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CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À TOMADA DE SUBSÍDIOS Nº

013/2022

NOME DA INSTITUIÇÃO: ABRADEMP – ASSOCIAÇÃO


BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA DE
MENOR PORTE

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA


ELÉTRICA – ANEEL
ATO REGULATÓRIO: (Processo: 48500.006028/2021-89)

1. Quais os principais pontos a serem aprimorados na metodologia de cálculo de perdas na


distribuição? Por quais razões?

Entre os principais pontos a serem aprimorados ressalta-se:

 os relativos à modelagem das redes sobre a inserção do condutor neutro e


consideração da geometria dos condutores;

 Outro ponto importante é relacionado na metodologia de cálculo quando se compara


a energia injetada dos alimentadores e a energia injetada calculada no fluxo de
potência. A SRD/ANEEL verifica se a relação entre a energia injetada informada na
base da BDGD com a energias injetadas calculadas no processo do fluxo de potência
for maior que 2%, ela desconsidera o cálculo das perdas para os alimentadores que
apresentarem esta condição. Seria importante uma reavaliação pela ANEEL quanto a
esta premissa que é muito restritiva que penaliza o não cálculo das perdas técnicas
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de alimentadores que por apresentar problemas de regulação de tensão podem não
representar as cargas reais, pois de acordo com a modelagem de carga (50% de
potência constante e 50% de impedância constante para a parte ativa da carga)
tensões abaixo de 0.92 pu para a BT e 0.93 pu para a MT modificam a modelagem
da carga para 100% com o modelo de impedância constante. Esta alteração modifica
as cargas e desta forma reduzem a energia injetada impactando na relação entre a
potência injetada base informada e a potência injetada calculada pelo fluxo de potência
no OpenDSS.

 Deve ser possibilitada a apresentação de tipologias de carga diferentes que


representem melhor a sazonalidade do uso das redes, podendo ser: (i) tipologias
mensais, sempre que possível; (ii) em função da amplitude climática e/ou (iii)
características econômicas da região de atuação das distribuidoras. Assim, a apuração
das perdas fica mais fidedigna ao fluxo de potência. Esta flexibilização pode ser por
nível de tensão já que as distribuidoras possuem memória de massa das medições
de curva de carga dos clientes de média e alta tensão, ficando facultada a realização
de uma campanha de medição na baixa tensão mais ampla daquilo que está definido
no PRODIST para fins de estrutura tarifária.

 Modelar no fluxo de potência a MMGD.

 Aprimorar os critérios e garantir inteligibilidade para enquadramento na categoria de


alimentadores atípicos.

 Aprimorar as definições regulatórias de energia injetada e energia fornecida para


minimizar dúvidas e padronizar o cálculo.

 Definição do fator de potência para BT, que pode ser obtido por amostra através das
campanhas de medições realizadas nos ciclos de revisão tarifária. O fator de potência
0,92 adotado atualmente como parâmetro de entrada no OpenDss pode não refletir
as perdas técnicas neste segmento.

 Inclusão dos transformadores de uso exclusivo em vazio, sem cliente ligado, haja
vista que o cliente pode estar desligado por razões comerciais. Existem inúmeros

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transformadores instalados no período do Programa Luz para Todos, que atendem
uma única residência no meio rural, quando a unidade consumidora está desligada
por débito, esses equipamentos ficam ligados para evitar o furto do equipamento em
regiões com incidência de roubos. São desativados e desinstalados quando necessário
a critério da concessionária.

 Dar transparência às premissas utilizadas para o cálculo das perdas na aplicação


OpenDss, configurações e parâmetros de entrada, assim como parâmetros de
convergência matemática utilizados pela agência reguladora.

 O cálculo de perdas técnicas é definido por nível de tensão, e a partir desse é


apurado a média que representa o fluxo daquele período. No entanto, para fins de
repasse o percentual médio é definido como regulatório e aplicado nos processos
tarifários entre revisões para apuração do custo de energia de repasse às tarifas.
Sugere-se que seja definido percentual regulatório por nível de tensão e, aplicado ao
mercado por nível de tensão nos processos tarifários entre revisões. Entende-se que
a apuração das perdas por nível de tensão fica mais adequada a apuração do custo
com perdas respeitando as alterações da estrutura de mercado da energia distribuída.

Nos itens a seguir aborda-se em detalhes alguns aprimoramentos por meio das respostas
aos questionamentos organizados em subitens.

I. Metodologia de Cálculo das perdas de distribuição de Alta Tensão –


SDAT

2. A metodologia de cálculo de perdas do SDAT, que utiliza o sistema de medição, é a mais


adequada para obtenção das perdas nesse segmento?

Com certeza, a definição de perdas pela diferença de medição entre dois pontos é o método
mais preciso e adequado, principalmente porque em geral nesses níveis de tensão há medição de
qualidade disponível.

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No entanto, caso a medição não esteja disponível entende-se como adequado o cálculo das
perdas técnicas do SDAT por meio do método de fluxo de potência, pois a base de dados das
redes e transformações neste nível de tensão estão contidas na BDGD e, da mesma forma que
se realiza a modelagem das redes MT e BT para o cálculo do fluxo de potência pelo OpenDSS,
também pode se realizar para as redes de Alta Tensão.

