Você está na página 1de 12

XXI Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica

SENDI 2014 - 08 a 13 de novembro


Santos - SP - Brasil

Carlos Alberto
Marco Aurélio Bini Ricardo Torrezan
Cerqueira
Companhia Paulista Companhia Paulista Companhia Paulista
de Força e Luz de Força e Luz de Força e Luz
mabini@cpfl.com.br cerqueira@cpfl.com.br torrezan@cpfl.com.br

Lineu Fernandes Laércio Pereira


Murilo da Silva
Silveira Cardoso
Universidade
Companhia Paulista Companhia Paulista
Tecnológica Federal
de Força e Luz de Força e Luz
do Paraná
murilosilva@utfpr.edu.br lfsilveira@cpfl.com.br laerciopc@cpfl.com.br

Automação de bancos de reguladores de tensão monofásicos de distribuição através do uso de relés


reguladores do tipo sincronizador

Palavras-chave

Automação
Eficiência operacional
PRODIST
SCADA
Sincronização
Smart Grid

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar os resultados da utilização de painéis de controle sincronizadores em


bancos de reguladores de tensão monofásicos de distribuição, destacando os principais ganhos em termos de
eficiência operacional e qualidade de fornecimento, bem como os pontos de atenção mais relevantes.

A aplicação prática em campo foi feita experimentalmente em bancos de reguladores de tensão existentes na
rede de distribuição de 15 kV, situados em pontos do sistema com características que potencializam o uso das

1/12
funcionalidades que este tipo de painel de controle possibilita, pois é constituído de um único controle, dito
universal dado que pode ser aplicado em qualquer tipo e marca de reguladores monofásicos de distribuição,
podendo ainda ser utilizado para operar apenas um, dois ou três reguladores com recursos de sincronismo de
funcionamento.

São mostrados os principais aspectos relacionados ao processo de implantação desde a instalação do painel de
controle, seu funcionamento, operação, automação, e integração aos sistemas existentes e ao Centro de
Operação, bem como os principais pontos de atenção e dificuldades.

São apresentados também os principais resultados práticos mensurados com relação aos ganhos de eficiência
operacional em termos de deslocamentos evitados.

1. Introdução

A busca pelo aprimoramento da qualidade de fornecimento aos Clientes é sempre um alvo permanente por parte do
órgão regulador, das distribuidoras, bem como de todos os agentes do setor elétrico, com o objetivo de preservar a
qualidade do fornecimento conforme estabelecido no Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica do PRODIST –
Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional.

Paralelamente ao esforço para melhoria da qualidade do fornecimento, atendendo reivindicação de diversos setores da
sociedade, recentes medidas associadas à renovação das concessões foram implementadas pelo Governo Federal,
reduzindo substancialmente a projeção de remuneração futura das distribuidoras. Diante de tal cenário, torna-se
imperativo a modernização de sistemas e processos pelas concessionárias, visando fazer mais e melhor, gastando
menos. Neste contexto, a automação destaca-se como uma das principais aliadas para melhoria da eficiência e redução
de custos operacionais, cenário que torna fortemente oportuna a utilização das novas funcionalidades introduzidas pelo
uso do relé regulador do tipo sincronizador descrito a seguir.

Dentre os fenômenos de qualidade da energia elétrica relacionados à qualidade do produto regulamentados no referido
Módulo 8 do PRODIST, a tensão em regime permanente constitui um dos requisitos primordiais, pois está diretamente
relacionado ao bom funcionamento dos equipamentos instalados pelos consumidores, bem como reflete diretamente no
bom desempenho da rede de distribuição principalmente no que se refere ao nível de perdas técnicas.

Historicamente pode ser observado que enquanto a Resolução DNAEE 047/1978 estabelecia limites para queda de
tensão ao longo dos circuitos num determinado instante, a Resolução ANEEL/505/2001 trouxe uma importante evolução
conceitual ao estabelecer os limites em termos de variação da tensão de atendimento no ponto de entrega ao longo do
tempo, condição esta que passou a ser avaliada através dos indicadores DRP – Duração Relativa de Transgressão de
Tensão Precária e DRC - Duração Relativa de Transgressão de Tensão Crítica, sendo este conceito incorporado ao
Módulo 8 do PRODIST em 2008.

