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AUTOMOTIVA
(2ª edição revista)
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
TECNOLOGIA
AUTOMOTIVA
SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2009
Tecnologia Automotiva
2009 (2a ed. revista)
Consonante com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
EQUIPE TÉCNICA
QUALIDADE NO DESENVOLVIMENTO
DA CARROCERIA .......................................... 25
Testes de colisão (crash tests) .................................26
Transmissões automáticas........................................51
Suspensão .............................................................56
Amortecedores .......................................................57
Bateria ..................................................................75
Alternador .............................................................76
Instrumentos do painel............................................90
Sistema de som......................................................91
REFERÊNCIAS .......................................113
Tecnologia Automotiva – Apresentação
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Em todas as áreas, técnicas e conhecimentos ficam obsoletos em ciclos cada vez mais curtos,
trazendo desafios renovados e tendo, como consequência para a educação, a necessidade de
encontrar novas formas e rápidas respostas.
Neste cenário, que exige educação contínua, ao longo de toda a vida, é preciso que as
instituições criem condições e estimulem novas formas de aprender. Os profissionais precisam
estar motivados para trilhar os caminhos da pesquisa e da criatividade, percebendo a importância
tanto da iniciativa individual quanto do trabalho em equipe.
Este material didático serve como recurso de apoio para o participante acompanhar e rever
os assuntos desenvolvidos nas salas, oficinas e laboratórios. Sugere-se que, além da sua leitura,
o estudo dos temas seja ampliado com outras fontes, possibilitando, sempre, a reconstrução
de conhecimentos.
Este material está estruturado em cinco blocos, que abordam a composição do automóvel.
O primeiro bloco apresenta o tema carroceria do automóvel, seus tipos, sua estrutura, bem
como aspectos da qualidade no seu desenvolvimento.
No segundo bloco são vistos os conjuntos mecânicos: o motor e os sistemas antievaporativo
de combustível, de controle de emissões, de arrefecimento, de transmissão, de direção hidráulica
e de freios e roda.
O terceiro bloco enfoca os conjuntos eletroeletrônicos, explorando os sistemas elétrico, de
carga e partida, eletrônico de controle, de iluminação, de limpador de para-brisa e desemba-
çador traseiro e, ainda, de conforto e conveniência.
No quarto bloco é desenvolvido o tema componentes adicionais: revestimentos internos,
externos e vidros.
Finalmente o quinto bloco trata da identificação do veículo, incluindo as normas legais.
Esperamos que este material didático seja um recurso útil para estudo e consulta, colabo-
rando, assim, para a formação de profissionais cada vez mais capacitados a desempenharem
suas funções com desembaraço e competência.
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Tecnologia Automotiva – Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque:
a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários e dão acesso a emprego e renda, mas para atender a essas necessidades preci-
sam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito frequentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
Assim, é preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente.
Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que
“sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários à
produção de bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se o esgotamento de diversos
recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela
velocidade da extração, superior à capacidade da natureza de se recompor. Torna-se necessário,
portanto, traçar planos de curto, médio e longo prazos, a fim de diminuir os impactos que o
processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com
a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde, tanto de seus trabalhadores como da
população que vive ao redor delas.
Podemos concluir, então, que com o crescimento da industrialização e sua concentração
em determinadas áreas o problema da poluição aumentou demasiadamente. A questão da
poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de
um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais
condições ambientais, tornando difícil a localização precisa da origem do problema. No entanto,
é importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam
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Tecnologia Automotiva – Uma palavra inicial
efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos às vezes
irreversíveis ao meio ambiente.
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram uma
falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
por meio de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula
nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens dessa forma, obviamente, não são atitudes
condizentes com o desenvolvimento sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são
absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não
tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal.
O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma
que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de
receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a ideia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isso quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo-se processos que reduzam
o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver, portanto, crescente preocupação acerca da qualidade, du-
rabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só
continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas de economizar energia,
melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar
energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil, no entanto, ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma
enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para
o amanhã, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alter-
nativas são mais desejáveis e, a partir daí, passar a trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos como as instituições só mudarão suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para
sua reputação ou para sua segurança. Apesar disso, a mudança nos hábitos não é algo que pos-
sa ser imposto. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços
sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem,
usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, os acidentes de
trabalho são uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as
consequências acabam afetando a todos.
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Tecnologia Automotiva – Uma palavra inicial
Sabendo disso, podemos afirmar que, de um lado, é necessário que os empregados ado-
tem um comportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual
e coletiva, e de outro, que cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos,
orientar quanto a seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equi-
pamentos de proteção. A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada
um – trabalhador, empregador e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas,
capazes de resguardar a segurança de todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em todas as suas especificidades, para determinar seu impacto
sobre o meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos traba-
lhadores, propondo alternativas que possam levar a melhores condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, em-
presas e indivíduos que, já estando esclarecidos acerca dessas questões, vêm desenvolvendo
ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas isso ainda
não é suficiente... é preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e
deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o
meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho, lembrando que, em seu exercício profissional
diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança
e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é res-
ponsável. Vamos fazer a nossa parte?
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Bloco 1
Carroceria do automóvel
Introdução
Tipos de carroceria
Estrutura da carroceria
Introdução
“E irá ser possível construir veículos que se movimentem sem serem
puxados por animais, propelidos por uma força inimaginável.”
Esta profecia foi escrita pelo acadêmico e filósofo inglês Roger Bacon (1219 – 1292), cerca
de seiscentos anos antes de Carl Benz receber a sua patente para um veículo com propulsão
por motor a gás, em 16 de janeiro de 1886.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Logo, porém, os passageiros começaram a exigir uma proteção melhor contra o vento e o
tempo. Esse automóvel tinha assentos frontais e traseiros, para-lamas e um teto dobrável. O
motor ficava na frente e acionava as rodas traseiras. O aço começava a tomar lugar na carroceria.
Carros eram montados individualmente até 1908, isto é, quando Henry Ford introduziu a linha
de montagem na sua fábrica, nos Estados Unidos, e abriu o caminho para o automóvel como
um meio de transporte pessoal de massa. Mais de 15 milhões do modelo “T” foram produzidos
em 19 anos.
A partir de 1934, a empresa Citroën iniciou a próxima fase de grande revolução na fabricação
de automóveis, com o seu modelo 7A Traction Avant. Este produto ficou conhecido na França
como Traction e foi o primeiro carro de estrutura monobloco, com carroceria totalmente
construída em aço e de tração dianteira.
Figura 2 – Citroën 7A
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Naturalmente, o aço oxida, mas desde o Audi 100, em 1982 – o primeiro veículo a utilizar
carroceria totalmente galvanizada –, temos uma boa solução para este problema. O alumínio
também resiste com sucesso às agressões do tempo. Por ser mais leve do que o aço, estimulou
muitos dos produtores iniciais de carros a utilizá-lo; no momento, porém, somente o Audi A8
e o Honda NSX são produzidos totalmente em alumínio.
Tendo analisado essa notável evolução tecnológica do automóvel, desde a sua criação
até a atualidade, vamos, então, estudar a carroceria, que é o elemento inicial da montagem de
automóveis.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Tipos de carroceria
Dependendo da forma básica e do uso previsto, vários tipos de carroceria têm sido
desenvolvidos:
• sedã;
• cupê;
• conversíveis;
• veículos fora de estrada;
• peruas ou vans; e
• outros, como a limusine e o barata.
Para carro de passeio, o tipo mais encontrado é o de um compartimento de passageiros
(sedã) com teto integrado à carroceria, com duas ou quatro portas. Os sedãs modernos são de
configuração três volumes ou dois volumes, incluindo-se na maioria dos carros compactos.
Figura 4 – Sedã
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Figura 5 – Cupê
Figura 6 – Conversível
Em geral, os carros esportivos têm duas portas, dois assentos e uma carroceria
fechada ou aberta.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Figura 9 – Barata
Continuando nosso estudo sobre a carroceria do automóvel, vamos analisar, agora, a sua
estrutura.