3. Existem aspectos a serem aperfeiçoados na metodologia de cálculo do SDAT? Caso positivo,


quais?
Sim, há aspectos a serem melhorados em especial no que tange ao uso do BDGD para
tal. Para viabilizar o processo de modelagem para o cálculo do SDAT, é necessário informações
dos pontos de acoplamento comum (PAC) entre os secundários (PAC_2) dos transformadores do
SDAT com o ponto de acoplamento comum de saída dos alimentadores (PAC na tabela CTMT).
Observa-se que nas informações contidas na BDGD atual, não há uma correlação entre os PAC
do secundário dos transformadores do SDAT com os seus respectivos alimentadores.

4. Os níveis de perdas no SDAT estão adequados?


Sim

5. Como auditar as perdas apuradas por medição do SDAT? Um eventual procedimento de


auditagem deveria ser aplicado a todas as distribuidoras ou apenas em casos específicos? Qual
critério deveria ser usado para estabelecer a aplicação de um eventual procedimento de auditagem?
A entrada do SDAT e todas as derivações devem possuir medição. Com os devidos Comentado [DB1]: Contribuição MUX

certificados de calibração dos medidores e ensaios dos TPs e TCs, juntamente com um plano
periódico de inspeção e verificação destes sistemas de medições. Além disso, os medidores atendem
as características do PRODIST, então não há necessidade de procedimento de auditagem, salvo se
houverem casos comprovados e frequentes de desvios de calibração dos medidores utilizados no
setor elétrico na apuração das perdas no SDAT

6. O envio de dados padronizados por ponto de medição seria uma possibilidade? Quais os
aspectos positivos e negativos dessa abordagem?

Sim, a padronização das informações é importante para o correto tratamento e interpretação


dos dados. O aspecto negativo é que surge em mais uma obrigação aos agentes do setor elétrico.

A padronização dos dados inclusive facilitaria a reprodução e conferência do cálculo da


demanda medida nos pontos de fronteira.

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A inclusão do procedimento de medição dos dados de fronteira do SDAT e envio de dados
padronizados no escopo obrigatório da ISO 9.001 por parte das Concessionárias seria uma opção
a ser avaliada.

7. A confiabilidade dos dados de medição – principalmente os que não pertencem ao Sistema de


Medição de Faturamento (SMF) – é adequada?
Os dados são confiáveis, desde que as medições estejam localizadas nos pontos corretos,
sejam a três elementos, TIs dimensionados corretamente, medidor devidamente calibrado. Caso a
medição atenda a todos esses critérios é inquestionável a confiabilidade dos dados de medição.

8. Em caso de falhas na apuração da medição de algum ponto de medição, quais são os


procedimentos adotados? Tais procedimentos deveriam ser detalhadamente definidos?
Sem resposta

II. Critérios para a classificação de circuitos atípicos e reconfigurados

9. Na maioria dos casos são significativas as variações diárias das unidades geradoras nos
alimentadores de distribuição?
Em geral sim, as variações da medição entre os diferentes dias podem ser bem relevantes.
Para ilustrar este fato apresentamos a seguir a estatística de algumas medições de geração
distribuída das empresas da ABRADEMP, mostrando a curva média de geração de um determinado
período e o desvio padrão para cada quarto de hora (medição de 15 em 15 minutos), valores
padronizados pelo valor máximo da média.

Dados Médios e desvio Padrão Curvas diárias de Medição


UHE ZEBU - ELETROCAR UHE ZEBU - Eletrocar
Curva média diária e Desvio Padrão 200 Medições Diárias
180
100%
160
80% 140
60% 120
100
40%
80
20% 60

0% 40
20
00:15
01:30
02:45
04:00
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07:45
09:00
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11:30
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Geração Média Norm. Desvio Padrão Norm.


O desvio padrão do valor medido em cada quarto de hora varia entre
60% e 80% do valor médio medido. Dados de 01/01/2021 até
30/09/2021.

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UHE COLORADO - ELETROCAR UHE COLORADO - Eletrocar
Curva média diária e Desvio Padrão 900 Medições Diárias
100% 800
700
80%
600
60%
500
40% 400
20% 300

0% 200
100
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04:00
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06:30
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10:15
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14:00
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Geração Média Norm. Desvio Padrão Norm.
O desvio padrão do valor medido em cada quarto de hora gira em torno
de 50% do valor médio medido. Dados de 01/01/2021 até
30/09/2021.
CGH RIO ALEGRE - HIDROPAN CGH RIO ALEGRE - HIDROPAN
Curva média diária e Desvio Padrão Medições Diárias
900
100% 800
700
80%
600
60%
500
40% 400
20% 300

0% 200
00:15
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04:00
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06:30
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09:00
10:15
11:30
12:45
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19:00
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00:00

100
0
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Geração Média Norm. Desvio Padrão Norm.


O desvio padrão do valor medido em cada quarto de hora fica entre 60%
e 80% do valor médio medido. Dados de 01/06/2021 até 30
11/2021.
CGH RIO PALMEIRAS - ELETROCAR CGH RIO PALMEIRAS - HIDROPAN
Curva média diária e Desvio Padrão 900 Medições Diárias
100% 800
700
80%
600
60%
500
40% 400
20% 300
200
0%
100
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Geração Média Norm. Desvio Padrão Norm.