Em 2010, uma nova versão deste módulo introduziu severa redução nos padrões dos indicadores individuais de
continuidade DIC (Duração de Interrupção Individual por unidade consumidora), FIC (Frequência de Interrupção
Individual por unidade consumidora), DMIC (Duração Máxima de Interrupção Contínua por unidade consumidora) e
DICRI (Duração da Interrupção Individual ocorrida em Dia Crítico), elevando significativamente os valores de
compensações financeiras a serem pagas pelas concessionárias aos clientes.

Atualmente o Módulo 8 do PRODIST está passando por um novo aprimoramento, estando prevista a introdução do
conceito de medição ininterrupta, a partir de 2015.

Este cenário mostra que a regulação da tensão de atendimento no ponto de entrega ao longo do tempo, é um aspecto

2/12
que passa a ter relevância cada vez maior quando se trata de qualidade do produto, bem como se observa que
indicadores no nível individual, ou seja, apurados para cada unidade consumidora, estão cada vez mais presentes na
regulação do setor elétrico brasileiro.

Neste contexto, a aplicação de bancos de reguladores de tensão na rede de distribuição passa a ter uma relevância
cada vez maior, principalmente no que se refere às novas funcionalidades introduzidas pelo uso do painel de controle
sincronizador.

Construídos inicialmente com componentes eletromecânicos destinados apenas a elevar o nível da tensão no lado
carga, equipamentos então denominados "auto-booster", evoluíram passando a ter as funções de elevar e também
abaixar o nível de tensão, sendo então denominados reguladores de tensão, e mais recentemente passaram a utilizar
componentes eletrônicos, caracterizando uma nova geração tecnológica com novas funcionalidades.

Usualmente, os bancos reguladores de tensão são constituídos por duas ou três unidades sendo dotados de um painel
de controle para cada regulador de tensão, sem sincronismo entre si no banco de reguladores de tensão, bem como
sem integração aos sistemas de supervisão e aquisição de dados, conhecidos como SCADA – Supervisory Control and
Data Acquisition.

Mais recentemente com o advento dos painéis de controle sincronizadores que atualmente já estão disponíveis no
mercado, e que também podem ser equipados com módulo de comunicação, tornou-se possível aplicar uma nova
filosofia utilizando um único painel de controle sincronizador para todas as unidades do banco de reguladores de tensão,
que podem então funcionar de modo sincronizado entre si, bem como podem atuar de forma integrada ao sistema
SCADA.

Basicamente esta nova filosofia de atuação no sistema para correção dos níveis de tensão através do uso de um único
painel de controle sincronizador integrado ao sistema SCADA e ao Centro de Operação, propicia uma série de
vantagens, que serão destacadas mais adiante neste artigo.

Com a finalidade de avaliar o desempenho deste tipo de painel de controle, explorar as potencialidades que as novas
funcionalidades propiciam, identificar os principais pontos de atenção e dificuldades, bem como mensurar os principais
resultados, foi aplicado este novo sistema de controle de bancos reguladores de tensão, em caráter experimental, em
dois pontos da rede de distribuição com características distintas, conforme segue:

Banco de reguladores de tensão número operativo 89903, ligado em delta fechado, localizado no alimentador
denominado BOT02, no final de uma rede extensa, configurado para modo de operação em cogeração devido a
existência de uma PCH – Pequena Central Hidroelétrica conectada ao sistema.

Este ponto foi selecionado, pois permite avaliar principalmente as funcionalidades que controlam o desequilíbrio de
tensão máximo entre as fases, requisito fundamental quando existe cogeração.

Banco de reguladores de tensão número operativo 295232, ligados em delta fechado, localizado no alimentador
denominado IBG22, situado próximo ao ponto de interligação com o alimentador denominado TAB01, sendo que
frequentemente é necessário realizar manobras para transferência de cargas entre estes alimentadores.

A escolha deste segundo ponto foi feita para avaliar principalmente as potencialidades relacionadas aos ganhos de
eficiência operacional durante manobras de transferência de cargas.

No item desenvolvimento são apresentadas uma descrição resumida do painel de controle sincronizador, as principais
etapas do processo de implantação do projeto piloto, os principais pontos de atenção e dificuldades, os principais
resultados práticos obtidos, bem como as potencialidades da aplicação deste novo sistema e da nova filosofia de

3/12
controle de bancos reguladores de tensão.

Por fim são apresentadas as conclusões, sendo que os primeiros resultados práticos indicam uma perspectiva
promissora, principalmente no que se refere aos ganhos associados a uma maior eficiência operacional, e ao controle do
limite de desequilíbrio de tensão entre as fases, dentre outros aspectos.

