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Instalações elétricas

Contrato de fornecimento de
energia (tensão, tarifa e demanda)

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Contrato de fornecimento
RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 414, DE 9 DE SETEMBRO DE 2010

No Brasil o poder concedente e que regulamenta e fiscaliza a geração,


produção e distribuição de energia elétrica é federal (ANEEL – Agência
Nacional de Energia Elétrica) com subsidiárias estaduais como por exemplo
a CSPE – Comissão de Serviços Públicos do Estado de São Paulo

http://www2.aneel.gov.br/cedoc/bren2010414.pdf

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Grupos de fornecimento
Grupo A: grupamento composto de unidades consumidoras com
fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de
sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária, caracterizado pela
tarifa binômia.

Grupo B: grupamento composto de unidades consumidoras com


fornecimento em tensão inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monômia.

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Grupos de fornecimento
Subgrupos do Grupo A:

a) subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;

b) subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;

c) subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69 kV;

d) subgrupo A3a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;

e) subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;

f) subgrupo AS – tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema subterrâneo


de distribuição.
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Grupos de fornecimento
Subgrupos do Grupo B:

a) subgrupo B1 – residencial
b) subgrupo B2 – rural
c) subgrupo B3 – demais classes
d) subgrupo B4 – Iluminação Pública.

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Tarifas
Modalidade tarifária: conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de
consumo de energia elétrica e demanda de potência ativas

a) modalidade tarifária convencional monômia: aplicada às unidades


consumidoras do grupo B, caracterizada por tarifas de consumo de
energia elétrica, independentemente das horas de utilização do dia;
b) modalidade tarifária horária branca: aplicada às unidades consumidoras
do grupo B, exceto para o subgrupo B4 e para as subclasses Baixa Renda
do subgrupo B1, caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de
energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia;

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Tarifas – tarifa branca

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Modalidades de tarifa de energia – baixa tensão
• Os consumidores de baixa tensão apresentam tarifas aplicáveis apenas ao
consumo, sendo o valor de sua conta calculado multiplicando a tarifa em
reais por kWh pelo consumo em kWh. Além disso estes consumidores
possuem um custo referente a um consumo mínimo que, mesmo se não for
atingido em um determinado mês, deve ser pago à concessionária pela
disponibilidade do sistema. Esse custo varia de acordo com o tipo de
ligação do cliente, para clientes monofásicos esse custo é equivalente ao
consumo de 30 kWh, para clientes bifásicos o custo é equivalente a 50 kWh
e para clientes trifásicos 100 kWh.

• Dentro do subgrupo B1, aqueles que estão na classe de baixa renda


possuem subsídio de até 65% da tarifa, variando em função do consumo
total do cliente de acordo com a tabela abaixo.
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Modalidades de tarifa de energia – baixa tensão

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Tarifas
• c) modalidade tarifária convencional binômia: aplicada às unidades
consumidoras do grupo A caracterizada por tarifas de consumo de energia
elétrica e demanda de potência, independentemente das horas de utilização
do dia;
• d) modalidade tarifária horária verde: aplicada às unidades consumidoras
do grupo A, caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia, assim como de uma
única tarifa de demanda de potência;
• e) modalidade tarifária horária azul: aplicada às unidades consumidoras do
grupo A, caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do
dia

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Modalidades de tarifa de energia – convencional
Nesta estrutura o consumidor firma um contrato com a distribuidora pactuando um único valor de demanda
contratada, que deve ser inferior a 300 kW. Nessa estrutura a tarifa de energia é composta por três parcelas,
a parcela de consumo, a parcela de demanda e a parcela de ultrapassagem:

• A parcela de consumo apresenta similaridade com a tarifa convencional do Grupo B, que é obtida através
da multiplicação do consumo pela tarifa de consumo.

• A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a tarifa de demanda pelo maior valor entre a demanda
contratada e a demanda medida (caso esta não ultrapasse em mais de 10% a demanda contratada).

• Caso o consumidor ultrapasse em mais de “5% se V >= 69kV” ou “10% se V<69kV” a demanda
contratada, deverá também pagar uma parcela referente à ultrapassagem de demanda, que deve ser
calculada multiplicando-se o excedente da demanda pela tarifa de ultrapassagem (correspondente a três
vezes a tarifa de demanda).

Esta modalidade tarifária será extinta em breve conforme cronograma de cada concessionária, devendo o
consumidor se adequar à modalidade verde ou azul.

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Modalidades de tarifa de energia – média/alta tensão
Estrutura tarifária horo-sazonal verde

• Esse enquadramento da tarifa de energia somente é permitido para os


consumidores dos subgrupos A3a, A4 e AS. Nesta modalidade o consumidor
contrata um valor de demanda, independente da hora do dia (pode-se optar por
valores diferentes para o período úmido, entre os meses de dezembro a abril e o
período seco, de maio a novembro).

