Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EM SISTEMAS
DE SUSPENSÃO
E DIREÇÃO
Elaboração
Adaptação
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO...................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÃO E OS TIPOS DE SUSPENSÃO.................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
COMPONENTES E FUNCIONAMENTO........................................................................................................................................................ 29
UNIDADE II
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE DIREÇÃO............................................................................................................................................................ 38
CAPÍTULO 1
COMPONENTES E FUNCIONAMENTO........................................................................................................................................................ 38
CAPÍTULO 2
SISTEMAS DE DIREÇÃO MECÂNICA, HIDRÁULICA E ELÉTRICA..................................................................................................... 48
UNIDADE III
A IMPORTÂNCIA DO CHASSI E FUNDAMENTOS DE PROJETOS DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO......................................................... 60
CAPÍTULO 1
TIPOS DE CHASSIS............................................................................................................................................................................................. 60
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS DE PROJETO DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO............................................................................................................. 64
CAPÍTULO 3
ESTABILIDADE DIRECIONAL........................................................................................................................................................................... 68
UNIDADE IV
ASPECTOS RELACIONADOS À DIRIGIBILIDADE DO VEÍCULO......................................................................................................................... 79
CAPÍTULO 1
MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO............................................................................................................. 79
CAPÍTULO 2
SEGURANÇA.......................................................................................................................................................................................................... 95
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 100
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, conhecer sobre a dinâmica funcional dos veículos e, principalmente, os
detalhes sobre sua manutenção é um diferencial que resulta em segurança, economia
e durabilidade das peças.
Objetivos
» Compreender o funcionamento do sistema de suspensão e direção.
7
INTRODUÇÃO
AOS SISTEMAS UNIDADE I
DE SUSPENSÃO
CAPÍTULO 1
Definição e os tipos de suspensão
Introdução
Todos nós naturalmente trabalhamos com uma suspensão. Nós usamos as pernas para
amortecer impactos ou as mãos ao cair. Ao fazer isso, estamos fazendo, mesmo que
inconscientemente, o amortecimento do nosso corpo.
Ao pular, dobrarmos os joelhos para que as forças do impacto não sejam integralmente
transferidas para o nosso corpo. As pernas trabalham com as articulações, tornozelos
e joelhos, para criar uma “suspensão natural”. Absorvendo o impacto. As forças
resultantes são, portanto, transferidas para vários tendões e músculos amortecendo
o impacto.
A suspensão foi criada há muito mais tempo que o carro como um todo. Isso ocorreu
com a finalidade de minimizar trepidações e vibrações decorrentes de imperfeições e
saliências nos pisos; fabricantes de carruagens criaram um sistema de suspensão ligado
pelos eixos. O amortecimento era feito por feixes de molas ou barras de torção.
Essas duas partes ficam suspensas e o contato com o solo é feito nas bandas
de rodagem dos pneus, acoplados às rodas. Mas, o que conecta essa massa
suspensa às rodas?
9
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Esse papel de ligar as rodas ao chassi do carro é feito pela suspensão do veículo
que, além disso, é também responsável por garantir a sua sustentação. O sistema
de suspensão é também responsável por proporcionar estabilidade, conforto e
controle.
A ideia inicial de trazer mais conforto aos passageiros foi alcançada e não havia
preocupações quanto ao controle direcional, pois as carruagens não passavam de 40
km/h. Porém, com a invenção dos automóveis isso mudou.
Fonte: https://www.portalautomoveis.com.br/y/180/suspensao-veiculo-e1542404338385-599.webp.
10
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
11
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
encontradas nas estradas. As velocidades mais altas alcançadas pelos veículos só são
possíveis graças aos sistemas de suspensão.
Os amortecedores são responsáveis por garantir uma combinação ideal entre conforto
e segurança. De um lado, os ocupantes devem ser protegidos contra vibrações
desconfortáveis de elevação, inclinação e rotação, bem como solavancos, por outro
lado, a melhor aderência possível deve ser alcançada.
O objetivo de converter a força de alto impacto em uma carga menor, um pouco
mais longa e duradoura no corpo de seus ocupantes, é alcançado após uma deflexão.
O balanço prolongado é inútil e é percebido como desconfortável pelos ocupantes,
é por isso que os amortecedores de vibração são instalados. No entanto, a vibração
também deve ser amortecida rapidamente para garantir a segurança ao dirigir, porque
a força entre a estrada e as rodas diminui na direção oposta quando a vibração se desvia
e não pode mais ser suficiente.
A suspensão é composta por elementos que guiam as rodas em trajetos predeterminados
quase perpendiculares em relação à carroceria. O design do sistema de suspensão é
uma parte essencial da tecnologia do veículo. Basicamente, podemos classificar as
suspensões nos seguintes tipos:
» Suspensão Independente.
» Suspensão MacPherson.
» Triângulo duplo.
» Duplo A.
» Feixe de Molas.
12
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
A suspensão do tipo eixo rígido ou barra de torção é um feixe rígido com perfil aberto,
geralmente em forma de U, que conecta os dois lados da suspensão da roda e também
atua como estabilizador. As rodas direitas e esquerdas são ligadas por um único eixo
e, com isso, o movimento de um lado afeta o do outro.
Trata-se de um sistema de suspensão mais antigo que o próprio automóvel, pois era
empregado em carruagens. Até meados do século XX, veículos de baixo custo como
Kombi, Fusca etc. usavam essa tecnologia na sua suspensão traseira.
Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/qr-608-correio-03.jpg?quality=70&strip=info.
Neste tipo de suspensão os eixos e os seus apoios são pesados, aumentando a massa
suspensa do carro, porém tem custos de produção menores e é bastante resistente. As
vantagens dos eixos rígidos são:
» Custo.
» Construção plana.
» Baixíssima manutenção.
13
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
» Robustez mecânica.
Fonte: https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/eixo-tor%C3%A7ao-renault-5-turbo-750x501.jpg.
Suspensão independente
Na suspensão do tipo independente, as duas rodas em um eixo (dianteiro ou traseiro)
são guiadas independentemente uma da outra. Os principais modelos de suspensão
que serão descritos ao longo do nosso caderno, como, por exemplo, Multilink e
MacPherson, são derivações da suspensão independente.
A independência das posições da roda e a baixa massa não suspensa são vantagens em
comparação com a orientação comum das rodas usadas na suspensão do tipo eixo rígido.
14
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Essa é uma classificação muito vaga, já que todas as demais suspensões geralmente
também são independentes.
Quem já andou em um carrinho de rolimã sabe a emoção de atravessar alguma
irregularidade com apenas um dos lados e sentir a inclinação causada, tendo a sensação
de poder ser arremessado ao chão.
O que no carrinho de rolimã é diversão, em um veículo automotor representa riscos, pois
trata-se de uma massa muito maior que trafega a velocidades e acelerações muito superiores.
Atravessar um desnível em uma pista com apenas um lado causa uma imensa dificuldade
em manter o veículo na rota. Isso prejudica a dirigibilidade e compromete o controle
sobre o veículo, podendo, inclusive, ocasionar danos materiais e físicos aos ocupantes.
Na suspensão independente não há ligação direta de uma roda com a outra. Cada uma
é responsável por absorver individualmente os solavancos aos quais estão sujeitas,
diminuindo a oscilação da carroceria e melhorando o controle direcional. Trata-se de
um tipo de suspensão leve, estável e que oferece um excelente nível de conforto na
condução. Porém é um sistema ineficiente no que tange ao aproveitamento das capacidades
dos pneus em relação a outros sistemas como, por exemplo, os triângulos duplos.
Os modelos de veículos mais avançados trabalham com suspensão independente nas
quatro rodas. A figura 4 mostra os benefícios da suspensão independente em relação aos
sistemas de eixo rígido. A figura mostra ambos os sistemas ao passar por irregularidades,
no primeiro caso a roda do lado oposto não é afetada, já no segundo caso as rodas são
ligadas por eixo rígido e pode-se perceber que ambos os lados são afetados.
Figura 4. Suspensão independente versus barra de torção.
Suspensão independente
15
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
A independência entre as rodas é uma característica excelente para lidar com os terrenos
acidentados e as irregularidades e buracos das estradas brasileiras. Em veículos com
tração traseira, a suspensão independente colabora na transmissão de potência com
mais eficiência às rodas direita e esquerda.
Em 1903, Henry Royce comprou a Decauville e não ficou satisfeito com sua
operação. Ele, juntamente com Charles Rolls, decidiu construir um carro melhor
e, assim, nasceu a famosa marca Rolls-Royce. Na Alemanha, os Decauvilles foram
fabricados sob licença por uma empresa chamada Wartburg, precursora da BMW.
Fonte: https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/suspensao-independente-750x551.jpg.
Suspensão MacPherson
A suspensão MacPherson se assemelha ao trem de pouso dos aviões. Essa suspensão
recebe esse nome devido ao seu criador, o engenheiro Earle S. MacPherson.
16
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Fonte: https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_mc_pherson1.jpg.
Trata-se do tipo de suspensão mais comum nos carros modernos. Uma suspensão
MacPherson padrão é composta de molas e amortecedores telescópicos nas quatro
rodas, independentes nas rodas dianteira e ligados por um braço na traseira.
17
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Para suspender o carro, MacPherson organizou uma mola helicoidal ao redor do amortecedor,
que é inclinada para compensar o momento fletor devido ao carregamento da roda.
Mais tarde, também houve suspensões de rodas com amortecedores integrados, nos quais
a mola não está presa ao amortecedor como, por exemplo, o Mercedes-Benz W201.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2c/Mcpherson_strut.jpg/300px-Mcpherson_strut.jpg.
» Conforto.
» Estabilidade.
18
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
19
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Fonte: https://www.oficinabrasil.com.br/uploads/imagens/consultor-ob/213-1-os-diferentes-tipos-de-suspensao-sistema-double-wishbone.jpg.
20
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Fonte: https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/s-multilink-750x581.jpg.
21
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/golf-suspensao-traseira-multilink.jpg?quality=70&strip=info.
Como boa parte das inovações recentes, o sistema multilink tem maior custo de
produção e manutenção. Encontrar profissionais para fazer reparos fora da rede
autorizada ainda é um desafio aqui no Brasil. Do ponto de vista funcional, seu ponto
franco reside na menor capacidade de carga, posto que sua aplicação principal é em
carros de passeio premium de alta performance (Fonte: https://educacaoautomotiva.
com/2018/02/28/5-tipos-suspensao/).
Boa parte dos veículos de carga utilizam feixe de molas como seu sistema de suspensão.