2. Desenvolvimento

Descrição resumida do relé regulador tipo sincronizador

Os reguladores de tensão monofásicos de distribuição sempre foram adquiridos pela CPFL equipados com seus
próprios relés reguladores de tensão (alguns o chamam de painel, outros de controle, etc.). Cada relé atua monitorando
os sinais de tensão e corrente apenas desse equipamento. Quando os reguladores operam em banco, a mudança da
tensão (ou da posição de operação) de um equipamento causa a interferência em outro, que pode também operar. Em
algumas situações este processo pode levar a uma avalanche e os equipamentos assumem posições extremas, o que
causa inconvenientes na rede e reclamações de clientes.

Para corrigir estas situações, dentre outros motivadores, surgiu no mercado um novo tipo de relé regulador quemonitora
até três equipamentos. Ele percebe situações desse tipo e, quando assim parametrizado, muda o algoritmo de
operação, passando para a operação em modo trifásico evitando a avalanche. Este novo tipo de relé é chamado de
"sincronizador", diferenciando-o do tipo "convencional" acima descrito.

Estes relés sincronizadores podem também ser utilizados para modernizar reguladores de tensão antigos e que
possuem relés com defeito cujo reparo é inviável. Estratégias de manutenção podem ser elaboradas a partir desta
possibilidade, como por exemplo, a substituição de três relés antigos por um sincronizador, liberando peças para uso na
manutenção de outros bancos. Basta para isso instalar uma tomada padronizada para conexão do novo relé
sincronizador nas caixas dos relés antigos.

O relé sincronizador controla a tensão, tanto em seu lado CARGA quanto no lado FONTE, supervisionando a operação
dos reguladores instalados em um mesmo banco, eliminando a necessidade da utilização dos relés reguladores de
tensão que equipam originalmente os reguladores. Em um relé sincronizador estão reunidas as funções de até três relés
reguladores de tensão, mais as funções de um sincronizador de reguladores monofásicos, o que lhe dá o nome,
incorporando, assim, uma nova filosofia de atuação no sistema para a correção dos níveis de tensão, propiciando
qualidade ao serviço de fornecimento de energia e atuando na operação dos reguladores instalados em um determinado
banco nas seguintes situações:

1. Elevação da resistência de aterramento do sistema devido às condições de instalação do local ou furto do cabo
de interligação do neutro.
2. Desequilíbrio no carregamento do sistema de distribuição que acarreta uma operação dos reguladores em tap’s
extremamente diferentes, gerando correntes de neutro que afetam o sistema de proteção.
3. Súbitas elevações ou quedas de tensão em uma das fases devido a variações de cargas monofásicas instaladas
no sistema.
4. Súbita queda de tensão em uma das fases devido a curto-circuito com alta impedância, na qual a proteção não
opera ou demora a operar.

Quando equipado com módulo de comunicação com o Centro de Operação o relé sincronizador permite uma gama
de interações com os operadores que serão destacadas na continuação deste trabalho.

4/12
As principais etapas do processo de implantação do projeto piloto

No planejamento das etapas foram considerados os seguintes aspectos:

