - Passando fio de corte de adesivo e manípulo com fio de corte.................................................59
Figura 31 - Fio de corte e manípulo pronto para uso – vista lateral e frontal...............................................60
Figura 32 - Uso do manípulo com fio de corte de adesivo..................................................................................61
Figura 33 - Retirada do para-brisa com o uso de ventosas.................................................................................62
Figura 34 - Aplicador manual de adesivo – refil de adesivo...............................................................................63
Figura 35 - Exemplo de ferrugem na sede do vidro para-brisa.........................................................................63
Figura 36 - Retirada do excesso de sobra de adesivo velho...............................................................................64
Figura 37 - Batentes de ajuste do vidro para-brisa.................................................................................................65
Figura 38 - Colocação de teste – fixação de segurança até secagem do adesivo ......................................66
Figura 39 - Limpeza da área para adicionar o novo adesivo...............................................................................67
Figura 40 - Preparação do bico do aplicador de adesivo.....................................................................................68
Figura 41 - Aplicação correta do adesivo – adesivo aplicado............................................................................69
Figura 42 - Colocação de fita adesiva para garantir a cura..................................................................................70
Figura 43 - Colocação da cinta de retenção para dar pressão vidro/adesivo/carroceria.........................70
Figura 44 - Demarcação da área em que não é permitido reparos em caso de danos.............................73
Figura 45 - Demarcação da área que é permitido reparos em caso de danos.............................................74

Quadro 1 - Compostos usados para produzir itens de tapeçaria automotiva............................................33


Sumário
1 Introdução...........................................................................................................................................................................9

2 Diagnóstico.......................................................................................................................................................................11
2.1 Interpretação de inconvenientes...........................................................................................................12
2.2 Ferramentas de diagnósticos...................................................................................................................13
2.3 Análise de resultados .................................................................................................................................16
2.4 Ferramentas de registro de informações.............................................................................................17
2.5 Planejamento.................................................................................................................................................18
2.6 Catálogos, manuais e normas..................................................................................................................20
2.6.1 Catálogos .....................................................................................................................................20
2.6.2 Manuais ........................................................................................................................................21
2.6.3 Normas..........................................................................................................................................22
2.7 Ferramentas, instrumentos e equipamentos.....................................................................................23
2.8 Componentes e garantias.........................................................................................................................24
2.9 Equipamentos de Proteção Individual e coletiva ............................................................................25

3 Componentes da Tapeçaria........................................................................................................................................31
3.1 Tipos e características.................................................................................................................................32
3.2 Ferramentas....................................................................................................................................................34
3.3 Colagem de tapetes, anteparos e forrações.......................................................................................35
3.4 Vedação e rumorosidade da carroceria ...............................................................................................37
3.4.1 Vedação.........................................................................................................................................37
3.4.2 Rumorosidade.............................................................................................................................38
3.5 Manutenção da tapeçaria.........................................................................................................................39

4 Componentes da Vidraçaria........................................................................................................................................43
4.1 Tipos e características.................................................................................................................................44
4.1.1 Vidros de Segurança Temperados (VST)............................................................................46
4.1.2 Vidros de Segurança Laminado (VSL).................................................................................47
4.2 Ferramentas e equipamentos..................................................................................................................49
4.2.1 Materiais........................................................................................................................................51
4.3 Processo de colagem de vidros...............................................................................................................52
4.4 Remarcação de chassi nos vidros...........................................................................................................55
4.5 Acabamentos.................................................................................................................................................57
4.6 Manutenção da vidraçaria........................................................................................................................57
4.6.1 Remoção do para-brisa - etapas na execução.................................................................58
4.6.2 Recolocação do para-brisa – etapas da execução.........................................................63
4.6.3 Remoção do vidro traseiro – etapas de execução.........................................................71
4.6.4 Recolocação do vidro traseiro – etapas da execução...................................................72
4.6.5 Reparação de para-brisas .......................................................................................................73

Referências............................................................................................................................................................................77

Minicurrículo do Autor.....................................................................................................................................................79

Índice......................................................................................................................................................................................81
Introdução

Seja bem-vindo à unidade curricular de Tapeçaria e Vidraçaria Automotiva. Você faz ideia do
que estudará nesta unidade curricular? Os itens que compõem a tapeçaria e vidraçaria de um
veículo objetivam, além de proporcionar conforto aos seus ocupantes, oferecer segurança ao
trafegar pelas vias.
A evolução tecnológica nas diversas áreas da produção de bens de consumo vem ocorrendo
dia a dia. Isto exige aprimoramento constante dos profissionais.
Na área automotiva, essa evolução é uma realidade. A todo o momento são fabricados e co-
locados no mercado veículos com novos acessórios e com materiais inovadores. Os fabricantes,
ao mesmo tempo em que focam na segurança dos usuários, buscam proporcionar mais como-
didade e confiabilidade dos consumidores nos itens de conforto e estética de seus veículos.
A exemplo de outros componentes automotivos, os itens que fazem parte da tapeçaria e da
vidraçaria também agregam novos materiais e novas finalidades ou funções.
Assim, constantemente se faz necessário atualizar os conhecimentos para que se possa reali-
zar um trabalho com segurança, qualidade e, sobretudo, com ética profissional. Dessa maneira,
você garante ao seu cliente satisfação, por meio de uma manutenção realizada com custo justo
para ele e um ganho também justo para você e/ou para a empresa em que você trabalha.
Por meio desta unidade curricular, você, futuro profissional da área automotiva, aprenderá
a identificar e executar trabalhos de reparo ou manutenção com tranquilidade e segurança.
Portanto, este material didático tem como objetivo proporcionar a você o conhecimento
das principais características, tipos e aspectos dos componentes que fazem parte da área de
tapeçaria e vidraçaria.
Lembre-se de que o material didático pretende ser um facilitador do seu aprendizado e de
que você poderá pesquisar em outras fontes, tais como livros, internet ou revistas especializadas.
Para que você se torne um bom profissional, o aprendizado não pode limitar-se ao curso e
a este material didático, mas deve pautar-se na contínua busca de novos conhecimentos por
meio de diversas fontes que você possa ter acesso.
Seja autônomo e utilize seu tempo de estudos com total dedicação, assim você será um
profissional qualificado.
Bons estudos!
Diagnóstico

Neste capítulo você aprenderá a realizar diagnósticos em situações nas quais se faz necessá-
rio fazer a manutenção ou troca de itens da vidraçaria e da tapeçaria dos veículos automotores.
Para isso você estudará os componentes da tapeçaria e vidraçaria, as ferramentas neces-
sárias para o diagnóstico e a reparação e as etapas a serem realizadas para efetuar um reparo.
Você iniciará sua caminhada para solucionar as anomalias do dia a dia que serão trazidas pelos
clientes. Dessa maneira, ao finalizar seus estudos deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar o tipo de manutenção a ser realizada;
b) definir etapas de reparação;
c) identificar ferramentas e equipamentos de tapeçaria e vidraçaria;
d) analisar resultados obtidos por meio de testes;
e) registrar informações em formulários.
Para que seja possível desenvolver essas capacidades, você iniciará aprendendo como fazer
a interpretação de inconvenientes nos componentes de tapeçaria e vidraçaria.
Siga em frente!
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
12

2.1 INTERPRETAÇÃO DE INCONVENIENTES

Os inconvenientes que podem ocorrer no veículo, referente a tapeçaria e vidraçaria, popularmente cha-
mados de problemas, podem ser ruídos originados nas partes móveis desreguladas, infiltrações de água,
sons estranhos no interior do veículo por entrada de ar durante o deslocamento, entrada de poeira e mui-
tos outros ruídos provenientes do exterior ou mesmo da parte interna.
Qualquer que seja o inconveniente, mesmo que ocasionem simplesmente ruídos, conhecidos como
“grilos”, provocam reações de irritabilidade, desconforto e, muitas vezes, desconcentram o motorista na
condução do veículo, gerando momentos de perigo no trânsito.
Dentro desse contexto, você saberia identificar quem seria a primeira pessoa capaz de ajudar na correta
interpretação dos inconvenientes que incomodam o cliente? Certamente, o próprio cliente! Isso acontece
porque ele é capaz de relatar em que condições a anomalia ocorre, possibilitando a realização de testes e,
por consequência, o diagnóstico1.
Porém, há mais pessoas envolvidas nessa tarefa inicial de interpretação das anomalias e que dará o
start2 para todo o processo de reparo. São eles:
• o/a recepcionista;
• o/a chefe da oficina;
• o/a profissional encarregado(a) de receber o cliente.
Então, pode-se dizer que a fase de interpretação dos inconvenientes é o momento em que se inicia a
manutenção e o reparo da anomalia existente no veículo. É muito importante ser bem explorada, porque é
a fase que vai reduzir o tempo de trabalho, dar a direção para a execução e facilitar o diagnóstico.
A boa interpretação dos inconvenientes existentes no veículo aumenta a confiabilidade da informação
no momento de dar o feedback3 ao cliente.
Cabe ressaltar a importância de um diagnóstico seguro do que possa estar acontecendo, para que esse
feedback seja o mais próximo possível da solução. O feedback não pode ser uma simples informação para o
cliente sair convencido de que o inconveniente é de fácil solução. Deve ser uma resposta ou retorno, basea-
do em uma correta interpretação da possível anomalia, sem ser uma conclusão final.
Por isso, pode-se dizer que a interpretação dos inconvenientes passa por um processo de coleta de in-
formações, conhecimento técnico e um trabalho criterioso por parte dos envolvidos nessa análise.
A adequada interpretação dos inconvenientes4 proporcionará um diagnóstico preciso, facilitando a
execução dos reparos necessários para solucionar a anomalia em questão.
Paulo Cordeiro

Coleta de Conhecimento Trabalho Diagnóstico


informações
+ técnico
+ criterioso
= preciso
(2015)

Figura 1 - Processo de interpretação de inconvenientes


Fonte: do Autor (2015)

1 Ação de recolher e analisar dados para avaliar situações ou execução de tarefas de diversas naturezas e suas possíveis soluções.
2 Palavra inglesa que significa: partida, início, princípio, começo de um movimento, etc.
3 Palavra inglesa relacionada a comentários e informações sobre algo que já foi feito com o objetivo de fazer uma avaliação.
4 São ocorrências inesperadas e incomuns que produzem desconfortos físicos e psicológicos às pessoas que ocupam o veículo.
2 DIAGNÓSTICO
13

Após compreender a importância da interpretação de inconvenientes para um diagnóstico preciso co-


nheça, a seguir, as ferramentas de diagnóstico.

2.2 FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICOS

A primeira ferramenta utilizada para fazer um diagnóstico é uma entrevista com o proprietário do ve-
ículo ou condutor, no momento de entrada do veículo na oficina, ou seja, uma conversa com o cliente. É
nessa ocasião que todas as informações importantes para solucionar o inconveniente que o cliente está
relatando são extraídas.
Garanta que todas as informações relatadas pelo cliente sejam registradas e anotadas, nada deve ser
esquecido ou desconsiderado.
O indivíduo que faz esse primeiro contato deve estar ciente de que seu trabalho é fundamental no pro-
cesso de diagnóstico. Esse profissional precisa possuir algumas características, tais como:
• boa educação: saber tratar com respeito e ter consciência da importância do papel do cliente
nessa parceria;
• boa dicção: articular as palavras de maneira adequada para ser bem compreendido;
• facilidade de comunicação: transmitir informações ao cliente do que será feito e quais providências
serão tomadas;
• objetividade: ser objetivo sem desrespeitar suas características individuais;
• fluência verbal: ter bom vocabulário para se comunicar e usar termos formais;
• gerenciamento de tarefas: saber dar o encaminhamento correto das informações colhidas para a so-
lução do problema, isto é, saber a quem informar;
• domínio de conhecimento técnico mínimo: conhecer as informações técnicas básicas para compre-
ender o cliente nas suas queixas.
Além dessas qualidades e habilidades pessoais, o profissional que faz esse primeiro contato com o
cliente deve ter vontade de buscar novos aprendizados e querer investir na sua formação profissional,
para agregar novas possibilidades de cooperação ao trabalho de equipe.

FIQUE Sempre que o veículo der entrada na oficina para manutenção, deve ser preenchida
uma ordem de serviço contendo informações sobre o veículo e sobre o proprietário
ALERTA ou condutor, na qual estejam relatadas as informações sobre o inconveniente.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
14

AlexRaths ([20--?])
As informações obtidas devem chegar aos membros da equipe envolvidos na execução da manutenção
para que todos estejam cientes da sua importância na solução das queixas relatadas pelo cliente.
Para garantir que as informações colhidas não sejam extraviadas, é utilizada uma ficha de recebimento do
veículo, ou ordem de serviço e diagnóstico, na qual deve ser anotado tudo que for relatado ou perguntado ao
condutor do veículo. Nessa ficha devem estar inclusos, além dos dados pessoais do proprietário, informações
do veículo e as perguntas ou itens a serem abordados pelo entrevistador, tais como:
• Onde o condutor percebeu a anomalia?
• Como?
• Quando?
• Em que velocidade?
• Em que tipo de estrada apareceu a anomalia?
• Quantos passageiros estavam a bordo?
• Que tipo de ruído (barulho) o veículo apresentou?
• Há quanto tempo ele apresenta essa anomalia?
• Já foi executado outro reparo no inconveniente relatado?
• Há quanto tempo foi realizado esse reparo?
• Quem usa o veículo?
• Quantos quilômetros o veículo roda diariamente?
Os dados ou itens que devem constar nessa ficha serão completados com as informações necessárias
para fazer o diagnóstico sobre os inconvenientes (queixas) de forma que a equipe ou profissional encarre-
gado do reparo tome conhecimento para realizar a manutenção adequada.
2 DIAGNÓSTICO
15

FORMULÁRIO
1 - Descrição do inconveniente.

