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03/02/2023

Base: IPSAS 17, por sua vez baseada na IAS 16 - Property, Plant and Equipment

Arménio F. Bernardes 1

MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE

Modelo do CUSTO
Depreciações
Imparidades

Arménio F. Bernardes 2

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03/02/2023

O GASTO DE
QUANTIA DEPRECIÁVEL DEPRECIAÇÃO de cada No Balanço é
período é geralmente apresentada a
reconhecido nos QUANTIA
É o custo de um ativo, ou outra É imputada numa base resultados ESCRITURADA =
quantia substituta do custo, sistemática ao longo da vida (pode ser incorporado Reconhecimento Inicial
menos o seu valor residual. útil (indicativa, no CC2) num Ativo) – Depreciações
Débº: 642 - Gastos de acumuladas (438) –
depreciação AFT; Perdas por imparidade
DEPRECIAÇÃO é a imputação acumuladas 439)
Crº: 438 - Depreciações
sistemática da quantia
depreciável de um ativo acumuladas AFT
durante a sua vida útil
MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO
• Modelo que reflete o consumo
Os terrenos têm uma vida útil Os bens do património dos benefícios económicos ou do
ilimitada pelo que não são histórico, artístico e cultural potencial de serviço gerados pela
depreciados, salvo algumas por regra não são depreciados
exceções como, por exemplo, (não têm vida útil definida ou
entidade
pedreiras e aterros. não têm mensuração fiável) • Revisto periodicamente

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MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO Modalidades:


Podem ser usados vários métodos -  Soma dos dígitos
(§§54-56)
a norma só refere os seguintes:  Taxa linear ponderada por um
coeficiente

DE LINHA RETA (ver exemplos na Apresentação)


DE QUOTAS CRITÉRIOS
(QUOTAS CONSTANTES)
DEGRESSIVAS FUNCIONAIS
Resulta num gasto linear
Resulta num Uma alteração do método de
durante a vida útil do ativo, (SALDO depreciação tem efeitos no período
se o seu valor residual não DECRESCENTE) gasto baseado
no uso ou da alteração e nos seguintes. Mas
se alterar.
Resulta num gasto produção isso consubstancia uma alteração de
Com os custos de
decrescente durante política contabilística e a NCP 2
conservação e reparação esperados
a vida útil do ativo obriga à aplicação RETROSPETIVA do
crescentes, este método
(gastos de detenção novo método – as quantias
implica gastos de anteriormente reconhecidas devem
constantes ao longo
detenção dos AFT ser recalculadas com ajustamento
da vida útil)
crescentes em Depreciações acumuladas (438)
PRECONIZADO PELA NORMA e Resultados Transitados (562)
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LINHA RETA
(Quota constantes) MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
Taxa de DA = 1/VUE = 1/5 = 0,20 (20%) Vo = Custo de Aquisição de uma máquina (30.000 €).
DA = 20%*27.000 = 5.400 ou R = Valor Residual estimado (3. 000 €).
DA = QD/VUE = 27.000/5 = 5.400 Quantia depreciável QD = Vo – R = 27.000.
QD DA DAC QE Vida útil estimada (VUE): 5 anos.
20X1 27 000 5 400 5 400 24 600 Depreciação Anual (DA)? Depreciação Acumulada (DAC)? Quantia escriturada (QE)?
20X2 21 600 5 400 10 800 19 200
20X3 100.000 5 400 16 200 13 800 MÉTODO DA TAXA LINEAR PONDERADA POR UM COEFICIENTE
20X4 100.000 5 400 21 600 8 400
Aplica-se sempre a mesma taxa, em geral o dobro da que lhe
20X5 100.000 5 400 27 000 3 000
corresponde no método da linha reta, neste caso 40%) à quantia
resultante da diferença entre QD e DAC no início de cada ano
MÉTODO DOS DÍGITOS
No último ano da vida útil, a depreciação do período apura-se por
Sd (soma dos dígitos) = n (n+1)/2 = diferença entre a quantia escriturada do ano anterior e o valor
(5*6)/2 = 15 residual estimado do ativo
Taxas: 1º ano = 5/15; 2º ano = 4/15; 3º ano =
DAC DA DAC
3/15; 4º ano = 4/15; 5º ano = 5/15 QD QE
inicial (40%*QD) final
QD DA DAC QE 20X1 27 000,00 - 10 800,00 10 800,00 19 200,00
20X1 27 000 9 000 9 000 21 000 20X2 16 200,00 10 800,00 6 480,00 17 280,00 12 720,00
20X2 18 000 7 200 16 200 13 800 20X3 9 720,00 17 280,00 3 888,00 21 168,00 8 832,00
20X3 100.000 5 400 21 600 8 400 20X4 5 832,00 21 168,00 2 332,80 23 500,80 6 499,20
20X4 100.000 3 600 25 200 4 800 20X5 3 499,20 23 500,80 3 499,20 27 000,00 3 000,00
20X5 100.000 1 800 27 000 3 000

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MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO - CRITÉRIOS FUNCIONAIS


• NÃO CONSIDERAM A DEPRECIAÇÃO POR DECURSO DO TEMPO
• QUOTAS DE DEPRECIAÇÃO VARIÁVEIS - se não existe utilização num ano não há lugar a quota anual de depreciação !
• SÓ CONSIDERAM A DEPRECIAÇÃO PELO USO EFETIVO:
– Com base nos OUTPUTS (Método do VOLUME DE PRODUÇÃO)
– Com base nos INPUTS (Método das HORAS DE SERVIÇO). Por exemplo: uma atividade esperada da máquina 100.000 horas
determina uma taxa horária de 27.000€ / 100.000 horas = 0,27€ / hora
– Se no ano 1 foram trabalhadas 30.000 horas a quota anual é de 0,27€ * 30.000 h = 8.100€

No ano 3 o total de horas efetivas é superior (103.000) às 100.000


DEPRECIA- QUANTIA horas estimadas. Deste modo, admitindo que não o fez antes, neste
ANO Nº de horas efetivas
QUOTA ANUAL ÇÃO ESCRITURADA período a entidade terá de efetuar uma alteração na estimativa do
(t)
Anual Acumº ACUMULª FIM ANO nº total de horas de atividade. A entidade situa agora a nova
0,27*30.000 = estimativa nas 140.000 horas até ao final de N+5 (mais 74.000 do
8.100
1 30.000 30.000 8.100 21.900 que as acumuladas até ao fim do ano 2). No ano 3 o novo custo/hora
0,27*36.000 = será:
17.820
2 36.000 66.000 9.720 12.180
0,124054*37.000
Quantia depreciável remanescente /Total de horas a trabalhar =
22.410 (27.000€ -17.820 € = 9.180 €) / 74.000 h. = 0,124054€/hora. Assim, a
3 37.000 103.000 = 4.590 7.590
0,124054*22.000 depreciação do ano 3 será de 37.000 horas * 0,124054€ = 4.590 €
25.139
4 22.000 125.000 = 2.729 4.861 Como se verifica, os efeitos da alteração da estimativa do nº de
0,124054*15.000 horas afeta prospectivamente os resultados dos anos N+3, N+4 e
27.000
5 15.000 140.000 = 1.861 3.000
N+5, não havendo que regularizar quaisquer resultados de anos
anteriores.

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(§§54-56)

MÉTODOS DE A Norma preconiza(§ 56) que o método mais adequado às


Administrações Públicas é, em regra, o método das quotas constantes
(ou da linha reta) considerando a vida útil de referência constante do
DEPRECIAÇÃO classificador complementar 2
• Este método deve ser aplicado de forma consistente de período para
período, a não ser que ocorra uma alteração no modelo de consumo
esperado desses benefícios económicos futuros ou potencial de serviço.

Não refere a opção por DUODÉCIMOS


Uma alteração da estimativa da
vida útil, de acordo com a NCP2, … tem a ver com a periodicidade do RELATO!
não corrige as quantias
anteriormente calculadas – só tem
aplicação PROSPETIVA

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LINHA RETA DUODECIMAL (relato anual)


1 – No ano em que se verificar o início de utilização dos bens deverá aplicar-se a taxa anual
prevista no classificador geral correspondente ao número de meses contados a partir da sua
entrada em funcionamento
Exº Custo de aquisição: 60.000 €; vida útil do CC2 = 5 anos (60 meses)
Início de utilização = 1 de agosto do ano N
Depreciação no ano N = 5 meses/60 meses = 60.000€ * 5/60 = 5.000€;
2 – No ano em que se verificar a transmissão, alienação ou o abate dos bens dever-se-á, de
igual modo, calcular a depreciação correspondente ao número de meses decorridos após a
última depreciação anual.
Exº alienação em outubro do ano N+2
Depreciação no ano N+2 = 9 meses/60 meses = 60.000€ * 9/60 = 9.000€
Depreciações acumuladas = 60.000€*(5 + 12 + 9)/60 = 26.000 €
Quantia registada = 60.000 € - 26.000 € = 34.000 €

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(§42) DEPRECIAÇÃO POR COMPONENTES


NÃO CONTEMPLADO NO NORMATIVO ANTERIOR

Cada componente do ativo fixo tangível com um custo


significativo em relação ao custo total deve ser DEPRECIADA
SEPARADAMENTE

Para isso, a entidade deve:


● imputar a quantia inicialmente reconhecida do AFT aos seus
COMPONENTES SIGNIFICATIVOS e
● DEPRECIAR SEPARADAMENTE CADA PARTE.
Por exemplo, pode ser apropriado depreciar separadamente a fuselagem e as turbinas de uma aeronave, quer esta
seja adquirida diretamente quer através de locação financeira.
Ou depreciar separadamente a camada base de uma estrada (por exemplo em 25 anos) e o pavimento (que precise
de ser reposto de 6 em 6 anos)
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DEPRECIAÇÃO POR COMPONENTES


Uma parte significativa de um bem do ativo
fixo tangível pode ter uma vida útil e um Na medida em que uma entidade
método de depreciação que sejam iguais à vida deprecia separadamente algumas
útil e método de depreciação de uma outra partes de um bem do ativo fixo
parte significativa desse mesmo bem. tangível, também deprecia
Estas partes podem ser agrupadas na separadamente o remanescente
determinação do gasto de depreciação. (§43) desse bem. (§44)

O remanescente corresponde às partes do bem que não


são individualmente significativas (§44)

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DEPRECIAÇÃO POR COMPONENTES – Exemplo


DEPRECIAÇÃO
DESCRIÇÃO VALOR VIDA ÚTIL
O Município X adquiriu ANUAL
em Janeiro de 2020 um Campo 250 000 € 10 anos 25 000 €
recinto desportivo ao ar
livre (onde podem ser Bancadas 100 000 € 8 anos 12 500 €
praticadas várias Balneários 120 000 € 7 anos 17 143 €
modalidades), acessível a
toda a população, por Restantes items
30 000 € 5 anos 6 000 €
(balizas, redes, etc.)
500.000€ e com a
seguinte composição: TOTAL 60 643 €
Depreciações de 2020 Débito Crédito
642 - Gastos de depreciação AFT 60.643 €
a 438 - AFT – Depreciações Acumuladas 60.643 €

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Exemplo - Substituições periódicas


Consideremos um município que construiu uma nova estrada com um custo de 900.000€ que
integra uma camada-base (800.000€) (vida útil: 30 anos), e o pavimento (100.000€), que
necessita de ser substituído a cada 10 anos
A entidade encontra-se a estudar duas alternativas. Seja qual for a alternativa adotada, no ano
10 - quando o pavimento for substituído - o valor líquido contabilístico atribuível ao valor do
pavimento substituído deve ser anulado.

Alternativa 1
Considerar a nova estrada como um único bem, e como tal, depreciar toda a estrada pelo seu período
de vida útil (30 anos), a que corresponde 30.000 € de dotação anual de depreciação (900.000 €/30 anos)
(que inclui a parcela correspondente ao pavimento de 3.333,3 por ano = 100.000€/30)

Nesta alternativa, no final do ano 10, o valor do custo do pavimento Esta solução não é
antigo é 100.000 euros e as suas depreciações acumuladas são
recomendada por introduzir
33.333 euros. Haverá de desreconhecer o antigo pavimento - assim,
terá de ser registado um gasto (c/6873) relativo ao abate, no valor significativas flutuações em
de 66.667 euros. resultados
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Exemplo - Substituições periódicas


Alternativa 2
Considerar o pavimento como uma parte
significativa do item e depreciar OU DE OUTRA FORMA:
separadamente o custo do pavimento por Custo inicial total = 900.000€
um período de 10 anos, correspondendo a Mais duas repavimentações
10.000 € por ano. Gasto anual de estimadas em 30 anos
depreciação: (ano 11 e ano 21) = 200.000€
camada base = 800.000€/30 = 26.667€ Custo estimado total = 1.100.000€
pavimento = 100.000€/10 = 10.000€ Depreciação anual = 1.100.000€/30 anos =
Total 36.667€ 36.667€

A alternativa 2 corresponde ao método mais correto. Reflete mais adequadamente os benefícios económicos da
estrada, resultando num registo regular em resultados, de 36.667 euros por ano [(800.000/30 = 26.667) + 10.000]
ao longo dos 30 anos de vida útil da fábrica.
Como o componente neste caso é significativo, a alternativa 2 é a requerida na NCP5.

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Exemplo - Substituições periódicas


Através do exemplo verificamos que, quando no momento inicial não tenha
sido identificado um determinado componente de um ativo fixo tangível, se
ao longo da sua utilização tiver de ser substituído, então o valor
correspondente ao seu valor líquido contabilístico deve ser desreconhecido,
registando-se nas demonstrações financeiras o respetivo impacto.

Um equipamento informático foi adquirido por 150.000 euros para uma vida útil de 10 anos. Ao fim de 4 anos avariou-se um
componente, que teve de ser substituído por outro igual, comprado por 20.000 euros. O componente danificado terá que ser
desreconhecido - considerando o custo de reposição (20.000 euros) e o tempo passado (4 em 10 anos), ele terá sido depreciado em
40% (8.000):
DÉBITO CRÉDITO MONTANTE
Desreconhecimento de 438 – Deprec. Acumuladas 8.000
componente avariado 6873-Gastos em invest não financeiros-Abates 12.000
4331 – Equipº informático 20.000
Reconhecimento do novo 4331 – Equipº informático 271 – Fornecedores de
componente Investimento 20.000
(a depreciar em 6 anos)
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Exemplo – Substituição de peça fundamental


Considere a compra por uma Autarquia Local em janeiro de N de uma máquina de apoio à sua atividade operacional
que foi instalada no espaço público (vida útil de 10 anos ou 120 meses). Por uma situação imprevisível, uma das
peças essenciais ao seu funcionamento teve de ser substituída em junho. A Autarquia reclamou junto da Seguradora,
que ainda não se pronunciou sobre se irá ou não cobrir esta perda. Depois de várias consultas ao mercado a peça foi
comprada ao mesmo fornecedor por 20.000€ (que corresponde ao valor da peça que sofreu o dano).
Entre janeiro e junho a peça, fazendo parte do conjunto da máquina, foi depreciada durante 6 meses, pelo que
atualmente tem associado um valor líquido contabilístico de 19.000 € = 20.000 € – (20.000 € *6meses/120 meses)
Esta peça não é uma componente que deva ser reconhecida separadamente da máquina porque é parte integrante
dela e, como tal, tem a mesma vida útil da máquina. No entanto, com a entrada em funcionamento da nova peça, é
necessário reconhecer a nova peça e desreconhecer a antiga.

Descritivo Conta a débito Conta a crédito Montante


Abate da peça antiga – valor contabilístico 6873 (Abates) 19.000
Abate da peça antiga – depreciação acumulada 4383 1.000
Abate da peça antiga – valor de aquisição 4339 20.000
Reconhecimento do custo de da aquisição da nova peça 4339 27112 20.000

A nova peça passa a ser subsequentemente depreciada pelos 9,5 anos remanescentes da vida útil da máquina. O reembolso
esperado da Seguradora não pode ainda ser reconhecido como um ativo porque não cumpre a definição de ativo. Só quando
a Seguradora se pronunciar favoravelmente poderá ser reconhecido um ativo e o respetivo rendimento (este rendimento não
deve ser deduzido ao custo reconhecido com o abate)
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Alteração de Estimativa – Período de Vida Útil


Exemplo 1
Uma entidade adquiriu um equipamento básico por 400.000€, a que não atribuiu valor residual, estimando
em 10 anos o período de vida útil. Em 31/12/N o equipamento tem uma depreciação acumulada relativa a
4 anos utilizando o método da linha reta. Em 31/12/N+1, antes do cálculo da depreciação do período, a
entidade procedeu a uma revisão do período da vida útil do equipamento, a qual foi alterada para 12 anos
• Custo de aquisição = 400.000 €
• Nº de anos de vida útil = 10 anos
• Depreciação acumulada em 31/12/N = (400.000€/10)*4 = 160.000€ (40.000€/ano, durante 4 anos)
• Quantia escriturada em 31/12/N+1 = 400.000€ - 160.000€ = 240.000€
• Nº de anos que falta depreciar em 31/12/N = 10 – 4 = 6 anos
• Revisão do período de vida útil em N+1 = + 2 anos (12 anos)
• Nº de anos que falta depreciar após alteração da estimativa = 6 + 2 = 8 anos
• Depreciação de cada período = Quantia escriturada/Nº de anos que falta depreciar = 240.000€/8 anos = 30.000€
• Esta alteração vai afetar positivamente os resultados de N+1 a N+6, já que é menor a quota de depreciação (baixa
de 40.000€ para 30.000€); no entanto vai afetar negativamente os resultados de N+7 e N+8, que vão passar a ser
afetados pela quota de depreciação.

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ALTERAÇÃO DE ESTIMATIVA – PERÍODO DE VIDA ÚTIL


Exemplo 2
Um bem do ativo fixo tangível foi adquirido em 2 de Janeiro de N por 20.000 €. A sua vida útil foi estimada em 5 anos.
Considere-se que o bem não tem valor residual e que se optou pela depreciação em linha reta. Em N+2 a vida útil
remanescente foi revista para dois anos (de 5 para 4 anos).
Qual o encargo com depreciação para cada um dos anos da vida útil (N a N+3) ? RESOLUÇÃO:
ANO DEPREC. ANUAL DEPREC. ACUMULADA QUANTIA ESCRITURADA
N 20.000/5 = 4.000 4.000 20.000 – 4.000 = 16.000
N+1 20.000/5 = 4.000 8.000 20.000 – 8.000 = 12.000
N+2 12.000/2 = 6.000 14.000 20.000 – 14.000 = 6.000
N+3 12.000/2 = 6.000 20.000 20.000 – 20.000 = 0
20.000
Note-se que o ajustamento da depreciação (alteração de estimativa) é efetuado de forma prospetiva, isto é, apenas
altera a depreciação corrente e futura em relação ao nº de anos de vida útil remanescente do bem (cf. §§ 32-33 da
NCP2).
Não se pode efectuar qualquer ajustamento às depreciações anteriores uma vez que o encargo calculado nesses anos
tinha por base a vida útil estimada na altura, não existindo, portanto, qualquer erro de elaboração das contas de anos
anteriores; o que ocorreu foi uma alteração da estimativa, originada pela evolução tecnológica, planos da empresa ou
outras razões
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Em complemento ver :
• FAQ 25 - As quantias escrituradas dos bens do ativo fixo tangível
totalmente depreciados podem ser atualizadas na data de transição para
o SNC-AP? (Aprovada pelo CNCP em 27 de dezembro de 2017)

• FAQ 36 - Como devem ser reconhecidos os bens de investimento nos


Serviços Municipalizados ou Intermunicipalizados? (Aprovada pelo CNCP
em 27 de junho de 2018)

• FAQ 44: Como devem ser atualizadas as vidas úteis dos edifícios e outras
construções na transição para o SNC-AP? (Aprovada pelo CNCP em 16 de
fevereiro de 2021)
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03/02/2023

PERDAS POR IMPARIDADE


§ 57—PARA UMA ENTIDADE DETERMINAR SE UM BEM
DO ATIVO FIXO TANGÍVEL ESTÁ OU NÃO EM
IMPARIDADE, DEVE APLICAR A NCP 9—IMPARIDADE
DE ATIVOS.

(§ 59) As imparidades ou perdas de bens do ativo fixo


tangível…… devem ser contabilizados da seguinte forma:
(a) A IMPARIDADE DE BENS DO ATIVO FIXO TANGÍVEL DEVE
SER RECONHECIDA DE ACORDO COM A NCP 9;
(b) …
(c) ….
(d) ----

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IMPARIDADE DE ATIVOS
Exemplos de perdas por
imparidade sobre AFT
1) Máquina que não consegue
produzir a quantidade de
De acordo com a NCP 9 as entidades unidades inicialmente
devem, em cada data de relato, verificar estimada (a máquina está
se existe alguma indicação de que sobrevalorizada);
alguns dos seus ativos se encontram 2) Máquina que deixa de produzir
sobreavaliados as unidades estimadas por
decisão de gestão e não é
adaptável a outro produto (a
Caso afirmativo, deve ser elaborada uma máquina torna-se obsoleta);
estimativa sobre o potencial de VALOR 3) Software de faturação deixa de
RECUPERÁVEL estar certificado (não pode ser
utilizado por disposição legal).

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IMPARIDADE é IMPARIDADE NCP 9

(débito: 655- PI em AFT; crédito: 439 – PIA ) …


uma perda de benefícios económicos futuros
ou potencial de serviço de um ativo (… redução PERDA
do ativo …. gasto) INESPERADA
para além do reconhecimento sistemático da (ANORMAL) DE
perda dos benefícios económicos futuros ou
potencial de serviço desse ativo por via da VALOR DE UM
depreciação.
ATIVO

Um pequeno exemplo:
Uma entidade compra uma máquina para fazer determinado produto. Desse produto advém um fluxo de caixa
estimado decorrente da sua venda, que recupere os custos de produção (incluindo a depreciação da máquina).
Suponhamos agora que um concorrente adquire uma máquina para fazer o mesmo produto, com custos mais
baixos, que implica uma diminuição do nosso fluxo de caixa, já que a nossa empresa vai perder quota de
mercado.
A nossa máquina perdeu valor, ou porque deixa de haver um mercado liquido para ela ou porque o seu valor de
uso é menor.
A máquina, neste caso, está em imparidade.
Arménio F. Bernardes 21

NCP 9

PERDA POR IMPARIDADE § 43—A quantia escriturada de um ativo deve


É a redução da quantia escriturada (o valor ser reduzida para a sua quantia recuperável de
serviço se, e apenas se, a quantia recuperável de
contabilístico) de um ativo para a sua quantia serviço for menor do que a quantia escriturada.
recuperável, quando esta fica inferior àquela. Essa redução é uma perda por imparidade.

QUANTIA ESCRITURADA PERDA POR IMPARIDADE


(QE)
Custo ou outro – DA - PIA
> QUANTIA RECUPERÁVEL
(QR)
=
QE – QR
(reduz a QE para QR)
É O MAIOR ENTRE:
A redução é feita a
partir da verificação de
INDÍCIOS DE JUSTO VALOR
IMPARIDADE - VALOR DE USO
(ver NCP 9, $$ 58-64) CUSTOS DE ALIENAÇÃO

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03/02/2023

VALOR DE USO DE UM ATIVO


DE UM ATIVO
NÃO GERADOR DE CAIXA DE UM ATIVO
• Valor presente do potencial de serviço GERADOR DE CAIXA
remanescente do ativo (ou seja, a sua quantia Valor presente da estimativa
recuperável porque, neste caso o VRL = 0) dos fluxos de caixa futuros que
• Tal valor presente é determinado utilizando qualquer a entidade espera obter do
das seguintes abordagens, conforme apropriado: ativo, considerando a taxa de
 Abordagem pelo custo de reposição depreciado juro corrente considerando o
($$37-39) (único considerado na NCP-PE) risco da entidade
 Abordagem pelo custo de restauro ($40) ($$ 73 e seguintes)
 Abordagem pelas unidades de serviço ($41)

Arménio F. Bernardes 23

Perda por imparidade de um


ATIVO GERADOR DE CAIXA
A entidade municipal de transportes urbanos de passageiros tem na sua frota um veículo que sofreu uma grave
avaria no motor. A viatura foi reparada mas perdeu a capacidade de fazer todos os percursos que fazia até à data.
A sua quantia escriturada, à data de relato, era de 30.000€ e o seu valor residual em N+3 estima-se em 1.000€.
A expectativa de cash-flow líquido de exploração (recebimentos - pagamentos de exploração) resultante a uma
utilização nos anos restantes da sua vida útil, é:

Rubricas N+1 N+2 N+3 Uma eventual venda geraria 15.000€, já


líquidos da comissão de venda. A taxa de
Cash-flow líquido de exploração 8.000 7.000 2.000 desconto a utilizar é de 5%, taxa de mercado
Valor residual do equipamento 1.000 para investimentos similares.

Justo valor menos custo de alienação = 15.000


Fluxo de tesouraria 8 000 7 000 3 000 O valor de uso (16.560) é superior ao justo
1/1,051 1/1,052 1/1,053 valor menos comissões (15.000). A quantia
Fator de atualização (taxa de 5%)
0,95238 0,90703 0,86384 recuperável é o maior destes dois: 16.560.
Fluxo de tesouraria descontado 7.619 6.349 2.592 Deste modo, a perda por imparidade é de
Total do fluxo de tesouraria 30.000 – 16.560 = 13.440€
16.560 =VAL(5%;8000;7000;3000)
descontado (valor de uso)
Arménio F. Bernardes 24

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03/02/2023

ABORDAGEM PELO CUSTO DE REPOSIÇÃO DEPRECIADO


Exemplo: Alterações significativas de longo prazo com um efeito adverso na entidade quanto à extensão
de uso do ativo – Escola parcialmente fechada

Avaliação da imparidade
Em 1986, o Ministério da Educação construiu uma escola secundária com 2 pisos cujo custo acendeu a 4.000.000 de
euros. A vida útil estimada da escola é 45 anos. Em 2020, o número de matrículas baixou de 1.000 para 200 o qual se
ficou a dever à mudança da população para outra área em resultado da falência do maior empregador da área onde
se localiza a escola. O ministério decidiu encerrar o piso superior da escola por não existirem espectativas que as
matrículas aumentem no futuro de tal forma que a escola venha novamente a ser utilizada nos dois pisos. O custo de
reposição corrente de uma escola com um piso é de 1.800.000 euros. O indicador de imparidade é o facto de a
extensão de uso da escola ter alterado de 2 para 1 piso em resultado da passagem de 1.000 para 200 alunos. A
redução da extensão de uso é significativa e prevê-se que a ocupação se mantenha reduzida no futuro. A perda por
imparidade é determinada como segue:
1) Custo de aquisição, 1986 4 000 000
2) Depreciação acumulada, 2020 (Custo de aquisição x 34 / 45) 3 022 222
3) Quantia escriturada, 2020 977 778
4) Custo de reposição 1 800 000
5) Depreciação acumulada, 2020 (Custo de reposição x 34 / 45) 1 360 000
6) Quantia recuperável de serviço 440 000
7) Perda por imparidade 3) – 6) 557 778

ABORDAGEM PELO CUSTO DE RESTAURO


Dano físico – Autocarro danificado por acidente
(1) Custo de aquisição 150.000
No ano N-4 o município Z adquiriu um autocarro
para transportar os alunos do ensino básico que (2) Depreciação acumulada (5 anos/10anos)*(1) 75.000
residem a mais de 20 quilómetros do (3) Quantia escriturada (1)-(2) 75.000
Agrupamento de Escolas do Concelho, não
(4) Custo de reposição 200.000
cobrando qualquer preço pelo serviço prestado. O
custo de aquisição foi de 150.000€ e a vida útil é (5) Depreciação acumulada (5 anos/10anos)*(4) 100.000
de 10 anos. (6) Cº de reposição depreciado (sem danos) (4)-(5) 100.000
No ano N o autocarro sofreu um acidente,
felizmente sem consequências para os alunos (7) Custo de restauro 40.000
transportados, sendo necessária uma reparação (8) Quantia recuperável de serviço (6)-(7) 60.000
(restauro) no valor de 40.000€ para que o (9) Perda por imparidade (3)-(8>0 15.000
autocarro volte a estar em condições de
circulação. O custo do autocarro novo para prestar 655 Perdas por imparidade em AFT 15.000
serviço idêntico ascende a 200.000€.
Admitindo que não é possível calcular o justo valor 439 Perdas por imparidade acumuladas 15.000
menos custos de vender, calcule o valor de uso
deste ativo não gerador de caixa, aplicando a A quantia escriturada do autocarro passa a ser:
abordagem pelo custo de restauro. 150.000 – 75.000 – 15.000 = 60.000
Caso não ocorram mais imparidades, a depreciação do período
passa a ser 60.000/5 = 12.000

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03/02/2023

ABORDAGEM PELAS UNIDADES DE SERVIÇO


Alterações significativas de longo prazo com um efeito adverso na entidade quanto à extensão de uso do
ativo – Edifício parcialmente não ocupado no futuro previsível
Avaliação da imparidade
Em 1998, o Ministério da Economia comprou um edifício administrativo com quinze pisos que custou 45.000.000 de
euros. A vida útil estimada do edifício é 50 anos. Em 2014, uma regulamentação europeia relativa a segurança exige que
os três últimos pisos devam ficar desocupados no futuro. O justo valor menos custos de vender do edifício é de
25.000.000 euros. O custo de reposição corrente de um edifício similar de 15 pisos é de 55.000.000 de euros. O
indicador de imparidade é a alteração do uso de 15 para 12 pisos. Esta redução de uso é significativa e prevê-se que se
mantenha no futuro. A perda por imparidade é determinada como segue:
1) Custo de aquisição, 1998 45 000 000
2) Depreciação acumulada, 2014 (Custo de aquisição x 16 / 50) 14 400 000
3) Quantia escriturada, 2014 30 600 000
4) Custo de reposição (de um edifício similar) 55 000 000
5) Depreciação acumulada, 2014 (Custo de reposição x 16 / 50) 17 600 000
6) Custo de reposição depreciado antes do ajustamento pelas unidades de serviço remanescentes 37 400 000
7) Valor de uso do edifício depois da entrada em vigor da regulamentação (custo de reposição depreciado x 12 / 15) 29 920 000
8) Justo valor menos custos de vender 25 000 000
9) Quantia recuperável de serviço (maior entre os dois últimos) 29 920 000
10) Perda por imparidade 3) – 9) 680 000

AJUSTAMENTO DA DEPRECIAÇÃO
Uma perda por imparidade deve ser reconhecida …. diminui a QUANTIA ESCRITURADA
imediatamente nos resultados (NCP 9, § 44) (Cº Aquisição ou outro – DA – PIA)
(débito: 655- PI em AFT; crédito: 439 – PIA ) … para a QUANTIA RECUPERÁVEL

§ 46 da NCP 9 —Após o reconhecimento de uma PERDA POR


Alterações da quantia escriturada IMPARIDADE, o encargo da depreciação (amortização) do ativo
após o reconhecimento de uma deve ser ajustado em períodos futuros para imputar a QUANTIA
perda por imparidade implicam
ESCRITURADA REVISTA do ativo, menos o seu valor residual (se
uma revisão das quantias
reconhecidas como depreciação.
houver), numa base sistemática durante a sua vida útil
remanescente.
Admitamos um ativo fixo tangível adquirido no início do ano N por 50.000€, com vida útil de 5 anos. No método da linha
reta reconhecemos como depreciação desse ano uma quantia anual de 50.000/5 = 10.000€ (quantia escriturada no final de
N: 50.000 € – 10.000 € = 40.000 €)
Ao reconhecer uma perda por imparidade de 15.000€ no ano N+1 (antes do registo da depreciação), o valor escriturado
desse ativo passaria para 40.000 - 15.000 = 25.000, pelo que, mantendo a estimativa de vida útil, a depreciação anual
passaria a ser de 25.000/4 = 6.250€.
Arménio F. Bernardes 28

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03/02/2023

REVERSÃO DE UMA PERDA POR IMPARIDADE


(NCP 9)

§47—Uma entidade deve avaliar


§ 52 — Se houver um indício de que uma
em cada data de relato se há
perda por imparidade reconhecida
qualquer indício de que uma perda
relativamente a um ativo possa ter
por imparidade reconhecida em
diminuído ou deixado de existir, tal pode
períodos anteriores possa ter
indicar que a vida útil remanescente, o
diminuído ou deixado de existir.
método de depreciação (amortização) ou o
Verificando-se tal indício, a
valor residual pode necessitar de ser revisto
entidade deve apurar a quantia
e ajustado de acordo com a NCP aplicável ao
recuperável estimada de serviço
ativo……
desse ativo.
(NCP 9)

Arménio F. Bernardes 29

REVERSÃO DE UMA PERDA POR IMPARIDADE (NCP 9)

§ 53—Uma perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores


relativamente a um ativo deve ser revertida se, e apenas se, houver uma
alteração nas estimativas usadas para determinar a quantia recuperável
de serviço do ativo desde a última perda por imparidade reconhecida.

Se for este o caso, a QUANTIA ….. aumenta a QUANTIA ESCRITURADA


ESCRITURADA DO ATIVO DEVE, SER para a QUANTIA RECUPERÁVEL
AUMENTADA PARA A SUA QUANTIA (acrescida)
RECUPERÁVEL.
QE = Custo ou outro – DA – PIA
Esse aumento
Como PIA diminuiu, QE aumenta e fica
(débito 439 - PIA; crédito 7625) QE = QUANTIA RECUPERÁVEL
é uma REVERSÃO DE UMA PERDA POR
IMPARIDADE RESSALVA: como descrito no § 55
Arménio F. Bernardes 30

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03/02/2023

REVERSÃO DE UMA PERDA POR IMPARIDADE


A reversão de uma PI faz aumentar a QUANTIA ESCRITURADA (QEA) para a
QUANTIA RECUPERÁVEL ….
• … mas HÁ UM LIMITE PARA ESSE AUMENTO!

A QUANTIA ESCRITURADA ACRESCIDA (QEA) de um ativo que seja atribuível a uma reversão de uma
perda por imparidade NÃO DEVE EXCEDER a quantia escriturada que teria sido determinada (líquida
de depreciação ou amortização) se não tivesse sido reconhecida perda por imparidade no ativo em
períodos anteriores (QE) (NCP9, §55)

NCP9, § 57 —Após o reconhecimento de uma REVERSÃO DE UMA PERDA POR


IMPARIDADE, o encargo da depreciação (amortização) do ativo deve ser ajustado em
períodos futuros para imputar a QUANTIA ESCRITURADA REVISTA do ativo, menos o seu
valor residual (se o houver), numa base sistemática durante a sua VIDA ÚTIL
REMANESCENTE.

Arménio F. Bernardes 31

Exemplo – Reversão de perda por imparidade


• O município ALFA comprou a pronto pagamento em Janeiro de N por 225.000€, um equipamento
informático (uma unidade central de processamento) (conta 43511) cuja vida útil foi definida em 4
anos (conforme CC2) (sem valor residual) . A entidade utiliza o método da linha reta no cálculo das
depreciações do equipamento. Suponha que não é possível determinar o valor de uso do equipamento
(a quantia recuperável é, pois, o valor realizável líquido).
• O seu valor líquido de mercado era de 175.000€, 95.000€ e 60.000€ em, respetivamente, dezembro de
N, dezembro de N+1 e dezembro de N+2.
• O que fazer em Dezº de N, Dezº N+1 e Dezº de N+2?
PLANO DE DEPRECIAÇÕES Dez N Dez N+1 Há que reconhecer uma PI em Dez
Quantia escriturada inicial 225 000 168 750 N+1 (655 a 439)
Depreciação anual 56 250 56 250 por 17.500 = 112.500 – 95.000.
Depreciação acumulada 56 250 112 500 A quantia escriturada revista diminui
Quantia escriturada final (sem PI) 168 750 112 500 para
Valor recuperável (VR) 175 000 95 000
95.000 = 112.500 – 17.500 = VR
De acordo com o § 46 da NCP 9, após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o encargo
da depreciação do AFT deve ser ajustado em períodos futuros para imputar a quantia escriturada
revista do ativo (95.000), menos o seu valor residual (se houver), numa base sistemática durante a
sua vida útil remanescente (2 anos, N+2 e N+3). Ou seja, o encargo de depreciação passa de 56.250
para 47.500 (95.000/2 anos)
Arménio F. Bernardes 32

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03/02/2023

Exemplo – Reversão de perda por imparidade


Dez N Dez N+1 Dez N+2 Dez N+3
Quantia escriturada inicial 225 000 168 750 112 500 56 250
PLANO Depreciação anual 56 250 56 250 56 250 56 250
SEM PI Depreciação acumulada 56 250 112 500 168 750 225 000
Quantia escriturada final (sem PI) 168 750 112 500 56 250 0
Valor recuperável 175 000 95 000 60 000
Perda por imparidade 0 17 500 0 0
PLANO
Encargo de depreciação revisto 47.500 56.250
COM PI e
Quantia escriturada revista 168.750 95.000 47.500 0
REVERSÃO
Reversão da PI 8.750 = 56.250 - 47500
Quantia escriturada após reversão 56.250 = 47.500 + 8.750
Em Dez de N+2 a quantia escriturada revista passa para 47.500, inferior ao valor recuperável (60.000) pelo que há que reverter a PI – por
quanto?
De acordo com o § 55 da NCP 9 a quantia escriturada acrescida de um AFT que seja atribuível a uma reversão de uma perda por
imparidade, não deve exceder a quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de depreciação) se não tivesse sido
reconhecida perda por imparidade no ativo em períodos anteriores. Se não tivesse ocorrido a imparidade em N+1 a quantia escriturada
seria agora de 56.250, pelo que a reversão deve ser feita por 8.750 = 56 250 – 47.500
Feita a reversão da PI por 8.750€, em Dez de N+2 (439 a 7625)
 a conta 429 – Depreciações acumuladas tem o saldo credor de 160.000 € (56.250€ + 56.250€ + 47.500€)
 a conta 439 – Perdas por imparidade acumuladas fica com um saldo credor de 8.750 € (17.500€ - 8.750€)
 Quantia escriturada = 225.000 €– 160.000 € - 8.750 € = 56.250 € (corresponde à depreciação a reconhecer em N+3)
Arménio F. Bernardes 33

Modelo da
REVALORIZAÇÃO
SNC (NCRF 7):
31 — Após o reconhecimento como um ativo, um item do ativo fixo
tangível cujo justo valor possa ser mensurado fiavelmente deve ser
escriturado por uma quantia revalorizada, que é o seu JUSTO VALOR (avaliado por peritos
qualificados) À DATA
DA REVALORIZAÇÃO menos qualquer depreciação acumulada subsequente
e perdas por imparidade acumuladas subsequentes.
As revalorizações
devem ser feitas com suficiente regularidade para assegurar que a quantia
escriturada não difira materialmente daquela que seria determinada pelo
uso do justo valor à data do balanço.

Arménio F. Bernardes 34

17
03/02/2023

Mensuração subsequente ao reconhecimento inicial


MODELO DA REVALORIZAÇÃO
NÃO FALA DE JUSTO VALOR!
Em algumas circunstâncias os ativos fixos (trata-se aqui de refletir na
tangíveis podem ser objeto de revalorização de Contabilidade as alterações do valor da
acordo com critérios e parâmetros a definir em moeda por efeito da inflação)
DISPOSITIVO LEGAL ADEQUADO

Registo do Ativo =
Quantia Revalorizada - Depreciações
Pressupõe a determinação, à data
Acumuladas - Perdas por imparidade
da revalorização, da VIDA ÚTIL
acumuladas REMANESCENTE DO ATIVO (§35)
e implica DEPRECIAÇÕES SOBRE A
QUANTIA REVALORIZADA (§41)

Arménio F. Bernardes 35

MODELO DA REVALORIZAÇÃO
Se um bem do ativo fixo tangível for revalorizado, toda Por exemplo se se proceder à
revalorização de um
A CLASSE A QUE ESSE ATIVO PERTENCE determinado equipamento
deve ser revalorizada (§ 37) básico todos os items desse
grupo devem ser considerados
nesse processo e não apenas
Essa revalorização deve ocorrer simultaneamente determinado equipamento
específico
para todos os bens dentro da classe para EVITAR:

Revalorizações seletivas de ativos

Relatar quantias nas demonstrações financeiras que incluam


custos e valores obtidos em datas diferentes.

Arménio F. Bernardes 36

18
03/02/2023

MODELOS DA REVALORIZAÇÃO (§ 36)


Terrenos e Edifícios - ELIMINAÇÃO
A DA é ELIMINADA contra a quantia escriturada bruta do ativo,
Duas formas de sendo a quantia líquida reexpressa para a quantia revalorizada
TRATAR a do ativo.
depreciação … em função de critérios e parâmetros
acumulada a estabelecer em dispositivo legal adequado
(DA)(c/ 438)
Outros AFT- REEXPRESSÃO PROPORCIONAL
à data da
A DA é REEXPRESSA proporcionalmente à alteração na quantia
revalorização
bruta registada do ativo, a fim de que a quantia escriturada do
ativo após a revalorização (quantia líquida) iguale a sua quantia
revalorizada.
Este método deve ser usado por aplicação de um índice ao seu
CUSTO DE REPOSIÇÃO DEPRECIADO.
Arménio F. Bernardes 37

Método da ELIMINAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO


4321 – Habitações para serviços
Terrenos e Edifícios Cº Aquisição 1.000.000 1) de 43821 600.000
2) a 581 100.000
1) Anulam-se as depreciações acumuladas transferindo-as para a QUANTIA REVALORIZADA = 500.000
correspondente conta de Ativos Fixos Tangíveis (débito 438;
crédito 43x) - obtendo-se a quantia do Ativo, líquida de
depreciações (no exemplo: 400.000) 43821 – Deprec. acumuladas de Habitações … para serviços
 O dispositivo legal fixa por exemplo um índice de (vida útil: 50 anos, taxa de 2% ao ano: 20.000) (Ano 30)
revalorização entre a data da aquisição e a data da 1) a 4321 600.000 Dep. Acumul. 600.000
revalorização; esse índice é aplicado à quantia líquida para 3) de 642 25.000
obter a quantia revalorizada (exemplo: 1,25*400.000 =
500.000)
2) Aumenta-se ao referido valor líquido (débito 43x) a quantia 581 – Reavaliações decorrentes de diplomas legais
necessária para o fazer elevar para a quantia revalorizada
calculada em 2). A quantia do aumento corresponde ao 2) de 4321 100.000
EXCEDENTE DE REVALORIZAÇÃO (58); se for uma redução, deve
ser tratada como PERDA POR IMPARIDADE (c/655) 642 – Gastos de depreciação em AFT
3) As depreciações de anos seguintes (para a vida útil (500.000 / 20 anos = 25.000)
remanescente) são calculadas sobre a quantia revalorizada. O 3) a 43821 25.000
aumento da depreciação anual incorpora o efeito da
revalorização sobre os resultados (realização da revalorização Ao custo histórico = 20.000; ao valor revalorizado = 25.000
pelo uso) Acréscimo anual = 5.000
Arménio F. Bernardes 38

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03/02/2023

Método da 4341 – Equipamento de transporte ferroviário (carruagens)


REEXPRESSÃO PROPORCIONAL Cº Aquisição 500.000
1) a 581 75.000
Outros AFT
 Na data da revalorização, há que apurar o Custo de Reposição Quantia escriturada antes da revalorização = 200.000
Depreciado do bem. Exemplo: custo de reposição na data da Quantia escriturada após a revalorização =
revalorização = 550.000; depreciações recalculadas para esse custo = 575.000 – 345.000 = 230.000 = Quantia revalorizada
330.000; cº de reposição depreciado = 220.000.
 O diploma que autoriza a revalorização fixa um índice de 43841 – Deprec. acumuladas de Carruagens
revalorização (exº 1,045) a aplicar ao custo de reposição depreciado = (vida útil: 20 anos, taxa de 5% ao ano = 25.000) (Ano 12)
220.000*1,045 = 230.000 ou seja 15% acima do valor escriturado Dep. Acumul. 300.000
atual (200.000) 1a) de 581 45.000
1) Aplicam-se os 15% quer ao custo de aquisição (15%*500.000 = 2) de 642 28.750
75.000) quer às depreciações acumuladas (15%*300.000 = 45.000)
2) A diferença entre o aumento de valor do elemento e o aumento do 581 – Reavaliações decorrentes de diplomas legais
valor das respetivas depreciações acumuladas corresponde ao 1a) a 43841 45.000 1) de 4341 75.000
EXCEDENTE DE REVALORIZAÇÃO (tal como no método anterior,
neste caso 30.000) (se for uma redução, deve ser tratada como
PERDA POR IMPARIDADE (c/655) 642 – Gastos de depreciação em AFT
(230.000/8 anos = 28.750/ano)
 As depreciações de anos seguintes são calculadas sobre a quantia
revalorizada. O aumento da depreciação anual incorpora o efeito da 2) a 43841 28.750
revalorização sobre os resultados (realização da revalorização pelo
Ao custo histórico = 25.000; ao valor revalorizado = 28.750
uso)
Acréscimo anual = 3.750
39
Arménio F. Bernardes

Depreciações posteriores à revalorização


As depreciações posteriores
à revalorização são
calculadas com base nos As depreciações de
valores reavaliados e para a exercício integram, nesse
vida útil remanescente caso:

Uma quota parte relativa à depreciação


Uma quota-parte relativa à do acréscimo gerado pela
depreciação da quantia do revalorização (esta parte considera-se
Custo Histórico REALIZADA e deve ser transferida para
a conta 56 - Resultados Transitados)

Arménio F. Bernardes 40

20
03/02/2023

TRATAMENTO DA REVALORIZAÇÃO
(§ 18 da NCP 2)

A aplicação inicial de uma política para revalorizar


ativos em conformidade com a NCP 5—Ativos
Fixos Tangíveis ou a NCP 3 —Ativos Intangíveis, é uma
alteração numa política contabilística a tratar como uma
revalorização de acordo com essas Normas, e não de
acordo com a NCP 2.

Arménio F. Bernardes 41

TRATAMENTO DA REVALORIZAÇÃO
Se a quantia escriturada de um ativo fixo tangível for
REDUZIDA em consequência de uma revalorização, a
redução deve ser reconhecida nos resultados (655 Perdas
por imparidade em AFT a 439X - PIA)
Porém, essa redução deve ser reconhecida diretamente no
património líquido (c/58) até ao limite de qualquer saldo credor
existente no excedente de revalorização desse mesmo ativo.

POR EXEMPLO:
Numa anterior revalorização o ativo foi aumentado em 50.000, valor reconhecido no
Património Líquido (c/58); se numa nova revalorização o ativo diminui 60.000 então
50.000 vão a Património líquido (débito c/58) e 10.000 a Resultados (c/ 655 por cª de 439)
Arménio F. Bernardes 42

21
03/02/2023

TRATAMENTO DA REVALORIZAÇÃO
Se a quantia escriturada de um ativo fixo tangível for AUMENTADA em
consequência de uma revalorização, o aumento deve ser creditado
diretamente no património líquido como EXCEDENTES DE REVALORIZAÇÃO
(conta 58)
Porém, este aumento deve ser inicialmente reconhecido
nos resultados (subcontas da conta 762 Reversões de
perdas por imparidade) até ao limite em que reverta
uma redução de revalorização do mesmo ativo
anteriormente reconhecida nos resultados.
EXEMPLO:
Numa anterior revalorização o ativo foi reduzido em 40.000, valor reconhecido em resultados
(conta 655 – PI em AFT); se numa nova revalorização o ativo aumenta 60.000 então 40.000 vão
a resultados (7625 – reversão de PI em AFT) e 20.000 a Património líquido (c/58).
Arménio F. Bernardes 43

TRATAMENTO DA REVALORIZAÇÃO
Aumento do Valor de Balanço por Cr. Património Líquido (43X a 58)
REVALORIZAÇÃO i)

i) Creditado em RENDIMENTOS (c/7625 contrapª 439) até ao montante reconhecido como


GASTO em anteriores diminuições do valor de balanço, sendo o remanescente reconhecido em
PATRIMÓNIO LÍQUIDO (58 - Excedentes de Revalorização)

Diminuição do Valor de Balanço por Gastos


reavaliação (655 – PI em AFT) a 439 (PIA)
ii)

ii) Debitado no PATRIMÓNIO LÍQUIDO até ao montante creditado anteriormente por aumento do
valor de balanço sendo o remanescente debitado em GASTOS (655 a 439)

Arménio F. Bernardes 44

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03/02/2023

AJUSTAMENTO TRATAMENTO
DA REVALORIZAÇÃO
ACRÉSCIMO (exº 60.000) DECRÉSCIMO (exº 40.000)

ATIVOS SEM ATIVOS COM ATIVOS ATIVOS ANTES


IMPARIDADE IMPARIDADE AO CUSTO REVALORIZADOS
RECONHECIDA RECONHECIDA (exº 25.000)
(exº 25.000) DEBITAR
1º Excedentes de
CREDITAR DEBITAR Revalorização (58), se
CREDITAR
1º Resultados Resultados esta conta apresentar
Excedentes de
(439 a 7625), ( 65.5 a 43.9) saldo credor (25.000)
Revalorização
pela reversão da (40.000) e, se necessário,
(43X a 58)
imparidade (25.000) 2º O restante em
(60.000)
2º Conta 58, pelo Resultados
excedente (65.5 a 43.9)
(43X a 58) (15.000)
(35.000)

Arménio F. Bernardes 45

DESTINO DO EXCEDENTE DE REVALORIZAÇÃO (§41)


Parte ou a totalidade do excedente de revalorização incluído no
património líquido (58) relativo a ativos fixos tangíveis pode ser
transferido diretamente para resultados transitados (56) REALIZAÇÃO DO
quando os ativos forem DESRECONHECIDOS. EXCEDENTE
Tal pode ocorrer:

Quando o ativo com o qual o excedente se relaciona for As transferências dos


abatido ou alienado (TOTALIDADE DO SALDO DA C/58) excedentes de
revalorização (58) para
Quando o ativo ainda estiver a ser utilizado pela entidade. resultados transitados
Neste caso, PARTE DO EXCEDENTE pode ser transferido para (56) não devem passar
resultados transitados. A quantia do excedente a transferir será a pelos resultados do
diferença entre a depreciação baseada na quantia escriturada período.
revalorizada do ativo e a depreciação baseada no seu custo inicial.
Arménio F. Bernardes 46

23
03/02/2023

Exemplo de Revalorização
Foi publicado um decreto-lei que estipula uma revalorização geral dos edifícios adquiridos e
contabilizados antes de 1990, não classificados como bens de domínio público.
A entidade Alfa possui nos seus ativos fixos tangíveis um edifício onde desenvolve as suas atividades,
de acordo com a sua missão e atribuições. O edifício foi adquirido em 1980 por €500.000, tendo sido
estimada uma vida útil de 50 anos (depreciação anual = € 10.000)
Aplicando as disposições do decreto-lei, o justo valor do edifício, no ano de 2017, ascende a
€750.000.
Pretende-se que proceda à contabilização da revalorização do edifício, nos termos da NCP 5.

a) Cálculos:
Depreciações acumuladas = 500.000€/50 x 37 anos = 370.000€
Quantia escriturada à data da revalorização = 500.000€ – 370.000€ = 130.000€
Excedente de revalorização = 750.000€ – 130.000€ = 620.000€

Depreciação anual depois da revalorização = 750.000€/13 anos = 57.692 €

Aumento da depreciação anual = 57.692€ - 10.000€ = 47.692€

Arménio F. Bernardes 47

Exemplo Revalorização -Resolução


b) Registo da contabilização da revalorização do edifício:

DÉBITO CRÉDITO
DESCRITIVO
Conta Montante Conta Montante
Pela eliminação das 438 - Depreciações 4321 - Habitações e
370.000 € 370.000 €
depreciações acumuladas acumuladas edificações para serviços
4321 - Habitações e 5813 - Reavaliações
Acréscimo do valor do
edificações para 620.000 € decorrentes de diplomas 620.000 €
edifício
serviços legais
c) Registo da contabilização da depreciação do ano:

642 - Gastos de 43821 – Depreciações


Gastos de depreciação do
depreciação e de 57.692 € acumuladas de habitações e 57.692 €
ano
amortização - AFT edificações para serviços
5813 Reavaliações
Transferência do excedente 5621- Resultados transitados –
decorrentes de 47.692 € 47.692 €
de revalorização Regularizações
diplomas legais
Arménio F. Bernardes 48

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03/02/2023

Exemplo – Revalorizações e Imparidades


Uma entidade pública tem três edifícios no seu património com a seguinte expressão contabilística à data de 31 de
dezembro do ano N. Optou pelo modelo de revalorização, com base em diploma legal que estabeleceu as quantias
revalorizadas que surgem no quadro seguinte:
Edifícios e Outras Construções

Perdas por
Preço de Depreciações Valor líquido Quantias
Items imparidade Ajustamento
Custo acumuladas contabilístico revalorizadas
acumuladas
Edifício A 100.000 20.000 - 80.000 100.000 + 20.000
Edifício B 300.000 100.000 50.000 150.000 210.000 + 10.000
Edifício C 500.000 400.000 - 100.000 100.000 -

Descrição Débito Crédito Valor

Descrição Débito Crédito Valor Reversão da Perda por 43.9.2 7625 50.000
imparidade (B)
Elimin das deprec acumul (A) 43.8.2. 43.2 20.000
A quantia escriturada passa para 200.000
Ajustº do Ativo Líquido (A) 43.2 58.1.1 20.000
Elimin das deprec acumul (B) 43.8.2. 43.2 100.000
Ajustº do Ativo Líquido (B) 43.2 58.1.1 10.000
Arménio F. Bernardes 49

DESRECONHECIMENTO

Arménio F. Bernardes 50

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03/02/2023

DESRECONHECIMENTO
§ 60 - UM BEM DO ATIVO FIXO TANGÍVEL DEVE SER
DESRECONHECIDO:

a) No momento da alienação (incluindo alienação


(

através de uma transação sem contraprestação); ou

(b) Quando não se esperam benefícios económicos futuros


ou potencial de serviço do seu uso ou alienação (abate)

Se um bem for ABATIDO ANTES DO FIM DA SUA VIDA ÚTIL deve ser reconhecida uma
PERDA DE IMPARIDADE (pelas depreciações que ficaram por reconhecer) - , a NCP 9
considera como indício de imparidade a “evidência de obsolescência ou danos físicos no
Ativo” (§ 23, 4.1.2. alª a da NCP 9).
Arménio F. Bernardes 51

DESRECONHECIMENTO 687 Gastos em investimentos não financeiros


6871 Alienações
68711 Propriedades de investimento
68712 Ativos fixos tangíveis
68713 Ativos intangíveis
§ 61 - O rendimento ou gasto decorrente do 6872 Sinistros
desreconhecimento de um bem do ativo fixo tangível 6873 Abates
deve ser determinado como a DIFERENÇA ENTRE O 787 Rendimentos em investimentos não financeiros
PRODUTO LÍQUIDO DA ALIENAÇÃO, SE EXISTIR, E A 7871 Alienações
QUANTIA ESCRITURADA DO ATIVO, ….. 78711 Propriedades de investimento
(68712/6872/6873) ou (78712/7872) 78712 Ativos fixos tangíveis
78713 Ativos intangíveis
(COMPENSAÇÃO DE RENDIMENTOS E GASTOS) 7872 Sinistros

§ 59 (c) - A COMPENSAÇÃO POR TERCEIROS (exº indemnização de seguro) relativa a bens do


ativo fixo tangível que estiverem em imparidade, perdidos ou cedidos deve ser incluída na
determinação dos resultados quando se tornar RECEBÍVEL.
CRÉDITO DE (68712/6872/6873) ou (78712/7872)
Venda para sucata? --- 78712

Arménio F. Bernardes 52

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03/02/2023

ALIENAÇÃO de ativos fixos tangíveis


Nota: Apenas se deverão reconhecer as depreciações até ao período anterior à alienação

Valor
Descritivo Conta a débito Conta a crédito
(u.m.)
Pela desreconhecimento 438-Depreciações Acumuladas 43x-Ativo fixo tangível x
das depreciações registadas
Pela desreconhecimento de 439-Perdas por Imparidades 43x-Ativo fixo tangível Y
eventuais imparidades acumuladas
registadas
AVALIAR SE HOUVE GANHO OU PERDA NA ALIENAÇÂO – para escolher a conta (787 ou 687) a movimentar
Pelo desreconhecimento do 78712- Rendimentos em 43x-Ativo fixo tangível Z
ativo investimentos não financeiros -
Alienações ou 68712- Gastos em
investimentos não financeiros -
Alienações
Pelo Valor da venda 2781- Devedores por alienação 78712- Rendimentos em investimentos não w
de ativos fixos ou 12 Depósitos à financeiros - Alienações ou 68712- Gastos em
ordem investimentos não financeiros - Alienações
Arménio F. Bernardes 53

ABATE de ativos fixos tangíveis


• Apenas se deverão reconhecer as depreciações até ao período anterior ao abate
• Se um bem for abatido antes do fim da sua vida útil deve ser reconhecida uma PERDA DE
IMPARIDADE (pelas depreciações que ficaram por reconhecer)

Valor
Descritivo Conta a débito Conta a crédito
(u.m.)
Pela desreconhecimento 438-Depreciações Acumuladas 43x-Ativo fixo tangível x
das depreciações registadas
Pela desreconhecimento de 439-Perdas por Imparidades 43x-Ativo fixo tangível Y
eventuais imparidades acumuladas
registadas
Pelo desreconhecimento do 655 – Perdas por imparidade 43x-Ativo fixo tangível Z
ativo 6873-Gastos em investimentos
não financeiros-Abates

Arménio F. Bernardes 54

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03/02/2023

Venda de equipamento com ganho – Exemplo 1


Mais ou menos valia:
• A entidade pública X tem um equipamento VV – QE = 54.247,41€ - (60.000€ -
básico (informático), cujo valor de 10.000€) = 4.247,41 (mais valia)
aquisição foi de 60.000€ e regista, neste
momento, depreciações acumuladas no
valor de 10.000€. (ignora-se o IVA)
• A sua venda foi realizada por 54.247,41€
438 Depreciações acumuladas 10.000,00
2111 Clientes c/c 54.247,41
4331 Equipº Básico - Informático 60.000,00
78712 Rendim. e ganhos em investimentos não 4.247,41
financ. – AFT
Arménio F. Bernardes 55

Venda de equipamento com ganho – Exemplo 2


(deprec. linha reta por duodécimos)
Equipamento comprado e com início de utilização em 1 de
outubro do ano 1 por 30.000 €. Vida útil = 5 anos (60
meses); depreciação mensal = 500 € Registos em 1/7 do Ano 3
Venda em 1/7 do ano 3 por 21.000€.
(ignora-se o IVA)
Depreciações acumuladas na data da venda = 7.500 +
3.000 = 10.500 642 Gastos deprec. AFT 3.000
Quantia escriturada = 30.000 – 10.500 = 19.500
438 Deprec. acumuladas 3.000
Resulta portanto uma mais valia de
21.000 – 19.500 = 1.500 Registo da venda
DEPRECIAÇÃO QUANTIA 438 Depreciações 10.500
ANO acumuladas
ACUMU ESCRITURADA NO
ANUAL FINAL DO ANO
LADA 12 Dep. Ordem 21.000
1 1.500 1.500 30.000 – 1.500 = 28.500
433 AFT - Equipº Básico 30.000
2 6.000 7.500 30.000 – 7.500 = 22.500
78712 Rendim. e ganhos em 1.500
3 3.000 10.500 30.000 – 10.500 = 19.500 investimentos não
…. financ. – AFT
Arménio F. Bernardes 56

28
03/02/2023

Venda de equipamento com perda – Exemplo 3


Uma entidade vendeu no ano corrente, N, por 3.500€ a pronto pagamento um
veículo de passageiros que havia comprado em N-3 por 20.000€. O respetivo
veículo foi depreciado à taxa de 25% numa base anual. Contabilize esta operação
Depreciações acumuladas (N-3 a N-1) = 20.000*25%*3 anos = 15.000€
Quantia escriturada = 20.000 – 15.000 = 5.000€
Perda (menos valia) = 3.500 – 5.000 = (1.500€)
(ignora-se o IVA)

4384 Depreciações acumuladas 15.000


12 Dep. Ordem 3.500
68712 Gastos e perdas em investimentos não 1.500
financeiros - alienações de AFT
433 AFT - Equipº Básico 20.000

Arménio F. Bernardes 57

Entrega com retoma – Exemplo 4


Uma entidade adquiriu um veículo ligeiro de mercadorias à Sociedade X, Lda. por 30.000€, acrescidos de IVA à taxa de 23%
(dedutível). Para pagamento entregou os seguintes valores:
• Veículo ligeiro de passageiros que havia adquirido em N-3 por 20.000€, depreciado à taxa de 25% numa base anual, ao qual foi
atribuído o valor de 5.500€
• O cheque nº 150 sobre o Banco Comercial pelo restante.
Veículo entregue como retoma:
Depreciações acumuladas (N-3 a N-1) = 20.000*25%*3 anos = 15.000€
Quantia escriturada = 20.000 – 15.000 = 5.000€
Ganho (mais valia) = valor de retoma – quantia escriturada = 5.500 – 5.000 = 500€
Dívida ao fornecedor = 36.900 (30.000*1,23) – 5.500 = 31.400€