Estrutura da carroceria
Monobloco
A maioria dos carros modernos
de passageiros tem uma estrutura de
carroceria monobloco. Essa estrutura
consiste na união de vários elementos
de chapas de metal moldados por
estampagem, com seções ocas e
espessuras entre 0,8 e 1 milímetro. Nas
regiões onde deve haver resistência a
Figura 10 – A armação de carroceria monobloco
garante um alto nível de segurança
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
cargas pesadas, as chapas de metal sobrepostas podem atingir espessuras de até 3 milímetros.
Esses elementos são unidos por soldagem (usando em média 5 mil pontos de solda) para formar
a armação da carroceria. As partes externas, como para-lamas, portas e coberturas, em geral
são parafusadas para facilitar as manutenções.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
O Audi A8 é o primeiro sedã de grande porte que tem sua carroceria monobloco feita
inteiramente em liga leve de alumínio. A carroceria monobloco em liga leve de alumínio, como
um todo, pode ser 40% mais leve que a equivalente em aço.
Da mesma forma, os plásticos vão ganhando espaço na construção dos automóveis. Muitos
elementos, como para-choques, aerofólios, grades de radiador e revestimento das caixas das rodas,
já estão sendo fabricados em plásticos. Os frisos laterais e elementos de absorção da energia nos
para-choques também são feitos em plásticos apropriados. Esses materiais são utilizados em
substituição a elementos maiores da armação, como tampas, painéis de portas e para-lamas.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Qualidade no desenvolvimento
da carroceria
O processo de soldagem utilizado pode ser por pontos ou por raio laser.
A soldagem por pontos é usada especialmente quando as chapas de aço estão completamente
galvanizadas. Requer um controle minucioso dos parâmetros de trabalho, como potência dos
eletrodos, tempo de parada, tempo de soldagem e intensidade da corrente elétrica. Os pontos de
solda precisam ser localizados com exatidão milimétrica em relação ao ponto desejado.
A soldagem por raio laser também ganha importância e utilização nos últimos tempos. A
capacidade do laser em agrupar a energia da luz em um raio muito estreito, capaz de unir metais
por soldagem, proporciona novas possibilidades
de união por costuras estreitas e posicionadas
com exatidão. A tecnologia a laser, em função
destas características, representa um bom recur-
so adicional, visando manter reduzido o peso da
carroceria e proporcionar excelente estabilidade
dimensional. Ao mesmo tempo, eleva a rigidez da
estrutura finalizada.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Cada carroceria nova deve se enquadrar completamente nas exigências, cada vez mais
rigorosas, dos crash tests (testes de colisão). Medidas externas de segurança são tomadas,
também, visando minimizar os ferimentos a outros usuários das vias públicas, pedestres ou
ciclistas, dentre outras, desenhando as superfícies das carrocerias lisas e sem reentrâncias,
evitando que atuem como elementos penetrantes.
O habitáculo – parte interna da carroceria – deve ser resistente, para diminuir as pressões
sobre os ocupantes do veículo em caso de acidente. Logo, deve apresentar uma rigidez estrutural,
de forma que o ambiente dos ocupantes esteja protegido, funcionando como uma célula de
sobrevivência. As zonas remanescentes da carroceria, porém, devem se deformar de modo
controlado, a fim de absorver o máximo possível da energia do impacto.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
As conclusões tiradas dos mais variados tipos de crash tests, junto com os
valores de resistência e deformação da carroceria obtidos por simulação em
computador, são utilizadas para reforçar a segurança dos ocupantes. Mas é
importante entender que a segurança passiva apenas reduz as consequências
de um acidente, nunca eliminando-as inteiramente.
Após desenhar um modelo CAE (Computer Aided Engeneering), este é convertido nos
valores necessários para o modelo FE, com visão de toda a estrutura da carroceria em uma
malha de formas geométricas simples, que pode ter 80 mil nós (pontos de junção) ou mais.
O computador poderá, então, analisar o efeito das forças atuando com energia e direções
diversas e nas espessuras e propriedades desejadas do material. Neste procedimento, altamente
complexo, o computador está habilitado a simular muitas cargas diferentes, atuando na
carroceria em tempo reduzido e sem que se tenha de construir uma estrutura de carroceria
efetiva e sujeitá-la a testes destrutivos.
Cargas e tensões
Apesar do desempenho surpreendente dos computadores modernos, nem todas as cargas
que atuam sobre a carroceria de um veículo durante sua vida útil podem ser simuladas com
exatidão. Por esta razão, os fabricantes submetem seus projetos de carroceria a testes práticos
extensos, considerando-se que seus componentes não devem apresentar desgastes, o que
contrasta com elementos do conjunto motopropulsor e dos equipamentos de rodagem.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
Após dois ou mais estágios de limpeza e secagem, esse primer é lixado e a carroceria
recebe a aplicação do material de vedação nas costuras das soldas e na parte inferior. Depois,
é aplicado o primer nivelador de superfícies, que será seco com a temperatura em torno de
150°C. Após seu lixamento e limpeza, são aplicadas, por pulverização automática, as camadas
de cor ou de efeitos (metálicos ou perolizados). Nos casos de pinturas de efeitos especiais, é
necessária a aplicação de um verniz incolor que proporcionará resistência mecânica e brilho
ao acabamento final.
Apesar do aspecto atrativo que uma pintura de boa qualidade apresenta, sua
função principal é proteger a carroceria contra corrosão.
Os materiais de vedação têm especial importância, pois atuam também como isoladores
de ruídos e temperaturas, dependendo das condições de trabalho e dos locais em que são
utilizados. As partes inferior, dianteira e do compartimento do motor, por exemplo, tendem a
estar expostas a condições mais severas de uso. Logo, os materiais de vedação aplicados nestes
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
locais objetivam inibir ruídos e proporcionar maior resistência a temperaturas elevadas, abrasão
e intempéries. Materiais sintéticos são aplicados nas costuras e na parte inferior da carroceria,
para prevenir a penetração de umidade.
Quanto melhor for o padrão de proteção da carroceria, maior será sua vida útil.
Isto garante a manutenção do valor de revenda e a confiabilidade do comprador
de veículos usados.
As tintas são compostas por uma mistura em torno de 75% de solvente e 20% de agente
aglutinante. O pigmento de cor representa 5% do total. Durante a secagem, ocorre a evaporação
do solvente.
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Tecnologia Automotiva – Carroceria do automóvel
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Bloco 2
Conjuntos mecânicos
Motor
Sistema de transmissão
Motor
Sabemos que o motor move o veículo e que essa energia vem do combustível, sendo
queimada dentro do motor.
Vamos, agora, iniciar o estudo dos conjuntos mecânicos, abordando o motor e os diferentes
sistemas que trabalham para movimentar o veículo.
Otto foi autodidata. O seu primeiro experimento já funcionava dez anos antes do primeiro
veículo a motor.
Esse intervalo de tempo foi essencial para que o complexo e novo motor pudesse ser
melhorado na confiabilidade e maciez de funcionamento.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
O motor pode ser pequeno, com um cilindro apenas, ou grande, com 8 ou 12 cilindros.
Pode ser instalado na frente do veículo, na traseira e até entreeixos. Pode também ser montado
longitudinalmente ou transversalmente. Pode funcionar a gasolina, a álcool e até com a mistura
dos dois combustíveis. Pode funcionar a gás natural ou hidrogênio. E, no futuro, poderá funcionar
até por energia elétrica fornecida por baterias ou solar. Mas o motor continuará existindo dentro
dos veículos, como fonte de movimento que nos levará de um lugar ao outro.
Figura 1 – Motor
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Figura 2 – Motor
Função
Cabe a esse sistema fornecer ao motor a quantidade adequada de combustível sob pressão,
em todas as condições de trabalho.