• Nesta modalidade de tarifa, o consumidor possui três parcelas distintas, uma


referente ao consumo, uma referente à demanda contratada e outra referente à
ultrapassagem de demanda. As parcelas referentes à demanda e à ultrapassagem
de demanda se comportam de maneira análoga à descrita na modalidade de tarifa
convencional, enquanto a parcela de consumo é calculada pela multiplicação do
consumo no horário fora de ponta pela tarifa de consumo no horário fora de
ponta acrescido da multiplicação do consumo no horário de ponta pela tarifa de
consumo no horário de ponta.

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Modalidades de tarifa de energia – média/alta tensão
Estrutura tarifária horo-sazonal azul

• Esta estrutura de tarifa de energia é opcional para os consumidores dos subgrupos A3a, A4 e As e
obrigatória para os consumidores dos subgrupos A1, A2 e A3. No contrato celebrado entre o consumidor e
a distribuidora deve ser definido uma demanda para o horário de ponta e outra para o horário fora de
ponta.

• A fatura será novamente composta pelas parcelas de consumo, demanda e ultrapassagem, porém nesta
modalidade os cálculos das parcelas de demanda e de ultrapassagem de demanda são realizados de
maneira diferente (a parcela de consumo é calculada da mesma maneira que para a tarifa horo-sazonal
verde).

• A parcela referente à demanda contratada será calculada pela soma dos produtos das tarifas de demanda
na ponta e fora de ponta pelas demandas contratadas na ponta e fora de ponta.

• De maneira análoga a parcela de ultrapassagem é calculada pela soma dos produtos das tarifas de
ultrapassagem na ponta e fora de ponta pelas ultrapassagens de demanda na ponta e fora de ponta.

• A parcela de consumo é calculada da mesma maneira que para a modalidade tarifária horo-sazonal verde.
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Modalidades de tarifa de energia

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Tarifas

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Tarifas - Tusd
A tarifa de fornecimento de energia elétrica da distribuidora é segregada em duas: a tarifa de uso do sistema
de distribuição (TUSD) e a tarifa de energia (TE).
• A TUSD é paga tanto pelos consumidores cativos como pelos livres, pelo uso do sistema de distribuição
da empresa de distribuição à qual estão conectados.
• Enquanto que a TE é cobrada somente dos consumidores cativos, pois os livres compram energia
diretamente das comercializadoras de energia elétrica ou dos agentes de geração.

É importante notar que um consumidor que opte pelo mercado livre continuará pagando a TUSD ao
distribuidor local e deixará de pagar a tarifa de energia, a TE, tendo em vista a contratação do fornecimento
de energia com outro fornecedor.

Não confundir a TE (tarifa de energia) e a tarifa cobrada em termos de energia. A primeira é o preço de
venda da “mercadoria” energia, enquanto que a segunda é o preço cobrado de determinado serviço,
inclusive o relacionado com a capacidade do sistema, utilizando a energia como unidade de medida.

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Tarifas – revisão tarifária
Revisão tarifária periódica: revisão ordinária, prevista nos contratos de
concessão, a ser realizada considerando-se as alterações na estrutura de
custos e de mercado da distribuidora, os níveis de tarifas observados em
empresas similares, no contexto nacional e internacional, e os estímulos à
eficiência e à modicidade tarifária

A concessionária dificilmente paga pelas obras feitas, se justificadas, tais


obras aumentam o preço de energia para os consumidores.

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As bandeiras tarifárias

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Demanda
• Demanda: média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema
elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora,
durante um intervalo de tempo especificado, expressa em quilowatts (kW) e
quilovolt-ampère-reativo (kvar), respectivamente;
• Demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e
continuamente disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme
valor e período de vigência fixados em contrato, e que deve ser integralmente
paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em
quilowatts (kW);
• Demanda faturável: valor da demanda de potência ativa, considerada para fins de
faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW);
• Demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada por medição,
integralizada em intervalos de 15 (quinze) minutos durante o período de
faturamento;
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Demanda

Potência instalada: de uma instalação, setor de uma instalação ou de um conjunto de equipamentos de


utilização é a soma das potências nominais dos equipamentos de utilização da instalação
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Outros fatores
• Fator de demanda: razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo
especificado e a carga instalada na unidade consumidora;

• Fator de carga: razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade


consumidora ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado;

Manter um elevado fator de carga no sistema significa obter os seguintes benefícios:


• otimização dos investimentos na instalação
• aproveitamento racional e aumento da vida útil da instalação,
• incluindo motores e equipamentos
• redução do valor da demanda de pico
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Fator de carga
O fator de carga mede o grau no qual a demanda máxima foi mantida durante um intervalo de tempo
considerado ou se a energia está sendo consumida de forma racional por parte de uma determinada
instalação

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Fontes
• Aneel
• Shareenergy – Entenda as modalidades de tarifa de energia elétrica
• Profa Eliane Fadigas - Instalações consumidoras de energia elétrica
• Sérgio kinya fugimoto - Estrutura De Tarifas De Energia Elétrica Análise
Crítica E Proposições Metodológicas

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