O desvio padrão do valor medido em cada quarto de hora fica entre 60%
e 80% do valor médio medido. Dados de 01/06/2021 até 30
11/2021.

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UHE SÃO PATRÍCIO - CHESP UHE SÃO PATRÍCIO - CHESP
Curva média diária e Desvio Padrão 1200 Medições Diárias
100% 1000
80%
800
60%
600
40%
20% 400

0% 200
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Geração Média Norm. Desvio Padrão Norm.
O desvio padrão do valor medido em cada quarto de hora fica entre 60%
e 80% do valor médio medido. Dados de 01/01/2021 até
30/04/2021.

As curvas mostram a variabilidade em nível e em formato para algumas gerações distribuídas.


Espera-se com este exemplo mostrar que não há uma forma única e constante de representar a
curva de geração distribuída para um determinado período. Note-se que as curvas mostradas são
de usinas hídricas, esta análise poderia ser estendida para outras fontes variabilidade
reconhecidamente maior, tal como a geração solar/eólica.

Cita-se também a contribuição da LIGHT à AP89/2016 em que apresenta um estudo de


caso que avalia a sensibilidade no resultado de perdas a partir da simulação de diversos cenários
de geração conectadas a sua rede, demonstrando que as perdas variam significativamente conforme
o cenário de geração.

Com base nisso, contesta-se a intenção do regulador de que as perdas em alimentadores


com GD relevante seja dada por fluxo de potência. Entende-se que estes alimentadores devem
permanecer como atípicos e as perdas informadas pela distribuidora.

10. As distribuidoras possuem os dados de medição dos geradores conectados aos circuitos de
média tensão com injeção de potência significativa?
Em geral, sim.

11. Caso opte-se por calcular as perdas dos circuitos que possuem geração, qual seria a
alternativa mais adequada para a curva de carga? Teriam outras opções além das anteriormente
elencadas?
Reitera-se a sugestão de que estes circuitos permaneçam classificados como atípicos. No
entanto, se a opção for de simulação pelo regulador recomenda-se que sejam simulados cenários

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contemplando a variabilidade das curvas dos geradores ao longo do tempo e se considere a maior
perda calculada.

12. A distribuidora possui sistema de subtransmissão que interliga SED? Caso positivo, a
distribuidora dispõe de medição de modo a totalizar as perdas desse sistema?

Das empresas da ABRADEMP, as poucas que possuem sistema de subtransmissão dispõe


de sistema de medição capaz de totalizar as perdas por diferença.

13. O tratamento dispensado ao Sport Network pela metodologia de perdas é adequado?


NA

14. O tratamento dispensado a redes subterrâneas reticuladas pela metodologia de perdas é


adequado?
NA

III. Incorporação de microgeração e minigeração distribuída ao modelo de


cálculo de perdas por fluxo de potência
15. A incorporação da microgeração e minigeração distribuída ao modelo de cálculo de perdas é
necessária?
Sim. É importante incorporar a MMGD no cálculo das perdas pelas seguintes justificativas:

 A MMGD tem o potencial de alterar significativamente a direção do fluxo de energia


em diferentes horários, podendo gerar perdas tanto no período carga do sistema (ou
micro sistema) quanto no período geração líquida deste mesmo sistema. Isso é
esperado em trechos do sistema em que a carga típica não é simultânea a geração
local.
 O formato curva de carga de uso de cada trecho do sistema de distribuição pode
ser alterada de sobremaneira aumentando (ou reduzindo) a energia passante nos
transformadores de distribuição por exemplo.
 Perdas é um volume de energia que circula nos elementos do sistema portanto tem
potência associada e deve ser considerada para o dimensionamento das redes. Para
apurar o custo do sistema para atender o fluxo de perdas é importante conhecer o
nível de perdas em diferentes partes do sistema.
 O efeito da MMGD no que se refere a perdas pode ser tanto um benefício (quando
reduz) quanto um custo adicional para o sistema (quando aumenta), e isso depende
de cada sistema ou de segmentos dele. Para entender se a MMGD reduz ou aumenta
perdas é preciso inseri-la no cálculo.

8|Página
Corroborando, cita-se o P&D/ANEEL nº 04950/586/2018 cuja proponente foi CEMIG-D,
e reproduz-se alguns trechos da conclusão do capítulo III que trata sobre o impacto nas
perdas pela inserção da MMGD.
“(...) a partir dessas simulações, afirmar que realmente há redução de perdas
de energia, em kWh, nas redes BT e, principalmente, nas redes MT, no período
diurno, com inserção da microgeração, mas até um determinado limite, sendo
que nos dias de pleno sol, e nas inserções maiores, há aumento de perdas,
principalmente nos circuitos BT (...)”
“As perdas, em kWh, diminuem com a inserção da Micro GD na maioria das
simulações, pois a geração reduz, na maior parte dos casos, a carga diurna
dos circuitos BT, dos transformadores e principalmente da rede MT. Mas isto
acontece até um determinado limite, sendo que nos dias de pleno sol, e nas
inserções maiores, há aumento de perdas, principalmente nos circuitos BT,
devido ao fluxo reverso.”
“Dependendo do nível de injeção, que varia conforme a simulação, aparecerá
fluxo reverso e o surgimento de perdas com esse fluxo negativo. E muito
importante: se o fluxo reverso ficar maior que o fluxo direto, haverá um aumento
do carregamento médio da rede e um aumento das perdas, e não uma redução.
Isto acontece principalmente nas simulações de maior penetração da Micro GD,
na condição de Pleno Sol, e nos sábados e domingos, sendo os circuitos de
baixa tensão o segmento mais afetado.”
Nota-se pelos trechos acima que a depender da característica do sistema, da intensidade
da inserção da GD e da incidência solar, as perdas de energia podem ser alteradas para cima ou
para baixo, assim como pode haver aumento de perda de potência caso a demanda máxima do
sistema aumente.

