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Resumo: Desde 1998, quando teve início o mercado livre de energia no Brasil, a sua
procura tem se intensificado com o passar dos anos, por se tratar de uma opção que
pode gerar grande economia ao consumidor. O presente trabalho teve como principal
objetivo encontrar a melhor opção de aquisição de energia elétrica para a instituição
de ensino SATC. A instituição já está inserida no mercado livre de energia e deseja-
se validar se de fato está sendo uma alternativa viável financeiramente. Para tal fim,
foi desenvolvida uma análise entre os ambientes de comercialização de energia livre
e regulado, além de considerar a autoprodução por meio de fonte solar considerando
em conjunto o uso de geradores a diesel para situações específicas. Após análises foi
concluído que a permanência no mercado livre, é ainda, a melhor opção, gerando uma
economia anual de 30% em relação ao mercado regulado. Foi analisado também
alguns cenários considerando autoprodução, mas que se mostraram impeditivos
quando comparados aos valores pagos atualmente no mercado livre.
1 INTRODUÇÃO
1
Acadêmico da Faculdade SATC, graduando em Engenharia Elétrica. E-mail: victor.07@live.com
2
Eng. Eletricista, coordenador do curso de Eng. Elétrica da Faculdade SATC. E-mail:
andre.tavares@satc.edu.br
2
2.1.1 Vantagens
− Livre para negociação: se bem utilizada a ferramenta de negociação, as
condições no mercado livre tendem a ser melhores do que no mercado cativo, gerando
maior competitividade no mercado para melhor aproveitar os momentos propícios de
compra de energia elétrica.
4
2.1.2 Desvantagens
O consumidor cativo, em sua fatura de energia elétrica, paga por dois tipos
de produtos, o primeiro se trata do preço da energia elétrica consumida, as
distribuidoras não têm qualquer controle sobre esses custos e apenas os repassam
aos consumidores. O segundo se trata do pagamento pelo uso da infraestrutura de
distribuição e serviços associados, ou seja, da disponibilidade do sistema de
transporte da energia da própria distribuidora. Essa parcela é a que remunera
economicamente as concessionárias [1].
O consumidor cativo ainda paga adicionais de bandeira tarifária, estes
adicionais são variáveis e dependem de como se apresenta o sistema de geração no
momento em relação à origem da energia gerada, eles são divididos em quatro
categorias (Bandeira verde, Bandeira amarela, Bandeira vermelha patamar 1,
Bandeira vermelha patamar 2 os valores utilizados neste trabalho têm referência do
ano de 2019 [6].
Comparando com o consumidor no mercado livre, o que muda é o
pagamento dos custos da energia elétrica consumida, que são negociados entre
consumidor e fornecedor. Os custos referentes ao serviço de distribuição
permanecem os mesmos, pois a distribuidora se mantém responsável pela entrega
de energia até o ponto de consumo. Esses custos são regulados e não podem ser
negociados, porém, dependendo da origem da energia elétrica que está sendo
comprada, o consumidor pode obter descontos sobre a prestação do serviço de
distribuição, este é o caso para energia de fontes renováveis e incentivadas.
Por trás desses custos existem ainda os impostos e encargos setoriais e
todo consumidor de energia elétrica paga por isso, independente se cativo ou livre.
Dentre os impostos, os que figuram dentro da tarifa de energia elétrica dos
consumidores são: PIS/COFINS, o ICMS e a Contribuição para Iluminação Pública.
Dentre os encargos setoriais, podem-se citar: Encargo de Energia de Reserva (EER),
Encargos de Serviços do Sistema (ESS), Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), entre outros [7].
A Fig. 4 representa em termos percentuais a influência de cada parcela no
valor final pago pelo consumidor.
7
𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 ℎ𝑜𝑚𝑜𝑙𝑜𝑔𝑎𝑑𝑎
𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑒𝑚 𝑅$ = 100−(𝑃𝐼𝑆+𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆+𝐼𝐶𝑀𝑆) (1)
100
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
𝑃𝑀∗𝑁.ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠.𝑚ê𝑠∗𝑁.𝑑𝑖𝑎𝑠.𝑚ê𝑠∗𝐿𝑆
𝐷. 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = (2)
100
Onde:
PM = potência média mensal contratada (MW)
LS = limite de flexibilidade superior (%)
N.horas.mês = número total de horas do mês (h)
N.dias.mês = número total de dias do mês (dias)
Esse padrão é relevante, pois serve como referência para projeções futuras
de consumo e definições de detalhes importantes que serão aplicados na estratégia
a ser utilizada para suprir da melhor forma possível as necessidades da instituição.
do IGP-M no ano de 2019, o valor a ser utilizado para reajuste dos valores pagos por
MWh a partir de janeiro de 2020 foi de 7,30%.
