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Administração de Estoques
Pedro Sabino
pedro.sabino@cefetmg.com
1º semestre de 2023
Ser fundamental para a gestão do ciclo operacional. Em síntese, a velocidade do ciclo de-
pende do PME (incluindo estoques de matéria-prima, de produto em elaboração e de produto
acabado) e do PMR. Em particular, conforme os objetivos de vendas, a política de estoque
deve estar alinhada à de crédito.
Isto posto, o administrador financeiro não tem controle prioritário sobre a gestão do estoque. Áreas
funcionais como compras, produção e marketing (vendas) compartilham a autoridade na tomada
de decisão sobre o estoque. Dessa forma, a administração financeira tem um papel auxiliar na
gestão do estoque.
Custos do estoque
Quanto menor for o estoque, maiores serão as chances do custo de falta ser maior.
Logo, o objetivo básico da gestão de estoque é minimizar a soma desses dois custos.
Abordagem ABC
A Classificação ABC (ou curva ABC, ou curva de Pareto) consiste ordenar o estoque segundo
sua respectiva relevância e, em seguida, separá-lo em três grandes grupos, A, B e C, onde os itens
em A possuem maior relevância e assim por diante.
Sua concepção parte da Lei de Pareto: para um grande número de fenômenos, a maior parte dos
efeitos (aproximadamente 80% destes) está associada à poucas causas (20%).
Devido a sua simplicidade, a abordagem ABC é recorrentemente utilizada. Mas isso deve ser feito
com cautela, pois ela dá pouca atenção à dependência entre os itens. Por exemplo, um item em
C pode ser crucial para a operação da empresa - sendo um puxador de venda ou um gargalo no
sistema produtivo. Ainda, outros aspectos podem ser mais relevantes para a gestão de estoques
do que a geração de receita. Por exemplo, uma limitação física no espaço de estocagem, o que
orienta à construção da curva em termos de metragem quadrada ou volume do item.
Abordagem ABC
A denominação curva ABC se deve a possibilidade da hierarquia apresentada entre os itens no
estoque poderem ser representadas no gráfico:
Consequentemente, a atenção do gestor deve ser alta para os itens em A, intermediária para os
em B e nem tanto para os em C. Isso envolve, inclusive, a adoção de técnicas mais sofisticadas de
gerenciamento de estoque (geralmente mais complexas e caras de se implementar/acompanhar)
conforme a hierarquia nos itens, entre A, B e C.
Pedro Sabino (pedro.sabino@cefetmg.com) Administração Financeira 1º semestre de 2023 6 / 22
Técnicas de Gestão de Estoques
Abordagem ABC
Resta saber a partir de qual produto ter-se-ia a divisão entre A, B e C, existindo diversas possíveis
regras na separação dos produtos. Uma sugestão é que:
Produtos em C seriam os compreendidos por 70% dos produtos em estoque, mas contribuem
com uma pequena parcela da receita, algo em torno de 10%.
Conforme a receita, faça uma classificação ABC para os produtos dessa empresa!
Resposta da 1.:
A segregação em ABC pode ser feita, por exemplo, da seguinte forma: produtos CBUXRSV, que
representam 60% do faturamento, seriam da linha A.
O Lote Econômico de Compra (LEC) é um dos modelos mais utilizados na gestão financeira de
estoques, se não for o mais utilizado, sendo capaz de estabelecer um nível ótimo de estoque -
vimos uma ideia geral na aula de Administração do Caixa. Ele parte das seguintes suposições:
Demanda constante;
Recebimento instantâneo de estoque;
Não existe desconto;
Os preços não se alteram;
Não existe risco;
Existem apenas dois tipos de custo, o de estocagem (carregamento) e o de pedido (ou reno-
vação);
Cada estoque é analisado independentemente.
Destaca-se que estão suposições podem ser relaxadas, ajustando o modelo ao contexto específico
da empresa.
A ideia básica desse modelo é equilibrar o Custo de Estocagem Ce e de Custo de Pedido CP (um
tipo de Custo de Falta) de forma a definir um volume ótimo de estoque Q ∗ qe minimiza o Custo
Total de manutenção do estoque.