Componentes
Os componentes principais que constituem o sistema de alimentação do veículo são:
• tanque;
• tubulação;
• filtro; e
• bomba de combustível.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
4
3
7
Legenda
6 1. Tubo distribuidor de
6 combustível
2. Tubulação de envio do filtro
8 aos eletroinjetores
3. Tubulação de retorno
4. Tubulação de envio do
9 tanque ao filtro
5. Filtro de combustível
6. Tanque de combustível
7. Eletrobomba de combustível
8. Regulador de pressão
9. Eletroinjetores
Tanque de combustível
Os veículos automotores são dotados de tanque de combustível, cuja capacidade é calculada
de maneira a permitir que os automóveis percorram uma certa distância sem necessidade de
reabastecimento. Essa distância é conhecida como autonomia do veículo.
Em geral, o tanque de combustível é construído com chapas de aço revestidas com uma
liga antioxidante. Há, também, tanques de combustível feitos de material plástico, mais leves
e resistentes à corrosão. Além disso, caso esses tanques se deformem, não ocorre vazamento
de combustível.
38 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
4
3
2 Legenda
1 1. Boia de comando do
indicador de combustível
2. Comando do indicador de
combustível
3. Tubo do enchimento
4. Respiro
5. Divisórias internas
6. Tubo de saída do
combustível
Tubulação
O combustível é transferido de um elemento a outro do sistema de alimentação por tubos
fabricados de material sintético, de aço ou de cobre.
Os tubos metálicos sofrem um tratamento interno especial para evitar a corrosão causada
pelo combustível. Suas extremidades são dotadas de dispositivos de conexão que facilitam as
interligações.
Os tubos de material sintético têm a finalidade de proporcionar uma ligação flexível entre
os componentes do sistema de alimentação.
Função
Este sistema impede que os vapores de combustível, formados no reservatório e na
instalação de alimentação, sejam descarregados na atmosfera e, consequentemente, liberem
os hidrocarbonetos leves (HC) neles contidos. Um dos sistemas mais adotados atualmente,
para ventilação do reservatório, é o do tipo fechado.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Componentes
O sistema antievaporativo de combustível é formado pelos elementos em destaque
apresentados na ilustração a seguir.
5 6
2
Legenda
1. Reservatório de combustível
2. Válvula de segurança
3. Válvula plurifuncional
4 4. Filtro de carvão ativado
5. Eletroválvula interceptadora
1 dos vapores de combustível
6. Central eletrônica
Funcionamento
Esse sistema opera quando a temperatura do combustível sobe, determinando um aumento
de pressão no interior do reservatório. Para que isso ocorra, é necessário que o veículo seja
submetido, por tempo prolongado, a temperaturas externas elevadas e que o reservatório de
combustível não esteja sendo resfriado pela ventilação produzida pelo veículo em marcha.
Este aumento de pressão pode ser verificado tanto com o nível do combustível médio-baixo,
como com reservatório cheio.
3 5
1 Legenda
6 1. Reservatório de gasolina
(com tampa sem furo de
aeração)
2. Válvulas de segurança e
ventilação
3. Válvula plurifuncional
4. Filtro de carvões ativados
5. Válvula interceptadora dos
vapores de gasolina
(pneumática)
6. Coletor de aspiração
2
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Válvula plurifuncional
Este filtro constitui-se de grãos de carvão que retêm os vapores de combustível que entram
pela tomada.
O ar quente de lavagem, que entra pela tomada por meio do filtro de papel, passa pelos
grãos de carvão, retirando os vapores de combustível para transportá-los em direção à saída e
desta em direção à válvula interceptadora.
5 1
3
Legenda
1. Saída de vapores de
combustível
4 2. Tomada de entrada de ar
quente
6 3. Filtro de papel
4. Grãos de carvão
5. Tomada de entrada de
vapores de combustível
6. Divisão
7. Molas
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Catalisador
Conhecido também como conversor catalítico de três vias, é assim chamado porque reduz
em cerca de 70% os três principais poluentes produzidos pelos motores a álcool e a gasolina:
Ao contrário do que muita gente pensa, o catalisador não é um filtro, pois não se trata de
um processo físico de retenção de partículas, e sim de um processo químico, com reações entre
as moléculas em meio gasoso. É, portanto, um dispositivo de alta tecnologia que, mediante
reações termoquímicas por intermédio de substâncias cataliticamente ativas, converte os gases
poluentes em substâncias inofensivas à saúde.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Saída de gases
purificados
N2
Carcaça
H2O
metálica
Substâncias CO2
(entrada)
CO - monóxido de carbono Manta
HC - hidrocarbonetos expansiva
NOx - óxidos de nitrogênio
funções:
(saída) - vedação;
H2O - água - isolante
CO2 - gás carbônico
N2 - nitrogênio térmico;
- fixação/
proteção
mecânica.
CO
NOx
1 2
Legenda
1. Sonda lambda
2. Catalisador
SENAI-RJ 43
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Assim, para obter uma mistura ideal, é necessário que a quantidade de combustível injetado
esteja o mais próximo possível da quantidade teórica necessária para ser completamente
queimado em relação à quantidade de ar aspirado pelo motor.
Sistema de arrefecimento
Atualmente, a maioria dos motores de combustão interna é arrefecida por líquido contido
em um circuito fechado. Com o aquecimento do motor, o circuito do sistema de arrefecimento
é pressurizado controladamente, visando a obtenção de temperaturas de ebulição do líquido
de arrefecimento ainda mais elevadas (acima de 120°C). Uma bomba leva o líquido a circular
pelas passagens do bloco e cabeçote, onde as cargas térmicas mais severas são encontradas
e conduzidas ao radiador para que ocorra a troca térmica com o ar ambiente. Um ventilador,
acionado por acoplamento viscoso ou por motor elétrico, assegura o fluxo do ar por meio do
radiador, quando o veículo está circulando em baixa velocidade ou mesmo parado.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
1
7
5 Legenda
3 1. Mangueiras
2. Bomba-d’água
4 3. Válvula termostática
4. Eletroventilador
5. Interruptor térmico
6. Radiador de arrefecimento
7. Reservatório de expansão
2
6
Componentes
Radiador
Mangueiras
SENAI-RJ 45
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Bomba-d’água
É fixada no bloco ou no cabeçote do motor, sendo acionada por meio de correia. Coloca
o líquido refrigerante em movimento no sistema de arrefecimento.
Reservatório de expansão
A válvula de pressão permite que o vapor, acumulado no sistema, escape pela derivação
de descarga. Possibilita, também, que o líquido de arrefecimento atinja temperaturas mais
elevadas, sem entrar em ebulição.
Válvula termostática
Estando o motor frio, uma válvula termostática fecha o fluxo do líquido para o radiador,
permitindo sua circulação somente entre o bloco e o cabeçote. Isto faz com que o volume
circulante diminua e não passe desnecessariamente pelo radiador. Este recurso visa diminuir
o tempo de trabalho a frio do motor até a obtenção da temperatura ideal de funcionamento.
Sistema de transmissão
“Primeiro a bicicleta, depois o carro.”
46 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Empresas que viriam a se tornar famosas, como Opel, Peugeot, Rover e Morris, fabricaram
bicicletas antes de produzir automóveis. A bicicleta foi o primeiro veículo de tração traseira,
um princípio que se tornou comum nos tempos iniciais dos veículos a motor e que ainda hoje
está em uso, principalmente nos automóveis de potências mais elevadas.
O acionamento por árvores de transmissão (cardan), utilizado para retirar energia da caixa
de mudanças e transmiti-la ao eixo traseiro, foi a maneira de enfrentar as potências cada vez
maiores. Mesmo a transmissão por corrente foi utilizada para manusear os modestos cavalos
de força das primeiras “carruagens sem cavalos”.
A necessidade de várias relações de transmissão foi identificada logo nos primórdios dos
veículos a motor. No início do século XX, os engenheiros estavam cientes de que selecionar e
engatar diferentes engrenagens poderia ser um processo complexo e tedioso. O francês Louis
Bonneville exibiu a primeira transmissão automática em 1900, com relações de engrenagem
selecionadas em conformidade com a velocidade. Entretanto, levaria outros quarenta anos
para que a transmissão automática atingisse a produção em série. O fabricante americano
Oldsmobile anunciou seu hidramático – o primeiro carro de passageiros com transmissão
automática – em 1940.
