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Gestão económica dos stocks

Numa altura em que os recursos são escassos e caros, bem


gerir os stocks de uma organização assume particular
relevância.

É necessário minimizar os meios financeiros afetos aos


stocks, mas, por outro lado, reduzir as probabilidades de
rotura, que igualmente poderá ser gravosa para a
rentabilidade e imagem da empresa; da ponderação deste
risco resulta o denominado "stock de segurança", o nível
mínimo a que pode descer o stock.

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Na medida em que estas variáveis são, por definição,
dificilmente conciliáveis, procura-se encontrar um ponto de
equilíbrio entre elas.

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Lote económico

A gestão económica dos stocks tem como finalidade a


racionalização e otimização dos fluxos de stock, de molde
que o somatório do custo de posse com o custo das
encomendas seja minimizado; ou seja, é necessário
encontrar o ponto de equilíbrio entre estas duas variáveis
que se comportam de forma antagónica, dado que uma
redução do stock médio implica uma diminuição do custo de
posse, mas também um aumento do número de
encomendas, logo do seu custo - e vice-versa.

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Custo de posse:
- juros do capital investido no stock;
- aluguer e/ou reintegração das instalações;
- manipulação e conservação do stock;
- encargos com o pessoal envolvido;
- outros custos de menor expressão.

Custo de encomenda:
- custos burocráticos ligados ao processo;
- encargos com o pessoal do setor;
- custos com receção, controlo, armazenagem;
- outros custos de menor expressão.

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Por outro lado, é fundamental acrescentar à análise a
variável do stock de segurança - trata-se da quantidade
mínima que é admissível manter em stock, de molde a não
ser provável uma rotura desse produto.

As roturas ou falhas de stock podem ser extremamente


danosas para a empresa, e resultam normalmente de:
- aumentos de consumo não previstos;
- atrasos na chegada das encomendas;
- erro no cálculo do stock de segurança.

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A determinação do stock de segurança depende de
diversos fatores, e não pode ser generalizada a outros
produtos ou mesmo a outros contextos de mercado, sendo
cada caso diferente do outro.

Assim, é necessário:
- analisar os consumos de períodos passados;
- prever os consumos esperados;
- avaliar o custo/benefício desse stock de segurança;
- ponderar os custos diretos (anulação de encomendas...) e
indiretos (eventual perda de clientes, imagem...) resultantes
da rotura de stock.

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O ponto de encomenda, ou seja, o momento em que se
deverá efetuar nova encomenda (expresso em unidades),
depende:
- do nível do stock de segurança;
- do prazo de aprovisionamento;
- dos ritmos de consumo do produto.

O lote económico resulta da conjugação das variáveis


anteriores. Corresponde à aplicação dos conceitos e
objetivos da gestão económica dos stocks, e configura a
quantidade de cada encomenda, com o objetivo de
minimizar os custos totais.

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Custo Total = Custo Mercadoria + Custo Encomenda + Custo Posse

Stocks

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Sendo que:

- Qe = lote económico;
- D = procura (demand);
- Ce = custo de cada encomenda;
- Cs = custo de posse unitário (armazenagem).

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Análise ABC

De acordo com esta metodologia de gestão de stock, os


produtos deverão ser classificados nas classes A, B e C,
segundo a respetiva relevância financeira e quantitativa;
assim:

A - cerca de 80% de capital investido, 10% da quantidade


em stock
B - cerca de 15% do capital investido, 25% da quantidade
em stock

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C - cerca de 5% do capital investido, 65% da quantidade em
stock

Para que serve esta segmentação?

Os produtos da classe A deverão ser geridos com grande


rigor, porquanto representam um investimento avultado;
nomeadamente, é necessário determinar o stock de
segurança com grande precisão, dado que se este for
calculado por excesso, o acréscimo de investimento na sua
posse será elevado; por outro lado, uma rotura do stock
poderá ter (provavelmente terá mesmo...) um impacto assaz
negativo para a empresa.

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Já os produtos da classe C poderão ser geridos com muito
mais flexibilidade, porquanto representam um investimento
reduzido; nomeadamente, a empresa tem a possibilidade de
utilizar stocks de segurança mais elevados, minimizando
assim as probabilidades de uma rotura, que neste tipo de
artigos não seria razoável.

No que concerne os stocks da classe intermédia B, dado


que representam níveis de investimento e quantidades
medianas, a sua gestão deverá reflectir isso mesmo, ou
seja, mais objetiva e precisa do que a aplicada aos produtos
da classe C, mas também não se justificando o rigor e
controlo utilizados para a classe A.

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