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6 de abril de 2023

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Leitura de faturas de energia para o


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dimensionamento de sistemas FV
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A fatura de energia é o ponto de partida para o dimensionamento de um
sistema fotovoltaico No Brasil Hoje
GD 19,5GW
Autor: Bruno 1 de janeiro de Artigos
Kikumoto 2019 técnicos
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A complexidade do sistema brasileiro de tarifação de energia


elétrica resulta em faturas difíceis de serem entendidas e
analisadas.

O objetivo deste artigo é mostrar como extrair as informações


importantes dessas faturas para o correto dimensionamento de
um sistema fotovoltaico conectado à rede.

A fatura de energia elétrica é o documento oficial emitido pela



distribuidora de energia ao consumidor, com o objetivo de
informar os custos envolvidos com o fornecimento de energia 
elétrica.

Tais custos incluem a TE (tarifa de energia), TUSD (tarifa de


conexão e uso do sistema), iluminação pública, impostos e
encargos setoriais. A fatura de energia é o ponto de partida para
o dimensionamento de um sistema fotovoltaico.

O Módulo 11 do PRODIST (Procedimentos de Distribuição de


Energia Elétrica) da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)
define as informações obrigatórias que devem ser apresentadas
na fatura, tais como identificação e endereço do consumidor,
grupamento (A ou B), tipo de conexão (monofásico, bifásico ou
trifásico), energia consumida, demanda contratada, demanda
medida, impostos e o histórico de faturamento.

Não existe um template ou modelo comum adotado pelas


diferentes distribuidoras de energia no país, mas em geral as
faturas possuem um padrão comum de apresentação.

Consumidores do Grupo B (tarifa


convencional)
Enquadram-se nessa categoria residências, escolas, lojas e
indústrias de pequeno porte. Consumidores com estas

características possuem somente um valor de tarifa,
independentemente do horário de consumo (ponta ou fora 
ponta). Possuem ainda uma tarifa monômia, ou seja, pagam
somente pelo consumo e não possuem demanda contratada.

É possível concluir a partir da fatura que se trata de um


consumidor do Grupo B [2], com tarifa Convencional [1], ligação
trifásica [3] com tensão em 127 V (fase-neutro) / 220 V (fase-fase)
[4]. O consumo registrado é de 717 kWh [5], pagando uma tarifa
de R$ 0,54 por cada kWh (com impostos) [6], incluindo ainda um
valor de R$ 49,76 de taxa de Iluminação Pública [8]. Os impostos
pagos [9] são ICMS (25%), COFINS (4,99%) E PIS (1,08%).

As faturas de energia possuem ainda o histórico mensal de


consumo, e é com base no consumo médio dos últimos 12
meses que o dimensionamento do sistema fotovoltaico é feito.


Os consumidores do Grupo B não possuem demanda 
contratada, mas possuem uma taxa mínima de disponibilidade.
Essa taxa é cobrada mesmo que não haja consumo de energia
pela UC (unidade consumidora), e tem como finalidade dar
condições à distribuidora de arcar com os custos de operação e
manutenção da rede de distribuição. O valor da taxa mínima
depende do tipo de ligação do ponto de conexão com a
concessionária (padrão de entrada de energia), conforme a
tabela.

Tipo de ligação Taxa mínima de disponibilidade

Monofásico (fase e neutro) ou bifásico a dois Tarifa de energia x 30 kWh

fios (2 fases)

Bifásico a três fios (2 fases e neutro) Tarifa de energia x 50 kWh

Trifásico a quatro fios (3 fases e neutro) Tarifa de energia x 100 kWh

A taxa mínima de disponibilidade só é cobrada caso o


consumidor não atinja o consumo mínimo: 30 kWh, 50 kWh ou
100 kWh – conforme a tabela. Caso o consumidor tenha um
consumo igual ou superior ao consumo mínimo, o mesmo só
pagará pelo consumo.

Para exemplificar como e quando a taxa mínima de


disponibilidade é cobrada, iremos considerar o consumidor da
fatura analisada acima, que possui ligação trifásica a três fios e
paga uma tarifa de R$ 0,54 por kWh:

Situação 1: Consumo inferior a 100 kWh em


um determinado mês
Como o consumo real no mês foi menor que o consumo mínimo
(100 kWh) o consumidor pagará a taxa mínima de
disponibilidade. Exemplo: consumo de 20 kWh, pagaria R$ 54,00
(0,54 [R$/kWh] x 100 [kWh]).


Situação 2: Consumo superior a 100 kWh 

em um determinado mês
Quando o consumo real no mês foi maior que o consumo
mínimo, o consumidor pagará somente pela energia consumida.
Exemplo: consumo de 350 kWh, pagaria R$ 189,00 (0,54
[R$/kWh] x 350 [kWh]).