Outra conclusão inicial foi a de que tração nas quatro rodas seria a melhor resposta quando
se trafegava em terrenos acidentados. O primeiro sistema de tração nas quatro rodas eficiente
foi construído pelo francês Georges Latil, em 1926. Oito anos se passaram antes que os primeiros
carros de tração dianteira aparecessem, mas foi em 1959 que o Austin Mini revolucionou o
projeto de carro pequeno. Sua concepção de motorização transversal resultou em um compacto
trem de força, otimizando o aproveitamento do espaço interno. Este sistema de transmissão
estabeleceu-se com sucesso até nas categorias superiores dos veículos de tamanho médio.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Sistemas de tração
A tração no eixo dianteiro é utilizada por 75% dos modelos em produção (veículos de
portes pequeno e médio).
48 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Transmissão às rodas
Árvores de transmissão e semiárvores transmitem torque da caixa de mudança e do
diferencial para as rodas. No projeto clássico de um sistema de transmissão (motor na frente e
tração traseira), uma árvore de transmissão é necessária entre a caixa de câmbio e o diferencial.
Ela normalmente incorpora juntas universais em cada extremidade.
Nos veículos com tração traseira ou dianteira, com suspensão independente, duas
semiárvores transmitem o torque para as rodas. Para permitir os movimentos de direção e da
suspensão de veículos de tração dianteira, as juntas das semiárvores precisam ser capazes de
transmitir o acionamento, mesmo em ângulos elevados. Por esta razão, as juntas homocinéticas
são normalmente aplicadas.
Legenda
1. Semiárvores
2. Juntas homocinéticas
50 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Caixa de mudanças
Em um veículo com uma caixa de mudanças de acionamento manual, o fluxo de torque do
motor às rodas é interrompido mediante utilização de um sistema de embreagem, normalmente
de monodisco a seco. Este componente é utilizado para acoplar e desacoplar o torque do
motor à caixa de mudanças. A seleção das marchas na caixa de câmbio é feita por meio do
acoplamento de engrenagens de diferentes diâmetros, permitindo a variação de torque e rotação
para adequação às condições de uso. Em outras palavras, podemos dizer que o veículo pode
ser conduzido mais rápida ou lentamente na mesma rotação do motor.
Transmissões automáticas
Nas transmissões automáticas, as relações de marcha para obtenção de torque ou velocidade
são obtidas, também, através de engrenagens. Estas formam conjuntos de planetárias que são
unidas em várias configurações e acopladas por embreagens hidráulicas de discos múltiplos.
A escolha da relação de transmissão é feita em função de vários fatores, como velocidade,
rotação do motor, ou por meio de uma unidade de controle, que usa um sistema
combinado hidráulico-eletrônico.
SENAI-RJ 51
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
A partir da sua utilização, outro grande passo foi dado: algum pensador desconhecido
combinou duas rodas com um eixo, abrindo o caminho para o primeiro veículo de transporte
utilizando rodas. Essa descoberta se posicionava como um grande desafio para as mentes
talentosas em mecânica. As rodas inteiriças de madeira duraram pouco tempo, pois seu peso
elevado e a fragilidade dos eixos fixos foram uma fonte permanente de problemas na ausência
dos rolamentos. Para resolver esta situação, os celtas criaram a roda raiada, que tornava os
veículos mais velozes e menos toscos.
Isto aconteceu há uns quatro mil anos, quando surgiram os primeiros veículos puxados
por cavalos, e a marca histórica de 30km/h de velocidade, atingida por um carro de guerra,
permaneceu como recorde mundial de velocidade de veículo pelos três e meio milênios
seguintes, até que surgisse a máquina a vapor.
Com a utilização da nova tecnologia, foi ficando claro que as molas não foram projetadas
apenas para aumentar o conforto, pois influenciavam também na segurança do veículo. Sem
um elemento elástico entre as rodas e o chassi, todas as irregularidades eram transmitidas
diretamente ao veículo, provocando saltos e solavancos que reduziam o contato das rodas
com o solo.
52 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Nas precárias estradas da era inicial da motorização, o pior inimigo dos pneumáticos
eram os cavalos, que espalhavam pregos de ferraduras por onde passavam. Em 1894, os irmãos
Michelin usaram pneumáticos pela primeira vez em um carro que foi construído para a corrida
Paris-Rouen daquele ano. Mesmo fazendo os fundadores da poderosa dinastia francesa de
fabricantes de pneus pararem 22 vezes para consertá-los, a invenção já mostrava o seu valor.
A obtenção de potências cada vez maiores nos motores levou à necessidade de pneus e
sistemas de suspensão ainda mais eficientes. Essas áreas de pesquisa e desenvolvimento da
indústria automobilística, em nome da segurança, estarão levando ao uso comum, em futuro
breve, a utilização de sistemas ativos que usam o gerenciamento eletrônico, para assegurar
a posição exata das rodas no solo. Quanto aos pneus, os fabricantes redobram seus esforços
para acompanhar essas exigências. Procuram fazer com que produtos durem cada vez mais,
apresentem menor resistência à rolagem, absorvam ondulações, elevem ainda mais o conforto,
a segurança e o coeficiente de tração e frenagens em pistas molhadas, na neve ou no gelo.
SENAI-RJ 53
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Eixo dianteiro
Nos veículos de tração dianteira, as rodas são responsáveis por transmitir as forças de
tração, frenagem e direção do veículo. A suspensão McPherson é atualmente muito utilizada, em
razão de sua construção compacta, que garante a posição das rodas, as funções da suspensão e
do sistema de direção, apresentando espaço e peso reduzidos. Observe na ilustração a seguir.
Legenda
2
1. Braço triangular (bandeja)
2. Coluna com mola e
amortecedor
3. Suporte da roda
A posição da roda é determinada pelos componentes onde está fixada e que exercem
controle sobre seus movimentos.
54 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Eixo traseiro
O conceito usual de eixo traseiro utilizado inicialmente nos automóveis foi o do eixo rígido
de tração traseira, acionado por uma árvore de transmissão (cardan). Embora, atualmente, esta
concepção esteja se tornando restrita a veículos comerciais ou fora de estrada, ainda existem
muitos veículos utilizando esta construção, aplicando muitas inovações neste conceito. Entre
elas está a utilização de suspensões traseiras independentes, com braços articulados oscilantes,
que são mais leves e ocupam menos espaço.
Nos veículos de tração dianteira, a adoção de um eixo traseiro com corpo auto-
estabilizante é largamente utilizada nos projetos mais modernos, incorporando
um braço oscilante de articulação em cada lado, unidos por uma barra de torção
transversal (corpo do eixo). Suas vantagens são a utilização de mínimos espaços
e pouco peso, com excelente relação entre a estabilidade e o conforto.
Legenda
1 1. Amortecedor
2. Mola helicoidal
3. Eixo traseiro
4. Barra de torção
SENAI-RJ 55
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Suspensão
A suspensão tem a função de absorver as vibrações e os choques das rodas, proporcionando
conforto aos ocupantes do veículo e garantindo a manutenção do contato das rodas com o
solo. Observe a ilustração a seguir.
4
Legenda
Figura 20 – Suspensão
As molas do tipo feixe de lâminas (semielípticas) são pouco usadas nos carros de passeio.
A elevada capacidade de carga torna sua utilização mais viável nos veículos de transporte
pesado.
56 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Molas do tipo barras de torção também são compactas e pesam pouco. Por trabalharem
submetidas a esforços de torção, devem possuir excelente acabamento superficial e de proteção
contra corrosão, visando inibir possibilidades de rupturas. Veja na próxima figura.
Barra de torção
Amortecedores
Os amortecedores realizam os controles das ações e reações das molas mediante utilização
das pressões hidráulicas em fluidos contidos num cilindro.
SENAI-RJ 57
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Geometria de direção
A geometria de direção consiste na combinação de ângulos obtidos nas rodas que influem
diretamente na dirigibilidade do veículo, proporcionando suavidade de tráfego, manutenção
da trajetória, estabilidade em retas e curvas e a maior área de contato possível dos pneus com
o solo, distribuindo igualmente as cargas aplicadas.