Dados do Veículo: _______________________________________________________


Modelo: ____________ Quilometragem: ______________Placa: _________________
Chassi:_____________________Data da Compra:______________________________

2 - Inconveniente (problema) apresentado pelo cliente:_________________________


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3 - Descrição do problema (perguntar ao cliente): _____________________________


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Quando: _______________________________________________________________
Desde quando: _________________________________________________________
Onde: _________________________________________________________________
Como: ________________________________________________________________
Solução do cliente: ______________________________________________________

4 - Dados históricos do veículo: ____________________________________________


______________________________________________________________________

Quem usa o veículo: _____________________________________________________

5 - Como e onde é utilizado o veículo (trajetos):


( ) Cidade
( ) Estrada de terra
( ) Percursos planos
( ) Paralelepípedos
( ) Percursos rápidos
( ) Percursos com subidas e descidas
( ) Rodovias
( ) Percursos longos
( ) Com chuva forte ou de pouca intensidade
( ) Outros. Quais?

6 - A última revisão programada foi realizada?


Sim ( )
Data______/______/______ Onde: ______________________
Não ( )

7 - Últimas intervenções e reparos


Reparo
Data______/______/______ Onde: ______________________

8 - Instalação de acessórios
Acessórios
Data______/______/______ Onde:______________________
Paulo Cordeiro (2015)

Figura 2 - Exemplo de ficha


Fonte: adaptada de Fiat Automóveis (2010)

Além da entrevista, realizada no primeiro contato com o proprietário ou condutor do veículo, pode-se
dispor de outras ferramentas ou materiais para iniciar fisicamente o diagnóstico do inconveniente levanta-
do durante a entrevista. Isso poderá confirmar ou levar a outra conclusão sobre o inconveniente.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
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Em uma segunda fase do diagnóstico, o executor do reparo ou da manutenção deve realizar inspeção visu-
al e auditiva, utilizando-se de ferramentas e materiais conforme sejam necessários e viáveis para o diagnóstico,
tais como: água, ar pressurizado, espuma, fitas adesivas e até o deslocamento em vias públicas com o veículo.
Vale lembrar que na área da tapeçaria e vidraçaria automotiva o diagnóstico passa mais por inspeções
visuais e auditivas e requer certa dose de criatividade, sem utilização de equipamentos ou instrumentos espe-
cíficos. Por isso, deve-se fazer o diagnóstico do inconveniente iniciando com uma ação mais simples até chegar
a mais trabalhosa, ou seja, dos testes mais simples para outros de maior complexidade.

Wavebreakmedia Ltd ([20--?])

2.3 ANÁLISE DE RESULTADOS

Depois de verificar as informações iniciais fornecidas pelo proprietário ou condutor do veículo, que fo-
ram registradas em uma ficha adequada e executar os testes necessários para confirmar os inconvenientes
relatados, inicia-se uma análise para concluir o que deverá ser feito para solucionar a anomalia.
É nessa etapa que serão reunidas e analisadas as informações de tudo o que foi testado, quais resultados
obtidos e como isso pode direcionar a solução do inconveniente. Devem também fazer parte desse
processo as experiências anteriores com situações semelhantes.
No momento em que se analisa corretamente todos esses resultados, a possiblidade de encontrar a causa
original do problema fica muito mais precisa e garantida.
A solução para os reparos envolvendo a tapeçaria e vidraçaria trata-se mais de uma ação direta de repa-
ro ou substituição do que propriamente uma ação de utilização de instrumentos ou aparelhos específicos,
a exemplo do que ocorreria em uma anomalia em um sistema elétrico ou mecânico do veículo.
2 DIAGNÓSTICO
17

SirikulT ([20--?])
2.4 FERRAMENTAS DE REGISTRO DE INFORMAÇÕES

Os registros podem ser impressos em formulários de papel ou armazenados em computadores, usan-


do-se programas específicos para gerenciamento de oficinas mecânicas.
Cada profissional ou oficina pode elaborar as próprias ferramentas para manter registradas todas as
informações, utilizando formulários impressos ou computador para essa finalidade. Dessa maneira, tem-se
as ferramentas de registro contemplando as particularidades necessárias a cada profissional ou oficina.
Adair Teixeira (2015)

Figura 3 - Exemplo de ordem de serviço


Fonte: do Autor (2015)

O importante é ter, no mínimo, uma ordem de serviço, na qual constem os dados do veículo, do pro-
prietário e o que foi relatado sobre o inconveniente pelo próprio cliente.
É importante também lembrar que, as informações mantidas em registro possibilitam uma organização
e uma direção para a busca da solução do inconveniente que se apresenta no momento.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
18

Essa prática possibilita, ainda, manter registrado um histórico sobre o veículo e a manutenção executada,
tais como: data do reparo, qual serviço foi executado, quem foi o reparador e qualquer outra informação
necessária. Isso facilita o resgate das informações no caso de retorno do veículo à oficina em outro momento.

Adair Teixeira (2015)

Figura 4 - Exemplo de ordem de execução de serviço


Fonte: do Autor (2015)

2.5 PLANEJAMENTO

Você pode estar se perguntando: por que planejar?


Quase todas as atividades no dia a dia das pessoas precisam de um roteiro, um plano, mesmo que seja
somente mental, facilitando o início da ação ou tarefa. Por exemplo, se você sair em férias provavelmente
vai planejar o que vai fazer nos dias de folga, senão ficará perdido ao acordar.
Logo, planejar, seria criar, prever, visualizar um roteiro para otimizar, viabilizar e alcançar o objetivo pretendi-
do. Com os verbos acima você consegue inferir que o planejamento é uma fase muito importante na execução
de qualquer trabalho ou ação.
2 DIAGNÓSTICO
19

É no planejamento que, já com as informações analisadas, serão tomadas as decisões relacionadas


ao cumprimento do trabalho pretendido. Pode-se dizer que na manutenção automotiva é realizado um
planejamento operacional, pois se trata de planejar a execução de um determinado reparo, visto que en-
volve a execução prática de: como fazer, quais etapas a seguir, etc. O planejamento ajuda a elaborar as
ações a serem executadas e qual sua eficácia na conclusão do trabalho a ser realizado.
Um bom planejamento prevê uma sequência de etapas a serem concretizadas com o objetivo de oti-
mizar tempo e recursos para a conclusão do reparo pretendido. Portanto, você pode identificar que é no
planejamento que são enumeradas as etapas de execução de trabalho, os envolvidos e recursos materiais
necessários. Em outras palavras, determinar, por onde, como, quando começar, quem iniciará o trabalho,
ferramentas, materiais e peças de reposição necessárias.

SAIBA Para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre planejamento, pesquise
em livros ou na internet. Um site interessante sobre o assunto é: <http://www.portal-
MAIS -administracao.com/2014/07/planejamento-estrategico-tatico-operacional.html>.

Muitas vezes esse planejamento não é escrito ou registrado, sendo somente mentalizado; isso pode
ocorrer devido à prática profissional já ter incorporado essa fase de trabalho. É importante ressaltar que em
uma oficina de maior porte, um planejamento registrado permite a todos os colaboradores a possibilidade
de visualização dos objetivos traçados para execução da tarefa de conserto.
Você pode ter também o planejamento previsto em uma norma de ação e execução permanente, ou
seja, as ações das etapas de reparo já fazem parte da estratégia de trabalho para a solução do inconvenien-
te ou reparo, devido a sua constante repetição ou ser semelhante.
Ao projetar e prever ações, que é o objetivo de um bom planejamento, mesmo que haja uma necessida-
de de pequenas mudanças de rumos nas ações ou tarefas, o sucesso da conclusão do trabalho a ser execu-
tado fica mais assegurado. Adiciona-se o fato de facilitar a substituição de qualquer colaborador envolvido
no processo, devido à existência das ações padronizadas pelo planejamento.
Robert Churchill ([20--?])
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
20

FIQUE Planejar significa otimizar tempo e recursos, é fazer uma previsão de ações a serem
executadas para o sucesso da conclusão do trabalho a ser feito. O planejamento
ALERTA ajuda a manter o foco na solução do problema.

2.6 CATÁLOGOS, MANUAIS E NORMAS

Para facilitar e agilizar a execução da manutenção automotiva foram criadas algumas publicações que
contêm diversas informações técnicas sobre uma variedade de sistemas e componentes de veículos, tanto
nacionais como estrangeiros.
Geralmente as montadoras e fabricantes fornecem essas publicações para as concessionárias e escolas
de cursos de Mecânica Automotiva, quando possuem contrato de parceria, para grupos em treinamentos
específicos e para os proprietários dos veículos.
Essas informações técnicas podem ser referentes ao uso do veículo, aos seus cuidados ou ainda quanto
às manutenções a serem realizadas. Essa literatura pode ser dividida em catálogos, manuais e normas, que
você estudará a seguir.

2.6.1 CATÁLOGOS

Nos catálogos encontra-se uma lista ou relação de itens – peças e ferramentas especiais – com suas de-
nominações corretas, referências e especificações de modo que sejam solicitadas conforme a necessidade
de uso em determinado veículo. Em resumo, os catálogos contêm todas as informações necessárias sobre
a peça ou ferramenta, com suas corretas finalidades de usos e manuseio.
As informações contidas nos catálogos possibilitam agilidade e uma correta logística de reposição dos
componentes automotivos, diminuem e evitam perdas de tempo e custos nesse processo de fornecimento.
Com o uso de um catálogo de peças, o reparador pode verificar qual a peça ou componente mais ade-
quado ao veículo a ser reparado. Por exemplo: ao ser necessário substituir uma forração de porta, é impor-
tante atentar se o veículo possui vidros elétricos ou manuais, além de outros fatores, é claro.
Já no caso de catálogos de ferramentas e equipamentos, o reparador poderá verificar as possíveis ferra-
mentas a serem aplicadas em um determinado serviço. Por exemplo: para remover algumas forrações que
são encaixadas com pinos plásticos, existe uma ferramenta semelhante a uma pequena alavanca, o que
facilita o trabalho do reparador e evita danificar a peça do veículo.
Então, para garantir a qualidade do serviço é preciso utilizar as ferramentas adequadas e peças de
qualidade e procedência. Para isso, o reparador deverá recorrer a um catálogo para ver a peça ou
ferramenta necessária.
2 DIAGNÓSTICO
21

Adair Teixeira (2015)


Figura 5 - Exemplo de catálogo
Fonte: do Autor (2015)

Mas, se o reparador não conhecer o processo adequado, ou ainda não tiver certos valores de ajuste e/
ou regulagem, a qualidade poderá ser prejudicada. Nesse momento, o reparador deve contar com o uso
do manual de manutenção, também conhecido como manual de reparação ou, ainda, manual de serviços.
Então, estude os objetivos dos manuais!

2.6.2 MANUAIS

Os manuais reúnem de forma simples, clara e objetiva etapas e sequências de trabalho para a execução
de uma manutenção específica. Além disso, os manuais orientam, corretamente a maneira de proceder
a uma desmontagem, montagem ou ajustes de determinada peça ou conjunto de itens, no caso de um
simples conserto ou de substituição total desse componente automotivo.
As informações contidas nos manuais possuem determinados graus técnicos, conforme a destinação
dessas publicações. Caso seja para o mecânico ou técnico automotivo, as informações serão mais abran-
gentes e, tecnicamente, superiores ao manual do proprietário do veículo.
Cada fabricante tem seu padrão de construção dos manuais, por isso, nenhum material será detalhado
neste livro didático. De forma geral, os manuais trazem procedimentos e informações técnicas, como valo-
res de aperto de parafusos, valores de folgas e ajustes, posicionamento de instalação, entre outros.
Os manuais produzidos pelas montadoras são disponibilizados, em sua maioria, somente para as redes
de concessionárias. Alguns fabricantes de peças de reposição também elaboram seus manuais, que po-
dem ter apenas uma página. Nesse caso, é comum que o manual acompanhe a peça de reposição.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
22

Por exemplo: no caso de um painel de instrumentos novo, o fabricante pode enviar um manual com
informações técnicas dentro da embalagem, indicando o procedimento adequado de instalação, fixação,
entre outras informações que ele julgar úteis ao reparador.
Como você pode observar, os manuais e catálogos visam garantir a qualidade dos processos de manu-
tenção e reparos, fornecendo informações úteis sobre procedimentos e peças do veículo.
Além dos manuais e catálogos, os fabricantes e montadoras estabelecem ainda normas técnicas que, em
conjunto com os catálogos e manuais, garantem a qualidade dos serviços e a vida útil dos componentes.

