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Enquadramento Tarifário Azul vs.

Verde: qual o melhor?


janeiro 14, 2020 /  Ricardo Dias / Artigos para Começar, Setor Elétrico

O enquadramento tarifário serve ao propósito de alinhar o perfil de


consumo elétrico de uma empresa com opções disponíveis de política
de preços pré definida e regulamentada pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL).

Além disso, para o Operador Nacional do Sistema (ONS), o


enquadramento de consumidores em classes e tarifas diferentes
permite uma melhor previsibilidade do consumo.

Hoje estão disponíveis duas opções de enquadramento tarifário para


consumidores de alta tensão (grupo A): a tarifa horosazonal Azul e a
tarifa horosazonal Verde. Abaixo vamos explicar mais a fundo as
diferenças e requisitos de enquadramento em cada uma delas (fique à
vontade para entrar em contato com a CUBi caso queira tirar dúvidas
sobre o seu perfil de consumo).

Se tiver alguma dúvida, esses conteúdos podem facilitar o seu entendimento!

Demanda Contratada

Demanda e Consumo de Energia


Tem alguma pergunta? Eu posso
Horário de Ponta e Fora Ponta
ajudar!
Grupos Tarifários de Energia

Gestão de Energia

  
A Tarifa horosazonal Azul

Modalidade aplicada às unidades consumidoras do grupo A,


caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e
de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia.

Os consumidores enquadrados nessa modalidade, portanto, possuem


duas tarifas diferentes para demanda e duas tarifas diferentes para
consumo dependendo do horário de consumo, ambas diferenciadas em
horários de ponta e fora de ponta.

Critérios de elegibilidade – Tarifa horosazonal Azul

Todos os consumidores pertencentes aos subgrupos A1, A2 ou A3 são


obrigados a adotar a tarifa horosazonal azul, sendo esta opcional para
os demais consumidores do Grupo A (A3a, A4 e AS).

No contrato desta modalidade devem estar especificadas as demandas


contratadas por posto tarifário, ou seja, a demanda contratada para o
horário de ponta e para o horário fora de ponta.

Existe, portanto, uma diferenciação das tarifas de demanda e de


consumo de energia elétrica praticadas no horário de ponta e no horário
fora de ponta.

Como calcular minha tarifa – Tarifa horosazonal Azul

Como existe uma demanda contratada para o horário de ponta e fora


de ponta, nesse caso também haverá uma tarifa de demanda de
ultrapassagem para os dois postos tarifários.

Caso a demanda contratada no posto tarifário de ponta ou fora da


ponta seja ultrapassada, a tarifa de ultrapassagem, correspondente a 3
vezes o valor da tarifa usual, passa a valer.

A tolerância para todos os consumidores é de 5% para a ultrapassagem. 


  
Se a demanda medida for maior que 5% em relação à demanda
contratada daquele posto, as parcelas abaixo incidirão:

A Tarifa horosazonal Verde

Essa modalidade tarifária é caracterizada por tarifas diferenciadas de


consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do
dia, assim como de uma única tarifa de demanda de potência.

Os consumidores enquadrados nessa modalidade, portanto, possuem


duas tarifas diferentes para consumo dependendo do horário de
consumo e uma tarifa única para demanda de potência.

Critérios de elegibilidade – Tarifa horosazonal Verde

A tarifa horosazonal verde é aplicável somente aos consumidores


pertencentes aos subgrupos A3a, A4 e AS do grupo A, sendo definido na
contratação de energia um único valor para demanda contratada,
independente do posto tarifário.

Desta forma apenas o custo do consumo é calculado considerando o


consumo ponta e fora ponta, e o custo da demanda é calculado sem
considerar variações de demanda na ponta e fora de ponta.

Como calcular minha tarifa – Tarifa horosazonal Verde

  
Como existe uma demanda contratada única, haverá apenas uma tarifa
de demanda de ultrapassagem. Caso a demanda contratada no posto
tarifário de ponta ou fora da ponta seja ultrapassada, a tarifa de
ultrapassagem, correspondente a 3 vezes o valor da tarifa usual, passa a
valer.

As regras de tolerância são as mesmas, até 5% acima da demanda


contratada para todos os consumidores.