Ainda, para ilustrar a necessidade, simulou-se o impacto de uma geração solar distribuída
em um sistema hipotético com 02 consumidores, com diferentes cenários de geração.

Os consumidores apresentam as seguintes curvas de carga medidas:

UC 1 UC2
UC1 - Curva de Carga UC2 - curva de carga
3 0,6

2 0,4

1 0,2

0 0

9|Página
Na simulação abaixo, representa-se a rede com um Trafo e estes dois consumidores, sem
MMGD. O total de perdas que circula no sistema nessa condição é 2.097KWh1. Além disso,
a demanda máxima deste mini sistema é 2.790 kW. O sistema abaixo representa essa
condição:

1
Para o que se pretende é irrelevante o percentual de perda desde que seja o mesmo em todos os
cenários, já que deseja-se medir a alteração das perdas.
10 | P á g i n a
Inj. Remanescente UC1
1

MT 0

Fluxo passante trecho 2 Fluxo Passante trecho 1 Perdas no trecho 1


Perdas no trecho 2
3 0
3 0
3 2 0
BT 2
2
0
1
0 0
1
1 0 0 0
- 0

Injetado UC1 na Rede


Trecho 2 Suprimento UC2 pela Trecho 1 3
Carg Total UC 17.473 GD UC1 Carg Total UC 12.557
2
Geração Solar - Geração Solar -
1
Cons. Simultaneo - Cons. Simultaneo - - 1
Fornecimento Jusante 12.557 Fornecimento 12.557
Fornecimento Montante 4.916 Suprimento UC2 pela -
Inj. GD na rede -
0

Inj. GD na rede - rede a montante Perdas 1.506,8 Suprimento UC1 pela


Perdas 2.097 D.Max rede 2,433
1 Injetado na Rede Rede
D.Max rede 2,790 0
1
0 2
-
0,5

- 0
0
-
~s ~sdf
UC2 UC1

UC2 - carga Total UC1 - carga Total Consumo Simultaneo


Geração Local - GD Consumo Simultaneo Geração Local - GD
0,6 1 3 3 3
1
0,4 2 2 2
0,5
0,2 0,5 1 1
1

0 0 0
0 0 0

11 | P á g i n a
A simulação abaixo, para o mesmo sistema, considera uma MMGD instalada na UC1
cuja energia gerada se iguala a energia da carga. Nesta configuração há um fluxo direto e
reverso entre a rede e o consumidor 1, e parte da energia injetada pelo consumidor 01 na
rede supri o consumidor 2 e parte fica disponível para o restante do sistema.

Nesta condição o volume total e perdas neste trecho do sistema aumenta de


2.097kWh (condição sem MMGD) para 3.241 KWh (condição com MMGD no consumidor
1), ou seja, a perda2 neste trecho aumenta 54%. E a demanda máxima do trecho permanece
igual a 2.790kW.

A figura abaixo compara a curva de carga no trecho 2 do sistema simulado


(secundário do Trafo).

Curva de carga no trecho 02


3

2,5
Cenário com MMGD na UC1
2 Cenário sem MMGD

1,5

0,5

Esta condição do sistema está representado na figura abaixo:

2
Desconsidera-se aqui que a perda é proporcional ao quadrado da potência.
12 | P á g i n a
Inj. Remanescente UC1
2

MT 0

Fluxo passante trecho 2 Fluxo Passante trecho 1 Perdas no trecho 1


Perdas no trecho 2
3 0
3 0
3 2 0
BT 2
2
0
1
0 0
1
1 0 0 0
- 0

Injetado UC1 na Rede


Trecho 2 Suprimento UC2 pela Trecho 1 3
Carg Total UC 17.473 GD UC1 Carg Total UC 12.557
2
Geração Solar 12.557 Geração Solar 12.557
1
Cons. Simultaneo 3.769 Cons. Simultaneo 3.769 - 1
Fornecimento Jusante 10.396 Fornecimento 8.788
Fornecimento Montante 3.308 Suprimento UC2 pela -
Inj. GD na rede 8.788
0

Inj. GD na rede 6.125 rede a montante Perdas 2.109,2 Suprimento UC1 pela
Perdas 3.241 D.Max rede 2,433
1 Injetado na Rede Rede
D.Max rede 2,790 0
1
0 2
-
1,545626597 0,5

- 0
0
-
~s ~sdf
UC2 UC1

UC2 - carga Total UC1 - carga Total Consumo Simultaneo


Geração Local - GD Consumo Simultaneo Geração Local - GD
0,6 1 3 3 3
1
0,4 2 2 2
0,5
0,2 0,5 1 1
1

0 0 0
0 0 0

13 | P á g i n a
Nos cenários acima, o consumo simultâneo à MMGD é baixo, uma vez que a carga
tem característica residencial com maior consumo noturno. Aplicando o mesmo procedimento
para consumidores com características comerciais (maior consumo simultâneo) e considerando
a mesma premissa:

UC 1 UC2
UC1 - curva decarga UC2 - cruva de carga
Total Total
0,4 1

0,2 0,5

0 0

Os resultados são:

Perda sem GD (cenário base): 1.556 kWh

Perda com GD na UC1: 1.273 kWh, redução de 19%.