Adair Teixeira (2015)

Figura 6 - Exemplo de manual para reparos em oficinas


Fonte: do Autor (2015)

2.6.3 NORMAS

As normas têm como objetivo orientar as responsabilidades e atribuições de todos os envolvidos, divul-
gar etapas de execução de reparos, estabelecer de forma ordenada, uniforme e sistematizada a realização
dos procedimentos e rotinas no momento de uma determinada manutenção.
As orientações contidas nessas normas possibilitam a todos os envolvidos no processo de manutenção
a compreensão exata da ação, assim como seguir determinada sequência de trabalho ou etapas. De modo
que, mesmo que algum integrante da equipe seja substituído ao longo do percurso de manutenção, a
conclusão do serviço ficará garantida.
Deve ficar claro que os catálogos, manuais e normas são publicações produzidas pelas diversas mon-
tadoras para uma variedade de veículos, cada qual com suas características e finalidades, conforme os
objetivos dessas montadoras.
2 DIAGNÓSTICO
23

Vale lembrar que no Brasil há, também, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que é o
fórum nacional no qual se produz procedimentos técnicos a serem seguidos, com a finalidade de padro-
nização das atividades em diversos setores da sociedade brasileira, seja em materiais, produção, serviços
e segurança.
Como exemplo disso, veja na sequência a imagem de norma técnica da ABNT.

Adair Teixeira (2015)


Figura 7 - Exemplo de normas técnicas
Fonte: do Autor (2015)

2.7 FERRAMENTAS, INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS

As ferramentas, instrumentos e equipamentos visam facilitar as remoções, substituições e remontagem


de forma segura além de auxiliar em diagnósticos precisos para economia de tempo e evitar custos des-
necessários.
Para cada veículo das diversas montadoras há ferramentas, instrumentos e equipamentos específicos
para a execução de determinada manutenção. As especificações desses itens estão nos manuais técnicos
das montadoras, facilitando a compreensão para a sua utilização correta.
Em casos especiais, conforme orientações dos fabricantes, algumas das ferramentas, instrumentos e equi-
pamentos podem ser utilizados para manutenção em múltiplos veículos. Isto será informado nas orientações
de utilização de cada um deles.
Não se pode esquecer de que, usando ferramentas, instrumentos e equipamentos corretos e com co-
nhecimento, a manutenção será executada com qualidade e presteza, deixando o cliente satisfeito com o
serviço de reparo realizado.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
24

Morgana Machado (2015)


Figura 8 - Quadro de ferramentas
Fonte: Machado (2015)

Nos capítulos 3 e 4 desta unidade curricular você estudará as ferramentas específicas, tanto para o repa-
ro em tapeçaria como para vidraçaria.

2.8 COMPONENTES E GARANTIAS

No reparo automotivo, os componentes que por necessidade tenham que ser substituídos podem ser
solicitados às montadoras dos diversos veículos. Normalmente, esses componentes são conhecidos como
peças genuínas, porque são produzidos nas fábricas das próprias montadoras. Alguns itens também po-
dem ser fornecidos por outros fabricantes certificados pelas montadoras.
Existem, ainda, os fabricantes de peças, instrumentos e outros componentes não genuínos ou não certi-
ficados pelas montadoras dos veículos. Quanto às garantias desses itens, elas são estipuladas por cada um
dos fabricantes. Para cada componente existe um tempo de garantia de uso e durabilidade, que varia de
fabricante para fabricante, podendo o prazo dessa garantia ser maior ou menor.
Os componentes da tapeçaria e vidraçaria também entram no rol das garantias dadas pelos fabricantes.
Além das garantias de qualidade e durabilidade do produto elaboradas pelos fabricantes, existe tam-
bém a garantia pela lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conforme previsto no Código de Proteção
e Defesa do Consumidor.
Leia, a seguir, um trecho desse Código:

SEÇÃO II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
dos aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, monta-
gem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
2 DIAGNÓSTICO
25

§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente


se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes [...]
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor
ou importador;
[...] Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele
pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes. [...]
Fonte: adaptado de Brasil (1990).

SAIBA Para saber mais, pesquise no link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.


htm> e fique informado sobre as responsabilidades pela garantia de execução de ser-
MAIS viços e de produtos.

Em seguida, estude os EPIs.

2.9 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

Para toda atividade que possa oferecer algum tipo de risco à segurança de pessoas ou instalações, é
fundamental o uso de equipamentos de proteção individual ou coletiva denominados EPIs.
Na figura a seguir, você poderá identificar alguns exemplos de EPIs para uso em reparos de tapeçaria e
vidraçaria automotiva:
1. óculos de proteção que serve para evitar queda de sujeira ou líquidos nos olhos;
2. máscara de proteção nasal usada para prevenir inalação de gases nocivos e poeiras;
3. luvas de tecidos para evitar ferimentos e contato de sujeiras com as mãos;
4. luvas de látex que servem para manusear solventes e produtos químicos diversos;
5. protetor auricular para evitar ruídos que possam comprometer a audição.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
26

1 5 2

Paulo Cordeiro (2015)


4 3

Figura 9 - EPI – Equipamentos de proteção individual


Fonte: do Autor (2015)

O uso dos EPIs deve ser uma preocupação tanto coletiva quanto pessoal. A responsabilidade é de todos
que circulam no espaço de trabalho e estão envolvidos na execução da tarefa ou serviço. Isto é:
• responsabilidade do patrão no fornecimento dos equipamentos;
• responsabilidade do técnico em Segurança do Trabalho em fiscalizar o uso e o cumprimento das
normas de segurança;
• responsabilidade do próprio executor direto da tarefa, no uso adequado para sua proteção.

Você sabia que cresce, vertiginosamente, o número de condenações de em-


presas, em ações trabalhistas, para o pagamento de adicionais de periculo-
sidade e insalubridade, decorrentes de irregularidade no fornecimento e/ou
CURIOSIDADES utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs)? Para saber mais
a respeito, acesse o site: <http://trt-12.jusbrasil.com.br/noticias/100620926/
demissao-por-nao-usar-equipamento-de-protecao>.

Muitas vezes, o não uso desses equipamentos vem da resistência do executor da tarefa ou trabalho que,
em geral, arranja algumas desculpas, tais como:
• o equipamento atrapalha no rendimento do trabalho;
• é desconfortável;
• foi levado para casa para limpar ou lavar e esqueceu-se de trazer, entre outras desculpas.
Logo, ao executar determinado trabalho, o funcionário coloca acima da sua integridade física algumas
desculpas para não usar os EPIs. Dessa forma, ele não visualiza a perda maior, que pode ser sua saúde ou
2 DIAGNÓSTICO
27

de alguma capacidade física/motora. Essa utilização passa a ser uma discussão constante entre patrão,
técnico de Segurança do Trabalho e trabalhador.
No Brasil, o índice de trabalhadores afastados das empresas ou de suas atividades profissionais, por
motivos de saúde, é enorme, exatamente pela falta de uso desses EPIs. Isso gera uma preocupação nas
autoridades governamentais e patrões, devido aos altos custos em reabilitar para o trabalho essas pessoas,
ou por uma aposentadoria precoce.
A diminuição desses índices de invalidez temporária ou permanente passa por uma conscientização
ampla de todos. Vai muito além das obrigações patronais e das normas existentes para o uso dos EPIs.
O próprio indivíduo executor do trabalho é quem deve ser o maior preocupado e interessado nessa ação,
é ele o responsável direto na questão de sua proteção.
Vale lembrar que além dos EPIs, a limpeza e a organização do local de trabalho ajudam na segurança
individual e coletiva. No caso do Brasil, existe uma Norma Reguladora, a NR 6, que trata sobre esse tema.
Leia um extrato da NR 6, a seguir:

NORMA REGULAMENTADORA 6 -  NR 6
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI
[...] 6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equi-
pamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a se-
gurança e a saúde no trabalho.
6.1.1 Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual todo aquele
composto por vários dispositivos que o fabricante tenha associado contra um ou mais
riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a saúde.
[...] 6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado
ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circuns-
tâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
[...] c) para atender a situações de emergência.
[...] 6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e
trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente
em determinada atividade. (alterado pela Portaria SIT/DSST 194/2010)
[...] 6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
28

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em maté-


ria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT/DSST 107/2009)
[...]
6.7 Responsabilidades do trabalhador. (alterado pela Portaria SIT/DSST 194/2010)
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Fonte: adaptado de Brasil, Ministério do trabalho e emprego NR 06 (2001).
Jultud ([20--?])

CASOS E RELATOS

A importância de usar EPIs


João das Neves, funcionário de uma empresa de troca de para-brisas, estava recuperando o vidro
traseiro do veículo de um cliente e ao tracionar o conjunto de manípulo para cortar o adesivo que fixa
o vidro na carroceria, teve seu olho esquerdo atingido por uma ponta do fio de arame que se soltou.
2 DIAGNÓSTICO
29

João foi atendido no posto médico e ficou dois dias em dispensa médica para recuperar-se do fe-
rimento, com o risco de ficar com sequelas no olho esquerdo e deixar o Sr. Adilson, proprietário da
empresa, sem um funcionário para atender aos clientes. A ocorrência ainda provocou uma multa
para a oficina, dada pelo Ministério do Trabalho, devido ao fato de João não estar usando EPI, ou
seja, óculos de proteção individual, no momento da tarefa.
O Sr. Adilson ficou chateado, porque fornece todos os EPIs necessários para os seus funcionários.
Em função do acidente de trabalho, decidiu fiscalizar e aplicar penalidades quando qualquer dos
seus colaboradores for flagrado sem os EPIs fornecidos para a execução de tarefas que possam
oferecer riscos pessoais.
Você pode perceber que o maior responsável pelo acidente foi o próprio funcionário João das Ne-
ves, por não usar os óculos de proteção. Ele poderia até ser demitido por justa causa pela empresa.

Lembre-se de que, se o empregador não fornecer os EPIs, poderá, em caso de acidente com o trabalha-
dor, ser responsabilizado na área criminal, civil e trabalhista. E se o trabalhador não fizer uso do EPI forneci-
do, além das possíveis sanções trabalhistas, pode perder o emprego por justa causa. Portanto, você, como
possível empregador, técnico ou trabalhador da área automotiva, está inserido nesta responsabilidade do
uso dos EPIs.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou como o diagnóstico bem realizado possibilita direcionar as ações neces-
sárias para a execução de reparos seguros e de qualidade. Verificou, também, que a interpretação dos
inconvenientes inicia com a entrada do veículo na oficina, quando recebido pelo (a) recepcionista.
Além disso, você identificou a importância de uma boa entrevista executada pelo profissional que
faz o primeiro contato com o condutor do veículo, bem como conheceu as reponsabilidades de
cada segmento, importância e os cuidados com o uso dos EPIs.
Você constatou, ainda, que o planejamento pode otimizar a execução de tarefas e que, bem re-
alizado, dará objetividade nas ações para a conclusão de reparos. Assim como, ao conhecer as
publicações que trazem informações sobre os veículos, verificou que auxiliam muito na retirada de
dúvidas técnicas por ocasião de reparos.
Para finalizar, você aprendeu sobre a importância de utilizar pelo menos uma forma de registro e
controle na atividade de manutenção e reparo, pois isso possibilita manter um histórico do que foi
realizado na manutenção do veículo.
Bons estudos!
Componentes da Tapeçaria

Você sabe quais as partes que compõem a tapeçaria dos veículos? Que tipo de manutenção
elas necessitam? Quais tipos de inconvenientes podem vir a apresentar? Estas e outras questões
você conhecerá no decorrer deste capítulo. A necessidade de escolha de adesivos de qualida-
de, o diagnóstico de causas de rumores nos veículos e a implementação de ações de correção
desses inconvenientes também são tema deste capítulo.
Dessa maneira, ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar possíveis danos nos componentes da tapeçaria automotiva;
b) analisar os resultados obtidos nos diagnósticos das anomalias;
c) executar reparos nos componentes da tapeçaria;
d) proceder uma vistoria da qualidade do reparo realizado.
Bons estudos!
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
32

3.1 TIPOS E CARACTERÍSTICAS

Suponha que você tenha que responder à pergunta feita no início do capítulo: quais partes do veículo
compõem a tapeçaria automotiva? O que você responderia? Sua resposta poderia ser: somente os tapetes ou
os revestimentos internos.
Em parte você teria acertado, porém faltam alguns componentes nesta resposta, pois a tapeçaria auto-
motiva é muito mais abrangente. Na atualidade, todos os componentes plásticos de acabamento, de fixa-
ção e de segurança, tanto externos como internos, fazem parte da tapeçaria. Nisto incluem-se os bancos,
todo o revestimento de teto e laterais, painéis de instrumentos e de mídias, faixas de proteção externas de
portas, para-choques, molduras dos retrovisores externos e internos, molduras dos vãos de rodas (aquelas
debaixo dos para-lamas), espelhos de setas, molduras de faróis e saia do câmbio. Sendo que suas utilidades,
quantidades, nomenclaturas e tipos, dependem das montadoras e dos modelos dos veículos.
Alguns desses itens têm como finalidade o acabamento estético e/ou o conforto, outros têm a função
de fixação de equipamentos e acessórios diversos, como painéis de instrumentos e de mídias. Há, ainda, os
que têm a função de proteção, a exemplo dos para-choques dianteiro e traseiro.