Sua principal vantagem é suportar grandes massas sem prejuízo no comportamento
dinâmico ou distensão do conjunto.
Fonte: https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_feixe_de_molas.jpg?w=878.
23
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
A conexão com a roda é feita usando uma quantidade variável de fluido hidráulico,
que transmite os movimentos da roda através do cilindro hidráulico para a membrana
da esfera de mola associada. A quantidade de fluido hidráulico nos cilindros das rodas
do respectivo eixo é determinada por uma válvula reguladora automática chamada
de corretor de altura.
24
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Nesse sistema, a frequência natural do veículo aumenta com a carga útil. Esta é a razão pela
qual os veículos com suspensão hidropneumática são projetados para serem relativamente
macios quando vazios e para que não pareçam muito duros quando carregados.
A desvantagem do sistema é que o alto nível de conforto ao dirigir às vezes dá, aos
motoristas que não estão acostumados à hidropneumática, uma sensação insegura,
podendo levar a acidentes.
Suspensão a ar
O primeiro tipo aparece em veículos pesados como ônibus rodoviários, pois entregam
excelente conforto e estabilidade. A suspensão a ar em ônibus e caminhões é caracterizada
por um compressor que gera pressão de ar, fornecendo suspensão confortável com a
opção de regulação de nível.
25
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Dependendo da carga, o ar é bombeado para dentro ou para fora para manter o volume
de enchimento e, portanto, o nível do veículo constante. O fole é colocado em uma
mola de borracha, a chamada mola de emergência, que ainda também pode ser acionada
em caso de falha da suspensão pneumática.
Seu bônus consiste na possibilidade de regulagem do vão livre do veículo para o solo,
sendo constantemente instalada em carros de “tuning”. Por outro lado, este sistema exige a
instalação de bolsas de ar e compressor no veículo, agregando peso extra de 50 a 100 quilos.
Em veículos pesados, ele não é significativo em relação à massa total, mas fica inviabilizado
para os leves. Modelos de alto luxo da Land Rover, Lincoln e Cadillac também utilizam
o sistema (Fonte: https://educacaoautomotiva.com/2018/02/28/5-tipos-suspensao/).
26
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
nas quais a energia é armazenada para ser dissipada, em seguida, pelo amortecedor do
carro (CORRÊA, 2011).
Os parâmetros do conjunto são fixos, tendo como base de cálculo o melhor desempenho
obtido considerando peso, carga, habilidade para executar manobras e qualidade na
condução (CORRÊA, 2011).
Já a suspensão ativa utiliza uma tecnologia que controla os movimentos verticais das
rodas com um sistema de bordo, não deixando que essa característica seja inteiramente
indicada pelas condições da estrada, como acontece na suspensão passiva (CORRÊA,
2011).
27
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
www.tecmundo.com.br/como-funciona/49084-como-funciona-a-suspensao-ativa-
em-veiculos-automotores-.htm).
Os problemas de uma suspensão ativa, ao menos até o presente momento, são o alto
custo, a quantidade de peças envolvidas, a complexidade do mecanismo e a necessidade
constante de manutenção onde, geralmente, apenas as mecânicas autorizadas das
montadoras possuem as peças e ferramentas necessárias para a tarefa.
A suspensão ativa foi utilizada pela primeira vez na Fórmula 1 e contribuiu para
melhorar a aerodinâmica dos carros entre o período de 1987-1993. No final de 1993,
foi banida pela FIA. Em 1989, o Toyota Celica introduziu uma suspensão hidráulica
informatizada. Segundo a Toyota, essa foi a primeira suspensão totalmente ativa do
mundo em automóveis. A Mercedes-Benz introduziu um sistema semelhante para
chassis, em 1999, conhecido por Active Body Control.
28
CAPÍTULO 2
Componentes e funcionamento
Introdução
Dependendo da configuração, o material rodante dos carros modernos é uma combinação
de componentes mecânicos, hidráulicos, pneumáticos, elétricos e eletrônicos.
Os eixos de um veículo precisam absorver uma infinidade de forças diferentes.
Isso inclui o peso do veículo, mas também forças de frenagem, influências de tração e
forças nas curvas. Os eixos dos veículos são projetados como eixos rígidos ou como eixos
divididos com suspensão independente da roda. Ambas as construções têm propriedades
fundamentalmente diferentes, com vantagens e desvantagens correspondentes.
Os eixos rígidos geralmente são relativamente pesados e isso não apenas aumenta o peso
do veículo. Também existem massas não suspensas mais altas que não são propícias às
características de direção. Por outro lado, os eixos rígidos também apresentam várias
vantagens; isso inclui, por exemplo, maior estabilidade e, portanto, maior capacidade
de carga. Devido ao design bastante simples dos eixos rígidos, eles também são menos
propensos a reparo e mais baratos para fabricar.
A área de aplicação preferida para eixos rígidos é especialmente caminhões pesados,
veículos com um peso total superior a 16 toneladas geralmente são baseados em um
eixo duplo na traseira. Os eixos rígidos no caminhão fazem basicamente seu trabalho,
como eixos de tração, de arrasto ou de avanço.
Os eixos traseiros para veículos comerciais pesados geralmente ainda são fabricados
em ferro fundido devido à sua maior estabilidade. No entanto, no caso de construções
para facilitar o uso do veículo, os fabricantes utilizam principalmente perfis de caixas
de aço prensado.
O cubo da roda é um componente igualmente carregado do eixo do veículo. Ele fica nas
duas extremidades externas da viga do eixo e segura a pinça do freio e o cilindro do freio
ao lado da roda. Um rolamento de roda interno e externo é integrado ao cubo da roda.
Além de ser o suporte do disco ou do tambor de freio, o cubo da roda é o local onde
são fixados os parafusos ou porcas da roda e tem como objetivo fazer com que a junta
homocinética transmita o torque para as rodas do veículo e o coloque em movimento.
Os rolamentos das rodas realizam trabalhos pesados enquanto o veículo está em
operação, afinal eles precisam absorver as forças dinâmicas transmitidas pelo corpo
do eixo durante a condução, bem como as forças do peso total do veículo.
29
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Quanto menor a massa não suspensa em relação à massa suspensa do veículo, menores
são as flutuações indesejáveis na carga da roda e, em menor grau, os impactos no corpo.
Um grande deslocamento da mola permite a compensação de grandes saliências na
estrada, mas faz com que o veículo tenha um alto centro de gravidade e, portanto, se
opõe às altas velocidades nas curvas.
Molas
As molas são conexões elásticas que permitem a movimentação entre o corpo e os
pneus. Para uma boa compressão de um projeto de suspensão se faz necessário conhecer
alguns termos e conceitos relacionados às molas.
» Massa suspensa: é a massa suportada pelas molas, por ex. chassi e o motor.
30
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Molas helicoidais
As molas helicoidais usam as propriedades elásticas de um fio com carga de torção para
criar uma constante de mola linear. Essas molas são usadas em suspensões independentes.
Elas armazenam a energia de forma mais eficaz. As suas extremidades são, geralmente,
horizontais, para com isso se assentarem melhor sobre as superfícies através das quais
se transmite o esforço. As extremidades planas agem como alavanca, aplicando a torção
à parte restante da mola (COSTA, 2002).
Feixe de molas
A barra de torção realiza o acúmulo de energia quando é torcida. Uma das extremidades
é fixada à carroceria, enquanto a outra é ligada a um elemento capaz de suportar o
esforço. A barra de torção é frequentemente utilizada como estabilizador e é fabricada
em aço e montada transversalmente à linha de eixo do automóvel, com buchas de
borracha e com as extremidades, ligadas à suspensão, dobradas de modo a atuarem
como alavancas (COSTA, 2002).
Amortecedores
O amortecimento é uma das propriedades mais sensíveis de materiais e estruturas.
Trata-se do fenômeno onde a energia mecânica de um sistema é dissipada. O
amortecimento determina a amplitude de vibração na ressonância e o tempo de
persistência da vibração após cessada a excitação (COSSOLINO e PEREIRA, 2010).
32
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Pneu
Um pneu é a parte da roda sobre a qual esta gira, sendo o elemento que conecta o carro
ao solo, não existindo outros pontos de conexão, por isso é tão importante. Ele fica na
circunferência da roda e transfere as forças entre a roda e a estrada. A parte do pneu
que está em contato com o solo é chamada de área de contato do pneu, e a banda de
rodagem se estende ao seu redor.
O pneu suporta toda a carga presente na roda, aceleração, frenagem, força em curvas.
Enfim, todas as forças e os momentos que dão ao motorista controle e estabilidade
agem sobre os pneus.
Os pneus dos veículos são pneumáticos, mas já foram feitos totalmente de borracha ou
mesmo de ferro. Trata-se de um tecido ou tela de fibras que é colado com borracha e
encamisado, contendo ar pressurizado no seu interior que atenua o choque rodoviário.
O ar é retido em uma câmara de ar ou, no caso de pneus sem câmara, preso entre o pneu e
o aro. Dependendo do tipo de carcaça, é feita uma distinção entre pneus diagonais e radiais.
Os pneus diagonais apresentam uma carcaça constituída por duas ou mais lonas ou
camadas de tela. Essa designação é dada porque seus fios são transversais em relação
33
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
ao pneu e formam ângulos retos com a direção de rotação. Este pneu proporciona
conforto, mas provoca efeitos secundários na direção. Descobriu-se posteriormente
que, dispondo os fios paralelos à direção da rotação, a estabilidade direcional aumentava,
em detrimento do conforto (COSTA, 2002).
https://www.youtube.com/watch?v=v6TVFn-WHyM.
https://www.youtube.com/watch?v=7pl0Yv5WUwE.
Os pneus são nomeados de acordo com o uso pretendido para vários meios de transporte.
Há, por exemplo, pneus de carro, pneus de veículos comerciais, pneus de motocicleta,
pneus agrícolas e florestais, pneus industriais e pneus de aviões. Alguns pneus são
projetados separadamente para eixos de direção ou eixos de tração.
A relação pneu-pista produz certa aderência máxima. Os melhores pilotos são aqueles
que levam o pneu ao limite em todos os momentos e dirigem com a combinação máxima
de forças. Um pneu que foi tratado desta forma apresenta melhor desgaste dinâmico
do que um pneu que exerce apenas uma força (em uma direção).
34
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
» Ser silencioso
» Ter durabilidade.
O pneu em sua forma atual foi possibilitado por várias invenções feitas com relativa
rapidez, uma após a outra. Confira abaixo uma breve linha do tempo sobre esse
importante elemento (RUFFO, 2010).