Perda com GD na UC1 e UC2: 1.232kWh, redução de 21%

O exemplo desenvolvido acima, mesmo com as simplificações, corrobora com a ideia


de quea MMGD deve ser incluída no cálculo das perdas. Como mostrado a MMGD pode
ser redutora ou potencializadora de perdas, depende da característica do sistema em que
está inserida. Esta abordagem ganha relevância em sistemas de menor porte em que a
diversidade dos trechos de sistema tende a ser menor.

16. Considerando o número de unidades com geração e o acréscimo de complexidade ao cálculo,


é importante considerar as demais fontes de geração no cálculo de perdas?

Sim é importante que o cálculo contemple todos os entes do sistema, até para que
no futuro possa se propor simplificação do método. Para poder simplificar é preciso aprofundar
antes, criar evidências de que as simplificações contemplem adequadamente a realidade. Nos
argumentos e exemplos hipotéticos apresentados na pergunta 15, fica evidente a potencial

14 | P á g i n a
variabilidade do volume de perdas dependendo da diversidade de carga, da inserção da GD
e do trecho de sistema em que isso deve ocorrer. Enfatizamos ainda, a atenção em
representar tanto a injeção total do prosumidor quanto o consumo total, sob pena de haver
desbalanço energético entre carga e geração.

17. Qual a melhor opção para se obter a energia mensal gerada: utilizando-se o OpenDSS como
um estágio que precede o cálculo ou por meio da formulação descrita anteriormente nessa seção?
Existem outras opções a serem avaliadas?
Sem resposta

18. Existe outra base de dados que poderia ser utilizada para a obtenção da irradiância solar,
além da base de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar desenvolvido pelo INPE?

Existem algumas outras opções disponíveis que deixamos registrado, mas sem julgar
o mérito se são melhores ou não que o Atlas Brasileiro:

 Software: RetScreen, HOMMER, Meteonorm, 3-Tier, PV-G

 CRESESB (www.cresesb.cepel.br), NASA (eosweb.larc.nasa.gov/sse/)

 Atlas solar Mundial fornecidos pelo Banco Mundial (https://globalsolaratlas),


uma iniciativa da Global ESMAP sobre o Mapeamento de Recursos de Energia
Renovável.

O objetivo principal deste Atlas Solar Global é fornecer acesso rápido e fácil
aos dados de recursos solares e potencial de energia fotovoltaica , informando
através de camadas GIS e mapas o potencial de recursos globais, regionais
e nacionais.

19. Qual a periodicidade para a consideração da irradiância e da temperatura, tendo em vista a


disponibilidade de informação: diária, mensal, anual ou alguma outra forma?
A periodicidade dos dados é limitada. A definição abaixo está no atlas de energia
solar de 2020 do INPE:

“Visão geral: Médias anual e mensal do total diário da irradiação em


Wh/m2.dia com resolução espacial de 0,1° x 0,1° (aproximadamente 10km
x 10km)”.

15 | P á g i n a
O ganho no cálculo de perdas com aumento da frequência temporal dos dados
depende da variabilidade destes dados e das limitações das outras informações necessárias
para o cálculo das perdas. Vejamos, se o objetivo é estimar a energia mensal gerada, a
irradiância média mensal é suficiente, se o objetivo é estimar a energia por patamar (dia
útil, sábado e domingo) deve-se estimar a irradiância média para cada patamar. Agora, se
o objetivo é estimar a energia gerada no dia de demanda máxima da rede, é plausível que
se utilize a irradiância do dia.

Uma alternativa ao uso de dados de irradiância e temperatura para estimativa da


geração solar, é que o estrato de prosumidores com MMGD esteja representado
estatisticamente no sistema elétrico, para isso é necessário que se ajuste o módulo 2 do
PRODIST “planejamento da expansão” para que a caracterização da carga contemple os
prosumidores e a MMGD sem carga associada. Dessa forma, a própria curva de carga
medida (ou tipologias) dos prosumidores representará a inserção e nível da MMGD no
sistema a cada processo de revisão tarifária. Uma limitação dessa proposta é que a curva
de carga é medida na entrada do consumidor, portanto não captura a geração efetiva, mas
a parcela que é injetada na rede.

20. Como considerar a irradiância e a temperatura tendo em conta a localização geográfica da


unidade com geração: i) usar a localização geográfica unidade com geração sem qualquer
simplificação; ii) por conjunto de unidade consumidora; iii) por área de concessão; iv) por região
ou alguma outra forma?