Adair Teixeira (2015)

Figura 10 - Veículo com componentes externos da tapeçaria automotiva


Fonte: do Autor (2015)

Você viu as várias finalidades e funções da tapeçaria. Entretanto, para a confecção e produção desses
componentes, as montadoras ou os seus fornecedores terceirizados utilizam os mais diversos tipos de ma-
teriais, cada um com propriedades e usos ideais, tais como:
• espumas de PU (polímero);
• plásticos de engenharia (termoplástico);
• tecidos diversos;
• couro bovino e couro sintético;
• fibras sintéticas (de coco e cânhamo).
3 COMPONENTES DA TAPEÇARIA
33

A fibra de coco está sendo empregada em larga escala na fabricação de


componentes automotivos, tais como: tapetes antirruídos, forro de portas,
CURIOSIDADES teto, porta luvas e apoio de cabeça.
Fonte: Fibraztech (2014).

Os plásticos de engenharia (policarbonatos) são muito utilizados devido às suas propriedades, pois
permitem aquecimento e resfriamento para moldagem das peças e, mesmo assim, não sofrem alterações
(mudanças) químicas, mantendo sua resistência, elasticidade e o bom isolamento térmico e acústico.
Conheça, por meio do quadro a seguir, os materiais usados para a fabricação dos componentes dos veículos.

MATERIAL COMPONENTES

Policarbonato Para-choques, calotas, retrovisores


Espuma de PU Painel de instrumentos, freios ABS
Polipropileno Para-choques, caixas de bateria
Co-polímeros: Poliamida Para-lamas, painel de instrumentos
PMMA (Polimetil metacrilato) ou Acrílico Setas, pisca alerta, luzes traseiras
Couro puro ou couro sintético Bancos, revestimento de volante
Quadro 1 - Compostos usados para produzir itens de tapeçaria automotiva
Fonte: adaptado de Malagueta & Medina (2003)

Nas imagens a seguir, você visualiza exemplos dos componentes citados anteriormente.
Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 11 - Componentes internos da tapeçaria automotiva


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
34

Conheça a seguir, as ferramentas necessárias para a substituição de componentes da tapeçaria.

3.2 FERRAMENTAS

A exemplo de qualquer outra atividade que necessita de substituição de componentes ou peças, a


tapeçaria precisa de ferramentas, tais como: chaves de fenda, chaves Philips, chaves canhão, alicates uni-
versal e de bico, chaves tipo allen, chaves de boca ou combinadas, tudo isso em diversos tamanhos. A
tapeçaria também exige algumas ferramentas especiais para a execução dos trabalhos.

Adair Teixeira (2015)

Figura 12 - Ferramentas de usos múltiplos


Fonte: do Autor (2015)

Portanto, pela existência de muitas fábricas montadoras e de uma enormidade de modelos de veículos,
foi necessário o desenvolvimento dessas ferramentas especiais, conforme orientações técnicas das fábri-
cas de veículos. Essas ferramentas, facilitam a retirada de diversos itens da tapeçaria automotiva.
Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 13 - Ferramentas especiais – espátulas para retirar anteparos e forrações


Fonte: do Autor (2015)
3 COMPONENTES DA TAPEÇARIA
35

Atente para os cuidados com a segurança no uso de qualquer ferramenta durante os trabalhos. A possi-
bilidade de possíveis danos causados na carroceria dos veículos, nos acessórios e nos próprios componen-
tes que estão sendo substituídos ou reparados, deve ser uma preocupação constante. Saiba que ferramen-
tas usadas com competência e conhecimento são sinônimos de bom trabalho.

3.3 COLAGEM DE TAPETES, ANTEPAROS E FORRAÇÕES

Você estudou que existem muitos componentes na tapeçaria automotiva e esses componentes devem
ser fixados. Alguns são por meio de fixadores plásticos e outros por meio do uso de colas e resinas que,
além de fixar, têm a função de vedar e evitar a infiltração de impurezas e líquidos. Então, veja a seguir como
fazer isso de forma correta e com qualidade. Antes disso, confira um Saiba Mais.

Cuidado com os bancos do veículo! Mesmo os revestidos de tecido sintético, que são
bem mais resistentes, mancham. Vazamentos de produtos químicos, alimentos líqui-
dos ou pastosos e barro encabeçam a lista dos maiores responsáveis pela sujeira. Os
SAIBA bancos de plástico podem ser limpos com um pano úmido, porém, é importante não
MAIS deixar que a sujeira ou a poeira em excesso se acumule. Bancos revestidos de couro
também necessitam de cuidados, para limpá-los, use um pano umedecido. Para co-
nhecer outros cuidados com o carro acesse: <http://quatrorodas.abril.com.br/QR2/
autoservico/mecanica/cuidados.shtml>.

O primeiro passo importante em um processo de colagem é a escolha de adesivos de qualidade, já co-


nhecidos no mercado da tapeçaria automotiva. Um serviço bem executado não vai garantir a qualidade se o
adesivo a ser usado for de qualidade duvidosa e não for para os fins a que se destina. Por isso, é importante
fazer pesquisas dos produtos disponíveis no mercado e analisar suas especificações.
Os adesivos são produzidos à base de alguns polímeros de resina epóxi, endurecedores e mais alguns
componentes que, depois de misturados, transformam-se em um produto de características químicas es-
peciais. E, para que esse produto seja considerado de boa qualidade, deve possuir especificações como:
• boa resistência à expansão térmica: permitir um certo grau de dilatação;
• relativa resistência a agressões químicas como solventes;
• boa resistência física à tração, compressão ou qualquer esforço mecânico;
• durabilidade: devem ter o mesmo ou mais tempo de (vida) das peças que vão unir;
• deve permitir aplicação de forma manual ou mecanizada (uso de aplicadores);
• boa viscosidade e consistência, ou seja, não escorrer com facilidade.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
36

Na escolha do adesivo, você deve se atentar para sua finalidade de uso, porque há
FIQUE adesivos diversos, conforme o tipo de material. Se você não escolher o adesivo corre-
to poderá não produzir o efeito desejado naquele material específico, por exemplo,
ALERTA se você colar a forração interna do habitáculo, com cola para madeira, provavelmen-
te, não ocorrerá a fixação adequada e poderá soltar em um curto espaço de tempo.

A escolha do adesivo deve ser baseada em suas características de fabricação e aplicação, observando
sempre as orientações de uso recomendado pelo fabricante do produto, como também da montadora do
veículo para a realização do reparo do componente. Veja na imagem a seguir, um exemplo de recomenda-
ções do fabricante de um tipo de adesivo.

Adair Teixeira (2015)

Figura 14 - Exemplo de instruções de uso de adesivos


Fonte: do Autor (2015)

Na execução do serviço de colagem é preciso ficar atento a algumas regras e etapas, para que a manu-
tenção alcance a qualidade e durabilidade desejada. Isso acontece porque qualquer peça depois de colada
torna-se difícil de separar sem causar danos físicos e estéticos.
Algumas montadoras possuem contratos com empresas que produzem adesivos específicos de acordo
com solicitações específicas. Elas podem orientar e elaborar regras e etapas a serem seguidas no momento
da execução de reparos e substituições dos componentes que exigem a utilização desses adesivos.
Veja algumas etapas e cuidados a serem tomados para o reparo de itens de tapeçaria automotiva:
• analise primeiramente o serviço a ser executado;
• selecione as ferramentas adequadas e materiais a serem usados;
3 COMPONENTES DA TAPEÇARIA
37

• proteja as áreas do veículo próximo ao reparo a ser executado;


• reserve um lugar limpo e protegido para guardar os componentes retirados;
• se for possível, leia atentamente as orientações da montadora sobre a retirada dos itens e qual produ-
to de fixação utilizar (adesivos);
• siga as recomendações do fabricante do adesivo sobre sua utilização, principalmente sobre tempo de
“cura” (secagem) e qual solvente a ser empregado;
• evite usar adesivos para fixação dos itens que são presos normalmente com fixadores plásticos ou
de metal.
Muitos anteparos são fixados por botões de pressão ou grampos especiais produzidos em material
plástico, por isso é necessário ter cuidado na remoção e recolocação das peças que estão sendo reparadas
ou substituídas.
Agora que você estudou sobre a colagem de componentes de tapeçaria, conheça a seguir o que é ve-
dação e rumorosidade5. Então, continue seus estudos.

3.4 VEDAÇÃO E RUMOROSIDADE DA CARROCERIA

Neste item, você aprenderá que os reparos a serem realizados deverão ser executados com atenção e
paciência. São inconvenientes pontuais que exigem observações e, às vezes, somente testes simples, porém
trabalhosos para o diagnóstico.
Em outro momento, você poderá encontrar inconvenientes de maior complexidade de diagnóstico,
exigindo testes mais elaborados e demorados. É nessa situação que você colocará em prática os conheci-
mentos adquiridos com este estudo.
Antes de prosseguir, vale lembrar que vedação envolve todos os itens que impedem a entrada de
líquidos, poeiras, vento e auxiliam na fixação de componentes móveis da carroceria do veículo enquanto
rumorosidade é qualquer ruído ou barulho estranho ao funcionamento do veículo que esteja causando
incômodo auditivo ou psicológico aos ocupantes.

3.4.1 VEDAÇÃO

Você já passou por uma situação de infiltração de água ou poeira no interior do seu veículo ou por aqueles
famosos “grilos”? Quem nunca passou por isso teve sorte, pois não tem coisa mais inoportuna do que aquela
água e poeira entrando pelas guarnições, junções dos vidros, pelo fundo do carro ou qualquer outro local.

5 Relacionada a rumores, barulho.


TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
38

Em alguns casos são inconvenientes de fácil solução, mas em outros, complicados de serem diagnosti-
cados e solucionados. São situações que exigem extrema paciência, eficiência e habilidade do profissional.
Caso contrário, a sua intervenção não será eficaz e não terá a qualidade desejada.
Como você estudou, pode-se ter infiltrações de água ou de poeira. Para cada situação usa-se alguma
técnica para chegar à solução adequada. Veja a seguir algumas dessas técnicas relacionadas à vedação:
• Água: essa é campeã de problemas para os veículos. Ela causa umidade, mofo e até danos a compo-
nentes eletrônicos, porque pode vir a percorrer caminhos diversos e difíceis de serem descobertos.
Uma das maneiras de fazer o diagnóstico é, utilizando uma solução de água e detergente neutro,
colocar sobre o local provável pela parte externa e com ajuda de um jato de ar-comprimido suave,
verificar se entraram bolhas para dentro do veículo, principalmente, nas guarnições de borrachas. Se
a possibilidade de infiltração existir na carroceria, é possível jogar água com uma mangueira por cima
e/ou por baixo, verificando internamente se houve alguma infiltração.
• Poeira: é difícil de verificar e, muitas vezes, exige a remoção prévia de componentes internos para
que seja possível encontrar resíduos ou vestígios. Realizar um percurso em estrada de terra para teste
pode auxiliar na obtenção do diagnóstico. Ao identificar o local da infiltração, faz-se necessário reali-
zar o reaperto e a aplicação de calafetadores à base de borracha sintética ou adesivos para essa finali-
dade. Lembre-se de consultar as normas técnicas para uso do produto e orientações das montadoras
para o veículo em questão. É importante, também, utilizar ferramentas e aplicadores adequados.
Após essas providências tanto para os inconvenientes relacionados à água como à poeira, é importante
realizar novos testes de verificação do reparo, com o objetivo de constatar a eliminação da anomalia, e
somente depois remontar os componentes do veículo. Evite fazer qualquer substituição de peças ou com-
ponentes antes dos testes e confirmação dessa necessidade.

As borrachas de vedação de portas, também chamadas de guarnições, podem ressecar


pelo tempo de uso e sofrer deformações. Elas auxiliam na drenagem da água das por-
SAIBA tas através de furos existentes na parte inferior, e devem ser limpas frequentemente,
MAIS porque se entupirem podem levar ao acúmulo de líquidos no interior do veículo. Para
limpá-las use somente pano úmido e detergente neutro. Não utilize silicone, pois ele
pode acumular mais sujeiras.