35
Unidade I | INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO
Demais componentes
Existem outros tantos componentes que também fazem parte do sistema de suspensão.
Como, por exemplo, o pivô, o coxim, a barra estabilizadora, a bucha e o rolamento.
O pivô, também conhecido por junta esférica, é responsável por fazer a coluna da
suspensão girar em torno do seu próprio eixo, permitindo que a caixa de direção
“empurre” as rodas e execute os comandos da direção. O pivô, além de possibilitar a
articulação da roda, sustenta o peso de todo o conjunto (COSTA, 2002).
O mais comum defeito de um pivô é a folga. Essa folga pode ser identificada no
alinhamento do veículo. Um pivô com folga não deixa o veículo ficar alinhando por muito
tempo. Outro defeito comum é se o pivô estiver com a coifa rasgada (COSTA, 2002).
Os rolamentos, por sua vez, são compostos de um conjunto de rolos ou esferas que
reduzem a resistência ao atrito (absorvem forças radiais e ou axiais), proporcionando
menos esforço no deslizamento. Eles são usados para fixar eixos e, ao mesmo tempo,
36
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE SUSPENSÃO | Unidade I
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/Ball-bearing-numbered.png/220px-Ball-bearing-numbered.png.
37
INTRODUÇÃO
AOS SISTEMAS UNIDADE II
DE DIREÇÃO
CAPÍTULO 1
Componentes e funcionamento
Volante
Coluna de direção
Barra de direção
Manga de eixo
Caixa de direção
Roda
Fonte: https://image3.slideserve.com/6501746/slide2-l.jpg.
38
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
A direção do eixo giratório é usada apenas em veículos muito simples, tais como
carruagens e carroças. Isso ocorre porque o veículo precisa de uma distância ao
solo suficiente para permitir que as rodas girem sob o piso do veículo ou o eixo
deve ser largo o suficiente para que as rodas possam girar para fora da carroceria
do veículo. Para a suspensão do eixo, geralmente é necessária uma plataforma
giratória, o que aumenta ainda mais o centro de gravidade do veículo.
O volante
O volante é parte integrante do sistema de direção de um veículo. E sua função é
converter o seu movimento rotacional em um movimento deslizante das hastes. O
volante está no final da coluna de direção e é a ligação do condutor com a pista.
O movimento rotacional gerado pelo motorista permite, além da rotação da coluna
de direção, um movimento linear da caixa de direção, e, portanto, ao mesmo tempo,
um movimento linear das rodas motrizes do veículo (AZEVEDO, 2016).
Todos os itens de mecânica do veículo interferem no modo como o sentimos,
principalmente o acerto de chassi e dos sistemas de direção. No caso do volante, o
material, o diâmetro, a posição e mesmo a forma são itens preponderantes na maneira
que sentimos o veículo.
Os volantes são sempre operados à mão, a não ser em carros com adaptações para
pessoas com alguma deficiência física. Por razões ergonômicas, o volante é disposto
em ângulo com o eixo longitudinal do veículo na parte superior do corpo, de maneira
que seja fácil de manusear (COSTA, 2002).
39
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Os primeiros volantes geralmente tinham uma coroa feita de madeira maciça e era
mantida unida por raios de metal. Volantes de madeira continuaram a existir por muito
tempo, mas também com um núcleo de metal no qual pedaços sólidos de madeira
eram rebitados.
Com o tempo, a madeira foi sendo substituída por materiais plásticos com grãos de
madeira. Por causa da melhor aderência, os volantes cobertos com couro ou imitação
de couro se tornaram populares e logo passaram a ser o padrão.
Fonte: https://i.vrum.com.br/X-07RDZX_Agp35822RluyMQ6hQo=/675x/smart/imgsapp.estadodeminas.vrum.com.br/app/
noticia_128576568202/2007/08/24/25137/11879777820925049782.JPEG.
No caso dos volantes de três raios, os dois que se situam na horizontal têm a função
de servir, por pequenos instantes, para descansar os dedos em longas jornadas. Além
disso, são utilizados como apoio para a pegada “quinze para as três”.
Os volantes de dois raios são encontrados em modelos mais antigos, e com o advento
do airbag, no início dos anos 90, os volantes de dois raios praticamente desapareceram.
Os de quatro ainda são encontrados.
Fonte: https://i2.wp.com/primeiramarcha.com.br/wp-content/uploads/2016/06/mercedes-benz_e_55_amg_t-modell.
jpeg?resize=740%2C576&ssl=1.
Em 1894, Alfred Vacheron participou da famosa corrida de Paris. Ele nomeou seu
veículo com o nome de “Vacheron”, mas, na verdade, tratava-se de um Panhard
4 hp de 1893 que ele havia equipado com um volante. Essa é uma das primeiras
41
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
O fabricante francês Panhard & Levassor introduziu o volante para seus modelos
em 1898. Então, o volante se tornou cada vez mais popular. Uma buzina de bola
foi colocada no aro do volante desde o início. Antes da introdução do ajuste
automático da ignição, era comum integrar as alavancas correspondentes no
volante (MOK, 2017).
Esse sistema puxava o volante em direção ao painel, no caso de uma colisão frontal,
por meio de um cabo de aço colocado ao redor do bloco do motor. O sistema foi
descontinuado em 1994, com a introdução das novas séries A4 e A8 e do Audi A6 100
(VOLLMER, 1989).
A direção ocorre com as mãos estendidas para que uma das mãos segure o volante
o tempo todo. Suas mãos também devem estar nessa posição ao fazer curvas.
Isso garante o controle ideal do veículo, mesmo no caso de manobras evasivas
inesperadas. Dirigir com uma mão ou com o dedo entre os raios aumenta a propensão
a acidentes.
42
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
Coluna de direção
A coluna de direção é responsável por levar o movimento do volante até a caixa de
direção. Em alguns modelos de veículo, esta peça permite um ajuste do volante em
relação ao motorista, trazendo mais conforto para o ato de dirigir (COSTA, 2002;
AZEVEDO, 2016).
Até pouco tempo, esses equipamentos eram disponíveis apenas para veículos
de luxo, mas já é possível ver modelos de carros médios com essa tecnologia
(ROMERA, 2017).
Para saber mais sobre esse assunto, acesse o material complementar disponibilizado
no link abaixo:
https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21400.
43
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Volante
Suporte deslocável
Carroceria
Tubo da coluna
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/5/COLUNA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O.jpg.
Caixa de direção
A primeira caixa de direção vem de Carl Benz. Tratava-se de uma manivela que
transmitia os movimentos de direção para o garfo dianteiro por meio de uma coluna
de direção (eixo), um pinhão e duas cremalheiras (VON FERSEN, 1987)
A caixa de direção é um elemento crucial da direção, pois tem a tarefa de converter
o movimento rotativo produzido pelo volante em um movimento linear. A caixa de
direção é de fácil manutenção e possui baixos custos de produção.
Um importante componente presente na caixa de direção é a engrenagem de direção.
Sua função é converter os movimentos rotacionais do volante por meio de uma
translação mecânica através da coluna de direção, da junta universal e do pinhão em
um movimento de empurrão axial da cremalheira e, portanto, dos tirantes, movendo
assim as rodas do veículo (HAKEN, 2015).
As rodas são giradas por meio de tirantes axiais. Os tirantes axiais são empurrados para
fora da caixa. A cremalheira é acionada pelo pinhão de direção. O pinhão de direção
é girado pela coluna de direção e pela junta universal. A coluna de direção é movida
pelo volante.
Esta funcionalidade básica é comum a todas as engrenagens de direção, seja direção de
cremalheira e pinhão, direção de esfera recirculante, engrenagem de direção mecânica ou
44
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
Sensor de Torque
Pinhão
Unidade de Controle
Cremalheira
Motor
Porca
Fonte: https://th.bing.com/th/id/R.ffb8c89d84eb3b8d4efa44c7ca4f5d71?rik=%2fSiekTDOCtYmkQ&riu=http%3a%2f%2fwww.oficinabrasil.
com.br%2fuploads%2fimagens%2fTecnicas%2fConhecendo-em-detalhes-o-sistema-05.jpg&ehk=oVnewfPRP0GEPrh0ZUD7jzym7687EaadG
66KbzmGfqk%3d&risl=&pid=ImgRaw&r=0&sres=1&sresct=1.
Barra de direção
Barra de direção, ou braço de direção, ou ainda terminal axial, é o nome dado ao
componente que liga a caixa de direção aos terminais da roda, possibilitando o movimento
de um lado para o outro. Apresenta forma articulável permitindo o deslocamento em
diversos ângulos, para que seja possível acompanhar a suspensão (COSTA, 2002).
45
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Uma barra de direção consiste em duas juntas, sendo uma em cada extremidade, e
um tubo de metal, há também uma espécie de coifa de proteção para evitar possíveis
contaminações aos elementos internos (COSTA, 2002).
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/Steer_system.jpg/220px-Steer_system.jpg.
Por ser uma barra com articulações, além de permitir que a roda vire para ambos
os lados, ela também garante o seu movimento de subida e descida, causado pelas
imperfeições da pista de rolamento. Sem isso, andar de carro não seria uma experiência
agradável, pois o amortecimento de impactos não funcionaria.
Terminal de direção
O terminal de direção, conhecido também por ponteiras, se assemelha ao pivô da
suspensão e é ligado ao montante da roda. As barras de direção são rosqueadas neste
componente. Esse componente é composto por pequenas peças que ligam o sistema
46
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
de direção dos carros às rodas. Ele tem a função de interligar a articulação axial com
a roda do veículo, possibilitando os movimentos angulares do carro (COSTA, 2002).
É basicamente isso o que acontece quando você vira o volante do seu carro.
47
CAPÍTULO 2
Sistemas de direção mecânica,
hidráulica e elétrica
Direção mecânica
Há diversos tipos de mecanismos de direção mecânica. O mais comum é o tipo pinhão e
cremalheira. O mecanismo pinhão e cremalheira é também frequentemente instalado em
veículos com sistema de direção assistida. Esse conjunto realiza duas operações: converte
o movimento de rotação do volante de direção no movimento linear necessário para
girar as rodas e proporciona uma redução por engrenagens, o que facilita virar as rodas.
48
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
Terminal de
articulação Coifa
Cremalheira
Barra de direção
Engrenagem da
cremalheira
Pinhão helicoidal
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/9/SISTEMA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O+MEC%C3%82NICA.jpg.