Para definir a localização geográfica para estratificação dos dados há que se considerar
a origem dos dados. Referente a qualidade dos dados do atlas solar 20203, no próprio
atlas consta o texto abaixo que ilustra o tratamento dos dados evidenciando as imperfeições
das estimativas.

“A base de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar é composta por


estimativas fornecidas pelo modelo computacional BRASIL-SR baseadas
em 17 anos de imagens de satélite (1999 a 2015) (...) totalizando

3
Atlas Brasileiro de Energia Solar - 2017 (inpe.br)
16 | P á g i n a
503 estações de superfície com qualidade adequada para participar do
processo de validação.”
Ainda, cada dado se refere a quadrículas de 10km x 10km:

“Visão geral: Médias anual e mensal do total diário da irradiação em


Wh/m2.dia com resolução espacial de 0,1° x 0,1° (aproximadamente
10km x 10km)”
O trecho do mapa mostrado na figura abaixo mostra estas quadrículas, com foco no
município de Tapejara, em que 04 quadrículas são suficientes para cobrir todo município.

Ainda assim, para a decisão sobre o agrupamento geográfico necessário recomenda-


se uma análise estatística descritiva dos dados, especialmente sobre a variância regional dos
dados.

A figura a seguir mostra a dispersão em torno da média da irradiação de cada


quadrícula (10kmx10km) do Rio Grande do Sul para o mês de Dezembro4. Pela figura, a
dispersão regional é representativa com banda de ±20%, com valores mais extremos a
direita, portanto a segregação por quadrícula parece ser justificada.

4
LABREN - Irradiação para o Estado do Rio Grande do Sul (inpe.br)
17 | P á g i n a
Variação em relação a média - Quadrículas
30%

20%

10%

0%

-10%

-20%

-30%

-40%

-50%
0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

A figura abaixo mostra o mesmo dado, mas agrupado por município, o formato da
curva é semelhante.

Variação em relação a média -


Município
30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
1
19
37
55
73
91
109
127
145
163
181
199
217
235
253
271
289
307
325
343
361
379
397
415
433
451
469
487

-10,0%

-20,0%

-30,0%

-40,0%

IV. Definição da Impedância das linhas

21. Qual das opções deve ser adotada para representar as características elétricas das linhas do
SDMT e SDBT? Existiria outra forma não abordada nesse documento?
A modelagem mais correta de representar as impedâncias das redes é através do
cálculo dos parâmetros elétricos pela geometria e os dados dos cabos. O OpenDSS contém
as funções que calcula as resistências e reatâncias de sequência positiva e sequencia zero
através das funções:

18 | P á g i n a
1) “New Wiredata.XXX”: script com os dados físicos e elétricos dos cabos contidos
na redes;

2) ‘New LineSpacing.XXX’: script de modelagem dos espaçamentos dos cabos para


cada tipo de estrutura de rede;

3) ‘New LineGeometry.XXX’: script de combinação do Wiredata com o LineSpacing

22. A solução implementada para considerar o neutro com a inserção do quarto condutor nas
linhas do SDMT e SDBT é adequada?

A representação do neutro é importante, principalmente em redes com desequilíbrio


de cargas, no entanto percebeu-se que em muitos casos que foram calculadas a perdas
técnicas, considerando o quarto condutor (neutro isolado), houve problemas de convergência
e quando se alterou para o modelo a três condutores (neutro aterrado), o problema de
não convergência não acorreu mais. A representação do quarto condutor, principalmente na
rede BT quando é uma rede monofásica a três fios com o neutro no tap central da bobina
do secundário do transformador.

A representação do neutro no SDMT pode ser desconsiderada, pois a partir da


modelagem dos parâmetros das redes (modelagem pela geometria dos cabos), pode usar
a função de redução de neutro (redução de Kron) contida no OpenDss.

23. Realizar o aterramento do neutro através do objeto Reactor é a melhor opção? Ou seria
mais adequada a modelagem em que a resistência do neutro não seria considerada?
Seria mais adequado a modelagem sem a resistência de aterramento do transformador,
com o neutro aterrado sem reator de aterramento.

V. Inserção da impedância de magnetização ao modelo dos


transformadores de distribuição

19 | P á g i n a
24. A representação da reatância de magnetização se faz necessária?
Se considerar que a corrente de magnetização também contribui para a corrente total
que circula nas redes, consequentemente contribui para o montante de perdas técnicas. Desta
forma, seria importante representar a reatância de magnetização.

25. Para considerar essa reatância basta adicionar o parâmetro %imag quando da definição do
objeto Transformer?
Sim, esta é a forma de indicar no OpenDSS para considerar a corrente de
magnetização dos transformadores.

VI. Tratamento regulatório para o carregamento dos transformadores de


distribuição
26. Deve-se proceder à limitação da carga quando exceder a potência nominal do transformador
de distribuição em um determinado montante?
A limitação da carga deve considerar a carga agregada do transformador, ou seja, a
partir do somatório de todas as cargas.

27. O limite de 140% está adequado para essa finalidade?


Em princípio o limite de 140% está adequado, para cargas de curta duração. No
caso de sobrecarga por geração, por mais longo período, não deve ser admitido sobrecarga
alguma.

28. Deve-se proceder à limitação da carga quando exceder a máxima capacidade de condução
dos condutores? Qual limite deve-se estabelecer para essa finalidade?
Para este tipo de situação não há necessidade de se limitar a carga.

