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Universidade Federal do Oeste do Pará


Licenciatura Integrada em Matemática e Física 2015
Laboratório de Física III

José Francisco de Oliveira Sunbulat

LEI DE KIRCHHOFF

Orientador: Prof. Dr. Carlos J. Freire

Santarém – 2018.1
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Introdução
Circuitos elétricos simples formados por uma única malha podem ser analisados
com base nas regras para associações de resistores em série e em paralelo e na relação
V=RI. Circuitos mais complexos são analisados mais facilmente utilizando-se duas regras,
conhecidas como Regras de Kirchhoff, que se baseiam nas leis de conservação de energia e
de carga elétrica.
Há duas definições que se fazem necessárias quando se usam as Regras de
Kirchhoff: a de nó e a de malha em um circuito. Um ponto de um circuito a que três ou
mais elementos estão conectados é denominado nó e um percurso fechado do circuito é
chamado de malha. No circuito mostrado na Figura 1, por exemplo, os pontos B e E são
nós e os percursos ABEFA, BCDEB e ABCDEFA são malhas.

Figura 01: Circuito elétrico contendo três malhas – ABEFA, BCDEB e ABCDEFA, e
dois nós, B e E. Os sentidos das correntes foram atribuídos arbitrariamente.

As Regras de Kirchhoff são as seguintes:


A soma das correntes que chegam a um nó qualquer do circuito é igual à soma das
correntes que saem desse mesmo nó (conservação de carga).
Em uma malha qualquer de um circuito, a soma das forças eletromotrizes das fontes
é igual à soma das diferenças de potencial nos demais elementos da malha; resistores,
capacitores, e outros (conservação de energia).
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Para analisar um circuito utilizando-se as Regras de Kirchhoff, é preciso


inicialmente, definir um sentido arbitrário para todas as correntes existentes nele, Na
Figura 01, estão indicados os sentidos atribuídos às correntes I1, I2 e I3 respectivamente nas
resistências R1, R2 e R3.
Aplicando-se a regra dos nós em B, obtém-se:
I1 = I2 + I3 , (1)

e em E, a mesma relação é obtida.


Aplicando-se a regra das malhas para a malha ABEFA do circuito representado na
Figura 01, tem-se:
 = I1R1 + I2R2 , (2)

Na malha BCDEB, obtém-se a seguinte relação:


 = - I2R2 + I3R3 , (3)

Resolvendo-se as equações 1, 2 e 3, obtêm-se as correntes I1, I2 e I3. Se o valor


obtido for negativo para uma determinada corrente ou para uma força eletromotriz, isso
indica que o sentido correto para ela é o oposto ao que lhe foi atribuído.

Objetivo
Determinar as correntes e tensões nos resistores de um circuito por meio das regras de
Kirchhoff.

Materiais
Fonte de tensão    (tensão contínua), fonte de tensão    ;
multímetro; painel para conexões; cabo; resistores R1 = R2 = 1k  e R3 = 1,2k.

Metodologia
- Com o multímetro, meça as resistências de todos os resistores e as tensões das fontes.
Nessas medidas, cada elemento deve estar desconectado do circuito.
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- Com esses valores medidos, use as Regras de Kirchhoff para calcular as correntes I1, I2 e
I3 no circuito representado na Figura 01. A seguir, calcule as diferenças de potencial V1, V2
e V3 nos resistores R1, R2 e R3.
- Monte o circuito representado na Figura 01.
- Antes de ligar as fontes confira as ligações.
- Meça as diferenças de potencial e as correntes em cada um dos resistores do circuito.
Registre essas medidas, com suas respectivas incertezas.
- Compare os valores de correntes e de tensões medidos nos resistores com os valores
calculados utilizando as Regras de Kirchhoff.

Resultados e Discussões

CIRCUITO COM AS RESISTÊNCIAS MEDIDAS

Figura 02: Circuito elétrico com os valores medidos dos resistores e geradores

Aplicação das leis de Leis de Kirchhoff

 Malha (ABEFA):
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-2,89 + R2(I1-I2) + I1R1 = 0

-2,89 + 993(I1-I2) + I1993 = 0

-2,89 + 993I1 - 993I2 +993I1 = 0

1986I1 – 933I2 = 2,89 (Equação 4)

 Malha (BCDEB)

-6,57 +R2(I2-I1) +R3I2 = 0

-6,57 + 993(I2-I1) +1178I2= 0

-6,57 + 993I2 -993I1 + 1178I2 = 0

2171I2 – 993I1 = 6,57 (Equação 5)

 Sistema:

    


 I1 = 3,85 mA I2 = 4,79 mA
    

Da equação 1 temos;

I1 = I2 + I3

3,85mA = 4,79mA + I3 I3 = -0,94 m A

Observe que o valor negativo dessa corrente significa que o sentido dela já
estabelecido no problema está errado, na verdade ela deverá ser para cima.
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Figura 03 – Circuito elétrico com os valores das correntes calculados.