3.4.2 RUMOROSIDADE

Aqueles barulhos de “vrerrrrr”; “tec, tec, tec”, “nhem, nhem, nhem”, “krique, krique, krique” perturbam
todos os ocupantes do veículo e podem ser provocados por entrada de ar com o carro em movimento, peças
frouxas que atritam entre si, parafusos que foram danificados no aperto (torque excessivo), falta de lubrifica-
ção em dobradiças diversas, até mesmo por algum objeto caído em lugar inacessível.
Para fazer um diagnóstico do inconveniente, você pode realizar testes em estradas, com o auxílio de um
ajudante. Para isso é preciso isolar alguns pontos com fitas adesivas e retirar ou colocar, gradativamente,
3 COMPONENTES DA TAPEÇARIA
39

até verificar o ponto do inconveniente, procurar objetos soltos em locais de difícil acesso e fazer uma ins-
peção visual e auditiva antes de qualquer intervenção de troca de peças.
Após os testes, você deve realizar ações de reapertos, lubrificações, colocação de material vedante ou
troca da guarnição de borracha danificada e retirada dos objetos estranhos encontrados nos locais de
difícil acesso.
Para essas situações deve-se sempre proceder com habilidade e paciência, usando todo o conheci-
mento e as informações obtidas anteriormente com o proprietário ou condutor, conforme relatadas na
entrevista de entrada do veículo na oficina (que você estudou no capítulo anterior).
Como foi possível observar, os ruídos ou rumores são causados por diversos motivos. Por isso, o diag-
nóstico pode ser um pouco mais difícil. Obviamente, cada tipo de rumor terá um vínculo com algum sis-
tema ou componente do veículo. Por exemplo: se o proprietário do veículo relata que está escutando um
ruído do tipo batida de metal, a causa pode ser alguma peça solta ou frouxa. Em um teste de pista é possí-
vel, em muitos casos, identificar a região do ruído e a possível causa do mesmo.

3.5 MANUTENÇÃO DA TAPEÇARIA

Para uma boa e correta manutenção, você deve inicialmente verificar a existência de manuais técnicos com
detalhes sobre a remoção, referências de modelo e ano de fabricação e ferramentas específicas para a tapeça-
ria do veículo a ser manutenido6.
Você pode orientar o proprietário do veículo sobre a necessidade de substituições de peças danificadas,
evitando assim recuperar alguma peça, o que poderia ser demorado e de baixa qualidade. Fique atento
quanto à garantia e qualidade do serviço realizado por você.

FIQUE Tome todo cuidado ao usar ferramentas no interior do veículo, proteja-o ao máximo,
principalmente os bancos. Pequenos estragos podem acarretar grandes prejuízos
ALERTA para você ou para a oficina.

Para realizar um serviço com qualidade e segurança, você deve atentar para alguns cuidados a serem
tomados, conforme as informações básicas contidas nas orientações dos fabricantes do produto a ser usa-
do. Portanto, guarde bem as orientações a seguir:
• não faça a colocação do adesivo se as peças não estiverem secas e limpas, isentas de materiais oleosos
ou poeira;
• evite os dias que estejam muito úmidos ou muito frios, pois o tempo de secagem (cura) depende
muito da temperatura ambiente;

6 Manutenido deriva do verbo manutenir. Algo que recebe manutenção.


TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
40

• a temperatura ambiente ideal para aplicação de produtos químicos é entre 15 e 25 graus. Esta infor-
mação é uma média, por isso é fundamental verificar na embalagem do produto a temperatura de
trabalho e a pressão de aplicação, quando for aplicado com pistola de ar;
• proteja os locais do veículo e da peça que não podem ser sujas com o adesivo, pois a remoção de
excessos ou limpeza da peça pode ser difícil e danificar algum componente;
• leia e siga as recomendações do fabricante do adesivo;
• lembre-se de que muitos adesivos são inflamáveis e/ou tóxicos e podem pegar fogo, irritar a pele e
os olhos;
• cuidado na remoção das peças, pois cada veículo possui formas diferentes de fixá-las. O uso de ferra-
mentas inadequadas pode causar danos a elas;
• muita atenção: material plástico quebra, mesmo os mais resistentes; isto pode acarretar em prejuízo
para a oficina;
• use ferramentas corretas e limpas na execução do reparo;
• respeite as normas de segurança impressas na embalagem e lembre-se sempre de usar os EPIs ade-
quados para cada situação.

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 15 - Ferramentas corretas para uso na tapeçaria


Fonte: do Autor (2015)
3 COMPONENTES DA TAPEÇARIA
41

CASOS E RELATOS

Adesivo de má qualidade
Ao voltar da praia, depois de um belo domingo de descanso com sua família, o Sr. Joaquim das
Neves verificou que o forro superior próximo ao teto-solar do seu Golf prata estava soltando. Ele se
lembrou que, na semana anterior, tinha levado o carro para uma manutenção do teto-solar na loja
de para-brisa do seu bairro.
Na segunda-feira logo cedo, o Sr. Joaquim foi à oficina relatar a situação. Ele foi recebido pronta-
mente pelo proprietário. Este, ao inspecionar a forração, verificou que o problema estava no uso
de um adesivo de má qualidade utilizado erroneamente pelo funcionário da oficina, já que tinha
determinado o descarte de todo produto daquela marca.
O proprietário da oficina pediu desculpas ao Sr. Joaquim e determinou que fosse realizado um
novo reparo com um produto de boa qualidade. O Sr. Joaquim ficou satisfeito com o novo trabalho
e o pronto atendimento da oficina.

RECAPITULANDO

Com os estudos desse capitulo você adquiriu conhecimentos básicos para identificar os compo-
nentes da tapeçaria, seus tipos e características. Conheceu as ferramentas especiais para realiza-
ção de reparos e trocas de componentes desse material. Estudou a importância da escolha e utili-
zação de adesivos de boa procedência para a execução de reparos com qualidade e os cuidados a
serem tomados quando proceder à remoção de outros itens de fixação.
Estudou, também, como diagnosticar e proceder à manutenção em casos de relatos de rumoro-
sidade e de outros inconvenientes por infiltrações de poeiras e/ou água. Você aprendeu, ainda,
que para identificar situações de infiltrações de líquidos e/ou poeira para o interior dos veículos,
precisa iniciar os testes pelas ações mais simples e só depois ir para as mais complexas. Com esses
conhecimentos, você adquiriu capacidade técnica para proceder reparos de tapeçaria com segu-
rança e qualidade.
No próximo capítulo, você estudará os componentes da vidraçaria e como executar ações de re-
paro com qualidade.
Componentes da Vidraçaria

Neste capítulo, você conhecerá os componentes da vidraçaria automotiva algumas funções,


tais como: proteção contra as intempéries climáticas, proteção do vento durante o desloca-
mento, fixação de acessórios, segurança pessoal, entre outras. Conhecerá, também, algumas
normas técnicas vigentes quanto ao reparo de vidros automotivos. Ao finalizar seus estudos
neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os tipos e características da vidraçaria automotiva;
b) definir quais as etapas a serem realizadas para executar o reparo necessário;
c) identificar as ferramentas a serem utilizadas na manutenção da vidraçaria automotiva;
d) realizar o planejamento necessário para aplicação de testes para sanar inconvenientes de
rumorosidade nos veículos;
e) realizar diagnósticos e seus registros;
f) analisar resultados dos testes realizados;
g) identificar a importância do uso dos EPIs;
h) realizar o controle de qualidade do serviço executado.
Bons estudos.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
44

4.1 TIPOS E CARACTERÍSTICAS

Há alguns anos, os vidros automotivos tinham somente a função de proteger os ocupantes dos veículos
das intempéries do clima e do vento produzido no deslocamento. Além dessas funções, a vidraçaria tem
como objetivo também:
• diminuir o ruído externo ao veículo;
• dificultar a invasão do interior do veículo com a finalidade de roubos;
• auxiliar no reforço da estrutura dos veículos;
• diminuir a incidência de raios solares danosos à pele humana.
Com o desenvolvimento tecnológico dos veículos automotores, assim como com a colocação de novos
acessórios para conforto dos passageiros, foram surgindo outras possibilidades na vidraçaria automotiva.
Entre essas novas possibilidades pode-se listar: o uso de sensores para acionar o limpador de para-brisa
em caso de chuva, o sistema de desembaçamento do vidro traseiro e a impressão da antena de rádio no
interior do vidro.
Esse crescimento de possibilidades de novas funções dos vidros são oriundos do desenvolvimento tec-
nológico que ocorre, dia a dia, na área da produção automotiva. Para isso, foi necessária a fabricação de
vidros específicos para essas finalidades e usos.
Foram muitas pesquisas com utilização de novos materiais na composição da massa dos vidros e de
testes em diversas situações para garantir a segurança de trafegabilidade. Só assim foi possível chegar ao
que se tem no momento em qualidade e segurança na vidraçaria automotiva.
roibu ([20--?])

Figura 16 - Fábrica de vidro automotivo


Fonte: Thinkstock (2015)
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
45

Para serem aprovados pelas normas de segurança, os vidros usados nos veículos devem possuir algu-
mas propriedades ópticas e de resistência, tais como:
• visão desimpedida;
• visão sem interferências;
• visão sem distorções;
• resistência a impactos leves e moderados;
• resistência à abrasão (riscos);
• proteção térmica;
• proteção relativa aos raios solares, por exemplo: raios ultravioleta;
• total estilhaçamento em caso de quebra, ou seja, em pequenos pedaços, no caso dos vidros tempe-
rados;
• permanecer os estilhaços fixados (grudados) na película interna em situação de colisão e quebra,
como acontece nos vidros laminados.
Além das propriedades que você acabou de conhecer, os vidros automotivos possuem as três caracte-
rísticas de transparência listadas a seguir.
• Vidro incolor: é o de maior transparência e de mais visibilidade. Não existe nenhuma coloração na
sua composição de massa;
• Vidro tonalizado: é aquele que recebe uma coloração na sua massa, seja em tons cinza ou verde. Essa
coloração tem a função de proteção contra as radiações solares; isso é possível pela diminuição da
transparência. Mas, lembre-se: vidros com películas não são vidros tonalizados. Nesse caso, é realizada
a colocação da película depois da fabricação e venda do veículo. Essa colocação é regulamentada por
resolução específica do Contran.
A Resolução Contran nº 254/07, de 26 de outubro de 2007, diz que é permitida a colocação de película não
refletiva nos para-brisas, desde que a luminosidade não seja inferior a 75% nos vidros incolores e 70% nos co-
loridos. Nos vidros que interferem na dirigibilidade do veículo, a transparência não poderá ser inferior a 28%.

Para conhecer mais sobre a legislação que trata de películas automotivas, a matéria
SAIBA da edição 86 da Revista CESVI explica o que diz a regulamentação existente nesta
data no Brasil e como ficará a situação se aprovada a lei que pretende liberar o uso
MAIS de películas mais escuras. Acesse o site a seguir e confira a reportagem: <http://www.
cesvibrasil.com.br/site.aspx/revista-cesvi?revista=1&edicao=86>.

• Vidro revestido: são vidros que recebem uma base de óxidos de metais preciosos ou somente
metálicos nas suas duas faces ou em uma somente; isso proporciona uma excelente proteção contra
radiação solar, entre eles, os raios ultravioletas e, além disso, ótimo isolamento térmico.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
46

Você estudou algumas propriedades e características que os vidros de segurança automotiva devem
possuir e verá, a seguir, quais os principais tipos de vidro, para que servem e como são fabricados.

4.1.1 VIDROS DE SEGURANÇA TEMPERADOS (VST)

Apesar de ser mais utilizado nas janelas laterais, esse tipo de vidro pode ser utilizado, também, nos para-
-brisas, janela traseira, e teto solar.

Adair Teixeira (2015)

Figura 17 - Estoque de vidro temperado


Fonte: do Autor (2015)

O vidro temperado é produzido usando um vidro plano que, submetido a uma temperatura de aproxi-
madamente seiscentos graus centígrados (600ºC) em um forno de têmpera e resfriado lentamente, adqui-
re alta tensão e resistência. Porém, depois desse processo sua forma não pode ser modificada, isto é, não
pode mais ser cortado, furado ou lixado.
Esse vidro, quando submetido a algum tipo de impacto, pode ser quebrado, mas se partirá na forma de
pequenos pedaços, sem pontas, oferecendo risco moderado aos ocupantes do veículo.
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
47

Adair Teixeira (2015)


Figura 18 - Vidro temperado totalmente estilhaçado
Fonte: do Autor (2015)

Apesar de ser bem mais barato que os vidros laminados, o uso de vidro temperado na parte dianteira do
automóvel é proibido por lei desde 1990, conforme a resolução 710, de 16 de agosto de 1988, do Conselho
Nacional de Trânsito. Isso devido às suas características de quebra em uma colisão (estilhaçamento total),
pois ele se fragmenta em pequenos pedaços, tornando-se um perigo aos ocupantes dos veículos.