Sistema de direção
Este sistema é responsável por variar, de acordo com os comandos do motorista, a direção
do veículo. O volante de direção é o elemento que recebe os comandos rotativos direcionais
do motorista, transmitindo-os, por meio de uma árvore de transmissão, à caixa de direção. As
caixas de direção, do tipo pinhão e cremalheira, transformam o movimento rotativo do volante,
que é recebido por um pinhão, em linear, na cremalheira. Este sistema é muito utilizado por
ser preciso, suave, e apresentar reduzida necessidade de manutenção.
Legenda
3 1. Volante de direção
2. Coluna de direção
4 3. Árvore de direção
4. Caixa de direção
5. Articulações de direção
58 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Volante de direção
Legenda
1. Saco air bag
2. Disparador
Coluna de direção
Tubo metálico, fixado à carroceria, entre o volante e a caixa de direção, tem por finalidade
alojar a árvore de direção. Modernamente, por motivos de concepção, a coluna e a árvore
formam um único conjunto.
A coluna de direção foi muito estudada por exigência de sua posição. Alguns modelos
possuem regulagens de altura e distância, para que, em caso de acidentes, a coluna e a própria
árvore sejam desviadas do motorista. Analise dois modelos na próxima ilustração.
SENAI-RJ 59
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Com o avanço tecnológico, visando também a uma maior segurança, desenvolveu-se a coluna
retrátil. Em caso de impacto frontal do veículo, ela se deforma, impedindo que o motorista seja
atingido pelo volante de direção. Observe seu funcionamento na figura a seguir.
60 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Legenda
2 1. Bomba da direção
2. Válvula hidráulica
3. Pinhão
3 4. Cremalheira
SENAI-RJ 61
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Reservatório de fluido
Bomba hidráulica
A bomba hidráulica tem a função de gerar vazão e pressão para suprir o sistema, mantendo
o fluido em fluxo constante e na pressão necessária para cada caso, independente da rotação
do motor.
Cilindro hidráulico
Componente que direciona o fluxo de fluido, sob pressão, para a câmara do cilindro
hidráulico.
Tubulações
62 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
• pedal;
• cilindro-mestre;
• servofreio;
• regulador de pressão;
• tubulação; e
• fluido de freio.
O servofreio reduz o esforço no pedal, necessário para acionar os freios. Ele obtém sua
força do vácuo parcial (depressão no coletor de admissão), gerado pelo motor.
SENAI-RJ 63
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Um sistema de freio com controle eletrônico antibloqueio – sistema ABS (ABS- Anti-lock
Brake Sistem = sistema de freios com antibloqueio) – previne a ocorrência de travamento nas
rodas, evitando o deslizamento e derrapagens ao se realizar uma frenagem de emergência,
mesmo em situações nas quais ocorra diferenças no coeficiente de atrito nas rodas. Uma unidade
de gerenciamento eletrônico monitora, por meio de sensores, a rotação das rodas. Se qualquer
uma delas diminui sua velocidade repentinamente, significa que está prestes a travar. Diante
disto, a unidade de gerenciamento comanda uma válvula solenoide para reduzir a pressão da
frenagem naquela roda, até que esta se livre da situação de bloqueio.
64 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
A seguir, vamos explorar os seguintes assuntos: freio a disco, freio a tambor, freio de
estacionamento, roda e seus componentes.
Freio a disco
O freio a disco teve origem na indústria aeronáutica. Sua aplicação inicial na área
automotiva foi nos carros de corrida.
Ele possui um sistema de pinça e pistão hidráulico que comprime o elemento de fricção
(pastilha) contra o disco, diminuindo a rotação pelo atrito. Verifique na ilustração a seguir.
2
1
Legenda
1. Orifícios de ventilação
2. Disco de freio
3. Pinça de freio
Freio a tambor
O freio a tambor é uma unidade de expansão composta de duas sapatas de freio, que são
pressionadas contra a parte interna do tambor por um êmbolo, em um ou mais cilindros de
frenagem da roda.
SENAI-RJ 65
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Em função destas características de trabalho, os freios a tambor são mais utilizados nas
rodas traseiras.
Legenda
1. Cilindro atuador do freio
2. Sapata
3. Tambor de freio
4. Elemento de fricção
Freio de estacionamento
O freio de estacionamento é, geralmente, mecânico. Quando acionado, causa a frenagem
das rodas traseiras.
Nos veículos dotados de freio a disco nas quatro rodas, o freio de estacionamento age
mecanicamente no êmbolo da pinça do freio das rodas traseiras ou num conjunto de sapatas
que atuam dentro do tambor de freio.
Rodas
A roda facilita a movimentação do veículo.
Além disso, absorve uma parte dos choques e
das vibrações produzidos pelos buracos e outras
irregularidades do piso em que o veículo se
desloca.
66 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos mecânicos
Aro
O aro de aço é mais resistente aos choques, enquanto o aro de liga leve é mais
sujeito a deformações ou trincas, em consequência dos impactos.
• contribuem para diminuir o peso total do veículo. Por isso, os veículos com rodas de
liga leve podem ser freados ou acelerados mais rapidamente; e
• as ligas usadas nos aros são, geralmente, melhores dissipadoras de calor do que o aço.
Esse calor é produzido pelos freios e o atrito dos pneus com o piso.
Pneus
São eles que suportam o peso de um veículo, como se fossem almofadas de ar. Além disso,
como são flexíveis, não transmitem os impactos com o piso diretamente para o veículo e seus
ocupantes.
Os pneus são importantes porque seguram o veículo firmemente contra o piso nas curvas
e freadas. Para isso acontecer, é importante que a parte do pneu que entra em contato com o
solo, ou seja, sua banda de rodagem, esteja bem conservada.
• melhor flexibilidade; e
• parede lateral mais arredondada e banda de rodagem mais larga, daí sua maior ade-
rência ao piso.
SENAI-RJ 67
Bloco 3
Conjuntos eletroeletrônicos
Introdução
Sistema elétrico
Sistema de iluminação
Introdução
“O carro moderno tem computadores até mais rápidos do que o foguete
que levou o primeiro homem à lua.”
A revolução industrial começou a mudar a face da Terra em meados do século XIX, trazendo
muitas invenções, descobertas e inovações técnicas. Foi assim que o automóvel iniciou seu
caminho em direção ao êxito. A capacidade de seus inventores em transformar as novidades
surgidas como resultado da revolução industrial em recursos aplicáveis nos veículos, sem
dúvida, é um dos principais responsáveis pelo seu sucesso. Sem essas atividades paralelas,
que geram resultados de desenvolvimento nos projetos de engenharia mecânica e elétrica, o
automóvel não teria ido muito longe.
Em 1867, Werner von Siemens, inventor e mais tarde industrial, descobriu os princípios do
dínamo elétrico. Essa descoberta permitiu que a eletricidade, como fonte de energia, atingisse
muitas utilizações em diversas áreas da civilização.
Em 1887, Robert Bosch construiu o primeiro sistema de ignição elétrica de baixa tensão
para motores estacionários movidos a gasolina. Dez anos se passaram até que este recurso fosse
adotado para um veículo a motor. Bosch estava consciente, desde a fase inicial, de que ter uma
ignição precisa e regular seria um dos problemas principais na engenharia do automóvel. Isto,
ainda hoje, é um grande desafio.
Os motores de ciclo Otto tornaram-se mais ágeis e confiáveis quando Bosch introduziu
o primeiro sistema de ignição de alta tensão, utilizando vela, em 1902. O motor acionava um
gerador para fornecer a corrente elétrica ao sistema de ignição, e essa energia logo foi utilizada
também para outros fins.
SENAI-RJ 71
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Esses recursos foram tornando os veículos mais rápidos e, com isso, gerando outras
necessidades. Por exemplo, um sistema de iluminação mais eficiente. A primeira conquista
foi a lâmpada de acetileno, em 1905. Esta usava carbureto como combustível e começava a
justificar o nome farol. Este recurso foi utilizado até 1925, quando foi lançada a primeira lâmpada
elétrica, de duplo filamento, para farol. Daí foram necessários mais uns quarenta anos para o
próximo grande passo: as lâmpadas de halogênio, em 1965, que aumentaram, em três vezes, a
intensidade luminosa. O próximo desenvolvimento desta magnitude foi a lâmpada de descarga
de gás para o uso em faróis, introduzida no início da década de 1990.