Direção hidráulica
A direção hidráulica é um sistema hidráulico que consiste na bomba acionada pelo
motor (por isso a direção hidráulica não funciona com o veículo desligado) no
reservatório de óleo, na válvula servo, no cilindro hidráulico e nas linhas de pressão
associadas.
49
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/hidraulica.jpg?quality=70&strip=info.
Com a tendência de motores dianteiros, veículos mais pesados, pneus mais largos e,
portanto, maior força de direção, quase todos os carros, atualmente, têm sistemas que
auxiliam a direção. Contudo, a direção hidráulica já “ficou para trás”. Hoje em dia, os
novos veículos possuem direção elétrica.
A direção hidráulica, do inglês HPS (“Hydraulic Power System”), funciona com o auxílio
de uma bomba hidráulica que faz com que o óleo circule dentro da caixa de direção, a
qual lubrifica o sistema e exerce uma pressão capaz de aliviar o esforço que o condutor
deve realizar durante a manobra.
51
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Mangueira de Alimentação
Bomba hidráulica
Reservatório
Mangueira de Pressão
Mangueira de retorno
Caixa de direção
Fonte: https://i0.wp.com/blog.carlider.com.br/wp-content/uploads/2017/02/caixa-de-direcao-funcionando-e1487078321962.
jpg?resize=553%2C323.
A pressão resultante é regulada pela válvula de alívio de pressão até uma pressão
máxima, a pressão do sistema. Isso cria o apito, que você ouve de vez em quando
ao estacionar, porque o fluxo de óleo é completamente direcionado para as áreas de
trabalho da direção. Neste caso, a potência máxima da bomba é alcançada.
52
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
A direção hidráulica também exige uma manutenção constante das mangueiras, uma
checagem do reservatório e substituição do óleo a cada 50 mil quilômetros em média.
Mesmo com tudo isso, a direção hidráulica é a mais popular entre os motoristas, sendo
a mais conhecida e mais utilizada em solo brasileiro.
A servo válvula é uma mola de torção com rigidez definida. Quando o motorista
gira o volante, a mola de torção é desviada e abre as aberturas das válvulas na
extremidade superior, as quais liberam o fluxo de fluido hidráulico, o que aumenta
ainda mais o movimento no sistema. Isso reduz a resistência no pilar da mola de
torção, de modo que a seção transversal da válvula na extremidade superior da
mola de torção é reduzida novamente.
https://www.youtube.com/watch?v=bGlivS42fBo.
Direção eletro-hidráulica
A estrutura do sistema de assistência da direção eletro-hidráulica é semelhante à da
direção hidráulica convencional. Nesse sistema, a pressão e o fluxo de óleo necessários
para a assistência de energia hidráulica são gerados por uma bomba elétrica que funciona
independentemente do motor térmico.
Atualmente, esse sistema está equipado com um dispositivo de controle que regula o
funcionamento da bomba elétrica por meio de vários sensores.
53
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
ao óleo bombeado que circula pela caixa de direção. Entretanto, a diferença desse tipo
de direção para a direção hidráulica convencional é que a bomba funciona por um
sistema elétrico e não pelo motor do veículo, o que acaba evitando a perda de potência.
Volante
Tubos hidráulicos
Bateria
Caixa de direção
Fonte: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/simea2016/PAP78.pdf.
A bomba elétrica, portanto, não precisa de um acionamento mecânico por correia para
que possa ser posicionada livremente, independentemente do motor. O requisito de
energia da bomba deve ser levado em consideração ao projetar o sistema elétrico do
veículo. A direção eletro-hidráulica tem as seguintes vantagens:
54
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
Direção elétrica
As vantagens da direção com acionamento elétrico, do inglês EPS (“Electric Power
Steering”), em comparação com a direção hidráulica, são óbvias porque, por um lado,
os componentes necessários para gerar a pressão hidráulica são eliminados.
Embora a mudança da direção hidráulica convencional para a elétrica seja mais sutil
para o motorista médio do que a mudança de uma direção normal para a hidráulica,
a troca é um grande passo na evolução automotiva. Essa tecnologia é encontrada
nos mais diversos veículos modernos, e algumas marcas dão um passo adiante com a
introdução de um sistema de condução por cabos e fios (direção bywire).
55
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/direcao-psd.jpg?quality=70&strip=info.
Estudos indicam que a direção elétrica leva a uma economia de combustível de até 0,25
litros para cada 100 km rodados em comparação com os sistemas de direção hidráulicos
convencionais. Isso porque como o acionamento da direção não está acoplado ao motor
não é necessário acionar a correia da bomba hidráulica.
Além de ser mais leve e econômico, esse sistema permite a adoção de itens sofisticados,
como sistema de estacionamento automático, de manutenção de faixa e condução
semiautônoma. Isso é possível porque o motor elétrico pode ser ativado e controlado
eletronicamente, ou seja, é possível mover o volante sem a ação do motorista, o que
é muito útil no caso dos veículos autônomos (Fonte: https://levelocacoes.wordpress.
com/2018/01/).
Todas as direções elétricas possuem um sistema de backup caso o motor, que é integrado
à direção elétrica, pare de funcionar. Isso permite que o motorista possa conduzir
normalmente o veículo mesmo com o volante um pouco mais “duro” do que o de
costume.
Apesar de ter um custo mais elevado, a direção elétrica tem uma manutenção mais barata
do que a direção hidráulica, uma vez que é um sistema mais simples. Porém, defeitos
ou danos no funcionamento de sistemas elétricos, apesar de mais raros, são mais difíceis
de entender. No caso de sistemas digitais controlados por programas há preocupações
de segurança com relação a erros no código.
Há também uma maior facilidade dos sistemas de direção elétrica quanto à calibração.
Geralmente, tudo o que se precisa é um pequeno ajuste na programação. Com o sistema
de cabos e fios (bywire), isso se torna mais fácil ainda.
57
Unidade II | Introdução aos sistemas de direção
Componentes eletrônicos estão se tornando cada vez mais baratos para trocar, fazendo
com que esse sistema seja ainda mais interessante. A direção assistida eletricamente está
cada vez mais presente nos novos veículos de série e já se trata do sistema de direção
mais utilizado nos carros que saem de fábrica (zeros). A transição está sendo rápida
para sistemas e os custos efetivos estão cada vez menores.
Direção hidrostática
Em um sistema de direção hidrostática, a direção é determinada basicamente pelo
conjunto válvula de controle de fluxo e pistões, não havendo dispositivos mecânicos
do tipo pinhão e cremalheira.
Uma direção hidrostática consiste, essencialmente, em uma unidade de direção que fica
na coluna de direção e direciona uma certa quantidade de fluido hidráulico para o (s)
cilindro(s) de direção de acordo com o ângulo de direção, linhas hidráulicas e um ou mais
cilindros hidráulicos nas rodas a serem dirigidas. Uma bomba hidráulica é necessária, e
também uma válvula de prioridade, para alimentar outros sistemas hidráulicos.
58
Introdução aos sistemas de direção | Unidade II
Para evitar o problema de grandes forças de direção, existem unidades de direção com
vários conjuntos de engrenagens como bombas de medição, dos quais um, ou mais,
é/são desligado(s) em caso de emergência, a fim de alterar a relação de transmissão
entre o volante e as rodas, reduzindo o volume de entrega (Fonte: https://dept.abcdef.
wiki/wiki/Hydrostatische_Lenkung).
59
A IMPORTÂNCIA
DO CHASSI
E FUNDAMENTOS UNIDADE III
DE PROJETOS DE
SUSPENSÃO E DIREÇÃO
As boas características de condução e, acima de tudo, seguras, exigem que os componentes
do chassi sejam coordenados com precisão. Os eixos, o sistema de direção, o sistema de
transmissão, os freios e as suspensões das rodas desempenham um papel crucial nisso.
O fato é que o chassi surgiu bem antes do automóvel. O chassi foi se aperfeiçoando
com o desenvolvimento e o aumento do conhecimento acerca da tecnologia. Hoje, seu
desenvolvimento ocorre por meio do design assistido por computador e métodos de cálculo
avançado bem como seleção de conceitos técnicos e soluções construtivas avançadas.
CAPÍTULO 1
Tipos de chassis
60
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
O chassi tem duas tarefas principais no veículo. Ser responsável pelo conforto do
passageiro e também a função de contribuir significativamente para a dinâmica e a
segurança da direção, garantindo que as forças que surjam nas zonas de contato entre
a estrada e o pneu sejam sempre transmitidas de maneira ideal.
As demandas no chassi são tão complexas quanto sua estrutura. Um chassi deve
transmitir forças de tração, frenagem e direção, amortecer forças verticais e apoiar
forças laterais. Além disso, o chassi tem a tarefa de diminuir as vibrações, a fim de
garantir um alto nível de conforto ao dirigir e, ao mesmo tempo, criar uma experiência
direta de direção mantendo o veículo onde ele deve estar, na estrada.
O Camber tem relação direta com a curvatura, ou inclinação, de uma roda, ou seja,
o desvio da posição vertical. O desvio é chamado de ângulo de curvatura. Se a
roda estiver inclinada para fora (como se quisesse cair para fora), a curvatura é
positiva, uma roda inclinada para dentro tem uma curvatura negativa.
Os variados tipos de Chassis têm suas aplicações voltadas para diferentes segmentos nos
mercados automobilísticos, de off Road, e de motocicletas. Em se tratando deste último,
costuma se chamar a estrutura onde são fixados os diferentes sistemas presentes em uma
motocicleta, não de chassis de uma moto, mas quadro. Neste caso, tem a mesma função,
porém sua nomenclatura é diferente. Na linha de off Road, os tratores, por exemplo,
podem ser de monobloco, ter um semichassi, ou chassi articulado. Finalmente, no
mercado dos automóveis, os quatro tipos de chassis são, em geral, o também denominado
monobloco, os que utilizam longarinas, os subchassis e o chassi tubular.
Chassis Monobloco, é caracterizado pela união de chapas metálicas estampadas que são
fixas por pontos de solda e caracterizam a estrutura metálica que receberá a pintura,
seguindo, assim, para o processo final da linha de montagem.
61
Unidade III | A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção
Fonte: https://th.bing.com/th/id/R.69a0d11a705b7d591766a8043e91bbe7?rik=XCIdMHqnglpnFA&riu=http%3a%2f%2fwww.kingofcarcare.
com%2fwp-content%2fuploads%2f2014%2f06%2fcar-body.jpg&ehk=TZ0atZe4GIUjn7YalU4hX3ilzKdrfilaxP%2fZwas1n5M%3d&risl=&pid=I
mgRaw&r=0.