Definição do local: Escolher o local que melhor aproveitasse os recursos oriundos tanto da sincronização
(problemas relacionados com o Sistema Elétrico) quanto da automação do banco (distância da base,
disponibilidade de antena de comunicação celular, características das cargas e clientes, entre outras). Por
exemplo, no caso do projeto piloto escolhemos o banco RT 295232 – Delta Fechado – Alimentador Ibitinga 22
com interligação com o alimentador Tabatinga 01 que já contavam com as tomadas adequadas (facilita, mas não
impede o uso em outros equipamentos sem a tomada). Neste caso o local escolhido refere-se à interligação de
duas fontes de energia, como recurso operativo de confiabilidade de fornecimento, cuja solução padrão com relés
convencionais não se apresentava como solução confiável. Outra escolha foi o banco de reguladores de tensão
número operativo 89903, ligado em delta fechado, localizado no alimentador denominado BOT02, no final de uma
rede extensa, configurado para modo de operação em cogeração devido a existência de uma PCH – Pequena
Central Hidroelétrica conectada ao sistema
Obtenção de kit de comunicação: Cada Empresa Concessionária possui uma solução de comunicação com o
Centro de Operações. Na etapa preparatória, é preciso que esteja previsto todo o equipamento e preparativos
para sua a instalação, como por exemplo, modem, chip celular, antena, fonte de alimentação, bem como a sua
inclusão ou previsão nos respectivos contratos de telecomunicação.
Levantamento das Características do equipamento: Verificar se o gabinete a ser utilizado comporta
fisicamente tanto o relé sincronizador quanto os equipamentos que compõem o kit de comunicação.
Adequação da comunicação do Relé Sincronizador com o Centro de Operações: Previamente à instalação,
o protocolo de comunicação e a definição das informações de interesse (definição dos campos, formatos, valores
válidos e bases de dados) devem estar estabelecidos, de sorte que uma linguagem comum entre o relé
sincronizador e o Centro de Operações permita a efetiva comunicação das informações trafegadas. Dentre as
informações de interesse elencamos as funcionalidades de telemedição, telecomando, e parametrização à
distância, bem como os níveis de segurança, pois alguns dados, tais como parametrização, são de uso restrito.
Nesta etapa também são preparadas as telas para os operadores e os comandos básicos são implantados. Telas
especiais para parametrização também devem ser criadas. No caso do piloto em tela, em função da
indisponibilidade do tempo e recursos necessários para o desenvolvimento de uma solução customizada para
banco de reguladores de tensão, encontrou-se uma solução de compromisso através da adaptação de
desenvolvimentos já levados a cabo para chaves automatizadas de redes de distribuição (PTR) ilustradas nas
figuras 1, 2 e 3.

Figura 1 - Tela de comando do operador no Centro de Operação, adaptada.

5/12
Figura 2 - Tela de parametrização remota no Centro de Operação, adaptada.

Figura 3 - Exemplo da exibição do banco de reguladores ao operador e de indicação de status e valores operativos,
ambas adaptadas.

Treinamento para parametrização do Relé Sincronizador: Os técnicos envolvidos no processo convencional


precisam ser apresentados aos novos relés sincronizadores e sua nova forma de gerenciar os dados de
interesse. Esta etapa compreende também a instalação do software do relé sincronizador em PC e a definição da
parametrização do relé que será instalado no Banco RT, ainda no escritório.

6/12
Treinamento para operação do Relé Sincronizador: De forma análoga a introdução de qualquer novo
equipamento na rede de distribuição, é preciso treinar as equipes de campo que serão os operadores locais,
preparando-os para execução das atividades normais de colocação em operação e retirada de serviço, bem como
sobre a leitura das informações no painel local.
Testes de comunicação com o Centro de Operações: Previamente à instalação em campo, recomenda-se, e
assim foi feito na etapa de testes piloto, que um teste de integração seja feito em escritório, no qual é verificada a
operação conjunta dos equipamentos e sistemas de comunicação, bem como o adequado funcionamento e
parametrização dos protocolos de comunicação. Caso algum desvio seja percebido, no escritório é mais fácil, e
dispõe-se de mais recursos, para a sua correção.

Figura 4 - Testes de escritório, simulando a comunicação entre relé sincronizador e Centro de Operação.

Verificação dos detalhes para instalação: Verificar previamente no escritório, com participação de equipes
de campo, se todos os detalhes construtivos, preparação, acessórios, etc., estão prontos para permitir a
instalação em campo.
Instalação em campo: Executar a instalação propriamente dita em campo. Nesse momento identificou-se a
necessidade de inserção de antena celular com maior ganho em função do baixo sinal da estação celular.

Figura 5 - Instalação do relé sincronizador em campo, com antena especial para melhorar a comuicação celular

Testes de comunicação com o CO e de funcionamento: Realizar em campo todos os testes de


comunicação e funcionamento em campo, inclusive com a manobra de inversão da fonte como foi o caso.

7/12
Ainda, os parâmetros escolhidos para implementação, inclusive a escolha previa da melhor estratégia de
controle (dentro dos algoritmos possíveis disponibilizados no relé sincronizador) também é confirmada nesta
etapa.

Principais pontos de atenção

Ao optar por este tipo de tecnologia, a Concessionária deve ter conta a necessidade de tratar dos seguintes aspectos
processuais:

Maior controle do parque de reserva;


Maior cuidado no planejamento do investimento no processo de aquisição pois a decisão pela compra do relé
regulador em separado do equipamento pode ser uma estratégia generalizada ou pontual no sentido da solução
de problemas específicos e localizados;
Escolha do melhor algoritmo de controle para cada local de instalação.