Bosch iniciou o fornecimento de bombas de injeção para motores Diesel em 1927 e começou
a desenvolver o sistema de injeção de combustível para motores a gasolina em 1951.
Com certeza, os sistemas elétricos e eletrônicos dos veículos se tornarão ainda mais
complexos. Os clientes exigem níveis ainda mais elevados de conforto e conveniência,
controle climático, qualidade na reprodução dos aparelhos de áudio e disponibilidade de
informações. Os sistemas elétricos e eletrônicos serão, ainda por muitos anos, a solução para
estas necessidades.
Sistema elétrico
A bateria e o sistema de carga do veículo fornecem a energia necessária para o
funcionamento dos diversos componentes.
É, porém, o sistema elétrico que recebe e distribui essa energia pelos equipamentos, por
meio dos chicotes elétricos.
72 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Componentes
Fusíveis
São dispositivos de proteção do circuito elétrico. Podem ser de vidro, porcelana ou plástico,
e possuem um filamento que suporta uma corrente elétrica predeterminada. Quando há algum
problema no circuito e a corrente elétrica ultrapassa o valor-limite, o filamento do fusível se funde
e rompe, interrompendo a passagem da corrente elétrica e protegendo o equipamento.
Figura 1 – Fusível
Relés
São dispositivos que têm a função de fazer o chaveamento entre o interruptor e o
consumidor. Funcionam como interruptores auxiliares, nos quais, por meio de um circuito
de baixa amperagem, se faz uma ponte com um circuito de alta amperagem, ligando o
equipamento.
SENAI-RJ 73
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Conectores elétricos
São componentes de plástico que fazem a união entre chicotes, ou mesmo entre chicote
e consumidores elétricos, sendo em alguns casos autotravantes e possuindo vedadores para
proteger de oxidação os contatos elétricos. Para facilitar a identificação, podem utilizar diferentes
cores ou formatos. Veja um exemplo a seguir.
Legenda
1. Chicote painel de
instrumento
2. Chicote dianteiro
3. Chicote traseiro
door off
1 4. Chicote ABS
2 3 4
3
1
Figura 3 – Conectores
Vedação do chicote
É feita de borracha e serve para impedir a passagem de água, vento ou poeira nos locais
em que o chicote está instalado.
74 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Legenda
1. Solenoide
2. Motor de partida
3. Roda livre
4. Pinhão
5. Haste de engrenamento
3
2
Bateria
Antigamente, era muito difícil colocar o motor em funcionamento: a partida inicial era
dada por meio de uma manivela, com desconforto e risco de acidente.
Com a evolução tecnológica, foi possível chegar à criação de uma bateria para acionar o
motor de partida e colocar o motor em funcionamento.
SENAI-RJ 75
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
1
2
16 3
15 4
14
5
Legenda
1. Alça retrátil
6 2. Rótulo com indicação de segurança
3. Telefone de atendimento ao
13 consumidor
7 4. Pastilha de polipropileno antichama
5. Borne (polo) positivo
6. Straps centralizados
7. Massa negativa
12 8. Envelope separador
8 9. Placa positiva
10. Grade expandida chumbo-cálcio
11. Sistema de fixação
12. Código de barras
9 13. Indicação de modelo
11 14. Monobloco de polipropileno
15. Borne (polo) negativo
16. Alavanca para acionamento da alça
10
Figura 4 – Bateria
Alternador
Para que a bateria mantenha sempre a sua carga e o sistema elétrico funcione normalmente,
é necessário que o sistema de carga seja eficiente. Para isso, é importante conhecê-lo bem.
76 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Este sistema destina-se a recompor a carga da bateria, consumida pelo motor de partida,
e fornecer energia elétrica a todo o sistema elétrico durante o funcionamento do motor, garan-
tindo uma maior vida útil a todo o sistema.
4 1
Legenda
1. Polia com ventoinha
2. Rotor
3. Regulador de tensão
4. Placa de diodos
5. Estator
Figura 5 – Alternador
Quando o motor do veículo entra em funcionamento, a correia faz com que o alternador
também gire. Com o movimento de rotação transmitido pela correia do motor ao alternador,
este mantém a bateria carregada e todo o sistema elétrico alimentado com corrente elétrica.
Subsistema eletrônico de
controle
Este subsistema tem a função de ligar e alimentar eletricamente todos os componentes
do sistema de injeção/ignição.
SENAI-RJ 77
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
A combustão ocorre pela reunião de três elementos básicos no interior dos cilindros do
motor: combustível, ar e calor.
Por este sistema, é possível captar tantos dados operacionais quantos forem necessários,
em qualquer local do veículo, e transformá-los, por meio de sensores, em sinais elétricos.
Estes sinais são conduzidos à unidade de comando, onde são avaliados e processados.
Com estas informações, a unidade realiza o comando dos atuadores, que são responsáveis por
adequar o motor ao regime de trabalho solicitado.
78 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Analise, na figura a seguir, com o apoio da legenda, o controle que a UCE realiza, por meio
dos sensores e atuadores.
6
5 7
24 9
15
10
11
1 3
22
21
23
20
4
16
17
12
18
19
14
13
Legenda
1. Central eletrônica de injeção/ignição 13. Eletroinjetores
14. Eletroválvula interceptadora dos vapores de combustível
Figura 7 – Ligação da Unidade
2. Sensor taquimétrico
3. Velocímetro/hodômetro 15. Sensor de fase de Comando Eletrônico (UCE)
4. Conta-giros 16. Lâmpada-piloto de defeito no sistema de injeção
17. Tomada de diagnose
com sensores e atuadores
5. Sensor de pressão absoluta
6. Sensor de rotações e PMS 18. Bobinas
7. Comutador da ignição 19. Velas de ignição
8. Relé duplo 20. Compressor do condicionador de ar
9. Eletrobomba de combustível 21. Sonda lambda
10. Sensor de posição da borboleta 22. Sensor temperatura do líquido de arrefecimento do motor
11. Sensor de temperatura do ar 23. Central eletrônica
12. Atuador da marcha lenta do motor 24. Sensor de detonação
SENAI-RJ 79
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Sistema de iluminação
A iluminação de um carro pode ser dividida em três grupos:
• externa (ver);
• interna (habitáculo).
O primeiro grupo – iluminação externa – compreende os faróis, faróis de neblina, luzes de ré etc.
80 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Ao ser acionado o interruptor no primeiro estágio, fecha-se o circuito das lanternas e luz
do painel.
bateria
1 2
bateria
farol farol
pos.
pos.
alto
baixo
baixo
alto
ignição
interruptor
Legenda
7,5 A 7,5 A
1. Lanterna dianteira esquerda
2. Lanterna dianteira direita
3. Lanterna traseira esquerda
4. Luz de placa
5. Lanterna traseira direita
3 5
4
direção
pos.
direção
pos.
freio
freio
ré
ré
SENAI-RJ 81
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Circuito do farol
Ao ser acionado o interruptor de luzes para o farol – segundo estágio –, é comandado o
seu acendimento.
A corrente tem o seguinte percurso: interruptor de luzes, comutador de farol alto e baixo,
fusível e lâmpada do farol.
2 3
Legenda
1. Painel de instrumentos
2. Farol esquerdo
3. Farol direito
82 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
O interruptor de luzes de freio mais comum é o do tipo mecânico, que fica montado
próximo ao braço do pedal do freio. Quando o pedal é pressionado, o interruptor fecha
automaticamente, acendendo as luzes de freio.
O outro tipo de interruptor é o hidráulico. Seu comando se dá pela pressão do fluido nos
dutos, quando o freio é acionado.
SENAI-RJ 83
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Limpador de para-brisa
O interruptor (alavanca) localizado na coluna da direção adiciona um motor elétrico.
