Você está na página 1de 3

A determinação da tarifa de eletricidade no ambiente de

contratação regulada.

Para conseguir entender como funciona o mercado de contratação de energia elétrica no


Brasil precisa-se , primeiro, compreender o que significa Ambiente de Contratação Regulada
(ACR) e Ambiente de Contratação Livre (ACL). Essas duas siglas se referem aos dois modelos de
compra de energia no país, e entender como cada um deles funciona pode representar uma
grande diferença no valor gasto com as contas de energia.

 Ambiente de Contratação Regulada (ACR)


O Ambiente de Contratação Regulada (ACR) é formado pelos consumidores cativos. Nele, a
energia é comprada pelas distribuidoras por meio de leilões, e o preço é determinado pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O consumidor cativo é aquele que só pode
comprar energia elétrica da concessionária responsável pela distribuição em sua região,
naquele que é o modelo mais comum para residências e pequenas empresas.

No Mercado Cativo, as tarifas são reguladas pelo governo, e cada unidade consumidora paga
uma fatura mensal, que inclui o serviço de distribuição e a geração de energia. O preço de
energia elétrica pago pelo consumidor é influenciado pelo sistema de bandeiras tarifárias
praticadas pela ANEEL. Quando as condições de geração de energia são consideradas
desfavoráveis — em períodos de seca, por exemplo —, as tarifas se tornam mais caras para o
consumidor.

 Ambiente de Contratação Livre (ACL)


O Ambiente de Contratação Livre (ACL) é aquele conhecido como o Mercado Livre de Energia.
Neste ambiente de negociação, os consumidores negociam as condições de compra de energia
elétrica diretamente com as geradoras ou comercializadoras. No ACL, o consumidor mantém
dois contratos: um com a distribuidora, pelo uso do fio de transmissão, e outro com a
geradora, que será a responsável por comercializar a energia.

A fatura paga pelo serviço de distribuição feito pela concessionária local tem preço regulado.
Já as condições referentes a preço, prazo e volume de energia são livremente negociadas entre
o consumidor livre e a geradora ou comercializadora. Dessa forma, no Mercado Livre de
Energia, as empresas podem encontrar melhores condições e negociar valores inferiores
àqueles que normalmente pagariam pela energia comprada das distribuidoras no Ambiente de
Contratação Regulada.

Enquanto o ACR tem os consumidores cativos, o Ambiente Livre é formado por consumidores
livres e consumidores especiais.

Os consumidores livres são aqueles que têm demanda mínima de 1.000 kW e possibilidade de
escolha de seu fornecedor de energia elétrica por meio de livre negociação. Já os
consumidores especiais têm demanda entre 500 kW e 1 MW, com o direito de adquirir
energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou de fontes incentivadas especiais (eólica,
biomassa ou solar).
Caso o consumidor não tenha demanda suficiente para operar sozinho no Ambiente de
Contratação Livre, é possível realizar comunhão com outras unidades consumidoras para
atingir o nível mínimo de demanda de 0,5 MW. Nesse caso, empresas vizinhas ou do mesmo
grupo econômico somam suas demandas para chegar aos 500 kW.

 Contratação de energia
Quanto a questão da contratação de energia elétrica, o Ambiente de Contratação Regulada
(ACR) é realizada por meio de leilões pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE), sob delegação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os consumidores finais
adquirem a energia elétrica distribuída pelas concessionárias que atuam em suas regiões.

Já o Ambiente de Contratação Livre (ACL) acontece em livre negociação entre os consumidores


de energia elétrica e geradoras e comercializadoras.

 Determinação do preço
Para o ACR é estabelecido em leilão realizado pela Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE). Para o consumidor final, as tarifas são reguladas pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) e podem sofrer oscilações de acordo com a bandeira tarifária vigente.

Em contrapartida, para o ACL o preço, assim como a forma de pagamento e o prazo, é


acordado entre o consumidor e a geradora ou comercializadora de energia elétrica.

Tarifas no ACR
Simplificadamente, a tarifa de energia é o preço cobrado por unidade de energia (R$/kWh). Em
essência, é de se esperar que o preço da energia elétrica seja formado pelos custos envolvidos
desde a geração até a sua disponibilização aos consumidores, na tomada elétrica. É necessário
compreender também – já que a energia elétrica é um bem essencial – não se paga somente
pelo consumo propriamente dito, mas também pela sua disponibilidade – 24 horas por dia, 7
dias por semana.

Assim, espera-se que o preço da energia seja suficiente para arcar com os custos de operação
e expansão de todos os elementos elétricos que compõem o sistema, desde a usina geradora
até o ramal de ligação dos consumidores de baixa tensão. Basicamente, estes custos devem
cobrir os investimentos realizados na rede e a sua operação diária, que devem resultar em
baixos índices de falhas e menores tempos para eventuais consertos.

Como não poderia deixar de ser, além destes custos, que são diretamente relacionados aos
componentes físicos do sistema, existem os encargos e os impostos, que no Brasil não são
poucos. Em 2012, os consumidores cativos brasileiros pagavam 10 encargos setoriais e 4
impostos e contribuições destinados aos governos federal, municipal e estadual. Em setembro
de 2012, o Governo Federal propôs a eliminação dos encargos setoriais CCC (custeamento de
combustível usado nas termelétricas que atendem os sistemas isolados no Norte) e RGR
(diretamente ligada a programas do governo).
Assim, a tarifa dos consumidores cativos é constituída por:

Você também pode gostar