VII. Tratamento regulatório para a distribuição das cargas entre as fases


no SDBT e no SDMT

29. Deve-se proceder à redistribuição das cargas entre as fases do circuito quando o
desbalanceamento ultrapassar um determinado valor?
Sim, deve-se proceder a redistribuição de cargas entre as fases, principalmente
quando se tratar de circuitos trifásicos.

20 | P á g i n a
30. Qual a melhor forma de ser determinar um limite para o desbalanceamento de carga ao longo
do alimentador?

Quando se observar um desequilíbrio maior que 40% entre as fases. O ideal é que
entre as fases a distribuição seja em torno de 33% em circuitos trifásicos.

VIII. Aprimoramento das definições regulatórias de energia injetada e


energia fornecida

31. As definições de energia injetada e de energia fornecida apresentadas descrevem


adequadamente o que deve ser considerado no computo desses montantes para fins do cálculo
de perdas?

Ponto 1: sobre energia exportada


Para avaliação de consistência das perdas calculadas a partir de dados medidos, a
definição de energia fornecida ou entregue deveria ser aprimorada para incorporar possível
“exportação” de energia para sistemas de outras distribuidoras ou transmissoras. A equação
abaixo representa o que se propõe.
Conceito Atual:
Energia Fornecida: mercado cativo + mercado livre + mercado próprio + energia
suprida/entregue a outras distribuidoras
Aprimoramento do Conceito:
Energia Fornecida: mercado cativo + mercado livre + mercado próprio + energia
suprida/entregue a outras distribuidoras + energia exportada para o sistema da supridora ou
transmissora (inversão)
Esta proposta amplia o propósito da rede de distribuição que além de servir de
transporte para fornecer para o mercado consumidor da própria distribuidora pode ser utilizado
para escoar energia entre dois sistemas de transporte. A energia exportada, portanto, não é
necessária para atender o mercado próprio da distribuidora é como se fosse uma carga,
mas sem consumidor associado.

Ponto 2: Sobre ajuste ao calendário civil

21 | P á g i n a
Quando o objetivo é calcular ou validar o volume de perdas deve-se adotar um
período mais amplo do que 12 meses (24 meses, 36 meses) para que os efeitos
tanto a questão do calendário quanto da sazonalidade da carga na definição das
perdas possa ser ignorada. Perdas mensais são muito imprecisas e qualquer ajuste
nos dados medidos com o propósito de minimizar estas imprecisões de calendário ou
sazonalidade apenas substitui por uma imprecisão matemática.

32. Há correspondência que permita a comparação entre os valores informados na BDGD e no


SAMP Balanço Energético? Caso negativo, qual a diferença entre as fontes de informação.

Comparando as definições:

ENERGIA INJETADA:
SAMP (Manual 2017): “Somatório de toda energia injetada na rede de
distribuição. Calculado pelo somatório da energia recebida nos pontos de fronteira
(livre das perdas da rede básica), geração própria, mercado livre e geração
distribuída.” (grifo nosso)
“O valor da energia injetada nas redes de distribuição pelas micro e mini
gerações deverá ser declarado no Samp - Balanço de Energia no item
Disponibilidade - Geração distribuída -Energia injetada na rede pela Micro e
Mini geração (REN 482/12), por nível de tensão e consolidado.”
BDGD (Anexo I, revisão 2, 01/01/2021): “No caso da categoria de energia
injetada, os campos devem corresponder à energia injetada no nível de tensão
proveniente de agentes supridores (transmissores, outras distribuidoras e geradores)
e de geração própria, necessária para atendimento de seu mercado (cativo, livre
e suprimento) e das perdas de seu sistema de distribuição, não devendo ser
considerada a energia proveniente de outros níveis de tensão da distribuidora,
devendo ser obtido de medições (operativas ou de fronteira). No caso da categoria
de energia injetada de geração, os campos devem corresponder à energia injetada
no nível de tensão proveniente das centrais geradoras que celebraram Contrato de
Uso do Sistema de Distribuição – CUSD (ressalta-se que esse montante de
energia deve também compor a categoria de energia injetada).”
Contribuição I: Na definição de energia injetada no manual do SAMP consta
“mercado livre”, entende-se que tal definição está equivocada já que a
energia transportada para atender o mercado livre já está medida nos pontos
de injeção. Sugere-se a exclusão deste termo da definição de energia
injetada.

22 | P á g i n a
Contribuição II: A definição do SAMP contempla todos os atores que injetam
energia na rede das distribuidoras. Já a definição da BDGD limita a injeção
por “agentes supridores” e “centrais geradores que celebram CUSD”.
Sugere-se que a definição da BDGD seja menos específica de modo a
contemplar qualquer tipo de geração injetada na rede, principalmente para
incorporar a energia injetada medida da MMGD que não são agentes
supridores (no sentido de ter algum tipo de contrato de venda de energia)
nem, no caso da Micro GD, celebram CUSD com a distribuidora, conforme
regra vigente.