Este motor, por meio de engrenagens e hastes, aciona palhetas do limpador e imprime a elas
o movimento de vaivém. A mesma alavanca pode comportar outro interruptor, que aciona a
bomba elétrica do esguicho do lavador do para-brisa.
84 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Sistema de conforto e
conveniência
O primeiro automóvel não tinha carroceria e, por isto, nenhum interior. Seus ocupantes
sentiam diretamente a brisa e as condições climáticas. Esta simples tecnologia não era capaz de
gerar interesse popular no novo passatempo: “passear de automóvel”. Era necessário aprimorar
o novo meio de transporte. Desde então, a história do automóvel estava mesmo “na estrada”.
Porém, os pioneiros só podiam “passear de automóvel” quando o tempo estava bom. Vento
e tempo frio, chuva e escuridão total, logo mostraram aos aventureiros que era necessário
algo mais do que se movimentar para a frente e para trás. E assim, os assentos ficaram mais
confortáveis, com estilos de sofás de couro acolchoados para todas as modas, proporcionando
um trajeto mais suave sobre as estradas ainda toscas.
Logo, porém, portas, janelas e mesmo um teto foram considerados necessários. O carro,
agora fechado, adquiriu um interior. Um grande avanço, mas, por muitos anos, o ato de dirigir
exigia girar uma roda gigante com aro de madeira para a esquerda ou direita, aplicando uma
considerável força. Sendo o automóvel um engenho impulsionado mecanicamente, não
demorou muito para que os instrumentos aparecessem com a finalidade de indicar as condições
do motor e seus auxiliares.
SENAI-RJ 85
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Foi depois da Segunda Guerra Mundial que a motorização em massa na Europa realmente
disparou. Estilistas puseram suas mãos também no interior do carro. Decoração, painel de
instrumentos, assentos – nada escapava aos seus ímpetos criativos. Controles de aquecimento
também eram necessários, e mesmo um rádio foi providenciado para a diversão nas viagens
longas.
Nos anos 1960, os maiores fabricantes passaram a dar atenção à segurança. Os assentos
receberam encostos para a cabeça. O motorista e os passageiros da frente ganharam cintos de
segurança. Não demorou muito até que os passos do desenvolvimento dotassem os carros com
os sistemas modernos de segurança que apreciamos e utilizamos nos dias de hoje: dispositivos
automáticos dos cintos de segurança, pré-tensionadores de cinto e bolsas infláveis (air bag). Os
instrumentos e indicadores têm mantido a aparência dos anos anteriores, apesar das mudanças
da moda. Visualmente, um velocímetro de hoje não é tão diferente de um velocímetro das
décadas de 1970 ou 1980. Mesmo assim, existe uma diferença: ele trabalha atualmente com
microchips e eletrônica, não com uma haste flexível e bobinas elétricas.
86 SENAI-RJ
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Assentos
Espera-se de um banco de automóvel que ele satisfaça um número diferente de exigências
e expectativas, sendo confortável e a sua posição facilmente ajustável. O assento deve atender a
princípios ortopédicos e às mais rígidas regulamentações de segurança. Os bancos consistem,
basicamente, de uma armação metálica e do estofamento (enchimento e revestimento).
Legenda
1. Indicação de side bag
2. Comando elétrico
3. Estrutura do banco
Um bom assento deve fazer com que a parte superior do corpo e as coxas do ocupante
encontrem um adequado posicionamento lateral e sua coluna vertebral fique corretamente
alinhada e apoiada.
Os bancos que incorporam apoio lombar são os mais recomendados para os veículos
esportivos.
SENAI-RJ 87
Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Medidas simples ainda podem ser incorporadas como itens de segurança passiva no
veículo. Um bom exemplo é a rampa antissubmarino instalada no assento e com um ângulo na
frente e para cima. Essa rampa foi projetada para evitar que o ocupante, na ocorrência de um
acidente, possa escorregar para a frente, passando por baixo da parte abdominal do cinto.
Rampa antissubmarino
Os apoios de cabeça são desenvolvidos para prevenir o efeito chicote, que faz com que a
cabeça e a nuca sejam jogadas para trás quando o carro é atingido na traseira, ou em uma ação
de ricocheteamento, após uma colisão frontal. O apoio da cabeça deve ser de área ampla, com
uma ancoragem rígida no encosto do assento.
Aquecimento e ventilação
O sistema de aquecimento e ventilação de um carro não apenas proporciona o bem-estar
dos ocupantes, como também é um fator de segurança.
A tarefa de melhorar a ventilação tem ficado cada vez mais difícil para os projetistas.
Melhorias aerodinâmicas e boa visibilidade em toda a volta requerem áreas extensas de vidro,
muitas vezes com inclinação acentuada. Mesmo um período curto de exposição direta à luz
solar aquece consideravelmente o interior do veículo, de forma que uma ampla renovação e
suprimento de ar se faz necessário.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
No inverno, o problema é inverso: o ar dentro do carro tem que ser aquecido até uma
temperatura aceitável, o mais rápido possível. Posicionamento eficiente e controle das saídas
de ar são de grande importância. O fluxo de ar que entra deve estar livre de correntes de ar
(ventos), mas deve atingir todas as áreas do interior do carro, inclusive as janelas, prevenindo
que estas embacem. As grades de saída no painel de instrumentos devem ser direcionáveis.
Uma ventoinha poderosa é necessária para fornecer grandes volumes de ar para o interior
do veículo.
Sistemas incorporando filtros especiais que retêm poeira e partículas purificam o fluxo
de ar fresco e removem partículas de fuligem e pólen. Para pessoas alérgicas a pólen, essa
purificação do ar dentro do carro é um grande benefício.
1
Legenda
1. Compressor
2. Condensador
3. Evaporador
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Instrumentos do painel
Os instrumentos principais e as lâmpadas indicadoras do painel (pilotos) fornecem ao
motorista informações importantes para a condução segura do veículo. Para isto, devem estar
posicionados no centro do campo de visão e apresentar facilidade de leitura e interpretação.
As luzes indicadoras devem chamar atenção do motorista imediatamente.
No painel, as funções auxiliares não devem provocar distração do motorista, como, por
exemplo, luzes brilhantes demais ou, então, apresentar reflexos no para-brisa.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Luzes indicadoras são usadas para sinalizar alerta para irregularidades nas condições de
trabalho de alguns sistemas vitais do veículo (sistema de lubrificação, arrefecimento etc.) e
assinalar a utilização de algumas funções, como luz de neblina, ar-condicionado, farol alto etc.
Sistema de som
Itens de conforto e conveniência, como rádio de som estéreo com toca-fitas ou CD player
(compact disc), estão ficando cada vez mais comuns, mesmo em carros pequenos.
Existem sistemas ainda mais elaborados que incluem sensores de posição que disparam
o alarme se houver alguma tentativa de guinchar o carro. Os sistemas de alarme estão cada vez
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
mais combinados com imobilizadores que impedem o funcionamento do motor, caso não se
disponha da chave codificada com o chip programado.
Sistemas de segurança
Vista sob este aspecto, a necessidade de segurança ativa já se fazia presente desde o
começo. Ano após ano houve acréscimo de potência nos motores, melhorias de desempenho no
automóvel e a quantidade de veículos nas estradas cresceu, sem que os fabricantes enfrentassem
as questões fundamentais de segurança ativa e passiva.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Bolsas infláveis (air bags) estão sendo introduzidas mesmo em veículos compactos. Assim,
qualquer que seja o carro no qual estejam viajando, os ocupantes envolvidos em uma colisão
frontal, em velocidades de até 50km/h, têm excelentes chances não apenas de sobreviver, mas,
também, de não sofrer ferimentos, graças ao projeto cuidadoso de absorção de energia das
carrocerias e ao preciso funcionamento dos cintos de segurança e air bags.
Entretanto, se o carro de passageiros deve manter o seu lugar no futuro como um veículo
seguro e como a forma mais importante de transporte pessoal, os responsáveis por seu
desenvolvimento também devem projetá-lo para atender às necessidades do meio ambiente.