𝑇𝐸𝐹𝑃
𝐹𝐴 = (4)
𝑇𝐸𝑃
Onde:
FA = Fator de ajuste
TP = Tarifa de energia no horário ponta (R$)
TFP = Tarifa de energia no horário fora de ponta (R$)
𝐸𝐶𝑃
𝐸𝐺 = + 𝐸𝐶𝐹𝑃 (5)
𝐹𝐴
Onde:
FA = Fator de ajuste
EG = Energia gerada (kWh)
ECP = Energia consumida no horário de ponta (kWh)
ECFP = Energia consumida no horário fora de ponta (kWh)
18
0,23334
𝐹𝐴 = 0,40277 = 0,57933 (4)
206.177
𝐸𝐺 = 0,57933 + 1.335.037 = 1.690.926 𝑘𝑊ℎ (5)
Geração x Consumo
200000
150000
100000
50000
0
Para essa simulação, utilizando o software SAM [16], foi considerado suprir
apenas o consumo elétrico referente ao centro tecnológico da instituição (CT),
permanecendo no mercado livre para suprimento do restante da instituição. O
consumo total do CT no ano de 2019 foi de 261.972 kWh, como este valor não abate
o valor total consumido pela instituição no horário fora de ponta que foi de 1.335.037
kWh, desconta-se apenas um valor pelo outro sem considerar valores referentes ao
consumo no horário de ponta. As principais características do sistema estudado são
apresentadas na Tab. 7 e respectiva geração na Fig. 13.
Geração x Consumo
30.000,0
25.000,0
20.000,0
15.000,0
10.000,0
5.000,0
-
Para essa simulação foi considerado o cenário III em conjunto com o uso
de 4 geradores a diesel que a SATC já possui. Assim, a instituição se desligaria da
concessionária local durante o horário de ponta, com exceção das cargas do centro
tecnológico, que não estão conectadas aos geradores. As principais características
dessa configuração são apresentadas na Tab. 8.
Geração x Consumo
150.000
100.000
50.000
3.4.6 Cenário VI: Autoprodução Fotovoltaica Parcial Com Baterias (Off Grid)
4 ANÁLISES E RESULTADOS
possui payback, pois o seu retorno ultrapassaria a vida útil considerada do projeto que
é de 25 anos.
Sua vantagem é que o centro tecnológico seria totalmente independente
da concessionária local, ficando imune a possíveis faltas de suprimento. Porém o
custo para tal benefício seria demasiado elevado tendo em vista que um gerador a
diesel poderia fornecer o mesmo benefício com um custo reduzido.
5 ANÁLISES E RESULTADOS
REFERÊNCIAS
[17] POWER MAGAZINE. News & Technology for the Global Energy Industry, v.
164, n. 5, p. 10, mai. 2020. Disponível em:
<https://view.imirus.com/427/document/13347/page/13>. Acesso em: 11 julho 2020.
30
ABSTRACT
Since 1998, when the free energy market began in Brazil, its demand has
intensified over the years, as it is an option that can generate great savings for
consumers. The present work had as main objective to find the best option of
acquisition of electric energy for the educational institution SATC. The institution is
already part of the free energy market and we want to validate whether it is in fact a
financially viable alternative. To this end, an analysis was carried out between the free
and regulated energy trading environments, in addition to considering self-production by
means of a solar source, jointly considering the use of diesel generators for specific
situations. After analysis, it was concluded that the permanence in the free market is
still the best option, generating an annual saving of 30% in relation to the regulated
market. Some scenarios were also analyzed considering self-production, but which
proved to be impeding when compared to the amounts currently paid on the free
market.
Keywords: Free energy market. Captive energy market. Solar energy. Electricity
charging. Economic feasibility analysis.