O Q ∗ corresponde ao volume ótimo a ser reposto de estoque sempre que este é zerado1 . Logo,
dado suas premissas, esse modelo responde a duas questões:
2. A empresa Polgar S.A. apurou que o custo de fazer cada pedido é de R$ 1,2 e que o custo
de estocagem é de R$ 20. O produto comercializado pela empresa possui uma demanda de
9 mil unidades ano.
A) Qual o tamanho do lote que a empresa deve adquirir de seu fornecedor de modo a maximizar o seu
lucro?
B) Qual o estoque médio da empresa?
C) Acrescente uma unidade ao lote obtido na questão anterior e prove que este novo lote não maximiza
o lucro da empresa.
D) Subtraia uma unidade ao lote obtido em A) e prove que este novo lote não maximiza o lucro da Polgar.
E) Qual o intervalo de tempo entre um pedido e outro?
F) Se o fornecedor demora três dias para entregar o produto, qual o lote de segurança? Nessa situação,
qual o estoque médio da empresa?
G) Considere a situação original. Caso o produto tenha um percentual de aumento de 10%, qual deverá
ser o lote econômico numa situação de pré-alta?
Respostas da 2.:
A) LEC = [2 × 9.000 × 1, 2/20]0,5 = 32, 86 unidades. Com isso o custo é dado por Custo =
1, 2[9.000/32, 86] + 20 × [32, 86/2] = 328, 67 + 328, 6 = 657, 27.
C) Custo = 1, 2[9.000/33, 86] + 20[33, 86/2] = 318, 96 + 338, 6 = 657, 56. Este custo é maior
que o obtido na alternativa A), provando que o aumento da unidade também aumenta o custo.
D) Custo = 1, 2[9.000/31, 86] + 20[31, 86/2] = 338, 98 + 318, 6 = 657, 58. Da mesma forma, a
subtração aumenta o custo.
E) Basta dividir obter as vendas diárias e fazer a relação entre o LEC e estas vendas. No exer-
cício: 9.000/360 = 25 unidades/dia => 32, 86/25 = 1, 3144 dias. Em razão de o resultado
ser um número não inteiro, é provável que a empresa opte por fazer pedidos a cada dia ou a
cada dois dias.
Respostas da 3.:
B) O desconto para que a empresa adquira o lote de 5.000 unidades deve fazer com que o custo
seja menor que R$ 376,50. Deste modo: 376, 50 > (20.000/5.000) × 8 + (5.000/2) × 0, 75 −
Desconto × 5.000. Ou seja, Desconto > R$ 0,3061.
C) Para este custo de estocagem o lote econômico de compra será de 730 unidades. Como o
custo de estocar aumentou, torna-se mais vantajoso adquirir em grandes quantidades. Com o
desconto fornecido pelo fornecedor será mais vantajoso adquirir 5.000 unidades, pois o custo
será de R$ 32,00. Para o desconto de 2.500 unidades o custo será de R$ 189,00.
i) seu tamanho;
ii) o prazo de estocagem;
iii) as quantidade compradas por lote;
iv) possíveis melhorias no tempo gasto no processo produtivo.
Todas estas são interligadas e, em particular, são decisões de investimento da empresa. Logo, é
necessário avaliar a rentabilidade dessas decisões, comparando custos relacionados à decisão .
Dentro da visão de que o estoque é um investimento realizado pela empresa, procura-se conjugar
a apuração do resultado do investimento. Em particular, o retorno sobre investimento em estoque
é uma medida que relaciona a margem obtida em cada produto com seu giro.
Medidas de Retorno
O Retorno Sobre o Investimento em Estoque (RSIE) é uma medida que relaciona o giro de
estoque com a margem, ou seja, leva em consideração, no retorno, o prazo de estocagem da
empresa. Seu cálculo é dado por:
onde Margem é o lucro unitário sobre o preço unitário. Um resultado imediato dessa equação é
que, se uma redução nos preços de venda e, consequentemente, na margem levarem a moires
vendas, o consequente maior giro de estoque pode resultar em uma rentabilidade talvez até maior.
Respostas da 4. e da 5.: