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TREINAMENTO

ESTRUTURA TARIFÁRIA
NA DISTRIBUIÇÃO
Conceitos da Regulação Tarifária – Aula 1

@rfbcoelho
Rodrigo Coelho

Especialista em Regulação
Servidor e Inspirador

Engenheiro de Projetos e
Construção
Formador e Educador
Engenheiro de Estudo de Mercado
Cronograma
Conceitos de Regulação Tarifária
Aula 1 Formação da Tarifa de Energia Elétrica
Aspectos Gerais do Segmento de Distribuição

Processos Tarifários
Aula 2 Detalhes da Parcela B (Revisão Tarifária)
Detalhes da Parcela A (Reajuste Tarifário)

Estrutura Tarifária
Aula 3 TUSD x TE
Estrutura Vertical & Estrutura Horizontal
O CAMINHO DA ENERGIA ELÉTRICA

Dados de Geração
Dados de Transmissão Dados da Distribuição
É IDEAL QUE A TARIFA SEJA SUFICIENTE PARA?
A INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA (FUTURO):

Hoje: A distribuidora é uma operadora de “REDE”. Fonte: EPE

Futuro: A distribuidora será uma operadora de “SISTEMA”


SISTEMAS DE POTÊNCIA HOJE:

Característica: Não é possível armazenar eletricidade de forma


economicamente viável em larga escala.
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REGULAÇÃO – SEPARAÇÃO DAS ATIVIDADES:
O mais básico dos conceitos

Sistema verticalizado Sistema desverticalizado

Competição

Monopólio Natural
Separação das atividades

Competição
NA PRÁTICA:

Indústrias de Rede – Preços Regulados


SEPARAÇÃO DE PREÇOS – ENERGIA E TRANSPORTE
Após a desverticalização a existência de duas tarifas

Tarifa de Energia

Ambiente “Competitivo”

Tarifa de Uso

Ambiente Regulado
CONTRATO DE CONCESSÃO – TARIFAS APLICÁVEIS

As tarifas definidas no contrato de concessão, em conjunto com as regras de


reajuste e revisão descritas nele, são suficientes para a adequada prestação dos
serviços de distribuição de energia elétrica e manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato. (Proret 3.1/ 3.1-A)
O QUE ESTÁ EMBUTIDO NAS TARIFAS?

+ TRANSMISSÃO
+
GERAÇÃO DE ENERGIA + ENCARGOS SETORIAIS
DISTRIBUIÇÃO E
TRIBUTOS
CONTRATO DE CONCESSÃO – PARCELA A E PARCELA B

Para atendimento a seus consumidores, a distribuidora arca com custos de


naturezas distintas.

Custos Não Gerenciáveis


Parcela A
• Compra de Energia
• Transmissão de Energia
• Encargos Setoriais

Custos Gerenciáveis (Distribuição)


• Operação e Manutenção (O&M) Parcela B
• Investimentos
CONTRATO DE CONCESSÃO – FLUXO FINANCEIRO

Distribuição
Outras
PARCELA B
Receitas
Geração Transmissão Empresa Distribuidora Consumidores

PARCELA A Encargos Tarifas X Mercado


Subsídios
Objetivo: Estabelecer tarifas que, quando aplicadas ao mercado, gere receita
suficiente para que haja equilíbrio econômico financeiro da área de concessão.
REGULAÇÃO – CONCEITOS DE PARCELA A E B:
A conta de luz
TARIFA DE ENERGIA 2022 (com impostos)

APROX. 34%
DOS CUSTOS SÃO
TRIBUTOS E SUBSÍDIOS TARIFA MÉDIA B1 C/ IMPOSTOS 2022
PIS/Cofins;
GERAÇÃO
ICMS; 5,2%
12,5%
Energia;
Encargos; 35,8%
16,1%

Distribuição; Transmissão;
25,0% 5,4%

TRANSMISSÃO
DISTRIBUIÇÃO

Fonte: ANEEL, STR


CONTRATO DE CONCESSÃO – MECANISMOS DE ALTERAÇÃO TARIFÁRIA

Os contratos preveem três mecanismos para que se garanta o equilíbrio


econômico Financeiro da concessão:

➢ Revisão Tarifária Periódica (RTP) – PRORET 2.1/2.1A;


➢ Reajuste Tarifário Anual (RTA) – PRORET 3.1/3.1A;
➢ Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) – PRORET 2.9.
REVISÃO TARIFÁRIA PERIÓDICA (RTP)

A Revisão Tarifária Periódica também é um dos mecanismos de definição do valor da


energia paga pelo consumidor, sendo realizada a cada quatro anos, em média (pode ocorrer a
cada 5 anos, ou 3 anos), de acordo com o contrato de concessão assinado entre as empresas e
o poder concedente. Na revisão periódica são redefinidos o nível eficiente dos custos
operacionais e a remuneração dos investimentos, a chamada Parcela B.
PARCELA B – REVISÃO TARIFÁRIA

CUSTOS OPERACIONAIS
Custos regulatórios necessários para operar e manter:
• todo o sistema de Distribuição - redes, linhas e subestações
• todo atendimento comercial ao cliente