Chassis tubular, é o tipo de chassis que vemos nas estruturas de veículos não seriados.
Essa estrutura tem sua aplicação presente em gaiolas construídas para competições Off
Road, buggy e projetos específicos de veículos artesanais.
Fonte: https://i.pinimg.com/736x/62/d0/7d/62d07d8b00826f547715c2f6840f6c0f.jpg.
Subchassi, são elementos estruturais ligados por meio de parafusos, e torques controlados
que são montados nos chassis monoblocos. Podemos ter o subchassi Frontal e Traseiro,
e, em ambos, os elementos, principalmente de suspensão, estão presentes.
Fonte: https://www.audi-technology-portal.de/files/images/853/rear_suspension4__large.jpg.
62
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
Chassi de longarina, recebe em sua estrutura as barras paralelas de aço onde seu perfil
em “U” garante aplicação mais robusta em caminhões, pick ups, ônibus e vans. Também
recebe diferentes elementos de fixação, como exemplo: de chassis soldados, rebitados
e parafusados.
Figura 29. Chassis de longarina.
Fonte: https://www.peteandjakes.com/wp-content/uploads/2017/03/48-55-Chevy-PU-2.jpg.
63
CAPÍTULO 2
Fundamentos de projeto de suspensão
e direção
Suspensão
Como vimos na unidade I, um veículo durante sua trajetória está sujeito a muitos
esforços. A suspensão deve impedir que esses esforços desviem o automóvel da trajetória
desejada pelo condutor. Em adição, a suspensão deve impedir que as rodas oscilem e
se desloquem para os lados, para trás e para frente ou modifiquem consideravelmente
o seu ângulo de inclinação (COSTA, 2002).
Uma roda grande amortecerá a maior parte das irregularidades da pista de rolamento,
porém o seu tamanho não pode ser tão grande de forma a anular os efeitos de todas essas
64
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
Direção
A direção das duas rodas (direção das rodas dianteiras) é a forma mais comum de direção
na maioria dos veículos rodoviários, na qual as duas rodas são dirigidas no mesmo eixo.
A direção da roda traseira geralmente é usada apenas para veículos em marcha lenta,
como empilhadeiras e colheitadeiras, onde a direção das rodas traseiras simplifica a
construção do eixo dianteiro com muita carga e aumenta a capacidade de manobra.
O eixo dianteiro direcional não deve estar muito à frente em veículos com grandes
cargas úteis, e quanto mais próximos os dois eixos traseiros estiverem menos a direção
será prejudicada. Isso porque, devido a uma grande carga útil na traseira do veículo,
muito pouco do peso total do veículo atua no eixo dianteiro e as rodas dianteiras
perderiam a aderência ao dirigir.
65
Unidade III | A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção
Os eixos das rodas ou as pontas de eixo não são exatamente horizontais, mas apontam
levemente para baixo ou para cima na extremidade externa. Assim, as rodas são
empurradas e a folga nos rolamentos é compensada. Por outro lado, a curvatura
negativa compensa a tendência do rolo nas curvas e melhora a aderência dos pneus
na curva. Os eixos giratórios são levemente inclinados para dentro, de modo que sua
extensão se aproxime da área de contato da roda. A força de direção e a reação das
rodas são reduzidas.
A roda; na verdade a combinação entre roda e pneu, faz parte tanto do sistema de
direção quanto de suspensão. A roda representa todo o corpo, consistindo de um aro
e um disco da roda. O aro é usado para segurar o pneu. O disco da roda é usado para
fixar centralmente a roda no cubo desta.
As rodas não são exatamente paralelas ao dirigir em frente, mas formam um ângulo
agudo na direção, isso melhora o funcionamento direto e evita que a direção flutue
devido à folga do rolamento. Ao girar a direção, as rodas se afastam e formam um
ângulo que se abre para frente, de modo que a roda interna possa seguir um raio de
curva menor que a roda externa.
As “rodas” são o ponto de contato entre o material rodante e a estrada. Elas têm uma
influência significativa na dinâmica de direção. A roda é parte das massas não suspensas
dos veículos e, portanto, deve ser o mais leve possível.
As cargas variáveis exigem muita força das rodas e desgastam os pneus, com isso os
pneus devem criar uma conexão livre de derrapagem à estrada sempre que possível,
independentemente do clima e das diferentes superfícies da estrada.
O que é FlexRay?
Os projetos de veículos, atualmente, estão cada vez mais focados na conectividade;
e essa tendência será cada vez mais consolidada. Não se trata apenas de carros,
mas de veículos versáteis que podem ser conectados em rede com qualquer mídia
inteligente e oferecem ao motorista (ou usuário) uma experiência de direção
perfeita.
66
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
https://www.youtube.com/watch?v=cbwvXO3Y9kI.
67
CAPÍTULO 3
Estabilidade direcional
Introdução
A dinâmica de condução ou direção é um campo especializado da dinâmica que, a
partir das leis da física e de muita experimentação, procura encontrar as dependências
no movimento dos veículos terrestres. A dinâmica de condução inclui determinações
de distância, tempo, velocidade, aceleração, consumo de energia, forças motrizes,
desempenho, resistência ao movimento.
Por exemplo, uma maior distância entre eixos oferece mais espaço na traseira e boa
estabilidade direcional. Já uma forte inclinação lateral nas curvas traz surpresas como
travamento lateral, falta de estabilidade direcional ou levantamento de pelo menos
uma roda.
O fluxo ao redor do veículo não só leva à resistência, mas também a forças aéreas
e momentos adicionais, e estes têm influência na estabilidade de direção. Em altas
velocidades de direção, seus efeitos sobre o conforto de direção podem ser sentidos e,
em casos extremos, os aspectos de segurança também são afetados.
A corrente de ar, ou fluxo de ar, ao redor do veículo gera uma força de sustentação
e um momento de inclinação. Isso resulta em cargas variáveis nas rodas e, como
consequência, mudanças nas condições de aderência dos pneus. A interação dessas
forças e momentos no veículo influenciam tanto na estabilidade ao dirigir em linha
reta quanto seu comportamento ao mudar de direção.
68
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
Centro do pneu
Fonte: http://ctborracha.com/wp-content/uploads/2014/10/Fig11-Forcas-num-pneu.png.
Fyr
Fyf
Velocidade
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Subramanian-Pm/publication/281838239/figure/fig3/AS:636722350137352@1528817846697/
Lateral-Forces-Leading-to-Rollover-Plan-View-with-Steered-Wheels-to-the-Front-NOTE-XY.png.
69
Unidade III | A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção
Analisando a figura acima, vimos que as forças laterais foram decompostas em Fyf e Fyr.
Fy
= Fyf + Fy r
Lf
Fy r = Fy*
L
Quando alfa (p)=alfa(r), ver figura acima, tem-se o comportamento de direção neutra.
No comportamento da direção em relação à atuação das forças laterais são definidos os
conceitos de “oversteer e understeer”. Trata-se de termos da dinâmica do veículo usados
para descrever a sensibilidade de um veículo à direção.
Fazer uma tradução literal para esse conceito não é tão simples assim, o termo é
geralmente utilizado na área de projetos automotivos no idioma original. Uma possível
tradução para esses termos seria, respectivamente, sub-esterçamento e sobresterçamento,
ou ainda sub viragem e sobre viragem.
Podemos definir “oversteer” como a condição na qual os pneus traseiros estão deslizando
mais que os dianteiros. A traseira do carro está “saindo”; se não for feita uma correção
no sentido oposto, o carro girará. Isso ocorre quando o carro vira mais do que o valor
comandado pelo motorista. Analisando a figura 31, o oversteer ocorre se alpha(p) <apha
(r) (BERGMAN, 1966).
Já o “understeer” é a condição na qual os pneus dianteiros estão deslizando mais que
os traseiros. Isso ocorre quando a direção de um carro gira menos do que o valor
comandado pelo motorista. Analisando a figura 31, o understeer acontece se alpha(p)
>apha (r) (BERGMAN, 1966).
Figura 32. Understeer e Oversteer.
Fonte: https://i.ytimg.com/vi/EwmDdMzzDjY/hqdefault.jpg.
70
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
https://www.youtube.com/watch?v=EwmDdMzzDjY.
Lr
Fzr = G*
L
Através das equações que representam as forças laterais podemos concluir que:
Fy f Fz f L f
= =
Fyr Fzr Lr
Assim, a relação das forças laterais e de carga dos eixos é, portanto, a mesma:
Fy f Fyr
=
Fz f Fzr
Dessa forma, a distribuição das forças laterais e de carga que atuam no centro de
gravidade nas rodas dianteiras e traseiras depende da posição do centro de gravidade
na direção longitudinal. Essa distribuição tem um efeito decisivo na direção do veículo,
sendo uma distribuição de peso equilibrada muito importante.
Há vários anos, muitos engenheiros martelam sobre como os carros podem ser
construídos para serem o mais econômico possível. Há sempre três pontos principais
a serem otimizados:
» Peso, pois quanto mais leve o veículo, mais econômico e livre de emissões
ele é.
» A resistência ao rolamento.
» E a resistência do ar.
72
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
Em termos literais, todo veículo 4×4 pode ser chamado de 4WD (4-wheel drive) e
AWD (all-wheel drive). Porém, na prática isso é um pouco diferente.
A maior diferença é que a tração nas quatro rodas (4WD) pode ser ligada
manualmente com configurações para uso em autoestrada, off-road ou na neve.
Já a tração do tipo AWD é permanente, estando o sistema sempre “ligado”, o que
significa que a eletrônica controla a movimentação das rodas dianteiras e traseiras
conforme necessário.
Outra diferença entre essas duas tecnologias é que um veículo com três eixos
(seis rodas) e tração em apenas dois eixos (quatro rodas) pode ser classificado
como 4WD, mas não como AWD, pois nem todas as rodas são motrizes. Já uma
motocicleta com tração nas duas rodas é um veículo AWD, mas não 4WD, pois
não possui quatro rodas.
73
Unidade III | A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção
Uma vez que toda a potência do motor de um veículo com tração nas quatro rodas
é transmitida por quatro, em vez de duas rodas, as forças nas rodas individuais
são apenas metade do tamanho e podem ser melhor convertidas em propulsão.
Ao travar, no entanto, não tem vantagens com a tração integral, porque o pneu
não tem de transmitir a potência do motor (Fonte: https://quatrorodas.abril.com.
br/auto-servico/qual-a-diferenca-entre-tracao-4wd-e-tracao-awd/).