I1 I2 I3
3,83 mA 4,78 mA -0,93 mA
Tabela 01 – Valores de correntes medidos no experimento.

Verificar a incerteza da corrente calculada com a corrente medida;


Erro (I1).100% = I I.100% = 0,5%



Erro (I2).100% = I I.100% = 0,2%



Erro (I3).100% = I I.100% = 1,06%


 Potenciais Elétricos:

U1 = R1I1

U1 = (993).(3,85.10-3 ) = 3,82305 V
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U2 = R2I3 = (933).(0,94.10-3 ) = 0,933442V


-3
U3 = R3I2 = (1178).(4,79.10 ) = 5,64262 V

R1 R2 R3


3,78 0,93 5,61
Tabela 02 – Valores dos potenciais medidos no experimento.

Verificar a incerteza dos potenciais calculados com os potenciais medidos;



Erro (R1).100% = I 
I.100% = 1,12%


Erro (R2).100% = I 
I.100% = 0,37%


Erro (R3).100% = I 
I.100% = 0,58%

CIRCUITO COM AS RESISTÊNCIAS NO VALOR REAL

Figura 04: Circuito elétrico com os valores medidos dos resistores e geradores
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Aplicação das leis de Leis de Kirchhoff

 Malha (ABEFA):

-2,89 + R2(I1-I2) + I1R1 = 0

-2,89 + 1000(I1-I2) + I 1.1000 = 0

-2,89 + 1000.I1 – 1000.I2 +1000.I1 = 0

2000I1 – 1000I2 = 2,89 (Equação 6)

 Malha (BCDEB):

-6,57 +R2(I2-I1) +R3I2 = 0

-6,57 + 1000(I2-I1) +1200I2= 0

-6,47 + 1000.I2 -1000.I1 + 1200.I2 = 0

2200I2 – 1000I1 = 6,57 (Equação 7)

 Sistema:

     


 I1 = 3,8 mA I2 = 4,71 mA
    

Da equação 1 temos;

I1 = I2 + I3

3,8 mA = 4,71mA + I3 I3 = -0,91 m A

Análogo ao primeiro processo observe que o valor negativo dessa corrente, significa
que o sentido dela já estabelecido no problema está errado, na verdade ela deverá ser para
cima.
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I1 I2 I3
3,83 Ma 4,78 mA -0,93 mA
Tabela 01 – Valores de correntes medidos no experimento.

Verificar a incerteza da corrente calculada com a corrente medida;


Erro (I1).100% = I I.100% = 0,79%



Erro (I2).100% = I I.100% = 1,48%



Erro (I3).100% = I I.100% = 2,19%


 Potenciais Elétricos:
U1 = (1000).(3,8.10-3) = 3,8 V
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U2 = R2I3 = (1000).(0,91.10-3) = 0,91 V


-3
U3 = R3I2 = (1200).(4,71.10 ) = 5,652 V

R1 R2 R3


3,78 0,93 5,61
Tabela 02 – Valores dos potenciais medidos no experimento.

Verificar a incerteza dos potenciais calculados com os potenciais medidos;



Erro (R1).100% = I 
I.100% = 0,52%


Erro (R2).100% = I 
I.100% = 2,19%


Erro (R3).100% = I 
I.100% = 0,74%

Conclusão

Com os cálculos aplicados em laboratório e os pré-estabelecidos no problema,


tornou-se evidente a importância da lei de Kirchhoff para o dimensionamento de circuitos
elétricos e o entendimento geral e eficiente dessa vertente da eletrodinâmica que pode ser
aplicada em diversas situações do cotidiano. Também é interessante salientar que as duas
formas de cálculos, tanto experimental, quanto real, trouxe resultados distintos, todavia, são
evidentes como esses erros são irrisórios e possivelmente foram causados por falhas nos
circuitos ou mau contato. Também foi extremamente necessário o pleno domínio da
primeira Lei de Ohm, para o calculo dos potenciais elétricos, paralelo ao conhecimento da
potência elétrica advinda da fórmula de energia potencial elétrica, uma força conservativa
bastante estudada na física atual e sua relação com o tempo, chegando finalmente à formula
da potência elétrica ‘’dissipada’’ e realizando facilmente seu cálculo como demonstrado
acima. Ademais, outro fator importante foi à percepção de como a corrente situada no meio
do circuito, denominada nesse caso de I3 estava numa situação de sentido oposto ao
inicialmente proposto no problema, essa conclusão foi elaborada através das convenções de
sinais adotadas através da lei das malhas, que de forma extremamente eficiente, foi

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