Além de pagar pelo consumo, o cliente pagará ainda pela CIP


(Contribuição de Iluminação Pública) ou COSIP (Contribuição
para custeio do serviço de Iluminação Pública) e também pelo
adicional das bandeiras tarifárias (amarela ou vermelha).

Em resumo, as informações necessárias ao dimensionamento do


sistema fotovoltaico para este consumidor são:

Grupamento Grupo B

Modalidade Tarifária Convencional

Tipo de ligação Trifásica

Consumo Mínimo 100 kWh

Taxa Mínima de Disponibilidade R$ 54,00

Tensão de Conexão 127 V / 220 V

Tarifa de Energia com Tributos R$ 0,54

Consumo médio mensal (últimos 12 meses) 635 kWh

Consumidores do Grupo A (tarifa


horo-sazonal)
Enquadram-se nessa categoria as indústrias de médio e grande

porte, hospitais, universidades, shopping centers e grande
comércios. 

Consumidores com estas características possuem tarifas com


valores diferentes dependendo dos períodos do dia em que
ocorre o consumo, os chamados períodos de Ponta e Fora
Ponta.

O horário de Ponta é caracterizado pelo período de 3 horas


consecutivas de maior solicitação da rede, em geral no período
compreendido entre as 18:00 e 21:00 dos dias de semana (de
segunda a sexta-feira).

Fica a cargo de cada concessionária definir qual o período de 3


horas será o horário de ponta. Possuem ainda uma tarifa
binômia, ou seja, além de pagar pelo consumo pagam também
pela demanda contratada.

A demanda contratada é uma espécie de aluguel da estrutura


física da rede de distribuição. Ela determina qual é a máxima
potência instantânea que pode ser consumida da rede de
distribuição, devendo a distribuidora de energia garantir esta
potência de forma contínua.

A demanda contratada deve ser paga integralmente, seja ou não


utilizada durante o período de faturamento.

Caso em um dado momento a demanda utilizada seja maior que


o valor contratado, além de pagar pelo valor extra de
ultrapassagem, o consumidor pagará também uma multa
proporcional à ultrapassagem.

Por se tratar de potência e não energia, a demanda contratada é


dada em kW (não em kWh). A demanda contratada pode ainda
ser única (horo-sazonal verde) ou variável de acordo com o
período do dia (horo-sazonal azul) – uma demanda contratada
para o horário de Ponta e outra para o Fora Ponta.

As faturas do Grupo A possuem um grande número de


informações, o que torna a sua interpretação um pouco mais
complicada que faturas do Grupo B. Vejamos a seguinte fatura
de energia:

É possível concluir a partir da fatura que se trata de um


consumidor do GRUPO A [1], com tarifa HORO SAZONAL VERDE
[2], ligação TRIFÁSICA [3], em tensão de 13,8 kV [4] com
DEMANDA CONTRATADA de 240 kW [5], sendo que o custo de
cada kW de demanda contratada tem um custo de R$ 14,68 [11].
A energia consumida no horário de PONTA foi de 5.002 kWh [6] e
a energia consumida no horário FORA PONTA de 60.908 kWh [7].
A TARIFA total (TE + TUSD) no horário de PONTA foi de R$ 1,47 [9]
por cada kWh (incluindo impostos), a TARIFA total (TE + TUSD) no
horário FORA PONTA foi de R$ 0,30 [10]. Os impostos pagos [9]
são ICMS (25%), COFINS (4,99%) e PIS (1,08%). O número da
Unidade Consumidora (UC) é 123456789 [7] que é o número de
registro junto à distribuidora.

Em resumo, as informações necessárias ao dimensionamento do


sistema fotovoltaico para este consumidor são:

Grupamento Grupo A

Modalidade Tarifária Horo Sazonal Verde

Tipo de ligação Trifásica

Demanda Contratada no Horário de Ponta 240 kW

Demanda Contratada no Horário de Fora Ponta 240 kW

Tensão de Conexão 13.800 V



Tarifa na Ponta com Tributos R$ 1,474

Tarifa na Fora Ponta com Tributos R$ 0,306

Consumo médio mensal (últimos 12 meses) 58,598 kWh

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Bruno Kikumoto
Engenheiro Eletricista (UDESC), Mestrado em Engenharia Elétrica (UNICAMP).
Diretor do Canal Solar e professor nos cursos de energia solar na UNICAMP.
Especialista em gerenciamento de projetos, inspeção e comissionamento de
sistemas fotovoltaicos, com mais de 10 anos de experiência na indústria e no
mercado de energia.

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Um comentário

Bruno Augusto da Cruz disse: Responder


31 de março de 2022 às 21:49

Excelente artigo, parabéns.

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