4.1.2 VIDROS DE SEGURANÇA LAMINADO (VSL)

Os vidros laminados são empregados em para-brisas, sendo que algumas montadoras também os uti-
lizam nas janelas laterais.
Adair Teixeira (2015)

Figura 19 - Vidro laminado danificado grudado na lâmina plástica interna


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
48

O vidro laminado é composto de uma lâmina plástica muito flexível, produzida em Polivinil Butiral (PVB)
entre duas placas de vidro. Desta forma, ao ser quebrado, mantém os pedaços presos nessa camada plás-
tica. Isso reduz de forma considerável a possibilidade de ferimentos aos ocupantes e ainda mantém uma
boa visibilidade e integridade na área não fragmentada, permitindo a condução do veículo até o local de
troca da peça, caso isso seja possível.
Outras situações que diminuem muito com a utilização do laminado são tentativas de roubo de objetos
do interior do veículo e o risco de arremesso de objetos para o interior que possam ferir os ocupantes de-
vido à alta resistência da película interna.
Os dois tipos de vidros automotivos, vidro de segurança temperado (VST) e o vidro de segurança
laminado (VSL), são originalmente confeccionados a partir dos vidros planos básicos. Para produzir os vi-
dros automotivos, os fabricantes usam um molde na forma desejada e por meio de reaquecimento deixam
esse vidro, que era plano, com as curvaturas previstas dos para-brisas, janelas, vidros traseiros e teto solar.
Ainda, segundo a ABNT (2001), quanto a sua fixação, os vidros podem ser classificados como:
• Vidro Encaixado – aquele que é encaixado em local preparado para recebê-lo para fixação, como
você pode visualizar na imagem a seguir.

Adair Teixeira (2015)

Figura 20 - Vidro encaixado


Fonte: do Autor (2015)

• Vidro Colado – aquele que se torna consistente e firme na fixação quando colado em local preparado,
pelo uso de adesivo especifico, como você pode visualizar na imagem a seguir.
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
49

Adair Teixeira (2015)


Figura 21 - Vidro colado
Fonte: do Autor (2015)

4.2 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

Você estudou até aqui que a vidraçaria automotiva tem várias funções. Para que essas funções sejam
mantidas com pleno êxito de segurança e qualidade, poderá ser necessária a execução de determinado
reparo, fazendo-se a troca de algum dos seus componentes ou sua recuperação.
Para isso, será preciso utilizar algumas ferramentas, equipamentos e materiais para a realização da ma-
nutenção exigida, que você conhecerá a seguir.
Muitas dessas ferramentas são universais (uso geral em manutenção), talvez você já as conheça, outras
são mais específicas para uso em envidraçamento automotivo. As ferramentas universais de uso mais co-
mum em manutenções e reparos da vidraçaria automotiva são: chaves de fenda, chaves de boca, chaves
Philips, estilete de corte, martelo de nylon, alicate universal e alicate de pressão.
Elas auxiliam na retirada de retrovisores internos, limpadores de para-brisa dianteiro e traseiro, antenas e
qualquer outro serviço necessário de remoção e fixação.
As ferramentas especiais utilizadas para esses reparos são: ventosas de remoção, manípulo, arame de
corte, perfuradores de adesivo, raspadores de adesivo, cintas auxiliar, aplicador de adesivo, espátulas me-
tálica de corte, espátula de nylon e régua de cálculo de tempo de cura.
A régua de cálculo de tempo deve ser específica para a marca e tipo de adesivo em uso. Normalmente,
acompanha o adesivo ou é fornecida pela fabricante como um dado técnico.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
50

Nas figuras, a seguir, é possível identificar as ferramentas especiais.


Na primeira figura você vê:
1. Aplicador de adesivos;
2. Ventosas;
3. Barbante de fibras de algodão;
4. Fita auxiliar de fixação;
5. Ventosa tripla;
6. Arame de corte.

3
2
6

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

5 4 1

Figura 22 - Ferramentas especiais para reparo de vidraçaria automotiva


Fonte: do Autor (2015)

Na segunda figura você vê:


1. Cabo do manípulo;
2. Passador de arame de corte do manípulo;
3. Espátula de nylon;
4. Perfurador metálico de adesivo;
5. Perfurador metálico de corte;
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
51

6. Espátula de corte de adesivo;


7. Perfurador metálico.

1
3

Paulo Cordeiro (2015)


6

Figura 23 - Ferramentas especiais para reparo de vidraçaria automotiva


Fonte: do Autor (2015)

4.2.1 MATERIAIS

A exemplo das ferramentas, outros materiais também são necessários para o trabalho na vidraçaria
automotiva, como: fita crepe (adesiva), barbante grosso de algodão, pranchetas e lápis, material de veda-
ção, canetas marcadoras, peças de reposição novas, produto desengraxante, panos limpos, adesivos para
vidraçaria automotiva, arame trançado e quadrado, corda e nylon, álcool isopropílico, primer auxiliar de
colagem, etc.
É importante utilizar materiais de qualidade comprovada, principalmente aqueles que permaneceram
fixos no veículo e sofreram ação do clima, do meio ambiente ou ação mecânica, como: chuvas, poeiras,
baixas e altas temperaturas, tração, pressão e sacolejos diversos. Materiais de boa qualidade são sinônimos
de reparo de boa qualidade.

Com o avanço tecnológico e o desenvolvimento de novos materiais na fabricação de


FIQUE vidros automotivos, novas funções, novos modelos de veículos novas ferramentas e
ALERTA materiais surgem no mercado, de modo que você deve se atualizar constantemente
para prestar um serviço garantido e de qualidade.

Conheça, a seguir, o processo de colagem de vidros em veículos.


TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
52

4.3 PROCESSO DE COLAGEM DE VIDROS

O processo de colagem de vidros automotivos é de grande importância na construção dos veículos.


Por isso, você deve estar ciente das suas responsabilidades quando proceder a um reparo ou substituição
desses componentes. Você pode estar se perguntando o porquê dessa importância. Pois bem, se você fizer
uma pequena análise, verá que uma vidraçaria automotiva bem fixada, além de auxiliar na firmeza estrutu-
ral do veículo, pode evitar o arremesso dos ocupantes para o exterior em caso de colisão e capotamento.
Como é possível isso? Pela permanência dos vidros colados na carroceria do veículo.
Você sabe quais as outras finalidades de um bom sistema de colagem dos vidros automotivos? Não?
então, veja algumas delas:
• vedação: diminui a entrada de poeira, sons, líquidos, calor, frio e vento, pelas possíveis fendas e bura-
cos entre a carroceira e o envidraçamento;
• amortecimento: evita vibrações além do permitido entre as peças, reduz a possibilidade de ruídos
por atrito e possíveis danos;
• reforço: deixa mais resistente as estruturas da carroceria, já que faz a união e fechamento dos espaços
livres que são preenchidos pelos vidros;
• proteção: faz um aumento da durabilidade das peças, evitando danos por quebra no atrito dos com-
ponentes rígidos (sólidos).
Entretanto, nos carros que possuem airbag, essa questão da fixação tem um significado muito maior na
segurança dos indivíduos que ocupam o interior do veículo. Mas, o que tem os vidros, particularmente, o
para-brisa a ver com o airbag?
A resposta é muito simples: quando o veículo sofre uma colisão frontal e o airbag é acionado, uma das
maneiras de retenção do motorista e seu carona, para que eles não batam no vidro ou no painel do veículo,
é o apoio que este dispositivo de segurança (airbag) faz no volante, no próprio painel e na parte interna do
para-brisa.
A maneira de fixar os vidros na carroceria dos veículos tem sofrido mudanças com a fabricação de novos
tipos de envidraçamento, novas funções e maiores áreas de cobertura dos espaços das carrocerias com
vidros. Esses fatores estariam entre os principais motivos dessas mudanças na fixação dos vidros.
Entre os modos de fixação, os principais são os que necessitam da utilização de ferragens, guarnições
de borracha e colagem com adesivos específicos e especiais para essa finalidade.
Nos veículos lançados mais recentemente, a técnica mais utilizada é a fixação por colagem com o uso de
adesivos especiais. Com essa tecnologia e com materiais confiáveis, principalmente, com modernas colas
adesivas, a vidraçaria automotiva passou a ter maior relevância na segurança dos ocupantes dos veículos.
Cada montadora pode utilizar uma forma diferente de fixação da vidraçaria dos seus veículos, confor-
me a necessidade de segurança prevista em normas técnicas e a redução de custos desejada para aquele
modelo de veículo.
Devido à importância que os vidros possuem na segurança dos ocupantes dos veículos e a ligação dire-
ta com a fixação dessa peça na estrutura da carroceria, uma das maneiras mais utilizadas para a fixação dos
vidros é por meio do uso dos adesivos especiais (cola) com essa finalidade.
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
53

Você já teve a oportunidade de colar alguma coisa com adesivos? O que percebeu nessa tarefa? A fi-
xação foi instantânea? Provavelmente foi necessário esperar determinado tempo para a secagem. Essa
espera é chamada de cura, ou seja, é o tempo que o adesivo precisa para que suas propriedades de resis-
tência à ruptura por tração ou por qualquer outro tipo de esforço sejam alcançadas no seu maior grau de
resistência, conforme as normas técnicas de uso daquele aditivo (cola).
O tempo de cura deve ser muito bem observado quando se trata de veículos equipados com airbag, por-
que como você já estudou, no caso de uma colisão frontal, o esforço produzido pelas forças que atuam devi-
do à explosão desse item de segurança e do avanço do passageiro na direção do para-brisa, é muito grande.
Sendo assim, a pressão do impacto vai ser totalmente transferida para o sistema de fixação do vidro no
momento de uma parada brusca do veículo, e, nesse caso, para o adesivo de união vidro-carcaça.

uatp2 ([20--?])

Figura 24 - Airbag acionado apoiado no para-brisa do veículo


Fonte: Thinkstock (2015)

Os adesivos mais modernos para fixação dos vidros automotivos são de Poliuretano e, se observado seu
tempo de cura, conforme dados técnicos fornecidos pelo fabricante e impressos nas embalagens, darão
total segurança para os ocupantes após qualquer manutenção ou substituição dessas peças.
Adair Teixeira (2015)

Figura 25 - Exemplo de refil de adesivo de para-brisa


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
54

FIQUE Nunca reduza o tempo de cura para liberação do veículo, isso pode comprometer a
ALERTA segurança dos ocupantes em uma colisão frontal.

O adesivo composto de poliuretano quando corretamente aplicado, totalmente curado e instalado


adequadamente nos vidros automotivos, oferece uma ótima e garantida resistência às forças de pressão
exercidas em uma situação de colisão frontal ou capotamento.
Vale lembrar que os adesivos são fornecidos na forma de sachê (tubos plásticos) e são aplicados com
um equipamento próprio para essa finalidade, muitas vezes chamado de pistola, podendo ser manual ou
pneumático. A pistola manual você pode ver na imagem a seguir.

Adair Teixeira (2015)

Figura 26 - Aplicador manual


Fonte: do Autor (2015)

Quando você for substituir ou reparar uma peça, tire o excesso de material (adesivo) velho e solto exis-
tente no flange da carroceria, porém deixe uma camada de um mm para facilitar a adesão do novo adesivo.
Caso contrário, deverá ser utilizado um primer para facilitar a adesão desse novo adesivo.
Segundo a ABNT7 NBR8 14777 (2001), em uma situação de remoção de vidros encaixados com o uso
de guarnições de borracha para sua fixação, essas também deverão ser substituídas por novas, conforme
previsto nas normas técnicas.

7 Associação Brasileira de Normas Técnicas


8 Norma Brasileira
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
55

4.4 REMARCAÇÃO DE CHASSI NOS VIDROS

O crescimento da frota automotiva brasileira, nos últimos anos, provocou um aumento nas irregularida-
des e fraudes envolvendo os veículos automotores. Para que não seja possível cometer fraudes, os locais
de gravação também foram ampliados, assim como as técnicas utilizadas.
Para evitar ou dificultar fraudes, o CONTRAN9 estabeleceu, a partir de maio de 1998, novas regras e
novos locais de gravação, o que pode ser verificado na Resolução n. 24, que trata sobre as normativas de
gravação do VIN nos vidros dos veículos. Leia o extrato dessa resolução, a seguir.

RESOLUÇÃO Nº 24, DE 21 DE MAIO DE 1998


Estabelece o critério de identificação de veículos, a que se refere o art. 114 do Código de
Trânsito Brasileiro.
O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN, resolve:
Art. 1º Os veículos produzidos ou importados a partir de 1º de janeiro de 1999, para ob-
terem registro e licenciamento, deverão estar identificados na forma desta Resolução.
[...] Art. 2º A gravação do número de identificação veicular (VIN) no chassi ou monoblo-
co, deverá ser feita, no mínimo, em um ponto de localização, de acordo com as especi-
ficações vigentes e formatos estabelecidos pela NBR 3 nº 6066 da Associação Brasileira
de Normas Técnicas - ABNT, em profundidade mínima de 0,2 mm.
§ 1º Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados, nos
seguintes compartimentos e componentes:
[...] III - em um dos para-brisas e em um dos vidros traseiros, quando existentes;
IV - em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes, excetuados
os quebra-ventos.
§ 2º As identificações previstas nos incisos «III» e «IV» do parágrafo anterior, serão gra-
vadas de forma indelével, sem especificação de profundidade e, se adulterados, devem
acusar sinais de alteração.
[...]
Fonte: adaptado de Brasil, Resolução CONTRAN, nº 24 (1998).