Ao frear, a força de frenagem atua na parte traseira e como uma reação à força de inércia
na parte dianteira. A força de frenagem aumenta a força de carga na frente e uma redução
da força de carga na parte traseira. Razão pela qual freios maiores também são instalados
na frente. O eixo dianteiro é, portanto, sempre projetado como “travado excessivamente”.
Se a roda deve transferir a força lateral para a estrada, então cada mudança em sua carga é
uma mudança imediata no ângulo de desvio do curso. Este ângulo aumenta quando a carga
é removida da roda. A carga dinâmica nas rodas está, portanto, mudando constantemente.
74
A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção | Unidade III
Tais ângulos, medidos em graus, têm como função compensar a tendência que as rodas
dos veículos têm em se fecharem ou se abrirem quando o carro está em movimento.
Esses ângulos variam de acordo com o fabricante.
Quando as rodas estão paralelas, temos um TOE de 0 graus. Os ajustes do TOE são
afetados por três características:
CONVERGÊNCIA DIVERGÊNCIA
Fonte: http://i274.photobucket.com/albums/jj264/Carrao/toe.jpg.
75
Unidade III | A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção
Com a finalidade de reduzir o desgaste precoce dos pneus, as rodas devem apontar
para frente quando o veículo estiver se locomovendo em linha reta. Convergência ou
divergência excessiva faz com que os pneus “escorreguem” sempre que são esterçados.
Muita convergência leva a um desgaste acelerado nas bordas externas dos pneus,
enquanto muita divergência leva a um desgaste nas bordas internas dos pneus.
Geralmente, veículos com tração traseira trabalham convergentes, enquanto veículos
de tração dianteira normalmente trabalham divergentes.
O caster é um ângulo da posição da coluna de suspensão para frente ou para trás do
automóvel. Ele tem um importante papel ajudando na estabilidade do veículo, na
aderência dos pneus e na velocidade. Geralmente, o caster é fixo, sendo que cada
automóvel tem seu ângulo especificado no manual. Peças devem ser conferidas em caso
de algum impacto que pode tirar o ângulo de seu valor nominal (MAXWELL, 2020).
Observando o veículo lateralmente, o caster é formado entre os pontos de apoio da
manga de eixo. Se a parte superior da fixação da manga estiver à frente da inferior, o
ângulo é positivo. Quanto mais positivo esse ângulo, maior é a estabilidade em linha
reta, porém maior a força necessária para esterçar o volante. Em veículos de passeio,
o caster não costuma ultrapassar os 5° no caso de direção mecânica, e 10° em veículos
de direção hidráulica ou elétrica (MAXWELL, 2020).
Fonte:http://www.noticiasdaoficinavw.com.br/v2/wp-content/uploads/2012/07/caster.jpg.
da roda estiver inclinado para fora; se a roda está inclinada para dentro, a curvatura
é negativa (Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/auto-servico/quando-verificar-
balanceamento-alinhamento-e-cambagem-do-seu-carro/).
O camber contribui para a estabilidade e aderência dos pneus com o piso. Geralmente,
este ângulo é fixo e, quando está fora de medida, alguma peça, como braço oscilante,
barra de direção ou o próprio amortecedor, deve ser substituída. Quando a cambagem
é ajustada corretamente, ela permite que toda a superfície do pneu tenha aderência
à pista, maximizando o uso da área de contato do pneu ao se fazer curvas em altas
velocidades (MAXWELL, 2020).
Para melhorar a performance do pneu na curva, os engenheiros que projetam a suspensão
assumem que o pneu sempre está operando com uma ligeira cambagem negativa.
A área de contato entre o pneu e a superfície da estrada deve ser verificada regularmente
para evitar os riscos como, por exemplo, a aquaplanagem (MAXWELL, 2020).
Quanto maior o ângulo de cambagem, menor será a área de contato entre o pneu e a
superfície da estrada. Quanto maior a deflexão da roda de sua posição original, maior
é a dificuldade de se manter um ângulo ideal de cambagem (MAXWELL, 2020).
É importante entender a distinção entre o camber relativo à pista e o camber relativo
ao carro. Para manter o camber ideal relativo à pista, a suspensão deve ser projetada
de modo que o camber da roda se torne cada vez mais negativo quando a suspensão
subir (MAXWELL, 2020).
Figura 35 Ângulo de cambagem.
Fonte: https://th.bing.com/th/id/OIP.wHtgooaLwitcRDLysINhiwHaED?pid=ImgDet&rs=1.
77
Unidade III | A importância do chassi e fundamentos de projetos de suspensão e direção
tende a seguir para um dos lados de direção, e isto ocorre devido a um grande impacto
no sistema de suspensão e direção (Fonte: http://www.autoherrero.com/index.php/
servicos1/13-servicos/32-geometria-de-direcao-e-suspensao).
78
ASPECTOS
RELACIONADOS
À DIRIGIBILIDADE UNIDADE IV
DO VEÍCULO
CAPÍTULO 1
Manutenção de sistemas de suspensão
e direção
Suspensão
A suspensão tem grande influência na dinâmica do automóvel, bem como na segurança
do condutor e, após um tempo, com a falta de manutenção preventiva, como alinhamento
e balanceamento, começamos a perceber algumas características:
» A direção começa a “puxar” o veículo para um dos lados, impedindo que se
mantenha em linha reta, caso o motorista não segure firmemente o volante.
» Instabilidade em altas velocidades, a direção começa a tremer, causando
desconforto para o motorista e possíveis danos para as peças da suspensão
em geral.
» Um desgaste desigual de pneus onde uma das bandas de rodagem do pneu
fica mais gasta que a outra.
79
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
Média complexidade: a solução da análise foi feita por meio das avaliações visual e
dinâmica, onde o defeito foi reproduzido e detectado com mais tempo de análise.
Alta complexidade: a solução da análise da falha ocorreu por meio das avaliações
estáticas e dinâmicas, com o uso de equipamentos de teste que auxiliam na análise do
problema. As trocas de componentes podem ocorrer com substituições de mais de
um tipo de peça.
Ruídos
Os ruídos são falhas ou reclamações que podem não afetar diretamente o comprometimento
estrutural do veículo, ou a segurança durante a dirigibilidade; porém, sua frequência
sendo contínua ou cíclica, indica que algo não está de acordo com o previsto no projeto
ou processo de montagem que foi submetido.
Existem muitos fatores que geram ruídos em se tratando de suspensões, mas podemos
facilmente citar quatro exemplos de falhas onde os ruídos são perceptíveis:
Existem diferentes tipos de ruídos, alguns mais comuns são: ruídos contínuos, ruídos
intermitentes, ruídos de batidas tipo martelo, ruídos de assovio, ruído de estalos e
81
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
» Vibração no volante.
Nesse tipo de falha, devemos primeiramente avaliar a condição dos quatro pneus.
Sendo que, a pressão abaixo do especificado, gerando maior atrito com a superfície de
rodagem, pode ser uma das causas da percepção de dirigibilidade anormal. A condição
de alinhamento das rodas também deve ser verificada.
82
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
A seguir, temos três condições diferentes, onde a pressão de ar dos pneus calibrados
varia:
» A pressão excessiva de ar nos pneus gera desgastes prematuros e consequente
surgimento de regiões irregulares na banda central nestes, podendo, inclusive,
se não detectadas, chegar a afetar as malhas de aço presentes nos pneus.
Fonte: https://cdn.shopify.com/s/files/1/2617/8854/files/balanceamento_large.png?v=1587051839.
83
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
Veremos, a seguir, alguns ajustes realizados durante o alinhamento que fazem parte
da boa prática de manutenção da suspensão.
Fonte: https://cdn.autopapo.com.br/box/uploads/2017/10/24171040/iStock-628480328.jpg.
84
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Fonte:https://mecanica-sueira.webnode.com/_files/200000005-7368974628/SUSPENS%C3%83O.jpg.
Passo 2. Para evitar que a coifa da barra da direção rotacione e seja danificada, soltar
e remover a abraçadeira metálica que fixa a coifa (item 2 da figura acima).
Os exemplos acima são monitorados por telas que mostram os valores de alinhamento.
Passo 4. Após concluir o ajuste da convergência, retorne a abraçadeira metálica que fixa
a coifa na barra de direção. Da mesma forma, a porca que mantém travado o terminal
de direção deve receber torque, conforme especificação.
85
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
Fonte: https://autocarup.com.br/wp-content/webpc-passthru.php?src=https://autocarup.com.br/wp-content/uploads/2017/08/
Slide5-e1502896850115.jpg&nocache=1.
+ 0º 0º 0º -
Fonte: https://autocarup.com.br/wp-content/webpc-passthru.php?src=https://autocarup.com.br/wp-content/uploads/2017/08/
Slide4-e1502896897565.jpg&nocache=1.
4º ± 0.8º
-0.7º ±0.5º
86
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Fonte:https://chiptronic.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/09/6-Ferramentas-para-oficinas-mecanicas-750x375.jpg.
De igual forma, as ferramentas que são utilizadas para a realização das desmontagens,
avaliações, trocas e remontagens, têm cada uma um papel importante e fundamental
durante o processo de análise de uma suspensão. Assim, basicamente relacionaremos
alguns tipos de ferramentas e dispositivos de análise que são utilizados visando o
cumprimento de manutenções em conjuntos de suspensões automotivas. Seguem os
diferentes tipos:
87
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
» Martelo de borracha.
Direção
Já os sistemas de direção possuem componentes que sofrem forte desgaste devido aos
atritos aos quais estão sujeitos. Problemas como folga na direção (folga entre o pinhão
da válvula de controle e a cremalheira) é um dos problemas mais comuns. Se essa
folga for muito grande, notamos uma “folga” no volante durante a direção, ou seja, a
força que você cede na parte superior não atinge as rodas na parte inferior, enquanto
se a mesma for muito pequena, a direção acaba sendo dificultada.
Ao se realizar a manutenção do veículo deve-se dar uma atenção especial e verificar todo
o sistema de direção, para que o veículo, assim, alcance todo o seu potencial e consiga
mais estabilidade. Além disso, um sistema de direção em más condições pode levar a
prejuízos nos pneus, rolamentos, suspensão e outros, levando a uma deterioração do
veículo, perda acentuada de valor além de diminuição do conforto.
Outro cuidado importante é com a coluna de direção. Pois é normal, com o passar do
tempo, que ocorra certo desgaste nesta. No caso de sinais como ruídos frequentes,
trepidações ou qualquer outro tipo de desconforto, é imprescindível que o condutor
procure um serviço especializado para verificar o problema.