ENERGIA FORNECIDA:
SAMP (Manual 2017) divide a energia fornecida em 02 categorias:
I. Energia Vendida: Somatório de toda energia vendida
a. Fornecimento-cativo: Somatório do consumo do mercado cativo.
b. Fornecimento consumo próprio: Somatório do consumo próprio da
distribuidora.
c. Suprimento: Energia suprida com tarifa regulada a concessionárias de
distribuição com mercado inferior a 500 GWh/ano, permissionárias e
concessionárias do Sistema Isolado.
II. Energia Entregue: Energia transportada pelo sistema da distribuidora com
faturamento apenas por TUSD:
a. Mercado livre: Energia entregue a consumidores livres e autoprodutores.
b. Outras Distribuidoras: Energia entregue a concessionária acessante do
sistema de distribuição.
BDGD (Anexo I, revisão 2, 01/01/2021): “No caso das categorias de energia
fornecida, os campos devem corresponder à energia entregue e medida, ou estimada,
nos casos previstos pela legislação, às unidades consumidoras regulares (cativos e
livres) e a outras distribuidoras, mais o consumo próprio, devendo serem ajustadas
pela distribuidora de modo a refletir o mês civil, considerando que variam conforme
o ciclo de faturamento. No caso da categoria de energia fornecida sem rede associada,
os campos devem corresponder à energia entregue e medida, ou estimada, nos casos
previstos pela legislação, às unidades consumidoras regulares e a outras distribuidoras,
mais o consumo próprio, sem rede associada no nível de tensão de fornecimento
(ressalta-se que esse montante de energia deve também compor qualquer uma das
demais categorias de energia fornecida)”
Contribuição I: Há uma diferença crucial entre as informações de energia
total do BDGD e SAMP fornecida que é o ajuste ao calendário civil das
medições realizadas nas rotas de faturamento ao longo do mês. Esta
diferença de método na informação pode ser significativa especialmente
e áreas de concessão com carga sazonal e, ainda mais, se esta carga
sazonal ocorrer no período entre dezembro e janeiro.

23 | P á g i n a
Considerando o objetivo desta tomada de subsídio que é o cálculo de
perdas, sugere-se que a compatibilização das perdas entre o BDGD e
o SAMP utilize um período de dados medidos maior do que 12 meses,
podendo ser 24 meses ou 36 meses sob a justificativa de que quanto
maior o período de dados para cálculo da perda de distribuição menos
relevante se torna o efeito do calendário. Se assim for aceito, não há
necessidade de adequação nas definições de energia fornecida para
compatibilizar o SAMP e a BDGD nesta categoria.

Contribuição II: Nos casos de UCs do grupo A faturadas/medidas em


baixa tensão, a REN 1000 (ART.305) define o acréscimo de um %
fixo de perdas aplicado sobre a energia medida e este volume de perdas
deve ser informado no SAMP tanto na energia faturada quanto medida.
Esta é uma diferença entre as definições do SAMP e do BDGD. Isolando
este efeito a perda calculada pelo SAMP será menor do que a do BDGD
já que a energia fornecida é majorada pelo acréscimo das perdas destes
transformadores.

Contribuição III: as definições no SAMP contemplam tanto o valor medido


quanto o valor faturado. No entanto, para que seja compatível com as
definições do BDGD deve-se considerar os valores medidos.

33. A segregação da energia fornecida: em energia fornecida ao mercado livre, energia fornecida
ao mercado cativo e energia fornecida à outras distribuidoras contempla todas as situações presentes
no sistema de distribuição? Seria necessária a abertura de outros tipos de energia?

Em linha com o que foi explanado na pergunta 31, há uma situação que não se
caracteriza nem em energia fornecida nem em energia injetada, é o caso de fluxo reverso
nos pontos de fronteira (do supridor ou da transmissão). Este caso poderia ser entendido
como uma energia que circula no sistema de distribuição, mas sem consumidor final atrelado
e que não significa perda também porque reverte para o sistema a montante.

Para ilustrar o pensamento, imagina-se uma rede de distribuição com um alimentador


com carga de 100MWh, geração distribuída de 200 MWh e energia injetada na fronteira
de 105MWh. Neste exemplo hipotético, pela definição atual:

 Energia Injetada = 200 (GD) + 105 (Fronteira) = 305 MWh


 Energia Fornecida = 100 MWh
 Perdas = Energia Injetada – Energia Fornecida = 205 MWh

24 | P á g i n a
Neste mesmo alimentador apura-se um fluxo reverso de 195MWh.

Conforme sugestão apresentada na pergunta 31, as adequações de conceito devem


ser de tal forma que o cálculo das perdas neste caso seja dado por:

 Energia Injetada = 200 (GD) + 105 (Fronteira) = 305 MWh


 Energia Fornecida = 100 (carga) + 195 (fluxo reverso) = 295 MWh
 Perdas = Energia Injetada – Energia Fornecida = 10 MWh

IX. Aprimoramento na interface que acessa o OpenDSS

34. Quais as vantagens e desvantagens de se adotar a interface DSS Extensions comparativamente


à interface COM?
A interface DSS Extensions por permitir a interface do OpenDSS com várias
plataformas (Python, Matlab,C++, C#) pode ser uma alternativa de utilização do OpenDSS
via outra linguagens de programação, entretanto uma desvantagem pode ser em não usar o
modo COM que é a orientação de uso do motor do OpenDSS.

35. Há algum ponto de atenção em se empregar essa nova interface?


NA

25 | P á g i n a

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