INVESTIMENTOS
Recursos reconhecidos como prudentes para:
• reforços e expansão do sistema de distribuição
• atendimento a novos consumidores
• modernização e substituição de equipamentos
• atualização tecnológica
REVISÃO TARIFÁRIA – REFERÊNCIA METODOLÓGICA
REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL (RTA)

➢ É um dos mecanismos de atualização do valor da energia paga pelo


consumidor, aplicado anualmente, de acordo com fórmula prevista no
contrato de concessão. Seu objetivo é restabelecer o poder de compra
da concessionária;

➢ Para aplicação da fórmula de reajuste são repassadas as variações dos


custos de Parcela A, que são aqueles em que a distribuidora tem
pouca ou nenhuma gestão;

➢ Por contrato, são os custos relacionados à compra de energia elétrica


para atendimento de seu mercado, o valor da transmissão dessa
energia até a área da distribuidora e os encargos setoriais são
anualmente reajustados.
REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL (RTA)
➢ Parcela B, são corrigidos pelo índice de inflação constante no
contrato de concessão (IGP-M ou IPCA), deduzido o Fator X. Os itens
de Parcela B são, basicamente, os custos operacionais das distribuidoras
e os custos relacionados aos investimentos por ela realizados, além da
quota de depreciação de seus ativos e a remuneração regulatória,
valores que são fixados pela ANEEL na época da revisão tarifária

VPA1 = Valor da Parcela A na Data do Reajuste em Processamento (DRP)


VPB0 = Valor da Parcela B na Data de Referência Anterior (DRA)
IVI = Índice de variação da inflação (IPCA/IGPM)
X = Fator X
RA = Receita de Referência na Data do Reajuste Anterior (DRA)
REAJUSTE TARIFÁRIA – REFERÊNCIA METODOLÓGICA
REVISÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA

➢ A pedido da distribuidora, quando algum evento provocar significativo


desequilíbrio econômico-financeiro.

➢ Também pode ser solicitada em casos de criação, alteração ou extinção


de tributos ou encargos legais, após a assinatura dos contratos de
concessão, e desde que o impacto sobre as atividades das empresas
seja devidamente comprovado.

Consequências da MP 579 Conta Covid


REVISÃO EXTRAORDINÁRIA – REFERÊNCIA METODOLÓGICA
O QUE INFLUENCIA NA VARIAÇÃO DA TARIFA?

A tarifa é resultado de dois fatores principais:

➢ Custos para remunerar todo o sistema (Geração, Transmissão,


Distribuição e Encargos); e

➢ Mercado de energia.

Custos R$
Tarifa ----------------------

Mercado MWh

Portanto, a evolução da tarifa depende da evolução desses dois fatores.


FORMAÇÃO DA TARIFA

Tarifa
Custos 100
110
110(R$)
(R$)
(R$)
1,00
1,22
Mercado 100
110
90 (MWh)
(MWh)
R$/ MWh

A combinação de aumento excessivo de despesas e redução de mercado


potencializou o aumento tarifário.
EVOLUÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

Em 2017, foi registrado


o pior nível de
armazenamento do SIN
desde 1996 (histórico
de 22 anos).

Os níveis de
armazenamento
observados entre 2014
e 2018 também
compõem as piores
séries desde 1996.

Fonte: ONS
CRISE HÍDRICA

... durante o período entre 2013 e 2018 houve aumento da


geração térmica para evitar níveis ainda mais críticos de
armazenamento.

Níveis Críticos de Armazenamento Geração Térmica do SIN (MWmed)


15869

14235

Patamar após 2013 12986

11561
11068
10758

Patamar antes de 2013 6168 6151

4162 4287

2967
2224 2443 2329 2298
1990 2132
1751 1852

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: Histórico da Operação (ONS), Elaboração: ANEEL Fonte: Histórico da Operação (ONS), Elaboração: ANEEL
EVOLUÇÃO DO MERCADO DE ENERGIA

Com a crise econômica a partir de


+ 21% - 4% 2014, houve retração do mercado
(5 anos) (5 anos)
de energia elétrica.
DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

➢ 52 concessionárias reguladas pela


ANEEL;

➢ Nível de tensão entre 230.000 e


127 Volts;

➢ Sua função é distribuir a energia


ao mercado varejista e também a
alguns grandes consumidores
(mercado cativo e livre).
DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL (DADOS DE 2021)
Comparação de Tarifas

Variação acumulada de preços de jul/1994 a jun/2020


Comparação de Tarifas

Variação acumulada das componentes das tarifas 2002-2019

Fonte IEA: 2020


Elaboração: Samuel Vieira
Comparação de Tarifas

Fonte IEA: 2020


Elaboração: Samuel Vieira
Comparação de Tarifas

Fonte IEA: 2020


Elaboração: Samuel Vieira
Comparação de Tarifas

Fonte IEA: 2020


Elaboração: Samuel Vieira

Os resultados do caso brasileiro tendem a ser conservadores, pois são utilizadas as tarifas
reguladas estabelecidas pela ANEEL. De fato, como grande parte do mercado industrial
conectado em Alta Tensão adquire energia no Mercado Livre, por racionalidade, os preços de
energia elétrica seriam inferiores aos das tarifas reguladas que são oneradas pelos custos de
confiabilidade, de expansão e de segurança energética.
Contatos

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@rfbcoelho

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