Quando equipados com módulo de comunicação com o Centro de Operação, são pontos de atenção:

Necessidade de modem de comunicação e pacote de comunicação celular, que deve estar previamente
contratado;
Processo de preparação de protocolos de comunicação e dicionário de dados no centro de operação;
Construção de telas de interface para o operador no centro de operação;
Eventual inserção de antena celular com maior ganho em função do baixo sinal da estação celular;
Fonte CA para o modem;
Gabinete adequado para acomodar todos os acessórios de telecom.

Os quatro primeiros aspectos estão sempre a cargo da Concessionaria, enquanto os dois últimos itens são facilmente
resolvidos ao incluírem-se estes requisitos na especificação técnica de aquisição do relé sincronizador.

Ganhos e potencialidades

Entre os ganhos e potencialidades que o relé sincronizador oferece, principalmente quando provido de módulo de
comunicação, destacam-se os seguintes:

a. Torna desnecessário o deslocamento de Equipes de Emergência até o banco regulador de tensão, com redução
dos custos operacionais correspondentes, para posicionar os contatos na posição neutra, quando é necessário
realizar manobras de transferência de blocos de cargas entre alimentadores. Como exemplo o regulador 295232
que no período de julho de 2013 a fevereiro de 2014, foram evitados 34 deslocamento de equipes para manobras
, correspondente a uma economia em torno de R$5500,00.
b. Possibilita a supervisão de todos os parâmetros do banco regulador de tensão que podem então ser visualizados
e, se necessário ajustados, em tempo real pelo Centro de Operação.
c. Melhora a eficiência durante a realização de manobras de um modo geral, pois diversas operações podem ser
executadas diretamente pelo Centro de Operação, sem necessidade de intervenção local pelas Equipes de
Emergência, que demandam um tempo de operação bem maior que a operação executada diretamente pelo
operador.
d. Contribui para reduzir o tempo de atendimento a ocorrências de falta de energia, pois com o monitoramento dos
parâmetros do banco regulador de tensão, o Centro de Operação tem informações valiosas que podem ajudar na
localização de defeitos na rede, tanto no lado fonte quanto no lado carga do banco, inclusive com indicação de
passagem de corrente de falta ou anormal pelo regulador de tensão.
e. Confere maior agilidade no atendimento a reclamações de consumidores quanto ao nível de tensão, uma vezque

8/12
possibilita consultar em tempo real as informações sobre os níveis de tensão, bem como permite fazer ajustes
através da atuação imediata do Centro de Operação, caso algum parâmetro esteja fora dos limites especificados.
f. Possibilita a aplicação de Ordens de Ajustes para alterar alguns parâmetros do banco remotamente, evitando
assim deslocamentos das Equipes de 15 kV.
g. Permite manter dentro de limites aceitáveis eventuais desequilíbrios entre os níveis de tensão entre as três fases,
pois sendo a atuação sincronizada, é possível monitorar a tensão no lado carga nas três fases, e ajustar os
parâmetros de acordo com uma diferença máxima permitida, limitando a diferença máxima entre os tap´s dos
reguladores do banco, sendo esta funcionalidade particularmente útil quando existem consumidores atendidos em
média tensão.
h. Evita a atuação indesejada do banco de reguladores quando ocorrem problemas relacionados à referência
envolvendo situações como furto do cabo de interligação do neutro ao aterramento, condições de instalação do
local, dentre outras.
i. Evita súbitas elevações ou quedas de tensão em uma das fases devido a variações de cargas monofásicas
existentes no circuito supervisionado.
j. Evita súbitas quedas de tensão em uma das fases devido a curto-circuito com alta impedância, quando o tempo
de atuação da proteção geralmente é mais longo.
k. Aumenta a visibilidade dos reguladores nos centros de operação onde todos os parâmetros do regulador podem
ser visualizados e ajustados pelo operador em Tempo Real.
l. Reduz o custo global da instalação (custo menor dos relés reguladores)
m. Melhora o acesso do operador local pois com o uso do relé regulador sincronizador apenas um relé regulador é
acessado enquanto que antes até três painéis precisavam ser acessados, com redução dos tempos envolvidos
nas operações de inserção e retirada de operação.
n. Propicia a redução dos estoques de componentes de reserva pois o relé sincronizador , dito universal, pode ser
adaptado a qualquer tipo e fabricante de reguladores de tensão.
o. O relé regulador do tipo sincronizador quando equipado com módulo de comunicação é ponto de coleta de dados
históricos da rede, como pode ser observado nas figuras 6 a 9 a seguir, obtidas do banco de dados do sistema
SCADA.
p. O relé regulador de forma geral é visto como investimento no MCPSE/ANEEL, facilitando a decisão de
implantação com certeza de reconhecimento na tarifa de energia elétrica.
q. Diminuição da probabilidade de penalidades por parte de nível de tensão, visto que as mudanças previstas no
novo módulo 8, revisão 5, que entra em vigor em 2015, onde transgressões por nível de tensão gerarão
ressarcimentos a partir da constatação, não havendo mais prazo para regularização. Com a automação dos RTs
os problemas poderão ser conhecidos e regularizados, remotamente ou não, antes da reclamação do consumidor
ou da realização da medição.