Nos veículos de direção mecânica, os principais indícios de que algo está errado são
os ruídos estranhos ao virar o volante, volante mais duro do que o normal ou com
88
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
folga nas engrenagens, gerada pelo esforço das peças, principalmente na ligação entre
pinhão e cremalheira. São sintomas de desgaste do sistema de direção:
No sistema de direção, por vezes, podem ocorrer falhas nas correias que transmitem
a rotação do motor para o sistema de bomba hidráulica. Neste caso, recomenda-se
que seja verificado se há alguma avaria na correia, se sua posição está mantida e sem
alterações. É comum ocorrerem torções nas mangueiras que podem dificultar o fluxo
do óleo hidráulico no sistema. Caso sejam detectados danos que gerem vazamentos
do fluido hidráulico, o reparo e a substituição devem ser imediatos. Quando temos
baixa pressão no sistema hidráulico, o esforço no volante aumenta e uma verificação
da bomba de direção hidráulica é recomendada.
O sistema hidráulico possui vedantes que também requerem uma avaliação visual
quanto a danos e possíveis vazamentos. Em caso de anomalias, a troca deve ocorrer.
Todo sistema hidráulico não deve ter a presença de ar. O deslocamento do fluido no
sistema é comprometido, pois temos diferentes comportamentos ligados ao conceito de
pressão agindo no sistema. Ao pressionar o fluido hidráulico, sua resistência é maior,
quando falamos da compressão pneumática. Assim, respostas esperadas no sistema
quanto a deslocamentos de componentes do sistema de direção podem não ocorrer
de maneira satisfatória. Dessa forma, é fundamental que seja feita toda a retirada de
ar do sistema, o que costuma se chamar de “sangrar” o ar do sistema.
89
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
Quando falamos sobre ruído, diferentes tipos podem ser percebidos, como ao girar
o volante, ou quando somente com o sistema funcionando, sem direcionarmos o
volante, temos um assobio que pode vir da caixa de direção. Assim como estamos
analisando um sistema onde o óleo pressurizado percorre mangueiras, bombas e
conexões, é esperado que haja, sim, ruídos no sistema hidráulico de direção. Porém,
ao notar que os níveis de ruídos se alteraram num curto período de tempo, uma das
alternativas é substituir a válvula, mas, ainda assim, é esperado que seja notado um
nível de ruído.
Se ao esterçar o volante para ambos os lados for notado um ruído como impacto, ou
batida, é possível verificar as condições de soltura dos componentes no chassi do veículo.
Devem ser verificados e reapertados os elementos dos terminais de direção, caixa de
direção, ou avaliar a presença de alguma outra peça interferindo no deslocamento dos
componentes.
90
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
Nos carros de direção hidráulica, os sinais são basicamente os mesmos: esforço excessivo
nas manobras, excesso de folga (volante muito “solto”), além de ruídos, chiados agudos
e vazamentos (Fonte: http://www.bentauto.pt/direc--o.htm).
As bombas de direção hidráulica são, geralmente, projetadas para serem muito estáveis
desde que sejam utilizadas com óleo hidráulico limpo e em quantidade suficiente. O ar
pode entrar no sistema devido a vazamentos na área de sucção ou falta de ventilação após
um reparo. Danos sérios e em um tempo muito curto podem ocorrer se a lubrificação
for interrompida.
Óleo hidráulico sujo também pode danificar ou destruir a bomba. Se uma bomba estiver
com defeito, pode ser identificada a contaminação por lascas de metal que entraram
no sistema hidráulico. Após a substituição desta, o sistema hidráulico deve ser lavado
cuidadosamente até que todos os contaminantes sejam eliminados.
Se isso não for feito, existe o risco de a nova bomba ser danificada imediatamente
por resíduos antigos. Após a lavagem, o sistema hidráulico deve ser preenchido com
óleo hidráulico limpo e fresco e ventilado de acordo com as instruções do fabricante.
No caso das bombas hidráulicas acionadas por motores elétricos, problemas como falta
de suporte ou suporte insuficiente podem ocorrer, principalmente a longo prazo, ruídos
altos podem indicar essa possível falha. Nesse caso, a primeira coisa a se verificar é a
condição da bateria, pois o sistema em operação possui um alto consumo de energia;
uma bateria com carga incompleta pode levar a irregularidades no sistema.
No caso de direção elétrica, anomalias são mais raras. As avarias mais comuns são
devidas à direção rígida, causada pela falta de assistência. Os motores elétricos podem
perder o suporte devido à alimentação incorreta do motor, erros de conexão ou valores
incorretos do sensor de ângulo do volante ou erro no sensor de torque.
Seguem mais algumas falhas que podemos corrigir em se tratando de direção elétrica.
Esforços excessivos podem ocorrer caso os conectores não tenham sido eficazmente
montados, lembrando que esses elementos têm um sistema onde ouve-se um som de
clipagem quando a operação é completa.
Ruídos podem ocorrer também na direção elétrica, e uma das causas são danos por
batida, os quais afetam os rolamentos internos do motor.
Sempre que uma luz de advertência acender no painel, uma verificação imediata do
veículo deve ser realizada. Nesse caso, em assistências técnicas realiza-se a análise da
falha com o uso da ferramenta de diagnóstico. A manutenção pode ocorrer com uma
inspeção das linhas de comando elétrico, verificação de conectores, terminais e chicotes
e, dependendo da falha, uma substituição de componentes será necessária.
92
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
No caso da coluna de direção, os distúrbios são semelhantes aos que ocorrem na caixa de
direção. O sistema de direção esporadicamente não recebe mais assistência elétrica durante
a condução e trabalha mais de um lado do que do outro, ou falha. Em geral, quando o
veículo é reiniciado o sistema funcionará novamente. Um dispositivo de diagnóstico,
com o qual os dados registrados pelos sensores são verificados, pode resolver o problema.
Outro item que merece especial atenção nos sistemas de direção é a engrenagem
da direção. Defeitos comuns neste componente são perda de óleo, jogo de direção
comprometido, ruídos e forças de direção desiguais.
Esse sinal não deve ser ignorado, pois é um forte indicador de que um dano grave
pode acontecer no sistema de suspensão ou no sistema de direção. Além do risco
de comprometer e desgastar vários outros componentes determinantes para uma
direção segura.
Ruídos ao manobrar podem ser sinais de que a caixa de direção pode estar com
problemas. Porém, esses ruídos podem indicar problemas em outros componentes.
Falhas nos terminais também podem ocasionar ruídos ao manobrar o veículo, e
as principais causas são:
É muito importante não trocar imediatamente a caixa, pois nem sempre é ela que
está causando o problema. Alguns dos itens que podem causar essas falhas são:
93
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
» Tubulações danificadas.
» Vazamentos.
94
CAPÍTULO 2
Segurança
A segurança automotiva vai muito além de bons freios e pneus bem conservados.
Os dispositivos de segurança incluem sistemas de assistência ao motorista, como
sistemas de travagem antibloqueio, controle ou assistência da dinâmica do veículo,
airbags entre outros.
Quando o cabo era apertado pelo motor, os cabos puxavam o volante em direção à
frente do carro, afastando-o do motorista, e também removiam qualquer folga nos
cintos de segurança, mantendo os ocupantes mais firmemente em seus assentos.
Veja um pouco mais sobre esse sistema no link abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=qzaBJkpdoa8.
95
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
normalmente só mostram o seu efeito real em caso de acidente e têm como objetivo
proteger os ocupantes da melhor forma possível. Historicamente, a segurança passiva de
veículos está com os motoristas há muito mais tempo do que os sistemas ativos modernos.
O airbag é constituído por um saco de plástico que, em caso de acidente, se abre com
um grande estrondo entre o ocupante e as partes do interior do veículo, em 20 a 50
milissegundos. Isso evita que o ocupante bata em partes duras do interior, como o
volante ou o painel. O sistema de airbag só é acionado por forte desaceleração.
Os veículos podem ser equipados com diversos airbags. Nos países desenvolvidos, os
airbags frontais, laterais e de cabeça geralmente fazem parte do equipamento padrão
em automóveis novos. Dependendo da desaceleração do veículo e do ângulo de colisão,
apenas alguns airbags são acionados.
96
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
subvirar, por meio da travagem direcionada de cada uma das rodas, garantindo, assim,
o controle do veículo para o condutor.
Como exemplo, imagine que um carro está virando à direita. Se houver o risco de a
traseira tender para a esquerda devido a uma reação de mudança de carga após uma
rápida mudança no ângulo de direção (o estouro de um pneu traseiro, por exemplo),
o sistema freia a roda dianteira esquerda, criando um momento de guinada para a
esquerda que neutraliza a sobreviragem do veículo.
Outro fator que merece atenção é a folga na caixa de direção, que pode tornar a condução
imprecisa. Isso acontece porque, ao virar o volante, nem sempre as rodas virarão na
mesma proporção, uma vez que existe um “curso morto”, por conta da folga. Em casos
97
Unidade IV | Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo
extremos, o motorista acaba precisando corrigir a rota a todo o momento gerando uma
grande insegurança. Isso sem falar do risco da perda de controle ao entrar em curvas
com maior velocidade, o resultado disso pode ser um grave acidente.
Uma caixa de direção hidráulica com problemas de vazamento pode se tornar dura
repentinamente, por conta da falta de óleo em seu sistema. A direção continuará
funcionando, porém mais pesada, o que pode surpreender o motorista e causar um acidente.
A barra de direção exige muitos cuidados, pois uma falha nesse componente pode
colocar em risco a segurança de todos os ocupantes do veículo. Inclusive, a barra de
direção foi, provavelmente, a responsável pelo acidente do nosso piloto Airton Senna.
98
Aspectos relacionados à dirigibilidade do veículo | Unidade IV
https://www.carrosegaragem.com.br/ayrton-senna-a-verdadeira-causa-do-
acidente-que-matou-o-campeao-2/.
Bem, como você pode observar, a segurança deve sempre vir antes de conforto, potência,
designer etc. Trata-se de um fator decisivo. Apresentamos alguns dos vários sistemas
que auxiliam na segurança de um veículo. Em muitos países, esses sistemas já são itens
obrigatórios, enquanto em outros são itens de série que tornam o veículo mais caro.
99
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Felipe Alvares Macedo de. Dinâmica Lateral e Sistema de Direção Veicular. 2016.
BERGMAN, Walter. The basic nature of vehicle understeer-oversteer. SAE Transactions,
pp. 387-422, 1966.