Descrição Débito Crédito Valor


Pelo investimento 43.4 30.000 78712- Rendimentos… Alienações AFT
IVA dedutível 2432 6.900 a 434 - 20.000 de 4384 – 15.000
Fornecedores de investimentos 2711 36.900 de 2711 – 5.500
Abate do ativo (depreciações) 4384 78712 15.000 SALDO CREDOR = 500
Abate do veículo 78712 434 20.000
Pela entrega do veículo 2711 78712 5.500
Pagamento do remanescente 2711 12.2 31.400

Arménio F. Bernardes 58

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03/02/2023

Sinistro com indemnização – Exemplo 5


Em janeiro de N ocorreu um incêndio nas instalações da entidade BETA, tendo resultado a inutilização de uma máquina
eletrónica que havia sido adquirida em N-1 por 10.000€ e já depreciada em 1.000€.
As instalações e respetivos equipamentos tinham seguro que cobria este tipo de incidente, tendo a seguradora
comunicado que pagava 5.000€ a título de indemnização por inutilização do equipamento. Contabilize esta operação

Se um bem for abatido antes do fim da sua Quantia escriturada do equipamento = 10.000 – 1.000 = 9.000€
vida útil deve ser reconhecida uma PERDA (depreciações que ficaram por reconhecer)
DE IMPARIDADE (pelas depreciações que Perda = 9.000 – 5.000 (indemnização) = (4.000€)
ficaram por reconhecer)!

Descrição Débito Crédito Valor


Perda por imparidade (depreciações não reconhecidas) 655 439 9.000
Abate das depreciações acumuladas 43.8.5 435 1.000
Abate das imparidades acumuladas 439 435 9.000
Indemnização (Seguradora = 27.8.1.x) 27.8.1.x 78.7.2 5.000
O saldo das contas 655 e 7872 representa a perda líquida de 4.000
A NCP 1 não admite a compensação na conta 655!

Arménio F. Bernardes 59

Desreconhecimento por Venda – Cº Amortizado


O Município de Monfortinho vai vender alguns fogos que eram do IHRU. O Valor de venda é de 33.108,35 € a pagar
em 240 prestações mensais sem juros, das quais 239 no montante de 137,95€ e a última de 138,30€. O custo de
construção foi de 100.000€, encontrando-se depreciado por 75.000€. Tendo em consideração uma taxa de juro anual
de 4,80% e considerando que a primeira prestação se vence no mês seguinte ao da deliberação da Câmara, elabore o
quadro de amortização e juros e faça o reconhecimento inicial e na cobrança da primeira prestação.

RESOLUÇÃO: A taxa de juro mensal equivalente a 4,8% ao ano é de 0,3914607%. Como se trata da venda de um AFT é
necessário fazer o seu desreconhecimento. Neste caso temos um ganho de 8.108,35€ (33.108,35€ - 25.000,00€). Há
que descontar para o momento inicial o valor das 240 prestações totalizando 33.108,35€ (VAL = 21.442,21€).

Dívida inicial Prestações


Juros
Amortização Dívida final
DÉBITO CRÉDITO
postecipados
Desreconhecimento 438 75.000,00€ 4323 100.000,00€
(4) = (6) = (2)-(5) =
(1) (2) (3) (5) = (3) - (4) MOMENTO por venda 211 33 108,35 € 78712 8 108,35 €
(2)*0,3914607% (2)-(3)+(4)
0 21 442,21 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 21 442,21 € 0 Valor presente dos
1 21 442,21 € 137,95 € 83,94 € 54,01 € 21 388,19 € 68712 11 666,14 € 211 11 666,14 €
recebimentos futuros
2 21 388,19 € 137,95 € 83,73 € 54,22 € 21 333,97 €
Reconhecimento do
3 21 333,97 € 137,95 € 83,51 € 54,44 € 21 279,53 € 211 83,94 € 7911 83,94 €
MOMENTO aumento da dívida
4 21 279,53 € 137,95 € 83,30 € 54,65 € 21 224,88 €
1 Recebimento da 1ª
122 137,95 € 211 137,95 €
prestação
238 410,98 € 137,95 € 1,61 € 136,34 € 274,64 €
239 274,64 € 137,95 € 1,08 € 136,87 € 137,76 € NOTA: no final o impacto sobre o resultado líquido é um ganho
240 137,76 € 138,30 € 0,54 € 137,76 € 0,00 €
TOTAL 33 108,35 € 11 666,14 € 21 442,21 €
Líquido de 8.108,35€
VAL 21 442,21 €
A DIFERIR 11 666,14 €
Arménio F. Bernardes 60

30
03/02/2023

ATIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS


PARA VENDA
Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) 8
Ativos não Correntes Detidos para Venda e Unidades
Operacionais Descontinuadas (versão 2016)

Arménio F. Bernardes 61

ATIVO NÃO CORRENTE DETIDO PARA VENDA (conta 46)


(Existente ou adquirido exclusivamente para venda posterior)
§ 7 — Uma entidade deve classificar um ativo não corrente …. como detido para venda se a
sua quantia escriturada é recuperada principalmente através de uma transação de venda em
lugar de o ser pelo uso continuado.
DUAS CONDIÇÕES (§ 8) :
1. Estar DISPONÍVEL PARA 2. A sua venda ser ALTAMENTE PROVÁVEL
VENDA IMEDIATA NA SUA (significativamente mais do que provável)
CONDIÇÃO PRESENTE

1. A gestão deve estar altamente empenhada num plano para vender o ativo
.
2. A gestão iniciou um programa para localizar um comprador
3. A venda do ativo deve ser amplamente publicitada
4. Deve ser expectável que a venda fique concluída dentro de um ano partir da data da classificação
(salvo circunstâncias não controladas pela entidade)
5. As ações necessárias para concluir o plano devem indicar a improbabilidade de alterações
significativas no mesmo ou de o mesmo ser retirado de uso.

NCRF 8 - Ativos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas (versão 2016)
Arménio F. Bernardes 62

31
03/02/2023

Processo de decisão
ATIVO NÃO CORRENTE

Ativo EXISTENTE Ativo ADQUIRIDO

• Retirado do uso (abandona)? Não Disponível para venda imediata, na condição


• Usa até ao fim da vida económica? atual? Não
• Destina-se a abate?
Sim
A venda é altamente provável? Não NÃO
Sim - Não reclassifica RECLASSIFICA
Sim

Não É expectável a conclusão da venda no


O atraso deve-se a causas fora do prazo de um ano? Não
controlo da entidade?
Sim
Sim
A entidade continua comprometida Sim Reclassificado como
(No CC2 mantém a
com o plano de venda do ativo? ATIVO NÃO CORRENTE
classificação anterior)
DETIDO PARA VENDA
Não – Não reclassifica Arménio F. Bernardes 63

MENSURAÇÃO INICIAL (ATIVO)

Quantia Escriturada Custo de aquisição ou de revalorização menos


depreciações e perdas por imparidade acumuladas

Dos
dois o
MENOR

Justo Valor menos Justo valor menos custos incrementais atribuíveis


diretamente à venda (não gastos financeiros nem impostos)
custos de alienação

Arménio F. Bernardes 64

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03/02/2023

QUANTIA ESCRITURADA versus JUSTO VALOR


Quantia Justo valor
escriturada (menos custos de alienação)
Reconhece a quantia §18 — Quando se espera que a venda ocorra para além de um ano, a
escriturada entidade deve mensurar os custos de alienação pelo seu valor
presente. Qualquer aumento no valor presente dos custos de
Não reconhece qualquer ganho alienação que resulte da passagem do tempo deve ser apresentado
em relação ao justo valor nos resultados como gasto de financiamento.

Quantia Justo valor


escriturada (menos custos de alienação)
Ativo está em
imparidade O Justo valor é a
quantia a reconhecer
Reconhece a
imparidade
Arménio F. Bernardes 65

MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE
§ 26 — Uma entidade não Após o reconhecimento de um ativo não corrente
deve depreciar (ou amortizar) classificado para venda, CESSAM AS DEPRECIAÇÕES,
um ativo não corrente AMORTIZAÇÕES E OUTROS AJUSTAMENTOS, salvo a
análise de eventual PERDA POR IMPARIDADE e
enquanto estiver classificado respetivas REVERSÕES, por alteração do preço de
como detido para venda …… venda esperado ou dos custos associados

Quando for concluída a venda do ativo classificado como detido para venda, deve a entidade, nos
termos do §25:
1) Proceder ao desreconhecimento desse ativo, resultante da sua alienação, seguindo as
disposições relacionadas com a natureza desse ativo (AFT, intangível, financeiro, …)
2) Reconhecer o ganho (78.7.1) ou a perda (68.7.1) gerado pela venda, pela diferença entre
os rendimentos líquidos da alienação e a quantia escriturada do ativo

Arménio F. Bernardes 66

33

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