9/12
Figura 6 - Exibição gráfica de valores armazenados em banco de dados do SCADA - tensões

Figura 7 - Exibição gráfica de valores armazenados em banco de dados do SCADA - Correntes trifásicas lado carga
(A, B e C) e lado fonte (A', B' e C')

10/12
Figura 8 - Exibição gráfica de valores armazenados em banco de dados do SCADA - Tensões trifásicas lado carga
(A, B e C) e lado fonte (A’,B’ e C’).

Figura 9 - Exibição gráfica de valores armazenados em banco de dados do SCADA – Comutação


de TAP nos Reguladores.

3. Conclusões

11/12
Os primeiros resultados práticos indicam uma perspectiva promissora, principalmente no que se refere aos ganhos
associados a uma maior eficiência operacional, e ao controle do limite de desequilíbrio de tensão entre as fases, dentre
outros aspectos.

O uso piloto do relé sincronizador demonstrou elevada potencialidade de tornar-se fator de modernização e automação
dos bancos de reguladores de tensão, a baixo custo, pois permite que isso ocorra sem a necessidade da troca do
equipamento completo.

O uso do relé do tipo sincronizador é, portanto, o patrocinador de importantes mudanças no processo de controle da
tensão, com expressivos ganhos para o negócio de distribuição de energia elétrica. São eles:

Sincronização do controle das unidades unipolares – ganho de qualidade intrínseco ao banco de


reguladores;
Integração do banco de reguladores ao sistema de tele supervisão (tele controle) – ganho de processo /
logística associada à regulação de tensão;
Parametrização remota – ganho de processo / logística associada. Este item é bastante significativo,
pois é pioneiro na utilização do SCADA para a finalidade de parametrização remota, não apenas para
reguladores de tensão, mas potencialmente para outros equipamentos, como religadores tele
controlados, utilizados em larga escala.

4. Referências bibliográficas
1
FELÍCIO, J. R.; 2006. Modelagem de Reguladores de Tensão Monofásicos com 32 Graus para Estudo em Regime
Permanente e Transitório. Uberlândia, MG. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica), Universidade Federal de
Uberlândia.
2
ANEEL, Prodist – Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional, Módulo 8, 2009.
3
ALVES, M. L.; 2005. Módulo de Alocação Otimizada de Reguladores de Tensão e Bancos de Capacitares em
Alimentadores de Distribuição. Porto Alegre, RS. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
4
SZUVOVIVSKI, I.; 2008. Alocação Simultânea de Bancos de Capacitores e Reguladores de Tensão em Sistemas de
Distribuição usando Algoritmos Genéticos e Fluxo de Potência Ótimo. Curitiba, PR. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Elétrica) – Universidade Federal do Paraná.
5
TAPELETRO SISTEMAS LTDA, 2007. Sincronizador de Reguladores Monofásicos Sincmaster SM-1 – Manual de
Instruções, Belo Horizonte, MG.
6
TAPELETRO SISTEMAS LTDA, 2012. Sincronizador de Reguladores Monofásicos R.U.A. 01 – Manual de Instruções,
Belo Horizonte, MG.

Agradecimentos

Os autores deste trabalho prestam especial agradecimento às equipes de campo da CPFL pelo total apoio na
implantação e acompanhamento do projeto piloto, bem como à TAPELETRO que gentilmente cedeu os relés
reguladores do tipo sincronizadores, e que também está participando ativamente do projeto piloto.

_________________________________________

12/12

Você também pode gostar