Se a demanda medida for maior que 5% em relação à demanda


contratada daquele posto, as parcelas abaixo incidirão:

Base legal para o enquadramento

A base legal para o enquadramento tarifário provém do informativo


tarifário de Energia Elétrica, publicado pelo Ministério de Minas e Energia
(MME), conforme transcrição abaixo:

Informativo Tarifário Energia Elétrica, MME

Seção III Do Enquadramento 

Art. 57. As unidades consumidoras devem ser enquadradas nas modalidades tarifárias conforme os
seguintes critérios: 

1º Pertencentes ao grupo A: 

I – na modalidade tarifária horária azul, aquelas com tensão de fornecimento igual ou superior a 69
kV;
II – na modalidade tarifária horária azul ou verde, de acordo com a opção do consumidor, aquelas
  
com tensão de fornecimento inferior a 69 kV e demanda contratada igual ou superior a 300 kW; e
III – na modalidade tarifária convencional binômia, ou horária azul ou verde, de acordo com a opção
do consumidor, aquelas com tensão de fornecimento inferior a 69 kV e demanda contratada inferior a
300 kW. 

Para saber mais sobre as os subgrupos de fornecimento e suas


características de recebimento de energia, facilitamos o trabalho com a
tabela abaixo:

Grupo A Subgrupos A Elegibilidade

Grupamento composto de unidades


tensão de
consumidoras com fornecimento em tensão igual
fornecimento igual
ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de A1
ou superior a 230
sistema subterrâneo de distribuição em tensão
kV
secundária, caracterizado pela tarifa binômia

tensão de fornecimento
A2
de 88 kV a 138 kV

tensão de fornecimento
A3
de 69 kV

tensão de fornecimento
A3a
de 30 kV a 44 kV

tensão de fornecimento
A4
de 2,3 kV a 25 kV

tensão de fornecimento
inferior a 2,3 kV, a partir
AS
de sistema subterrâneo
de distribuição

Resolução Normativa ANEEL n. 414, de 9 de setembro de 2010 (Diário Oficial de 15 de set. 2010, seção 1, p.
115)

Como eu mudo de enquadramento?

A mudança de enquadramento tarifário é recomendada apenas após


criteriosa avaliação por profissionais qualificados. Aqui na CUBi, muitas
  
vezes encontramos oportunidades de reenquadramento tarifário,
podemos mostrar uns exemplos que encaixe no seu perfil!

Nessa avaliação de enquadramento são ponderados critérios como


previsibilidade e perfil de consumo além do ambiente regulatório,
econômico e fiscal.

Essas avaliações convergem para uma estratégia de enquadramento


tarifário ideal para que possa ser efetivada no curto, médio ou longo
prazo.

Para quem já passou por essas avaliações a ANEEL regulamenta a base


legal para a solicitação de reenquadramento, conforme texto transcrito
abaixo.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL


RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 414, DE 9 DE SETEMBRO DE 2010

Seção III Do Enquadramento


Art. 57 A alteração de modalidade tarifária pode ser efetuada nos seguintes casos:

A pedido do consumidor, desde que a alteração precedente tenha sido anterior aos 12 (doze)
últimos ciclos de faturamento;

A pedido do consumidor, desde que o pedido seja apresentado em até 3 (três) ciclos
completos de faturamento posteriores à revisão tarifária da distribuidora; ou

Quando ocorrer alteração na demanda contratada ou na tensão de fornecimento que


impliquem em novo enquadramento nos critérios dos incisos I, II ou III do parágrafo 1º do
artigo 57 da Resolução Normativa ANEEL Nº 414/2010.

Art. 58. Quando da solicitação de fornecimento, mudança de grupo tarifário ou sempre que solicitado,
para unidades consumidoras do grupo A, a distribuidora deve informar, por escrito, em até 15 (quinze)
dias, as modalidades tarifárias disponíveis para faturamento, cabendo ao interessado formular sua
opção por escrito.

O deferimento da solicitação de alteração de modalidade tarifária e


aplicação serão condicionados à:

Que sejam respeitadas as condições regulatórias;



Não existência 
de pendências comerciais (documentos); 
Devolução do termo aditivo ao contrato assinado até o dia
programado.

Espero que o conteúdo tenha lhe ajudado à questionar seu


enquadramento tarifário e potencial realizar as alterações que sua
empresa precisa. É um processo aparentemente simples, mas cheio de
detalhes que a CUBi está aberta para ajudar!

Como somos uma empresa de tecnologia, temos a facilidade de


encontrar oportunidades de reenquadramento tarifário
automaticamente por via de algoritmos que incorporam todos os
cálculos necessários além de carregar a experiência de todos os outros
processos de enquadramentos já feitos.

Se precisar de ajuda neste processo, entre em contato!

Ricardo Dias

Engenheiro ambiental e urbano pela UFABC e mestre em Sistemas Sustentáveis com ênfase
em Energia pelo Rochester Institute of Technology. É co-fundador da CUBi e atualmente CEO.

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