Hoje, na Europa, 85% do automóvel pode ser reciclado – um índice ainda não igualado por
qualquer outro produto de consumo. Mas isto ainda não é suficiente: o consumo de combustível
deve continuar sendo reduzido – carros que consomem em média 20km/l ainda são um modesto
passo perto do que está se evidenciando como um caminho longo e difícil.
Podemos citar, como exemplos de equipamentos para segurança ativa, o sistema de freios
ABS e o sistema de controle de tração.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Nem sempre, porém, é possível evitar o acidente. Sendo assim, é importante que suas
consequências sejam mínimas. É aí que entram em cena os itens da segurança passiva, que
correspondem às soluções adotadas no veículo para minimizar as consequências de um acidente.
Carroceria com deformação progressiva, painéis de instrumentos sem cantos penetrantes, air
bags, cintos de segurança etc. estão entre os importantes recursos da segurança passiva.
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Tecnologia Automotiva – Conjuntos eletroeletrônicos
Segurança passiva
O air bag como recurso para prevenir ferimentos à cabeça e ao peito (tórax), em conjunto
com o cinto de segurança, está entre os mais eficientes dispositivos de segurança passiva no carro
de passageiros moderno. Em várias partes do mundo, o air bag está se tornando um equipamento
indispensável para motorista e passageiro. Isto tem levado ao surgimento dos primeiros modelos
de carros equipados com bolsas infláveis de posicionamento lateral (side bags).
Para proteger os ocupantes contra colisões laterais, além dos side bags, existem
reforços na porta, rigidez mais favorável da carroceria e sistemas de absorção
de impactos, usando materiais sintéticos integrados às portas.
Air bags, operando em conjunto com cintos de segurança, oferecem aos ocupan-
tes do carro as melhores possibilidades de mínimos ferimentos e de sobrevivência
numa colisão.
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Cinto de segurança
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Bloco 4
Componentes adicionais
Revestimento interno
Revestimento externo
Tecnologia Automotiva – Componentes adicionais
Revestimento interno
Na montagem do veículo existem, ainda, outros componentes, como isolamento acústico,
forrações e acabamento internos. Estes componentes serão abordados a seguir.
Isolamento acústico
Dentre as exigências para um veículo moderno, inclui-se o conforto acústico para os seus
ocupantes.
Isolar o som exterior é um meio não só para proporcionar conforto, mas, também, para
ampliar a segurança e o bem-estar do motorista e dos demais ocupantes do veículo.
Legenda
1. Reforço superior
2. Isolamento acústico
3. Reforço da porta
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Tecnologia Automotiva – Componentes adicionais
Forração do teto
Atualmente, a forração do teto é pré-moldada, fixada por meio de presilhas e molduras
plásticas.
Forração da porta
As forrações de porta são também utilizadas como antirruído, proteção contra poeira e,
ainda, para estética e conforto do usuário.
Elas são constituídas, geralmente, de material sintético resistente ao calor e forradas com
tecido.
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Tecnologia Automotiva – Componentes adicionais
Revestimento externo
Acabamentos externos
Os acabamentos externos são para proteção, decoração ou encaixe de outros itens.
Frisos externos
Dentre os acabamentos externos, temos, por exemplo, os frisos de porta, que têm a função
de proteger a área contra eventuais impactos ocasionados pelas portas de outros veículos.
Os frisos podem ser fixados com encaixes de presilhas plásticas, já encaixadas no local
onde eles serão montados, ou com fita autoadesiva, ou, ainda, os dois juntos, conjugados.
Retrovisores externos
Os espelhos retrovisores podem ser de dois tipos: mecânicos e elétricos.
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Tecnologia Automotiva – Componentes adicionais
Este tipo de retrovisor não tem o recurso elétrico de regulagem de sua posição. A regulagem
é feita por meio de uma alavanca no painel de porta, ligada com o espelho por cabos, onde um
dispositivo faz os movimentos desejados no espelho.
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Tecnologia Automotiva – Componentes adicionais
Vidros
Os vidros do para-brisa também devem desempenhar, nos veículos modernos, a função
estrutural de resistência às cargas. Por isto, os para-brisas e vidros traseiros são atualmente colados
numa moldura específica, com adesivos que combinam alta resistência e flexibilidade.
Os vidros laminados, que normalmente são usados apenas para o para-brisa, são formados de
duas lâminas de vidros separadas por uma película plástica. Esta construção previne que o vidro
se estilhace para fora, não permitindo o arremesso dos ocupantes do veículo para o exterior.
As outras áreas envidraçadas são fabricadas em vidro temperado, que se esmigalha quando
quebrado, não apresentando cantos cortantes que possam ferir os ocupantes.
• Encaixados – por meio de guarnições de borracha, onde são fixados em uma cavidade
feita na guarnição e esta encaixada na carroceria do veículo.
Tipos de vidros
Dois tipos de vidros são utilizados nos automóveis modernos:
• Temperados – não podem ser utilizados como para-brisas, sendo este uso proibido
por lei. Têm o inconveniente de quebrar em inúmeros pequenos pedaços, impossi-
bilitando a visão do motorista. São utilizados nas laterais e portas dos automóveis.
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Tecnologia Automotiva – Componentes adicionais
Vidros laterais
Os vidros laterais também podem ser encaixados ou colados.
Vidros traseiros
Os vidros traseiros também podem ser encaixados ou colados. Em alguns modelos
estes vidros possuem linhas de uma substância semicondutora de eletricidade que, quando
energizada, oferece uma resistência à passagem de corrente elétrica, transformando a mesma
em calor. Este dispositivo compõe o desembaçador traseiro.
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Bloco 5
Identificação do veículo
Introdução
Etiqueta ETA
Tecnologia Automotiva – Identificação do veículo
Introdução
Todos os veículos fabricados são identificados por números gravados que servem para
legalizá-lo junto aos órgãos competentes e também possibilitar sua identificação em caso de
furto ou adulteração das características originais.
Número de Identificação do
Veículo (VIN)
O VIN é uma padronização adotada por acordos internacionais, desenvolvida pela SAE
(Society of Automotive Engineering), cujos caracteres ou conjunto de caracteres representam
informações sobre o tipo, montagem, fabricante, país e ano de fabricação do veículo.
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Tecnologia Automotiva – Identificação do veículo
• A terceira seção, composta dos oito últimos caracteres, é chamada de VIS (Vehicle
Identification Section) e possui as informações que efetivamente distinguem um ve-
ículo do outro.
VIN
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Tecnologia Automotiva – Identificação do veículo
O VIN é sempre iniciado por um número ou letra que significa a região geográfica ou país
onde o veículo foi fabricado.
De acordo com a norma internacional, temos a seguinte codificação referente aos países:
2 – Canadá S – Inglaterra
3 – México T – Rússia
6 – Austrália V – França
8 – Argentina W – Alemanha
9 – Brasil Y – Suécia
O 10º caractere representa o ano de fabricação do veículo, seguindo uma sequência lógica
a partir de 1987, representada pela letra H, como na tabela a seguir:
Os caracteres utilizados para a identificação do VIN podem ser alfanuméricos, exceto para
os quatro últimos algarismos, que devem ser obrigatoriamente numéricos e representam o
sequencial de fabricação do veículo na linha de montagem.
As letras I, O e Q não são utilizadas, pois podem ser adulteradas com maior
facilidade.
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Tecnologia Automotiva – Identificação do veículo
Gravação
Etiqueta des- principal na
trutível carroceira
A mudança de local objetiva garantir a não danificação do VIN em caso de acidentes, assim
como dificultar sua adulteração.
Alguns fabricantes fazem mais de uma marcação do VIN no veículo, garantindo a segurança
na identificação.
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Tecnologia Automotiva – Identificação do veículo
Etiqueta ETA
Como identificação suplementar, as montadoras incluem etiquetas autocolantes
destrutíveis em pontos da carroceria do veículo, como a seguir:
• no compartimento do motor;
• no assoalho do veículo; e
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Tecnologia Automotiva – Referências
Referências
Fiat Automóveis S. A. Princípios básicos de injeção/ignição eletrônica. Minas
Gerais, 2006.
Agradecimentos:
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