9 Conselho Nacional de Trânsito


TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
56

Então, para coibir, diminuir e dificultar essas práticas ilegais são desenvolvidas novas tecnologias pelas
montadoras nacionais para a gravação dessas informações na vidraçaria dos veículos.
Essa preocupação possibilita maior segurança para os proprietários, melhor poder de fiscalização direta
e imediata dos órgãos responsáveis, devido à fácil visualização em qualquer momento.
Para atender a essa norma do CONTRAN, as montadoras tiveram que desenvolver uma técnica para
conseguir marcar o vidro com rapidez, precisão e qualidade em milhares de veículos que saem das linhas
de produção diariamente.
Como você já estudou, os vidros depois de temperados não possibilitam mudanças físicas e são muito re-
sistentes à riscos. Então, como as montadoras fazem isso?
Elas fazem uso de uma técnica com um tipo de ácido que tem a propriedade de corroer a massa do
vidro, exigindo certos cuidados com a precisão, qualidade de visualização (fácil leitura) e dados corretos.
A identificação é gravada em uma película que o ácido não danifica e, após ser fixada no local previsto
no lado externo do vidro, passa-se a solução ácida por cima, de maneira que a corrosão deixe o vidro marca-
do e fosco com a identificação, que é única e exclusiva para cada carro produzido nas linhas de montagem.
Mas, com todo esse processo ainda existe a possibilidade de fraudes na marcação pelo processo químico
(solução ácida). Esses locais podem ser polidos suavemente até a retirada total da gravação. Em vista disso, as
montadoras estão desenvolvendo um processo usando raios laser, que dificultam a adulteração da gravação.
Para a regravação do Número de Identificação de Veículos (VIN – Vehicle Identification Number) nos
vidros que são substituídos por quebra ou por outros motivos, existem kits disponíveis no mercado que
realizam esse trabalho. Você pode estar se perguntando se essa regravação é obrigatória.
Se existe uma resolução federal de 1998 que prevê a obrigatoriedade da gravação dessa informação
em todos os carros nacionais e importados, pode-se entender que a regravação em caso de trocas deve ser
feita, garantindo assim o cumprimento do que prevê a legislação em vigor no Brasil.

A ausência de gravação do número do VIN no para-brisa do veículo também é consi-


SAIBA derada infração de natureza grave e de competência estadual, que prevê ao infrator
MAIS multa e retenção do veículo para regularização. Pesquise o Código de Trânsito Brasi-
leiro para saber mais.

Outra questão importante: você deve ter muito cuidado ao executar esse trabalho, porque a falta de
qualidade em uma regravação pode significar aborrecimentos e custos para você e seu cliente.
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
57

4.5 ACABAMENTOS

Como em todos os trabalhos finalizados, a preocupação quanto a um bom acabamento10 em vidraçaria


automotiva também é uma preocupação constante. Essa preocupação não está resumida somente quanto
à estética, mas também com segurança na condução do veículo, pois esta pode ficar comprometida. Mas,
por que isso se reflete na segurança da condução do veículo?
Você sabe que nas substituições de vidros nos veículos são utilizados adesivos para fixá-los na carro-
ceria do carro, ferramentas para retirar e recolocar e fitas para fixar provisoriamente a peça no seu devido
lugar? Tudo isso contribui para a finalização do serviço.
Restos desses materiais podem ficar em locais visíveis, contribuindo para a má qualidade do serviço
prestado. Além de deixar, esteticamente, feio, pode atrapalhar na visibilidade do motorista.
Imagine o motorista durante sua pilotagem tentando retirar qualquer coisa deixada nos vidros. Haveria
uma grande possibilidade de acidente por desatenção ou devido a um movimento brusco no volante. Por
isso, é recomendada toda atenção com o acabamento, pois a qualidade pode estar aquém do que se pre-
tende na execução da substituição ou reparo do componente.

StockSolutions ([20--?])

Figura 27 - Cuidados com o acabamento e qualidade do serviço executado


Fonte: Thinkstock (2015)

Conheça a seguir a manutenção dos vidros.

4.6 MANUTENÇÃO DA VIDRAÇARIA

Ao realizar a manutenção você deve atentar para as particularidades de cada veículo, tais como remo-
ção de acessórios fixados nos vidros e ferramentas específicas, conforme orientações daquela montadora,
já que os cuidados com a qualidade devem ser mantidos para todas as situações e modelos.

10 Aperfeiçoamento, última demão, remate.


TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
58

A decomposição do vidro na natureza pode durar até 1 milhão de anos.


Mesmo com variações, o tempo mínimo de desgaste total é de 4 mil anos –
CURIOSIDADES muito mais tempo que o alumínio ou plástico.
Fonte: Associação Nacional de Vidraçarias – SP [2014].

A seguir, conheça as etapas de manutenção da vidraçaria.

4.6.1 REMOÇÃO DO PARA-BRISA - ETAPAS NA EXECUÇÃO

Para remover o para-brisa, você deve seguir os seguintes passos:


• retirar o para-sol esquerdo e direito;
• retirar o espelho retrovisor interno, como pode ser visto na imagem;

Adair Teixeira (2015)

Figura 28 - Retirada do espelho retrovisor interno


Fonte: do Autor (2015)

• retirar as molduras internas das colunas do vão do para-brisa, conforme o modelo do veículo;
• retirar os limpadores do para-brisa, conforme pode ser visto na imagem a seguir;
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
59

Adair Teixeira (2015)


Figura 29 - Retirada dos limpadores do para-brisa
Fonte: do Autor (2015)

• proteger e isolar a região do vidro do para-brisa no veículo e abaixar os batentes inferiores;


• retirar de retrovisor interno – retirar o limpador do para-brisa; em seguida, cortar um pedaço de fio de
aço com aproximadamente 50 cm; depois, com o auxílio de um perfurador de adesivo, introduzir uma
das extremidades do fio através do cordão de adesivo de fixação do vidro, puxando com um alicate,
como pode ser visto nas imagens a seguir;
Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 30 - Passando fio de corte de adesivo e manípulo com fio de corte


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
60

• prender uma extremidade do fio de aço na chave fixa, colocada no interior do veículo, e a outra extremidade
ao manípulo, posicionado no exterior do para-brisa;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 31 - Fio de corte e manípulo pronto para uso – vista lateral e frontal
Fonte: do Autor (2015)
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
61

• um auxiliar dentro do veículo deve manter a extremidade da chave fixa no cordão do adesivo a cerca
de 30 cm do ponto de passagem do fio de aço; o outro, posicionado fora do veículo, deve puxar o
manípulo, seguindo a borda do vidro; deve-se repetir a operação em trechos de uns 30 cm até o corte
completo do cordão de adesivo;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 32 - Uso do manípulo com fio de corte de adesivo


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
62

• depois do corte do adesivo, aplicar no para-brisa duas ventosas para seu manuseio logo em seguida,
com ajuda de outro auxiliar, retirar o para-brisa, apoiando-o em um cavalete para tal.

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 33 - Retirada do para-brisa com o uso de ventosas


Fonte: do Autor (2015)
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
63

Agora que você conhece o passo a passo da remoção do para-brisa, conheça as etapas de recoloca-
ção do mesmo.

4.6.2 RECOLOCAÇÃO DO PARA-BRISA – ETAPAS DA EXECUÇÃO

Para recolocar o para-brisa, siga as seguintes etapas:


• primeiro verificar o kit de colagem de vidros;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 34 - Aplicador manual de adesivo – refil de adesivo


Fonte: do Autor (2015)

• em seguida, verificar o estado de conservação da sede da carroceria: se estiver com ferrugem, não
realizar a colagem, pois a possibilidade de infiltrações de água e poeira é eminente;
Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 35 - Exemplo de ferrugem na sede do vidro para-brisa


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
64

• utilizando um estilete, cortar e nivelar o adesivo anterior presente na sede da carroceria, de maneira a
conservar uma espessura de um mm do adesivo antigo, que servirá como suporte para o novo adesivo;
• inspecionar a sede do vidro na carroceria, se alguma região da mesma tiver ficado sem o adesivo anti-
go (01 mm) ou sem a camada de pintura, ou ainda, se for utilizada uma carroceria nova ou repintada,
deve-se aplicar, nesta região, o primer de carroceria. Na existência de uma camada de um mm do
adesivo antigo, a aplicação desse primer não será necessária;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 36 - Retirada do excesso de sobra de adesivo velho


Fonte: do Autor (2015)
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
65

• colocar novos batentes inferiores;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 37 - Batentes de ajuste do vidro para-brisa


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
66

• fazer uma montagem, antes de aplicar o adesivo, para centralizar corretamente o vidro, ao verificar o
seu correto alinhamento, marcar a posição do vidro e sua sede com fita adesiva;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 38 - Colocação de teste – fixação de segurança até secagem do adesivo


Fonte: do Autor (2015)
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
67

• retirar o para-brisa e recolocar no cavalete, aplicar na sua borda de colagem o primer para vidro;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 39 - Limpeza da área para adicionar o novo adesivo


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
68

• cortar o bico do tubo de adesivo em formato triangular de forma a ter um filete de adesivo com dez
mm de altura;

Adair Teixeira (2015), Paulo Cordeiro (2015)

Figura 40 - Preparação do bico do aplicador de adesivo


Fonte: do Autor (2015)
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
69

• colocar o aplicador na posição vertical em um ângulo de 90° com o vidro, aplicar o adesivo poliure-
tânico, iniciando pela parte inferior, formando um cordão perimetral uniforme e sem falhas no vidro;

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 41 - Aplicação correta do adesivo – adesivo aplicado


Fonte: do Autor (2015)
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
70

• posicionar o vidro no seu alojamento, alinhando-o corretamente com a carroceria e apoiando-o em


seus batentes, utilizando as marcações de referência efetuadas anteriormente;

Adair Teixeira (2015)


Figura 42 - Colocação de fita adesiva para garantir a cura
Fonte: do Autor (2015)

• colocar a cinta de retenção e esticar de forma a fazer uma pressão em todo o para-brisa para garantir
o seu correto assentamento até a secagem do adesivo, conforme previsto;
Adair Teixeira (2015)

Figura 43 - Colocação da cinta de retenção para dar pressão vidro/adesivo/carroceria


Fonte: do Autor (2015)

• manter o veículo parado de acordo com o tempo determinado pelo fabricante do adesivo. Deixar os
vidros das portas laterais abertos para que não tenha uma pressão interna no caso de fechamento das
portas, evitar impactos na carroceria nesse período;
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
71

• verificar, antes da montagem dos componentes externos e internos, pontos de infiltração com água e
sabão em uma esponja ao longo de toda a parte externa, soprando um jato suave de ar comprimido
pelo lado interno da carroceria. No caso de infiltração, deve-se secar o local e, pelo lado interno, retirar
uma pequena quantidade de adesivo, utilizando uma ferramenta de corte adequado, depois aplicar
uma nova camada adesiva;
• remontar os componentes retirados anteriormente;
• a entrega do veículo deve ocorrer depois da cura da colagem do vidro, observadas as recomendações
previstas pelo fabricante dos produtos adesivos para não comprometer a manutenção executada;
• no caso de reaproveitamento do vidro retirado, deve-se observar o estado da guarnição incorporada
ao mesmo, na sua região de contato com a carroceria. O perfil deve estar bom para não comprometer
o seu assentamento na carroceria e possibilitar a retenção do adesivo novo aplicado.
Você conseguiu acompanhar como se faz a recolocação do para-brisa? Então, siga com os estudos
aprendendo a remover o vidro traseiro.