BICALHO, Ana Julia Cozac.; SOUZA, Jorge Henrique Gonçalves. A engenharia mecânica como
ferramenta de segurança automotiva: um review sobre segurança passiva. 2018.
CYTRYNSKI, Stefan et al. The active suspension of the new mercedes-benz GLE. ATZ worldwide,
v. 120, n. 12, pp. 42-45, 2018.
CORRÊA, Juliano Lourega. Comportamento dinâmico de um veículo implementado com
suspensões ativas. 2011.
COSTA, P. G. A bíblia do carro: versão digital. [Sl: sn], Citado, v. 2. 2002.
COSSOLINO, Leiliane Cristina.; PEREIRA, Antônio Henrique Alves. Amortecimento: classificação
e métodos de determinação. Universidade de São Carlos, 2010.
DAVIS, Francis W. Power steering for automotive vehicles. SAE Transactions, pp. 239-256, 1945.
FERNANDES, Marcelo Arronilas.; BARBOSA, Roberto Spinola. Estudos em sistemas de direção
veicular. EPUSP, 2006.
HAKEN, Karl-Ludwig. Noções básicas de engenharia automotiva. VerlagGmbHCo KG, 2015.
LIMA, Alefe Filipe de. Mojave: veículo leve de lazer fora de estrada. 2018.
KENNEDY, Richard.; LÉVY, Pierre. Reinventing the (steering) wheel. 2016.
MAXWELL. Geometria de Direção, PUC-RJ, 2020.
MERKER, Thomas.; GIRRES, Gaston.; THRIEMER, Olaf. Active body control (ABC) the
DaimlerChrysler active suspension and damping system. SAE Technical Paper, 2002.
MOK, Brian et al. Reinventing the wheel: transforming steering wheel systems for autonomous
vehicles. In: Proceedings of the 30th Annual ACM Symposium on User Interface Software
and Technology. 2017.
MULLA, Ansar Allauddin.; UNAUNE, Deepak Rajendra. Active suspensions future trend of
automotive suspensions. In: International Conference on Emerging Trends in Technology
& Its Appliocations, ICETTA. 2013.
PRATI, Daniele. Ippocrate: a new steering wheel monitoring system. 2015.
ROMERA, Germano Francisco Simon. Um sistema para medição da movimentação da junta
telescópica da coluna de direção veicular em teste de impacto frontal, 2017.
RUFFO, Henrique Gustavo. A história do pneu: da roda de madeira ao pneu hi-tech sem ar. Revista
Quatro Rodas, n. 549, 2010.
STEERING COMPONENTS TECHNICAL INFORMATION, DANFOSS. 2014. Disponível em:
https://assets.danfoss.com/documents/DOC193686484238/DOC193686484238.pdf. Acesso em:
21-08-2020.
100
Referências
Sites
https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/eixo-tor%C3%A7ao-renault-5-
turbo-750x501.jpg.
https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_rigida_independente.jpg.
https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/suspensao-independente-750x551.
jpg.
https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_mc_pherson1.jpg.
https://www.oficinabrasil.com.br/uploads/imagens/consultor-ob/213-1-os-diferentes-tipos-de-
suspensao-sistema-double-wishbone.jpg.
https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/s-multilink-750x581.jpg.
https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_multilink.jpg?w=878.
https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/suspensao_feixe_de_molas.jpg?w=878.
https://www.youtube.com/watch?v=v6TVFn-WHyM.
https://www.youtube.com/watch?v=7pl0Yv5WUwE.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/Ball-bearing-numbered.png/220px-
Ball-bearing-numbered.png.
https://i2.wp.com/primeiramarcha.com.br/wp-content/uploads/2016/06/mercedes-benz_e_55_
amg_t-modell.jpeg?resize=740%2C576&ssl=1.
https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21400.
https://slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/5/COLUNA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O.jpg.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/Steer_system.jpg/220px-Steer_
system.jpg.
https://slideplayer.com.br/slide/42913/1/images/9/SISTEMA+DE+DIRE%C3%87%C3%83O+M
EC%C3%82NICA.jpg.
http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/engineeringproceedings/simea2016/
PAP78.pdf.
https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/direcao-psd.
jpg?quality=70&strip=info.
https://www.youtube.com/watch?v=cbwvXO3Y9kI.
101
Referências
http://ctborracha.com/wp-content/uploads/2014/10/Fig11-Forcas-num-pneu.png.
https://www.researchgate.net/profile/Subramanian-Pm/publication/281838239/figure/fig3/AS:6
36722350137352@1528817846697/Lateral-Forces-Leading-to-Rollover-Plan-View-with-Steered-
Wheels-to-the-Front-NOTE-XY.png.
https://i.ytimg.com/vi/EwmDdMzzDjY/hqdefault.jpg.
https://www.youtube.com/watch?v=EwmDdMzzDjY.
http://i274.photobucket.com/albums/jj264/Carrao/toe.jpg.
http://www.noticiasdaoficinavw.com.br/v2/wp-content/uploads/2012/07/caster.jpg.
https://www.abcpneus.net/wp-content/uploads/2018/09/cambagem.jpg.
https://www.youtube.com/watch?v=qzaBJkpdoa8.
https://www.carrosegaragem.com.br/ayrton-senna-a-verdadeira-causa-do-acidente-que-matou-
o-campeao-2/.
https://www.youtube.com/watch?v=bGlivS42fBo.
https://www.portalautomoveis.com.br/y/180/suspensao-veiculo-e1542404338385-599.webp.
https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/qr-608-correio-03.
jpg?quality=70&strip=info.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2c/Mcpherson_strut.jpg/300px-
Mcpherson_strut.jpg.
https://www.oficinabrasil.com.br/uploads/imagens/consultor-ob/213-1-os-diferentes-tipos-de-
suspensao-sistema-double-wishbone.jpg.
https://www.razaoautomovel.com/wp-content/uploads/2011/12/s-multilink-750x581.jpg.
https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/golf-suspensao-traseira-multilink.
jpg?quality=70&strip=info.
https://alemdaautoescola.files.wordpress.com/2018/02/duplo_a_suspensao.jpg?w=878.
https://image3.slideserve.com/6501746/slide2-l.jpg.
https://i.vrum.com.br/X-07RDZX_Agp35822RluyMQ6hQo=/675x/smart/imgsapp.estadodeminas.
vrum.com.br/app/noticia_128576568202/2007/08/24/25137/11879777820925049782.JPEG.
https://th.bing.com/th/id/R.ffb8c89d84eb3b8d4efa44c7ca4f5d71?rik=%2fSiekTDOCtYmkQ&ri
u=http%3a%2f%2fwww.oficinabrasil.com.br%2fuploads%2fimagens%2fTecnicas%2fConhecendo-
em-detalhes-o-sistema-05.jpg&ehk=oVnewfPRP0GEPrh0ZUD7jzym7687EaadG66KbzmGfqk%3
d&risl=&pid=ImgRaw&r=0&sres=1&sresct=1.
https//i0.wp.com/blog.carlider.com.br/wp-content/uploads/2017/02/caixa-de-direcao-
funcionando-e1487078321962.jpg?resize=553%2C323.
https://th.bing.com/th/id/OIP.wHtgooaLwitcRDLysINhiwHaED?pid=ImgDet&rs=1.
https://cdn.shopify.com/s/files/1/2617/8854/files/balanceamento_large.png?v=1587051839.
102
Referências
https://cdn.autopapo.com.br/box/uploads/2017/10/24171040/iStock628480328.jpg.
https://mecanica-sueira.webnode.com/_files/200000005-7368974628/SUSPENS%C3%83O.jpg.
https://autocarup.com.br/wp-content/webpc-passthru.php?src=https://autocarup.com.br/wp-
content/uploads/2017/08/Slide5-e1502896850115.jpg&nocache=1.
https://autocarup.com.br/wp-content/webpc-passthru.php?src=https://autocarup.com.br/wp-
content/uploads/2017/08/Slide4-e1502896897565.jpg&nocache=1.
https://chiptronic.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/09/6-Ferramentas-para-oficinas-
mecanicas-750x375.jpg.
https://th.bing.com/th/id/R.69a0d11a705b7d591766a8043e91bbe7?rik=XCIdMHqnglpnFA&riu
=http%3a%2f%2fwww.kingofcarcare.com%2fwp-content%2fuploads%2f2014%2f06%2fcar-body.
jpg&ehk=TZ0atZe4GIUjn7YalU4hX3ilzKdrfilaxP%2fZwas1n5M%3d&risl=&pid=ImgRaw&r=0.
https://i.pinimg.com/736x/62/d0/7d/62d07d8b00826f547715c2f6840f6c0f.jpg.
https://www.audi-technology-portal.de/files/images/853/rear_suspension4__large.jpg.
https://www.peteandjakes.com/wp-content/uploads/2017/03/48-55-Chevy-PU-2.jpg.
https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/12/hidraulica.jpg?quality=70&strip=info.
https://www.razaoautomovel.com/2011/12/autopedia-os-varios-tipos-de-suspensoes.
https://educacaoautomotiva.com/2018/02/28/5-tipos-suspensao.
https://www.tecmundo.com.br/como-funciona/49084-como-funciona-a-suspensao-ativa-em-
veiculos-automotores-.htm.
https://www.ligaleve.com/2013.
https://www.ligaleve.com/2013/04/suspensao-e-amortecedores-parte-2.html.
https://professor.luzerna.ifc.edu.br/charles-assuncao/wp-content/uploads/sites/33/2016/07/
Apostila-Elementos-de-M%C3%A1quina-SENAI.pdf.
https://www.carrodegaragem.com/direcao-eletrica-hidraulica-diferencas-vantagens-desvantagens/.
https://levelocacoes.wordpress.com/2018/01/.
https://dept.abcdef.wiki/wiki/Hydrostatische_Lenkung.
https://suspensoesfisica2.blogspot.com/2010/05/hidropneumatica-um-sistema-conjugado-de.html.
https://quatrorodas.abril.com.br/auto-servico/qual-a-diferenca-entre-tracao-4wd-e-tracao-awd/.
https://quatrorodas.abril.com.br/auto-servico/quando-verificar-balanceamento-alinhamento-e-
cambagem-do-seu-carro/.
http://www.autoherrero.com/index.php/servicos1/13-servicos/32-geometria-de-direcao-e-suspensao.
http://www.bentauto.pt/direc--o.htm.
https://www.carrosegaragem.com.br/ayrton-senna-a-verdadeira-causa-do-acidente-que-matou-
o-campeao-2.
103