4.6.3 REMOÇÃO DO VIDRO TRASEIRO – ETAPAS DE EXECUÇÃO

A remoção do vidro traseiro em nada difere da remoção do para-brisa. Relembre as sequências das etapas:
• retirar a tampa do porta-malas, se for necessário;
• retirar o revestimento superior da coluna traseira;
• retirar presilhas plásticas do revestimento do teto, conforme o modelo do veículo;
• soltar os conectores do desembaçador do vidro traseiro (esquerdo e direito) se o veículo possuir;
• proteger ou isolar a região externa em volta da carroceria do vidro traseiro;
• em seguida, cortar um pedaço de fio de aço com aproximadamente 50 cm, depois, com o auxílio de
um perfurador de adesivo introduzir uma das extremidades do fio por meio do cordão de adesivo de
fixação do vidro, puxando com um alicate;
• prender uma extremidade do fio de aço na chave fixa, colocada no interior do veículo e a outra no
manípulo, colocado no exterior do vidro traseiro;
• o auxiliar no interior do veículo deve manter a ponta da chave fixa no cordão do adesivo a uns 30 cm
do ponto de entrada do fio, o outro auxiliar, que está fora do veículo, deve puxar o manípulo, seguindo
a borda do vidro. Repetir a operação em trechos de 30 cm, até o corte total do adesivo;
• depois do corte do adesivo, colocar no vidro traseiro duas ventosas e, com a ajuda de outro auxiliar,
retirar o vidro traseiro apoiando-o em um cavalete.
Em seguida, conheça as etapas de recolocação do vidro traseiro.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
72

4.6.4 RECOLOCAÇÃO DO VIDRO TRASEIRO – ETAPAS DA EXECUÇÃO

As etapas da execução, segundo a Fiat Automóveis (2010), é similar à recolocação do para-brisa. Relem-
bre a sequência abaixo:
• a primeira atividade a ser feita é a seleção do kit de colagem de vidros;
• em seguida, com um estilete, cortar e nivelar o adesivo antigo na carroceria, conservando uma cama-
da de um mm de adesivo, para servir de suporte para o novo adesivo;
• se alguma região da sede do vidro ficou sem o adesivo antigo (um mm) ou sem a camada de pintura
ou, em caso de utilização de uma carroceria nova ou repintada, deve-se aplicar nesta região, o primer
de carroceria;
• na existência de uma camada de um mm do adesivo antigo, a aplicação deste primer não será
necessária;
• fazer uma montagem, antes de aplicar o adesivo, para centralizar corretamente o vidro. Depois, ao
verificar seu correto alinhamento, marcar a posição do vidro e sua sede com fita adesiva;
• retirar o vidro traseiro e recolocar no cavalete, aplicar o primer para vidro na sua borda de colagem;
• posicionar o vidro no seu alojamento, alinhando-o corretamente com a carroceria, utilizando as mar-
cações de referência efetuadas anteriormente;
• colocar a cinta de retenção e esticar de forma a fazer uma pressão em todo vidro traseiro para garantir
seu correto assentamento, até a secagem do adesivo, conforme previsto;
• manter o veículo parado de acordo com o tempo determinado pelo fabricante do adesivo. Deixar os
vidros das portas laterais abertos para que não tenha uma pressão interna no caso de fechamento das
portas. Evitar impactos na carroceria nesse período;
• verificar antes da montagem dos componentes externos e internos, pontos de infiltração ao longo de
toda a parte externa, passando água e sabão em uma esponja e soprando um jato suave de ar compri-
mido pelo lado interno da carroceria. No caso de infiltração, deve-se secar o local e, pelo lado interno,
retirar uma pequena quantidade de adesivo, utilizando uma ferramenta de corte adequado, para, em
seguida, aplicar uma nova camada adesiva;
• remontar os componentes retirados anteriormente;
• a entrega do veículo deve ser feita depois da cura da colagem do vidro, observadas as recomendações
previstas pelo fabricante dos produtos adesivos para não comprometer a manutenção executada;
• em caso de reutilização do vidro retirado deve-se observar o estado da guarnição incorporada ao
mesmo, na sua região de contato com a carroceria. O encaixe deve estar bom para não comprometer
seu assentamento na carroceria e possibilitar a retenção do adesivo novo aplicado.
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
73

4.6.5 REPARAÇÃO DE PARA-BRISAS

Qualquer vidro pode vir a sofrer avarias e danos que poderão inutilizar o vidro por completo ou par-
cialmente. No caso dos vidros automotivos, essas situações de danos também são possíveis, devido a pe-
quenas pedras soltas na pista de rodagem, pedaços de madeira, peças de metais, granizo forte ou outros
objetos que possam bater no para-brisa com o veículo em movimento.
Em uma situação de danos parcial, existe a possibilidade de reparos, conforme está regulamentado pela
Resolução 216 do Contran de 2006.
Em veículos leves, caminhonetes e utilitários, existe a limitação de duas áreas, as quais regulam uma pos-
sível reparação. A área crítica de visão que é delimitada pela metade esquerda da área de varredura das
palhetas do limpador. Nessa área é proibida a existência de trincas ou qualquer dano; portanto, não pode ser
reparada.
Na imagem a seguir está identificada a área frontal ao condutor do veículo onde não há como reparar
qualquer dano.

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)

Figura 44 - Demarcação da área em que não é permitido reparos em caso de danos


Fonte: do Autor (2015)

Na área restante é permitida a existência de no máximo dois danos, desde que as trincas não sejam
superiores a dez cm de comprimento e a fratura não superior a quatro cm de diâmetro.
TAPEÇARIA E VIDRAÇARIA
74

Adair Teixeira (2015) , Paulo Cordeiro (2015)


Figura 45 - Demarcação da área que é permitido reparos em caso de danos
Fonte: do Autor (2015)

Na área demarcada na figura anterior podem ser realizados reparos, porém vale salientar que, no caso
do exemplo anterior, as dimensões dos danos estão superiores ao permitido pela Resolução 216 do Con-
tran de 2006. Cabe ressaltar que somente vidros laminados permitem reparos, os temperados possuem a
característica de estilhaçamento total.

CASOS E RELATOS

Troca de para-brisas
Ao voltar do trabalho, trafegando atrás de um caminhão caçamba cheio de pedras britas, o carro
de Antônio Pereira foi atingido no para-brisa por uma pedra que caiu do caminhão e sofreu uma
rachadura no lado esquerdo, bem na frente do volante. Sorte que a peça era de vidro laminado e
não ofereceu risco de machucar o condutor.
O proprietário do veículo levou-o em uma oficina para fazer um reparo no local da rachadura,
porém foi informado que não seria possível em virtude da legislação proibir reparos nesta área do
vidro. Mesmo preocupado com os custos, Antônio autorizou a troca do para-brisa por um novo.
Antônio também foi informado de que teria que remarcar o “VIN” no para-brisa, conforme prevê
a Resolução do CONTRAN. Ficou chateado, pois seria outra despesa por causa de uma pedrinha.
Depois de tudo realizado, com qualidade, Antônio decidiu que não iria mais trafegar atrás de uma
caçamba cheia de pedras.
4 COMPONENTES DA VIDRAÇARIA
75

RECAPITULANDO

Durante os estudos desse capítulo, você adquiriu conhecimentos sobre os componentes da vidraçaria
automotiva, conheceu os tipos de vidros, suas características, cuidados a serem tomados na execução
de reparos desses itens. Além disso, você identificou a importância da remarcação do VIN (número de
identificação veicular), conforme resolução do CONTRAN.
Você aprendeu, ainda, sobre as áreas em que são permitidos reparos quando houver danos no
para-brisa do veículo, bem como, as normas do CONTRAN sobre reparos de vidros e remarcação
do VIN, podendo assim orientar seus clientes sobre as normas vigentes. Estudou, também, todas as
etapas de remoção e recolocação de itens da vidraçaria automotiva, dando-lhe condições de fazer
esse tipo de manutenção.
Com esse capítulo, você finalizou os estudos sobre Tapeçaria e Vidraçaria Automotiva adquirindo
conhecimentos úteis que o capacitam a executar uma manutenção com qualidade e segura, dentro
das normas vigentes para a Segurança no Trabalho.
Seguindo esses conhecimentos e realizando um trabalho dentro da ética profissional, preocupado
com a segurança pessoal e coletiva, entendendo as responsabilidades com os cuidados ambientais
perante a legislação vigente, você se tornará um profissional competente.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14777: Veículos rodoviários automotores
em manutenção - Remoção e instalação de vidros. Rio de Janeiro, 2001.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE VIDRAÇARIAS (ANAVIDRO). [Site institucional]. Disponível em: <http://
www.anavidro.com.br>. Acesso em: 01 dez. 2014.
BRASIL. Resolução CONTRAN, nº 24, de 21 de Maio de 1998.Estabelece o critério de identificação
de veículos, conforme o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil. Brasília, 22 maio 1998. Disponível em: <www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/
resolucao024_98>. Acesso em: 02 dez. 2014.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 01 – Disposições gerais. Brasília: Ministério
do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 10 out.2014.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI.
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2001. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.
br/legislacao/nr/nr6.htm>. Acesso em: 06 dez. 2014.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 07 - Programa de. Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1996. Disponível em: <http://
portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF19C09E2799/nr_07_ssst.pdf>. Acesso em:
10 nov. 2014.
______. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 11 de setembro
de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>. Acesso em: 20
dez. 2014.
______. Resolução do CONTRAN nº 254, de 26 de out. 2007. Estabelece requisitos para os vidros de
segurança e critérios para aplicação de inscrições, pictogramas e películas nas áreas envidraçadas
dos veículos automotores, conforme o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/
resolucao_CONTRAN_254.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2014.
CESVI BRASIL. Centro de Experimentação e Segurança Viária. Revista Cesvi- Películas
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CORBUCCI, H. A importância do uso de EPI – Equipamento de Proteção Individual. São Paulo:
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DORNELLES FILHO, A. M. L; ATOLINO, W. J. T Plásticos de engenharia: seleção eletrônica no caso
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do CONTRAN nº 216, de 14 de dez. 2006. Fixa exigências sobre condições de segurança e
visibilidade dos condutores em para-brisas em veículos automotores, para fins de circulação
nas vias públicas. Disponível em: <http://www.mestresdotransito.com.br/2013/06/resolucao-
contran2162006.html>. Acesso em: 30 nov. 2014.
MORASSI, O. J. Polímeros termoplásticos, termofixos e elastômeros. (Apostila). Disponível em:
<http://www.crq4.org.br/sms/files/file/apostila_pol%C3%ADmeros_0910082013_site.pdf>. Acesso
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PILKINTON. Making glass for the wordl’sbuildings and vehicles. (2013). Disponível em: <http://www.
pilkington.com/en/br/historia/revolucao-do-float>. Acesso em: 02 dez. 2014.
PORTAL ADMINISTRAÇÃO. Planejamento Estratégico, Tático e Operacional. [2014]. Disponível
em: <http://www.portal-administracao.com/2014/07/planejamento-estrategico-tatico-operacional.
html>. Acesso em: 23 nov. 2014.
SENAI. Departamento Regional de São Paulo. Funilaria: Processo de colagem de vidros. São Paulo,
SP: SENAI, 2006. 47p. (Série Formação Continuada).
START. In: Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. 2009. Disponível em: <http://
michaelis.uol.com.br/escolar/ingles/definicao/ingles-portugues/start_20403.html>. Acesso em: 02
dez. 2014.
MINICURRÍCULO DO AUTOR
Adair Teixeira é técnico em Manutenção Automotiva pelo SENAI e professor dessa instituição
desde 2012. Tem desenvolvido diversos materiais didáticos para qualificação na área Automotiva.
ÍNDICE

A
Aditivo, 53, 81
Análise, 7, 12, 16, 52, 81

C
Carroceria, 6, 7, 28, 35, 37, 38, 52, 54, 57, 63, 64, 70, 71, 72, 81
Coibir, 56, 81
Componentes, 20, 21, 24, 36, 39, 40, 57
Cura, 6, 37, 39, 49, 53, 54, 70, 71, 72, 81

D
Diagnóstico, 7, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 29, 31, 37, 38, 39, 81

E
Entrevista, 13, 15, 29, 39, 81
Equipamento, 26, 27, 54, 77, 81

F
Feedback, 12, 78, 81

I
Inconvenientes, 5, 7, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 29, 31, 37, 38, 39, 41, 43, 81
Isopropílico, 51, 81

L
Luminosidade, 45, 81

M
Manuais, 7, 20, 21, 22, 23, 39, 81
Manutenção, 7, 9, 11, 12, 13, 14, 16, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 28, 29, 31, 36, 39, 41, 43, 49, 53, 57, 58,
71, 72, 75, 77, 79, 81

N
Normas, 5, 7, 19, 20, 22, 23, 26, 27, 38, 40, 43, 45, 52, 53, 54, 55, 56, 75, 77, 81

O
Otimizar, 18, 19, 20, 29, 81
P
Planejamento, 7, 18, 19, 20, 29, 43, 78, 82
Proteção, 5, 7, 24, 25, 26, 27, 29, 32, 43, 45, 52, 77, 82

R
Remoção, 7, 37, 38, 39, 40, 41, 49, 54, 57, 58, 63, 71, 75, 77, 82
Responsabilidade, 24, 26, 29, 82
Rumorosidade, 7, 37, 38, 41, 43, 82

S
Secagem, 5, 37, 39, 53, 66, 70, 72, 82
Segurança, 5, 7, 9, 23, 25, 26, 27, 28, 32, 35, 39, 40, 41, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 52, 53, 54, 56, 57,
66, 75, 77, 78, 82
Sequelas, 29, 82

T
Tapeçaria, 5, 6, 7, 9, 11, 12, 16, 24, 25, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 39, 40, 41, 75, 78, 82

V
Vedação, 7, 37, 38, 51, 52, 82
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Adair Teixeira
Elaboração

Roberto Fernando Dusik Machado


Revisão Técnica

Mauricio Cappra Pauletti


Coordenação Educacional

Karine Marie Arasaki


Coordenação do Projeto

Magrit Dorotea Döding


Design Educacional

Denise de Mesquita Correa


Revisão Ortográfica e Gramatical

Adair Teixeira
Morgana Machado
Thinksotck
Paulo Cordeiro
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens
Jeferson Luis Koslovoski
Sérgio Luís Carvalho Flor
Comitê Técnico de Avaliação

Tatiana Daou Segalin


Marina Berretta Mori Ubaldini
Diagramação

Denise de Mesquita Correa


Normalização

Taciana dos Santos Rocha Zacchi


CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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